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Minha amiga foi ao Crato (Fernando Leão)

Minha amiga foi ao Crato,


com saudades fico aqui
daquele verde do mato
do Vale do Cariri,
saudades de minha amiga,
daquela velha cantiga
de Luiz, rei do baião,
"quero ver minha morena,
quero ver minha pequena
quero ir para o sertão".

Minha amiga foi ao Crato,


me deixou nesse calor,
vestindo calça, sapato,
sem ver “espinho e fulô”...
Não esqueça do piqui,
do doce de buriti,
lembro que já tá na hora,
pois se você demorar,
sei que você vai gostar
e nunca mais vai vir embora.

Minha amiga foi ao Crato,


espero que não demore,
não que eu esteja sendo ingrato,
Crato, por favor não chore,
gosto dela e de tu,
não fique assim jururu,
sei que tu também me quer,
mas agora eu não posso,
a vida aqui tá um troço,
mande logo esta mulher.

Minha amiga foi ao Crato,


breve eu também irei,
tô dizendo: trato é trato,
acho que já lhe avisei,
vou com ela, prazenteiro,
visitar o seu granjeiro
e a Igreja da Sé,
vou no Serrano ligeiro,
dou um pulo em Juazeiro
e outro pulo no Assaré.

(Pra Rosane Nunes)


Fernando Leão, 2001

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