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Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete
ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação,
importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e
demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores *...+” – destacamos.
Pois bem.
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Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza
o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio,
ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
legal pelo estabelecimento ou empresa.
Tal entendimento, inclusive, motivou o Subcomando
Logístico do Exército a emitir parecer à consultoria jurídica do Exército para que fosse
fixada interpretação de dispositivos do Decreto nº 11.366/2023, notadamente se a
obrigatoriedade deste recadastramento efetivamente alcançaria os CACs, uma vez que
já devidamente registrados perante o SIGMA (doc. 04).
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O artigo 36, §3º do antigo Decreto nº 9.785/2019 permitia aos CACs o porte de uma arma de fogo curta
municiada, alimentada e carregada, pertencente ao seu acervo devidamente cadastrada, sempre que em
deslocamento para treinamento ou participação em competição. Já o artigo 14 do Decreto nº
11.366/2023 revogou o referido porte de trânsito de arma de fogo por CACs, apenas mantendo o direito
de transporte de “armas desmuniciadas”.
Ora, todas estas circunstâncias fáticas são absolutamente
relevantes para demonstrar a impossibilidade de cumprimento das exigências para o
dito “recadastramento”, dentro do exíguo prazo fixado.
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APn n. 686/AP, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJe de 29/10/2015.
Não fosse o suficiente, denota-se, ainda por cima, que
tanto o Decreto nº 11.366/2023, quanto a Portaria nº 299/2023 possuem nítido viés
ideológico, em flagrante afronta ao princípio da isonomia, uma vez que são expressos
em exigir a obrigatoriedade do recadastramento somente para armas de fogo
adquiridas após 07 de maio de 2019.
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Disponível em <https://www.gov.br/pf/pt-br/assuntos/armas/recadastramento/recadastramento-1>
acesso em 14 fev. 2023.
Daí porque não é demais que se cogite de claro
direcionamento ideológico, em evidente violação à isonomia dos atos normativos, já
que se o CAC possui arma registrada no SIGMA, porém adquirida anteriormente ao
decreto de 7 de maio de 2019, não precisará se recadastrar junto ao SINARM.
3. DO PEDIDO LIMINAR
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Disponível em <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/02/01/proprietarios-de-armas-de-
fogo-tem-60-dias-para-fazer-cadastro-no-sistema-da-policia-federal.ghtml> acesso em 14 fev. 2023.
No caso concreto, ambos os requisitos estão
demonstrados com clareza para o fim de que seja de imediato expedido salvo-conduto
ao Paciente.
4. DOS PEDIDOS
Pede deferimento.
NOME DO ADVOGADO
OAB/ESTADO XXXXX