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@ PROVEDORIA DE JUSTIGA 0 Provedor-Adjunto Ex" Presidéncia do Colggio de Licenciado em Seguranga no Trabalho ‘Av, Caos Oliveira Campos Castelo de Maia 4475 ~630 Avioso 8, Pedro Proc? R=2016007 (A2) Assunta: Reclanagdo gpesenteda no Provedora de usta. Exerc de nges teneas “superiors ef nica de segura ehigiene no trabalho. En primelto lugar solicto que ej relovado oatraso na presente comunicaso, situao que se ficou a dover avum auntento muito: sigifiativo de-tabalho neste éxgo. do Estado, nos iimos anos, "No que se refere& queixa apresentad pelos LST, eumpre informar que a Provedoria de Justiga 4) questionou o ex-astituto para a Sepuranga, Higiene e Saide no Trabalho que, coberto do ofieio n* BOT020279M, de 31-08-2007, remeten a InformagBo 1." 134/GDIGT/2007, da Inspecgdo-Geral do Trabalho, de que se junta cdpia sob Doe, 1, que merece a edesto do Provedor de Jusign, by com hase na informagaé da Inspeoslo-Geral do Trabalho, foi solictado a0 Secceri de Estalo Adjunto ed Administrago Local (SEAAL) ¢ a0 Ministo ‘das Obras Pblias, Transportes e Comunicagdes (MOPTC) que, no bito das respectivas compettncias, ponderassem & adopeao de instrgdes a. serom transmnitida a todas as autarquas locas, bem como as enidades tucladas pelo MOPTC, que impusessem a cortecsao da situaglo denunciada ¢, consequentements, a liminaglo dos cademos de encargos de empreitadas de obras piblices. d> qusisquer cusulas que contrariassom o regime legal que ‘© enguadra enero das aotvidades de seguranga,higiene esate no trabalho (SEAL aderindo& posigo da Provedoria de Justa, sancionow a propésta da Direopdo-Geral das Autarquias Locals, tendo sido elaborado 0 Ofico Circular fn? 4611, de 22-C8-2008, de que se junta eépia sob Doc. n° 2, remetido aos Presidentes de Camara; BE vedo Pau de Bards, 9 - 1240-088 iso - Tle, 21 98 60. Tin 213061243, Fite jp soven cece mcr saunas ge 2) PROVEDORIA DE JUSTICA (0 Provedor-Adjunto 44) 0 MOPTC, inforriou o Provedor de Justiga de que a generaidade das empresas futeladas por aquele Mivisério, ma drea dos transportes © na érea da fadministago portufta, bens come o Instituto da Mobilidade e dos Transportes ‘Terestres, passaiam ater em devida consideragfo, na. documentagto. dos procedimentos concursis, nomeadamente nos cadernos de encargos das mpreitadas de obras pablicas, a nfo incluso de quaisquer cldusulas Ssceptiveis de contraiar oF regime legal que enquadra © exereicio, das fctividades de segurang,higiene e sade no trabalho. “Fendo em conta 0 resttado dss dilgéncias efectuadas pela Provedoria de Justiga, inform que determine! arquivamento do process referenciado em epigrafe (Com os meus melhores cumpriments, (0 Provedor-Adjunto de Jusiga Torge Noronha e Silveira ‘esos Dae. Inorg GT Of inser 461, de 2-8-2008, da DGAL, xs072010 fietitmuowtsiuit soni weenca ese sdb Gpereserigt o oe.tnt a2 erga SOS ‘tela OES. G INSPECCAO-GERAL DOTRADALIO Secretaria IGT Exmo, Seahor (OH 0 LE Provedor-Adjunto de Justiga onion 31082007 Dr. Jorge Noronha e Silvie Rua do Pau de Bandeira, 9 1249-088 Lisboa ASSUNTO: —_Queica apresentada na Proved de justia, xetcicio de fangs técnicas de seguranca e higiene do trabalho im resposta ao Oficio de V.Exa. n° 8620, de 07.06.04 relativo a0 assunto ‘mencionado em epigafe, junto envio a V.Exa, a Informagio elaborada pelos ‘nossos Servigos, bre o mesmo, Com 0s melhores cumprimentos, OSUBDIRECTOR-GERAL DA ACT, José Antini6 de Olive’ Tavares Gabinete da Ditsoséo INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO Informagao n.* 134/GDIGT/2007 ‘Assunto: Bxereiio da profssio de téenico superior de SHT na construgio Coli de lieenciados em seguranga no trabalho Na sequéncia do despacto do Sr. Inspector epleafe, informa-se: 1, Abordagem da prevanso de riscos profisionais no sector da construg: 0 ‘cto de construe reveste-se de um conjunto sinifiativo de especiticidades que Tevaram a adopyto, peta Unito Europes, de uma directiva relative ao sistema de gest da seguranga, higiene e sade no trabalho, nos esaleiros da eonstrugao - Diectiva SRISTICEE, relativa as contigdes minimas de seguranga © stide nos estaleiros temporéroe ou mvs, ~~ - as INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO Esta medida visow a implementaeZo e © desenvolvimento adequados da flosofia da prevenpio de rscos profissionais conta na Directva-Quadro da Segurana, Higiene & Saide do Trabalho ~ Directiva 8939/CEE ~ as caracteristcas ot actvidede de construglo. nite outtos aspsctos que evidenciam as especitiidades da actvidade da construgo poder destacar-se as seguntes =A cexstéacia de ts fases distintas no processo: coneepglo, onganizaglo © sempre presente 20 longo daguela fases - 0 dono da obra ~ acima do empregador ~ 0 empreiter, eujaintervengdo acontece, fundamentalmente, na fase de execusio; ‘Arelevincia das opgdes em project no desenvolvimento dos trabalhos em obra, ‘A pluraldade de inervenientes em cada um das fases do proceso, Por outro lado, na consrusS0, © processo produlivo lo se eectua em forno de uma sndguina, de acordo oom una logica esttia, mas anes em fungio da dinimica de cada projeto que se materaliza, Destasingularidade decorre que a prevengto de riscos profssionais se deverd esruturar segundo metodologias proprias, que evidenciem a ‘apacidade de scompantar a dinfmica e as partcularidades dos projectos, dos respectives processos consrutivos e do jogo de acfres que nees se desenvolve, 1 neste comtento que « evento de concep ¢ a coordenlo de seguanga na consrugio se assumem como matrzes estuturadoras da provingdo de ico rofisionsis nos empreendimentos da contugie, ssento nos soguiies isos Fundanentai ~ "Os propio de actual a nivel a preven de isos fission, 2 Osinstrumentos dacs peeves + Osactores do proceso edifeatri; Aina de resposiilidades dos dversos interenientes, De todas esta referéncias decorre que o organograma reatvo & prevensio de soos nas actividades profissionss ca construySo apresenta, também ele, particularidades que © Aistinguem das outras formulagdesrlativa a restantes actividades produtvas, 2, O-sstema de prevencio de ritcosprofisionais na construsio No caso dos empreendimentos consruves, verific-se a presenga (¢ exeresio de intluénca) de diferentes dzcisores ~ 0 dono de obra, o empreiteia-,representados por iversos “técnicos” - o(8) aulor(s) do() projectos(s), © coordenador de seguranga & sie do trabalho, o director de obra eo téenico de segurangachigiene do tral, INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO Sucede que, quer © Regime Jurdico de Enquadramento da Sepuranga © Saide do ‘Trbalho - Decreto-Lei .° 441/91, de 11 de Novembro, que transpds para o direto interno do nosso paisa Diectivt-Quadro de Seguranya, Higine e Sade do Trabalho = Directiva 98/391/CEE -, quer 0 Cédigo do Trabalho e respective regulamentacio ~ Let 9972008, de 27 de Agosto e Lei 35/2004, de 29 de Julho - cometemn ao emprepador uma cobrigagio geral no. domlaio da prevengio de riscos profissonis que consste cm assegurar aos traballadores, qualquer que sea seu vinoulo de emprego, condiqdes de Seguranga, higiene © suide em todos os aspectos relacionados com 0 tabalho, ccompetindo-hes, nomeadamente: = dever de desenvolve as actvidedes preventivas de acordo com uma ordem fundamental de prinelpios gerais de prevengéo; =O dever findamental de, no Ambito da hirarquiaestabelecida nos principios gerais de prevengio, promover a avaliago dos riseos que nfo puderam ser evitados; = A obrigngao de desenvolver a cooperagio © a coonlenagio sempre que se realizem simultaeamente actividades, com outros empregatores © com os respectivostrabalhadores, no mesmo local de trabalho; = A-organizagho e disponibilizagio de recursos adequados & implementaso das medidas de prevento de forma integrada no processoprodutiv na peso c em todas as dimensdes da empresa, de enire os quais avulta « obrigasao «de consttigdo de servigos de preven. ‘Uma tal discipline difvlmente conseguir ser trnsposta para o ambiente © a complexidade especificos, inrentes eo deseaolar normal da actividade da consrugio. Des logo esta actividee tem, como se disse, a caactristice fundamental relativa sua estuturaglo produtiva que decore sompre er tomo de un project insusceptvel de repeigio. Quase se poderi dizer que neste sector de actividade se eificam, permanentemente, “protetipos”. De ficto, do projecto para projecto, variam as ‘carcerstieas fisicas do empreendimento, varam a8 envolventes embiensis, varia. cenvolvente social e cultual onde se executa, varia o ambiente humano e es diversas ‘equipas de trabalho que se mobilizam para o constuir e,finalmente, ests conjunto de varifvels desmulipilia-se 20 longo de todo 0 processo, desde 0 projeto & sua execu. esta caacteristca deco a verifcaglo constant, no processo constutivo, de (8s fases distintase soquensiais,esquematizdas na figura I: = A concepeio, mi qual se decide da implantagto da edificagao e as opobes necessérias @'su execugio, bem como o tipo de materiais ¢ equipamentos & incorporar; = Aorganizagto, durante a qual se ralizam os actos preparatrios da exccusio, esignadamente « elatorapo do cademo de encargos, a selepio do(s) executantes), a defnigdo contatual dos termos em que © projecto vai set coneretizado ¢aadjudicagto da ota, entre outros ~ A-exccupto de eifcagao propriamente dts, emestaleito de obra, % INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO ‘Acai uma das fasescomesponde um universo de actoreseuja composigdo &especitica ‘emeada ua delas, om fanglo dos papéis que aise desenvolvem, mas cujas decisbes se ‘io projectando,influenciando condicionando a aoyHo dos actores da fisesepuinte do process. Fa TEs organs a conio Neste processo constatase a presenpa constante de um desisor ao longo de qualquer ddaquolas fases —0 dono da obra ~ eintervenso das equpas de projecto,cujs papéis ‘fo slo contemplados peo regime juridco de enquadramento da seguranjae sade do trabalho enquantosujitos de ua obigapo legal Inmportard salientar que w decisbes do dono de abra, no plano econdmico e as opeBes dos projctsias, no plano téenco, e revestem de importincia fundamental na definio dda configuragio da edifagio, com repeousshes Obvias ao nivel da seguranga e da ‘se, no que diz respite aos trabalhosaexecutar em estalero. Por isso, a observancia de aspectos determinantes que consttuem 0 objecto dos prineipios gerais de prevengio esto inimamente relacionados com as. proprias ‘efinipies do projecto da edificasto. Aliés,o préprio preimbulo da Directiva 92/57/CE. ‘evidencia que “as escolhs arguitectOnleas efou organizacionas inadequadas tt uma ind planifieapéo dos trabalhos na elabora;do do projecto da obra contibuiram para ‘mais de metade dos acidntes de trabalho nos estaleiros da Comunidade” Nestas cizcunstinclas © empregador ~ 0 empreiteiro, ou © subempeiteiro — cujas interveng6es acontecem, fundamentalmene, na fase de execusto, sio dstnatrios de tum conjunta de definigés estabelecidas em projcto e que so as eondicionantes dos seus processos de gestio da seguranga e sade do trabalho a que por lei se encontram, olvigados. INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO ‘Acrese, anda, nesta fs: de realizao de obra, de scordo com 0 prefmbulo de mesma rectiva, que “una falha de coordenacao, designadamente devido presenca Sinultnea ou sucessiva de empresas diferentes mum mesmo estaleio tempardrio. ou ‘mével, pode provocar un: ntimeroelevado de acidents de tabetha. sie conjunto de facies, assoviados & penosidade reconhecida ao tabalho ‘desenvolvido em estalir de obra expem os trabalhdres c, mesmo, terceos a riscos clevados, consttuem a jstificagdo para necessidede utna abordagem que cantemple a5 especificdades referidas, 2, O enquadramento legal da Seguranca, Higiene Saide na construsio © DL-273/2003, de 29 de Outubro parece ter, precisamente, esse objecivo: eslabelecer regras gers de planeamnto organizajo e coordenagio para promover a seguranga, higienee sade do trabalho em esaliro da construgi, Para tanto, considera realidade do empreendimento constrativo wa sua globalidade, dese a concepeto a sus execupto, indo até & sua posterior ulilizagio, bem assim come © “jogo de sctores” que ai se desenvolve, seja em cada una dessiy fases, seja na teas entre fases. ‘As traves mesiras desta dsiplina legal assentam em dois objctivos fundameata = Levar a filosofis consagrada nos principios gerais de prevengio 20 acto de Frojectar a edifisapio, designadamente quanto as opgBes arguitetonicas € ‘scolhas (éenicas a materializar ~ a designada prevengto de concepss0 ‘momento em que, reconhecidamente, a aplicagio dos principios gerais de revenplo, permite maior eficdsia na configuragto da seguranga ede side do balho; — Reforgar a coordenasao ene os diferentes intervenientes, desde a elaborasSo 4o projecto ds ora e também durante a realizasto da obra, pata dinamizar & atioulagdo € a sicessio de intervengGes, contemplando a diferente exigencia de planeamento da seguranga e saide do trabalho no fmbito de ‘um empreendimentoconstrutvo, Este espitio eas metodologss que enformam a legislagdo enquadradora de prevensf0 de riscos profisionsis ncs empreendimnentos da constriséo, que vem na cscia de anterior legislagdo ~ DL 15595, de 1 de Julho - “conviver” com as metodologias ‘reconizadss pelo Regime Juridico de Enquadramento da Seguranya, Hligiene Sade do Trabalho eaplicant-seplenamente ao dominio dos esaleitos temporrios ou mSveis, sem prejuzo de disposigdes mais restritvasefou espesficas,contses naqucles textos legs, INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO A dope da diestva “Estalsitos Temporirios ou Méveis” resulta, em sintese, do reconhecimento das espevificidades da atividade produtiva do sector da consruga0, de centre as quaisresslia a pluralidade de actores em presenja e a sua intervengo num process soquencialcaracteristico da atvidade da constr, sta stuago determina virios momentos de ransipio entre 0 que €projectado €0 que & finalmente exccutado,é potencialmente geradora de conffontos de interessese implica difculdades para fiuidez dos processos de comunicapfo entre actores ao longo de todas as fises do acto de sonsruir, com evidenes repereussbes no dmbito da prevengo de isos profissior aqui resulta iden de que a gestio da seguranga,higiene sulde do trabalho deverd reporta-se a realidade co empreendimento e nio apenas da empresa, devendo ser cstruturado de molde a garantie uma relagio equllbrada € fidvel entre todos os Intervenientes no process construtvo. 3. Oexereiclo das diferentes actividades de SHST na construgio [Neste context, os coordaadores de segura —em projecto eem obra ~“animadores” « garantes do sistema de prevenefo nos empreendimentos construtvos, desempenbam ‘um papel eos de zens «ge do taain osu oe exc des fe, no Gooleto da posto do sisema de se nase CAT EEenpalsinsi Ge SHST e Cio do Taba) Inport, ete propésio, ter preci que o campo de gesto da empresa do sector da onstrdo lo olpeide com a geatfo do um empreeadimentoconstuva. Com eit, fo. sector da. consruplo os empregadores — empritres e subempeteiros ~ Gesenvohvem wma sctiidade que, por natueza, se radu, coventemente, nt Imobllzgto de recursos réprios para execu por Vexsem simultineo, de diversos empreenimentosconstuvos one outs empress estado, nomalments, presets. De enite esses reurss at, procisamente, © servigo do prevenio,entenido como conjusto de meios mateiais‘c orgnizaconals capazs' de polarear a gesto da revenge de rises prosioni, polar tecnicamente os respectivos procesos de {vst e aio eater a sua activiade com ade outos, tendo em vis a proteeyS0 Cdn seguanga ed sate dos tabahadorescolocados sob sua responsbdade. © desenvolvimento da lepslayio de segurana, higiene e sade do trabalho apontado ‘pela citada Lei de enquacramento da SHST defini, nim primeiro momento, o Regime ‘de Organizagio e Funcionamento das Actividades de SHST ~ DL, 26194, de 1 de Feverei - para, mais tare, através do DL 110/200, de 30 de Junho, estabelecer as ‘ondigSes de acesso ¢ de exercicio das profssdes de técnico ¢ téenico superior de segurangae higiene do trabalho. INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO Este texto legal representa 0 corolirio de um amplo debate eficiuado entre a administrega0. Publica + os Parcsios Socais, no ambito de Comissto Técnica Especializada de Higiene © Seguranga do Trabalho, que mereceu a aprovecio. da CComissio Permanente de Certticagto, em Novembro de 1999. © caminho apontado no émbito desta lgislagao, mais tarde consigrado no manual de certiicagio, editado cm Janeiro de 2001, pelo exIDICT-Insituto para 0 Desenvolvimento ¢ Inspeeso das Condigdes de Trabalho, vei apontar para a suo de téenicos « téenicos sxpriores de SIFT, detentres de’ competéncias insets um perfil “de banda larga”, 9 que sigificou 2 assumpeto de que, independentcmente dos Secores de actvidade nes quasiriam operar os referidos técnica, estes deveriam set deteniores de uma formayo especifica, homologada ~, quer por via da fequéncin com aproveitamento da desigiads “Yormagéo inicial", quer por via da ttalardade de uma licenciaturaespectfica. ‘Qualquer uma destes vias —e, no que nos interest &andlse presente, a que se reporta& itularidede de licencatus, confere aos seus detentores, apd arespectiva demorstraga0 estes requisites de acess A pofissto yerate a Administagio, o dtcto & obtenga de ‘um CAP-Cerificado de Aptiio Profisional, pega esencial pata 0 desempenho _rofissional em matéria d» SHST, em qualquer sector desctividde, Através da litura destas definigbes legns seri, certamente, possivelafirmar que 0 exeroeio da profissio de Téenice Superior de Seguranga e Higiene do Trabalho, para os profssiomis detentores ce CAP, nlo poder ser restringido por qualquer invocagbes ‘colaterais Em 2004, o Ministétio das Obras Pablicas, Transportes e Habitagio publicou em Ditrio da Repiblicn a Portaria 16/2004, de 10 de Jancro. Este diploma vio estebelecer 4s condigdes. minimas que as empresas detenioras de alvaré para a actvidade. da construgo deveriam respeitar, no que concerne a seu quad de pessoal, Para as empresas das clases 6 a9, o diploma obriga a que os respectivos servgos de SHST (Prevstos no DL. 109/2000, de 30 de Junho, Artigo 4:71), inclaam um numero minimo de téenicos © ténicos supetires de SHT, detenores, para além de CAP, também de “Yormardo em matéra de seguranga do trabalho na consrugdo,obtida no “miito de formagdo complementar espetfica” AA verdade, porém, & que, até hoje, nfo foram ainda explicitados, quer o conceito, “Yormasao'em matéria de seguranca do trabalho na construsto, quer 0 vonecito “Yormasao complementa epecifica™ Por outro lado, no que conceme so exerecio da coordenagéo de seguranga na construsdo, subsequentemente & publicaglo do DL. 273/2008, de 29 de Outubro foi constiuido um Grupo de Trabalho Ministerial, que inclu representantes da Direogéo- Geral das Condigbes de Trabalho, do Instituto para a Segurang, Higiens e Saide do ‘rabalhoe da Inspeeg0-Geal do Trabalho. yy INSPECCAO-GERAL DOTRABALHO 0 objectivo assinalado a esse Grupo de‘Trabalho fi o de elaborar os textos legis que hhaveriam de regulamentir 0 exereicio da coordenago em matéria de segurana e sade im aetividade de construgio de edifcios engentaria civil, incluindoo reconhecimento ‘dos respetivs cursos de forma (0 anteprojecto de diploma da autoria do referido grupo de trabalho foi objecto de consulta publica (Separaa do BTE n. 5, de 13 de Abril de 200, tendo 0 mesmo grupo {de trabalho anlisado os contributes havidos na sequéacia da consulta, efeetuado proposta de integragdo de alguns, com a consequente reformilagio do texto do fnleprojecto que, entretanto, foi objeto de remessa ao Gabinete do Membro do CGoverno que, a época, twelve a rca do trakalh, nfo tendo sido, até hoje, publicado ‘qualquer diploma sobre 2maléria em questo 4, O caso vertente £ possivol encontrar, nos anexos ao documento remetido pela Sx:* Presidente do CColégio de Licenciados em Seguranga no Trabalho «diversos Orglos de Soberania ea tenlidades que exereem competéncias nos dominios da actvidede da eonstrug20 ©, também, da Seguranga, Higione e Said do Trabalho, inludo em diversos excertos de ‘cadernos de eneargos de obras pica, 0s termos “Gestor da Seguranca” ou “Gestor do SGSST” (que pert ler-se Gestor do Sistoma de Gestdo de Seguranga e Saide do ‘Trabalho, Relativamente «este “Gestor", nameado pelo adjudictirio (o empreiteiro geal, alguns dos donos de obra retrenciados — empresas piblicas - exigem, para aiém de Ticenciatura ou bachareiato especiico - engenhara civil, minas ou geoligica -, a frequéncia (Com apravetamento) 66 curso “apoiado ou reconhecido pelo exISHST, ‘com pelo, menos 120 horas de aulas tebrleas e 80 horas carrespondentes ao ‘deservolvimento de wm Projecto individual ow possuir formagio complementar reconhecida (CAP), em surso de téenleo superior de segurancae higiene no trabalho (iivel V), ¢ ler experiéncia comprovada na drea da seguranca em obras da mesma ntureza de pelo menas? (dois) anos". ‘Assinala-se nesta formulasa0 um conjunto significativo de equtvocos que, sve methor ‘opinido, importa esclaecer. 4.1. Desde logo, exigtnca do dono de obra rlativa& nomeagto pelo empreiteiro (a cnlidade executane, conforme defingdo do DL 273/2003), de um *Gestor de ‘Sequranca’. Esta figura no tem qualquer consagragio Igal, mio existe na relidade do “munio da constugio" no nosso pals e subvert a propria filosofia conte na Ditectiva Estaleios Temporirios ou Méveis,arqutipo legal com base to qual fi elaborada a lgislopao especiica para a sepuranga na consttuyt. a a 42. INSPECCAO-GERAL DOTRABALHO ‘Quando falamos em “Gestor”, falamos de alguém que edminista bens (aqui 0 hem em caust sé, certamente, © sistema de seguranga e sade no cempreendimento), (Quer isto dizer que o dono de obca parece entender que o papel przcipal (¢ © consequente exerecio da responsaildade a0 nivel da gestio da seguranga no tempreendimento coxstrutive) nfo Ihe competem, o que contari fonlalmente as definigdeslegais ventidas para o DL 273/203, ‘Atente-se que, no n®$ do prefmbulo deste texto legal, olelstadr refere que "A coordenagdo ¢ 0 acompanhamento das actividades da entidade exeewtante, dos ‘emprlteros dos trabalhadores.independentes sto determinantes para a _prevensdo de riscosprofisionais na consiruydo. O coordenadar de segura ‘obra (repesentante Jo Dono de Obrae por este nomeado, de acorda com 0 n&IT"a) tem especials responsabllidades ma.’ coordenasido no ‘acompanhamento cy conjunto das actividades de seguranca, higiene © saide ‘desenvolvidas no exaleiro. A funzdo da coordenagto e seguranga passard por isso a ser reconhecia através de una declarardo escrta do dono ta obra he Idenifica os coordenadores, as fungdes que devem exercer e indica a todos 08 inerveninies que devem cooperar com os coordenadores” Este primeico equivoco consist, pois, na intodugdo de um mecanismo falacioso, de acordo com 0 qual o dono de obra pretende, 20 que pareve, desresponsbilizar- '° do exerccio da coordenapo ~ gesito - em matéria de seguranga e sade nos fempreendimentos construtivos, transfeindo esse papel doteminente para 0 cempreitio geral, a quem adjudicou obra, tratando-se de uma dupla subversto, que nfo tem acolhinento legal, jé que nem a figura de “Gestor da Seguranget™ ‘existe €, muito menos, 0 exeicicio da coordenagio de seguranga compete 80 cempreiteino. ‘Um segundo equivoco associado a0 anterior consiste no entendimento de que o ““Gestor da Seguranca” nomeado pelo empretero apoiars 0 “iiecior tcnico da empreitada’, ow 0 “epresentante do emprelieiro™. ‘Trata-se aqui de ume provévelingeréncia na actividad a deseavolvr pelo téenico de SHST que 0 empcitiro venta a nomear para acompanhar 0 empreendimento (Gem que esta nomeaso paregaearecer de qualquer aprovagio do Dono de Obra ainda outro eventual equivoco presente nos documentos. 1 a partic dos servgos de Sepuranga, Higiene e Satde do Trabalho, seja na smodalidade de servigos internos, ou de servos externos (prestagio de servigos), que 0 empreteco vi efectuar a stesso do(s) tenico(s) que i(fe)proceder 80 scompanhamento dc empreendimento, no se afigurando fazer qualquer sentido ‘que o dono de obra pretenda exercerinfluéncia pa gestio deste proceso intinseco ap empreitiro ea su organizayo empresarial 43, 43. G INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO Poderemos encontar um outro equivoco no que se refer & formago — querer, certamente, dizer-s “habiltayto académica” -, através da exigéacia de que © "“Gestor da Seguraxea’, ou sea “O Tésnico Superior se Seguranga e Higiene do “Trabalho” deva “possiir formaydo” em “Engenharia (preferencialmente em Engenharia Civil", conform consta do excerto de um dos eadernos de encargos, ‘ou em “Engenharte (encatura ou bacharelato)", conforme consta de un out destes documentos ou, até a “definigto de competéacias, através de uma grlha que incl como entradas quer “habiliagses académieas", quer “habiltardes ‘profisionas”,bem.como “experitnia profissiona" De acordo com a legisasio em vigor, os donos de obra poderio exigir aos ‘empreiteirs a demonsragio de que os seus tnicos (ou téonicos superiores de Seguranga e higiere do tabalho) se encontram cerificados pelo organismo da ‘Administragdo Publica que detém a respectivacompeténcia (ex Instituto para & Seguranga, Higiene e Saide do Trabalho) ou, no caso de a8 empresis poderer recorrer a servipos extennos, se a respectiva empresa prestadora desse servigo 92 enconira aulorizada a exercer a respectiva actvidede, também aqui pelo forganismo da AdninistrgZo Piblien que delém a respectiva competéncia (Ggualmeate, ex.- Istituto paraa Segurang, Higienee Saide do Trabalho). ‘Na opinifo’ do signatirio, o que vé para além disto nfo parece encontrar scothimento legal, com ‘salvguarda da anteiormente refrida “Yormacdo aadequada’, por vis da exigéocia conta na anteriormente ctada Portaria‘n® 16/2004, de 10 de Janeiro. Aszociado a esto equivoco vem, quase naturamente um out Trate-se da ‘exgtacia dstes tims de dono de obra relatvo & demonstrago de que o referida "“Gestor” dova “posslrformagdo complementar na drea da seguranga side no trabalho da consiruao obida em curso apoiado ou reconhecido pelo Instto de Desenvolvimento e Inspecedo das Condigdes de Trabalho, com pelo menos 120 Toras de aulas técicas e 80 horas correspondentes ao desenvolvimento de tm Projecto individual De fact, exstiram no passado algumas acpBes de formasto desta naturezae com ‘sia carga horira,epoiada ou “econhecida" polo IDICT, destinadas a promover 0 desenvolvimento de oférias formativas reprtadas eo exerefsio da “Coordenasio ‘de Seguranga na ” Esta previo encortramo-Ia no anteriormentecitado projcto de dere lei sobre ‘0 exerecio da eoordensso em maria de seguranga na actividade de construgto {de edfcos © engeakaria civil, prevista no DL, 27372003, de 29 de Outubro, bern ‘como 0 reconhecmento dos respectivos cursos de’ formapio, objecto de publicayto na separa do BTE, nS, de 13 de Abril de 2004, tendo em visla 0 processo de aprciario pabic,jéreftido, 5 INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO Este antepoetorefencivn pao exer d coodenagio de sepuang nos mproendiments de cons. dois grav diferentes ~ pr Ie gta 2 ~ Sono a compli c praniade das obeas em qhrali e preonizava fare os coordenadars de pau a necessidade de obtrem fomayao espeiin Inca com uma erg bora de “dents horas, inlined tna componente de Jormasto cities e tenoligica de cento e vnte horas e componente de formato préicn om contra de tabla de ter hora”, develo et fori incl dtrminaesuniades de formago a exited 8. Aigo Mee). ner mo ent, ogo preconizads pra os coordenadores de seguranga eMtes sim, "gesoet da sepuranya 10 enpreeniento™ c, atralmens Tepesetnts do dino de cba e por x nomados ~ nfo part os teicos de teguranga © bile do tablho do enpeisito, cap execs « respective fermi se encontam omits deforma dita dasa Conetusbes Do antriormenteexposte, julga-se podermos conclu Sa. 53, ‘Nao existe qualquer consagraglo legal que caucione a exig@ncia dos donos de cobra, quer piblica, quer privada, materializads através do eaderno de encargos, ou ‘de qualquer outro meio, para que as empresas construtoras nomciem um “Gestor de Soguranga" para 0 empreendimento. Competestes, isso sim, proceder & romeapio de um eoordemdor de seguranga © saide para o empreendimento constrtivo, entendlo como seu representane para a SHST e gestor do respective Sistema de SHST; io existe qualquer consagrasdo legal gue permita aos donos de obra, quer prblica, quer privaa, exigirem, através do eaderno de encargos, ou de qualquer futro meio, que os tgnicos (ou téenios superiores) de SHT que 0 empeiteco dosigna para a obra em questio devam ser detentores de uma determinada habilitagdo scadémea, DeverBo, sim, ser detentores de CAP, que 0s hablite 2 cexeree a profissio; [No existe qualquer consagracio Iya que sustente a exigénsia dos donos de obra, ‘quer pla, quer privada, através do eadero de encargos, ou de qualquer out meio, de que os tznieos (ou (énicos superioes) de SHT que 0 empreteico designa para @ obra em questo devam ser detentores de uma determinada ‘ormagio especifics; e G INSPECCAO-GERAL DO TRABALHO ‘5A, 0 exercicio das actividades de sogurenga e higiene do trabalho por parte de pessoas indivduais (profissto de tcnico ou téenizo superior de SHT) encontra-se Fegulamentado e pode ser exercidn apenas por indviduos detenfores do respectivo Cerificado de aptiéo profissional, para cuja obtengo junto de Administraglo os tmesmosfizram prviamente demonstraglo de um Conjunto de requsitos; 55. 0 exercicio das actividades de seguranga¢ higine e sade do trabalho por parte de pessoss colectivas (empresas prestadoras de servigos extemos) encontrase regulamentado e pide ser excreka apenas por empresas delentoras da respective ‘auorizagio, para caja obtengfo junto da Administraglo as mesmas fizeram previamete demosstagio de um eonjunto de requistos. A consieraso superoe, Lisboa, 5 de Julbo de 2007 Doc we 2 ®@ oy oO Re BSS Sree oe EIGAL pineceio.cenat as auranauins Locate Eimof) Senhora) Presidente da Chara Mui de (einsgsdo por ema eect Smcomaispto Nees oferta .150ss00DMAs Ofcio Grete 4611, 0 2008-08-20 ASSUNTO: Exerciclo de fungdes téonicas de seguranga © higiene no trabalho. {enciados em Seguranga no Trabelho A edi oo Sua Excolémia 0 Provedor de Justa, encaregame Sua Excoléncia 0 Secreliio de Estado Adurio © da Adminiragéo Local, por despacho oe 4 de Setembro 2008, de informarV. Exe, relatvamente ao exerci de ungestSricas de sequranga ehigiene no trabalho, o segue ©) ‘Aenigtnci,polaschmaras municipes nos cademos do orcargos das emprettadas e obras pices, ds que os tonicos superiors de seguranga isle e sade no ‘wabalno tenham fomagao om engenhara ndo é legaimente possivel favo aos requisites legals pera exercicio dessa profssio expressamente press nos anigos 82, n#1, 78.n8 1,6 114, n8 1, do DecretoLel n® 11012000, de 30 de nb; » ‘A responsabilidad Fela coordenagdo da soguranga na obra recal sobre o dono da obra © no sobre a entidade executante, polo que as autarquias locals no t6m Suporte legal para eigitem nos cademos de encatgos das empraladas do obras Diblcas que sejam as empresas consbuloras a nomesr um cootdenador de ‘seguranga em obra (artigos 78,n# 10.92, © 8 do Decree n# 27372009, do £29 de Outro}, "ad anoa eaP ai a2 ae wen a AS UNO Sse 9) Legalmente ndo exte a figura do "Geetor de Seguranga’ pelo que, para gosto da Sse0uranga no empraendimento, apenas podem nomearo jf rte coordenador ‘4 seguranga om otra (Decreto-Lei n# 2732009), Campre-nos sinda informa do que © entendinento supra ‘oncorncia da Autoridade para as Conti do Trabalho, vido mereceu ainda a Com os methores eumprimertes. A Drector- Gar 7 Eugénla Santos 7 eae 8 0 Fa 7 wp a Bp

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