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Emprego do hífen nos compostos

O emprego do hífen é uma convenção. Estabeleceu-se que “só se ligam por hífen os elementos
das palavras compostas em que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das
palavras compostas que guardam a sua independência fonética, conservando cada um a sua
própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de sentido”. Dentro desse
princípio, deve-se empregar o hífen:

1. °) nos compostos cujos elementos, reduzidos ou não, perderam a sua significação própria:
água-marinha, arco-íris, para-choque, bel-prazer, és-sueste, monta-carga, marca-passo, lero-
lero, mata-mata etc.;

Nos seguintes casos os elementos se aglutinam, sem hífen portanto: girassol, madressilva,
mandachuva, passatempo, pontapé, paraquedas, paraquedismo, paraquedista;

2. °) nos compostos com o primeiro elemento de forma adjetiva, reduzida ou não: afro-
asiático, dólico-louro, galego-português, greco-romano, histórico-geográfico, ínfero-anterior,
latino-americano, luso-brasileiro, lusitano-castelhano;

3. °) nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos Grã, Grão, ou por forma verbal, ou
quando os elementos estão ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Passa-Quatro, Todos-
os-Santos, mas Belo Horizonte, Cabo Verde, Santa Catarina (estes sem hífen porque não se
enquadram na regra) etc.;

4. °) em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas estejam ou não


ligadas por preposição ou por qualquer outro elemento: bem- -me-quer, ervilha-de-cheiro,
formiga-branca, bem-te-vi etc.

Obs.: malmequer já se escrevia aglutinadamente, e essa exceção é mantida;

5. °) nos compostos com os advérbios bem- e mal-, quando o elemento seguinte começa por
vogal ou h: bem-educado, bem-humorado, mal-agradecido, mal-habituado; O advérbio bem,
ao contrário de maL, pode não se aglutinar com o segundo elemento quando ele começa por
consoante: bem-nascido, malnascido, bem-falante malfalante, bem-mandado, malmandado
etc.; mas, em muitos compostos, bem aglutina-se com o segundo elemento; benfazejo,
benfeito, benfeitor, benquerença etc.;

6. °) nos compostos com SEM, ALÉM, AQUÉM E RECÉM: sem-cerimônia, além-mar, aquém-
fronteiras, recém-casado;

7. °) não se usa hífen em locuções de qualquer tipo, sejam, substantivas, adjetivas,


pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, salvo as seguintes exceções: água-de-
colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia (pecúlio), ao deus-dará, à
queima-roupa. Portanto: fim de semana, sala de jantar, cor de café, cada um, quem quer que
seja, à vontade, depois de amanhã, a fim de, acerca de, contanto que, visto que etc.
Emprego do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação

l.°) Nas formações com prefixos, como ante-, anti-, circum -, co-, contra-, entre- extra-, hiper-,
infra-, intra-, pós-, pré-, sobre-, sub-, super-, ultra- etc., e em formações por recomposição com
falsos prefixos ou pseudoprefixos (de origem grega ou latina) como aero-, agro-, arqui-, auto-,
hio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, m axi-, micro-, m ini-, m ulti-, neo-, p a n -, plurí-,
proto-, pseudo-, retro-, sem i-, tele- etc, só se usa hífen;

a) nas formações em que o segundo elemento começa por h: anti-histamínico, pan-helênico,


sobre-hum ano, sub-hepático, super-homem etc.; Obs.: como exceção a essa regra, co-, des-,
dis-, in - e re se aglutinam com o segundo elemento, eliminando o h: coabitar, coerdeiro,
desum ano, disidria, inábil, reabilitar, reospitalizar etc.;

b) nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal pela qual
começa o segundo elemento: anti-inflacionário, neo-ortodoxo, sem iinterno, supra-auricular,
arqui-inimigo, sobre-edificar, ante-estreia’, Obs.: são exceções a essa regra co- e re-:
coordenar, coobrigação, reeleição, reerguer etc;

c) nas formações com o prefixo circum- e o pseudoprefixo pan- quando o segundo elemento
começa por vogal, moun (além do h já mencionado na regra geral): circum-navegação, circum-
mediterrâneo, circum-oceânico, panoftálmico, pan-nacionalismo’,

d) nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando o segundo elemento começa
por r: hiper-religioso, inter-relacionado, super-resistente;

e) nas formações com os prefixos ex- (estado anterior, cessamento), sota-, soto-, vice- (ou
vizo): ex-aluno, ex-presidente, sota-piloto, soto-mestre, vice-almirante, vice-governador, vizo-
rei

f) nas formações com os prefixos tônicos pós-, pré- e pró- (as formas átonas se aglutinam com
o segundo elemento): pós-graduação (mas pospor), pré-universitário (mas predizer),pró-
africano (masproativo)

g) com ab-, ad-, ob-, sob-, e sub-, quando seguidos de radical iniciado por r ou pela mesma
consoante em que termina o prefixo: ab-rogar, ad-rogação, obreptício, sob-roda sub-reino, ad-
digital, sub-bibliotecário;

2.°) Não se usa hífen:

a) nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal, e o segundo elemento


começa por r ou s, que devem ser duplicados: contrarregra, suprarrenal, pseudorreação,
antisséptico, ultrassom, minissaia;

b) nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal, e o segundo elemento


começa por vogal diferente ou consoante (com exceção dos casos particulares já mencionados
de h, r e s: extraescolar, antiaéreo, autoeducação, autodidata, extracurricular,
supramencionado, hidroeletricidade, microcâmera, intracelular etc. c) em locuções, de
qualquer tipo, com exceção de água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,
pé-de-meia, ao deus-dará, à queima- -roupa e em nomes de plantas ou animais. 3.°) Nas
formações por sufixação, só se emprega o hífen em vocábulos terminados em sufixos de
origem tupi-guarani que representam formas adjetivas (como -açu, -guaçu ,-mirim ) quando o
primeiro elemento termina em vogal acentuada graficamente ou quando a pronúncia exige a
distinção gráfica dos dois elementos: amoré-guaçu, andá-açu, Ceará-Mirim , capim -açu.

Emprego do hífen na ênclise, na mesóclise e com as formas do verbo haver

1. °) Emprega-se o hífen na ênclise e na mesóclise (ou tmese): amá-lo, faz-se, dizer-lhe, amá-lo-
emos, enviar-lhe-ei. 2. °) Usa-se hífen nas ligações de formas pronominais enclíticas ao
advérbio eis e nas combinações de formas pronominais quando em próclise: eis-me, ei-lo, eis-
nos; no-lo, vo-las. 3. °) Não se usa hífen nas ligações da preposição de às formas
monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver: hei de, hás de, há de, hão de.

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