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SETE SEGREDOS PARA

REVELAR DESTINO
SETE SEGREDOS PARA
REVELAR DESTINO

MARK CHIRONNA
© Copyright 2010 — Mark Chironna

Referê ncias Bı́blicas:


Ediçã o Contemporâ nea de Almeida
Copyright @ 1990, por Editora Vida
Algumas citaçõ es da NVI
CONTEUDO
Prefácio
NOTAS
PARTE I
SE VISTA PARA AVANÇAR
Capítulo 1
PONHA A SELA E CAVALGUE
VOCÊ É UM SER CRIATIVO
PONTO A E CONCEITO
AUTO-FOTOGRAFIA (IMAGEM DE SI PRÓPRIO)
O QUE SIGNIFICA TUDO ISSO?
LINGUAGEM E SIGNIFICADO
SIGNIFICADO DETERMINA PROPÓSITO
NOTAS
Capítulo 2
DESTINO CERTO
OS ASPECTOS PRÁTICOS DE DESTINO
SEU DESTINO CODIFICADO
FAZENDO SENTIDO; FAZENDO UMA DIFERENÇA
SEU CHAMADO ESTÁ CHAMANDO
O QUE VOCÊ QUER... O QUE VOCÊ PRECISA
CONHEÇA SUAS NECESSIDADES
INVESTIGUE SEUS DESEJOS
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
Capítulo 3
VALORES EM SUA ESSÊNCIA
DESCUBRA E AFIRME SEUS VALORES
APROFUNDE — NA SUA ESSÊNCIA
SEUS SEIS VALORES ESSENCIAIS “PROFUNDOS”
IDENTIDADE PESSOAL
REALIZAÇÃO
INTIMIDADE
DIVERSÃO E CRIATIVIDADE
BUSCA POR SIGNIFICADO
COMPAIXÃO E CONTRIBUIÇÃO
VALORES CHAVES
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
Capítulo 4
VIVENDO DE DENTRO PARA FORA
O PACOTE TOTAL DA VIDA
CAPACITAÇÃO É UM “TRABALHO INTERNO”
A VIDA CONSCIENTE, CAPACITADA
SUA HISTÓRIA DE VIDA
COMPREENDA SUA HISTÓRIA PESSOAL
MUDANÇA DE ESTAÇÕES
TERMINE OS ASSUNTOS DA ESTAÇÃO
O PODER DA ESCOLHA
SUA PRÓXIMA ESCOLHA
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
Capítulo 5
IDENTIDADE CRISTALINA
SUA MANEIRA DE SER
SER...FAZER...TER E SUA IMITAÇÃO
MANEIRA DE SER E IDENTIDADE AUTÊNTICA
AFIRMAÇÃO NECESSÁRIA
DÉFICITE DE AFIRMAÇÃO DA SOCIEDADE
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE IDENTIDADE
IDENTIDADE, AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM
A COISA AUTÊNTICA
VERIFICAÇÃO DA REALIDADE E DESPERTAMENTOS
MEDIDAS DE REVELAÇÃO DE DESTINO
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
PARTE II
REFAÇA SUAS MALAS
Capítulo 6
DOIS LADOS DA MOEDA DO JULGAMENTO
O VENENO DO JULGAMENTO DE VALOR
JULGAMENTOS CONSCIENTES E INCONSCIENTES
ESCOLHAS, SENTIMENTOS E O INCONSCIENTE
LISTA DE VERIFICAÇÃO DE JULGAMENTO DE VALOR
JULGAMENTO DE VALOR E “ASSUNTOS PENDENTES”
A CRISE DE SIGNIFICADO
O MOTOR DO JULGAMENTO DE VALOR
O ANTÍDOTO PARA JULGAMENTO DE VALOR
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
Capítulo 7
LIBERDADE NO PERDÃO
VERIFICAÇÃO SOBRE PERDÃO
PERDÃO É...
PERDÃO É UMA ESCOLHA
PERDÃO É UM ESTILO DE VIDA
PERDÃO É UM PROCESSO
NOVE PASSOS PARA PERDÃO... E LIBERDADE
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
PARTE III
DESEMPACOTE OS SEGREDOS
Capítulo 8
REVELANDO DESTINO: SEGREDOS 1 & 2
SEGREDO 1 - DESTINO SE REVELA COMO CRISE E PROCESSO
A LIBERDADE DE NÃO SABER
CRISE COMO UM DOM
PROGRIDA EM SEU PROCESSO
SEGREDO 2 - NEM A CRISE NEM O PROCESSO SÃO ALEATÓRIOS
O PROCESSO REFINA
SEU FUTURO ESTÁ CHAMANDO
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
Capítulo 9
Revelando Des no: Segredos 3 & 4
SEGREDO 3 - AS PROFUNDEZAS DENTRO DE VOCÊ SÃO PROCESSADAS
PARA ESTIMULAR O PROGRESSO
TRÊS MUDANÇAS FUNDAMENTAIS
SEGREDO 4 - SINCRONISMO MARCA SUA MARCHA EM DIREÇÃO AO
DESTINO
MOMENTO KAIROS
EFEITOS KAIROS
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
CAPÍTULO 10
REVELANDO DESTINO: SEGREDOS 5, 6 & 7
SEGREDO 5 - SUA TRAJETÓRIA DE DESTINO SE TORNA EVIDENTE
RECONHECENDO CONEXÕES DE DESTINO
SERVINDO A SEU PROPÓSITO MAIOR
SEGREDO 6
VOCÊ ACESSA O LUGAR DE PERMISSÃO
SEGREDO 7 - VOCÊ SE CONECTA SIMBIOTICAMENTE COM OUTRAS
PESSOAS SIGNIFICATIVAS
NOTAS
REVELE SEU DESTINO
CAPÍTULO 11
MONTE NESTE PÔNEI PARA CASA
OS SETE SEGREDOS EM TEMPO REAL
A TOCHA FOI PASSADA
PÁGINA DO MINISTÉRIO DO AUTOR
PREFÁCIO
A VIDA DE DESTINO REALIZADO. A maioria sonha com ela.
Alguns vivem em busca dela. Relativamente poucos a experimentam
completamente. Na verdade, um vasto nú mero se rendeu ao que parece
derrota a tanto tempo, que nã o acredita mais que ela sequer seja
possı́vel.
Contudo, nã o importa quã o dormente esses pensamentos de
destino revelado se tornem, o destino aguarda!
Enquanto isso, o mundo continua girando. No lorescer do sé culo
XXI, eventos tem alterado nosso senso de como as coisas funcionam,
quem está seguro e o que podemos esperar no futuro. Estrondos
inanceiros produzem incertezas generalizadas. Repercussã o
econô mica tê m alterado percepçõ es antes claras de que é quem.
Executivos poderosos restringiram suas atividades; ricos famosos tê m
visto suas fortunas evaporarem; algumas das maiores companhias
desapareceram ou foram reduzidas a certos graus inimaginá veis até
hoje.
O reajuste de paradigmas e de estruturas de poder tenta muitos
de nó s para assumir que, mesmo que o destino nos aguarde, o tempo
está errado. Para um grande nú mero, cautela e recuo é a ordem do dia.
Buscas a frente sã o adiadas com resignaçã o até que a poeira se assente.
Sonhos sã o adiados — inde inidamente.
Bem, nã o para todos. Historicamente, tempos incertos
apresentam oportunidades incomuns para lançar arcos com os
jogadores mundiais e fazer alguns pontos no marcador. Areias
movediças podem nivelar o campo o su iciente para dar aos de fora,
novas chances para competir.
E daı́? Oportunidades de destino anteriormente nã o existentes
estã o disponı́veis aos “imprová veis” entre nó s? Estamos vivendo em um
tempo no qual toda boa ideia pode fazer de um sonho realidade? Os que
acreditam que eles pró prios estã o excluı́dos das categorias de destino
realizado, de repente podem tentar?
Minha resposta é : “Sim e nã o”.
“Isso nã o é resposta coisa alguma!”, você grita. “Como algué m tã o
indeciso consegue escrever livros?”
Minha resposta parece indecisa; mas nã o é . Surgirã o novas
oportunidades? Claro. Toda transaçã o desvenda novas perspectivas
para os que estã o alerta. Poré m, é igualmente verdade que algumas
oportunidades tradicionais desaparecerã o. Pergunte ao Serviço de
Correio dos Estados Unidos como isso funciona. Com os avanços
tecnoló gicos criando novos mé todos e oportunidades no espaço virtual,
o “correio normal” parece estar a caminho do obsoleto, e carteiros
estã o em menor demanda.
Quanto ao potencial de boas ideias para produzir resultados
fenomenais — sim! — esse está tã o forte como sempre. Alguns estã o
convencidos que o potencial está maior do que nunca. Contudo, isso
nã o é realmente notı́cia; o potencial tem sempre estado lá . Para os que
estã o determinados a fazer limonada dos limõ es, oportunidades sã o
encontradas em lugares imprová veis. Empreendedores muitas vezes
testam suas ideias inconsistentes e muitos assistem seus sonhos se
realizarem.
Enquanto isso, os reticentes entre nó s adotam a mentalidade de
“algum dia”; manté m grandes ideias seguras debaixo do colchã o,
esperando o dia quando as circunstâ ncias estejam perfeitamente
maduras. Alguns cautelosos encontrarã o uma onda tardia para o
sucesso. Muitos outros descobrirã o que a vida ú til de suas ideias
expirou e algué m levou seu dinheiro para o banco.
E os que se veem como se estivessem presos do lado de fora
olhando para dentro? Eles geralmente caem em dois campos. Em um
campo estã o os que aprendem uma verdade poderosa: Grandeza nã o
vem de fora; a grandeza já está dentro de nó s. A certa altura eles
descobrem que uma vida de destino realizado é o resultado para o qual
foram planejados. Reconhecem, seja por revelaçã o ou experiê ncia, que
tremores inanceiros e mudanças de climas geopolı́ticos nã o podem
impedir a realizaçã o de destinos individuais... a nã o ser rendiçã o de
destino.
No campo oposto, a vida está em espera. Estes campistas que
esperam para ver estã o convencidos que, o clima errado os arrastou
para mais longe do lado de fora do muro do que antes. Intimidados
pelos “e se” da vida, seus sonhos gradativamente icam fora de alcance.
Alvos sã o empurrados para trás. Um dia se mescla ao outro e a
esperança desaparece em cada pô r do sol.
Ao mesmo tempo em que minha resposta possa parecer frı́vola, a
premissa das perguntas foi imperfeita; assume-se que destino é algo
pelo qual você espera com um dedo levantado para detectar a direçã o
do vento e uma mã o cavando como louco por apenas o su iciente para
prosseguir até a corrente do vento soprar.
O futuro, contudo, não é algo pelo qual você espera; é algo que você
ajuda a criar. E uma funçã o, em parte, da sua imaginaçã o e sua
disposiçã o em permitir sua imaginaçã o cumprir seu propó sito.
Seus sonhos, pensamentos, desejos e ideias sã o mais poderosos
do que possa acreditar. O mundo sempre foi um ambiente de
oportunidades iguais — nã o necessariamente um lugar de facilidades
iguais ou resultados iguais, mas um campo massivo de tesouros de
destino esperando ser desenterrados por pessoas de toda classe. Sem
levar em conta onde você começou, onde esteve ou quem sã o seus pais
— sem levar em conta quã o alto você subiu no passado ou quã o
distante caiu, uma vida de realizaçã o de destino é seu direito de
nascimento; é um estado de ser que está disponı́vel a todos.
Sim — todos.
Embora seja verdade que multidõ es nunca alcançam seus sonhos,
també m é verdade que todos aspiram por isso. Esta esperança está
escrita em nosso DNA e quando se dá lugar a ela, o resultado é
grandeza. A histó ria prova isso. Histó rias de pobreza a riqueza e relatos
de realizaçõ es profundas — curas para pragas, a preservaçã o de naçõ es
em perigo, a superaçã o de de iciê ncia — abundam até mesmo entre
aqueles cuja trajetó ria para cima parecia imprová vel:
Jonas Salk, um cientista que desenvolveu a primeira vacina e icaz
contra a poliomielite, era ilho de imigrantes que nã o tinham educaçã o
formal.1
Os pais de Abraã o Lincoln nasceram de famı́lias “sem distinçã o”.2
Aos seis anos de idade, Helen Keller era uma menina meio
selvagem, surda e cega.3
Por que estas vidas foram tã o ricas, tanto na realizaçã o de destino
quanto no seu impacto sobre o restante de nó s? Porque cada ser
humano é imbuı́do com incomensurá vel potencial e valor. Esta verdade
me impulsionou a escrever este livro. Observaçõ es, revelaçõ es e
experiê ncias reunidas atravé s de uma vida de estudo tem me
convencido que cada um de nó s tem direito ao sucesso no sentido
maior da palavra.
“Entã o”, você pergunta: “se todos tê m direito a revelaçã o de
destino, por que este livro é sobre segredos?”
A resposta começa com parte da minha de iniçã o da palavra
segredo. Um segredo é algo que é separado, retirado e escondido.
(Falarei mais sobre esta de iniçã o mais adiante).
Segredos estã o escondidos, contudo, nã o fora de alcance.
Frequentemente, os segredos mais poderosos estã o escondidos de nó s
por nada mais que a falta de conhecimento de que eles existem ou se
aplicam a nossas vidas. As vezes, a informaçã o que precisamos está
obscurecida da visã o pelo que achamos que sabemos ou pelo que
cremos ser verdadeiro — sobre nó s mesmos, sobre outros e sobre onde
nos encaixamos neste mundo.
O objetivo deste livro é perfurar o vé u, revelar os segredos e
desvelar o futuro que cada um de nó s foi criado para viver. Os segredos
de revelar destino — e o destino em si mesmo — nã o sã o apenas para
uns poucos seletos.
Eles sã o para você !
NOTAS

The Academy of Achievement, “Jonas Salk Biography”,


HTTP://www.achievement.org/autodoc/page/salObio-1 (acessado em 24
de junho de 2009).
The White House: “Abraham Lincoln”,
HTTP://www.whitehouse.gov/about/presidents/AbrahamLincoln/
(acessado em 24 de junho de 2009).
Helen Keller’s Birthplace, “Helen Keller Biography”,
http://www.helenkellerbirthplace.org/helenkellerbio/helen_keller_birthplace
2_bio.htm (acessado em 24 de junho de 2009).
PARTE I
SE VISTA PARA AVANÇAR
(COMO “VESTIR-SE” PARA UM VIVER
CONSCIENTE)
CAPÍTULO 1
PONHA A SELA E CAVALGUE

PARA CHEGAR AONDE quer ir, você precisa fazer algo que nunca fez. Seu
futuro não é algo pelo qual você espera. É algo que você ajuda a criar com
sua imaginação. Você está equipado para trazer a existência o que nunca
existiu antes. Você é um ser criativo único; portanto seus desejos e
expressões deles são mais poderosos do que você acha possível. Não espere
seu futuro chegar. Saia e encontre-o. Determine criar um mundo e fazer um
mundo de diferença.1

Quer seu passado tenha sido maravilhoso ou deixado a desejar,


seu futuro é seu e está logo adiante. Nã o, você nã o precisa se
assombrar ou esperar por ele. Sim, você pode sair e encontrá -lo — de
frente, com liberdade e em controle!
Você está lendo esta pá gina. Isto mostra duas coisas sobre você :
Primeira, você tem um sentido de destino. Segunda, ele é importante
para você . Ainda diz mais; diz-me que você acabou com o estilo de vida
espere e veja. Quer viver em Na Zona — o lugar tangı́vel, mas nã o
necessariamente fı́sico onde o motor do destino incendeia todos os
cilindros e te lança adiante — nã o apenas em qualquer lugar, mas em
um lugar com seu nome.
Porque nã o está mais contente em avançar sem esforço em
direçã o ao futuro, você se encontra fazendo as mesmas perguntas da
visã o global que as pessoas tem feito por eras:
“Quem sou eu, de fato?”
“Para onde estou indo, e por quê ?”
“Qual o signi icado essencial da minha vida e como posso viver
meu propó sito — completamente, alegremente e sem fazer concessã o?”
Todos fazem estas perguntas em um tempo ou outro. E bom fazê -
las; mas perguntar nã o é o su iciente. Para encontrar o tipo de vida que
você sabe por instinto que nasceu para viver, deve estar disposto a
cavar as respostas, mesmo quando o escavar ica uma bagunça, o que
irá acontecer. Antes que você pegue as luvas brancas, deixe-me te
assegurar que: qualquer bagunça que você izer valerá a pena. Muito a
pena.
Entã o você está aqui. O que quer que “aqui” se pareça, este é o seu
Ponto A. Você sabe que está indo em direçã o a algum lugar “lá ”. O
chamaremos Ponto B. E um lugar melhor (ningué m espera que as
coisas piores, certo?), mas alguns dos espaços em branco ainda tem
que ser preenchidos. Isso é exatamente como deve ser; este processo
começa com perguntas, nã o respostas. A estrada entre o Ponto A e B
nã o é 100 por cento clara. Tudo que você precisa saber agora é que
existe uma estrada.
Muito do que você sabe já icou para trá s. Se sua experiê ncia é
como a minha, ela tem mostrado que ir do Ponto A para o Ponto B nã o é
meramente questã o de linhas retas, tempo e distâ ncia. Fó rmulas sã o
para matemá tica; elas servem para seus propó sitos, mas este nã o é um
deles.
Nã o, sua busca é mais importante do que isso. Isso é obvio a partir
das emoçõ es que ela produz. Estamos nos preparando para explorar
algo profundo e profundamente signi icativo. Uma vez que cave seu
caminho para o centro e segure à luz os tesouros que desenterrou, sua
vida estará em uma posiçã o de capacitaçã o em que jamais esteve antes.
Será um lugar onde pensamentos e realidades baseados na verdade
estã o tã o claramente conectados que icam quase insepará veis e
virtualmente irrefreá veis.
A verdadeira distâ ncia entre onde você está agora e o lugar de
destino revelado nã o é calculada em metros ou dias, ou dé cadas; é
medida na organizaçã o de seus pensamentos e na extensã o para qual
eles servem para integrar as vá rias partes de sua vida, em harmonia
com seu destino.
Sem levar em conta as circunstâ ncias da sua vida neste momento
— sim, mesmo que se tenha estabelecido um caos em seu mundo —
seu destino permanece dentro da visã o e do alcance do ouvido do Ponto
A. Na verdade, está tã o perto do seu alcance quanto possa sua
imaginaçã o o levar.

FIGURA 1
VOCÊ É UM SER CRIATIVO

Quando falo acerca de imaginaçã o, nã o estou falando de castelos


de areia ou truques de má gica; estou me referindo à criatividade
autê ntica, o tipo de viver diferente e incomum que faz a maioria das
pessoas se sentir desconfortá veis, nã o só com pensadores criativos,
mas principalmente com elas mesmas.
Zonas de conforto sã o apenas isso: confortá veis. Sã o ambientes
que erguemos para nos amortecer da força brusca da mudança. Zonas
de conforto justi icam nossa aversã o ao risco e nos compelem a
retrocedermos da grandeza. De dentro destas bolhas irrefutá veis,
temos a tendê ncia de desacreditar dos sonhos dos outros e até mesmo
dos nossos pró prios; respondemos com julgamentos taxativos dizendo:
“E apenas sua imaginaçã o”. Em vez de darmos apoio aos esforços
criativos, pisoteamos os primeiros indı́cios de triunfos futuros.
Sua habilidade criativa como ser humano é sua caracterı́stica
mais valiosa. E designada a produzir resultados incomensurá veis. Sua
imaginaçã o é uma faculdade que o capacita a visionar — e criar — algo
alé m do que já existe. Sem ela você estaria condenado à estagnaçã o e a
mercê de cada circunstâ ncia na sua esfera. Na ausê ncia do poder da
imaginaçã o você estaria mais limitado que um caná rio na gaiola, até
mesmo esperando algué m para encher seu depó sito de sementes e
sempre sujeito à s forças externas controlando seu mundo.
Os seres humanos nã o foram feitos para tais limitaçõ es. Somos
seres criados que possuem uma capacidade ilimitada para criar. Para
pais bioló gicos, a ideia de criar muitas vezes incita memó rias da
concepçã o e nascimento de um ilho. Procriação é talvez, a capacidade
generativa mais inspiradora que possuı́mos. Contudo, no inal, nã o é
nossa criatividade que determina as caracterı́sticas de concepçã o ou
nascimento de nossos ilhos.
A criatividade sobre a qual estou falando é ú nica a cada indivı́duo.
E expressa atravé s de ideias. E manifestada quando ideias se tornam
realidade. O processo de criaçã o começa na á rea do pensamento. Na
verdade, tudo que fazemos na vida começa com um pensamento
consciente ou inconsciente. Estes pensamentos inspiram escolhas;
chamamos estas escolhas ações. Açõ es conduzem a resultados. As
consequê ncias que experimentamos sã o o resultado das açõ es que
tomamos ou falhamos em tomar.
Falaremos mais sobre isto em um capı́tulo adiante; o ponto
importante agora é que nossas açõ es e resultados começam em nosso
modo de pensar.
Modo de pensar e criatividade sã o atividades altamente
individuais. Um simples experimento imaginá rio demonstra esta ideia.
Imagine que você reuniu 50 artistas em uma sala com 50 cavaletes.
Agora imagine que cada artista recebeu uma paleta idê ntica e pincé is
de largura e textura idê nticas. Projetado em uma tela grande está uma
foto de uma paisagem. Foi pedido aos artistas para recriarem a
paisagem na tela em um perı́odo estabelecido, usando todas as cores e
pincé is fornecidos.
Quando termina o tempo os artistas largam seus pincé is.
Rapidamente você descobre que 50 pintores criaram 50 interpretaçõ es
exclusivas de uma ú nica cena. Cada um se aproximou dos vá rios
elementos da paisagem de forma diferente: as escolhas das cores
variam; suas ê nfases em representaçõ es abstratas e literais se diferem;
os pontos de enfoque sã o tratados de forma ú nica.
Cada pintor contou a histó ria visual de uma maneira distinta. Isto
em parte é devido ao fato que treinamento, té cnicas e nı́veis de talento
nã o sã o uniformes. Contudo, as diferenças nos resultados també m tê m
a ver com a individualidade intrı́nseca de cada artista. Os pintores
trouxeram para a tarefa suas pró prias tendê ncias criativas e suas
perspectivas irreproduzı́veis. Embora todos trabalhassem a partir da
mesma imagem, cada um a viu de um ponto de vista emocional e
esté tico diferente. Portanto, cada artista atribui à cena um signi icado
de si mesmo.

PONTO A E CONCEITO

Os artistas sã o criativos e ú nicos, mas també m sã o os que veem


arte. Peça a dez pessoas que viram Mona Lisa para descreverem a
pintura e seu impacto emocional, intelectual e espiritual. Você
adivinhou: vai receber dez respostas diferentes.
Nã o existem duas pessoas que veem o mundo com a mesma lente.
Um dos motivos por que achamos a arte tã o irresistı́vel é porque ela
nos convida a levar nossa individualidade para a interpretaçã o. Somos
capazes de encontrar algo na arte que se conecta com nossas vidas.
Vemos o que o artista colocou na obra, poré m o que recebemos dela —
nosso conceito dela — é completamente individual.
Conceitos sobre si mesmo e outros conceitos tem um papel
enorme na revelaçã o de destino. Quer façamos de forma consciente ou
nã o, vemos o mundo atravé s do prisma do aprendizado e experiê ncias
de vida. Formamos antecipadamente opiniõ es quase in lexı́veis de
como as coisas irã o ou nã o resultar. Interiormente acreditamos em um
destino em particular; seja de forma consciente ou nã o, já acreditamos
que podemos ou nã o alcançar a realizaçã o do destino.
Outros, de modo semelhante, formam opiniõ es in lexı́veis sobre
nó s. Para melhor ou pior, muitas vezes aceitamos estes pontos de
vistas como verdade. Um relato bı́blico conhecido ilustra meu
argumento. Jesus e Seus discı́pulos encontraram um homem que era
cego desde o nascimento. Imediatamente os discı́pulos de Jesus
perguntaram: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse
cego?”2
Estes homens tinham intençã o de encontrar signi icado para a
incapacidade do homem. Em vez de sentirem compaixã o por ele,
começaram a categorizá -lo como algué m que merecia estar cego por
uma razã o ou outra. Em lugar de sentir sua dor, se elevaram acima dele
em seus pró prios pensamentos e tentaram enquadrar sua desgraça
como algo que nã o poderia acontecer com eles.
Quantas vezes o cego tinha ouvido palavras assim, e como talvez
aquelas palavras tenham afetado sua opiniã o acerca de si mesmo como
ser humano? Sua histó ria nã o era segredo; sua condiçã o era conhecida
e seu esmolar era parte da cena pú blica diá ria. A falta de gentileza dos
discı́pulos nã o foi a primeira que ele ouviu. Em nossa lı́ngua moderna
nos perguntarı́amos se sua alta estima foi prejudicada pelos
comentá rios dos transeuntes. Ele internalizou a ideia de cegueira como
um fracasso pessoal? Ou conseguiu separar o fato de ser um homem —
um ser humano valoroso por nascimento — do fato de ser um cego?
Seu sentido de ser quem você é , é emoldurado em seu
pensamento e in luenciado por muitos fatores internos e externos. Em
cada intento, momento a momento, seja no trabalho, em seus
relacionamentos ou na conduta da vida em geral, você se vê de certa
maneira e usa linguagem para descrever a pessoa que você se considera
ser. Consciente ou inconscientemente você se descreve como sendo:

Capaz ou incapaz
Desejado ou nã o desejado
Querido ou nã o querido
Abençoado ou amaldiçoado
Digno ou indigno
Independente de como seus conceitos de si mesmo foram
formados, eles servem para te de inir. També m contribuem para os
conceitos de outros e in luenciam o comportamento deles para com
você . Se sua identidade autê ntica nã o está clara para você , sua
linguagem interna e suas palavras audı́veis te con inarã o a conceitos
que essencialmente representam o passado. Pensamentos e palavras
que nã o sã o contestados te limitarã o de mover adiante.
Examinaremos o papel de conceitos na revelaçã o de destino. Por
agora, podemos concordar que nossos conceitos (e conceitos errados)
sobre autoconceito, autovalor e autoestima nã o sã o somente essenciais
para nosso desenvolvimento infantil, mas també m para a qualidade de
nossas vidas adultas. Conceitos podem dar ré dea livre para um senso
de imaginaçã o saudá vel ou construir fortalezas para nos envolver no
que é essencialmente informaçã o incorreta.
Informaçã o incorreta sobre identidade pode inadvertidamente se
tornar a manchete recorrente de nossas vidas e impedir nossa
criatividade na revelaçã o de destino. Contudo, há boas notı́cias:
podemos aprender a fazer um balanço exato de nossos conceitos e
ajustar nossos padrõ es de pensamentos de acordo. Quando o fazemos,
mudamos nosso campo de vida interno. Em troca isto recalibra nossos
resultados. Mesmo mudanças sutis em nossos conceitos podem
transformar o mundo ao nosso redor.
AUTO-FOTOGRAFIA (IMAGEM DE SI PRÓPRIO)

Até que desenvolvamos a disciplina de questionar nossos


conceitos e embasá -los na verdade, continuaremos a desenvolver
iguras confusas do auto. Preparemos as bases para futuras discussõ es
de trê s destas fotogra ias, estabelecendo de iniçõ es que funcionem
para elas. Sã o elas autoconceito, autoestima e autovalor.
Seu autoconceito é sua avaliaçã o global de quem você se
considera ser. O autoconceito é um tipo de lista de afazeres de visã o
global que cobre detalhes como seu papel na sociedade, seu status e
outras caracterı́sticas da sua pessoa. Alguns destes aspectos sã o
medidos em oposiçã o à s tã o chamadas normas. Seu autoconceito pode
ser expresso desta maneira: sou hispânica, casada, mãe de três filhos e
professora: sou uma pessoa atlética que corre maratona todo ano. Sou bem
sucedida em minha profissão e aguardo um avanço na carreira nos anos
vindouros.
autoconceito substantivo:

Uma avaliaçã o individual do seu status em


uma caracterı́stica ú nica ou em muitas
dimensõ es, usando como crité rio as normas
pessoais ou da sociedade.3

O termo baixa autoestima é amplamente usado em nossa cultura,


principalmente quando discutindo desenvolvimento emocional, o
colapso da famı́lia e outros tipos de disfunçõ es originado de abuso,
adoraçã o à celebridade e outras questõ es sociais. A autoestima como
uma fotogra ia de si pró prio é avaliada e experimentada a nı́vel afetivo.
Em outras palavras, envolve sentimentos. Sua autoestima é tanto uma
caracterı́stica inerente como uma habilidade que pode ser aprendida.
Pode ser descrita a um grau no qual sua visã o de si pró prio seja
favorá vel. Os aspectos da autoestima podem ser re letidos em
caracterı́sticas como autocon iança e sensaçã o de segurança.

autoestima substan vo:


Um respeito realı́stico por ou impressã o
favorá vel de si
mesmo; autorrespeito.4

Autovalor é uma declaraçã o valorosa. E formulada atravé s do uso


de habilidades cognitivas. A sensaçã o de autovalor expressa a extensã o
na qual você acredita que merece ser respeitado pelos outros e por si
mesmo. Seu autovalor é sua percepçã o de valor como pessoa, com base
no que você acredita ou acredita que sabe acerca de você mesmo. Esta
percepçã o está ligada bem de perto a sua autoestima.

autovalor substan vo:


O senso de valor próprio ou dignidade como
pessoa...5

Você se lembra da suposiçã o dos discı́pulos sobre o homem cego?


A necessidade deles de categorizá -lo e atribuir-lhe culpa por sua
condiçã o estava enraizada na pró pria confusã o deles sobre
autoconceito, autoestima e autovalor. Eles assumiram o conceito de que
a cegueira dele estava ligada a sua estima como indivı́duo. Em vez de
considerá -lo como ser um humano separado de qualquer outro, eles
tentaram avaliá -lo usando suas pró prias fotogra ias de si mesmo como
padrã o de medida. Assumiram que ele era diferente deles (cego e eles
nã o) por causa de algo desagradá vel que ele tinha feito. Portanto,
assumiram que seu valor foi comprometido quando, na verdade, seu
valor nã o dependia de sua atuaçã o ou de seus atributos fı́sicos. Seu
valor era inerente a sua humanidade.
Outros muitas vezes falham em reconhecer nosso valor inerente.
Contudo, nó s somos os que com mais frequê ncia desvalorizamos a nó s
mesmos. Desenvolvemos autoconceitos que estã o muito aqué m do que
realmente somos. Nossa autoestima pode ter sido dani icada por
outros, mas agravamos nossos ferimentos emocionais ao aceitar e
institucionalizar a avaliaçã o de outros acerca de nó s. Com muita
frequê ncia, falhamos em lembrar que, se nascemos neste mundo (sejam
quais forem as circunstâ ncias do nosso nascimento), temos valor
imensurá vel e indelé vel. Somos os mais valiosos de todos os seres
criados.
Por que nossa visã o de nó s mesmos é tã o importante e por que é
preciso testar sua validade? Falando de forma simples, nunca veremos
o quadro completo da vida até nos vermos de modo exato. Só entã o
podemos ver onde pertencemos e o que fomos criados para fazer.
Somente com uma visã o de nó s mesmos baseada na verdade podemos
lorescer para nosso potencial. O signi icado vai alé m das nossas vidas:
o cumprimento do nosso potencial encontra sua expressã o mais
completa no benefı́cio que trazemos a outros. Estamos aqui para criar
soluçõ es para os problemas grandes ou pequenos; somos prová veis
benfeitores para indivı́duos, sociedade e causas nobres.
O QUE SIGNIFICA TUDO ISSO?

No cerne das nossas perguntas está a busca que nos impulsiona: a


busca por signi icado. E uma necessidade humana fundamental na raiz
de nossas buscas mais elevadas. E també m a razã o para
comportamentos mais bá sicos tais como olhar com curiosidade para
um local de acidente na rodovia. Olhamos ixamente perplexos para
estas cenas horrı́veis tentando entender, por que estamos dirigindo
ilesos enquanto outras vidas sã o interrompidas ou terminam de forma
bruta.
O neurologista, psiquiatra e sobrevivente do Holocausto Viktor
Frankl explica nossa busca por signi icado desta forma:
A busca do homem por signi icado é a motivaçã o primeira na sua
vida e nã o uma “racionalizaçã o secundá ria” de impulsos instintivos.
Este signi icado é ú nico e especı́ ico, que deve e pode ser cumprido só
por ele; somente entã o alcança uma importâ ncia, que satisfará seu
pró prio desejo por signi icado.6
Somos fazedores de sentidos por natureza. Você já percebeu sua
irritaçã o quando algué m diz ou faz algo que, em sua opiniã o nã o faz
sentido? Como você responde? Força o assunto exigindo uma
explicaçã o ou re lete sobre isso repetidamente buscando uma abertura
dentro da linha de pensamento do ofensor?
Somos pensadores crı́ticos e signi icado é essencial para nossos
processos pensativos. Tipicamente, quando algué m fracassa em fazer
sentido ó bvio, examinamos mais de perto até fazer sentido ou até
seguirmos em frente. Esta busca por signi icado esta ligada a nossa
identidade como seres espirituais. Independente da sua posiçã o sobre
fé , religiã o e deidade, você busca naturalmente por signi icado que vai
alé m de si mesmo. Todos nó s desejamos entender nossa conexã o com
algo maior e menos transitó rio do que nossas breves vidas e limitaçõ es
fı́sicas.
Quando esta necessidade profunda essencial por signi icado nã o é
satisfeita, começamos a nos sentir super iciais, vazios, inú teis, sem
poder e inadequados. O humor oscila em direçã o ao negativo, nã o de
forma breve, mas por longos perı́odos. Sentimentos de té dio, frustraçã o
e depressã o substituem o sentido de aventura, realizaçã o e alegria que
uma relaçã o com signi icado produz.
Signi icado é um ingrediente essencial para revelar destino.

LINGUAGEM E SIGNIFICADO

A linguagem dá forma aos nossos pensamentos. Usamos


linguagem para expressar ideias e signi icado a outros. A linguagem é
um dos veı́culos pelos quais expressamos nossa criatividade inerente.
Portanto, nossas palavras sã o muito mais que combinaçõ es de letras e
sons ou expressõ es descartá veis de pensamento.
O reino animal se comunica atravé s de som. Gol inhos expressam
informaçã o atravé s de um sistema de sons entendido por outros
gol inhos e estudado pela comunidade cientı́ ica. Se você tem um
cachorro, sabe que pode ensiná -lo a responder comandos especı́ icos.
Ele també m é capaz de conectar certas palavras a determinados
objetos.
Embora seu cachorro vá buscar seus chinelos e gol inhos
expressem avisos de perigo e outros tipos de informaçã o, eles nã o
podem realizar o que você pode: nã o podem criar ou controlar a
realidade com linguagem. Podem se expressar até certo ponto, poré m
nã o podem efetuar transformaçã o no mundo ao redor deles.
A linguagem humana é gerativa. Em outras palavras: ela é “capaz
de produzir ou criar”.7 A linguagem afeta resultados em sua vida. A
histó ria do cego continua explicando que seus vizinhos tinham um
conceito particular dele: eles “que dantes o tinham visto a mendigar”.8
Quando a visã o do homem foi restaurada,9 os habitantes da cidade
tiverem que ajustar seus pensamentos em resposta a suas recé m
descobertas habilidades.
Cegueira era apenas parte do desa io enfrentado por este homem
ao longo da vida. Igualmente formidá vel era o conjunto de palavras
empilhadas contra ele. Os vizinhos o viam como mendigo e os
discı́pulos o viam como um pecador culpado por sua pró pria cegueira.
Nã o sabemos muito mais sobre a histó ria de vida deste homem, mas
podemos dizer que, a menos que ele estivesse equipado com um
autoconceito, autoestima e autovalor saudá vel, as palavras
devastadoras de outros poderiam facilmente ter suprimido seu
potencial e o levado para longe da sua relaçã o de destino.
A linguagem é poderosa; é projetada para ser usada por nó s para
criar realidade. O poder da linguagem é como uma faca de dois gumes:
ele pode impor a presença de fortalezas (as fronteiras autolimitantes,
invisı́veis que aceitamos ou impomos em nossas vidas); ou pode liberar
o potencial inexplorado que está pronto para emergir de dentro.

SIGNIFICADO DETERMINA PROPÓSITO

A busca por signi icado ativa a abertura de novas portas de


entendimento e e icá cia. Quando você descobre o signi icado de algo
pode avaliar corretamente sua importâ ncia e aplicaçõ es potenciais.
Porque você vê o contexto, pode identi icar seu propósito.
Signi icado determina propó sito. Considere a vida de Florence
Nightingale. Nascida em uma famı́lia rica em 1820, esperava-se que
Florence iria cultivar uma vida domé stica e social só lida. Em vez disso,
ela buscou uma trajetó ria inaceitá vel para mulheres do seu status
social: desejou ser uma enfermeira. Em meados do sé culo dezenove
enfermagem era uma pro issã o bem diferente de hoje. Quando
Nightingale iniciou sua carreira, os hospitais estavam abaixo do padrã o,
lugares infestados de bacté rias onde as pessoas com frequê ncia eram
enviadas para morrer sem cuidado verdadeiro.
A famı́lia de Florence se opô s aos planos dela. Ela perseverou em
seu propó sito e recebeu cré dito por organizar uma equipe de
enfermeiras para servir na Guerra da Crimé ia. Ela é també m conhecida
por trazer reforma sistê micas as prá ticas de enfermagem e
administraçã o hospitalar, lançando as bases para a assistê ncia
hospitalar moderna.
A resistê ncia de Florence Nightingale às normas sociais foi
signi icativa. Sua insistê ncia sobre uma trajetó ria em particular foi
inspiradora. Era uma expressã o do propó sito para o qual ela foi criada.
Conduziu ao cumprimento do seu destino e redundou para a melhoria
da humanidade.
Florence Nightingale descobriu signi icado em sua vida e lhe
permitiu determinar seu propó sito. Seu sentido de propó sito entã o,
produziu a coragem que ela precisava para desa iar paradigmas, resistir
oposiçã o e suportar privaçõ es. Em determinado ponto, Nightingale
percebeu que ela nã o era um capricho da natureza ou um rebelde
acidente. Era uma criaçã o magni icente, elaborada habilidosamente por
seu Mestre. Ela nã o se permitiu ser de inida pelas circunstâ ncias,
limitaçõ es percebı́veis ou expectativas de outras pessoas. Ela se viu
como parte de algo maior que ela.
Tampouco, nada acerca de você é um acidente. Quer neste
momento acredite ou nã o, você é ú nico, um grande projeto com todo o
potencial humano de Florence Nightingale, Bill Gates ou Thomas
Edison. Onde quer que esteja o Ponto B está dentro do alcance. Sua
imaginaçã o está pronta para te levar lá . Respire fundo e relaxe.
Desarme-se o bastante para desa iar pensamentos antigos e entreter os
novos. Permita que esta seja uma estaçã o de liberdade para descobrir
coisas novas.
Entenda que você já acredita em algumas coisas acerca de você
mesmo, seu propó sito e seu potencial. Pergunte-se quais sã o elas e
ponha-as a prova da verdade. Esteja disposto a sair dos limites de seu
pensamento habitual. Prepare-se para desvendar e entã o descartar
pensamentos autolimitantes, para que possa entrar em um lugar de
recompensa e realizaçã o que você nunca experimentou antes.
Ponha a sela; estamos deixando o Ponto A.
NOTAS

Mark J. Chirona, Ph.D., The Seven Secrets of Unfolding Destiny (pará frase
de palestra, The Master’s Touch International Church, Longwood, FL, 26
de janeiro de 2007).
Joã o 9:2.
“Self-concept”, Dictionary.com. The American Heritage® Stedman’s
Medical Dictionary (Houghton Mif lin Company),
http://dictionary.reference.com/brouse/self-concept (acessado em 29 de
junho de 2009).
“Self-esteem”, Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v.1.1
(Random House, Inc.), http://dictionary.reference.com/brouse/self-esteem
(acessado em 30 de junho de 2009).
“Self-worth”, Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v.1.1
(Random House, Inc.), http://dictionary.reference.com/brouse/self-worth
(acessado em 30 de junho de 2009).
Viktor Frankl, Man’s Search for Meaning (Boston: Beacon Press, 1992),
105, http://books.google.com/books?
id=K2AvZmco3E0C&dq=man’s+search+for+meaning+victor+frankl&print
sec=frontcover&source=bl&ots=cKnkG1CAgh&sig=EWojeCGMMlXdMU
eOoppa8ajTUfY&hl=en&ei=uEFBSrOoH4j2sQPW8tDxCA&sa=X&oi=bo
ok_result&ct=result&resnum=5 (acessado em 30 de junho 2009).
“Generative,” Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v. 1.1
(Random House, Inc.), http://dictionary.reference.com/browse/generative
(acessado em 30 de junho de 2009).
Joã o 9:8.
Joã o 9:7.
REVELE SEU DESTINO

Tire alguns momentos para considerar trê s objetivos pessoais que você
desejaria realizar enquanto lê este livro.

Escreva seus objetivos num lugar a parte.


CAPÍTULO 2
DESTINO CERTO

“A melhor maneira de prevê o futuro é inventá-lo” — Alan Kay

O cientista da Computaçã o Alan Kay fez mais que falar sobre


inventar o futuro; ele o inventou. Toda vez que você iniciar seu
computador de mesa ou laptop e clicar duas vezes em um ı́cone, vive o
futuro que Alan Kay ajudou a criar. Apenas algumas frases sobre a vida
de Kay proporcionam uma porçã o grande do seu impacto global:
Alan Kay foi chamado o pai do computador pessoal em
reconhecimento as suas muitas contribuiçõ es para o campo da
computaçã o pessoal. Seu conceito do computador laptop Dynabook foi
a inspiraçã o de Alto, um precursor dos computadores da Apple e
Macintosh. Kay també m foi pioneiro no uso de ı́cones e janelas....1
Sabemos que os computadores transformaram comunicaçõ es,
mé todos industriais, pesquisa cientı́ ica, o manipular com dinheiro, o
funcionamento dos mercados mundiais, o processo das guerras, a
administraçã o de campanhas polı́ticas, o gerenciamento de segurança
local, nacional e internacional, transportes e mais.
Alan Kay estava entre a minoria dos primeiros cientistas da
computaçã o que acreditavam que o computador seria amplamente
usado. Sua crença o conduziu a explorar maneiras prá ticas de colocar o
poder do computador nas mã os de pessoas cotidianas. As implicaçõ es
foram, e continuam sendo, monumentais.
Quantas á reas da sua vida pessoal sã o in luenciadas por
computadores? Você usou o computador no trabalho hoje? Enviou uma
mensagem eletrô nica a seu senador? Pagou sua hipoteca online?
Escreveu algumas pá ginas da sua tese? Pesquisou um problema de
saú de que está afetando sua famı́lia? Encontrou a casa dos seus
sonhos? Reservou viagens planejadas? Enviou um á lbum de fotos
digital para seus queridos?
As inovaçõ es de Kay, como todas as inovaçõ es, foram processadas
na imaginaçã o humana, nã o por acidente, mas por projeto providencial.
As contribuiçõ es que ele fez para a sociedade sã o parte da revelaçã o de
seu destino. Seus dons singulares, incluindo pontos fortes em ciê ncia e
matemá tica, o capacitou para avançar na revoluçã o digital mundial. Sua
maneira de pensar o autorizou a sintetizar conhecimento e imaginaçã o
para criar realidades tecnoló gicas.
Alan Kay perseguiu suas crenças, apesar dos opositores. Ele nã o
esperou o futuro; ele o criou.

OS ASPECTOS PRÁTICOS DE DESTINO

A palavra destino é muito zombada. Com muita frequê ncia,


destino é visto como um tó pico muito eté reo para se aproximar dele.
Podemos desmiti icar o tó pico com uma linguagem clara. Comecemos
com uma de iniçã o ú til da palavra, central para nossa discussã o:
Destino é a força poderosa e irresistı́vel de algo predeterminado.2
Destino evoca sua grandeza e seu nobre curso na vida, e manifesta seu
grande projeto dado por Deus. Seu destino envolve cada á rea da sua
vida de dentro para fora. Inclui sua vida espiritual, vocacional,
psicoló gica, social, fı́sica, inanceira e familiar.

destino substantivo
Algo para o qual uma pessoa ou coisa é destinada.
Um curso predeterminado de eventos, com
frequê ncia considerado ser um poder ou
organizaçã o irresistı́vel.

Para Alan Kay, o destino era poderoso e irresistı́vel. Ele tinha


percorrido outra trajetó ria quando foi atraı́do a revelaçã o do seu
destino atravé s de uma sé rie de circunstâ ncias:
...[Kay] dependia dos seus talentos para sobreviver em Denver, tocando
jazz em clubes e dando aulas de violão. Contudo, ele encontrou outro
talento latente quando se juntou a Força Aérea e atuou bem em um teste de
aptidão de programação de computador. Foi enviado para trabalhar em
uma IBM 1401 pela Força Aérea dos E. U.3 (E.U.A)(ênfase acrescentada).

O talento latente de Kay estava lá o tempo todo; a Força Aé rea
simplesmente o desvendou. Ao fazê -lo, eles desencadearam as
dinâ micas de destino e lançaram Kay ao seu elemento, um ambiente no
qual seu destino gradualmente se revelaria. O propó sito dele seria
revelado, aberto a visã o e propagado para todos verem.

revelar verbo
Tirar de um estado dobrado; espalhar ou abrir:
desdobrar seus braços.
Espalhar ou expor à vista.
revelar ou mostrar.
Revelar ou divulgar em palavras, principalmente
atravé s de exposiçã o cuidadosa e sistemá tica;
estabelecer; explicar.4

Esta revelaçã o de destino foi preordenada; é a razã o porque o


talento de Kay existia, em primeiro lugar. Quando algo é preordenado, é
nomeado, decretado ou estabelecido de antemã o; é predeterminado —
projetado, designado e dedicado com antecedê ncia.

predeterminar verbo
ordenar ou nomear de antemã o.

predestinar; predeterminar5

Considere as palavras de Joseph Campbell, um acadê mico


conhecido por seus estudos de religiã o comparativa e mitologia:
Se você seguir sua felicidade, se coloca em uma espécie de trilha que
estava lá o tempo todo, esperando por você, e a vida que deveria estar
vivendo é a que você está vivendo. Onde quer que esteja — se você estiver
seguindo sua felicidade, está desfrutando esse refrigério, essa vida dentro
de você, o tempo todo.6

Alan Kay se encontrou na trilha que estava lá o tempo todo. Seu
trabalho nã o só contribuiu para transformaçã o social, també m
enriqueceu sua pró pria vida atravé s de signi icante busca cientı́ ica,
realizaçã o e recompensa. O revelar do destino evocou a grandeza de
Kay e seu nobre curso na vida, e manifestou seu grande projeto dado
por Deus.
O revelar do destino de Kay impactou outras á reas de sua vida.
Poré m, este nã o é um livro sobre Kay. E sobre você . Imagine-se em uma
busca completa de seu destino. Pegando emprestada a linguagem de
Campbell, como sua vida espiritual, vocacional, psicoló gica, social,
fı́sica, inanceira e familiar seriam renovadas seguindo sua felicidade?

SEU DESTINO CODIFICADO

Você tem um caminho de destino que já existe. Pode ser


comparado ao caminho de Israel no Mar Vermelho: ningué m sabia que
estava lá até que o mar se abriu e o caminho foi revelado. Com o
exé rcito egı́pcio atrá s e o Mar Vermelho a frente, parecia que nã o havia
saı́da para os israelitas (veja Salmos 77:19-20). Uma vez que foi
mostrada a saı́da, contudo, o signi icado do caminho no Mar Vermelho
se tornou claro. Para o perseguido, o signi icado foi liberdade.
De maneira semelhante, o caminho para seu destino revelado já
está no lugar, esperando para ser descoberto e seguido. Mas será
preciso um milagre para encontrar seu caminho. Você pode desvendá -lo
se tornando um bom detetive de destino; isto é , olhando
cuidadosamente na sua histó ria de vida e inspecionando algumas pistas
bá sicas.
Aqui estã o cinco perguntas chave para colocar sua investigaçã o a
caminho:

1. Você já experimentou momentos acidentais que sabia


que signi icaram algo mais que mera coincidê ncia?
2. Alguns relacionamentos parecem estar conduzindo
para “algum lugar”? Amigos con iá veis, tutores ou
membros da famı́lia te encorajam em uma busca
especı́ ica ou talento?

3. Existem atividades em particular que parecem fazer o


tempo passar voando e deixam você realizado?

4. Você tem um talento em particular para algo — uma


maneira de fazer as coisas — que faz com que outros
solicitem sua ajuda, conselho ou opiniã o?

5. Há algo que você sonha fazer “um dia”?


Se mais perguntas vierem à mente, busque-as. Tire tempo para
escavar anedotas e experiê ncias que você talvez tenha escrito por
acaso. Leia diá rios antigos, converse com membros da famı́lia. Estude
seu currı́culo. Você icará surpreso com os fatos e memó rias esquecidos
que ressurgirã o.
Sua sondagem nã o tem o propó sito de reprocessar notı́cias
antigas. Você está procurando pistas. Na verdade, está procurando um
sistema de informaçã o que tem sido demonstrado atravé s da sua
experiê ncia. Quando visto como um conjunto de experiê ncias, trará
enorme discernimento, nã o só ao seu passado, mas també m a seu
futuro.
O que você está buscando desvendar é o que chamo de código de
destino. Todos tê m um. Como tudo mais acerca de você , seu có digo de
destino é ú nico. Sim, mesmo que você seja gê meo idê ntico, seu có digo
de destino é exclusivo. Uma vez descoberto, seu có digo de destino se
tornará um mapa para sua “Terra Prometida”.
Como o pró prio destino, seu có digo de destino envolve cada á rea
da sua vida. Ele dá a visã o global de como será sua vida realizada.
També m inclui muitos detalhes que fazem de você “você ”. Aqui está
uma de iniçã o funcional de código de destino do meu livro Live Your
Dream (Viva Seu Sonho):
Seu código de destino... é o sistema de símbolos, sinais e padrões que você
experimenta na vida, tanto nos seus pensamentos como por meio de suas
circunstâncias externas. Incluído em seu código de destino estão seus
relacionamentos e as conexões providenciais que preparam o caminho para
os seus sonhos. Seu código de destino está entrelaçado na estrutura da sua
vida e é refletido nos eventos únicos que você experimenta. Quando você se
conscientiza dele, seu código de destino revelará sua identidade, propósito
e trajetória únicos. É um retrato detalhado do seu potencial.7

Tomadas individualmente, estas pistas valiosas poderiam passar


despercebidas. Como é comum em um trabalho de detetive, a verdade
subjacente da histó ria — neste caso, sua histó ria de vida — ica clara
quando as pistas sã o colocadas juntas. De repente, os ios
aparentemente fortuitos girando atravé s da sua histó ria começam a
fazer sentido e formam um padrã o discernı́vel. O padrã o estava lá o
tempo todo, mas quando você o percebe, pode extrair seu signi icado e
usar a informaçã o que ele forneceu.
Seu có digo de destino nã o precisa permanecer um segredo. Ele é ,
a inal, seu có digo de destino.

FAZENDO SENTIDO; FAZENDO UMA DIFERENÇA

Você se lembra do que Viktor Frankl disse: “A busca do homem


por signi icado é a motivaçã o primaria em sua vida...”8 Nó s també m
aprendemos isso, quando a necessidade por signi icado nã o é
satisfeita, nos sentimos vazios, deprimidos e frustrados. A necessidade
por signi icado é constante por toda nossa vida. Nã o é suspendida em
tempos de caos ou transtornos. Mesmo quando nada ao nosso redor
parece fazer sentido, mantemos nosso papel de fazedores de sentido.
As extremas experiê ncias de vida de Viktor Frankl dã o
testemunho deste fato. Em 1944 ele foi deportado para um campo de
concentraçã o. Ao chegar a Auschwitz, Viktor e sua esposa, Tilly foram
separados. Arrancaram tudo de Frankl, exceto seus ó culos, seus
calçados e cinto. També m foi levado um manuscrito baseado em seu
trabalho de vida, o legado que esperava deixar para o mundo.
Frankl e outros recé m-chegados foram ordenados a escolher
vestimentas de uma pilha de roupas que pertenciam aqueles que já
tinham sido assassinados no campo.9

Despojado do livro que era como seu filho, Viktor pegou um casaco fino e
rasgado da pilha. As passar a mão em um dos bolsos, sentiu um papel
amassado. Ele o puxou e olhou. Era uma página rasgada de um livro de
oração judaico. Nela estava escrito o Shema Yisrael, a oração que Viktor
tinha visto e ouvido seu pai fazer todos os dias quando era um menino:
“Ouve, oh Israel, o Senhor nosso Deus, o Senhor é Deus; amarás, pois ao
Senhor teu Deus de todo seu coração e com toda sua alma e com todas as
suas forças”. Viktor mais tarde escreveu que encontrar esta oração em seu
“novo” casaco foi um “desafio para eu viver o que tinha escrito e praticar
o que tinha pregado”. Guardou o pedaço de papel com ele até ser
liberado.10

Em meio à absoluta brutalidade e parecendo nã o ter esperança,


Viktor Frankl tirou sentido das suas circunstâ ncias. Encontrou força nas
palavras que retornaram providencialmente a sua mente. Tendo
perdido tudo que conhecia; sendo separado a força de sua amada
esposa e tendo perdido a documentaçã o do seu trabalho de vida, Viktor
encontrou nestas palavras e atravé s de experiê ncias subsequentes,
razõ es poderosas para sobreviver ao holocausto.
Ele estava realizado enquanto foi pego no que chamou “os problemas sem
fim de nossa vida miserável” — quer houvesse salsicha na provisão
noturna quer tivesse que trocá-la por um pedaço de pão.... De repente,
Viktor sentia repugnância por suas preocupações. Em vez disso, começou a
sonhar acordado estando de pé na plataforma de uma sala de conferência
aquecida e bem iluminada. Ele se viu dando palestra sobre a psicologia dos
campos de concentração. Este sonho se tornou seu alvo e ironicamente,
focar-se nesse sonho, e não na sobrevivência é o que o ajudou a
sobreviver.11

Usando este tempo como prisioneiro em vá rios campos de


concentraçã o, Frankl trabalhou para trazer esperança aos que estavam
consternados. Apó s ser liberado descobriu que Tilly havia perecido. Ele
icou devastado e considerou o suicı́dio. Contudo, porque estava
convicto de um propó sito maior para sua vida, rejeitou o pensamento
de se matar dizendo: “Quando tudo isso acontece com algué m, ser
testado de tal maneira... deve haver algum signi icado. Sinto... que sou
destinado a alguma coisa”.12
Frankl estava certo. Como homem livre, ele escreveu e deu
palestras sobre a psicologia dos campos de concentraçã o e sobre as
caracterı́sticas dos que conseguiam sobreviver. Ele encontrou sentido
na horrı́vel experiê ncia do holocausto usando-a como metá fora para
levar outros à totalidade.
Apesar de sofrer perda catastró ica, Frankl cumpriu seu destino e
se tornou um fazedor de diferença. Ele fez isso, em grande parte,
porque sua necessidade por sentido foi satisfeita.

SEU CHAMADO ESTÁ CHAMANDO

A histó ria de Frankl é instrutiva ao extremo. Mesmo assim, ela


revela que “seguir sua felicidade” nem sempre é uma caminhada
atravé s de tulipas. Revelar destino exige participaçã o consciente e
muitas vezes uma luta difı́cil.
Em primeiro lugar você precisa estar ciente que uma trajetó ria
escondida anteriormente — sua trajetó ria — foi exposta. Contudo,
reconhecer esta trajetó ria é apenas o inı́cio. Para experimentar a
revelaçã o de destino você deve estar consciente do signi icado mais
profundo da sua vida e determinado a se conectar com o cerne da sua
identidade (que está ligada a esse signi icado).
A busca se torna cada vez mais direcional à medida que você
explora os vá rios aspectos do grande projeto da sua vida. Em vez de
focar em suas situaçõ es difı́ceis no campo, Frankl olhou para o chamado
que lhe foi revelado lá . Ele se conectou com quem ele era e o que foi
criado para fazer. Porque estava “fazendo sentido”, nã o lutava mais com
autoconceito, identidade e autovalor. Valorizava outros e sabia como
valorizar a si mesmo. Ao seguir seu chamado ele acessou dimensõ es da
sua pró pria psique e espı́rito que nã o tinham sido previamente
despertadas. Nã o estando mais preocupado com a confusã o acerca da
identidade, foi capaz de encontrar lugar para estas novas dimensõ es
interiores.
Frankl emergiu do holocausto bem consciente do seu grande
projeto. Quando estamos de forma semelhante informados na á rea do
autoconhecimento, podemos discernir nossos chamados e buscar
atividades que sejam realizadoras e expressem de modo completo as
maneiras ú nicas nas quais fomos construı́dos. Na ausê ncia deste
conhecimento genuı́no do eu, nos engajamos em atividades que nos
consomem em vez de nos satisfazer. Portanto, icamos propensos a
atuar para sermos aprovados. Em vez de fazer a coisa certa, fazemos
qualquer coisa que outros dizem ou parecem sugerir que devemos
fazer.
Estar pronto para a revelaçã o de destino é aprender a viver, nã o
direcionado pelos outros, mas de dentro para fora. Iremos cobrir a
gama de maneiras em que o viver de dentro para fora é alcançado; por
agora podemos simplesmente dizer que viver de dentro para fora é
viver de maneira que honestamente expresse a pessoa que você foi
criado para ser. Isto inclui saber o que você quer, precisa e valoriza.
A vida de destino realizado é um processo de descobertas. Isso
signi ica que circunstâ ncias desfavorá veis, total adversidade e
relacionamentos imperfeitos nã o podem te limitar. Em vez disso você se
recusa a ser de inido ou controlado por fatores externos. E motivado
pelo sentido mais profundo da sua vida e busca seu cumprimento.

chamado substantivo
Vocaçã o, pro issã o ou ofı́cio.

Um impulso forte ou inclinaçã o.13

O QUE VOCÊ QUER... O QUE VOCÊ PRECISA

Uma das maneiras mais fundamentais nas quais fazemos sentido


é ser honesto acerca das nossas necessidades, desejos e valores.
Veremos mais de perto a questã o de valores no Capítulo 3; primeiro
demos uma olhada nas maneiras produtivas de levar nossas
necessidades e desejos ao alinhamento saudá vel. Isto ajudará a nos
prepararmos para aplicar os sete segredos e icazmente.
E importante distinguir nossos desejos de nossas necessidades.
Mas, por que devemos ser capazes de diferenciá -los? Por uma razã o:
queremos remover quaisquer impedimentos internos ao sucesso de
revelaçã o de destino. Isso é o que a Parte I deste livro é projetada para
fazer. Uma das barreiras mais comuns para o resultado de realizaçã o
total na vida é interpretar mal o que realmente precisamos e o que
desejamos ter ou experimentar.
“Confundir nossos desejos com nossas necessidades nos deixa
em apuros na busca de propó sito [ou destino]”14 O problema se
origina de prioridades colocadas em lugar errado e comportamentos
de autossabotagem que resultam da confusã o. Podemos ver isto em
nossas pró prias vidas e nas vidas dos nossos entes queridos.
Considere este exemplo hipoté tico, acho que você concordará que
é tanto realı́stico como universal em sua dinâ mica. Uma jovem, a quem
chamaremos Elise está estudando medicina. Elise está sempre no topo
da sua classe e trabalha duro para permanecer lá . Ela é vista como
estrela entre os colegas de classe e uma das mais propensas a explodir
a cena da festa a im de garantir um forte desempenho acadê mico.
Contudo, Elise parece triste na sua busca quando comparada com
seus colegas de classe “menos promissores”. Até mesmo Elise pode ver
a empolgaçã o que eles irradiam no sonho compartilhado de ajudar e
curar outros. Embora pareça estar fazendo tudo certo, Elise se
aproxima das coisas “certas” que faz como um im em si mesmo, e nã o
como um meio para um propó sito maior. Isso, até que Elise esteja no
telefone com seu pai, que é um cirurgiã o proeminente. O pai ama Elise,
mas parece favorecer seus irmã os, com frequê ncia de modo subliminal.
Quando os dois discutem seus estudos, Elise ica animada; com
empolgaçã o relata seus sucessos acadê micos e esperanças interiores
para as respostas igualmente animadas de seu pai.
Quando as respostas de seu pai indicam aprovaçã o, Elise ica feliz
e entusiasmada. Inversamente, quando as respostas de seu pai nã o
satisfazem os limiares de aprovaçã o que Elise deseja, ela ica
desanimada e até mais impulsionada nos seus estudos. Ao iniciar sua
residê ncia, percebe que, embora tenha se destacado em toda frente
acadê mica e prá tica, está emocionalmente desconectada do seu
trabalho. Cada dia que passa ica mais decepcionada com a vida.
Por que uma estudante de medicina de sucesso para quem o
futuro parece tã o brilhante e recompensador, se sente vazia na busca
de sua nobre pro issã o? Pelo menos em parte, a incoerê ncia se origina
da disparidade entre as necessidades e desejos de Elise. Lembre-se que
Elise se considera (e pode muito bem ser) a menos favorecida pelo seu
pai, um homem de realizaçõ es proeminentes e considerá veis. Poderia
ser que para Elise, como é para muitas pessoas, que o que ela deseja é
se tornar uma mé dica. Enquanto o que ela realmente precisa (e tem
precisado o tempo todo) é ser aceita por seu pai.
A necessidade de aceitaçã o paterna é inteiramente legı́tima, como
veremos depois. Poré m, quando essa necessidade nã o é satisfeita e um
desejo fabricado toma seu lugar (como é verdade na vida de Elise), o
restante da vida se torna desordenado. Prioridades em lugares errados
e escolhas torcidas se tornam inevitá veis, principalmente porque a
motivaçã o bá sica em tudo isto é doentia.
Se Elise reconhecesse sua necessidade genuı́na, poderia tê -la
tratado de maneiras menos prejudiciais e estaria livre para dedicar-se a
uma vida baseada, nã o na sua busca por amor e aceitaçã o, mas no
cumprimento de seu grande projeto de vida.
Nossas escolhas na vida devem ser motivadas por signi icado
autê ntico, nã o por necessidades nã o satisfeitas. Quando signi icado é a
força impulsionadora descobrimos que nossas necessidades e desejos
sã o satisfeitos sem frustraçã o de maneiras saudá veis e
recompensadoras.

Veri icação: Desejo ou Necessidade?


Você pode se relacionar com Elise? Existe
alguma á rea na qual sua vida se compara com a
dela? Explique.
CONHEÇA SUAS NECESSIDADES

Nossas necessidades mais ó bvias sã o bioló gicas; aqueles


elementos e condiçõ es que sã o vitais à sobrevivê ncia. Precisamos de
ar, á gua, comida e descanso. També m necessitamos de proteçã o contra
as intempé ries e doenças e danos. Tem sido mostrado que bebê s
precisam experimentar toque humano a im de sobreviver. Eles
precisam estar nutridos de forma su iciente para sobreviver e crescer.
A nã o ser que nossas necessidades bioló gicas sejam atendidas,
morremos.
Temos outras necessidades legı́timas que tê m impacto
signi icante sobre os resultados que experimentamos. Entre elas estã o
as necessidades que experimentamos a nı́vel espiritual ou psicoló gico.
Muitas destas estã o vinculadas a seu có digo de destino; estã o
relacionadas com quem você foi criado para ser, o que foi criado para
fazer e o que foi criado para ter. Estas necessidades se encaixam em
quatro categorias principais:
1. Carreira / chamado
2. Vida familiar
3. Vida relacional / social
4. Vida inanceira
Estas necessidades nã o sã o super iciais. Contudo, podem ser
distorcidas se tentarmos satisfazê -las por razõ es erradas e meios falsos.
Foi isto que aconteceu no caso de Elise, cuja trajetó ria de carreira foi
decidida, nã o pelo seu chamado verdadeiro, mas em uma tentativa mal
concebida para preencher uma de iciê ncia de relacionamento.

INVESTIGUE SEUS DESEJOS

Como necessidades, a legitimidade dos nossos desejos está


baseada na motivaçã o por trá s de nossas buscas. Por de iniçã o, nossos
desejos nã o se encontram no limiar de serem necessá rios para
sobrevivê ncia. Nossos desejos, quando cuidadosamente distinguidos de
nossas necessidades, nã o tem relaçã o alguma com sobrevivê ncia. Em
vez disso, eles sã o melhorias de vida; os buscamos para melhorar nossa
qualidade de vida.
Muitos de nossos desejos sã o saudá veis e motivados por
prioridades legı́timas. Por exemplo, se você é casado e tem um ilho,
você e sua famı́lia poderiam se arrumar em um apartamento de um
quarto. Famı́lias ao redor do mundo sobrevivem com muito menos.
Contudo você provavelmente prefere um quarto separado para seu
ilho. Isto nã o é uma preferê ncia extravagante; ela proporciona uma
acomodaçã o saudá vel para descanso e privacidade. Entretanto, isso
ainda se quali ica como uma melhoria — um acré scimo que faz a vida
melhor. Nem você , sua esposa ou seu bebê pereceriam por falta de
outro quarto.
A chave para lidar com nossos desejos e priorizá -los de forma
correta, é reconhecê -los pelo que sã o. Quando confundimos um desejo
— por determinado carro, por uma casa em particular, um ilho com
certa personalidade — com uma necessidade, falhamos em reconhecer
o que já temos. Porque nossas prioridades estã o fora de ordem, nossas
expectativas icam torcidas. Sofremos ciclos in initos de frustraçã o,
pois nada parece satisfazer. Em nossa luta pelas coisas que desejamos,
inconscientemente nã o damos prioridade genuı́na à s necessidades
como descanso, intimidade e autenticidade. As frustraçõ es aumentam
e a vida cresce cada dia mais vazia.
Contudo, quando você é motivado pelo que é signi icativo, você se
torna lú cido. Avalia as condiçõ es da sua vida com exatidã o. Reconhece
suas bê nçã os e trata proativamente quaisquer de iciê ncias. Você vê
cada dia como uma nova oportunidade para avançar. Talvez o melhor de
tudo, com signi icado como sua motivaçã o, você consegue acesso aos
recursos que precisa para experimentar sua revelaçã o de destino.
NECESSIDADES E DESEJOS CONTRASTADOS

Necessidades Desejos

Eu preciso seguir uma Estou procurando uma


carreira que cumpre a minha posição que projete o status
vocação na vida e fornece social e financeiro que
para as necessidades da mereço.
minha família.

Como esposa, eu preciso É importante que meu


fomentar e desfrutar de um casamento seja visto pelos
relacionamento baseado no outros como sendo feliz.
amor e respeito mútuo.

Procuro ter os amigos certos Para mim é importante ter


pelas razões certas — muitos amigos que apoiem
aqueles para quem sou minhas escolhas e estejam
chamado e que são ao meu lado quando eu
chamados para ter um precisar deles.
relacionamento comigo.

Busco uma vida financeira Tenho determinados alvos


saudável que esteja monetários em mente e
balanceada numa vida trabalharei sem cessar para
espiritual, social e familiar alcançá-los. Sei que minha
saudáveis. família se beneficiará a longo
prazo, independente do
custo relacional agora.

FIGURA 2
NOTAS

“World of Computer Science on Alan C. Kay”, Book Rags,


http://www.bookrags.com/biography/alan-ckay-wcs/ (acessado em 27 de
agosto de 2009).
“Destiny”, Merrian-Webster Online Dictionary (2009), Merrian-Webster
Online, http://www.merriam-webster.com/dictionary/destiny (acessado em
28 de outubro de 2009).
Scott Gasch, “Alan Kay” (biogra ia submetida em cumprimento parcial
dos requerimentos do curso CS3604 relacionado ao projeto da Virginia
Tech/Norfolk State University, programa “Interactive Learning with a
Digital Library in Computer Science”, Outono de 1996, copyright 1996,
2005), http://ei.cs.vt.edu/~history/GASCH.KAY.HTML.
“Unfold”, Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v. 1.1 (Random
House, Inc.), http://dictionary.reference.com/browse/unfold (acessado em
02 de julho de 2009).
“Foreordain”, Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v. 1.1
(Random House, Inc.), http://dictionary.reference.com/browse/foreordain
(acessado em 02 de julho de 2009).
“The Power of Myth” Joseph Campbell Foundation (transcrito com Bill
Moyers), 113, 129,
http://www.jcf.org/new/index.php?categoryid=31
(acessado em 23 de junho de 2009).
Dr. Mark Chironna, Live Your Dream, (Shippensburg, PA: Destiny Image,
2009), 28.
Viktor Frankl, Man’s Search for Meaning (Boston: Beacon Press, 1992),
105,
http://books.google.com/books?
id=K2AvZmco3E0C&dq=man’s+search+for+meaning+victor+frankl&print
sec=frontcover&source=bl&ots=cKnkG1CAgh&sig=EWojeCGMMlXdMU
eOoppa8ajTUfY&hl=en&ei=uEFBSrOoH4j2sQPW8tDxCA&sa=X&oi=bo
ok_result&ct=result&resnum=5
(acessado em 02 de julho de 2009).
Anna Redsand, Viktor Frankl: A Life Worth Living (New York: Clarion
Books, 2006), 70.
Ibid.
Ibid., 75.
Ibid., 86.
“Calling” Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v. 1.1 (Random
House, Inc.), http://dictionary.reference.com/browse/calling (acessado em
02 de julho de 2009).
Dr. Mark Chironna, Stepping Into Greatness (Lake Mary, FL: Charisma
House, 1999), 125
REVELE SEU DESTINO

Pense acerca da sua experiê ncia de vida mais desa iadora até hoje.
De que maneiras esta experiê ncia desvendou um signi icado mais
profundo em sua vida? Como essa revelaçã o afetou suas atitudes e
conduta?

Quais você considera ser suas cinco necessidades mais essenciais?

Quais delas estã o sendo satisfeitas, e como? Qual você considera


nã o estar sendo satisfeita?

Quais sã o os seus cinco maiores desejos? Como eles se diferem


das suas necessidades?
CAPÍTULO 3
VALORES EM SUA ESSÊNCIA

“Educação sem valores, tão útil quanto possa ser, parece antes fazer o
homem um demônio mais esperto” — C. S. Lewis

TODO DIA ENFRENTAMOS escolhas. Fechar um grande negó cio


no exterior ou participar da graduaçã o do jardim de infâ ncia da sua
ilha? Dizer a um ente querido a difı́cil verdade que poderia evitar uma
queda ou bajular mantendo a paz?
Você nã o precisa que eu te diga que a vida tem seus dilemas. As
duras escolhas que enfrentamos estã o entre elas. Mas até mesmo
escolhas intimidantes nã o precisam ser complicadas. Nã o importa os
desa ios relacionais, as escolhas sã o simpli icadas quando você conhece
quais sã o seus princı́pios orientadores. Assim como é verdade com suas
necessidades e desejos, entender seus valores mais profundos pode
trazer clareza a sua conduta de vida e te manter na trajetó ria de seu
destino revelado.
O valor de algo é seu “relativo valor, mé rito ou importâ ncia...teor
ou signi icado...signi icâ ncia...”1 Quando você valoriza algo, está
consciente do seu valor; reconhece seu signi icado; tem conhecimento
da sua importâ ncia; cuida bem; guarda ou até entesoura; toma os
passos que forem necessá rios para garantir que seu valor permaneça.
Dizemos que valorizamos muitas coisas: nossos entes queridos,
nossas casas, a fé que nos guia, nossos empregos e pro issõ es,
educaçã o, honestidade, compaixã o, e sim, dinheiro. A maneira como
priorizamos o que gostamos é um retrato de quem realmente somos.
Diz alguma coisa acerca de como fomos construı́dos e sobre qual o
nosso compromisso com o que cremos. Nossas prioridades revelam
nossos valores.
Entã o o que sã o valores? Em um sentido socioló gico, nossos
valores podem ser descritos como “os ideais, costumes, instituiçõ es,
etc. de uma sociedade em direçã o aos quais as pessoas do grupo tem
um respeito afetivo. Estes valores podem ser positivos como limpeza,
liberdade ou educaçã o, ou negativos como crueldade ou blasfê mia”.2
Mas, o que sã o valores a nı́vel pessoal e por que eles sã o tã o
importantes? Vamos começar com uma simples de iniçã o funcional:
Seus valores sã o as coisas que tem mais importâ ncia na sua vida.
Eles se baseiam nas coisas que você acredita mais profundamente e
considera ser verdadeiras.
Valores sã o importantes porque se tornam padrõ es pelos quais
vivemos, governamos e avaliamos nossas vidas. Nossos valores afetam
nossos pensamentos, açõ es, atitudes, opiniõ es e escolhas. Dã o vida aos
nossos relacionamentos e até nossas disposiçõ es. Nossos valores tem
um papel em nosso local de trabalho, nossos hobbies e por ú ltimo no
desenrolar de nossas histó rias de vida. Nossos valores sã o de certa
forma, variá veis; muitos valores que temos como adultos diferem
daqueles que tı́nhamos quando crianças.
Os valores afetam nossos resultados. Quando nos engajamos em
buscas e atividades que sã o congruentes com nossos valores, estamos
menos prová veis a experimentar sofrimento, luta, resistê ncia e con lito.
Experimentamos a tranquilidade que vem por estar em paz com nossas
escolhas. Temos a sensaçã o de estar no luir que nos conduz onde
queremos ir, nã o porque o cumprimento de destino seja a trajetó ria
mais fá cil, mas porque nã o estamos despedaçados, torturados por
con lito interno ou divididos dentro de nó s mesmos.
Quando você entra neste tipo de tranquilidade de valores
alinhados em uma á rea da sua vida, tende a experimentar a mesma
tranquilidade em outras atividades e empreendimentos. Quando seus
valores se tornam os á rbitros inais de suas prioridades, você faz
escolhas que bene iciam sua vida em todos os cená rios. E como se as
peças começassem a se encaixar para construir uma má quina bem
lubri icada — que pode te transportar de forma suave do Ponto A ao
Ponto B.

DESCUBRA E AFIRME SEUS VALORES


Tocamos rapidamente nas de iniçõ es de valores pessoais e valores
no sentido mais amplo da sociedade. Embora quase todas as pessoas e
povos tenham certos valores em comum, eles variam de certa forma de
naçã o para naçã o. Nos Estados Unidos da Amé rica, alguns dos nossos
valores mais fundamentais estã o relatados na Declaraçã o de
Independê ncia:
...Consideramos estas verdades como auto evidentes, que todos os homens
são criados iguais, que são dotados pelo Criador com certos direitos
inalienáveis, que entre estes estão a Vida, Liberdade e a busca pela
Felicidade. — Que para garantir estes direitos, governos são instituídos
entre os Homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos
governados....3

Os Pais Fundadores perceberam a necessidade de declarar em


termos claros os valores fundamentais que forçaram a formaçã o de
nossa naçã o. Estes valores foram entã o a irmados na Constituiçã o dos
EUA. Eles guiam a conduta da nossa naçã o até hoje. Primeiro e mais
importante entre estes valores originais está a ideia de que todos foram
criados iguais. Este nã o era um valor considerado por todos os
governantes no sé culo dezoito; nem é considerado uma verdade
autoevidente em muitos paı́ses hoje.
Podemos resumir os valores expressos em nossa passagem da
Declaraçã o de Independê ncia como segue:

Todos sã o criados iguais.


Eles sã o dotados com direitos que nã o podem ser
repudiados; estes incluem vida, liberdade e busca
de felicidade.
Estes direitos sã o doados, nã o pelo governo, mas
pelo Criador.
O governo deriva seu poder, nã o de sua pró pria
existê ncia, mas do consentimento do povo.
Ao considerar estes valores nacionais declarados, é fá cil entender
quã o monumental eles sã o quando aplicados ou defendidos. Sua
importâ ncia nã o pode ser superestimada. Portanto, é importante para
cada um de nó s estarmos familiarizados com os princı́pios que dã o
signi icado a nossa naçã o. Na ausê ncia de um conhecimento
compartilhado e apreciaçã o por eles, a ilegalidade prevalece e a
unidade é ameaçada.
A mesma verdade se aplica a nı́vel individual. Sabemos que a
coerê ncia entre os valores e buscas de algué m produz certo conforto na
vida, enquanto a falta de coerê ncia promove luta, resistê ncia e con lito.
Poré m, o que acontece quando nossos valores sã o confusos? A resposta
é : confusão. Sem a orientaçã o de valores claros estamos à deriva.
Tropeçamos atravé s de uma decisã o apó s outra, jogando os ios
desordenados de nossa vida ao acaso contra a parede, como ios
molhados de espaguete que esperamos que irã o grudar.
Felizmente, uma vida completamente sem valor é quase
impossı́vel de alcançar. Na verdade, existem alguns valores tã o comuns
a todos os povos como sã o os inerentes a nossa natureza humana.
Estes valores essenciais nos preparam para revelaçã o de destino.

APROFUNDE — NA SUA ESSÊNCIA

Embora cada ser humano seja uma criaçã o ú nica, compartilhamos


certas necessidades bá sicas, desejos e valores. E verdade para todos
que nossas necessidades bioló gicas precisam ser satisfeitas a im de
sobrevivermos. Todos nó s desejamos oportunidade e relacionamentos
saudá veis; protegemos estas á reas das nossas vidas porque
consideramos que elas tê m valor ou importâ ncia. Estas caracterı́sticas
compartilhadas acrescentam signi icado a nossas funçõ es individuais e
nossas aspiraçõ es.
Entre estas caracterı́sticas estã o nossos valores essenciais. O
autor, proeminente executivo conselheiro pessoal e fundador do The
Hudson Institute, Frederic M. Hudson separou seis valores destes apó s
ter “examinado 250 biogra ias de adultos de sucesso...[e] pesquisar as
â ncoras interiores dominantes que conduziram as pessoas em direçã o
a realizaçã o de suas pró prias grandezas”4
Concentraremos nos seis valores essenciais de Hudson, como
descrito em sua obra de referê ncia, The Handbook of Coaching. Há mais
de seis valores essenciais; tipicamente os pesquisadores listam entre
25 e 30 para os adultos. A importâ ncia dos seis valores que Hudson
separou se encontra nas vidas que ele selecionou para estudar ao longo
de 20 anos. Hudson estudou estas pessoas que experimentaram a
revelaçã o de destino. Ele descobriu que cada uma delas demonstrou
seis valores essenciais em uma variedade de combinaçõ es.
Destes valores essenciais residentes, nã o há combinaçã o
estabelecida que se aplique a todos ou que se aplique a cada está gio de
vida. Todo indivı́duo experimenta o ir e vir de valores atravé s das
muitas estaçõ es da vida. Em dado momento, trê s valores essenciais
tenderã o a ser predominantes; mas a ordem varia com o tempo. Assim
como os valores mudam apó s a infâ ncia, també m mudam ao nos
movermos atravé s de cada dé cada da vida adulta.

SEUS SEIS VALORES ESSENCIAIS “PROFUNDOS”

Antes de cobrimos em profundidade os seis valores dos estudos


de Hudson, aqui está um breve resumo e descriçã o dos valores listados
por Hudson:
TABELA 1

OS SEIS VALORES ESSENCIAIS DE HUDSON5

1. Identidade pessoal/ poder:


A irmar-se
2. Realizaçã o: Provar-se
3. Intimidade: Compartilhar-se
4. Diversã o e criatividade:
Expressar-se
5. Busca por signi icado: Integrar-
se
6. Compaixã o e contribuiçã o: Dar-
se
Ao nos aprofundarmos, considere a presença e funçã o destes
valores em sua pró pria vida. Pause para explorar quaisquer perguntas
que surjam na sua mente ou escreva-as para consideraçã o futura. Nã o
permita que escapem; elas sã o oportunidades preciosas para
compreender melhor a si mesmo e a conduta da sua vida — agora e no
futuro. Faço o mesmo com quaisquer histó rias, observaçõ es ou
revelaçõ es pessoais que sejam acionadas na sua memó ria; elas sã o, em
potencial, poderosas ferramentas de aprendizado e de avanço de
destino!

IDENTIDADE PESSOAL

Como você pode ver na igura 3, Hudson deu como subtı́tulo a


este valor “A irmar-se”. Este valor essencial envolve sua visã o de si
mesmo; é o retrato que descreve quem você é a nı́vel mais fundamental,
contudo potencialmente monumental.
Você se a irma fazendo as perguntas difı́ceis sobre quem você é e
porque está aqui. Explorar seu sentido de identidade e propó sito
pessoal é um ato de poder pessoal. Signi ica tomar posse da sua vida e
saber para onde você está indo. Implica certo nı́vel de
autoconhecimento, autoconsciê ncia e consciê ncia espiritual. Aceita
suas magnı́ icas complexidades, as facetas que sã o combinadas de
forma ú nica para fazer de você “você ”.
O valor essencial de identidade pessoal enfoca em quem você é à
parte dos outros. Todavia, os elementos nele fazem alusã o a sua
interligaçã o com outros, principalmente em relaçã o a seus limites
pessoais. Seus limites pessoais falam do espaço que você entende que
ocupa neste mundo, emocionalmente e de outras maneiras. Eles
de inem seu senso de quanto espaço é seu — onde você termina e os
outros começam, por assim dizer.
Identidade pessoal també m lida com elementos tais como
autoestima, autossu iciê ncia, autorresponsabilidade, comportamento e
autocon iança, todos afetam o desempenho pessoal, a qualidade dos
seus relacionamentos e desenvolvimento pessoal no curso da sua vida.
Como um valor essencial, identidade pessoal opera de forma
diferente em é pocas diferentes. Do seu nascimento até por volta da
meia idade, identidade pessoal envolve autodescoberta e aprendizado
para ser capacitado de dentro para fora (nã o dirigido pelas aparê ncias
exteriores, mas pelo interior, tais como seu chamado, propó sito e
có digo de destino). Na segunda metade da vida, a identidade pessoal se
torna mais centralizada na conexã o interior para o propó sito de sua
vida e desejo de estar conectado com alguma coisa “maior” que você .
Lembre-se que cada valor essencial se desenvolve durante sua
vida e ocupa um nı́vel diferente de predominâ ncia à medida que suas
necessidades mudam. Alé m destas lutuaçõ es sazonais, cada individuo
tem pontos fortes e fracos pessoais. Alguns dos nossos valores
essenciais sã o mais bem de inidos que outros. Quando exploramos
nossos valores, desencadeamos novas oportunidades para desenvolvê -
los mais completamente e para colher as recompensas da orientaçã o
que eles dã o.
Ter um senso claro de identidade pessoal é uma fonte formidá vel
de poder pessoal que te liberta para viver de forma autê ntica, de dentro
para fora. Trataremos estes aspectos de capacitaçã o e autenticidade de
modo mais completo em capı́tulos adiante. Por agora, desfrute este
“aperitivo” de identidade pessoal e cave fundo com as perguntas a
seguir.
TABELA 2

Verificação: Desejo ou Necessidade?


1. Quanto você se estima, e quais fatores tem afetado
seu senso de autoestima?
2. Como você se sente com sua autossuficiência? Que
aspectos da sua vida refletem seu nível de conforto?
3. Onde estão seus limites pessoais? Estão baseados em
um sentido saudável de identidade, ou eles são
mecanismos de autoproteção usados para lidar com
medo e intimidação?
REALIZAÇÃO

Enquanto o primeiro valor essencial tem a ver com seu sentido de


ser, realizaçã o tem a ver com seu fazer. E o centro da roda cujos raios
incluem as buscas irresistı́veis de propó sito e legado. Este valor
assegura que suas ambiçõ es e atividades permaneçam conectadas ao
mesmo circuito como sua necessidade dominante, que envolve
diretamente seu chamado e a realizaçã o de resultados relacionados a
esse chamado.
Porque realizaçã o envolve o que você faz, precisa també m
abranger sua e icá cia e preparo. Inclui uma prestaçã o de contas da
presença, desenvolvimento e aplicaçã o de seus dons e talentos.
Por exemplo, se você é chamado para ser um pianista de concerto,
procurará atuar a nı́vel elevado. O cumprimento do seu destino exigirá
um compromisso com a excelê ncia muito mais alto do que o mú sico
“normal”. Seu conhecimento de teoria musical, compositores, té cnicas e
atuaçã o precisarã o ser extensivos e sempre em expansã o. Os que
podem dar oportunidades para audiçã o, performance e competiçã o irã o
esperar que você esteja em plena forma o tempo todo — e em qualquer
momento.
Suas escolhas e atividades precisarã o re letir suas ambiçõ es. Seu
sucesso como pianista de concerto exigirá um exame honesto e
contı́nuo de seu conjunto de habilidades, assim como um compromisso
de treinamento contı́nuo. Quando você abraça o valor essencial de
realizaçã o, está aberto a crı́tica construtiva de um mentor habilidoso.
Seu desejo de cumprir seu chamado irá promover introspecçã o e
crescimento. També m te fará alcançar um nı́vel de desenvolvimento
pessoal com o qual será capaz de liderar outros. Guiado por este valor
essencial, sua busca será marcada por intencionalidade e pela formaçã o
de um plano de vida estraté gico que te capacitará a deixar sua marca no
mundo.
Assim como um forte senso de identidade pessoal é necessá rio
para o cumprimento de destino, um claro entendimento de seu
propó sito e das recompensas que você busca te capacitará a conduzir
sua vida em maneiras que suportem o revelar de seu destino.
Questõ es pragmá ticas, direcionadas por um propó sito, tais como
a realizaçã o de um objetivo, a gestã o de projetos especı́ icos, mé todos
e icazes e a realizaçã o de marcos (sinais de vitó ria) — todos estes estã o
incluı́dos no â mbito do segundo valor essencial de Hudson.
Estes elementos sã o frequentemente medidos com mais facilidade
do que os elementos de identidade pessoal. Esta capacidade de serem
medidos os faz ú teis para provê um senso de “localizaçã o”; isso te ajuda
a avaliar quais objetivos e recompensas já foram alcançados e quais
ainda devem ser buscados e realizados.
Com respeito à realizaçã o de objetivo e plano de vida
estraté gico,7 sua avaliaçã o deve incluir planos para que objetivos
secundá rios sejam buscados, uma vez que seus objetivos originais
sejam realizados. Estes novos objetivos també m estariam amarrados a
seu propó sito de vida, mas seriam projetados a partir da perspectiva
de seu desenvolvimento pessoal contı́nuo. Uma boa de iniçã o de
objetivos signi ica costurar e ajustar seus objetivos para satisfazer as
necessidades evolutivas de cada estaçã o da vida e as necessidades da
sociedade em geral.

TABELA 3

Verificação de Essência 2

1. Em direçã o a quais dos seus objetivos


você está progredindo de forma
constante?
2. Você está preparado de forma
adequada para realizar seus
objetivos? Que passos você pode dar
para melhorar seu preparo e ter
vitó ria no que faz?
3. Quando os seus objetivos atuais
forem alcançados, quais sã o os
pró ximos objetivos?
INTIMIDADE

Intimidade envolve compartilhar a si mesmo com outros. A


palavra é usada aqui no sentido mais amplo e vai alé m da intimidade
fı́sica. Envolve desenvolver a capacidade de amar a si mesmo até
mesmo enquanto permite outros entrar na sua vida. També m envolve o
nı́vel no qual você conhece a si mesmo e permite que outros te
conheçam. Este valor essencial examina sua disposiçã o de investir em si
mesmo e nos outros. Como um valor, a intimidade te ajuda a avaliar a
saú de geral de seus relacionamentos e o amor que lui atravé s deles.
Você nã o pode compartilhar o que nã o possui: a habilidade de
amar outros começa com um amor saudá vel por si mesmo. Quando
você se ama está mais disposto a aceitar o risco principal de
intimidade: a vulnerabilidade ao sofrimento emocional. Em vez de
temer a perda, você se interessa em que tipo de amigo você é e como
pode ser um amigo melhor. Nã o precisa mais ser o centro da transaçã o,
mas um participante em dar e receber laço, carinho, nutriçã o e todos os
outros alicerces de relacionamentos ı́ntimos.
A intimidade pode ser uma dinâ mica um a um, contudo o valor
essencial de intimidade abrange intimidade no sentido de famı́lia
també m. Portanto, ele valoriza o processo de aconchego, acasalamento
e paternidade para que os ilhos possam experimentar os laços, carinho
e nutriçã o que os prepararã o para intimidade em suas vidas adultas.
TABELA 4

Verificação de Essência 3

1. Quã o bem sucedido é você ao manter um


sentido saudá vel de amor pró prio enquanto
entra em relacionamentos de amor com
outros?
2. Você é uma pessoa passiva ou proativa em
seus relacionamentos? Você se engaja
ativamente em dar e receber amor, laços,
carinho e nutriçã o ou espera que outros
tomem iniciativa?
3. Até que ponto você se permite ser conhecido?
Seus limites de relacionamento promovem
intimidade saudá vel ou te protegem demais e
ocultam sua identidade autê ntica?

DIVERSÃO E CRIATIVIDADE

Você já ouviu o adá gio: “Muito trabalho e pouca diversã o faz de
Johnny um cara chato”. Palavras mais verdadeiras nã o poderiam ser
ditas. Somos seres complexos projetados para viver vidas
multifacetadas que estimulam e refrigeram, motivam e restauram. Sem
os altos e baixos naturais entre programas e espontaneidade... trabalho
e diversã o...viver dentro e fora da caixa, nossa vida se torna
unidimensional, autocentralizada e esgotada isicamente.
O valor essencial de diversã o e criatividade abre espaço para os
momentos preciosos, poré m nã o sem propó sitos na vida. Estes sã o os
momentos de fato nos quais somos regenerados na alma e no corpo.
Com frequê ncia chamamos isso de tempo de qualidade, o tempo que
passamos sozinhos ou com outros explorando o lado mais leve e mais
pessoal da vida. Quer o seu senso de diversã o e criatividade seja
preenchido assistindo desenho animado, jogando jogos de mesa com os
amigos, contando piadas ou escrevendo poesia, você está expressando a
si mesmo, talvez em sua maneira mais descuidada e menos estruturada.
Diversã o e criatividade envolvem atividades que liberam a
liberdade para ser imaginativo, sem roteiro, festivo, engraçado, original,
alegre e brincalhã o. Porque esta liberdade suspende expectativas de
produtividade, perfeiçã o e recompensa, ela frequentemente lidera a
encontros inesperados com talento artı́stico e inovaçã o — os
momentos “ahá ” descritos nas biogra ias de grandes inventores e
pioneiros.
Diversã o e criatividade te ajudam a clarear a mente e se recompor
emocionalmente. Tempos de refrigé rio e recuperaçã o te preparam para
paixã o renovada em suas buscas de propó sito dirigido, te fazendo
muito mais produtivo a longo prazo do que estaria se nunca tivesse se
afastado do lado mais sé rio da vida.

Verificação de Essência 4

1. Quando foi a ú ltima vez que você


deu uma boa gargalhada com um
amigo ou ente querido? O que você
estava fazendo na hora e como este
momento te afetou?
2. Com que frequê ncia você se
permite pensar sobre outra coisa
que nã o seja os assuntos sé rios em
sua vida? Já se permitiu aplicar sua
imaginaçã o no lado mais leve da
vida?
3. Você está disposto a arriscar ser
ridı́culo ou brincalhã o? Se nã o, que
padrã o nã o expresso (ou valor de
julgamento) está te prevenindo de
fazer isso?

BUSCA POR SIGNIFICADO

Falamos sobre o impulso humano para encontrar signi icado;


discutiremos esta necessidade em vá rios contextos nos capı́tulos
adiante. Frederic Hudson descobriu em seus estudos que, para os que
experimentam o revelar de destino, a busca por signi icado é um valor
essencial. Isso nã o é surpresa, uma vez que signi icado determina
propó sito.
Você se lembra de o que Viktor Frankl disse sobre signi icado? Ele
disse que é a motivaçã o principal em nossas vidas.8 Esta motivaçã o
está entrelaçada com nossa espiritualidade como seres humanos.
Estamos interessados em mais do que conversas sobre o tempo; temos
uma necessidade inerente de entender verdades profundas acerca de
nó s mesmos e do que estamos fazendo aqui. Queremos identi icar o
que Hudson chama de nossa “preocupaçã o ú ltima”.9 Queremos
identi icar nossas crenças e nossos chamados. Todas estas perguntas
de signi icado sã o um esforço para nos conectar com algo maior do que
qualquer coisa que possamos tocar, explicar ou imaginar.
A busca por signi icado envolve nã o só nossa espiritualidade, mas
nossa integridade. Esta integridade é fundamental. Nã o se trata tanto
sobre sua palavra ser boa, mas é mais sobre as razõ es por que você diz
o que quer dizer e se é con iá vel para se executar. Tem a ver com a
completa integraçã o de sua vida interior — uma ordem espiritual,
emocional e cognitiva; um genuı́no estado de paz que se origina da
sensaçã o de estar reconciliado com sua preocupaçã o ú ltima; uma
aproximaçã o contemplativa da vida que busca pensar tanto sobre a
visã o global como os detalhes gloriosos da vida; uma sensaçã o de
transcendê ncia na qual você está livre dos inimigos interiores e liberto
da escravidã o das coisas sem importâ ncia.
Este valor essencial está presente em toda a sua vida, mas em
tempos de transiçã o ele vem para frente como um io vital conectando a
estaçã o que está terminando com a que está começando. A busca por
sentido cria uma estabilizadora sensaçã o de continuidade que te ajuda
a reduzir a lacuna entre o passado conhecido e o desconhecido perı́odo
à frente.
Porque a busca por signi icado é uma necessidade humana
sempre presente, ignorá -la cedo é convidar crises desnecessá rias mais
tarde. Por exemplo, o pro issional de 30 e poucos anos ou dona de casa
ou trabalhador da construçã o civil que nã o encontra sentido nos
interesses competitivos da vida — carreira, famı́lia, espiritualidade,
necessidades emocionais — e em vez disso, continua se esforçando
crendo que um dia irá resolver isso, está apto a experimentar um
brusco despertar em forma de crise de meia idade de um tipo ou de
outro. Porque a crise estava sendo preparada por anos, poderia ser
difı́cil de desfazer e prejudicial aos relacionamentos e interesses a
longo prazo.
Verificação de Essência 5

1. Existem á reas da sua vida que


parecem estar continuamente
relegadas à posiçã o secundá ria?
Como você pode integrar melhor
estas á reas de dentro para fora?
2. Quã o atento você tem sido em falar
e resolver sua necessidade por
signi icado, particularmente com
respeito à s questõ es de interesse
ú ltimo?
3. De que maneiras sua vida expressa
a integridade que demonstra um
sentido de alinhamento ordenado
dentro de si mesmo? Suas açõ es
concordam com o signi icado maior
de sua vida? Seus resultados
re letem seus sonhos? Explique.

COMPAIXÃO E CONTRIBUIÇÃO

Você se lembra de que o segundo valor essencial foi realizaçã o, do


qual um elemento chave era a busca de legado. O sexto valor essencial
de Hudson lida nã o só com legado-edi icaçã o, mas com deixar atrá s um
legado que nutre outros.
A partir do ponto de vista de valores essenciais, compaixã o e
contribuiçã o tendem a se tornar mais predominantes durante a meia
idade. Este é o tempo na vida quando você percebe que os anos que
estã o na sua memó ria sã o em nú mero maior que os que estã o adiante.
De repente, você se conscientiza de como a vida é curta. Fica mais
preocupado em ter algo para dar aos outros, algo que sobreviverá a
você , todavia expressa seu interesse por outras pessoas, pela
comunidade, pela polı́tica ou questõ es sociais, ou pelos menos
afortunados.
E quando você olha para dentro de si mesmo e de suas pró prias
necessidades para identi icar as causas que escolheu apoiar as
maneiras nas quais quer voluntariar seu tempo e serviços. O impulso é
duplo: expressar sua compaixã o e dar aos outros — seja atravé s de
aconselhamento, cuidado, liderança, reforma, apoio ou ajuda em sejam
quais forem as maneiras que acredita que possa ser e icaz.

TABELA 5

Verificação de Essência 6

Esse valor essencial tem se deslocado


para o primeiro plano em sua vida ou
na vida de um ente querido? Explique
como.

VALORES CHAVES

Porque seus valores essenciais estã o envolvidos de forma tã o


integral na conduta da sua vida, qualquer desconexã o entre seus
valores essenciais e suas necessidades e desejos irá trazer confusã o,
sofrimento e desconforto desnecessá rios. Quando você se sentir fora
dos eixos acerca de um assunto ou situaçã o, veri ique seu alinhamento!
Outra chave é evitar se trancar dentro de sua con iguraçã o atual
de valores essenciais. Lembre-se que sua vida é composta de muitas
estaçõ es durante as quais suas necessidades mudam. Alé m disso, a
cavalgada de mudança de circunstâ ncias que você experimenta ao
longo do tempo, te conduzirá a buscas por signi icado em constante
evoluçã o. Cada uma vai te liderar a algum lugar novo, a partir do qual
você precisará fazer uso de uma nova combinaçã o de valores.
A expressã o má xima de revelaçã o de destino nunca tem a ver com
ter chegado, mas tem a ver com viver em estado de percepçã o
consciente e compromisso ativo até mesmo enquanto as coisas mudam.
Tem a ver com continuar a jornada e andar!
NOTAS

“Value,” Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v. 1.1 (Random


House, Inc.),
http://dictionary.reference.com/browse/value
(acessado em 07 de julho de 2009).
Ibid.
“The Declaration of Independence,” The National Archives, Archives.
gov,
http://www.archives.gov/exhibits/charters/declaration_transcript.html
(acessado em 07 de julho de 2009).
Frederic M. Hudson, Ph.D., The Handbook of Coaching, 1st ed., (New
York: Jossey-Bass, 1999), 127.
Ibid., 127-128.
Todas as discussõ es dos Seis Valores Essenciais incluem conceitos de:
Frederic M. Hudson, Ph.D., The Handbook of Coaching, 1st ed., (New
York: Jossey-Bass, 1999), 127.
Para detalhes sobre desenvolvendo seu plano de vida estraté gico, veja
meu livro: Live Your Dream (Shippensburg, PA: Destiny Image, 2009).
Viktor Frankl, Man’s Search for Meaning (Boston: Beacon Press, 1992),
105,
http://books.google.com/books?
id=K2AvZmco3E0C&dq=man’s+search+for+meaning+victor+frankl&print
sec=frontcover&source=bl&ots=cKnkG1CAgh&sig=EWojeCGMMlXdMU
eOoppa8ajTUfY&hl=en&ei=uEFBSrOoH4j2sQPW8tDxCA&sa=X&oi=bo
ok_result&ct=result&resnum=5
(acessado em 07 de julho de 2009).
Hudson, Handbook of Coaching, 130.
REVELE SEU DESTINO

Imagine que você tenha tudo que precisa ou quer no exato


momento em que sua necessidade ou desejo se torna aparente. Esta
condiçã o incomum afetaria o aderir a seus valores essenciais? O efeito
seria positivo, negativo ou neutro? Explique.
CAPÍTULO 4
VIVENDO DE DENTRO PARA FORA

“Não quero chegar ao fim da minha vida e descobrir que vivi apenas a sua
extensão. Quero ter vivido sua amplitude também”. — Diane Ackerman

CERTAS TAREFAS NA VIDA SAO LINEARES. Você compra para seu


ilho um brinquedo que requer montagem. Alinha as peças no chã o da
sala, abre as instruçõ es e começa a ler:

Passo 1: Alinhe o orifı́cio do parafuso na coisa com o orifı́cio do


parafuso no troço.
Passo 2: Insira o parafuso.
Passo 3: Gire o parafuso...
Passo 93: Guarde os parafusos que sobraram (talvez você precise
deles).

O desenrolar da vida é tudo menos linear. Você nã o pode medir


sua extensã o, largura, altura ou profundidade por meios convencionais.
Ela é multidimensional. Suas cores mudam; seus sons evoluem. A vida
tem potencial para riquezas, textura, complexidade, satisfaçã o, deleite
quase in initos. No plano mais elevado de coisas, é um paı́s das
maravilhas de oportunidades, um campo vasto de portas abertas para
sua pró xima aventura.
Embora muito da vida aconteça no exterior (eventos,
circunstâ ncias, vitó ria e derrotas, etc.), muito mais da vida acontece no
interior. Seus pensamentos, a busca por signi icado, seu chamado
interior, seu có digo de destino — eles ajudam a formar a trajetó ria para
o destino que conduz de dentro para fora. Esta trajetó ria em ú ltima
instâ ncia afeta todos ao seu redor e cria um legado para deixar para
aqueles que vierem depois de você .
O PACOTE TOTAL DA VIDA

No Capı́tulo Dois, mencionei que seu destino abrange cada á rea da


sua vida de dentro para fora. Existem sete á reas principais com as quais
a maioria de nó s se identi ica:

Sua vida espiritual — isto inclui suas crenças religiosas; o papel da fé em


sua vida; a crença de que sua vida não tem a ver apenas com você, mas tem
um significado maior.

Sua vida vocacional — isto fala do seu trabalho; aspirações profissionais;


plano de carreira; vida intelectual e empenhos educacionais, incluindo o
treinamento e tutoria que ajudam a te equipar.
Sua vida psicológica — estão incluídos seu estado mental, incluindo função
cognitiva e conduta emocional; seus padrões de pensamentos; seus
humores e predisposições e o efeito combinado deste na sua vida de um
modo geral.

Sua vida familiar — inclui sua interação e papel na unidade da família, seu
sentido de herança familiar, seu compromisso com os entes queridos, sua
capacidade para intimidade e sua habilidade de integrar interesses
familiares com o restante da sua vida.
Sua vida social — esta área cobre o amplo espectro de sua vida relacional
e atividades não profissionais. Inclui tempo de qualidade gasto com os
amigos, namorando e cortejando, recreação, sua interação com os colegas
de trabalho e seu envolvimento nos círculos sociais e organizações.

Sua vida física — inclui o valor que você dá ao bem estar do seu corpo
físico; seu envolvimento em atividades físicas, incluindo sexo; suas
escolhas de estilo de vida, incluindo as escolhas alimentares e
condicionamento; e sua capacidade e condição física total.

Sua vida financeira — suas perspectivas sobre dinheiro, incluindo


quaisquer temores financeiros, crônicos gastos em excesso ou tendências de
acúmulo; seu poder de ganhar; seu gerenciamento de dinheiro e
planejamento financeiro; sua aproximação das finanças conjugal; suas
prioridades financeiras; suas doações de caridade e crenças sobre dízimos,
impostos e economia.

Assim como sabemos que determinados valores vem para o


primeiro plano em está gios diferentes das nossas vidas, també m
diferentes á reas da vida vê m para o primeiro plano em estaçõ es
variadas. Uma vida bem integrada abraça todas as sete á reas, em
concentraçõ es variadas conforme nossas necessidades de mudança
exijam.

CAPACITAÇÃO É UM “TRABALHO INTERNO”

Ao longo da sua vida, é prová vel que você tenha sido capacitado
por outros — pais, professores, seu cô njuge — em um ponto ou outro.
Seus pais talvez tenha te ensinado a ser persistente, honesto e proativo.
Um professor em particular talvez tenha con irmado um dom em
especial e te encorajado a desenvolvê -lo. Seu cô njuge talvez tenha te
apoiado em determinado intento oferecendo ajuda ou tornando seu
fardo mais leve em casa.
Ser capacitado nestas maneiras é ser assistido ao longo da sua
trajetó ria de destino. Contudo, sua trajetó ria de destino existe
independente do grau em que outros apoiam ou cooperam com ele. Em
aná lise inal, sua capacitaçã o tem mais a ver com você do que com eles.
Capacitaçã o é um trabalho interior. Você é capacitado quando
seus valores interiores e crité rios essenciais estã o conectados com
seus sonhos externos, alvos, objetivos e resultados pelos quais você
anseia e foi criado para obter. Você já conhece quais sã o os valores,
alvos, sonhos e objetivos. (Exploraremos os resultados mais adiante
neste capı́tulo). Mas, quais sã o seus critérios essenciais?
De forma rá pida, seus crité rios essenciais sã o desejos, intentos e
paixõ es relacionados a seu sonho. Suponhamos que você tenha
explorado de forma consciente e aplicado as chaves que discutimos até
aqui, seus desejos estã o alinhados com seu propó sito e seus valores,
porque eles sã o desejos de destino. Portanto, eles inspiram em lugar de
trazer sofrimento. (A chave é estar consciente de seus desejos e ter
certeza que eles nã o sã o “emprestados” de algué m que você queira
imitar ou impostos por algué m que você procura agradar).
Seu intento é “a direçã o consciente de seus esforços em direçã o a
um alvo ou objetivo especı́ ico”.1 E a diferença entre simplesmente
desejar algo e se comprometer a obter ou realizar. O intento vai te
ajudar a saltar os obstá culos e permanecer no curso quando o
desâ nimo ou di iculdades obstruı́rem seu caminho.
Suas paixõ es sã o vistas na busca e atividades que te fazem sentir
vivo. Elas te estimulam, despertam para agir e revelam o que te motiva.
Sejam causas polı́ticas ou humanitá rias, compor mú sica ou
contabilidade, suas paixõ es sã o pistas para seu có digo de destino.

A VIDA CONSCIENTE, CAPACITADA

Quando você conecta seus valores interiores e crité rios essenciais


com as coisas que está buscando “lá fora”, é capacitado a viver de forma
completa, profunda e em harmonia com seu destino. Este é um estado
de ser consciente; na verdade, ser capacitado é viver completamente
consciente destes elementos e de todos os aspectos de destino
revelado.
Imagine este cená rio: o seu sonho de vida é ensinar alunos de
primeiro grau. Está claro na sua histó ria que seus crité rios essenciais
estã o em alinhamento com seu sonho: você deseja entrar nessa
pro issã o há muito tempo. Você tem paixã o pelo desenvolvimento e
sucesso de jovens. Nã o há dú vidas sobre seu intento de servi-los: você
tem se destacado na sua pró pria educaçã o e saltado atravé s dos arcos
necessá rios para conseguir a sua certi icaçã o.
Seus valores essenciais també m estã o se alinhando: identidade,
realizaçã o, intimidade, diversã o e criatividade, busca por signi icado,
compaixã o e contribuiçã o — todos estã o trabalhando juntos na sala de
aula e até em seu tempo de preparo para dar fruto que seja produzido
pelos que vivem em harmonia com seus destinos. Você tem facilidade
para interagir e está tendo um impacto positivo sobre os jovens
con iados a você . Eles gostam muito de estar em sua classe; se
sobressaem nas maté rias que você ensina; os que antes nã o tinham
con iança estã o se tornando autocon iantes. Enquanto seus alunos
prosperam nos estudos, você está colhendo os benefı́cios de realizaçã o
de destino. Você está inspirado e alegre, e se tornando mais inovador
com o passar dos anos. A sua consciê ncia é elevada e você se sente
completamente vivo.
Você está capacitado.
Qual o oposto de capacitaçã o? E viver no piloto automá tico,
dirigido pela mente inconsciente e sucumbido pelos pensamentos,
tendê ncias e atitudes que operam no segundo plano da funçã o mental e
emocional.
Considere um segundo cená rio: seus crité rios essenciais estã o
alinhados assim como estavam no primeiro exemplo. Mas agora, falta a
facilidade em sua interaçã o. Um medo de rejeiçã o inconsciente está te
impedindo de ser autê ntico na sala de aula. Você está cauteloso. Em vez
de se sobressair, você está agindo mecanicamente, com medo de
compartilhar a si mesmo com os alunos. Você se esquiva do valor
essencial de intimidade porque se sente vulnerá vel a ferida emocional.
Fica preocupado que a sala cheia de pré -adolescentes veja quem você é .
De certa forma, teme que eles o julguem ou o ridicularizem. Fica
preocupado que, se eles o izerem sua carreira terminará . Entã o você se
autoprotege: em vez de envolver seus alunos, inconscientemente cria
um abismo que reprime interaçã o genuı́na e di iculta o aprendizado. O
tempo todo você está no piloto automá tico, desconhece a verdadeira
causa do transtorno em sua sala de aula.
Em parte porque desconhecemos a atividade destes “programas”
inconscientes, eles estã o livres para nos controlar por omissã o. Eles
minam nossos melhores esforços ou os abortam completamente.
Manté m-nos de forma subliminar preocupados com tudo que é contra
produtivo: nossas inseguranças, sentimento de inadequaçã o e outras
perspectivas baseadas no medo. Eles nos cegam quanto aos nossos
comportamentos. Essas omissõ es nos cegam para a visã o maior da vida
e nos unem a resultados desalinhados e desfavorá veis.
Felizmente, podemos escolher viver a vida consciente de forma
completa. (A Parte I deste livro é dedicada a esta causa!). Quanto mais
aprendemos sobre nó s mesmos (com todas as suas imperfeiçõ es),
melhor entendemos nosso propó sito. Quanto mais cedo abraçamos a
promessa de cumprimento de destino consciente, mais capacitados nos
tornamos.
TABELA 6

Verificação de Capacitação

Até que ponto você se sente capacitado de


dentro para fora? Até que ponto você busca
outros para te capacitar?

SUA HISTÓRIA DE VIDA

Em qualquer momento, você é a soma total de cada pensamento


que já teve, cada palavra que já falou, cada emoçã o que já sentiu e cada
açã o que já fez. Quem você é hoje está entrelaçado com sua histó ria de
vida até este ponto.
Sua histó ria de vida é ú nica; nã o pode ser duplicada. Nem pode
ser desfeita; as partes da sua histó ria de vida que já estã o escritas sã o
histó ria. Se você está vivendo seus sonhos, entusiasmado com seu
trabalho, abençoado com sua famı́lia e voando alto inanceiramente,
você provavelmente está bem com a ideia de que sua histó ria de vida
nã o pode ser apagada. Mas, se a vida nã o saiu tã o bem quanto esperava,
se você se arrepende de suas escolhas ou se sente estagnado, o
pensamento de uma histó ria de vida indelé vel talvez soe como má s
notı́cias.
Nã o é . Você está respirando; portanto, a versã o atual de sua
histó ria de vida nã o é o esboço inal. Você ainda tem espaço ilimitado
para crescer. Contudo entenda isso: seu potencial má ximo de
crescimento nã o é realizado quando você ignora ou nega sua histó ria
de vida; é realizado quando você o possui.
Como você possui sua histó ria de vida? Começa entendendo os
fracassos e decepçõ es da vida. Qualquer um que tenha tomado posse da
sua histó ria de vida o fez enfrentando os fantasmas do passado. Você
nã o pode possuir o que se recusa a considerar. Em vez disso, você tem
que examiná -lo; reconhecer sua condiçã o e cavar por baixo das ruı́nas
para encontrar o signi icado, propó sito e valor nele.
Você faz isso fazendo as seguintes perguntas difı́ceis:
O que posso tirar desta experiê ncia?
Quais tendê ncias negativas continuam lorescendo e o
que elas me dizem?
Quais padrõ es de pensamentos, traços e tendê ncias
preciso levar adiante e quais preciso deixar para trá s?
Uma vez que tenha enfrentado a verdade honestamente, pode
liberar sua histó ria de vida do controle mortal do arrependimento e
mover-se adiante sem a bagagem de tantas notı́cias velhas. Isto é
capacitaçã o no que se relaciona com o que veio antes. E somente apó s
ter feito a si mesmo as perguntas difı́ceis, que você está pronto para o
cumprimento de destino. Sejamos realistas, sua histó ria de vida tem um
impacto profundo sobre onde você está agora. Nã o há como se livrar
deste fato. Você pode arrastá -lo debaixo de camadas de disfarce, culpa e
ó dio a si mesmo ou pode possuı́-lo, deixar ir e seguir em frente.
Quando você possui sua histó ria de vida desta maneira, está
escolhendo o caminho da graça — reconhecendo os altos e baixos e
erros e acertos, e aceitando-os como parte da vida. O ato de tomar
posse estabelece sua histó ria de vida como pertencendo a algo maior e
mais contextual — sua histó ria pessoal, um testemunho para sua vida
em toda a sua plenitude e luidez. No volume da sua histó ria pessoal,
cada pá gina, por mais dolorosa que possa ser, é signi icativa.
Quando toma posse da sua histó ria de vida, você a torna vá lida
com base em seu valor inerente como ser humano. Ela se torna uma
declaraçã o de seu comprometimento, uma a irmaçã o de que você está
capacitado. Quando sua histó ria de vida faz parte da sua histó ria
pessoal, “ela se torna uma força poderosa de motivaçã o para te
impulsionar a nı́veis maiores do seu destino”.2

COMPREENDA SUA HISTÓRIA PESSOAL


Sua histó ria pessoal é composta de certas constantes que
permanecem mesmo quando as estaçõ es da sua vida mudam. Estes
aspectos contı́nuos da vida operam em conexã o, sequê ncia e sucessã o
ininterruptas atravé s dos anos. Semelhante aos valores essenciais que
estã o presentes em combinaçõ es variá veis ao longo da sua vida, estas
constantes — sejam quais forem suas sequê ncias ou ê nfases —
permanecem interconectadas. Elas estã o presentes em suas primeiras
memó rias; sempre estiveram lá independentes das circunstâ ncias.
Estas caracterı́sticas duradouras proporcionam um sentido de
forte conexã o, tanto para o seu passado como para seu futuro. Elas dã o
suporte a uma vida que está enraizada. Produzem segurança, uma
con iança que nã o importa o que acontecer, você estará irme. Por
exemplo, se você cresceu em uma famı́lia grande, amá vel, pode sempre
recordar tendo seus entes queridos ao seu redor quando mais
precisava. Con ia no fato que, mesmo enquanto cresce na vida adulta,
seus queridos te apoiarã o nos altos e baixos da vida. Com o passar dos
anos, talvez você tenha sua pró pria famı́lia, expandindo esta base de
apoio e interaçã o. Mesmo quando os mais idosos da famı́lia transferem
a cena, a constante de suporte familiar permanece.
Parte da sua histó ria pessoal é mais lexı́vel: certos
relacionamentos vê m e vã o; lugares mudam; sistemas de crenças
evoluem; ocorrem perdas; ganhos sã o obtidos; algumas buscas seguem
seu curso e novas se iniciam. Estas mudanças sã o parte das transiçõ es
da vida de uma estaçã o para a pró xima. Fraldas, casas de bonecas, casas
e descriçõ es de cargos — todos sã o assuntos que mudam no curso
normal de amadurecimento.
Sua saı́da do ú tero foi a primeira de muitas transiçõ es; sua reaçã o
foi chorar veementemente. As transiçõ es nem sempre sã o prazerosas;
contudo, mesmo quando a mudança parece desfavorá vel ou
de initivamente indesejá vel, abre portas para novas estruturas e
possibilidades. Estas novas estruturas podem ser internas; podem ser
mudanças positivas em seu sistema de crenças que abrem caminho
para percepçõ es novas. Ou, podem ser novos campos de oportunidades
(ou mesmo uma nova consciê ncia de oportunidades já existentes).
Flexibilidade é a pró pria natureza destas mudanças. Dinâ micas
novas acompanham transiçõ es. Elas nos lançam para fora da letargia e
alargam nossas capacidades. Começamos a repensar ideias antigas ou
descartá -las totalmente; aumentamos nossa resistê ncia emocional e
nos tornamos mais perseverantes; reavaliamos nossa arriscada aversã o
e falta de disposiçã o para viver de forma mais livre.
O medo de mudança tipicamente se torna ó bvio durante os
tempos de transiçã o. Este medo tem afetado os seres humanos por toda
a histó ria. Ouça o que D.H. Lawrence diz sobre a resposta humana a
mudança:
O mundo teme uma nova experiência mais do que qualquer coisa. Pois uma
nova experiência desloca muitas experiências antigas. É como tentar usar
os músculos que talvez nunca tenham sido usados ou que estavam
enrijecidos por muito tempo. Dói terrivelmente.
O mundo não tem medo de uma ideia nova. Ele pode por de lado qualquer
ideia. Mas não pode por de lado uma verdadeira experiência. Só pode se
esquivar.3

A histó ria registra nossa falta de con iança em novas


experiê ncias. Em parte, esta resistê ncia se origina de nossa busca sem
im por signi icado. Nos primeiros dias da Igreja cristã , em uma grande
reuniã o nos Dia de Pentecostes, as pessoas começaram a falar em
linguagens que nã o conheciam. Outros reconheceram o som de suas
lı́nguas nativas faladas por estes “forasteiros” e icaram confundidos.
Alguns atribuı́ram a estranha ocorrê ncia à embriaguez. Esta
desconsiderada aproximaçã o nã o é surpresa. Era uma nova
experiê ncia que nã o podia ser explicada por meios naturais;
naturalmente atraiu ceticismo. Uma vez que a experiê ncia foi explicada
para satisfazer a multidã o, milhares prontamente a abraçaram.4
Poré m, nem todos.
Novas experiê ncias desa iam nossos paradigmas e muitas vezes
violam o baluarte de resistê ncia. Elas abrem nossa visã o para novas
perspectivas que sã o fundamentais para o processo de revelaçã o de
destino.

MUDANÇA DE ESTAÇÕES
Nã o importa quem você é , sua vida é marcada pelas estaçõ es.
Algumas estaçõ es sã o alegres, divertidas e revigorantes. Outras provam
a alma, esgotam a vitalidade e te deixa questionando o signi icado da
vida. Nã o importa a estaçã o ou o que ela trá s, ela tem o poder de criar
novas “fagulhas” e liberar potencial nã o visto. Estas fagulhas sã o
essenciais para revelar destino.
Algumas estaçõ es estã o relacionadas com a idade; sã o marcadas
pelo processo de maturidade da vida. Outras sã o introduzidas por uma
variedade de mudanças da vida: um novo casamento, carreira, o inı́cio
da sua famı́lia. Seja qual for a razã o para a nova estaçã o, ela tocará
todas as sete á reas da vida discutidas no inı́cio deste capı́tulo.
No nı́vel mais fundamental, existem dois tipos de estaçõ es:
estações estáveis (ou constantes) e estações de mudança. Todos nó s
podemos encontrar exemplos de estaçõ es está vel em nossas vidas nas
quais certos aspectos da vida se tornam previsı́veis e sã o
relativamente fá ceis de lidar.
Para alguns, a aposentadoria é uma estaçã o está vel: as rotinas sã o
aderidas mais facilmente e estã o de modo mais irme, debaixo do
controle do aposentado; nã o há mais relocaçõ es de trabalho, mudança
de posiçõ es e novos chefes estã o no passado. Contudo, a estabilidade da
estaçã o nã o é determinada pelo nı́vel de atividade. E determinada pela
relativa falta de luxo e consciê ncia de que as condiçõ es da vida sã o pelo
menos, temporariamente con iá veis.
Estaçõ es de mudanças sã o bem diferentes. Elas desa iam o status
quo e nos forçam a testar nossas perspectivas e crenças sobre como a
vida funciona. Os novos pais sabem tudo sobre mudanças. Quando o
primeiro ilho vem para casa, a casa é permanentemente reordenada:
horá rios mudam; o sono ica escasso; viagens curtas de ú ltima hora sã o
mais difı́ceis de realizar. De repente, o marido e a esposa estã o focados
em mais do que seus pró prios desejos.
Mudanças sazonais sempre te custam alguma coisa — conforto,
famı́lia, rotinas previsı́veis, a concepçã o de segurança. Contudo, elas
sempre te dã o algo ainda mais valioso, em outras palavras, uma
oportunidade para crescer. Antes de continuarmos, pare um momento
para considerar sua estaçã o atual. Use as perguntas da Figura 3 para
explorar e avaliar exatamente onde você está neste momento em sua
vida.
Como já mencionado, algumas razõ es estã o diretamente ligadas à
idade. Muitas caracterı́sticas desta estaçã o sã o experimentadas
universalmente. Por exemplo: os que estã o na adolescê ncia e na faixa
dos vinte estã o tipicamente preocupados em explorar, experimentar e
descobrir quem sã o eles à parte dos outros.
Esta busca interior tem marcado esta faixa etá ria geraçã o apó s
geraçã o. Isso para nã o dizer que as experiê ncias de todos nesta faixa
etá ria sã o idê nticas. Alguns na faixa dos vinte e poucos anos tê m um
visã o bem clara dos seus propó sitos de vida. Para outros, a imagem nã o
está tã o bem de inida. Apesar do progresso individual, a formaçã o de
um claro sentido de identidade permanece sendo a busca comum desta
faixa etá ria.

FIGURA 3

O mesmo é verdade de dé cadas adiante. Quer você esteja na faixa


dos vinte, trinta ou oitenta anos, está experimentando algumas marcas
de transiçã o de idade comum a quase todas as pessoas. Na raiz de tudo
está a busca por signi icado.
TERMINE OS ASSUNTOS DA ESTAÇÃO

Como discutimos no capítulo 3, à s vezes evitamos a busca por


signi icado a im de evitar suas consequê ncias emocionais confusas.
Aqui está o perigo em adiar sua busca: quanto mais tempo varremos
nossas perguntas para debaixo do tapete de nosso fazer, mais
provavelmente lutaremos com nosso ser mais tarde.
Diante da crescente desorientaçã o, algo terá que ceder,
emocionalmente falando. Sentimentos confusos e con litantes podem
ser reprimidos somente por um tempo, antes que borbulhem para a
superfı́cie. A aproximaçã o mais saudá vel é lidar com os problemas
quando eles surgem e manter uma icha emocional limpa enquanto
você transita de uma estaçã o para outra.
Quer a busca por signi icado irrompa durante eventos
inesperados como divó rcio, perda de emprego ou doença catastró ica,
fracassar em limpar a icha emocional invariavelmente produz um
acú mulo de questõ es nã o resolvidas. Eu chamo este acú mulo de
“assuntos pendentes”. Sã o questõ es da sua histó ria de vida que nunca
foram abordadas ou resolvidas adequadamente.
Assuntos pendentes são rebarbas que se agarram a nível emocional e se
tornam uma irritação tão persistente que obscurece sua vista da visão
global da vida. Se você está “sobrecarregado” com rebarbas, não pode
estar totalmente presente ao momento chamado agora. E, quando o agora
escapa, seu futuro sofre.5
Na realidade, todos tê m assuntos pendentes escondidos no porã o
emocional. E todos experimentam perı́odos de incertezas gerados pelas
emoçõ es, mesmo tarde na vida. A chave para ultrapassar estas estaçõ es
é tratar as questõ es cedo e de forma completa. Seja a primeira ou a
quinta vez que o desa io surge, lide com ele. Tome posse e encontre o
mé rito na experiê ncia. Quer você se sinta pressionado a um tempo de
incertezas ou perdas resultantes de uma mudança de emprego, uma
relocaçã o inesperada, a morte de um ente querido ou um revé s
inanceiro, você pode ganhar novamente seu equilı́brio e seu ı́mpeto.
Se você tem o controle da situaçã o, você capacita a si mesmo para
recuperar e até compensar o tempo que achava que tinha perdido para
sempre.

O PODER DA ESCOLHA

Você gostaria de ter controle sobre tudo que possivelmente te


afeta? Obviamente, a pergunta é retó rica. Existem muitas coisas que
nã o podemos controlar. Você pode ensinar seus ilhos a fazerem a coisa
certa, mas eles irão errar. Você pode con iar segredos a outros, mas,
cedo ou tarde, algo que você queria que icasse em con idê ncia irá
vazar. E, já percebeu que, nã o importa quã o cuidadosamente você
invista, nã o pode controlar o mercado?
As vezes, como diz o ditado “coisas acontecem”. Mas, antes de
você assumir que é um pato sentado na mira da casualidade, deixe-me
lhe assegurar que nã o é . Você nã o pode controlar tudo que acontece,
mas pode controlar as escolhas que faz em resposta ao que acontece.
A verdade é que você está capacitado a dar forma a sua histó ria
pessoal pelas escolhas que faz. Nã o importa quã o bom ou ruim sejam os
eventos que você esteja experimentando neste momento, suas escolhas
determinarã o seus resultados inais.
Muitos de nó s lemos a frase anterior e experimentamos um curto
circuito entre as orelhas, porque para a maioria de nó s, há uma
disparidade evidente entre as escolhas que fazemos e os resultados
que alcançamos. Nó s lemos nossos diá rios vá rias vezes; icamos
acordados por noites tentando descobrir como fazendo a coisa “certa”
conduziu a resultados “errados”; suspiramos e nos perguntamos
quando as coisas irã o melhorar.
Relembre nosso cená rio do professor do nı́vel fundamental. Nosso
educador imaginá rio fez excelentes escolhas que garantiram preparo
para uma carreira de ensino estelar. Dedicado e apaixonado, nosso
professor parecia destinado ao sucesso.
Contudo, outras escolhas — escolhas inconscientes — minaram o
que deveria ter sido um resultado magnı́ ico. Movido pelo medo de
rejeiçã o, nosso imaginá rio professor estabeleceu um relacionamento
distante dos alunos. Embora esta decisã o e as decisõ es secundá rias
que surgiram a partir dela fossem feitas a um nı́vel inconsciente, elas
foram, todavia, escolhas funcionais. Conduziram a açõ es especı́ icas (a
retençã o de relacionamento de intimidade) projetadas para alcançar
resultados especı́ icos (vulnerabilidade reduzida à rejeiçã o).
A olho nu, nosso professor “fez tudo certo”. Contudo, escolhas
inconscientes escondidas no fundo do ponto cego do professor
produziram os resultados “errados”. Em vez de produzir uma zona
emocional segura para o educador, eles comprometeram o destino de
todos envolvidos.
Tais discrepâ ncias entre escolhas e resultados sã o frustrantes
precisamente porque sã o causadas por algo que nã o podemos ver: as
obras da mente inconsciente. As incontá veis escolhas inconscientes que
fazemos todos os dias estã o escondidas da vista; contudo sã o e icazes
para produzir resultados visı́veis. Com muita frequê ncia, sã o resultados
inesperados, indesejados que transmitem nossas crenças e valores nã o
expressos.
Você se lembra de quando falamos sobre maneiras nas quais
consciente ou inconscientemente nos descrevemos? Perguntei se você
se descreveria como sendo:
Capaz ou incapaz
Desejado ou nã o desejado
Querido ou nã o querido
Abençoado ou amaldiçoado
Digno ou indigno
Estas descriçõ es denotam as escolhas que izemos de identidade.
Embora estas perspectivas sejam, com frequê ncia, inconscientes nó s a
projetamos para os outros. Por exemplo: se me vejo como sendo nã o
desejado, sem dú vidas projetarei essa pessoa em meus
relacionamentos, virtualmente suplicando outros para me rejeitarem.
Em outras palavras, escolherei sem saber, interpretar um papel que
traga resultados que nunca escolheria experimentar de forma
consciente.
Pense sobre as responsabilidades que poderiam ser realizadas em
um casamento, famı́lia, local de trabalho. Você vê como coisas adversas
poderiam acontecer sem você ter a menor ideia do por quê ? Tome o
cená rio um pouco mais adiante: se você nunca percebesse suas
escolhas inconscientes, quantas vezes o cená rio talvez se repita e como
isso afetaria sua vida em geral?
A resposta é : poderosamente. Porque as escolhas inconscientes
estã o escondidas em nosso ponto cego, elas nos controlam. Por
desconhecermos nossas reaçõ es, açõ es e pensamentos inconscientes,
falhamos em reconhecer o papel que desempenhamos nos resultados
que experimentamos. Por ignorâ ncia, frustraçã o e autoproteçã o
acabamos tendo vidas inautê nticas, autojusti icá veis. A im de que
nossas circunstâ ncias tenham signi icado, usamos a informaçã o
comprometida que temos; portanto, culpamos outros, culpamos as
circunstâ ncias e até pais falecidos!
Lembre-se, viver de dentro para fora é viver uma vida
completamente consciente, capacitada. E um “trabalho interno” que
lida de frente com as questõ es e assuntos pendentes que de outra forma
perpetuariam nossas escolhas inconscientes e os resultados que
produzem.
Viver de dentro para fora é a base de destino revelado.

SUA PRÓXIMA ESCOLHA

Oh nã o! você exclama. “Estou condenado pelas escolhas que nem


sabia que tinha feito”.
Nem tanto. Você ainda nã o fez sua escolha inal! Sua pró xima
escolha é a que realmente conta — e você pode fazê -la
conscientemente.
E fato que sua histó ria de vida até este ponto já foi escrita. Poré m
você pode escolher neste momento tomar posse dela. Você pode fazer
do seu passado uma parte da sua histó ria pessoal — um volume rico,
texturizado, inspirador no qual cada pá gina é signi icativa!
NOTAS

Dr. Mark Chironna, Live Your Dream (Shippensburg, PA:Destiny Image,


2009), 48.
Mark J. Chironna, You Can Let Go Now (Nashville:Thomas Nelson, Inc.,
2004), 120.
Ezra Greenspan, Lindeth Vasey, and John Worthen, eds., The Cambridge
Edition of the Works of D.H. Lawrence(Cambridge, UK: Cambridge
University Press, 2003), 13,
http://books.google.com/books?
id=IHSM6SIGi1AC&pg=PA13&lpg=PA13&dq=the+world+fears+a+new+
experience+more+than+it+fears+anything&sourc90e=bl&ots=cHxIkhwGd
z&sig=GnB1OPNiv3Q1H0AVTBAc0-
uWUks&hl=en&ei=X_BYSsevMoL0sgOp3pieCQ&sa=X&oi=book_result
&ct=result&resnum=1
(acessado em 11 de julho de 2009).
Atos 2: 1-41.
Dr. Mark Chironna, Live Your Dream (Shippensburg, PA: Destiny Image,
2009), 66.
REVELE SEU DESTINO

Das sete á reas de vida discutidas, quais em sua opiniã o, estã o


mais desenvolvidas na sua vida? Quais você sente que estã o menos?

Quais sã o algumas das caracterı́sticas contı́nuas e ininterruptas


de sua vida que lhe dã o uma sensaçã o de conexã o ao passado e o
futuro?

Você já se conscientizou de algumas tendê ncias que provocaram


escolhas no passado? Como você pode icar mais capacitado nesta á rea?
CAPÍTULO 5
IDENTIDADE CRISTALINA

“Busque primeiro entender, e depois ser entendido”.


— Stephen Covey, Sete Hábitos de Adolescentes Altamente Eficazes

VOCE SE LEMBRA DA rotina do clá ssico Abbott e Costello, “Quem


está em primeiro?” No esquete, Costello pergunta a Abbott pelos nomes
dos jogadores de determinado time.

Abbott responde: “No time de St. Louis temos Quem está em


primeiro; O que está em segundo; Eu nã o sei está em terceiro — ”
Costello está perplexo. “Isso que quero descobrir. Quero que me diga os
nomes dos caras no time do St. Louis”.

“Estou-te dizendo — Quem está em primeiro; O que está em


segundo; Eu nã o sei está em terceiro — ”
“Você sabe os nomes dos caras?”
“Sim, Abbott falou impassivo”.
“Bem, entã o quem está jogando primeiro?”
“Sim”
“Quero dizer o nome do cara na primeira-base,” Costello suplicou.
“Quem”
“O cara que está jogando na primeira-base pelo St. Louis”.
Abbott faz sinal com a cabeça a irmativamente: “Quem”
“O cara na primeira-base!”
“Quem está na primeira-base”.
“Bem, o que você está me perguntado?” Costello suplica.
“Nã o estou te perguntado. Estou te dizendo. Quem está em
primeiro”.
“Estou te perguntado quem está em primeiro”.
“Esse é o nome do homem”, diz Abbott.
“Esse é o nome de quem?”
“Sim”. Abbott replica.1
Você entendeu a ideia. O absurdo da comunicaçã o faz a comé dia
eterna. Contudo, confusã o com a verdadeira identidade raramente é
engraçado. As perguntas Quem sou eu? e Quem sou eu em relação aos
outros? Sã o centrais para a busca humana por signi icado. Deixadas em
aberto, estas perguntas se tornam impedimentos in lexı́veis à
revelaçã o de destino.
Muita confusã o de identidade hoje está enraizada em ideias
equivocadas sobre o valor de ser e o valor de fazer. Desde a Segunda
Guerra Mundial, a performance tem emergido como a ê nfase principal
da sociedade ocidental. De forma simples, o que você faz e quã o bem
você faz superam seu valor inerente. Em vez de vivermos como seres
humanos, esforçamos para nos tornar fazedores humanos.
Nã o é surpresa que sejamos, com mais frequê ncia, julgados pelas
nossas conquistas, habilidades, competê ncia e educaçã o. Estas á reas de
performance sã o importantes; contudo, aplicá -las como padrõ es
ú ltimos de valor humano cria um desequilı́brio. No entanto
participamos delas e nos apresentamos arti icialmente a im de burlar o
sistema. De forma geral esperamos ser valorizados puramente com
base no que fazemos.
No nı́vel mais fundamental, estes padrõ es re letem nossas
predisposiçõ es culturais desde o meado do sé culo XX. Esta estrutura
para o valor humano tem diminuı́do a importâ ncia percebı́vel da nossa
essê ncia humana, que é a pró pria qualidade de ser. Por causa deste
desequilı́brio nos tornamos orientados por performance; buscamos
encontrar nossas identidades no que fazemos, em vez de descobrir o
que somos chamados a fazer baseado em quem somos.
Você pode começar a ver as rami icaçõ es desta diferença de
percepçã o. Ela nos afeta emocional, fı́sica e socialmente. O impulso para
a performance impacta nossos resultados pessoais, pro issionais e
familiares. A longo prazo, afeta nossa qualidade de vida: nosso bem
estar fı́sico e saú de mental podem icar comprometidos. Como
resultado, performance — a prioridade colocada em lugar errado, que
impulsionou o comportamento em primeiro lugar — se deteriora.
Restaurar o equilı́brio entre sua essê ncia e o que você faz é uma
das ideias principais deste livro. Esta ê nfase é forte porque recuperar
sua essê ncia como ser humano reabre um portal de destino para o
completamente humano, para o estado completamente vivo em que
você foi criado para habitar.
TABELA 7

Essência substantivo

A natureza bá sica, verdadeira e invariá vel


de uma coisa ou sua caracterı́stica individual
signi icante ou caracterı́sticas... [na] Filosofia. a
natureza interior, a verdadeira substâ ncia ou
constituiçã o de qualquer coisa, em oposiçã o ao
que é acidental, fenomenal, ilusó rio, etc.2

SUA MANEIRA DE SER

O desequilı́brio entre ser e fazer é uma tensã o pendente que


justapõ e sua maneira de ser com sua capacidade de performance. Esta
troca promove autodecepçã o e desvia a conduta de vida saudá vel. Sua
maneira de ser está diretamente ligada com sua essê ncia, e é a
revelaçã o progressiva de sua identidade autê ntica dada por Deus.
Envolve o processo tanto de ser como de se tornar.
Ser é o que deve vir naturalmente, mas qual é a importâ ncia de
“se tornar”? E esta: porque somos seres humanos e nã o fazedores
humanos, existe dentro de cada um de nó s um desejo de nos tornarmos
a pessoa que realmente somos — a pessoa que fomos criados para ser.
(Veremos mais adiante que isto é diferente de nos tornarmos algué m
que realmente nã o somos). Tornar envolve nosso poder de reconhecer
o que já está dentro de nó s, esperando para emergir. Esse emergir se
realiza quando os impedimentos para o desenvolvimento e aceitaçã o
de identidade autê ntica sã o removidos.
Este processo é contı́nuo. Atravé s dele descobrimos quem somos
aparte das percepçõ es de outros. (Isto é semelhante ao conceito de
individualizaçã o de Jung).3 Este processo envolve nossa integraçã o
espiritual e psicoló gica; é o curso de se tornar inteiro atravé s da honra
a muitas partes de si mesmo e restaurando-as ao alinhamento.
Esta inteireza, em troca nos capacita a trazer singularidade
irrestrita a experiê ncia de viver. Quando este processo lui livremente,
outros sã o capazes de tirar forças de quem nó s somos. Encorajar o
surgimento de nossas pró prias identidades autê nticas encoraja outros
a se tornarem as pessoas que nasceram para ser.
Considere este capı́tulo como um convite pessoal para emergir em
toda gló ria de sua individualidade e recuperar sua maneira de ser.

SER...FAZER...TER E SUA IMITAÇÃO

Ser versus fazer. Os dois nã o sã o mutuamente exclusivos; quando


a identidade é clara, o fazer decorre do ser. As coisas que você faz sã o
projetadas para luir de um entendimento da pessoa que você foi criada
para ser. Isto leva-nos de volta ao nosso có digo de destino. E a perfeita
representaçã o de seu potencial e inclui os detalhes do propó sito para o
qual você foi criado. O seu có digo de destino sustenta a sua funçã o
como um ser humano em primeiro lugar.
Isso nã o quer dizer que você foi projetado para fazer nada; você
foi criado para fazer as coisas que sustentam a revelaçã o de seu
destino. Nem signi ica que tudo que você faz trata estritamente da sua
vida; aspectos do seu destino revelado ajudam despertar o destino
revelado de outros. O fato é que quando seu fazer luir de forma
consistente a partir do seu ser, você descobrirá que pode ser, fazer e ter
tudo que imagina e mais.
A ordem destes trê s verbos é especı́ ica:
Ser...
Fazer...
Ter...
Contudo, nas ú ltimas trê s geraçõ es, a mensagem inconsciente tem
sido: fazer... ter...ser. A má interpretaçã o começa aqui: se você atua bem,
terá o que deseja (isto é : dinheiro, um companheiro, ó timas “coisas”,
boa saú de, ilhos maravilhosos). O.K. Isso faz sentido prá tico, mas segue
o corolá rio: Se você tem o que deseja, vai se tornar a pessoa que quer
ser ou que acredita que deve ser. Você vê a falá cia? (Isto te faz lembrar
Elise, que tentava ser a ideia que outros tinham de Elise?)
Embora a má interpretaçã o pareça sutil, as implicaçõ es sã o
profundas. Um abismo se abre entre os resultados que desejamos e os
que experimentamos porque passamos nossas vidas tentando ser
algué m mais. Tentamos nos transformar em personagens ictı́cios que
acreditamos sã o capazes de atuar melhor que nó s e mais merecedores
de colher recompensas futuras. Em outras palavras, levantamos todos
os dias acreditando que “onde estamos” (e por implicaçã o, quem
somos) nã o conta.
Esta abordagem produz uma sensaçã o crô nica de baixo
desempenho que é baseado em um alvo inalcançá vel, sempre se
movendo. Ele causa a erosã o do traço de autoestima (sua estima
pró pria favorá vel) e impede o desenvolvimento da habilidade de
autoestima (a capacidade para conciliar com precisã o suas emoçõ es,
quando elas se relacionam com seu valor inerente como ser humano).
Uma vez que sua autoestima esteja minada, seu valor pró prio é
necessariamente diminuı́do. Pior ainda, o ciclo está se auto
perpetuando, porque a desempenho se torna o ú nico padrã o de
automediçã o. Como resultado, autoestima e valor pró prio estã o
continuamente depreciados.
O modelo fazer...ter...ser també m nos cega para nossa necessidade
de a irmaçã o autê ntica, que inclui nã o só a irmaçã o para o que
fazemos, mas també m para a essê ncia de quem somos. Esta dualidade
é obscurecida em uma sociedade orientada pelo desempenho.
Considere a pergunta que geralmente fazemos as crianças: O que você
quer ser quando crescer? A implicaçã o é marcante: Se você for à escola,
dominar suas maté rias e atuar bem, eventualmente se tornará
“algué m”. Por agora, você é “ningué m”.
Há outra consequê ncia de ser orientado pelo desempenho: assim
como somos treinados para julgar a nó s mesmos contra os padrõ es
inapropriados e enganosos, aprendemos julgar outros da mesma
maneira. Aplicamos ró tulos contundentes — palavras que criam
barreiras emocionais para a revelaçã o de destino. Este processo é
chamado julgamento de valor. Falaremos mais sobre ele no pró ximo
capı́tulo.
MANEIRA DE SER E IDENTIDADE AUTÊNTICA

O modelo fazer..ter...ser é a abordagem roda de hamster para o que


você acha que quer. Contanto que mantenha a roda girando, você se
sente muito bem acerca de si mesmo. Poré m, se você se permite uma
perspectiva fora da roda, descobrirá que seus esforços exaustivos estã o
te levando a lugar algum. Na verdade, seu trabalho á rduo vai te
conduzir para longe dos seus sonhos.
A abordagem roda de hamster é alimentada por conceitos
equivocados sobre identidade. O passo frené tico é uma tentativa inú til
de levantar a autoestima e in lar o sentido moroso de autovalor. Os que
entendem suas identidades autê nticas, e no ı́ntimo sabem que sã o, nã o
se sobrecarregam de atividades inú teis. Pelo contrá rio, eles fazem as
coisas da forma mais natural. Usam os dons dados por Deus; portanto, o
bom desempenho é natural. E uma consequê ncia natural de sua
maneira de ser. Eles nã o estã o tentando provar seu valor; em vez disso,
sã o livres para se tornarem tudo que nasceram para ser — sem
estresse, con lito, agitaçã o ou medo de incompetê ncia.

Sua Identidade Autêntica


Este é seu verdadeiro eu, o “eu genuíno” livre de
todas as máscaras, dissimulação e falsa projeção.
Sua iden dade autên ca revela sua singularidade
dada por Deus e respalda seu des no dado por
Deus.4

Com um sentido claro de identidade, você nã o somente age de


forma natural, mas també m ica a vontade com sua maneira de ser. Em
vez de lutar para esconder defeitos percebı́veis, você deixa o juı́zo de
valores, que talvez de outra maneira cobrasse de si mesmo. Está livre
para ver a si mesmo objetivamente; entende que apesar de suas falhas,
você é capaz, inteligente, competente e equipado para um propó sito
ú nico. Porque sua visã o de si mesmo está se a irmando, você se
desenvolve mais completamente; aumenta suas capacidades e melhora
seu desempenho, nã o atravé s de trabalho á rduo acrescentado, mas
atravé s da inteireza e da produtividade que ele produz.
Quando você vira o foco para sua maneira de ser em vez de fazer,
começa a reconhecer seu antigo apego a seus comportamentos. Até
que abandone sua necessidade de atuar, você nã o pode saber em
essê ncia quem você é . Seu apego à identidade baseada no desempenho
continuará a obscurecer sua essê ncia.
TABELA 8

Verificação de Identidade
Faça a si mesmo esta pergunta simples:
quando foi a ú ltima vez que me senti seguro
sendo eu mesmo?
Descreva o grau no qual você se sente
seguro sendo você mesmo (isto é , nunca,
raramente, ocasionalmente, normalmente,
sempre). De que maneira sua resposta
demonstra aceitaçã o ou falta de aceitaçã o do
verdadeiro você ?

AFIRMAÇÃO NECESSÁRIA

Afirmação é outra palavra popular no dicioná rio moderno.


Quando você a irma algué m faz declaraçõ es positivas sobre ele;
con irma seu valor; o defende e apoia; promove cura e inteireza. Na sua
raiz, a palavra afirmar tem a ver com fazer irme ou dar força. Isto faz
sentido, pois palavras criam emoçõ es ou sentimentos; portanto,
palavras de a irmaçã o fortalecem outros e sustenta o sentido de si
mesmo.
TABELA 9

afirmar verbo
Declarar ou a irmar positivamente;
manter a verdade
Con irmar ou rati icar
A irmar solenemente
Expressar concordâ ncia com ou
compromisso com; defender; apoiar5

As palavras també m podem degradar ou enfermar outros.


Enfermar é diminuir as forças e promover fragmentaçã o do eu.
Podemos enfermar as pessoas com nossas palavras. Em grande
escala, uma sociedade pode icar enferma atravé s de palavras e do
poder de sugestã o emitido pela mı́dia, propaganda e pela indú stria do
entretenimento. Este processo de enfermidade comunica uma
mensagem subliminar de amor condicional. Entendemos até mesmo de
forma inconsciente que, se atuarmos bem seremos aceitos e amados;
contudo se atuarmos mal, o amor e a a irmaçã o serã o negados.
Por outro lado, receber a irmaçã o por sua essê ncia e nã o pelo seu
desempenho é um aspecto de capacitaçã o de amor incondicional.
Quando você está seguro de quem você é , nã o será facilmente afetado
quando seu desempenho escorregar. Você está seguro sabendo que sua
identidade nã o é de inida pelos seus comportamentos. Seus
comportamentos sã o o que você faz, nã o quem você é .
A irmaçã o també m cria um sentido saudá vel de autoestima e
segurança. Porque você está seguro, está livre para ser transparente.
Essa transparê ncia por sua vez permite um relacionamento de
intimidade, que gera adicional a irmaçã o e a capacidade aumentada
para dar a outros o dom de a irmaçã o que você já recebeu.
Pense por um momento sobre os relacionamentos em sua vida
pro issional e pessoal. Quem sã o as pessoas com quem você se sente a
vontade para abaixar sua guarda? E o colega de trabalho crı́tico que
toma cada oportunidade para diminuir seu talento? Provavelmente nã o.
Mesmo se você estiver seguro o bastante interiormente de que sua
autoestima nã o sobe ou desce sob as palavras de um detrator, é
prová vel que estabeleça limites mais cuidadosos quando lidar com tais
indivı́duos.
Contudo, quando você está na companhia de um amigo que o
a irma, ica mais transparente e aberto a interaçã o. As paredes da
autoproteçã o caem, a comunicaçã o é aberta e a a irmaçã o lui
livremente — para você e de você para com os outros.
A irmaçã o é de verdade um dom que deve ser tanto dado como
recebido. Minha oraçã o é que algué m te dê esse dom (quanto mais cedo
e mais frequente melhor). Mas, e se os que deveriam ter te a irmado
fracassaram? Como você responde a negaçã o de a irmaçã o?
Por favor, entenda que se a a irmaçã o foi retida durante sua
infâ ncia, você sentiu a dor, mas nã o foi capaz de fazer sentido racional
dela. Algumas dessas dores nã o resolvidas permanecem com você na
sua vida adulta, muito prová vel a nı́vel inconsciente o qual você pode
recusar senti-la de forma consciente. Entretanto, até que esteja
disposto a sentir a dor, nã o será capaz de curá -la.
Permita que sua dor suba a superfı́cie. Ao fazê -lo lembre-se que,
com muita frequê ncia, os que nos negam a irmaçã o o fazem por uma
razã o: eles pró prios receberam pouca a irmaçã o. Reconheça o mal que
lhe izeram; entã o escolha perdoar. Nã o fazer isso é tanto reter você
como o ofensor em prisã o emocional.
Uma palavra final sobre o dom de afirmação: é um dom que você recebe
de outros, mas é também um dom que você dá a si mesmo. Toda vez que
você abraça seu ser, sua essência, sua iden dade autên ca, você afirma
(acrescenta força a) a si mesmo.
TABELA 10

Verificação de Afirmação
Uma pergunta simples pode revelar muito sobre o
grau de afirmação que você recebeu no início da
vida. Pergunte-se: quando foi a primeira vez (ou
qualquer outra) que recebi afirmação, não por
algo que fiz, mas pela minha essência?
Descreva sua experiê ncia.

DÉFICITE DE AFIRMAÇÃO DA SOCIEDADE


A verdade é que quase nenhum de nó s recebeu a irmaçã o
adequada pelo que somos. Esta “enfermidade” da sociedade está
enraizada na cultura de desempenho, que é em grande parte, um
produto do humanismo secular, “...uma consequê ncia do racionalismo
iluminista do sé culo XVIII e do pensamento livre do sé culo XIX...6
Os dogmas do humanismo foram declarados em uma sé rie de
Manifestos Humanistas, o primeiro deles foi publicado em 1933. No im
da Segunda Guerra Mundial, o humanismo secular tinha se tornado a
iloso ia Ocidental dominante.
TABELA 11

humanismo substantivo

Uma doutrina, atitude ou modo de vida


centralizado nos interesses ou valores
humanos; principalmente uma iloso ia que
normalmente rejeita a sobrenaturalidade e
enfatiza dignidade e valor individual e a
capacidade de autorrealizaçã o atravé s da
razã o.7

TABELA 12

humanismo secular substantivo

Humanismo; principalmente iloso ia


humanista vista como uma religiã o nã o ateı́sta
hostil à religiã o tradicional. 8
O humanismo secular busca com ostentaçã o desenvolver e
promover o indivı́duo e seu potencial humano. Faz isso em parte
estabelecendo o relativismo, a crença que absolutos nã o existem e que,
portanto, decisõ es podem ser tomadas com base em situaçõ es. Em
outras palavras, a escolha certa é aquela que é resolvida em
determinada situaçã o (a de iniçã o de certo sendo inteiramente
subjetivo e maleá vel, conforme as situaçõ es).
Ao elevar o esforço humano, as situaçõ es é ticas e colocar a ciê ncia
no nı́vel de autoridade inal, o humanismo cria um ambiente no qual a
a irmaçã o da essê ncia é retida, a identidade autê ntica minada e o
impulso para o desempenho e até mesmo para se aperfeiçoar é
perpetuado.
E fá cil ver por que a sociedade moderna nã o pode oferecer amor
incondicional. Em vez disso, ela elogia o que fazemos antes de a irmar
quem somos. Embora os educadores trabalhem duro, ajudem os
estudantes a terem sucesso e sirvam como poderosos mentores, a
iloso ia secular humanista primordial reforça o dé icit de a irmaçã o da
sociedade. Treinamos os estudantes para provarem a si mesmos com
base em suas açõ es em lugar de nos dirigirmos a suas maneiras de ser.
Inadvertidamente negligenciamos a conexã o do indivı́duo com seus
aspectos internos de revelaçã o de destino.
Neste contexto, podemos també m entender por que nos sentimos
desconfortá veis quando outros a irmam nossa essê ncia. Simplesmente
nã o estamos acostumados a ser a irmados desta maneira; isso expõ e
nossas crenças inconscientes e temores enraizados de que o amor
incondicional nã o está disponı́vel. A irmaçã o de essê ncia també m tende
a parecer “piegas”. Emocionalmente falando, ela nos desarma e parece
ser tudo, menos fortalecimento. Ainda mais ameaçador, talvez, seja o
fato de que a irmaçã o genuı́na corta por baixo de nossas má scaras de
proteçã o e abaixa nossas barras de proteçã o emocional.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE IDENTIDADE

Você já se perguntou: Quando foi a última vez que me senti seguro
sendo eu mesmo? Se você nunca se sentiu seguro sendo você mesmo,
talvez seja por que você nã o sabe quem realmente você é . Mas, nã o se
desespere; este mal é curá vel!
Estamos falando do assunto por razõ es muito importantes.
Primeiro, até que sua identidade autê ntica seja reconhecida seu destino
estará atolado em algum lugar entre seu coraçã o e sua cabeça. Em
outras palavras, seus sonhos e desejos conscientes serã o sabotados por
suas tendê ncias inconscientes.
Em segundo lugar, você estará propenso a projetar falsas imagens
de si mesmo a im de se proteger contra as possibilidades de rejeiçã o.
(Isso é o que quero dizer quando me re iro ao uso de má scaras.) Falsas
imagens impedem movimentos irmes adiante, pois elas minam
propó sito e evitam intimidade de relacionamento. Em certo sentido,
estas má scaras sã o caminhos para uma vida paralela insustentá vel; no
im elas fracassam em proteger e somente te conduzem para longe de
seu destino.
Em terceiro lugar, confusã o de identidade nos faz buscar
segurança em maneiras contraproducentes. Em vez de abraçarmos os
que nos capacitariam com verdade (sobre nó s mesmos, nossos
pensamentos, empenhos), abraçamos os que nos apaziguam.
Protegemo-nos temporariamente na negaçã o, ela nos capacita a adiar a
necessidade de mudança vivendo no que sã o basicamente ilusõ es. Em
vez de encontrarmos segurança, experimentamos danos maiores para o
nosso bem estar, interesses pró prios e resultados de vida.
Antes de aprofundarmos mais adiante em autoimagem falsa,
refresquemos nossa memó ria em trê s termos chaves que tratamos na
introduçã o.
TABELA 13

ELEMENTOS DE DEFINIÇÃO DECLARAÇÃO


IDENTIDADE

Sua avaliação global Sou hispânica,


de quem você se casada, mãe de três
considera ser. Um tipo filhos e professora:
Autoconceito de lista de afazeres da sou uma pessoa
visão global que cobre atlética que corre
detalhes como seu maratona todo ano.
papel na sociedade, Sou bem sucedida em
seu status e outras minha profissão e
características da sua aguardo um avanço
pessoa. Alguns destes na carreira nos anos
aspectos são medidos vindouros.
em oposição às tão
chamadas normas.

Uma fotografia de si Embora seja


próprio que é avaliada abençoada com
e experimentada a casamento, filhos e
Autoestima nível afetivo (envolve uma carreira
sentimentos). gratificante, sinto
Autoestima é tanto menos qualificada
uma característica para estes papéis do
como uma habilidade. que algumas das
Pode ser descrita a um minhas amigas e entes
grau no qual sua visão queridos. Eles
de si próprio seja parecem ter tudo
favorável organizado em
maneiras que não
acho que posso
realizar.

Autovalor é uma Sou esposa, mãe e


declaração valorosa educadora
formulada através de profissional, contudo
Autovalor suas habilidades sinto que não mereço
cognitivas. Expressa a estes dons (e o amor e
extensão na qual você respeito que eles
acredita que merece produzem), como se
ser respeitado pelos eles fossem me dados
outros e por si mesmo. por algum erro ou
É sua percepção de descuido. Estou
valor como pessoa trabalhando muito e
com base no que você espero um dia ser
acredita ou acredita digna destes dons.
que sabe acerca de
você mesmo.

IDENTIDADE, AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM

Má scaras, projeçõ es, autoimagem — sã o nomes para o desvio que
consciente ou inconscientemente usamos para ocultar as partes de
nossas identidades autê nticas que achamos que sã o ameaçadoras.
Você já assis u a comédia clássica britânica Keeping Up Appearances?
(Mantendo as Aparências) A personagem principal, Hyacinth Bucket,
trabalha arduamente para impressionar a camada superior da sociedade e
chegar aos seus ciclos. Ela insiste que seu sobrenome é pronunciado
Bouquet; também realiza jantares luxuosos a luz de velas, mantém seu
marido muito ocupado e se distancia dos seus parentes confusos.
Os melhores esforços de Hyacinth fracassam de forma miserá vel.
Ela é sempre descoberta e humilhada na maior parte de maneiras
pú blicas. Ningué m compra a imagem que ela tenta projetar; na verdade,
eles pensam menos dela do que talvez pensassem de outra maneira.
Por causa de suas palhaçadas, ela nã o faz nenhum progresso real, mas
experimenta frustraçã o sem im. Em vez de atrair as “pessoas certas”,
ela afugenta todos que conhece!
O comportamento de Hyacinth — a projeçã o crô nica de uma
autoimagem elaborada — re lete o entendimento errado de autoestima
de nossa sociedade. Lembre-se, autoestima saudá vel é o sentimento
acerca de si mesmo favorá vel, de dentro para fora. E uma caracterı́stica
e habilidade tida em graus variados por cada um de nó s. Autoimagem,
por outro lado, é uma imitaçã o; é uma versã o fabricada do eu que
queremos que os outros aceitem como sendo verdadeira. Nã o é baseada
na identidade autê ntica, dada por Deus; é o produto de esforço pró prio
e produz, na melhor de hipó teses, uma forma de viver emprestada, de
segunda mã o.
Você pode pensar de autoimagem como um holograma, algo
parecido com a realidade, criado com nada mais do que brincar com a
luz. Direcionamos a luz para revelar partes do que criamos ou
escolhemos mostrar, enquanto mantemos as partes que nã o gostamos
debaixo da cobertura escura. Porque nossas necessidades legı́timas nã o
sã o satisfeitas, somos inconscientemente conduzidos por elas.
Compensamos esse vazio interior com coisas desenhadas para
impressionar outros e aliviar nossa dor.
Em vez de valorizarmos nossa exclusividade a trocamos por
imagens falsi icadas remendadas, com aspectos que achamos que serã o
bem recebidos. O processo se auto perpetua; quanto mais continuamos
a projetar imagens falsas, mais inconscientes e controladoras elas se
tornam. Elas també m sã o autolimitantes; limitam-nos aos nossos
pró prios scripts fazendo-nos desviar de nossos caminhos de destino
ú nico.
Nã o podemos nos tornar as pessoas que nascemos para ser, até
que nos livremos das pessoas que achamos que deveríamos ser. Como
Hyacinth, nossas má scaras sempre serã o descobertas. As coisas
falharã o em cobrir nossa necessidade; nossa jactâ ncia ou falsa
humildade se desgastará ; nossas comunicaçõ es inconscientes — as
expressõ es, palavras, linguagem corporal e escolhas que expressam o
que está no fundo do nosso coraçã o — por im trarão o disfarce mais
ino e nos deixarã o mais fragmentados que está vamos antes.

A COISA AUTÊNTICA

Marvin Gaye e Tammi Terrel cantavam o clá ssico de 1968: “Ain’t


Nothing Like the Real Thing”... (Nã o Há Nada Como a Coisa Autê ntica)9
A letra explica que fotos e letras das pessoas amadas nã o podem
substituir sua presença. A mú sica descreve o desejo do autor pela
“coisa autê ntica”: “Faço o jogo, uma fantasia, injo que nã o estou na
realidade, preciso do abrigo de seus braços para me confortar”.10
O genuı́no sempre triunfa sobre o falsi icado. Quando você
entende quem você é no ı́ntimo, você abraça o genuı́no. Sua identidade
nã o pode ser separada do seu destino. Quando você sabe quem você é ,
abre o entendimento do que foi chamado a fazer. Isto, por sua vez libera
o acesso ao que você precisa para cumprir o propó sito da sua vida.
Em vez de atuar para provar seu valor, você pode ser quem foi
criado para ser. Fora dessa maneira de ser, seu fazer lui organicamente.
Isto é viver consciente completo. Você está presente ao momento
(oportunidades sã o maximizadas); está aberto a comentá rios
construtivos e mudanças (suas capacidades podem ser aumentadas);
você se sente confortá vel com quem você é (e outros se sentem a
vontade com você ).
A energia que talvez tenha sido dedicada ao sustento das
má scaras, agora está livre para esforços produtivos. Quanto mais você
se torna produtivo (nã o como um ato de desempenho, mas de
cumprimento de destino), mais alto seu nı́vel de autoestima e mais
capaz você está para a irmar outros.
Nã o há nada como a coisa autê ntica. Quando você toma posse de
sua pró pria identidade, faz as coisas natural e suavemente. O amanhã
nã o é mais abordado com temor; cada dia é uma aventura e outra
oportunidade para viver seu sonho.

Não se pergunte o que o mundo precisa — pergunte-se o que te enche de


vida e então faça isso. Pois o que o mundo precisa é de pessoas que sejam
cheias de vida.11 — Harold Thurman Whitman

VERIFICAÇÃO DA REALIDADE E DESPERTAMENTOS

Entã o, viver o seu sonho é como viver no mundo dos sonhos? Nã o
exatamente. O compromisso de ser verdadeiro vem com os pró prios
desa ios. A realidade é que a maioria de nó s passará por uma crise ou
duas (ou mais).
Poré m, as crises da vida nã o sã o de todo catá strofes. Elas tê m
uma maneira de avançar o crescimento e desenvolver identidade
autê ntica. Em primeiro lugar, as crises (incluindo crises de signi icado,
que examinaremos no capítulo 6) tendem a nos desacelerar para a
velocidade da vida autê ntica. Ficamos mais sintonizados com o ser do
que com o fazer. Durante as crises, reavaliamos nossas prioridades e
com frequê ncia nos tornamos conscientes de nossos disfarces.
O crescimento resultante é bene icial. Tornamo-nos mais
autê nticos, lexı́veis, gentis e compassivos. Redescobrimos valores
adormecidos — os que estavam esperando para emergir de debaixo da
superfı́cie de nossas vidas conscientes. Quando estas peças de nossos
có digos de destinos sã o desenterradas, se tornam ferramentas que
podemos usar para revelar destino.
Quando estamos abertos para as “coisas autê nticas” na vida,
incluindo os obstá culos, desa ios, incertezas, revé s e perdas
inesperadas, icamos mais equilibrados e melhor equipados para
cumprir nossos destinos. Até mesmo os sucessos e realizaçõ es — os
pontos altos que falham em satisfazer, em vez disso nos deixam
sentindo vazios — acabam servindo a um propó sito valioso. Estes
despertamentos nos alertam para distraçõ es inconscientes que
furtivamente entraram em nossas vidas. Eles soam o alarme e nos
restauram a nossos trajetos de destino.
Poucas pessoas acham os despertamentos convidativos ou
remotamente atraentes. As crises tem aparê ncia de interrupçõ es; elas
vê m em meio ao caos ou surgem em uma estaçã o aparentemente irme.
Por mais que estejam fora, elas sã o componentes de desenvolvimento
de destino. Porque elas te posicionam para honrar seu có digo de
destino, podem ser o inı́cio de sua jornada em direçã o à prá tica de seu
verdadeiro destino.

MEDIDAS DE REVELAÇÃO DE DESTINO

Congruência de equilíbrio interno é a harmonia de suas buscas


internas e externas. Quando suas palavras, pensamentos e açõ es estã o
se movendo na mesma direçã o e sua fala e linguagem corporal
correspondem a sua intençã o, você experimenta maior facilidade para
realizar seus objetivos. Quando seus sentimentos e objetivos estã o em
harmonia, sua intençã o produz seus resultados desejados. E o tipo de
viver completamente consciente de que falamos. Esta coerê ncia de
vida interior e experiê ncia exterior promove o luir de destino.
Contudo, esta coerê ncia pode ser medida? A resposta é sim.
Embora os sinais da vida sejam em camadas, há uma maneira de
calcular o nı́vel de coerê ncia e avaliar quã o e icazmente seu destino
está se revelando. Resume-se ao grau em que sua vida combine
determinados elementos essenciais, incluindo:
1. Sua busca interior por signi icado — Você é um criador
de signi icado ativo ou espectador na sua pró pria vida?
2. Sua busca pela missão (essencialmente, seu chamado)
— Você está perseguindo seu chamado de forma ativa
ou está esperando seu futuro chegar?
3. Seu sentido consciente de conexão com seu destino —
Você vê seu destino com sendo unicamente seu?
Acredita que está capacitado para alcançá -lo ou
impotente para afetar seus resultados?
4. Os padrões e ciclos de mudança que você experimenta
com o tempo — Você reconhece e aprecia mudanças de
estaçõ es? E avesso à mudança ou busca ativamente os
campos de oportunidade que sã o revelados de tempos
em tempos?
5. A validação e con irmação externa de suas buscas mais
elevadas — Você acredita que seus empenhos sã o
direcionados do interior? Se sim, você está
experimentando consequê ncias e circunstâ ncias
externas positivas relacionadas a essas buscas?
6. As recompensas que sua busca produz — Até que ponto
seu ser direciona seu fazer? Seus esforços estã o
colhendo recompensas apropriadas?

Quando você adota sua identidade autê ntica, promove a funçã o


coordenada de todas estas partes mó veis. Considere suas respostas a
estas perguntas e determine se e em que grau elas indicam a busca
ativa, completamente viva de revelaçã o de destino.
Entã o, qualquer que seja a sua conclusã o, tome seu poder e
aplique-o. Amanhã é outra oportunidade para revelaçã o de destino.
NOTAS

Abbott and Costello, The Naughty Nineties (1945),


http://www.youtube.com/watch?v=sShMA85pv8M (acessado em 14 de
julho de 2009).
“Essence,” Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v. 1.1 (Random
House, Inc.), http://dictionary.reference.com/browse/essence (acessado em
14 de julho de 2009).
C.J. Jung, Dreams (London: Routledge Classics, 2002), 108,
http://books.google.com/books?
id=SWvdQyo_ZX0C&printsec=frontcover&dq=carl+jung#v=onepage&q=i
ndividuation&f=false .
Dr. Mark Chironna, Live Your Dream (Shippensburg, PA: Destiny Image,
2009), x.
“Af irm,” Dictionary.com, Dictionary.com Unabridged, v.1.1 (Random
House, Inc.), http://dictionary.reference.com/browse/affirm (acessado em
14 de julho de 2009).
Fred Edwords, “What Is Humanism?” American Humanist Association
(1989 and 2008),
http://www.americanhumanist.org/who_we_are/about_humanism/What_is_
Humanism (acessado em 14 de julho de 2009).
“Humanism,” Merriam-Webster Online Dictionary (2009), Merriam-
Webster Online, http://www.merriam-webster.com/dictionary/humanism
(acessado em 14 de julho de 2009).
“Secular humanism,” Merriam-Webster Online Dictionary (2009),
Merriam-Webster Online, http://www.merriam-
webster.com/dictionary/secularhumanism (acessado em 14 de julho de
2009).
Nickolas Ashford and Valerie Simpson, “Ain’t Nothing Like the Real
Thing,” performed by Marvin Gaye and Tammi Terrell (Tamla Records,
1968), 7-inch single.
Nickolas Ashford and Valerie Simpson, “Ain’t Nothing Like the Real
Thing,” lyrics viewed on Sound Track Lyrics Source, stlyrics.com, ©
2002-2009, http://
www.stlyrics.com/lyrics/thebigchill/aintnothingliketherealthing.htm
(acessado em 16 de julho de 2009).
Harold Thurman Whitman, “Quotable Quote” (Goodreads, Inc.),
http://www.goodreads.com/quotes/show/25920 (acessado em 25 de
agosto de 2009).
REVELE SEU DESTINO

Até que ponto sua vida demonstra atualmente o modelo “ser,


fazer, ter”? Que fatores contribuem para sua avaliaçã o?

Até que ponto você sente um dé icit de a irmaçã o e como pode
resolvê -lo de maneira a avançar? Como você pode se assegurar contra a
perpetuaçã o deste dé icit nas vidas dos entes queridos?

Nos pró ximos dias ou semanas, faça um “inventá rio” escrito com
respeito a seu autoconceito, autoestima, autovalor e qualquer uso das
má scaras de autoproteçã o. Tente traçar o caminho de volta destes
elementos no curso de sua vida. Entã o termine qualquer assunto
pendente que encontrar.
PARTE II
REFAÇA SUAS MALAS
(COMO DESLIGAR TENDÊNCIAS
INCONSCIENTES)
CAPÍTULO 6
DOIS LADOS DA MOEDA DO JULGAMENTO

“Julgar é um trabalho solitário no qual o homem é, tão próximo quanto


possa ser, uma ilha inteira” — Abe Fortas

O MANDATO DE ABE FORTAS NO Supremo Tribunal dos Estados


Unidos encerrou sem cerimô nias, contudo suas palavras descrevem de
forma apropriada a posiçã o solitá ria de cada juiz que preside sobre
casos levados diante dos tribunais. Que responsabilidade enorme é
julgar assuntos da lei!
O isolamento que Fortas descreve pode també m ser
experimentado por pessoas como nó s: juı́zos autonomeados que nã o
usam togas, mas se colocam nos precedentes invisı́veis que estã o
alojados na mente inconsciente. Estes padrõ es escondidos governam
nossos pensamentos, escolhas e açõ es e nos fazem dar julgamentos
independentes sobre situaçõ es e pessoas, inclusive nó s mesmos.
Tais julgamentos de valor se colocam independentes da verdade e
pegam pesado. Nã o sã o um fenô meno do sé culo XXI, mas se originaram
há milê nios em um jardim chamado Éden, onde as leis mais antigas da
histó ria foram decretadas: “Coma livremente de qualquer árvore do
jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque
no dia em que dela comer, certamente você morrerá”.1
A mensagem divina nã o poderia ter sido mais clara. Contudo, uma
conversa astutamente elaborada logo analisou o aviso e estabeleceu o
cená rio para a maior queda da histó ria. O diá logo se deu mais ou menos
assim:
“Entã o”, o enganador interrogou, “será que ouvi que todas as
á rvores neste jardim estã o fora de limite a você s, pessoal?”
A mulher respondeu imediatamente, acrescentando um loreado
pró prio, “Nã o, só aquela á rvore que está no meio do jardim. Deus disse
que nã o poderı́amos comer dela ou nem mesmo tocá-la sem
morrermos”.
Ciente de que a verdade já tinha sido torcida, a serpente
oportunista tomou liberdade com isso e ofereceu uma ló gica pró pria:
“Aquelas maçã s nã o vã o te matar. Deus nã o quer que você s as coma
porque nã o quer compartilhar tudo que Ele sabe com você s. Ele nã o
quer nenhuma competiçã o”.
A mulher se entreteceu com as sugestõ es da serpente e começou a
julgar a situaçã o atravé s delas. Ela pensou: Wow, este cara está certo!
Por que eu nã o deveria saber tudo? Alé m do mais, as maçã s parecem
deliciosas. Por que nã o comeria uma?
Ela estava decidida. Eva deu uma mordida e compartilhou a maçã
com seu marido, Adã o. Instantaneamente os dois sentiram vergonha de
sua nudez. Eles se esconderam de Deus, que sabia de tudo que
aconteceu. Porque os amava, Ele desa iou sua vergonha: “Quem disse
que você s estavam nus?” Ele perguntou. “Você s comeram da á rvore da
qual os adverti?”
Naquele momento o apontar de dedo começou.
O homem exclamou para Deus: “Sabe aquela mulher que você me
deu? Ela começou essa bagunça!”
Contorcendo-se no banco do julgamento, a mulher retornou um
veredito dela mesmo: “De forma alguma! E aquela serpente! A culpa é
dela!”2
Daquele dia em diante, nó s seres humanos temos julgados
situaçõ es e pessoas com base em informaçõ es falhas. Temos també m
apontado o dedo de acusaçã o na esperança de mover o peso
insuportá vel da vergonha para os ombros de outros. Julgamos uns aos
outros e a nó s mesmos de forma implacá vel — e por motivos que
raramente entendemos.

O VENENO DO JULGAMENTO DE VALOR

Julgar valor é fazer julgamentos independentes. Estes sã o


vereditos imperfeitos que entregamos a outros puramente com base
em nossas de iniçõ es subjetivas de bem e mal em determinadas
situaçõ es. Estas opiniõ es nã o sã o dignas de con iança, pois sã o
fundadas em decepçõ es inconscientes, percepçõ es equivocadas e má
interpretaçã o da verdade.
Julgamentos independentes sã o, por de iniçã o, causadores de
divisã o. Primeiro e acima de tudo, eles nos dividem internamente.
Julgamo-nos de forma inexata, fazendo comentá rios sem pensar e,
todavia impactantes tais como: “Sou um estú pido”; “Nã o sou atraente”;
“Nã o sou amá vel”. Estas a irmaçõ es revelam nossa confusã o sobre
destino e autovalor. Elas mostram que, em algum lugar entre a cabeça e
o coraçã o, houve uma ruptura — uma fenda que nos separa da
experiê ncia de aceitaçã o incondicional. A autoestima lutua de forma
imprevisı́vel, subindo em um dia e despencando no outro. As
circunstâ ncias instá veis, que tê m pouco a ver com nosso valor como
seres humanos começam ditar como nos sentirmos acerca de nó s
mesmos.
Julgamentos independentes també m geram divisã o em
relacionamentos. Jogos de culpa e outros comportamentos defensivos
abrem brechas entre nó s. Casais se engajam na busca de culpa,
rasgando a pró pria estrutura do seu amor e construindo paredes de
divisã o reforçadas por emoçõ es que minam outras á reas da vida. Os
ilhos movem a culpa mentindo para seus pais e acabam se sentindo
isolados dos que mais os amam.
Quando fazemos julgamentos de valor, impedimos cura e
crescimento. Nossos problemas nã o resolvidos se acumulam ainda mais
e nossas lutas com a vergonha se intensi icam. Dia a dia acrescentamos
camadas de falsa identidade para ocultar nossos “desconfortos”. E
enquanto adotarmos julgamento de valor, estaremos sujeitando os
outros e a nó s mesmos ao seu poder erosivo.
Estes problemas de poder em sua raiz produzem julgamento de
valor, que é culpa. E a sensaçã o de que a culpa é devido, nã o meramente
a açõ es erradas, mas pelo fracasso em estar à altura dos padrõ es
fabricados pelos homens (e virtualmente inalcançá veis), os conceitos
subjetivos de bom mencionados anteriormente.
Independente de quem esteja no lado recebedor do julgamento de
valor, a culpa continua dividir a partir de dentro, criando crô nica
incongruê ncia entre a cabeça e o coraçã o. Desejos e reaçõ es nã o se
combinam. Sentimentos traem dissimulaçõ es e expõ em as faltas que
preferirı́amos ocultar. Pensamentos errantes se opõ em a nossas
melhores intençõ es. Palavras reveladoras expõ em os pensamentos
sepultados lá no fundo. Por im, escolhas e açõ es imperfeitas impedem
nosso progresso.
Se a culpa é a raiz do julgamento de valor, o medo é o fruto.
Desenvolvemos a sensaçã o de que nossas de iciê ncias nos conduzirã o a
perdas e mais vergonha. Este medo nos isola das pessoas, situaçõ es e
oportunidades que de outra maneira luiriam como expressã o natural
dos propó sitos da nossa vida. Ficamos cada vez mais desconfortá veis
conosco e desenvolvemos ó dio a nó s mesmos. Ao tentarmos escapar de
nossas identidades autê nticas, a aceitaçã o incondicional que anelamos
se torna cada vez mais inacessı́vel. Quanto mais transformamos as
apresentaçõ es externas do eu (o que fazemos para garantir resultados
“seguros”), mais inconscientemente nos proibimos embasar o poder de
a irmaçã o.
A progressã o resulta em cada vez mais opacidade e isolamento.
Em vez de enfrentar nossas imperfeiçõ es, descobrimos caminhos para
ocultar a “evidê ncia” que parece se amontoar contra nó s. Nos
autoprotegemos resistindo à contribuiçã o bene icial (incluindo
correçã o saudá vel e conselhos gentis); em vez disso edi icamos e nos
mantemos cativos em fortalezas de autojusti icaçã o.
Ao recusarmos aceitar as imperfeiçõ es da vida e nossas pró prias
falhas nos tornamos habitualmente crı́ticos conosco mesmos e com
outros. Falta transparê ncia, portanto outros nã o podem ver a pessoa
“verdadeira” que somos. Somos unidimensionais e sem querer
ocultamos até mesmo nossas melhores qualidades. Com o tempo, os
outros recebem de nó s nada mais que julgamento. Inconscientemente
transmitimos o veredito que diz: “Você é no mı́nimo tã o defeituoso
quanto eu, e talvez pior”.
O julgamento de valor traz isolamento em todos os nı́veis. Os
outros sentem até mesmo nossos julgamentos nã o expressos e se
protegem contra farpas nã o tã o sutis. Embora em ú ltima aná lise
queiramos ser amados, estas dinâ micas fazem os outros se afastarem
de nó s.
No im, as sentenças que transmitimos a eles caem sobre nó s.
TABELA 14

Verificação de Julgamento de Valor

Tome um momento para considerar se jogos


de culpa e outros comportamentos defensivos
estã o abrindo brechas em seus relacionamentos.
Para ajudar sua avaliaçã o explore quaisquer
maneiras em que você tem julgado a si mesmo ou
outros de forma severa.

JULGAMENTOS CONSCIENTES E INCONSCIENTES

Nem todas as formas de julgamento sã o negativas. Na maioria das


naçõ es, um sistema legal exige julgamento. Essas avaliaçõ es sã o cruciais
para uma sociedade legal; sem elas a anarquia prevaleceria.
Como indivı́duos, nó s també m somos chamados para fazer
julgamentos prudentes. Usamos nossas aptidõ es para julgar com
sabedoria e garantir um viver saudá vel. Disciplinamos nossos ilhos
para que vivam vidas produtivas; discernimos se seus amigos sã o ú teis
ou prejudiciais para o bem estar deles. Todos somos responsá veis pela
verdade e decoro nos negó cios e relacionamentos pessoais. Com justiça
objetamos as açõ es destrutivas de outros, nos protegendo e aos que
estã o vulnerá veis, de perigo desnecessá rio.
Sã o decisõ es conscientes, diá rias tomadas aplicando fato e
verdades maiores a situaçõ es que surgem. Tomamos essas decisõ es
conscientemente e com boas intençõ es. Nã o somos chamados para
apontar o dedo aos que falham em satisfazer nossas expectativas; nem
somos chamados para ignorar comportamentos injustos, criminosos ou
predadores. E correto julgar açõ es e avaliar resultados a im de tomar
decisõ es prudentes.
Julgamento de valor, por outro lado, ocorre a nı́vel inconsciente.
Revela o que está no coraçã o, nã o de quem está sendo julgado, mas da
pessoa que emite o veredito. Expõ e nossa capacidade de recusar ou
aceitar e lidar com a realidade como ela é . Revela o grau em que nos
sentimos ameaçados pelo que nã o podemos controlar e expõ e nossos
temores nã o expressos de estar no lado recebedor do julgamento.
Uma histó ria simples dá um exemplo impressionante de
julgamento de valor. Um empresá rio lendo seu jornal matutino
atentamente estava viajando para o trabalho no metrô na cidade de
Nova York, quando um homem despenteado com trê s crianças
pequenas entra no vagã o.
Enquanto o trem prossegue as crianças correm aos pulos no
vagã o falando alto, gritando pelo pai e perturbando o “ambiente de
leitura” relativamente quieto do empresá rio.
Aborrecido com o incô modo e a aparente iné rcia do pai, o
empresá rio olha furiosamente para ele. O pai, contudo, parecia
esquecido diante da ira amontoada do viajante e de igual forma
inconsciente do comportamento selvagem dos seus ilhos.
Finalmente o empresá rio pergunta ao pai: “Senhor, você nã o vê
que seus ilhos estã o fora de controle e perturbando outros
passageiros? Por que você nã o faz algo acerca da conduta horrı́vel
deles?”.
O pai olhou de forma vaga para o homem e respondeu: “Perdoe-
me. Estamos retornando para casa, vindo do hospital. Está vamos lá
desde anteontem. Minha esposa faleceu esta manhã e estou tentando
descobrir como dizer a meus ilhos que a mã e deles partiu”.
Você pode imaginar a respiraçã o funda do empresá rio com a
comovente histó ria e a compreensã o de que tinha totalmente mal
interpretado a situaçã o. A avaliaçã o do empresá rio estava baseada
inteiramente nas suas noçõ es preconcebidas e crenças inconscientes
sobre como as pessoas “devem” se comportar no metrô .
Quando julgamos de forma inapropriada, revelamos a crença de
que a aceitaçã o nã o está disponı́vel a nó s. Portanto, retemos aceitaçã o
de outros. Em vez de aceitarmos as situaçõ es reais, pessoas, eventos e
comportamentos, tentamos ganhar controle criticando. Estes
julgamentos ocorrem a nı́vel inconsciente onde nossas de iniçõ es de
bom e mal estã o alojadas. Sem perceber o que estamos fazendo, nos
tornamos lei para nó s mesmos.
A autoridade ilegı́tima que tentamos exercer é defensiva. E
designada para nos proteger dos que acreditamos ser indignos. Para
muitos que tem sofrido rejeiçã o, abandono e abuso, a regra de ouro é
“Nã o con ie em ningué m”. Poré m, mesmo que nã o tenhamos sido
abusados, todos os dias tomamos decisõ es sobre quem merece acesso
aos nossos coraçõ es.
Nã o defendo abrir seu coraçã o para todos que cruzarem seu
caminho. Experiê ncia e julgamento prudente irã o revelar o grau de
abertura que for apropriado em determinada situaçã o. Contudo,
relacionamentos de a irmaçã o sã o construı́dos a tal nı́vel de abertura
que promoverã o uma troca saudá vel e um grau de intimidade
apropriado.
Em um nı́vel inconsciente, a quantidade de acesso que permitimos
está ligada de forma direta ao nı́vel de nossa aceitaçã o de situaçõ es,
eventos e outras pessoas que encontramos. Quando a aceitaçã o está
operando, a abertura resultante permite que informaçã o, a irmaçã o,
emoçã o, con iança e compromisso sejam trocados. Este dar e receber
cria um ambiente no qual todas as partes podem avançar em direçã o a
seus respectivos destinos.
Dependendo da educaçã o e outras experiê ncias de vida, esta troca
pode causar desconforto. Feridas emocionais esquecidas a tempo,
ignoradas ou nã o curadas podem nos fazer ter medo de exposiçã o
emocional. Se nã o forem veri icados, estes medos podem nos incitar a
fecharmos o acesso aos nossos coraçõ es e abrigar nossas feridas, da
maneira como protegerı́amos lugares fı́sicos dolorosos.
Em vez de nos expormos a rein lamaçã o de nossas feridas
emocionais, erguemos desa ios para testar o amor e con iabilidade dos
outros. Com frequê ncia, afastamos nossos coraçõ es de vista e
prevenimos a pró pria exposiçã o que traz a cura, a irmaçã o e liberdade
que ansiamos experimentar.

ESCOLHAS, SENTIMENTOS E O INCONSCIENTE

Se julgamento de valor ocorre de forma inconsciente, como


podemos saber quando o estamos fazendo? Dependendo do grau no
qual sua consciê ncia opera livremente (desimpedido de má scaras,
autoproteçã o e equı́vocos) você é capaz de reconhecer os julgamentos
de valor quando os izer. Você provavelmente pode se lembrar das
vezes quando disse algo que feriu e sentiu o con lito do arrependimento
em seu coraçã o.
Contudo, mesmo quando os julgamentos de valor estã o
escondidos em nossos pontos cegos, podemos descobri-los
monitorando nossas emoçõ es. Sentimentos como ira, autopiedade e
ciú me muitas vezes expõ em nosso julgamento de valor e sã o
indicadores poderosos de que o inconsciente está operando.
Pense sobre a ú ltima vez que algué m “te deixou furioso”. Seus
sentimentos correram para a superfı́cie em uma torrente cega? Naquele
momento emocional, você pô de identi icar a fonte de sua reaçã o? A ira
aconteceu com você ou você teve poder sobre ela?
Existem chances de que estas perguntas nunca tenham surgido no
calor de qualquer que seja o con lito que provocou seu ataque de ira
mais recente. Por causa da maneira como a ira ou outras emoçõ es
irrompem, tendemos a acreditar que elas estã o alé m nosso controle.
Contudo, a ira é uma escolha.
Esta aparente resposta explosiva nã o acontece com você; ela é
escolhida por você. Quando algué m aciona o interruptor de seus
mecanismos de defesa, você se depara com uma sé rie de perguntas:
Serei levado pelas minhas emoçõ es?
Devo justi icar-me?
Posso renunciar o clamor emocional em minha alma
ou vou julgar na esperança de provar que estou certo?

O princípio de crescimento mais sólido reside na escolha humana.3 —


George Eliot

Mesmo quando nos dizem ou fazem coisas que nos ferem, a ira
permanece como sendo apenas uma das muitas escolhas disponı́veis.
Podemos explodir com discursos in lamados e condenar a falta de
consideraçã o de nossos ofensores. Ou, podemos respirar, nos
reorganizarmos e dizer: “Nunca percebi que você se sentia assim.
Como posso consertar isso?” Se pararmos o reló gio emocional o tempo
su iciente para aprendermos acerca de nó s mesmos e dos outros,
podemos escolher atenuar interaçõ es prejudiciais e avançar nos
relacionamentos que sã o tã o importantes para o cumprimento de
destino.
Outra vez, isto tem a ver com a capacidade de receber e oferecer
aceitaçã o incondicional. Se posso me aceitar, será mais prová vel
aceitar você . Se te aceito, abro a porta para cooperaçã o e cura. Poré m,
este processo nã o acontece em um vá cuo; é preciso esforço e
deliberaçã o no contexto de relacionamento. E preciso reconhecer o que
estamos sentindo no calor do con lito. Entã o, tendo desenvolvido esta
percepçã o consciente de nossas emoçõ es, podemos avaliá -las e ajustá -
las, e escolher a aceitaçã o.
Esta mudança da esfera inconsciente para a consciente cria um
ambiente no qual nosso progresso se move da teoria para a prá tica. Se
você diz algo que me fere, devo lidar com os sentimentos que se
seguem. Devo també m lidar com os motivos para estes sentimentos.
Lembre-se: enquanto operamos no inconsciente, somos
controlados por ele. Quando olhamos para o problema cara a cara,
contudo, icamos com o controle de nossas escolhas e somos
capacitados para dar e receber aceitaçã o.
Quando movemos as situaçõ es para fora da esfera do
inconsciente, nossas chances de fazer escolhas saudá veis aumentam
exponencialmente. Isso nã o signi ica que nunca escolheremos a ira. No
entanto, conhecemos as consequê ncias antes da hora. Por um lado,
sabemos que se escolhermos a ira, iremos retirar ou reter aceitaçã o e
produziremos mais alienaçã o ao relacionamento. Por outro lado, se
rejeitarmos a ira e escolhermos permanecer abertos, podemos aceitar a
realidade de desentendimentos e trabalhar por meio deles para
produzir melhores resultados e promover o revelar de destino.
Sejam elas tomadas consciente ou inconscientemente, nossas
escolhas determinarão nossos resultados.

LISTA DE VERIFICAÇÃO DE JULGAMENTO DE VALOR

A consciê ncia humana foi projetada para nos fazer cientes de


pensamentos e comportamentos inapropriados. Temos visto que um
exame consciente de nossos sentimentos pode fornecer insight
adicional aos julgamentos de valor que fazemos. Há ainda outro
detector de julgamento de valor: nosso comportamento. Vamos
examinar nove comportamentos especı́ icos que nos ajudam a
reconhecer quando estamos engajados neste julgamento de valor.

CRITICA
Com frequê ncia somos mais crı́ticos de nó s mesmos do que os
outros; contudo nossos pontos de vista crı́ticos irã o sempre
transbordar em nossos relacionamentos com outros. Este tipo de crı́tica
nã o é tipicamente uma avaliaçã o racional de uma á rea que precisa
melhorar, mas um indicador de julgamento de valor.
Por exemplo, se você abriga sentimentos de incapacidade que sã o
exacerbados pela pro iciê ncia de seu funcioná rio, você irá querer
monitorar sua interaçã o no relacionamento. Suponhamos que este
funcioná rio cometa um erro honesto e faz um projeto se atrasar.
Corrigir o funcioná rio e explicar as consequê ncias do deslize seria as
açõ es responsá veis. O julgamento saudá vel é bene icial a longo prazo,
garantindo melhores resultados para a irma e provendo o tipo de
liderança que promove sucesso individual.
Contudo, se você acusa este funcioná rio de invejar seu sucesso e
tentar te fazer parecer mal, você está provavelmente fazendo um
julgamento de valor. A crı́tica é baseada, nã o na verdade, mas em alguns
ı́mpetos da sua mente inconsciente. Esta contribuiçã o é gerada pela
decepçã o ou um mau entendimento fundamental da verdade. Neste
exemplo, um medo inconsciente de fracasso ou de ser substituı́do está
direcionando a troca. Você acaba colhendo o peso da confrontaçã o, pois
o julgamento de valor revela mais sobre você do que sobre outros.

COMPARAÇAO
Quando estamos confusos sobre a singularidade de nossas
identidades ou falhamos em valorizar nosso autovalor inerente, nos
diminuı́mos e nos tornamos direcionados pela necessidade de
aprovaçã o. Como resultado, nos medimos em comparaçã o com os que
acreditamos estar recebendo a aprovaçã o que almejamos. Pensamos e
dizemos coisas assim: ”Peter é mais inteligente que eu”, “Se apenas
tivesse o rosto lindo de Marilyn” ou “Queria ter a vida familiar do Tom”.
As vezes, nossas comparaçõ es parecem ser mais positivas: “Minha casa
é tã o limpa comparada com a de Sue. Como o marido dela aguenta?”
Independente de como construı́mos nossas comparaçõ es, elas sã o
julgamentos de valor que negligenciam dois fatos importantes:
Nosso autovalor é inerente e nã o medido em
comparaçã o com outros.
Cada um de nó s é uma combinaçã o ú nica de pontos
fortes e fracos.
Nã o existe ideal terreno com o qual podemos com precisã o
avaliarmos a nó s mesmos; e se existisse a comparaçã o seria uma
aventura de auto sabotagem.

COMPETIÇAO
Se nos comparamos com outros eventualmente competiremos
com eles. Quando competimos de maneiras nã o saudá veis, fabricamos
cená rios nos quais esperamos criar novas fontes de aprovaçã o. O que
na verdade tentamos fazer é aliviar a dor das comparaçõ es
desconfortá veis que aparentemente atraı́mos.
Esta competiçã o nem sempre é declarada; muitas vezes ela
provoca comportamentos que parecem desconectados para outras
pessoas. A compra de “brinquedos” caros pode cair nesta secreta
categoria de competiçã o. Quase sem perceber, nos sentimos compelidos
a fazer compras desnecessá rias ou extravagantes. Estas podem ser
tentativas inconscientes para nivelar o campo de atuaçã o com relaçã o
à s comparaçõ es desfavorá veis que abrigamos.
Por exemplo, se você crê que a vida de Jeanine é mais empolgante
ou satisfató ria que a sua talvez encontre maneiras para superá -la. As
açõ es que você toma talvez pareçam desconexas a Jeanine, contudo
servem para elevar ou in lar sua autoestima para que ela possa ser
comparada mais favoravelmente com a igura mental dela. Talvez você
compre determinado carro ou até considere cirurgia plá stica. Estas
competiçõ es nã o saudá veis revelam seus julgamentos de valor sobre
Jeanine e mais importante, sobre você mesmo. (Embora a competiçã o
que estamos falando aqui nã o seja uma variedade de esportes, é
possı́vel usar esportes como uma ferramenta de competiçõ es nã o
saudá veis).
SARCASMO
Sarcasmo é um contraste para a ira. Quando somos sarcá sticos
revelamos desdé m para com outra pessoa, organizaçã o ou situaçã o.
Este desdé m é um julgamento de valor. Atravé s do sarcasmo podemos
expressar nossa ira e outras emoçõ es negativas sem ser transparentes e
abertos ao alvo de nossos comentá rios. Em vez de fazer uma
observaçã o de forma direta, introduzimo-la com certa atitude ou
mesmo humor. Isso desarma os outros; é inesperado, envia mensagens
mú ltiplas e com frequê ncia camu la nossa intençã o. També m busca
in ligir uma medida de dor, desse modo revelando a crença de que a
vı́tima de nosso sarcasmo está merecendo ser machucada.

LEITURA DE MENTE
Esta leitura de mente que estou falando nã o tem nada a ver com o
que os mé diuns dizem fazer. Em vez de ler, de fato, os pensamentos de
algué m, tem mais a ver com ler dentro dos pensamentos de algué m com
base em suas pró prias percepçõ es, inseguranças ou pontos cegos
emocionais. Esta é uma forma de julgamento de valor com base em
suposiçõ es falhas do que você acha que está na mente do outro. Muitas
vezes, atribui-se aos outros os pensamentos que você entreté m (veja
projeção, abaixo). Como todos os julgamentos de valor, este é
independente; em outras palavras, nã o é baseado na verdade.

SUPOSIÇAO
Supor é criar e aceitar como verdade um cená rio que é baseado
em informaçã o limitada, parcial ou falha. Portanto, nossas suposiçõ es
sobre pessoas e situaçõ es nã o sã o con iá veis. Julgamos os pensamentos
e valores das pessoas e as maneiras que esperamos que elas reajam em
variadas circunstâ ncias. Com frequê ncia fazemos suposiçõ es sobre seus
comportamentos (principalmente para conosco) e sobre seus talentos
(ou falta deles). Por causa das nossas suposiçõ es enganosas, muitas
vezes somos surpreendidos pelos seus sucessos e fracassos, escolhas e
açõ es, e até mesmo seus sentimentos acerca de nó s.

ESTRESSE RELACIONAL
Você conhece algué m que tem uma tendê ncia estranha de gerar
tensã o? Algumas pessoas parecem ser propensas a di iculdades de
relacionamento crô nicas, independente do ambiente ou das pessoas
com quem interagem. Tais padrõ es de fricçã o recorrentes em
interaçõ es pessoais ou pro issionais sã o indicadores de julgamento de
valor contı́nuo. O estresse relacional pode ser baseado em apreensõ es
acerca de autovalor e de valores que outros colocam sobre seus
relacionamentos conosco. O estresse relacional pode resultar do medo
de fracasso relacional (a suposiçã o de que nossos relacionamentos
estã o condenados ao fracasso). Em vez de sermos “vitimados” pela
deserçã o ou abandono, escolhemos inconscientemente terminar os
relacionamentos em nossos termos; nó s os sabotamos e evitamos
resultados que estejam fora de nosso controle.

PROJEÇAO
Este é um mecanismo de autodefesa poderoso pelo qual
projetamos nossos pensamentos indesejados, motivos, desejos,
sentimentos e outros aspectos do eu em outros, lhes atribuindo o que
está escondido dentro de nó s. E um esforço inconsciente de negar as
caracterı́sticas do eu que percebemos ser ameaçadoras. A projeçã o nos
capacita a evitar as emoçõ es difı́ceis que estas caracterı́sticas
apresentariam se as reconhecê ssemos. A projeçã o com frequê ncia está
em atuaçã o quando prejulgamos pessoas ou situaçõ es, fazendo
suposiçõ es ou engajando em leitura de mente.

ROTULO
Este indicador de julgamento de valor categoriza outros conforme
padrõ es arbitrá rios. Rotulamos indivı́duos e grupos (religiõ es, partidos
polı́ticos, raças e culturas) que nã o “estã o à altura” de nossas
estimativas. Somos mais inclinados a rotular outros quando nó s
mesmos nã o sentimos a irmaçã o. Ao diminuı́-los, arti icial e
temporariamente in lamos a autoimagem. Este alı́vio momentâ neo tem
um alto custo: ró tulos sã o palavras e, porque palavras criam
sentimentos, elas podem causar danos. Quando rotulamos outros,
estamos publicando julgamento de valor contra eles.

JULGAMENTO DE VALOR E “ASSUNTOS PENDENTES”

Como você leu anteriormente, assuntos pendentes envolvem


questõ es da sua histó ria de vida que nunca foram adequadamente
tratados e resolvidos. Essas questõ es se ligam a um nı́vel emocional,
trazendo de volta cená rios antigos e eventos da sua vida em novas e
aparentemente nã o relacionadas circunstâ ncias.
Por causa deste debate, vamos criar um cená rio: Imagine que você
foi abandonada no altar. A dor da rejeiçã o que você sofreu foi tã o
grande que você fracassou em lidar com ela adequadamente. Pelo
contrá rio, você cobriu a ferida e seguiu em frente. Agora, com a
experiê ncia traumá tica em seu espelho retrovisor, você conhece um
cara ó timo e ele propõ e casamento. Exteriormente você é uma noiva
feliz; mas a nı́vel inconsciente você tem medo da situaçã o anterior se
repetir.
Seu noivo termina uma viagem de negó cios. Você s dois
planejaram antecipadamente se encontrarem na noite que ele retornar.
Você aluga um ilme que sabe que ele quer ver e pede para trazer a
comida preferida dele. Quando seu noivo desce do aviã o ele te liga e diz
que está completamente exausto da viagem e tem que prestar contas
cedo no dia seguinte. Explica que precisaria descansar logo e que te
veria amanhã .
Na ausê ncia de qualquer evidê ncia de que ele nã o fosse digno de
con iança, seu assunto pendente poderia te fazer formar um
julgamento de valor: Ele não está realmente cansado. Está me evitando.
Ele não me ama mais e está planejando me abandonar. Em vez de aceitar
um cancelamento inocente diante da situaçã o e encorajar seu noivo
para descansar, você poderia permitir sua decepçã o lorescer como
uma ira imediata. Mesmo que você com sabedoria evite uma explosã o
emocional, ressentimento fervido lentamente pode envenenar seus
processos de pensamento e seu relacionamento.
Embora seu noivo saiba acerca do seu compromisso anterior e
toda dor que ele causou, provavelmente nã o percebeu que ele está
andando em um campo minado emocional que chamo de lugares
escondidos. Sã o lugares conduzidos por sentimentos que abrigam
medos antigos, ressentimentos, dores e ira. Os que pisam lá se
arriscam com a ira de um re lexo inconsciente incitado por uma ferida
nã o curada. Estas “circunstâ ncias nã o criam [sua] dor. As
circunstâ ncias meramente desencadeiam a dor que já está lá ,
escondida logo abaixo da superfı́cie da [sua] consciê ncia”.4
Lembre-se que o que acontece a nı́vel inconsciente nos controla,
em parte porque estamos cegos a isso. O potencial de assuntos
pendentes sabotar nossas vidas nã o pode ser subestimado. Em nosso
cená rio da noite do ilme, uma resposta inapropriada pode estabelecer
o palco para o que você mais teme — um noivo pé frio! Sua
descon iança infundada dele poderia, com o tempo produzir nele uma
descon iança bem fundamentada de você .
Os assuntos pendentes que continuam operar em um nı́vel
inconsciente nos fazem repetir as exatas experiê ncias que buscamos
evitar.
TABELA 15

Verificação de Assuntos Pendentes

Tome um momento para identi icar lugares


escondidos nos quais você carrega ira ou
ressentimento. Seja especı́ ico e considere se este
assunto pendente pode estar de forma negativa
afetando sua vida. Se estiver, descreva como.
A CRISE DE SIGNIFICADO

Antes de considerarmos algumas correçõ es para julgamento de


valor, vamos rea irmar a ideia que nem todo julgamento é “mal”. A
menos que avaliemos de forma apropriada e até julguemos as questõ es
de nossas vidas, nã o podemos progredir em nossa busca por
signi icado.
O juiz do Supremo Tribunal do sé culo XX, Louis Brandeis disse:
“Dizem que a luz solar é o melhor desinfetante....”5 Brandeis estava se
referindo a necessidade de expor as iniquidades a im de arrancá -las da
sociedade. Contudo, o princı́pio també m pode ser aplicado as nossas
vidas pessoais, principalmente com relaçã o a nossos destinos. Até que
brilhemos a luz do sol do entendimento sobre nossas identidades
pessoais, nossos destinos podem permanecer presos em decepçõ es
irreconhecı́veis.
Para expor nosso pensamento à luz, precisamos estabelecer o
ponto inicial de destino, que é o seu chamado. Seu chamado está escrito
no seu có digo de destino e, portanto na construçã o da sua vida. Talvez
você seja “chamado” para a polı́tica. Se for, você possui as inclinaçõ es e
talentos bá sicos necessá rios para perseguir uma vida de serviço
pú blico na á rea da polı́tica.
Seja qual for seu chamado, ele é primeiro experimentado como
uma crise de significado, uma pergunta ou sé rie de perguntas mais
frequentemente relacionadas a sua identidade autê ntica e maneira de
ser. Nos capı́tulos de um a cinco, tocamos em algumas das perguntas
mais fundamentais da vida:
Quem sou eu, de verdade?
Quem sou eu em relaçã o aos outros?
Para onde estou indo, e por quê ?
Qual o signi icado essencial da minha vida e como
posso viver meu propó sito... plenamente, alegremente
e sem transigê ncia?

Fazemos estas perguntas por que buscamos signi icado para


nossas vidas. Temos visto que quando nossa necessidade de signi icado
nã o é satisfeita, nos sentimos super iciais, vazios, inú teis, sem poder e
inadequados. Contudo, quando expomos estas perguntas à “luz do sol”
da iniquidade, podemos começar a julgar quem somos e se estamos
progredindo em direçã o aos nossos destinos.
Na ausê ncia deste processo, nã o podemos nos estabelecer em
nossas identidades e sermos as pessoas completas, realizadas que
fomos criadas para ser. Ao contrá rio, nos agarraremos à s soluçõ es
momentâ neas, convenientes para os desa ios da vida. A crise de
signi icado contribui de forma decisiva para nos manter no curso,
delineando nossas prioridades e nos ajudando a manter a conexã o
orgâ nica entre identidade e destino.
A lı́ngua grega dá respaldo esta conexã o crucial. A palavra grega
Kpion é traduzida como crise. Sua de iniçã o inclui o conceito de um
“momento decisivo”.6 A mesma palavra é també m traduzida por
julgamento. Esta de iniçã o inclui a ideia de “avaliaçã o”.7 Avaliaçõ es e
momentos decisivos estã o relacionados na vida como estã o na lı́ngua.
A razã o por que experimentamos crises de signi icado é porque
nascemos fazedores de signi icado. Nã o somos inclinados a abandonar
ideias confusas ou circunstâ ncias sem tentar solucioná -las. As crises
nos inspiram; fazem-nos procurar respostas e entendimento. Elas nos
impulsionam em direçã o aos nossos destinos nos incitando a avaliar a
correlaçã o entre nossas experiê ncias de vida e nossos objetivos. Entã o,
quando nossas avaliaçõ es revelam disparidades, somos posicionados
para tomar decisõ es cruciais que conduzem a momentos decisivos.
Você se lembra da experiê ncia de morte no campo de
concentraçã o de Viktor Frankl mencionada no capı́tulo 2? Quando ele
selecionou um casaco da pilha de roupas tiradas dos que já tinham sido
executados, Frankl encontrou no bolso uma pá gina rasgada de um livro
de oraçã o judaica. Em meio à absoluta falta de sentido, desespero e
morte ele foi inspirado a buscar uma vida exemplar governada por suas
crenças. Este momento decisivo se tornou uma â ncora para Frankl;
segurou-o irme nas á guas ferozes dos campos de concentraçã o
nazista.8
As crises de signi icado sã o geradores poderosos de coisas
“novas”. Elas produzem inovaçõ es, novos paradigmas e melhoras de
vida; elas nos capacitam a navegar nas estaçõ es de transiçã o; e elas
testam nossos resultados para garantir a realizaçã o de nosso potencial.
O MOTOR DO JULGAMENTO DE VALOR

Os julgamentos só lidos que fazemos bene iciam nosso


desenvolvimento. Vale repetir que sã o avaliaçõ es ou julgamentos
conscientes, bem fundamentados que controlamos. Os julgamentos que
ocorrem na esfera do inconsciente sã o os que queremos evitar. Eles
estã o escondidos da visã o clara, contudo tem poder tremendo para nos
controlar.
Estar ciente de tendê ncias inconsciente negativas é o primeiro
passo em direçã o a vencê -los. Uma vez que possamos identi icar as
in luê ncias ocultas con litantes que nos dividem por dentro,
neutralizamos seu poder. Entã o podemos reestabelecer uma visã o
ú nica — uma perfeita harmonia de pensamentos, desejos,
comportamentos e resultados.
Uma visã o dividida pode ser exposta fazendo uma simples
pergunta: Existem áreas nas quais parece que não posso tirar do meu
caminho? Por exemplo: você anseia por intimidade, transparê ncia,
con iança e espontaneidade em seus relacionamentos, contudo se
sente isolado dentro deles? Este tipo de dicotomia pode ser um sinal de
que seu comportamento está desmarcando os pró prios resultados que
você procura. (Para mais exemplos, veja Figura 4.)

Exemplos de Visão Dividida


FIGURA 4

Já que comportamentos podem ser escondidos em pontos cegos,


muitas vezes temos que descobrir á reas de visã o dividida atravé s de
exame visı́vel dos resultados perceptı́veis. No caso de intimidade de
relacionamento, você pode avaliar sua visã o ú nica examinando a
intimidade e autenticidade demonstrada em seus relacionamentos. Se
seus resultados de relacionamentos estã o incongruentes com seus
desejos, descubra o motivo. Considere esta dicotomia como uma
oportunidade — uma crise de signi icado capaz de induzir autoexame e
gerar resultados mais consistentes com seus desejos e destino.
Este tipo de autoexame pode ajudar a expor as divisõ es que se
movem furtivamente na conexã o coraçã o-mente. Com frequê ncia a
divisã o envolve uma fundamental falta de aceitaçã o — uma
indisposiçã o de enfrentar com calma as realidades da vida
relacionadas a situaçõ es, pessoas e eventos. No caso de nosso exemplo
em relaçã o à intimidade, o fracasso em alcançar essa intimidade
poderia indicar fracasso em aceitar o fato que relacionamentos
ı́ntimos nã o acontecem simplesmente; eles exigem compromisso, foco
e atençã o contı́nua. Esta negaçã o da realidade poderia estar ligada a
julgamento de valor que diz: Se este fosse um relacionamento de destino,
funcionaria eficazmente no piloto automático.
Todo este julgamento de valor acontece a nı́vel inconsciente e, a
menos que seja resolvido a nı́vel consciente, continuará a produzir
resultados indesejados. Considere Sally. Ela e seu namorado, Tim,
recentemente terminaram o namoro. Embora o relacionamento deles
tenha começado com chave de ouro, Tim diz que Sally começou a
controlá -lo e icou impossı́vel agradá -la. Ela cada vez mais desaprovava
suas escolhas de moda e o envergonhava com frequê ncia na frente dos
seus amigos.
Nã o é de surpreender, Sally alegava que Tim era grosseiro e isso
crescia cada vez mais com o tempo. O apartamento deles era uma
bagunça e os modos dele deixavam a desejar. Ele nã o apreciava a
sensibilidade re inada de Sally e consistentemente a envergonhava na
frente dos seus amigos.
Entã o Sally conheceu Aaron. Ele era atraente, inteligente e mais
re inado que Tim. Sally estava empolgada com o curso do
relacionamento deles: eram româ nticos, espontâ neos e ligados um ao
outro. Ela tinha orgulho de apresentá -lo para seus amigos a adorava
ouvir seus comentá rios sobre sua elegante aparê ncia. Aliviada por ter
encontrado o cara “certo”, as esperanças de Sally com o relacionamento
eram altas.
Por um tempo as coisas foram bem. Sally e Aaron icaram ı́ntimos;
o relacionamento icou mais sé rio. Pouco tempo depois, contudo, Sally
começou a perceber que Aaron tinha algumas caracterı́sticas irritantes
que ela nã o tinha percebido antes: ele jogava suas meias sujas no chã o
do apartamento; era indiferente com a aparê ncia quando estavam fora
dos olhos dos outros; e tinha a tendê ncia de mastigar ruidosamente
pedras de gelo. De repente, Aaron começou a se parecer mais com Tim.
Temendo que tivesse encontrado outro perdedor, Sally lamentou sua
decepçã o com uma amiga e perguntou: “Por que eu conheço todos os
desleixados?”
Naturalmente, Tim e Aaron sã o seres humanos com seus pró prios
problemas. Mas os resultados de Sally dã o indı́cios de um problema
inscrito em seu lado do registro, um con lito entre seus desejos de
relacionamento e suas expectativas dos homens em sua vida. A
insatisfaçã o de Sally com ainda outro homem “grosseiro” pode indicar
julgamento de valor que a faz incapaz de aceitar as realidades dos
relacionamentos humanos.
A um nı́vel inconsciente, Sally talvez acredite que um homem
“bom” faz e vê tudo da maneira como ela faz. Talvez ela nutra a
expectativa de que um relacionamento é sempre agradá vel e nunca
desa iador. A nã o ser que estes julgamentos de valor sejam descobertos,
a desconexã o entre a cabeça e o coraçã o de Sally continuará
controlando seus resultados. Ela irá julgar todo homem que conhecer
como sendo brusco.

O ANTÍDOTO PARA JULGAMENTO DE VALOR

Relacionamento é parte do grande projeto de nossas vidas. Nosso


desenvolvimento, crescimento emocional e sucesso sã o fomentados no
contexto de interaçõ es humanas. Portanto, os relacionamentos sã o
essenciais para revelaçã o de destino.
Ningué m alcança destino sozinho. Portanto, paz relacional (que se
encontra em uma fundaçã o de aceitaçã o incondicional) é crucial para
nossa causa. Esta paz só é experimentada se nossa visã o for singular.
Enquanto estivermos divididos por dentro, despedaçados entre os
desejos conscientes que prontamente reconhecemos e as tendê ncias
inconscientes que operam fora da vista, nossa capacidade de dar e
receber aceitaçã o está comprometida. A divisã o despedaçando nossas
almas nos faz escrutinar em vez de aceitar a nó s mesmos e aos outros.
Quanto menos direcionados pela aceitaçã o estivermos, mais isolados,
infelizes e resistentes a abertura nos tornamos. Como resultado, nossa
capacidade de aceitaçã o — por mais limitada que possa estar — se
contrai ainda mais.
Esta capacidade pode ser medida e aumentada. Por exemplo, a
medida de sua capacidade de se aceitar incondicionalmente pode ser
vista no nı́vel da sua aceitaçã o de outros. Se você julga os outros, pode
ter certeza que você levanta o mesmo cetro contra si mesmo. Alé m do
mais, sua aceitaçã o de outros determina o nı́vel de aceitaçã o que recebe
deles. (Você tem que dar aceitaçã o para recebê -la.) Quanto mais seu
coraçã o é aberto, mais produtivo esta troca se torna.
Você sabe que parte desta abertura envolve disposiçã o para
autodescoberta. També m sabemos quã o importante é desvendar
quaisquer sentimentos incongruentes alojados entre a cabeça e o
coraçã o. Poré m, també m devemos estar cientes do grau no qual
estamos investidos nestes sentimentos incongruentes. Julgamentos
independentes estã o arraigados no inconsciente; eles constituem um
sistema de guia poderoso, contudo, subliminar que controla nossa
conduta. Enquanto julgamentos e outros equı́vocos forem permitidos
operar debaixo do radar da mente consciente, trabalharemos
inconscientemente para protegê -los.
Estes sentimentos e padrõ es de pensamentos se tornam partes
forti icadas de nossos assuntos pendentes — uma zona de conforto
precá ria com a qual somos cú mplices. Contrariar este status quo nã o é
fá cil; quando começamos identi icar e desalojar as estruturas
emocionais que foram erguidas com o tempo, tendemos a experimentar
a turbulê ncia e incerteza que sã o comuns em estaçõ es de mudança.
Diferente da desconexã o que ocorre entre o coraçã o e a mente,
este tipo de turbulê ncia é uma parte natural da caminhada de destino.
Se estivermos comprometidos em alcançar nossos destinos, devemos
olhar o inconsciente nos olhos, sair da nossa zona de conforto e nos
liberar e a outros dos julgamentos de valor — tanto os que abrigamos
quanto os que ainda formularemos.
Ao fazer isso, nos libertamos da tirania de uma mente
inconsciente irrefreá vel...e de um passado que nã o tem direito de
reivindicar o futuro.
NOTAS

Gê nesis 2;16-17


Gê nesis 3:1-13, parafraseado.
WorldofQuotes.com, http://www.worldofquotes.com/author/George-Eliot-
(pseudonym-of-Mary-Ann-Evans-Cross)/1/index.html (acessado em 7 de
agosto de 2009).
Dr. Mark Chironna, Stepping Into Greatness (Lake Mary, FL: Charisma
House, 1999), 67-68.
“Louis D. Brandeis Quotes,” BrainyQuote,
http://www.brainyquo“te.com/quotes/authors/l/louis_d_brandeis.html
(acessado em 7 de agosto de 2009).
Babylon Translation @ a click, s.v., “crisis,”
http://www.babylon.com/define/105/Greek-Dictionary.html (acessado em
7 de agosto de 2009).
Ibid, s.v., “judgment,” http://www.babylon.com/define/105/Greek-
Dictionary.html (acessado em 7 de agosto de 2009).
Anna Redsand, Viktor Frankl: A Life Worth Living (New York: Clarion
Books, 2006), 70.
REVELE SEU DESTINO

Considere os nove comportamentos de julgamento de valor


descritos neste capı́tulo. Existem alguns destes aparentes
comportamentos em sua vida? Se existem, considere os resultados que
cada comportamento tem produzido. Eles sã o consistentes com sua
revelaçã o de destino? Explique.

Você está atualmente experimentando uma crise de signi icado?


Qual é o fruto da crise até agora, e como talvez ela demonstre ser um
momento decisivo em sua vida?

Estar ciente de tendê ncias negativas inconscientes é o primeiro


passo em direçã o a vencê -los. Você está ciente de quaisquer tendê ncias
inconscientes na sua vida? Quais sã o elas?
CAPÍTULO 7
LIBERDADE NO PERDÃO

“Perdão é a fragrância que a violeta derrama no calcanhar que a


esmagou”. — Mark Twain

UM HOMEM RICO TINHA DOIS ilhos. O mais jovem tinha um


traço agitado. Ele pediu sua parte na herança da famı́lia e deixou a casa
com abundâ ncia de dinheiro, que logo desperdiçou. Empobrecido e
com fome, o jovem conseguiu um trabalho alimentando porcos.
Desesperado para comer alguma coisa, considerou mergulhar na
lavagem que os porcos pareciam felizes em consumir.
A ironia da situaçã o atingiu o homem. “Quantos trabalhadores de
meu pai tê m abundâ ncia de pã o, e eu aqui pereço de fome!”1 ele
exclamou.
Humilde e seguindo para casa, o pró digo esperava por pouco mais
do que uma refeiçã o e um emprego subalterno. Enquanto isso seu pai
continuava vigiando, sempre olhando em direçã o ao horizonte por seu
ilho rebelde. Um dia, ele viu o pró digo bem distante. Cheio de
compaixã o correu para o jovem, o abraçou, beijou-o e mandou preparar
uma extravagante refeiçã o de celebraçã o em sua honra. Em vez de dar
uma refeiçã o e um emprego, o pai restaurou a posiçã o de seu ilho na
famı́lia.
A histó ria bı́blica do ilho pró digo demonstra a mais pura
expressã o de aceitaçã o incondicional: o ato do perdã o. O jovem fez
escolhas má s com consequê ncias comensurá veis. Ele rejeitou sua
famı́lia, de maneira imprudente diminuiu uma fortuna que nã o tinha
ganhado, e partiu o coraçã o do seu pai. Por mais horrı́veis que suas
ofensas tenham sido, seu pai o perdoou, sem condiçã o.
Ofensas é um fato da vida. Qualquer um que viver alé m do dia que
nasceu será ferido por outros, e até mesmo pelos mais pró ximos.
Algumas ofensas sã o transgressõ es indiscutı́veis, como foram as má s
açõ es do ilho pró digo. Muitas vezes, contudo, icamos ofendidos com
base nã o em um erro cometido, de fato, mas em algo mais eté reo — um
julgamento de valor que projetamos do inconsciente sobre outros.
Estes julgamentos de valor podem ser revelados nas palavras que
usamos para descrever a ofensa:
“Ele sempre encontra uma maneira de me envergonhar em
pú blico”.
“Ela usou aquele vestido para desviar a atençã o da minha
premiaçã o”.
“Se você realmente me amasse, nã o me perseguiria por causa dos
meus gastos excessivos”.
Nã o conhecer o contexto em qualquer destes casos traz a
possibilidade de que a preocupaçã o da pessoa ofendida seja legı́tima.
Com frequê ncia, contudo, tais ofensas sã o baseadas em equı́vocos. Quer
o ressentimento seja recebido por causa de ofensas reais ou fabricadas,
ele cria a mesma dinâ mica: emoçõ es sã o machucadas; ressentimento
intensi icado; retaliaçã o considerada; relacionamentos rompidos.
Qualquer que seja a fonte ou categoria da ofensa — perdã o é a resposta
(veja Mateus 6:14 e II Corı́ntios 2:7).

VERIFICAÇÃO SOBRE PERDÃO

No capítulo 6 pedi a você que tomasse um momento para


identi icar lugares escondidos nos quais carrega ira ou ressentimento.
Veja, nã o perguntei se havia qualquer ira ou ressentimento. Estas
emoçõ es sã o fatos da condiçã o humana e todos lidam com elas.
Se todos experimentam ira e ressentimento, naturalmente segue
que cada um de nó s precisa perdoar algué m por algo. Este perdã o nã o é
uma negaçã o geral dos atos errados. E uma decisã o deliberada que
primeiro reconhece o impacto do erro e entã o libera o ofensor do fardo
do julgamento. Esta escolha tem o benefı́cio acrescentado de dissolver
qualquer assunto pendente relacionado com a ofensa e liberar o
perdoador da vida de vitimado. E fá cil ver por que reter perdã o (mesmo
quando o ofensor está totalmente errado) seria contraproducente.
Perdã o, naturalmente, acontece na esfera de relacionamentos,
uma chave importante do nosso grande projeto de vida. Se você nã o
pode alcançar destino sozinho e a paz nos relacionamentos é chave
para realizaçã o de destino, entã o o perdã o é um elemento nã o
negociá vel de cumprimento de destino. A conclusã o é : enquanto houver
algo nã o perdoado (um problema ou ofensa pendente), um obstá culo
permanece alojado entre você e seu destino.
Isolamento é um destes obstá culos. Você se lembrará de que
julgamento de valor nos separa dos outros. Nó s proferimos muitos
julgamentos a indivı́duos; mas també m declaramos julgamento contra
grupos e outros seguimentos da sociedade. Consciente ou
inconscientemente julgamos os que moram em outros bairros;
declaramos vereditos contra membros de outros partidos polı́ticos; até
apontamos o dedo e desrespeitamos aqueles cujas crenças religiosas ou
denominaçõ es diferem das nossas.
Julgamentos feitos nestes nı́veis amplos contribuem para
partidarismo. Nã o gostamos de um sistema ou organizaçã o; portanto
humilhamos e até demonizamos seus adeptos, a maioria que nem
conhecemos. Este tipo de julgamento de valor é revelado pelos mesmos
comportamentos que discutimos no capı́tulo anterior. A Tabela 16
realça marcadores de julgamento de valor neste contexto mais amplo.

TABELA 16

JULGAMENTOS E PARTIDARISMO

TIPO DE JULGAMENTO DE VALOR


COMPORTAMENTO DECLARADO

Crı́tica Todos os legisladores desejam o poder.


Comparaçã o Os membros do meu partido polı́tico sã o
mais mente aberta que o pessoal dos
outros partidos.
Competiçã o Nosso objetivo é superar o rol de
membros da igreja da rua abaixo.
Sarcasmo As melhores ideias do nosso competidor
foram roubadas de nó s.
Leitura de Mente As pessoas no “outro departamento” nã o
icarã o felizes até que os nú meros de
nossa produçã o caiam.
Suposiçã o Os mandachuvas das corporaçõ es tê m
coraçõ es de pedra. Eles nã o se importam
nem um pouco com as pessoas.
Estresse Relacional Demos aos opositores má impressã o na
convençã o. Isso trouxe muito comoçã o,
mas eventualmente todos estavam
comendo na nossa mã o.
Projeçã o Os ricos tem vergonha do seu dinheiro
Ró tulo Mé dicos sã o trapaceiros e advogados
caçadores de ambulâ ncia.

Frequentemente, a raiz da ofensa se encontra no sistema dentro


do qual os grupos de pessoas operam. Estes sistemas promovem os
comportamentos que desdenhamos. Contudo, em vez de julgarmos o
sistema e perdoarmos as pessoas, julgamos as pessoas e perdoamos o
sistema. Por outro lado, nó s mesmos nos tornamos adeptos destes
sistemas. Por causa de nossos assuntos pendentes, tentamos in lar
nossa autoestima participando destes sistemas (organizaçõ es, setores,
segmentos da sociedade, etc.) e nos identi icando com eles. Para nã o
dizer que ser parte de algo maior que nó s é , de forma inerente,
problemá tico. O problema surge quando necessidades nã o satisfeitas
nos fazem extrair a irmaçã o de nossas a iliaçõ es.
Quando somos incongruentes conosco, tendemos identi icar os
sistemas pelas razõ es equivocadas. També m autojusti icamos os
julgamentos de valor que damos, fabricando uma moldura na qual
consideramos aceitá vel (ou até esperamos) cortar os que nã o agem
como nó s, falam como nó s ou obté m ê xitos da mesma maneira que nó s.
Para permanecer na trajetó ria de destino revelado, exponha suas
a iliaçõ es e sistema de crenças ao escrutı́nio. Entenda o que te atrai a
determinadas a iliaçõ es. Saiba se seus motivos para estar lá sã o
construtivos. Esteja ciente do grau em que você se juntou com um
sistema de crenças que está atuando em seu detrimento ou em
detrimento de outros. Identi ique qualquer evidê ncia de que esteja
julgando outros com base em uma agenda inconsciente — e se você
encontrar evidê ncia esteja pronto a perdoar a si mesmo e aos que você
escarnece.
Finalmente, no que se refere a julgamentos de valor tanto
individual como geral, examine seu pensamento e comportamentos
com o objetivo de revelar quaisquer má scaras, por trás das quais
esconde sentimentos de malı́cia, divisã o e con lito. Você descon ia dos
que pertencem a determinada denominaçã o, contudo dá ares de
magnanimidade em sua presença? Você está trabalhando para criar
falsas impressõ es de boa vontade ou compaixã o? Determine encarar
estes sentimentos sem seus equipamentos de autoproteçã o. Esteja
totalmente consciente de sua existê ncia e das maneiras que eles se
manifestam. Tire estes inconscientes julgamentos de valor do
esconderijo e exponha-os a luz da verdade.

PERDÃO É...

O perdã o é inegociá vel. E o remé dio universal para ofensa, ira e


ressentimento — um bá lsamo curador que liberta o ofensor e o
ofendido do tormento de escolhas e resultados desagradá veis. Pegando
emprestado de Mark Twain, o perdã o é a fragrâ ncia que perdura no
coraçã o muito depois do golpe arrasador de uma ofensa o ter atingido.
Antes de examinarmos o que é perdã o, deixe-me primeiro
compartilhar uma palavra de cautela e uma rá pida explicaçã o do que
perdã o nã o é . A cautela é contra familiarizaçã o. O perdã o é um tó pico
familiar. Ouvimos tanto sobre isso que temos a tendê ncia ao
reducionismo, a tentaçã o de reduzir o assunto para encaixar ao que já
sabemos sobre ele. Esta resposta protege nossos pontos escondidos e
impede a cura. Ela limita o crescimento ao assumirmos que
dominamos o assunto em questã o e nã o temos mais nada a aprender
sobre ele ou acerca de nó s mesmos.
Quanto ao que perdã o nã o é : nã o é um sentimento. Se nossa
capacidade de perdoar fosse baseada em como nos sentimos, nã o
perdoarı́amos ningué m. Nossa dor e sentimentos de julgamento, de
justiça pró pria e autojusti icaçã o o proibiriam. Ao contrá rio, perdã o é
um ato que suplanta nossas emoçõ es e por im as transforma.
Se perdã o nã o é um sentimento, entã o o que é ? Para o propó sito
de nossa discussã o, ele é trê s coisas: uma escolha, um estilo de vida e
um processo.

PERDÃO É UMA ESCOLHA

Quando ocorre uma ofensa, as emoçõ es sã o liberadas e atitudes


reveladas. A ofensa desencadeia uma sé rie de respostas que, se nã o
forem controladas, ganharã o impulso e nos aprisionarã o em sua fú ria.
Suplantar este dilatado terreno emocional e perdoar exige uma decisã o
irme para resistir seu controle.
Fá cil? Nã o. Escolher perdoar, principalmente quando você foi
injustiçado, vai contra a natureza do que parece ser justo. Desa ia
nossas sensibilidades humanas e nos incita a cavar debaixo do terreno
de nossas habilidades naturais para buscar o poder sobrenatural para
perdoar. Para mim, como pastor e crente em Crsito Jesus, a graça de
perdoar sem equivocar vem Dele.
A decisã o de resistir à s emoçõ es desencadeadas por uma ofensa é
uma consequê ncia. E uma mudança relacional fundamental atravé s da
qual as perspectivas podem ser ajustadas, posturas defensivas podem
ser abandonadas e compaixã o pode refutar a tentaçã o da revanche.
Todas estas respostas sã o contra sensos, emocionalmente falando.
Perdã o é , na verdade, uma escolha que fazemos a despeito de
nossos sentimentos. Quando perdoamos, declaramos nossa aceitaçã o
aos que sã o parte do grande projeto da vida; reconhecemos o fato que
os relacionamentos trabalham para nos “preparar” para o cumprimento
de destino. També m nos rendemos para um novo, embora
desconfortá vel, contexto dentro do qual o crescimento pessoal pode
lorescer.
Este crescimento nã o é garantido acontecer sem dor. Em minha
pró pria vida, o processo de aceitaçã o me exigiu vencer um obstá culo
signi icante: o desejo de meu pai de que eu fosse mé dico.
Quando era criança, aceitei o plano de meu pai. Se você me
perguntasse o que eu queria ser quando crescesse, minha resposta
seria: “vou ser mé dico”. Entretanto, a carreira de medicina nã o era meu
desejo. Era uma expectativa que concordei em cumprir porque amava
meu pai e valorizava sua aprovaçã o.
Tivesse eu tentado viver o sonho do meu pai, certamente teria
fracassado. Talvez tivesse sido um bom mé dico, mas a custa da minha
identidade autê ntica e propó sito de vida. Contudo, viver meu pró prio
sonho signi icaria desapontar meu pai, pelo menos inicialmente.
Para meu pai e eu, chegar a um entendimento sobre nossos
objetivos incompatı́veis produziu oportunidades para perdã o e certa
medida de crescimento pessoal que, em retrospectiva, mostra que as
partes dolorosas do processo valem muito a pena.

PERDÃO É UM ESTILO DE VIDA

Negamos perdã o quando estamos limitados por julgamento de


valor. Estes princı́pios de nossa visã o do mundo sustentados
inconscientemente nos predispõ em a certas respostas habituais. Sem
perceber, escolhemos quem iremos perdoar ou condenar — e sob quais
circunstâ ncias. Por meio do prisma de nosso crité rio inconsciente,
decidimos quem merece nosso amor e afeiçã o e quem merece rejeiçã o.
Este padrã o de julgamento de valor somente pode ser
desmantelado atravé s de um estilo de vida de aceitaçã o e perdã o.
Devemos de forma consciente substituir respostas impulsivas com
interaçõ es baseadas na realidade e verdade. Quando fazemos a
mudança, colhemos os benefı́cios contı́nuos de uma vida emocional,
social e até pro issionalmente enriquecida.

PERDÃO É UM PROCESSO

O perdã o nã o é um evento. Nem é um ato aleató rio. Perdã o é um


processo no qual somos convidados a entrar. Este processo facilita a
exploraçã o saudá vel de questõ es subjacentes que suportam julgamento
de valor. També m promove a cura de feridas passadas e nos capacita a
avaliar ofensas futuras sem a distorçã o de projeçã o e outros
comportamentos negativos.
O ú ltimo fruto do processo do perdã o é um aumento na paz
relacional e a remoçã o de obstá culos da trajetó ria de destino.
TABELA 17

Verificação de Perdão
Perdã o nã o é um sentimento, mas uma
escolha e um estilo de vida. Considere uma
experiê ncia em sua vida na qual
experimentou compaixã o pelo seu ofensor
após ter feito a escolha de perdoar.

NOVE PASSOS PARA PERDÃO... E LIBERDADE

O julgamento de valor e o perdã o andam de mã os dadas.


Desmisti ique um e você desmantela o outro.
Chegar ao entendimento da questão do perdão é o que os fazedores de
significado inatos anseiam. Armado com o significado que precisamos,
somos capacitados a navegar pelas águas turbulentas da ofensa.
Inversamente, enquanto o processo do perdão permanecer obscuro, a dor
que experimentamos (e todos experimentamos dor em uma área ou outra)
con nuará sem alívio.
Com cura e restauraçã o como nossos objetivos imediatos, vamos
identi icar e tomar nove passos no processo de perdã o.

1. Lidar com a negação.


A falta de perdã o é conservada na negaçã o. Esta negaçã o ocorre
primariamente a nı́vel inconsciente. Quando há uma discussã o, com
frequê ncia negamos nosso papel contribuidor. Quando a ira e o
ressentimento invadem nossos relacionamentos rejeitamos a realidade
de que nossos julgamentos de valor envenenam o ambiente e predispõ e
o relacionamento ao fracasso. Porque nossos assuntos pendentes criam
pontos escondidos, nossas perspectivas e memó rias sã o seletivas, nos
fazendo autojusti icar e pô r a culpa em outro lugar. A negaçã o se torna
um recibo de permissã o para descarregar o fardo do dano e evitar a
introspecçã o que desalojaria paradigmas confortá veis, mas prejudiciais.
Porque a negaçã o ocorre no inconsciente, ela nos controla e deve ser
trazida a nossa atençã o, tanto atravé s da introspecçã o piedosa como da
intervençã o de outros.
Quando enfrentamos a verdade, somos capacitados para perdoar.

2. Confrontar a dor emocional.


A confrontaçã o saudá vel é baseada em pensamentos em vez de
sentimentos. Infelizmente as emoçõ es que queremos confrontar nã o
pensam; elas sentem. Tentar analisar nossas emoçõ es acaba agravando
nossas frustraçõ es, pois recebemos pouco entendimento.
Confrontamos nossas emoçõ es, nã o atravé s de aná lise, mas avaliando-
as — expondo-as e colocando-as contra a verdade. Este processo
produz tensã o, porque no fundo, preferirı́amos nos render as emoçõ es,
mesmo que elas estejam baseadas em falá cia. Ao contrá rio, queremos
defender nosso direito de estar certo. A escolha da trajetó ria de
revelaçã o de destino entã o ica clara: Eu quero estar certo ou busco estar
reconciliado? Que quantidade de destino eu estou disposto a trocar para
ganhar uma discussão?
Quando a reconciliaçã o é pesada contra a necessidade de se
provar que está certo, o perdã o se torna a escolha clara.

3. Tratar o seu medo.


Você nã o pode confrontar a dor emocional sem confrontar o
medo subjacente. Isto é verdade quanto a muitas emoçõ es incluindo
tristeza, ressentimento, indignaçã o e ira (lembre-se que a ira é uma
má scara para o medo). Muito deste processo pode ser feito
internamente. Por exemplo, quando você ica irado, pode parar e se
perguntar: De que tenho medo nesta situação? Uma vez que você
conscientemente faça a conexã o ira-medo, pode confrontar a raiz
emocional que está conduzindo suas reaçõ es.
Para experimentar crescimento duradouro nesta á rea, traga
algué m importante ao processo. Escolha algué m cuidadoso e
competente que o fará responsá vel por seus sentimentos e projeçõ es, e
te ajudará a evitar as armadilhas de uma mentalidade de vı́tima. Isto
nã o quer dizer que nunca seremos vitimados. Contudo, a mentalidade
de vı́tima é auto sabotadora. Ela nos convence de que somos
impotentes e nã o temos escolha. Põ e a culpa completamente fora da
esfera de nosso controle e alé m do limite no qual podemos criar
mudança. Ela acrescenta insulto a injú ria; promove auto indulgê ncia,
queixa e estagnaçã o; adia a cura; e cria feridas maiores, mais insidiosas
do que nossos ofensores poderiam jamais in ligir.
Quando recusamos esconder nossos medos e em vez disso
escolhemos tratá -los, nos abrimos ao perdã o.

4. Dar e receber amor incondicional.


Assim como perdã o é escolha e nã o um sentimento, amor
incondicional é uma escolha nã o necessariamente apoiada pelos nossos
sentimentos. Como é verdade na relaçã o de a irmaçã o e aceitaçã o, nã o
podemos dar amor se nã o estivermos dispostos a receber, e nã o
podemos receber o amor se recusamos a dar. Aqui está uma lista que
serve como um lembrete sucinto ao longo da trajetó ria de destino
revelado:

Nã o posso dar o que nã o tenho.


Nã o posso ter o que nã o iz.
Nã o posso fazer o que nã o fui.
Nã o posso ser o que nã o acreditei.
Nã o posso acreditar no que nã o recebi.
Nã o posso receber o que nã o me deram.
Portanto, nã o posso dar o que nã o tenho.
Amor incondicional, perdã o, a irmaçã o e aceitaçã o sã o escolhas
feitas a nı́vel consciente, muitas vezes a despeito de nossos
sentimentos.

5. Entender que os únicos sentimentos que você pode


controlar ou criar são os seus.
Aceite a realidade de que você e somente você é responsá vel pelos
seus sentimentos. Embora outros possam cometer ofensas, eles nã o
podem produzir ou manter suas emoçõ es. Nã o podem fazer ou te
manter feliz, triste ou irado. Quando você se sente ferido, é importante
perceber que esta emoçã o é o resı́duo de ira que nã o foi tratada.
Quando nutrimos nossas feridas estamos ferindo a nó s mesmos;
estamos retendo a ira e virando-a para dentro. A melhor escolha é
recusar o papel de vı́tima, nossa pró pria ira, recuperar nosso poder
pessoal e trazer um resultado positivo a partir das cinzas de um
aparente revé s.
Uma palavra acerca de negar e se desconectar de sua ira: Fazer
isso exige que você negue se desconecte de si mesmo. Esta é uma
escolha nã o saudá vel, nã o con iá vel que promove a projeçã o de sua ira
sobre outros e aumenta a possibilidade de distú rbio crô nico mental e
emocional. E muito melhor encarar os fatos e admitir que a ira foi sua
escolha. Este ao de admitir promove a resoluçã o de assuntos
pendentes. Aqui está uma boa regra de ouro: Você nã o pode apagar o
que recusa encarar.
Porque ningué m é responsá vel por nossos sentimentos exceto nó s
mesmos, podemos perdoar os que fracassaram em nos “fazer” sentir da
maneira que ansiamos sentir.

6. Aceitar sua parte e liberar a autoculpa.


E preciso dois para dançar o tango, como fala o ditado, e muito da
dança está escondido da vista. Por quê ? Porque interaçõ es sã o como
icebergs; somente vemos a parte que está acima da linha da á gua.
Escondido da visã o está a maior parte da massa — no caso de
interaçã o, a parte inconsciente de cada troca. Se negarmos o fato que
temos um papel em nossas interaçõ es negativas com outros, ignoramos
nossa atividade inconsciente e lhe damos licença para controlar nossas
vidas.
Esse controle é um preço alto a pagar somente para se livrar da
culpa. Contudo, nã o é o ú nico preço. Quando responsabilizamos outros
pelas incongruê ncias em nossas vidas, convidamos mais resultados
negativos. Por exemplo, se você sofre de medo de rejeiçã o, mas acredita
que os outros sã o os ú nicos responsá veis pela rejeiçã o que você
experimenta, está em negaçã o. Ao omitir seu papel, você sem querer
institucionaliza os julgamentos de valor e projeçõ es que incitarã o
outros a rejeitar (ou parecerem rejeitar) você . Até que o problema seja
confrontado, você irá habitualmente rejeitar as partes de si mesmo que
nã o gosta, em essê ncia criando um inimigo interno. Enquanto a raiz do
problema permanece intacta, as mesmas questõ es antigas irã o surgir
em novas situaçõ es.
Uma palavra sobre autorrejeiçã o: para evitar a dor, nó s nos
separamos das partes do eu que nã o gostamos. A um nı́vel
fundamental, nossos julgamentos contra o eu criam rejeiçã o e
dissociaçã o. Este estado de consciê ncia (um estado envolve humor,
crença, atitudes e sentimentos) impede a cura e reforça fragmentaçã o.
Ficamos presos nestes estados onde todas as nossas emoçõ es viram
um emaranhado. Portanto trazemos para os nossos relacionamentos
confusã o, desorientaçã o e falta de intimidade autê ntica.
Perdã o é a interruptor que lança luz sobre nossas teias
emocionais e nos libera dos estados de “prisã o” de consciê ncia.

7. Ver a ofensa como uma oportunidade para


crescimento e ampliação.
Quando as coisas vã o mal ou eventos tomam direçõ es erradas,
ansiamos retornar ao status de “o dia anterior”. Infelizmente, as ofensas
nã o podem ser desfeitas. Elas podem, no entanto, ser possuı́das dentro
do contexto do grande projeto da vida. Em vez de icar obsecado com os
efeitos negativos de uma ofensa (por mais profundos ou injustos que
possam ser estes efeitos), permita que o problema produza algo de
valor — encontre o lado bom e use-o em seu benefı́cio. Visto por uma
luz construtiva, toda ofensa é uma oportunidade para crescer.
Quando o aspecto de crescimento do perdã o é reconhecido de
forma completa, perdã o se torna algo natural.

8. Estabelecer prestação de contas com alguém que


você con ia.
No Passo 3 do processo de perdã o, discutimos prestaçã o de
contas na á rea do medo. Prestar contas de si mesmo a uma pessoa
empá tica, objetiva e que dá apoio é ú til em outras á reas de destino
revelado. Peça a esta pessoa para levantar o re lexo que te ajudará a se
mover dos jogos de culpa em direçã o a saú de e o bem estar. Receba o
apoio emocional desta pessoa, mas nã o à custa de que te diga a
verdade. Use os comentá rios desta pessoa para ajudar a desmontar
quaisquer mecanismos de autodefesa que você erigiu. Esta prestaçã o
de contas e contribuiçã o externa irá te ajudar a viver o estilo de vida de
perdã o.
Prá tica e prestaçã o de contas promovem o estilo de vida de
perdã o.

9. Libere perdão através da fé.


E preciso fé para perdoar em vez de culpar. Esta fé é uma decisã o;
ela diz: “Há mais do que vejo. Fazer o que minhas emoçõ es ordenam
nã o produzirá os resultados de longo prazo que verdadeiramente
desejo”.
Escolha perdoar nã o importa o custo da ofensa. Evite a armadilha
de atos de retaliaçã o passivo-agressivos contı́nuos. Libere o ofensor da
cela de prisã o virtual que ele ou ela “merece” ocupar e libere você
mesmo para o seu destino. Decida que sua liberdade é uma recompensa
maior do que qualquer retorno que pudesse receber, e seu destino é
mais valioso do que estar certo.
Perdã o pode ser contraditó rio, mas nã o perdoar é
contraproducente.
Mantenha este modelo para o processo de perdã o a mã o e
coloque-o para trabalhar para você ! A seguir — os sete segredos!
NOTAS

Lucas 15:17.
REVELE SEU DESTINO

Você se lembra de uma ocasiã o especı́ ica em que


algué m te perdoou quando você menos esperava?
Descreva a experiê ncia e o que aprendeu atravé s dela.

Você pode identi icar uma pessoa que você precisa


perdoar por uma ofensa (expressa ou nã o expressa)
que causou grande dor? Como você se sente acerca de
perdoar essa pessoa? O que acha que acontecerá
quando você perdoar?

Você está retendo perdã o de si mesmo por uma


ofensa cometida? Irá oferecer a si mesmo a aceitaçã o
incondicional que espera dar e receber de outros?
PARTE III
DESEMPACOTE OS SEGREDOS
(COMO REVELAR DESTINO DIARIAMENTE)
CAPÍTULO 8
REVELANDO DESTINO: SEGREDOS 1 & 2

“Antes de qualquer coisa, se preparar é o segredo do sucesso”. — Henry


Ford
VOCE ESTA PREPARADO, E é hora de mover-se adiante! Está
ciente dos funcionamentos da mente inconsciente. Lidou com as
questõ es fundamentais de destino, identidade, autoestima, valores,
a irmaçã o e mais. E um fazedor de signi icado consciente de
carteirinha, que entende os funcionamentos de aceitaçã o e de estilo de
vida de perdã o. Fez suas malas para revelar destino e despojou os
assuntos pendentes. Está pronto para rolar a bola no campo. Entã o
coloque suas chuteiras e se prepare para receber o passe. Os Sete
Segredos Para Revelar Destino te levarã o a zona inal.
SEGREDO 1 - DESTINO SE REVELA COMO CRISE E PROCESSO

“Toda crise é uma oportunidade”.


“A vida é um processo”.
Estas sã o declaraçõ es comuns no lé xico moderno. Seu uso é tã o
generalizado, que temos a tendê ncia a descartá -las como clichê s. Mas,
aqui está outro adá gio: Clichê s se desenvolvem por uma razã o, e esta
razã o é a experiê ncia comum.
Já pesquisamos os conceitos de crise e processo com um olhar
acé tico. Falamos sobre crises de signi icados e os processos envolvidos
em criatividade, descoberta, ser e tornar-se, perdã o e revelaçã o de
destino. Em nossas discussõ es, aprendemos que crises realmente criam
oportunidades para crescimento. També m vimos como a disposiçã o de
engajar nos processos da vida ajuda a produzir uma congruê ncia
interior entre o desejo por cumprimento de destino e o compromisso
consciente total para alcançá -lo.
No capítulo 7, tocamos no tó pico de familiaridade. Nã o é segredo
que, a nı́vel visceral, igualamos familiaridade com conforto,
previsibilidade e segurança. Se você estiver perdido em uma estrada
nã o familiar, escura, uma visã o familiar é reconfortante. Ajuda a
estabelecer sua locaçã o e dá uma bem vinda previsibilidade ao
restante da viagem. Sentindo-se seguro, con iante e à vontade, você
pode recostar e aumentar a mú sica.
Familiaridade tem seu lado positivo — e seu lado negativo.
Abrigados no familiar, somos tentados a resistir a pró prias mudanças
que sã o partes da revelaçã o de destino. Podemos icar tã o
familiarizados em nossos relacionamentos que começamos a nã o notar
o valor dos outros: nã o valorizamos os entes queridos; concentramos-
nos em suas fraquezas em vez de seus pontos fortes; assumimos que
suas necessidades sã o satisfeitas e que eles “sabem o que queremos
dizer” quando falamos (e mesmo quando falhamos em expressar o que
eles precisam ouvir).
Talvez nossa fraqueza por familiaridade seja parte do motivo pelo
qual o destino deve se revelar como crise e processo. Por certo, o
destino nã o pode ser alcançado da zona de conforto. Ele exige uma
busca ativa, contı́nua e vibrante — o tipo que raramente é conduzida de
um sofá com um controle remoto e um pacote de batatas fritas.
A mera expressã o da palavra crise implica um desenrolar de
eventos que desa iam nossos planos e preferê ncias. Contudo, a palavra
nã o precisa nos fazer encolher de medo. Se derrubarmos nossos
julgamentos de valor e olharmos a crise de uma perspectiva renovada,
baseada na verdade, lembraremos que as crises trabalham para nó s
quando permitimos. Se abraçarmos as crises elas nos farã o desejar
nossos destinos ainda mais.
Ponto de tomada: O Destino se revela como crise e processo. Em
um nı́vel prá tico, quando você abraça uma crise, você a ativa (mais
sobre isso depois). Um processo ativado implica na ausê ncia de iné rcia
e presença de movimento. Para o processo permanecer ativo, devemos
interagir com ele. Uma vez que o interruptor é ligado, você pode
esperar deixar a calmaria. Por vezes, você sentirá como se estivesse
sendo lançado de um canhã o. Tudo bem; é parte do andar em destino.
Escolha entrar no luir e deixe-se levar por ele.
E a sua vida, participe!

A LIBERDADE DE NÃO SABER

Lembre-se da liçã o de Adã o e Eva: há certa quantia de liberdade


em nã o saber tudo. Quando ainda temos coisas para aprender, nã o
vemos o mundo atravé s de uma lente “rotineira” de familiaridade. Ao
contrá rio, icamos mais curiosos, alertas e ensiná veis.
A familiaridade inibe a curiosidade. Se você assume que já passou
por isso, també m assumirá que tem tudo que está disponı́vel. Sem
saber, você terá inscrito uma caixa virtual ao redor do corpo de seu
conhecimento e experiê ncia e enterrado-a no solo profundo da
presunçã o.
Naturalmente desenvolvemos uma lealdade nã o expressa ao
status quo — o que sabemos e achamos que sabemos acerca do mundo
— e inconscientemente a protegemos. Poré m, para o destino se revelar
com toda sua gló ria, devemos estar dispostos a não saber tudo e nos
comprometermos com a trajetó ria.
E preciso haver uma lexibilidade intencional no coraçã o do
realizador de destino que permita o desenrolar de coisas maiores do
que imaginadas. Esta elasticidade de pensamento e perspectiva abre
espaço para sabermos coisas que nunca soubemos antes. Estas coisas
novas incluem ideias novas; novas esferas de sucesso, realizaçã o e
contribuiçã o; abordagens inovadoras para “velhos” desa ios; liberdade
aumentada para dar e receber amor, aceitaçã o e a irmaçã o;
perspectivas renovadas com relaçã o a aptidã o e capacidade para
realizar; novas visõ es do que é possı́vel.
A disposiçã o para não saber tudo antes do tempo nos dá a
liberdade para buscar nosso destino “maior”. Em vez de tentar forçar
nossas expectativas initas, muitas vezes autolimitantes a se tornarem
realidade, permanecemos abertos a coisas realmente grandes que
nunca poderı́amos imaginar ser possı́veis.
Nó s nos permitimos entrar na corrente de destino já preparada
para nó s.

CRISE COMO UM DOM

A crise é uma faceta de uma pedra preciosa de revelaçã o de


destino. E parte do grande projeto de destino. A crise de signi icado é
projetada para te levar ao longo de uma trajetó ria bem colocada,
produtiva para um ambiente emocional, cognitivo e espiritual propı́cio
para cumprimento de destino. Mas primeiro você deve estar disposto a
abraçar a crise como um dom.
Quando você abraça este lugar necessá rio de desconforto e mal
estar, o processo especı́ ico adequado ao seu propó sito de vida é
ativado nesse momento. Você nã o mais questionará os por quê s, os
comos e os portantos da crise. Nã o mais se perguntará se a crise
resultou de algo que foi feito de forma correta ou algo que deu
terrivelmente errado. Em vez disso, você se focará em o que fazer com a
crise e como colher de forma e icaz seu melhor fruto.
As crises de signi icado raramente sã o convenientes. Elas nos
irritam e até nos tentam para desistirmos. Pego no egocentrismo que
com frequê ncia acompanha estes desenvolvimentos impressivos,
tendemos a restringir nossas atividades e estreitar nosso foco.
Economizamos nossa energia e recursos e tentamos “lidar” com a crise.
Quase instintivamente, diminuı́mos gradualmente nossos sonhos e
esperamos a tempestade passar.
Embora estes re lexos sejam naturais, sã o inú teis. Eles se
originam da mente inconsciente e seus bem protegidos medos, para
produzir uma postura reacioná ria. Sentimos que estamos agindo
prudentemente, mas nossos motivos para o afastamento nã o podem ser
avaliados de forma precisa até que sejam elevados ao nı́vel da mente
consciente e testados pela verdade. As racionalizaçõ es vê m em nossa
defesa; argumentamos que estamos tratando o que é urgente, mas
falhamos em perceber que estamos negligenciando o contexto maior
dentro do qual a crise acontece.
Porque vemos as crises como intrusos indesejados, nos
protegemos contra elas. Henry Kissinger emoldurou o sentimento em
uma linha engraçada, mas perceptiva, dizendo: “Nã o pode haver uma
crise na pró xima semana. Minha agenda já está lotada”1 O sentimento é
compreensı́vel, mas se o destino se revela como crise e processo, as
crises estã o escritas em nossas agendas. Elas nã o interrompem a vida;
pelo contrá rio, sã o parte do grande projeto pelo qual o destino é
alcançado.
Todo processo tem propó sitos mú ltiplos. Um processo poderia ser
o meio pelo qual um item de assuntos pendentes é curado e o mé todo
que resolve a questã o de seu chamado de vida. Pode até ser o processo
pelo qual você vem reconhecer suas tendê ncias e habilidades ú nicas —
e atravé s das quais você encontra algué m importante de in luê ncia e
acesso na sua á rea.
Invariavelmente o processo move mais de uma pessoa para mais
perto do cumprimento de destino.

PROGRIDA EM SEU PROCESSO

Todo processo se desenrola de forma gradativa em resposta a seu


engajamento com ele. Os está gios do processo sã o progressivos; cada
um está condicionado ao que vem antes, como mostrado na Figura 5.
FIGURA 5

Examinemos de forma mais completa seu papel no processo:

ABRAÇAR A CRISE
Como mencionado anteriormente, é onde começa seu
envolvimento. Quando a crise de signi icado se apresenta, você pode
escolher abraçá -la ou correr dela. E desnecessá rio dizer que, se você
escolher o ú ltimo, enfrentará os desa ios e problemas depois, de uma
forma ou de outra; e irá acumular mais assuntos pendentes nesse
ı́nterim.
ATIVAR O PROCESSO
Abraçar a crise é produtivo e enriquecedor. Quando você abraça a
crise, automaticamente ativa o processo projetado para cumprir algo
signi icante em sua vida. No instante em que o io do processo é
ativado, o reló gio começa a correr. O processo foi desencadeado, o
destino está se revelando e outro nı́vel de compromisso é exigido.

IDENTIFICAR O PROCESSO
Uma vez que o processo é ativado, você é capaz de identi icá -lo de
forma consciente e dar signi icado a experiê ncia. Isto nã o é a mesma
coisa que assistir o que acontece; identi icaçã o envolve buscar
ativamente entender o que está acontecendo. Até que seu desejo de
entender se torne uma decisã o para fazer, você é um espectador em vez
de participante ativo na sua revelaçã o de destino.

RECONHECER O PROCESSO
O processo é dinâ mico. Uma vez que você identi ica o processo,
pode reconhecê -lo. Está pronto para abrir espaço para ele, pegando seu
ritmo, aprecia o movimento para frente que ele dá e discerne os
benefı́cios que podem resultar.

LIDAR COM O PROCESSO


E quando você arregaça as mangas e escava o processo
interagindo com ele a nı́vel prá tico. Em vez de ver o processo como uma
mistura de disparate e circunstâ ncias desgastantes a serem evitadas,
você o vê como um ambiente no qual alcançar objetivos de destino
particulares. Nã o está mais debaixo do controle da crise; pelo contrá rio,
aprendeu a lidar com o processo e está trabalhando seus propó sitos
dados por Deus atravé s dele.
APRENDER COMO SE MOVER ATRAVES DO
PROCESSO
Com um controle irme no processo, você agora está capacitado a
se tornar pro iciente nele. Está no balanço das coisas do destino e se
movendo no processo. E seu ambiente. Você se apossou dele e vai obter
dele tudo que ele tem a oferecer. Nã o permita que o custo do processo
(os desconfortos, incertezas ou aparente revé s) detenha seu
desenvolvimento; você usa o processo para atenuar suas arestas, a iar
suas habilidades e aumentar sua capacidade de transformaçã o. Em vez
de ser sacudido pelas ondas, você anda nelas dentro das praias de
destino!

DOMINAR O PROCESSO
Enquanto você se move atravé s do processo, aprende sobre ele. As
incertezas se tornam territó rios conquistados. O lugar de inquietaçã o
se torna em uma placa de Petri de possibilidade. O medo dá lugar a
ferocidade de desejo cheio de propó sito. Os esforços se tornam mais
direcionados. Pensamentos sã o focados no lugar certo, na hora certa,
pelos os motivos certos. Ao mover-se pelo processo você começa a
dominá -lo.
Quando você entende o processo a luz de seu propó sito e
conscientemente se engaja nele, o domı́nio é assegurado — e destino se
revela.
TABELA 18

Verificação do Segredo 1
Identi ique qualquer crise e processo que
esteja atualmente experimentando. Baseado
nos passos descritos acima localize onde você
está no processo.
SEGREDO 2 - NEM A CRISE NEM O PROCESSO SÃO
ALEATÓRIOS

Nada acerca da sua vida é aleató rio. Nã o existem crises ou


processos que ocorrem como puro acaso.
O revelar de destino se origina do projeto orquestrado da sua
vida. Assim como você foi “dotado pelo [seu] Criador com certos
direitos inaliená veis”2, você está equipado pelo seu Criador para
executar um projeto orquestrado. Nã o é de admirar que sua identidade
e destino sejam insepará veis! Seu ser conduz ao seu fazer e ambos
operam de maneira que nã o podem ser duplicadas por ningué m.
No capı́tulo 3 nó s vasculhamos por pistas para sua identidade e,
portanto seu destino. Os indicadores que buscamos foram encontrados
nos simples fatos da sua vida. Eles incluem estes cinco:

1. Momentos casuais que você sabe que sã o mais que


mera coincidê ncia.
2. Relacionamentos em especial que parecem estar
conduzindo em direçõ es signi icativas. Alguns destes
relacionamentos envolvem amigos verdadeiros,
mentores ou membros da famı́lia que te encorajam em
buscas ou talentos especı́ icos.
3. Atividades em particular que fazem o tempo voar e te
fazem sentir realizado.
4. Seu talento em particular para fazer as coisas; os dons
que você tem que fazem outros solicitarem sua ajuda,
conselho ou conhecimento especializado.
5. As coisas que você sonha fazer “um dia”.
Esta lista nã o é exaustiva, mas serve como uma lembrança
apropriada da especi icidade que rodeia sua existê ncia, como
codi icado em seu DNA de destino.
Você recorda que seu có digo de destino é o mapa rodoviá rio para
sua “Terra Prometida”. Ele delineia pontos delicados que te distinguem
de qualquer outra pessoa no planeta. Quando seu có digo de destino é
desvendado, fornece o contexto para as experiê ncias passadas que você
já entende e as que ainda estã o inescrutá veis a nı́vel cognitivo. Este
có digo serve como um modelo para seu futuro, um relato detalhado de
talentos, pontos fortes, inclinaçõ es, paixõ es, relacionamentos e tudo
mais que ajuda no cumprimento de seu destino.
Escrito dentro do seu có digo de destino estã o crises de signi icado
e os processos projetados para solucioná -los. Eles nã o sã o projetados
para te quebrar, mas para te elevar. Assim como um acampamento
militar prepara um soldado para o combate, estas crises servem para
desenvolver seus pontos fortes, resolver con litos internos e esclarecer
objetivos, identi icar á reas de fraquezas, fortalecer sua determinaçã o,
incutir senso de prontidã o, testar sua impetuosidade e aumentar sua
autocon iança.
Por meio destas crises sua necessidade por signi icado é satisfeita.
E em meio a elas que as mais profundas perguntas da vida sã o
respondidas. Circunstâ ncias inesperadas o conduzem a se aprofundar e
reavaliar perspectivas de longa data. Nas crises, você descobre de que
você é feito e por que foi criado. Torna-se familiar com seu papel e seu
lugar no mundo. Descobre sua esfera de in luê ncia e as á reas para as
quais é chamado.
Com o tempo você percebe que toda crise de signi icado e todo
processo que ela provoca corre paralelo aos outros. Fica claro que,
embora elas cheguem inesperadamente, nada acerca delas é por acaso.

O PROCESSO REFINA

O cumprimento de destino nã o depende da perfeita expressã o de


suas melhores qualidades. Se fosse assim, nenhum ser humano poderia
alcançá -lo. Ele depende de crises e processos e do re inamento de
propó sito que elas instigam.
Quando a crise de signi icado é abraçada e o processo é ativado,
você descobre seus pontos fracos e á reas de distraçõ es que sufocam sua
e icá cia. Este “fogo” re inador é parte do grande projeto. Ele esclarece
sua perspectiva integrando o que está dentro e o que está “lá fora”.
Quando o fogo ica mais quente (e irá icar!) partı́culas de assuntos
pendentes ou impurezas subirã o a superfı́cie e serã o separadas do puro
material fundido de sua vida. E nesta prova dura que pensamentos
falı́veis, conceitos errados e preconceitos sã o forçados para fora de seu
sistema de crenças. Atitudes sã o examinadas. Valores de inidos. Desejos
escrutinados. Assuntos pendentes reconciliados e liberados.
Tenacidade, compromisso, desejo, paixã o, foco, autenticidade —
todos sã o testados no processo. A prova substitui decepçã o por
verdade e incongruê ncias com pensamentos harmoniosos, escolhas e
açõ es. E o lugar onde a ira, ressentimento, ó dio a si mesmo e
expectativas distorcidas sã o arrancadas pela raiz para que o solo de seus
esforços possa produzir a colheita de destino que você foi criado para
produzir.

SEU FUTURO ESTÁ CHAMANDO

Có digos de destino unem passado, presente e futuro em um


contexto signi icativo. A descoberta de seus “genes” de destino traz
perspectiva à visã o global antes obscura. De repente, de um lugar
chamado hoje você pode olhar o passado com mais entendimento e
menos angú stia. E, das margens do hoje você pode olhar dentro da
visã o chamada amanhã, nã o com temor e confusã o, mas com
entusiasmo e convicçã o.
Nã o importa onde você se encontra em seu progresso em direçã o
ao cumprimento de destino, você pode viver com esta visã o na mente e
no coraçã o, sabendo que ela existia antes mesmo que você soubesse
que estava lá . Você ouvirá o futuro chamando quando vir uma criança
pequena brincando de mé dico ou um candidato se inscrevendo na
academia de polı́cia. Ouvirá seu futuro chamando toda vez que seu
sonho falar a seu coraçã o sobre o que pode ser.
Em um dado momento você está processando ou agindo com base
em informaçõ es desenvolvidas no passado a partir de liçõ es
aprendidas, revelaçõ es recebidas, decepçõ es digeridas, realizaçã o
composta por talentos e habilidades exclusivas. Ao trazer estes dados
ao presente atravé s de seus pensamentos, eles interagem com sua visã o
do futuro para produzir novos pensamentos.
Nã o importa quã o brilhante, fraca ou descolorida essa visã o possa
ser, ela conté m todos os elementos de destino em potencial. Quando
você entende a enormidade desta verdade, sua consciê ncia se torna
uma má quina capaz de levar estes elementos a combustã o. De repente,
seus pensamentos, desejos, escolhas, açõ es e sonhos trabalham juntos
para gerar a força do destino.
Se você guardar revé s, desilusõ es, desâ nimos e até fracassos, esta
força te ajudará a prosseguir. Você será capaz de manter o retrato do
futuro a ixado em sua mente consciente. Isso é importante porque,
quanto mais tempo isto permanece em seu “arquivo ativo”, mais forte a
visã o icará (e mais poderosa sua força adiante). Em cada dia de busca
consciente, você icará mais ousado em suas proezas e mais
determinado a alcançar seus objetivos.
Cada objetivo que encontrar, a fragrâ ncia de destino revelado
icará mais intensa e encantadora. Essa fragrâ ncia irá acenar e te atrair
adiante no caminho. A esperança para o futuro te envolverá até que sua
espera seja cumprida e a expressã o de seu propó sito esteja em pleno
lorescimento.
TABELA 19

Verificação do Segredo 2
Considere algumas das mais
memorá veis, contudo aparentemente
aleató rias experiê ncias da sua vida. Ao
examiná -las a partir da posiçã o estraté gica
atual, pode identi icar uma “linha” de destino
amarrando-as juntas? Explique.

O escritor e iló sofo William Hazlitt (1778-1830) escreveu: “Os


livros nos permitem entrar em suas almas e abrem a nó s os nossos
pró prios segredos”3 Os segredos que estou compartilhando com você
nã o sã o segredos para manter guardados, mas para ser
compartilhados. Como livros, eles servem nã o só para instruir e nos
assistir ao longo de nossa trajetó ria de destino; servem també m para
nos fazer cientes das re lexõ es e motivos de nossos pró prios coraçõ es.
Isso é parte do processo. E uma das maneiras nas quais a
necessidade humana por signi icado é satisfeita. Ao descobrirmos tudo
que fomos feitos para realizar, nã o podemos deixar de re letir sobre os
desejos, sonhos e visõ es incubados dentro de nó s. Melhor ainda,
aprendemos que tudo isto está tecido em uma ú nica peça — o tecido
exuberante de destino revelado!
NOTAS

“Henry A. Kissinger Quotes,” BrainyQuote,


http://www.brainyquote.com/quotes/quotes/h/henryakis101648.html
(acessado em 23 de agosto de 2009).
“The Declaration of Independence,” The Charters of Freedom, The
National Archives,
http://www.archives.gov/exhibits/charters/declaration_transcript.html
(acessado em 23 de agosto de 2009).
“William Hazlitt Quotes,” BrainyQuote,
http://www.brainyquote.com/quotes/authors/w/william_hazlitt.htm
(acessado em 23 de agosto de 2009).
REVELE SEU DESTINO

Enquanto estuda os sete segredos, mantenha seu diá rio por perto.
Anote os pensamentos que venham à mente, mesmo os que parecem
sem importâ ncia ou sem relaçã o com o tó pico do momento.
Comprometa-se a ser um fazedor de signi icado onde estes
pensamentos sejam a preocupaçã o.

Tome nota em especial de quaisquer “relâ mpagos” que te atinjam


enquanto você estuda os segredos. També m anote quaisquer mudanças
distintas em mentalidades ou perspectivas.

Considere como seus escritos na resposta a 1 e 2 podem se


relacionar com seu destino revelado. Onde eles se encaixam e que
pontos eles ajudam a ligar?
CAPÍTULO 9
REVELANDO DESTINO: SEGREDOS 3 & 4

Todos os dias você progride. Cada passo pode ser frutífero. No entanto, lá
se estenderá diante de você um caminho sempre crescente, sempre
ascendente e cada vez melhor. Você sabe que nunca chegará ao fim da
jornada. Mas isso, longe de ser desanimador, só aumenta a alegria e a
glória da subida.

— Sir Winston Churchill3


A JORNADA, QUE chamaremos de marcha consciente em direçã o
ao destino, foi personi icada na vida de Sir Winston Churchill. Ele
permanece um exemplo de persistê ncia por excelê ncia, um homem
para quem as vitó rias elevadas estavam intercaladas entre grandes
decepçõ es. Apesar das bê nçã os misturadas ao longo do caminho,
Churchill era um homem cuja vida e destino estava em harmonia.
Churchill era familiarizado com crise e dominava o processo. Suas
experiê ncias e signi icativas “coincidê ncias” o izeram sondar as
profundidades dentro de si mesmo e subir para oportunidades de
destino, nã o só a nı́vel pessoal, mas no cená rio internacional. Tã o
repleto de in luê ncia e impacto foi sua funçã o que, seria impossı́vel
entender a histó ria do sé culo XX sem reconhecer o papel de Churchill
nela.
Seu potencial nã o é menor que o de Churchill. O destino está
escrito em seu DNA assim como estava escrito no dele. Ao
continuarmos atravé s dos sete segredos, você encontrará mais chaves
com as quais destrancar este potencial. Se você está pronto para uma
mina de ouro de insights dentro das obras mais profundas de realizaçã o
de destino, os segredos 3 e 4 sã o para você !
SEGREDO 3 - AS PROFUNDEZAS DENTRO DE VOCÊ SÃO
PROCESSADAS PARA ESTIMULAR O PROGRESSO

O destino requer que estejamos dispostos a engajar o processo, e


que nó s mesmos sejamos processados. Existe uma franqueza de
coraçã o — um quebrantamento — dominado pelos que cumprem seu
potencial em vida; é uma submissã o à realidade e a verdade que
permite o desenvolvimento pessoal a um nı́vel elevado.
Este quebrantamento equivale a uma renú ncia de suas exigê ncias
por um resultado em particular, em favor do melhor resultado. Por
exemplo, se o seu destino é em missõ es mé dicas, mas o desejo
equivocado por um estilo de vida extravagante o direciona a se
“estabelecer” na prá tica de uma especialidade em um bairro chique,
você escolheu um resultado em particular (que parece ser mais
recompensador aparentemente) no lugar do melhor resultado (que no
im teria provado ser mais satisfató rio).
O quebrantamento libera a necessidade de estar certo, a im de
que a verdade possa ser percebida de forma exata e o progresso
genuı́no realizado. Equivale a um desembaraço e desimpedimento
deliberado do conhecido, do confortá vel e das exigê ncias
autocentralizadas de facilidade e previsibilidade. Quebrantamento pode
ser visto como uma disposiçã o para deixar ir, liberar o que você segura
com mais irmeza a im de poder compreender algo maior.
O quebrantamento é a chave para se tornar e permanecer
desprendido em seus esforços. Abre seu coraçã o para novos
aprendizados, consciê ncia aprimorada, exploraçã o, descoberta, fome,
curiosidade e rendiçã o. Assegura sua capacidade para dar os passos
progressivos necessá rios para alcançar seus objetivos e promove
clareza de visã o, e capacidade para “ver” onde você está indo.
TABELA 20

EMOÇOES, PENSAMENTOS, COMPORTAMENTOS E


ATITUDES AS VEZES ACOMPANHAM QUEBRANTAMENTO

Choro
Tristeza

Suspiro

Anseio

Reconhecimento de falta ou perda de visã o

Reconhecimento de incapacidade para dar o passo seguinte


mais fá cil

Uma disposiçã o de fazer uma mudança profunda de dentro


para for a

A percepçã o do chamado para “ser e tornar-se”

TRÊS MUDANÇAS FUNDAMENTAIS

No capı́tulo 7 falamos sobre a mudança de relacionamento


fundamental que ocorre quando escolhemos perdoar em lugar de
abrigar uma ofensa. Esta mudança nos permite ajustar nossas
perspectivas, deixar cair nossas posturas defensivas, oferecer
compaixã o e resistir a revanche.
Aprendemos que, a nı́vel emocional estas respostas sã o
contraditó rias. As mesmas dinâ micas rodeiam o quebrantamento. Elas
nos capacitam a renunciar o controle de nossos destinos e em vez disso
escolher o coraçã o aberto. Estas simples escolhas sã o substituiçõ es no
jogo que produzem trê s mudanças fundamentais:

10. Você vê o mundo de forma diferente da que via


antes de “deixar ir”.
Até permitir seu ı́ntimo ser processado, você tenderá a buscar
segurança no mundo lá fora, nã o percebendo que os medos que carrega
nã o estã o “lá fora”, mas dentro de você .
Quando você permitir que seu ı́ntimo seja processado, começará a
ver o mundo como um espaço amplo que é vivo e cheio de
possibilidades — para você ! Começará a reconhecer as oportunidades e
ser capacitado a pô -las em prá tica.
Quando abracei o fato de que a carreira de medicina nã o era meu
destino, tive que deixar ir o medo de que meu pai iria icar
decepcionado comigo. Ao enfrentar o medo, me dispus a aceitar as
consequê ncias das minhas escolhas; comecei a lidar com o fato que nã o
poderia controlar a reaçã o do meu pai a minha decisã o e aceitei o fato
de que talvez perdesse seu apoio emocional.
O potencial da perda era real, mas o que ganhei tinha
consequê ncia muito maior: a estrada ampla para o meu destino! Em vez
de o caminho estreito, reprimido pela necessidade de aprovaçã o,
comecei uma caminhada de vida no campo dos meus sonhos, um lugar
onde poderia ser eu mesmo, cumprir meu propó sito de vida e ser um
ilho melhor para meu pai a longo prazo.
Em uma aná lise inal, escolhi meus valores em lugar das minhas
necessidades. O processo exigiu de mim uma transparê ncia como a de
criança para reconhecer minha carê ncia, a im de que pudesse
renunciar minha necessidade infantil de ser a irmado a todo custo.
Todavia, é fá cil entender por que tantas pessoas fazem a escolha
oposta. As necessidades emocionais podem exercer tremendo poder
sobre nossas decisõ es. O mé dico missioná rio que escolheu a prá tica
requintada nunca enfrentou essa pressã o de frente e, portanto, se
tornou inconscientemente dirigido por ela. Em vez de fazer uma
abordagem honesta, como criança, das necessidades nã o satisfeitas, o
mé dico permaneceu escravizado por elas.
Quando você lida honestamente com suas necessidades, ica livre
para ser dirigido por seus valores. Este nı́vel de maturidade é uma
maneira na qual nos movemos atravé s do processo e o dominamos. Em
ú ltima aná lise, a maturidade te capacita a in luenciar o mundo em nı́vel
comensurá vel com a capacidade do seu destino.
11. Você percebe que todas as coisas em sua vida e
experiência estão conectadas.
Quando você deixa ir suas noçõ es preconcebidas, começa ver que
sua vida nã o é um “tapete de pano” de amostras de tecido juntas em um
padrã o aleató rio, mas um tecido ino entrelaçado de muitos ios
aparentemente diversos. Cada io tem seu propó sito e, portanto seu
signi icado. Tentar desengajar um io em particular do entrelaço
arruinaria o tecido e destruiria seu propó sito total.
Quando você se sentir perplexo e incerto sobre como um io em
particular se encaixa dentro do padrã o total de vida, recalibre seu foco.
Considere a visã o global maior da vida. Lembre-se que você foi criado
por Deus com um propó sito. Esse propó sito é o que dá signi icado a sua
vida em todos os aspectos. Os ios que parecem estar sendo puxados do
tecido da sua vida estã o, na verdade trabalhando juntos para formar um
grande desenho.
Quando con litos internos e incongruê ncias se levantarem,
desa ie-os! A plenitude do seu destino icará mais evidente ao fazer
isso.

12. Você passa a cultivar uma nova maneira de ouvir.


Quando você se permite deixar ir e avançar, inevitavelmente
descobrirá que sua audiçã o precisa icar mais seletiva. Em vez de se
alimentar de opiniõ es de outros, da visã o de mundo da mı́dia, dos
empurrõ es da sociedade para alcançar ou se comportar em maneiras
que minam destino, você começa ouvir da mesma maneira que está
buscando viver — de dentro para fora. Aprende a desligar as vozes de
medo, dor, frustraçã o, insatisfaçã o. Em lugar disso, você sintoniza as
vozes da verdade que te guiam em direçã o a liberdade, capacitaçã o,
encorajamento e um novo compromisso de destino revelado.
O quebrantamento que produz estas mudanças fundamentais
produz outros efeitos duradouros, incluindo um novo nı́vel de
integridade, em parte porque você é dirigido por valores, e nã o por
necessidades. Você se lembrará de que quando nossos valores,
necessidades e desejos estã o alinhados, é imprová vel que você faça
escolhas comprometedoras ou sofra com a confusã o interior que estas
escolhas produzem. O quebrantamento també m produz um avanço das
fabricaçõ es de autoestima em direçã o a experiê ncia de estima
autê ntica.
O quebrantamento, integridade e identidade autê ntica que
resultam da crise de signi icado (e do processo que se segue) sã o o
inı́cio de destino revelado.
TABELA 21

Verificação do Segredo 3
Considere á reas na sua vida em que
demonstrou um sentido de quebrantamento.
Existem outras á reas nas quais você sente que o
está resistindo?
SEGREDO 4 - SINCRONISMO MARCA SUA MARCHA EM
DIREÇÃO AO DESTINO

Revelaçã o de destino envolve o que chamo de trajetó ria de


sincronismo, um lugar onde as conexõ es de destino sã o feitas. Estas
conexõ es sã o instrumentais, mas nunca acidentais. Sã o signi icativas,
até mesmo quando confundidas com coincidê ncia. As experiê ncias que
acontecem na trajetó ria de sincronismo tem o potencial, se forem
reconhecidas, de produzirem mudança de vida.
Sincronismo envolve questõ es de tempo e momento. Os eventos
que sã o síncronos estã o “acontecendo, existindo ou surgindo
precisamente ao mesmo tempo”.1 A raiz grega chronos signi ica
“tempo”.2 E tempo fı́sico, uma comodidade que parece nunca termos o
su iciente. Porque o tempo fı́sico é limitado, produz ansiedade. Esta
ansiedade está com frequê ncia conectada a questõ es de estima e
desempenho, e como tais tendem a diminuir nossa criatividade e
outras capacidades. A ansiedade é mentalmente esgotante e bloqueia o
luir livre de inteligê ncia. Tornamo-nos direcionados pelo medo e
desconectados de nossas habilidades intuitivas.
Você pode ver que o chronos é um tirano imperdoá vel. A
trajetó ria de sincronismo é marcada por um tipo diferente de tempo
descrito pela palavra grega kairos. Ao invé s de tempo fı́sico rigoroso,
kairos pode ser descrito como “tempo consciente do momento
presente”. Equivale a suspensã o de tempo que é um condutor de
ansiedade e a introduçã o em momentos dirigidos pela eternidade. O
Strong’s Dictionary of Greek Words descreve kairos como “uma ocasiã o,
isto é , [o] tempo pró prio ou estabelecido”3 para alguma coisa. Inclui a
ideia de “oportunidade... [a] (conveniente [ou] devida) estaçã o”4 na
qual um evento signi icativo acontece.
TABELA 22

Ansiedade em Ação
“Ansiedade é um “fundir” de sentimentos,
memó rias, pensamentos e especulaçõ es que
estã o tã o emaranhadas que nã o queremos tirar
tempo para separá -los”.5 Deixada por resolver,
a ansiedade produz e agrava o sentimento de
estar “preso”, emocionalmente e de outras
maneiras.

O tempo kairos é pleno de signi icado que se estende alé m da


esfera fı́sica. E o ponto em uma crise no qual um momento de inido ica
evidente e a a luê ncia de circunstâ ncias aparentemente sem ligaçã o,
está produzindo de forma complexa os resultados projetados. Nestes
momentos, icamos profundamente cientes de que nossos destinos sã o
muito maiores do que conhecemos. Isto se torna evidente em parte
porque no momento kairos, coincidê ncias signi icativas que nã o
poderiam ter ocorrido antes agora sucedem sem esforços.
Todos nó s temos experimentado momentos kairos. Já pensou em
algué m que estava há muito tempo distante da vista ou da mente e essa
pessoa te telefone de forma inesperada? Talvez desejasse a
oportunidade de encontrar e aprender de um lı́der em particular na sua
á rea, algué m que você nã o conhece pessoalmente e que nã o tem acesso.
De repente, um amigo te convida para jantar e anuncia que este lı́der
estará com você s!
Estes exemplos de sincronismo nã o sã o apenas empolgantes, sã o
uma forma de provisã o para o cumprimento do seu destino. O valor
educacional e relacional de um encontro arranjado com uma igura
proeminente na sua á rea de empreendimento pode fornecer algo que
você nã o poderia conseguir por si mesmo: você nunca poderia implorar
por isso, comprar ou roubar. Estes recursos chegam no tempo
apropriado e estavam anteriormente escondidos da visã o. Com
frequê ncia sã o recursos que estavam adormecidos dentro de você , mas
de repente borbulham para a superfı́cie onde podem ser desenvolvidos
e aplicados a necessidade do momento.
Quando coincidê ncias signi icativas como esta ocorrem, elas
produzem valor imensurá vel. E uma provisã o de uma ordem superior.

MOMENTO KAIROS
O quarto segredo de revelaçã o de destino é reconhecido e
livremente experimentado uma vez que você abraça os trê s primeiros
segredos. Você já compreendeu o fato de que destino revelado é o
produto de crise e processo. E conhecedor do fato que nem crise nem
processo ou qualquer outro aspecto de destino revelado ocorre
aleatoriamente. Esta consciê ncia te faz dar atençã o e apropriada
consideraçã o a suas experiê ncias. Porque você entende que suas
profundezas interiores devem ser processadas para que experimente
progresso autê ntico, irme, você tem um coraçã o aberto e capaz de
interagir com o processo em que está e a receber dele.
O sincronismo é desencadeado quando você abraça os segredos.
No entanto, isso acontece com frequê ncia nos momentos de maiores
frustraçõ es e desesperos. Quando você está no limite (e no limite de si
mesmo) e quase desistindo... quando seus recursos estã o esgotados
junto com seu entendimento — ai é que o sincronismo dá um pontapé
em alta velocidade. Este fenô meno está relacionado com o
quebrantamento e abertura que ele cria.
Exatamente quando você já fez tudo que pode e sabe fazer, outra
peça do quebra cabeça do seu destino se encaixa, miraculosamente!

TABELA 23

Verificação do Segredo 4
Descreva sua mais recente experiê ncia
de sincronismo. O que ela proporcionou?

EFEITOS KAIROS

Coincidê ncias signi icativas sã o eventos produtivos ao longo da


trajetó ria de destino e servem como indicadores do seu progresso em
relaçã o a seus objetivos e chamados. Estes eventos proporcionam
informaçã o necessá ria em sete maneiras especı́ icas:

1. Eles “localizam” você.


As experiê ncias com sincronismo te ajudam a entender onde você
está no processo de destino revelado. Considere nosso exemplo do
convite inesperado para jantar: o momento do encontro nã o é aleató rio;
portanto, o mero fato de organizar o jantar indica que o alicerce para
esse encontro já foi preparado. Você está em um lugar na sua
caminhada de destino onde agora precisa e está pronto para receber o
que esta pessoa tem a oferecer. Isso ajuda a de inir exatamente onde
você está .

13. Eles ativam sua paixão.


Se você está iniciando uma empresa de softwares e é convidado
para jantar com Bill Gates, sua paixã o irá crescer. Você sabe que está
chegando a uma conjuntura que está amontoada de signi icado e
potencial; isto a irma seu sentido de destino e te motiva a sonhar alto.

14. Eles solidi icam seu propósito.


Coincidê ncias signi icativas acrescentam “carne” aos “ossos” da
sua visã o. Servem para assegurar que seu propó sito nã o somente é
vá lido, mas importante (digno do seu foco e da atençã o de outros).

15. Eles dão energia a seus desejos.


Imagine que você é um ator esforçado que consegue um teste com
Steven Spielberg. De repente, você pode experimentar o que deseja há
tanto tempo. O que sempre esteve fora de alcance parece dentro de
suas posses. Suas emoçõ es se agarram as possibilidades e reacendem
seus desejos de maneiras novas.

16. Eles esclarecem seus valores.


Coincidê ncias signi icativas te ajudam a enfocar novamente no
que é mais importante para você . Você é relembrado da razã o por que
sonha em ser um mé dico...escritor...pregador...bombeiro. A busca
baseia-se nos valores que te impulsionaram em primeiro lugar.
Momentos kairos trazem estes valores para frente de maneira nova.
17. Eles analisam seus comportamentos.
Os momentos kairos sã o sempre sequenciais. Quer acalmem ou
exijam o má ximo de você (e principalmente se exigem o má ximo), você
irá adquirir uma consciê ncia elevada do que te faz vibrar. Irá aprender
porque responde ou nã o responde de certas maneiras em certos
momentos. Coincidê ncias signi icativas també m irã o destacar
aspectos de sua maneira de ser.

18. Eles ampliam seu futuro.


Ocorrê ncias signi icativas tem uma forma de ampliar a visã o que
você carrega em sua mente e coraçã o. O futuro se torna menos obscuro
e mais conhecı́vel. Ele se move do segundo plano de sua vida (a
sı́ndrome de “algum dia”) para o primeiro plano de sua vida (um
ambiente que você pode se imaginar entrando).
Quando você entra no territó rio do segredo 4, é uma seta a iada,
bem equilibrada na aljava de um atirador magistral. Está apontado
diretamente para o alvo e nã o será distraı́do. Reconhece a necessidade
de limites claros que determinem os objetos de sua atençã o e lança fora
distraçõ es com um movimento rá pido de uma mente focada.
Você compreende o fato de que tem uma missã o de destino e
escolhe nã o ser dissuadido.
NOTAS

http://www.quotationspage.com/quote/2755.html.
“Synchronous,” Merriam-Webster Online, Merriam-Webster Online
Dictionary (2009),
http://www.merriamwebster.com/dictionary/synchronous (acessado em 23
de agosto de 2009).
Babylon Translation @ a click, s.v., “crisis,”
http://www.babylon.com/define/105/Greek-Dictionary.html (acessado em
7 de agosto de 2009).
James Strong, The Comprehensive Concordance of the Bible Together
With Dictionaries of the Hebrew and Greek Words of the Original With
References to the English Words (Iowa Falls: World Bible Publishers),
s.v. “kairos.”
Ibid.
Dr. Mark Chironna, Stepping Into Greatness (Lake Mary, FL: Charisma
House, 1999), 103.
REVELE SEU DESTINO

Você pode provavelmente identi icar um processo já em


andamento em sua vida. Pode identi icar maneiras nas quais está
permitindo seu pró prio ı́ntimo ser processado? Se pode, que progresso
está evidente?

Com qual você é mais familiarizado: o tempo chronos ou kairos?


Explique.

Em uma escala de um a cinco (cinco sendo “ideal”), como você


classi icaria sua capacidade de reconhecer e aproveitar o má ximo de
uma coincidê ncia signi icativa? Dê um exemplo e explique as maneiras
que você pode aumentar sua consciê ncia.
CAPÍTULO 10
REVELANDO DESTINO: SEGREDOS 5, 6 & 7

“A verdadeira viagem de descoberta consiste não em procurar novas


paisagens, mas em ter novos olhos”

— Marcel Proust

SEU CODIGO DE DESTINO ESTA lá o tempo todo. Uma vez que
você o descobre ele chama sua atençã o. Enfoca sua visã o de maneiras
novas; você poderia dizer que te dá “novos olhos”, uma lente de destino
que vê o mundo de uma maneira nova e convidativa.
Com estas lentes irmes no lugar, as “apostas antigas” estã o fora:
os limites em seu potencial sã o levantados; suposiçõ es com base no
medo sã o desmanteladas; seus sonhos sã o tirados da prateleira e o pó
sacudido.
Enquanto você entende e aplica os segredos restantes, sua vida
será infundida com novo vigor — nã o uma luta incessante para fazer
sua vida funcionar, mas uma energia irrefreá vel que é alimentada por
saber quem você realmente é e por que está aqui.
SEGREDO 5 - SUA TRAJETÓRIA DE DESTINO SE TORNA
EVIDENTE

No ilme sucesso de bilheteria, Os Caçadores da Arca Perdida,


Indiana Jones enfrenta um abismo que ica entre ele e a taça sagrada. O
abismo é tã o profundo e o caminho tã o impossı́vel que a morte é o
ú nico resultado concebı́vel. Mesmo assim, Jones nã o renuncia sua
busca ele dá um salto de fé literal e descobre um patamar que nã o
estava visı́vel antes. O caminho nã o foi mostrado até ele dar o salto.
Esta é a experiê ncia exata de conquistadores de destino.
Gargantas profundas estã o encravadas entre eles e seus propó sitos de
destinos — abismos que intimidariam os coraçõ es fracos e os
enviariam de volta para casa convencidos de que a derrota era o ú nico
resultado possı́vel. Poré m a derrota nunca é a ú nica escolha possı́vel;
pessoas com mente de destino aprenderam essa verdade e estã o
dispostas a provar isso vez apó s vez, nã o importa as dimensõ es dos
abismos.
Armado com o compromisso de alcançar seu destino, você pode
se colocar na saliê ncia da incerteza e topar a parada. Quando o izer, o
pró ximo passo da sua trajetó ria será desvendado e você marchará
adiante. Esta trajetó ria evidente abrigará a con iança que você está na
estrada certa. Você fará as mudanças ousadas que temia no passado.
Chame isso de andar sobre as á guas, sair do barco ou dar um salto de fé ,
você reconhecerá estes momentos quando eles chegarem.
Por estar absorvido em uma atividade que traz realizaçã o,
signi icativa, seu sentido de tempo chronos icará perdido junto com a
ansiedade que antes produzia. Você se sentirá movendo-se
intuitivamente, como se fosse guiado por um mapa do tesouro interno
no qual tem total con iança. Estará ciente de um nı́vel de coordenaçã o
que nunca conheceu antes, uma operaçã o conjunta de circunstâ ncias e
relacionamentos que você nã o poderia forçar ou até pagar por isso no
passado.
Em meio a evidê ncia de destino tã o convincente, a intimidaçã o
nã o pode te atingir. Contanto que mantenha seus “novos olhos” no
prê mio, você será virtualmente incapaz de proferir os hinos dos
derrotados:
“Nã o posso fazer isso”.
“Isso é impossı́vel”.
“Acho que nã o era para ser”.
Em lugar disso você vai olhar dentro das profundidades dos
abismos a frente e derrubará todo vento de adversidade com o hino do
que acredita no destino:
“Nã o posso fazer isso sozinho, mas isto pode ser feito”.
“Isso parece impossı́vel. Merece todos os esforços”.
“Nã o era para ser fá cil, mas era para ser. Está escrito em meu
có digo de destino”.
Porque sua intençã o e convicçã o com relaçã o a destino estã o
icando mais claras, seus padrõ es de linguagem serã o alterados. Você
eliminará o vocabulá rio que enche as emoçõ es de medo e dú vida. Ao
contrá rio, usará a linguagem como instrumento — um instrumento de
criatividade que incendeia novas realidades e gera novas
possibilidades.
Enquanto seu discurso se expande alé m dos limites da
autolimitaçã o, sua experiê ncia se expande com ele; em troca,
sustentando sua iniciativa e fé nos resultados desejá veis.

RECONHECENDO CONEXÕES DE DESTINO

Você se lembra de que o ponto inicial de destino é seu chamado,


que está escrito em seu có digo de destino. Quando sua trajetó ria de
destino icar evidente, você descobrirá conexõ es surpreendentes e
signi icativas entre este chamado interior, seu có digo de destino e suas
obras externas. A ordem da descoberta varia de pessoa para pessoa
conforme suas especı́ icas experiê ncias de vida, contudo o processo de
descoberta é comum a todos.
Por exemplo, pode ser que você tenha tido um desejo profundo de
tocar piano desde a infâ ncia. Talvez um piano estivesse fora do
orçamento da famı́lia e seu desejo nã o foi alimentado. De repente, na
adolescê ncia seu chamado interior te leva a conseguir um emprego de
meio expediente em uma loja de mú sica. De sú bito, você se encontra
cercado por teclados eletrô nicos relativamente baratos. E, tem desconto
na loja!
Seu có digo de destino estava trabalhando o tempo todo. A
cronologia desenvolveu-se com base em suas circunstâ ncias singulares.
Seu trabalho de meio expediente nã o era seu destino. Nem criou o
chamado. No entanto, ele reacendeu o chamado e revelou um passo
escondido anteriormente sobre sua trajetó ria de destino.
Esta ordem de descoberta nã o está escrita em pedras. Outra
experiê ncia da juventude poderia ser bem diferente. Talvez outra
criança tivesse todos os recursos disponı́veis desde a infâ ncia. Nã o só
era possı́vel ter um piano, mas o melhor piano disponı́vel se quisesse.
Aulas de mú sica, recitais e outras atividades talvez tenham sido o meio
social da criança mais a luente. Em ambas as maneiras, o destino pode
lorescer e a singularidade da experiê ncia se torna parte da histó ria
pessoal capaz de inspirar e encorajar outros.

SERVINDO A SEU PROPÓSITO MAIOR

Seja qual for a maneira que seu destino se revele, você chegará a
um lugar de autoaceitaçã o que te liberta para estar a vontade sendo
você mesmo. Você nã o mais será conduzido a competir ou criar falsas
impressõ es. Pelo contrá rio, entra em sintonia com seu propó sito e
desenvolve um conhecimento profundo do seu chamado. Tem o coraçã o
aberto o su iciente para crescer, todavia seguro o bastante para dizer:
“Sou feliz sendo eu mesmo. E para isso que nasci”.
Este conhecimento profundo do seu chamado te capacita a servir
a vida como ela é apresentada a você . Julgamentos de valores
distorcidos sã o colocados de lado; você é capaz de aceitar as pessoas e
situaçõ es como sã o, sem a necessidade de controlar ou con igurar a
vida para satisfazer suas especi icaçõ es subjetivas. Você serve a vida
enquanto ela se revela, a partir de uma paz e realizaçã o interior. Você
nã o vacila quando uma bola curva vem na sua direçã o. Ao contrá rio, faz
ajustes e gira com esforço. Percebe que cada arremesso é uma
oportunidade para bater na bola. Nã o deixa as oportunidades
passarem.
Sua abordagem com seu trabalho será orgâ nica, em vez de
inventada. Se você é um roteirista, irá escrever porque está absorvido
por seu chamado e nã o escrever um script em particular para “fazer
sucesso”. Para os que se enfocam no ú ltimo é preciso uma mudança
fundamental. A mentalidade de “vencedor” seria: “Se continuar
escrevendo e melhorando em meu ofı́cio, as pessoas que podem
conduzir minha obra ao pleno lorescimento irã o bater a minha porta!”
Quando você estiver pronto, as pessoas e oportunidades certas se
mostrarã o. Portanto, relaxe; continue andando na sua trajetó ria
evidente e continue fazendo o que nasceu para fazer!

TABELA 24

Verificação do Segredo 5
Você se identi ica com o pianista que
descobriu um teclado eletrô nico quando era
adolescente ou o jovem rico que tinha acesso ao
instrumento perfeito quando era criança? Qual
é o “hino” que você “canta” como resultado e,
este hino está sujeito a mudar?

SEGREDO 6

VOCÊ ACESSA O LUGAR DE PERMISSÃO

Com uma trajetó ria só lida debaixo de seus pé s, você pode ver o
futuro se revelar diante de seus olhos. Os segredos de destino que antes
estavam escondidos em seu coraçã o estã o sendo manifestos em sua
conduta e resultados. Enquanto o retrato da sua vida ica cada vez mais
claro, sua inteligê ncia intuitiva ica em sintonia mais ina. Ela se move
para frente e ica mais digna de con iança. Você ganha con iança para
“seguir seus instintos” e gastar menos tempo se equivocando e fazendo
suposiçõ es.
Você intercepta com agilidade hinos e açõ es contraproducentes
antes que produzam revé s. Portanto, passa menos tempo em retrocesso
emocional. Seu ponto inicial cognitivo em determinada situaçã o nã o
está enterrado debaixo de uma carga de resı́duos inconscientes. Ao
contrá rio, você sabe onde se posiciona e se move adiante desimpedido.
Rapidamente detecta violaçõ es na consciê ncia e com habilidade
tem intuiçã o de brechas entre essa consciê ncia e o que quer que queira
emergir alé m dela. Este “novo negó cio” pode incluir revelaçã o,
entendimento, aptidõ es nã o reconhecidas e desejos de destino que
estavam anteriormente escondidos em pontos cegos.
Por estar vivendo de forma totalmente consciente, você se torna
autofacilitador. Sem perceber, você se posiciona de forma intuitiva para
que coincidê ncias signi icativas ocorram. Encontra-se no lugar certo, na
hora certa, com as pessoas certas. Portas se escancaram em tempos
oportunos, precisamente quando você está pronto para passar por elas.
Você atravessa cada novo limiar bem preparado e cheio de gratidã o.
Isso é o que chamo de lugar de permissão. E o ambiente no qual
você se move mais alé m do fazer o que poderia fazer na vida e entra no
que você faria tendo a oportunidade. Este lugar ideal nã o está na sua
cabeça ou alé m da sua capacidade; você nasceu com o potencial para
atuar nele.
Do lugar de permissã o, é mais fá cil ver a conexã o das
circunstâ ncias e experiê ncias da sua vida. Você reconhece o terreno
fé rtil no qual foi colocado e atua, na maioria das vezes, desimpedido na
expressã o da sua pessoa completa. Seu dom encontra o meio social no
qual pode lorescer. Portanto, seus sonhos podem ser concretizados.
O lugar de permissã o gera um sentido de realizaçã o que
enriquece sua vida e traz realizaçã o a outros. Você nã o está mais
servindo a mentalidade egoı́sta de o que ganho com isso. Neste lugar
fé rtil, aberto, seus esforços estã o focados em um propó sito mais nobre,
mais elevado do que uma busca de soma zero para icar por cima. A
abordagem orgâ nica a seu trabalho descrita no segredo 5 alcança sua
expressã o mais plena no lugar de permissã o.
TABELA 25

Verificação do Segredo 6
Aplique as caracterı́sticas do Segredo 6 a
natureza especı́ ica de sua trajetó ria de destino.
Como poderia o coraçã o aberto descrito no
Segredo 5 interagir com o ambiente fé rtil,
aberto do lugar de permissã o para produzir os
resultados que você deseja
SEGREDO 7 - VOCÊ SE CONECTA SIMBIOTICAMENTE COM
OUTRAS PESSOAS SIGNIFICATIVAS

Ao mesmo tempo em que é verdade que outras pessoas nã o sã o


responsá veis pelo cumprimento de seu destino, é també m verdade que
ningué m alcança destino sozinho.
O balanço entre estas duas declaraçõ es é encontrado em nosso
sé timo e ú ltimo segredo relacionado com a importâ ncia de se ter
relacionamentos simbió ticos, saudá veis, com pessoas que estejam
conectadas ao cumprimento de seu destino. Sã o pessoas com quem
você compartilha porçõ es chaves de sua trajetó ria de destino, pessoas
que també m compartilham suas trajetó rias com você .
George Burns e Gracie Allen...John Lennon e Paul McCartney...e
outros parceiros conhecidos sã o exemplos de conquistadores de
destino reunidos pelos propó sitos de destino. Nem todos os
relacionamentos signi icativos envolvem parcerias proeminentes.
Muitos sã o relacionamentos de mentor-aprendiz tais como os que se
creem ter sido compartilhado entre Isaac Asimov e Gene Rodenberry, e
Andrew Carnegie e Charles Schwab.1
E fá cil perceber como tais relacionamentos contribuem para
cumprimento de destino. O grau em que dependem da congruê ncia
interior de cada pessoa pode ser menos aparente. O fato é que, seja qual
for o empreendimento, estamos em propó sitos cruzados conosco
mesmos quando a mente inconsciente emite sinais mistos de uma visã o
dividida.
Presos em um estilo de vida de um passo para frente e dois para
trá s é menos prová vel nos bene iciarmos de forma completa de
relacionamentos simbió ticos que sã o suportes de cumprimento de
destino. Na realidade, os assuntos pendentes que nos direcionam para
satisfazer necessidades nã o satisfeitas e proteger nossas zonas de
conforto, també m irã o nos atrair a pessoas que se alimentam em e
dentro das nossas necessidades. Estes relacionamentos geram
codependê ncia e diminuiçã o de identidade autê ntica. Com a identidade
confusa, o destino ica mais obscuro.
Contudo, quando estamos internamente congruentes de forma
que nossas crenças, pensamentos e desejos se alinham com nossas
escolhas e açõ es, entramos em relacionamentos pelas razõ es corretas.
Porque estas questõ es estã o construı́das sobre uma fundaçã o saudá vel,
elas sã o congruentes com revelaçã o de destino. Naturalmente atraı́mos
e somos atraı́dos para aqueles com quem devemos compartilhar nossa
trajetó ria de destino.
Talvez você já tenha este tipo de relacionamento com uma pessoa
signi icativa em sua vida. Se tiver, você se abriu para esta contribuiçã o
de algué m. Você o convida para oferecer conselho e correçã o, sabendo
que sua orientaçã o pode causar desconforto, à s vezes. Porque você está
com o coraçã o aberto e nã o autoprotegido, nã o está buscando os que
irã o elevar seu ego, mas os que irã o falar sem rodeios e inspirar seu
crescimento pessoal.
Os lı́deres buscarã o se conectar com você porque parte do destino
deles é deixar um legado. Ao se manter responsá vel por estes
relacionamentos simbió ticos, tanto você como seu mentor serã o
bene iciados. Embora nã o sejam dependentes um do outro, seus passos
estã o entrelaçados, cada parte fazendo progresso pessoal de maneiras
independentes e compartilhadas.
Os do seu cı́rculo interno e os que estã o na rede global que você
estabelece sã o as pessoas que habitam seu campo de sonhos invisı́veis.
Eles sã o parte da resposta para criar seu futuro e você é parte da
resposta para criar o futuro deles. Com frequê ncia fornecem as peças
perdidas que você tem procurado sem sucesso.
Embora seu có digo de destino tenha sempre existido, essas
pessoas parecem surgir de repente. Muitas vezes sã o as pessoas exatas
que você há muito ansiava conhecer, mas nunca se sentiu digno de se
envolver com elas. Antes de sua autoestima ser estabelecida em seu
pró prio coraçã o e mente você nã o estava pronto para receber o que elas
tinham para dar. Na verdade, talvez tenha fabricado motivos
inconscientes para evitá -las. Se você se conectou antes que estivesse
emocionalmente pronto, talvez tenha empurrado-as para longe
totalmente. De uma maneira ou de outra, você se sentia intimidado por
elas — até agora.

TABELA 26

Verificação do Segredo 7
Quem sã o os jogadores em seu campo de
sonhos invisı́vel? Como eles tem contribuı́do
para sua revelaçã o de destino até agora?

Ao continuar trabalhando os assuntos pendentes e as tendê ncias


inconscientes, você ica mais confortá vel com aqueles que antes
pareciam “grande” demais para entrar em seu cı́rculo. Você está à
vontade com eles porque está icando mais confortá vel consigo mesmo.
Quanto menos sobrecarregados por dú vidas estes relacionamentos
icam, mais valores produzem.
“De repente” você está onde sempre sonhou. Você é transparente
e capaz de colher daqueles cujas realizaçõ es falam a seu futuro. Você
chega a conhecer (aprender) como tem sido conhecido (enquanto
permite que outros te conheçam).
Com relacionamentos vibrantes como estes, a revelaçã o de
destino se torna carregada de certeza. Você começa a dar passos largos
em vez de passos laboriosos. Sua vida alcança seu có digo de destino em
grande velocidade. Algumas vezes será difı́cil imaginar como a vida
mudou tã o rá pido — e para muito melhor!
NOTAS

“Andrew Carnegie — A Greater Than One Leadership Pro ile,”


studentlinc (November 26, 2005), (adapted from Maximum Impact
Leadership Fax. Injoy Ministries.1996)
http://studentlinc.typepad.com/studentlinc/2005/11/andrew_carnegie.html<
http://studentlinc.typepad.com/studentlinc/2005/11/andrew_carnegie.html>
(acessado em 11 de janeiro de 2010).
REVELE SEU DESTINO

Descreva as partes da sua trajetó ria de destino que já estã o


evidentes. Quã o á vido você está para dar os passos dentro da parte
desconhecida da sua trajetó ria (lembre-se do exemplo de Indiana
Jones)? Explique como sua avidez (ou reticê ncia) pode estar afetando
seus resultados?

Avalie o nı́vel no qual sua intuiçã o está atualmente operando. O


que sua resposta lhe diz acerca da clareza da visã o global maior da sua
vida?

Nomeie algumas pessoas que você acredita que seriam mentores


aptos. Explique por que você se sente assim em relaçã o a elas. Descreva
o grau no qual você se sente digno do interesse delas. Considere as
implicaçõ es mais profundas da sua resposta.
CAPÍTULO 11
MONTE NESTE PÔNEI PARA CASA

“Devemos estar dispostos a nos livrarmos da vida que planejamos, para


termos a vida que está nos aguardando”.

— Joseph Campbell

COM A VIRADA DE cada pá gina você tem marchado em direçã o a


seu destino. Passo a passo tem penetrado as profundezas em busca da
verdade e alinhado sua realidade com o que é , no mais profundo
sentido da palavra, autêntico.
A realidade que você está buscando é genuı́na em todos os
aspectos. E o retrato mais expansivo da sua vida, uma visã o baseada na
verdade de dois elementos insepará veis da sua pessoa: sua identidade
autê ntica e seu destino dado por Deus. E uma realidade, nã o de
segredos mantidos, mas de segredos revelados; um lugar seguro de
transparê ncia e posse que está fora dos con inamentos da zona de
conforto.
Esta realidade é aquela na qual, noçõ es preconcebidas sã o
confrontadas com honestidade e descartadas quando o exame prova
que sã o imprecisas. Conceitos deformados como não posso... Não sou
digno... O que tem que acontecer, acontece... sã o expostos, desa iados e
arrancados pelas raiz. Nesta realidade, nossa mente inconsciente é
chamada para prestar contas e nossa mente consciente é restaurada a
seu papel planejado. Ela está mais uma vez livre para te servir, o
fazedor de signi icado por natureza, enquanto você exerce sobre suas
circunstâ ncias e seu mundo a in luê ncia que nasceu para exercer.
A realidade que exploramos juntos é um ambiente que apoia o
cumprimento de destino. E o lugar espiritual, emocional e cognitivo
onde a busca inata por signi icado é abraçada em vez de marginalizada.
E uma atmosfera saudá vel na qual você nã o guarda segredos de si
mesmo; ao contrá rio, você está disposto a olhar debaixo das rochas
musgosas da vida para descobrir as falá cias e atitudes equivocadas que
uma vez te incitaram a aceitar limites falsos.
Neste ambiente de destino, a mente inconsciente nã o precisa se
agitar, se perguntando por que você está aqui. O questionamento
acabou e o tempo de fazer signi icado está aqui. Sua mente consciente
forma e possui a pergunta fundamental que todos nó s devemos
responder: Quem sou eu, de verdade? Você pergunta, nã o retoricamente,
mas porque sabe que a resposta é importante. E mais que um boato de
informaçã o; é uma chave mestre para revelar destino.
Você pergunta porque entende que sua busca por signi icado irá
revelar seu propó sito. Sabe que este propó sito foi escrito no seu có digo
de destino muito antes que você soubesse que existia um có digo.
Percebe que este có digo aciona o motor de cumprimento de destino e
revela a conexã o providencial de coisas que você pensava que eram
insuportavelmente aleató rias.
De repente, a mistura de obstá culos inesperados, mal entendidos,
anseios, crises, revé s e ê xtases tem signi icado. Você pode olhar para
trá s e ver como os ios da sua existê ncia, que pareciam incompatı́veis
estã o organizados de forma magistral para produzir um modelo ú nico
de tapeçaria, lindamente composto e perfeitamente equilibrado.
Sua jornada pá gina por pá gina atravé s deste livro e em seu
pró prio coraçã o tem te relembrado o poder da sua imaginaçã o para
criar algo — até mesmo elementos do seu futuro — a partir de nada
mais que uma revelaçã o do plano providencial para sua vida. A crença
de que os resultados da vida estã o fora do seu alcance foi atualizada
com a verdade de que os resultados se iniciam em seu pensamento.
O entendimento que cada destino que necessita ter já está
disponı́vel gera a liberdade para sair das fronteiras do que é para o
territó rio inexplorado do que pode ser. As cortinas foram puxadas e a
luz está luindo. Você pode ter a visã o global. Está fazendo o inventá rio,
decidindo o que ica e o que sai; quais comportamentos e perspectivas
servem aos interesses do grande projeto de sua vida e quais te mantê m
preso ao Ponto A.
No territó rio de destino revelado você é liberado dos fardos de
mentalidade de performance e de dissimulaçõ es emocionais. E
desligado dos tentá culos da autoimagem falsa e falsamente criada e
liberado para a aceitaçã o de seu autovalor. Nunca mais você trocará
autenticidade por uma sacudidela breve de autoimagem. O traço de
autoestima foi desvendado e forti icado. A habilidade de autoestima
está sendo a iada à medida que você aprende a se mover atravé s do
processo de revelaçã o de destino e a dominá -lo.
Sua maneira de ser foi restaurada a inteireza enquanto sua
singularidade foi honrada e exposta à luz. Como resultado, tudo que
está dentro de você está livre para emergir; você está tanto sendo como
se tornando a pessoa que foi criada para ser. Porque o verdadeiro você
está interagindo com outros, eles tiram força de quem você é . Porque
seu destino está se revelando, os que estã o a sua volta estã o mais livres
para serem as pessoas que foram criadas para ser.
Viver de dentro para fora é seu estilo de vida. Você entende o
poder de conectar seus valores interiores e crité rios essenciais com os
sonhos externos, alvos, objetivos e resultados que visiona. Está ciente
da vitalidade gerada por suas intençõ es e paixõ es dirigidas pelo
destino. Reconhece o valor de sua histó ria de vida, histó ria pessoal e
mudança de estaçõ es da vida. A aceitaçã o te liberou para viver livre do
medo de rejeiçã o; portanto, encontra força em seu pró prio passado. Em
vez de uma lembrança dolorosa de dias escuros, é um testemunho da
plenitude do seu destino, uma crô nica na qual até mesmo as pá ginas
manchadas pelas lá grimas sã o valiosas.
O poder do julgamento de valor que uma vez tinha domı́nio sobre
suas melhores intençõ es foi efetivamente neutralizado. Esta é uma
jornada de vida e você terá oportunidades inumerá veis para sucumbir a
esta atividade inconsciente nos dias vindouros. Mas, ela nunca precisa
te pegar inconsciente outra vez. Sua abordagem totalmente consciente,
renovada da vida irá expor cada armadilha inconsciente e te impedirá
de semear e colher vereditos ilegı́timos. Ao contrá rio, você irá dar e
receber a irmaçã o, satisfazendo suas necessidades e as necessidades de
outros, e ajudando a libertar todos envolvidos em uma vida dependente
de aprovaçã o.
Na trajetó ria de revelaçã o de destino, o estilo de vida de perdã o é
abraçado e o ato de perdoar é reconhecido pelo que é : um bá lsamo
curador que libera o ofensor e o ofendido do tormento presente e
futuro do que já foi trancado no passado. E o mais importante de tudo,
você perdoa e ama a si mesmo incondicionalmente.
Tudo isso e mais está acontecendo. Ao investigar fundo o ı́ntimo
de sua vida e crenças, você descobriu alguns tesouros. Você trouxe
muitos deles para a luz. Alguns ainda serã o desenterrados. Em breve
você irá se maravilhar com aquelas joias, també m. Sem “aviso” você
experimentará uma capacitaçã o genuı́na, autê ntica baseada em destino
que nunca conheceu.
Talvez já tenha experimentado.

OS SETE SEGREDOS EM TEMPO REAL

Você acumulou uma riqueza de informaçõ es e insights. Mas,


percebeu que a vida nã o para diante do processo de aprendizado ou
espera que você aplique tudo que aprendeu?
Nã o tem problema! Os sete segredos nã o se tratam de estudar a
vida em um tubo de ensaio. Trata-se de sujar suas mã os e do luir da
essê ncia do seu destino, enquanto você investiga o vasto campo de
oportunidades que te rodeiam. Sua busca por destino exigirá alguma
pesquisa de campo e esforço.
Os segredos sã o perfeitamente adaptados a tal ambiente de
trabalho. Eles viajam com você momento a momento e de um lugar
para o outro, prontos para serem vividos. Cada crise de signi icado e
processo que você ativa é seu campo de treinamento. Portanto, onde
quer que você esteja é onde precisa estar. Seu pró ximo passo começa
aqui.
Deste ponto em diante, se considere nomeado para viver o
momento e andar de forma consciente na trajetó ria de seu destino. Sua
tarefa exigirá uma disposiçã o para cometer e assumir seus pró prios
erros, e aceitar uma realidade muitas vezes imperfeita. Agora saiba
disto: sua vida está indo para algum lugar e está mudando para melhor.
Você tem grandes coisas adiante, portanto nunca... nunca... jamais
desista.
O destino nã o é mais domı́nio de algué m. Nã o é para algué m mais
especial, mais dotado, mais capaz, mais amá vel ou mais favorecido.
Você é esse algué m! Os sete segredos se aplicam a você tanto quanto se
aplicam aos muitos realizadores de destino que tenho estudado ao
longo dos anos. Quer estejamos falando sobre Alexandre o Grande ou
Alexandre Solzhenitsyn, Jane Goodall ou Jane Austen, os segredos sã o
os mesmos. Mais importante, a ativaçã o do DNA de destino está tã o
disponı́vel a você como estava a eles. Eles nã o eram iguras imortais a
quem foram designados poderes mı́sticos ictı́cios. Eram seres
humanos de carne e osso com defeitos, medos, pontos fracos — e
contribuiçõ es profundas a fazer.
Eles apenas sabiam o que agora você sabe. Aprenderam por
experiê ncia que destinos extraordiná rios se revelam nas crises e
processos da vida comum. Descobriram que mesmo as experiê ncias
caó ticas das suas vidas nã o eram aleató rias. Em algum ponto a
trajetó ria de destino icou clara para eles, como ica para todos os
grandes homens e mulheres. Dia a dia eles seguiram a parte do destino
que podiam ver. Um passo de cada vez viram onde a pró xima passada
pousaria.
Gradativamente alcançaram o lugar de permissã o onde operaram
sem impedimento na expressã o da sua pessoa e dom. Lá , serviram a um
propó sito maior e mais nobre do que eles mesmos e trouxeram
realizaçã o a outros. Apesar de sua ingenuidade e talento, eles se
conectaram simbioticamente com outros que contribuiriam para a
causa de seus destinos.
Tudo aconteceu nas vidas deles como está acontecendo na sua —
em tempo real.

A TOCHA FOI PASSADA

Você tem em suas mã os as pepitas de ouro que todos os


conquistadores de destinos aprenderam. Estes princı́pios produzirã o
transformaçã o se você os abraçá -los. Viva-os em tempo real, quando
estiver sendo regado com bê nçã os e quando estiver com jacaré s até o
pescoço. Lembre-se dos princı́pios com frequê ncia. Use as pá ginas
deste livro até rasgar, se necessá rio.
Seja o que for que você izer, descubra em cada experiê ncia o
cerne de destino esperando para ser liberado e valorize-o. Deixe a
verdade invadir seu coraçã o todos os dias e convide outros para
compartilhar a trajetó ria de destino com você .
Permaneça com as ré deas na mã o. Você tem um destino a revelar!
PÁGINA DO MINISTÉRIO DO AUTOR

Para mais informaçõ es sobre Mark Chironna visite:


www.MarkChironna.com

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