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ABNT/CB-003

PROJETO ABNT IEC/TR 61000-1-6


SET 2022

Guia para a avaliação da incerteza de medição

APRESENTAÇÃO
1) Este Projeto foi elaborado pela Comissão de Estudo de Compatibilidade Eletromagnética
Projeto em Consulta Nacional

(CE-003:077:001) do Comitê Brasileiro de Eletricidade e Iluminação (ABNT/CB-003), com


número de 003:077.001-012/1-6, nas reuniões de:

14.12.2021 01.02.2022 14.03.2022

a) é previsto para ser idêntico ao IEC/TR 61000-1-6:2012 + COR 1:2014, que foi elaborada
pelo Technical Committee 77: Electromagnetic compatibility (IEC/TC 77), em cooperação
com o CISPR (International Special Committee on Radio Interference);

b) não tem valor normativo.

2) Aqueles que tiverem conhecimento de qualquer direito de patente devem apresentar esta
informação em seus comentários, com documentação comprobatória.

3) Analista ABNT – Newton Ferraz.

© ABNT 2022
Todos os direitos reservados. Salvo disposição em contrário, nenhuma parte desta publicação pode ser modificada
ou utilizada de outra forma que altere seu conteúdo. Esta publicação não é um documento normativo e tem
apenas a incumbência de permitir uma consulta prévia ao assunto tratado. Não é autorizado postar na internet
ou intranet sem prévia permissão por escrito. A permissão pode ser solicitada aos meios de comunicação da ABNT.

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ABNT/CB-003
PROJETO ABNT IEC/TR 61000-1-6
SET 2022

Guia para a avaliação da incerteza de medição

Guide to the assessment of measurement uncertainty


Projeto em Consulta Nacional

Prefácio Nacional

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas pelas partes interessadas no tema objeto
da normalização.

Os Documentos Técnicos internacionais adotados são elaborados conforme as regras da


ABNT Diretiva 3.

A ABNT chama a atenção para que, apesar de ter sido solicitada manifestação sobre eventuais direitos
de patentes durante a Consulta Nacional, estes podem ocorrer e devem ser comunicados à ABNT
a qualquer momento (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996).

Os Documentos Técnicos ABNT, assim como as Normas Internacionais (ISO e IEC), são voluntários
e não incluem requisitos contratuais, legais ou estatutários. Os Documentos Técnicos ABNT não
substituem Leis, Decretos ou Regulamentos, aos quais os usuários devem atender, tendo precedência
sobre qualquer Documento Técnico ABNT.

Ressalta-se que os Documentos Técnicos ABNT podem ser objeto de citação em Regulamentos
Técnicos. Nestes casos, os órgãos responsáveis pelos Regulamentos Técnicos podem determinar
as datas para exigência dos requisitos de quaisquer Documentos Técnicos ABNT.

O ABNT IEC/TR 61000-1-6 foi elaborado no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-003), pela
Comissão de Estudo de Compatibilidade Eletromagnética (CE‑003:077.001). O Projeto circulou
em Consulta Nacional conforme Edital nº XX, de XX.XX.XXXX a XX.XX.XXXX.

O ABNT IEC/TR 61000-1-6 é uma adoção idêntica, em conteúdo técnico, estrutura e redação,
a IEC/TS 61000-1-6:2012 + COR 1:2014, que foi elaborada pelo Technical Committee 77:
Electromagnetic compatibility (IEC/TC  77), em cooperação com o CISPR (International Special
Committee on Radio Interference).

O Escopo em inglês do ABNT IEC/TR 61000-1-6 é o seguinte:

Scope
This Part of ABNT IEC TR 61000 provides methods and background information for the assessment
of measurement uncertainty. It gives guidance to cover general measurement uncertainty considerations
within the IEC 61000 series.

The objectives of this Technical Report are to give advice to technical committees, product committees
and conformity assessment bodies on the development of measurement uncertainty budgets; to allow

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the comparison of these budgets between laboratories that have similar influence quantities; and
to align the treatment of measurement uncertainty across the EMC committees of the IEC.

Any contributing factor to measurement uncertainty that is mentioned within this Technical Report shall
be treated as an example: the technical committee responsible for the preparation of a basic immunity
standard is responsible for identifying the factors that contribute to the measurement uncertainty
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of their basic test method.

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Introdução

A IEC 61000 é publicada em partes separadas, de acordo com a seguinte estrutura:

Parte 1: Generalidades
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Considerações gerais (introdução, princípios fundamentais)

Definições, terminologia

Parte 2: Ambiente

Descrição do ambiente

Classificação do ambiente

Níveis de compatibilidade

Parte 3: Limites

Limites de emissão

Limites de imunidade (nos pontos em que eles não estejam sob responsabilidade dos Comitês
de produto)

Parte 4: Técnicas de ensaio e medição

Técnicas de medição

Técnicas de ensaio

Parte 5: Diretrizes de mitigação e instalação

Diretrizes de instalação

Dispositivos e métodos de mitigação

Parte 6: Recomendações genéricas

Parte 9: Miscelâneas

Cada parte é subdividida em várias partes, publicadas como normas internacionais ou como
Especificações Técnicas ou Relatórios Técnicos, algumas destas já publicadas como seções. Outras
serão publicadas com o número de parte seguido por um hífen e um segundo número identificando
a subdivisão (por exemplo, IEC 61000-6-1).

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Guia para a avaliação da incerteza de medição

1 Escopo
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Esta Parte do ABNT IEC/TR 61000 fornece métodos e informações básicas para a avaliação
da incerteza de medição. Fornece também orientação para cobrir considerações gerais sobre
incertezas de medição dentro da série IEC 61000.

Os objetivos deste Relatório Técnico são aconselhar os Comitês Técnicos, Comitês de produto
e Organismos de Avaliação da Conformidade sobre o desenvolvimento de balanço de incerteza
de medição; permitir a comparação destes balanços entre os laboratórios que possuam grandezas
de influência semelhantes; e alinhar o tratamento da incerteza de medição entre os Comitês de EMC
da IEC.

Qualquer fator que contribua para a incerteza de medição que é mencionado neste Relatório Técnico
deve ser tratado como um exemplo: o Comitê Técnico responsável pela preparação de uma norma
de imunidade básica é responsável por identificar os fatores que contribuem para a incerteza
de medição de seu método de ensaio básico.

Este Relatório Técnico fornece uma descrição para

— Um método para a avaliação de incerteza de medição (MU),

— Equações matemáticas para funções de densidade de probabilidade,

— Avaliação analítica de avaliações estatísticas,

— Correção de dados medidos,

— Documentação.

Este Relatório Técnico não tem a intenção de resumir todas as grandezas de influência da incerteza
de medição nem tem a intenção de estabelecer como a incerteza de medição deve ser levada em
consideração na determinação da conformidade com um requisito EMC.

NOTA Alguns dos exemplos dados neste Relatório Técnico são retirados de publicações IEC diferentes
da série IEC 61000 que já implementaram o procedimento de avaliação apresentado aqui. Esses exemplos
são usados para ilustrar os princípios.

2 Referências normativas
Os seguintes documentos, em todo ou em parte, são referenciados normativamente neste documento
e são indispensáveis para sua aplicação. Para referências datadas, aplicam-se apenas as edições
citadas se aplica. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do referido
documento (incluindo emendas).

ABNT NBR IEC 60050-161, Vocabulário eletrotécnico internacional – Parte 161: Compatibilidade
eletromagnética

CISPR 16-1-1, Specification for radio disturbance and immunity measuring apparatus and methods –
Part 1-1: Radio disturbance and immunity measuring apparatus – Measuring apparatus

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CISPR 16-4-2, Specification for radio disturbance and immunity measuring apparatus and methods –
Part 4-2: Uncertainties, statistics and limit modelling – Uncertainty in EMC measurements

ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014, Incerteza de medição – Parte 3: Guia para a expressão de incerteza
de medição (GUM:1995)
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3 Termos, definições, símbolos e abreviaturas


3.1 Termos e definições

Para os efeitos deste documento, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR IEC 60050-161
e os seguintes.

NOTA Vários termos e definições mais relevantes da ABNT NBR IEC 60050-161 estão incluídos entre
os termos e definições a seguir.

3.1.1
incerteza-padrão combinada
incerteza-padrão de medição que é obtida usando as incertezas-padrão de medição individuais
associadas às grandezas de entrada em um modelo de medição

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 2.31, modificada – O termo admitido tornou-se o termo
preferido (e único).]

3.1.2
nível de confiança
probabilidade, geralmente expressa como uma porcentagem, de que o valor verdadeiro de uma
grandeza estatisticamente estimada cai dentro de um intervalo preestabelecido sobre o valor estimado

[FONTE: IEC 60050-393: 2003, 393-18-31]

3.1.3
fator de abrangência
fator numérico usado como um multiplicador da incerteza-padrão combinada, de modo a obter uma
incerteza expandida

[FONTE: ABNT ISO/IEC Guide 98-3:2014, definição 2.3.6, modificada – A Nota foi excluída.]

3.1.4
intervalo de abrangência
intervalo contendo o conjunto de valores verdadeiros de um mensurando com uma probabilidade
determinada, com base nas informações disponíveis

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 2.36, modificada – Os valores reais da grandeza foram
alterados para valores verdadeiros.]

3.1.5
probabilidade de abrangência
probabilidade de que o conjunto de valores verdadeiros de um mensurando esteja contido dentro
de um intervalo de abrangência especificado

[FONTE: ISO/IEC Guide 99: 2007, definição 2.37, modificada – Os valores reais da grandeza foram
alterados para valores verdadeiros.]

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3.1.6
função de distribuição
a função fornece, para cada valor ξ, a probabilidade de que a variável aleatória X seja menor ou igual a ξ:

G( ξ ) = Pr( X ≤ ξ )
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[FONTE: ABNT ISO/IEC Guide 98-3:2014, definição 3.2]

3.1.7
erro
valor verdadeiro medido, menos um valor verdadeiro de referência

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 2.16, modificada – O segundo termo admitido tornou-se
o termo preferido (e único).]

3.1.8
incerteza expandida
grandeza que define um intervalo sobre o resultado de uma medição, que pode abranger uma grande
fração da distribuição de valores que poderiam ser razoavelmente atribuídos ao mensurando

[FONTE: ABNT ISO/IEC Guide 98-3:2014, definição 2.3.5, modificada – As Notas 1 a 3 foram excluídas.]

3.1.9
compatibilidade eletromagnética
EMC
capacidade de um equipamento ou sistema de funcionar satisfatoriamente em seu ambiente
eletromagnético, sem introduzir perturbações eletromagnéticas intoleráveis a algo daquele ambiente

[FONTE: ABNT NBR IEC 60050-161:2021, 161-01-07]

3.1.10
emissão
fenômeno pelo qual a energia eletromagnética emana de uma fonte

[FONTE:ABNT NBR IEC 60050-161:2021, 161-01-08, modificada – A adição “eletromagnética”


no termo foi excluída.]

3.1.11
nível de emissão
nível de emissão de uma fonte perturbadora
nível de uma determinada perturbação eletromagnética emitida a partir de um dispositivo particular,
equipamento ou sistema

[FONTE: ABNT NBR IEC 60050-161:2021, 161-03-11]

3.1.12
limite de emissão
limite de emissão de uma fonte perturbadora
nível de emissão máximo especificado de uma fonte de perturbação eletromagnética

[FONTE: ABNT NBR IEC 60050-161:2021, 161-03-12]

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3.1.13
imunidade
imunidade a uma perturbação
capacidade de um dispositivo, equipamento ou sistema de funcionar sem degradação na presença
de uma perturbação eletromagnética
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[FONTE: ABNT NBR IEC 60050-161:2021, 161-01-20]

3.1.14
limite de imunidade
nível mínimo de imunidade especificado

[FONTE: ABNT NBR IEC 60050-161:2021, 161-03-15]

3.1.15
nível de ensaio de imunidade
nível de um sinal de ensaio usado para simular uma perturbação eletromagnética ao realizar
um ensaio de imunidade

[FONTE: ABNT NBR IEC 60050-161:2021, 161-04-41]

3.1.16
indicação
valor verdadeiro fornecido por um instrumento de medição ou um sistema de medição

[FONTE: ISO/IEC Guide 99: 2007, definição 4.1, modificada – As Notas 1 e 2 foram excluídas.]

3.1.17
grandeza de influência
grandeza que não é o mensurando, mas que afeta o resultado da medição

[FONTE: IEC 60050-394: 2007, 394-40-27, modificada – A Nota foi excluída.]

3.1.18
incerteza de instrumentação
IU
incerteza de instrumentação de medição
MIU
parâmetro associado com a grandeza de perturbação gerada durante uma medição de emissão
ou aplicado durante um ensaio de imunidade que caracteriza a dispersão dos valores que poderiam
ser razoavelmente atribuídos ao mensurando, induzido por todas as grandezas de influência relevantes
que estão relacionadas à instrumentação de medição e à instalação de ensaio

Nota 1 de entrada: Este termo é destinado a ser aplicável a medições de emissão e ensaios de imunidade.
A série de documentos CISPR 16 também emprega o termo ‘incerteza de instrumentação de medição’ (MIU).

Nota 2 de entrada: Baseado na IEC 60359:2001, definição 3.1.4.

3.1.19
incerteza intrínseca do mensurando
incerteza mínima que pode ser atribuída na descrição de uma grandeza medida

Nota 1 de entrada: Em teoria, a incerteza intrínseca do mensurando seria obtida se o mensurando fosse
medido usando um sistema de medição com uma incerteza de instrumentação de medição desprezível.

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Nota 2 de entrada: Nenhuma grandeza pode ser medida com incerteza continuamente menor, visto que
qualquer grandeza dada é definida ou identificada em um determinado nível de detalhe. Se alguém tentar
medir uma determinada grandeza com uma incerteza menor do que a sua própria incerteza intrínseca,
é obrigado a redefini-la com mais detalhes, de modo que realmente seja medida outra grandeza. Ver também
o ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014, D.1.1.

Nota 3 de entrada: O resultado de uma medição realizada com a incerteza intrínseca do mensurando pode
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ser chamado de a melhor medição da grandeza em questão.

[FONTE: IEC 60359:2001, definição 3.1.11, modificada – Uma explicação adicional foi adicionada,
ou seja, a Nota 1 de entrada.]

3.1.20
nível
nível de uma grandeza variável no tempo
valor de uma grandeza, como uma potência ou uma quantidade de campo, medida e/ou avaliada
de uma maneira especificada durante um intervalo de tempo especificado

[FONTE: IEC 60050-161:1990, 161-03-01, modificada - A Nota foi excluída.]

3.1.21
limites de erro de um instrumento de medição
valor extremo de erro de medição com relação a um valor da grandeza de referência conhecido,
permitido por especificações ou regulamentos para uma determinada medição, instrumento de medição
ou sistema de medição

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 4.26, modificada – O termo foi esclarecido e as Notas 1
e 2 foram excluídas.]

3.1.22
mensurando
grandeza particular sujeita à medição

[FONTE: IEC 60050-311:2001, 311-01-03]

3.1.23
exatidão
exatidão de medição
DESCONTINUADO: precisão de medição
grau de concordância entre um valor medido e o valor verdadeiro de um mensurando

Nota 1 de entrada: ‘Exatidão’ é um conceito qualitativo.

[FONTE: IEC 60050-311:2001, 311-06-08, modificada – O termo foi alterado e substituído por dois
termos, a Nota 1 foi excluída e a Nota 2 foi substituída por uma explicação.]

3.1.24
precisão de medição
grau de concordância entre as indicações ou os valores medidos, obtidos por medições repetidas,
no mesmo objeto ou em objetos similares, sob condições especificadas

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 2.15, modificada – As Notas 1 a 4 foram excluídas.]

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3.1.25
resultado da medição
conjunto de valores de uma grandeza sendo atribuídos a um mensurando, juntamente com qualquer
outra informação relevante disponível

[FONTE: IEC 60050-311:2001, 311-01-01, modificada - O termo foi esclarecido e a definição foi
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ampliada. As Notas 1 a 5 foram excluídas.]

3.1.26
sistema de medição
conjunto completo de instrumentos de medição e outros equipamentos montados para realizar
medições especificadas

[FONTE: IEC 60050-311:2001, 311-03-06]

3.1.27
veracidade da medição
proximidade da concordância entre a média de um número infinito de valores da grandeza medida
replicadas e o valor da grandeza de referência

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 2.14, modificada - Apenas o termo preferido é fornecido
e as Notas 1 a 3 foram excluídas.]

3.1.28
incerteza de medição
MU
parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores da grandeza atribuída a um
mensurando, com base nas informações utilizadas

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 2.26, modificada - apenas o termo preferido é fornecido
e as notas 1 a 4 foram excluídas.]

3.1.29
função densidade de probabilidade
PDF
derivada, quando existe, da função de distribuição
dG( ξ )
g( ξ ) =

Nota 1 de entrada: g(ξ)d ξ é o ‘elemento de probabilidade’ g(ξ)d ξ = Pr (ξ < X < ξ + dξ).

[FONTE: ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014, definição 3.3, modificada – A equação foi alterada.]

3.1.30
erro aleatório
diferença entre uma medição e a média que resultaria de um número infinitamente grande de medições
do mesmo mensurando, realizadas sob condições de repetibilidade

[FONTE: IEC 60050-394:2007, 394-40-33, modificada - A definição foi alterada e as Notas 1 e 2 foram
excluídas.]

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3.1.31
repetibilidade
repetibilidade dos resultados das medições
proximidade da concordância entre os resultados de medições sucessivas do mesmo mensurando,
realizadas nas mesmas condições de medição, ou seja:

● pelo mesmo procedimento de medição,


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● pelo mesmo observador,

● com os mesmos instrumentos de medição, usados nas mesmas condições,

● no mesmo laboratório,

● em intervalos de tempo relativamente curtos

[FONTE: IEC 60050-311:2001, 311-06-06, modificada - A Nota foi excluída.]

3.1.32
reprodutibilidade das medições
proximidade da concordância entre os resultados das medições do mesmo valor de uma grandeza,
quando as medições individuais são feitas sob diferentes condições de medição:

● princípio de medição,

● método de medição,

● observador,

● instrumentos de medição,

● padrões de referência,

● laboratório,

● sob condições de uso dos instrumentos, diferentes das habitualmente utilizadas,

● após intervalos de tempo relativamente longos em comparação com a duração de uma única medição.
Nota 1 de entrada: O termo ‘reprodutibilidade’ também se aplica ao caso em que apenas algumas das
condições acima são levadas em consideração, desde que sejam indicadas.

[FONTE: IEC 60050-311:2001, 311-06-07, modificada - a Nota 1 foi excluída e a Nota 2 foi renumerada
como Nota 1 de entrada.]

3.1.33
coeficiente de sensibilidade
relação entre uma mudança em uma estimativa de saída, y, devida a uma mudança correspondente
em uma estimativa de entrada, xi

3.1.34
desvio-padrão de uma única medição em uma série de medições
parâmetro que caracteriza a dispersão do resultado obtido em uma série de n medições do mesmo
mensurando

n
1
( )
s qj = ∑(
(n − 1) j =1
qj −q)2

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onde q é o valor médio de n medições

[FONTE: ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014, definição B.2.17, modificada – O termo, a definição e a equação
foram modificados e as Notas 1 a 4 foram excluídas.]

3.1.35
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desvio-padrão da média aritmética de uma série de medições


parâmetro que caracteriza a dispersão da média aritmética de uma série de medições independentes
do mesmo valor de uma grandeza medida, dado pela equação:

n
1
∑( ) 2
s (q ) = qj −q
n ⋅ (n − 1) j =1

Nota 1 de entrada: s (q ) é a incerteza-padrão para avaliação do tipo A (ver 5.3), se q for usado como
estimativa.

3.1.36
incerteza-padrão
incerteza de medição expressa como um desvio-padrão

[FONTE: ISO/IEC Guide 99:2007, definição 2.30, modificada – O termo admitido tornou-se o termo
preferido (e único).]

3.1.37
erro sistemático
diferença entre a média aritmética que resultaria de um número infinito de medições do mesmo
mensurando, realizadas sob condições de repetibilidade, e o valor verdadeiro do mensurando.

[FONTE: IEC 60050-394:2007, 394-40-32, modificada – A definição foi alterada e a Nota foi excluída.]

3.1.38
tolerância
variação máxima de um valor permitido por especificações, regulamentos etc. para uma determinada
grandeza de influência especificada

3.1.39
valor verdadeiro
valor real da grandeza sendo medida

Nota 1 de entrada: Este valor nunca pode ser conhecido de forma absoluta, mas pode ser aproximado
(dentro dos limites da incerteza) pela rastreabilidade aos padrões nacionais.

[FONTE: IEC 60050-311:2001, 311-01-04, modificada – O complemento do termo foi excluído,


a definição foi alterada, as Notas 1 a 4 foram excluídas e a Nota 1 de entrada foi adicionada.]

3.1.40
avaliação tipo A
avaliação de uma componente de incerteza de medição por meio de uma análise estatística dos
valores das grandezas medidas, obtidas sob condições definidas de medição.

[FONTE: ISO/IEC Guia 99:2007, definição 2.28, modificada – O termo admitido tornou-se o termo
preferido (e único) e as Notas 1 a 3 foram excluídas.]

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3.1.41
avaliação tipo B
avaliação de uma componente de incerteza de medição determinada por outros meios que não uma
avaliação de tipo A de incerteza de medição

[FONTE: ISO/IEC Guia 99:2007, definição 2.29, modificada – o termo admitido tornou-se o termo
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preferido (e único) e os exemplos e notas foram excluídos.]

3.2 Símbolos

X Grandeza genérica

a+ Limite superior de grandeza X

a- Limite inferior de grandeza X

d Número de eixos da sonda de campo

N Número de indicações repetidas

ν Número de graus de liberdade, v = N - 1

νX Coeficiente de variação de X

M Número de amostras de N indicações repetidas

P Probabilidade de cobertura

p Valor de probabilidade, p = (1 - P)

Qi Indicação aleatória

Q Média de uma amostra de N indicações

Qj Média da j-ésima amostra de N indicações

Q Média de M amostras de N indicações

s(Qi) Desvio-padrão experimental

s(Q ) Desvio-padrão experimental da média, s(Q ) = s(Qi ) / N

u(Qi) Tipo A (avaliação da) incerteza-padrão, u(Qi) = η(v) ⋅ s(Qi)

η(v) Coeficiente que transforma o desvio-padrão experimental para a incerteza-padrão do Tipo A

u(Q ) Tipo A (avaliação da) incerteza-padrão da média, u(Q ) = u(Qi ) / N

Tp(v) Valor crítico superior da PDF t-student, com v graus de liberdade que correspondem
à probabilidade p em uma cauda

Xmín Valor inferior de um intervalo (especificação, tolerância, cobertura) para a grandeza X

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Xmáx Valor superior de um intervalo (especificação, tolerância, cobertura) para a grandeza X

G(X) Função de distribuição da grandeza X, G(X̂ ) = Pr(X ≤ X̂ ), onde Pr(⋅) significa “probabilidade
de que”

g(X) Função de densidade de probabilidade (PDF) da grandeza X, g(X) = dG(X) / dX


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〈X〉 Valor esperado da grandeza X, X = ∫ X ⋅ g( X )dX


x Melhor estimativa de grandeza X, X = 〈X〉

σ2X ∫
Variância de grandeza X, σ2X = ( X − X )2 = ( X − x )2 ⋅ g( X )dX

u(x) Tipo B (avaliação da) incerteza-padrão, u(x) = σX

Xi Grandeza de influência para um modelo de medição matemática

xi Melhor estimativa da grandeza de influência para um modelo de medição matemática

δXi Correção para grandeza de influência Xi

Y Grandeza de saída de um modelo de medição matemática

y Melhor estimativa do mensurando, corrigida para todos os efeitos sistemáticos reconhecidos


e significativos

ci Coeficiente de sensibilidade, derivada parcial, em relação a Xi, do modelo de medição,


avaliado nas melhores estimativas xi das grandezas de entrada Xi

u(xi) Incerteza-padrão da melhor estimativa da grandeza de influência Xi

uc(y) Incerteza-padrão combinada da melhor estimativa do mensurando

k Fator de abrangência

U(y) Incerteza expandida da melhor estimativa do mensurando, U(y) = k ⋅ uc(y)

3.3 Abreviaturas

CLT Teorema do limite central

EM Eletromagnético(a)

EMC Compatibilidade eletromagnética

EME Ambiente eletromagnético

ESE Equipamento sob ensaio

FAR Sala totalmente anecoica

GUM Guia para a expressão de Incerteza de Medição

IEC International Electrotechnical Commission

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IFU Incerteza intrínseca do campo

IUM Incerteza Intrínseca do Mensurando

LPU Lei de Propagação da Incerteza

MIU Incerteza da Instrumentação de Medição


Projeto em Consulta Nacional

MU Incerteza de Medição

OATS Local de ensaio de área aberta

PDF Função de Densidade de Probabilidade

RSS Raiz da Soma dos Quadrados

SAC Câmara semianecoica

SCU Incerteza de Conformidade com a Norma

VSWR Razão de onda estacionária de tensão

4 Generalidades
4.1 Visão geral

Este Relatório Técnico apresenta material de base sobre os princípios da Incerteza de Medição (MU)
e diretrizes sobre o cálculo e a aplicação dos valores de MU. O Relatório Técnico tem como objetivo
auxiliar aqueles que preparam as Normas de EMC da série IEC 61000.

4.2 Classificação das contribuições de incerteza

Um valor estimado de uma grandeza elétrica ou eletromagnética (EM) torna-se mais significativo
quando uma declaração quantitativa de incerteza e confiança é relatada junto com este valor.
Uma discussão adicional é focada aqui na avaliação experimental da incerteza, ao invés da avaliação
por meio de cálculo numérico (por exemplo, métodos de Monte Carlo ou simulação), que pode fornecer
um método alternativo ou adicional para a avaliação da incerteza.

A MU pode ser subdividida em diferentes componentes (ver Figura 1).

Incerteza de medição (MU)

Incerteza da Incerteza intrínseca


instrumentação do mensurando
de medição (MIU) (IUM)

Figura 1 – Classificação das componentes de incerteza associadas com a avaliação


experimental da incerteza na medição e ensaios de EMC

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Incerteza do Local (SU)

Incerteza do Incerteza pela


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campo intrínseco imperfeição do local


(IFU) (SIU)

Figura 2 – Classificação das componentes de incerteza associadas com a incerteza do local


(por exemplo, câmaras de reverberação)

A Figura 1 mostra uma classificação das contribuições para a MU, que consiste em duas componentes:

 a) incerteza de instrumentação de medição (MIU), que representa a contribuição da instrumentação


(por exemplo, antenas/sondas, analisadores, cabos, instalação de ensaio) e

 b) a incerteza intrínseca do mensurando (IUM), que representa a contribuição do ESE (por exemplo,
instabilidade, configuração, falta de definição da configuração).

A Figura 2 mostra uma classificação das contribuições para a incerteza do local, por exemplo, câmaras
de reverberação, que consiste em duas componentes:

 c) incerteza intrínseca de campo (IFU), que representa a contribuição inerente à complexidade
(IFU para fenômenos irradiados, quando aplicável) e

 d) imperfeições do local de ensaio (SIU).


NOTA A incerteza do local e a incerteza devida à imperfeição do local são as mesmas, no caso de uma
câmara semianecoica ou de uma sala totalmente anecoica.

A MU, portanto, contribui apenas se um processo de medição (ou seja, quantificação de uma
grandeza EM) realmente ocorrer. Em contraste, a SU está sempre presente quando uma excitação
EM tem sido gerada, porque a grandeza EM de interesse é então fisicamente existente e flutuante,
independentemente de um processo de medição ocorrer ou não. Por exemplo, as reflexões na parede
geradas por um radiador de referência calibrado ideal colocado em um local de ensaio produzem
flutuações espaciais aleatórias do campo incluído na SU. Essas reflexões podem ser residuais (como,
por exemplo, em um FAR) ou intencionais (como, por exemplo, em uma câmara de reverberação)
e estão presentes independentemente de qualquer antena ou sonda de monitoramento adicional
estar presente ou não.

O processo de calibração/validação do local de ensaio verifica se o nível de imperfeições do local


está dentro dos limites aceitáveis, mas não influencia nem elimina a contribuição da SU. A incerteza
de medição pode consistir em uma contribuição MIU e uma contribuição de imperfeição do local
(por exemplo, medição NSA em um FAR).
NOTA 1 Nesta classificação, o termo “instrumentação” é mais restrito do que em outros documentos, por
exemplo, a CISPR 16-4-1. Em um FAR, a incerteza do local é causada exclusivamente por imperfeições
do local e é incorporada à MIU na CISPR 16-4-1 e na CISPR 16-4-2. Para outros locais de ensaio (incluindo
ambientes EM de múltiplos caminhos, por exemplo, câmaras de reverberação e canais de desvanecimento
mais gerais), mesmo o local idealizado pode exibir incerteza de campo inerente como um componente
adicional às imperfeições do local. Um modelo explícito e um exemplo de IFU são descritos em 5.2.3.4.

NOTA 2 Em um ambiente anecoico, a MU do ensaio completo também é conhecida como incerteza


de conformidade com a norma (SCU) na CISPR 16-4-1. No ISO/IEC Guide 99:2007, a IUM é referida como
incerteza de definição (DU).

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4.3 Limitações do GUM

O “Guia para a expressão de incerteza na medição” (GUM) (ver ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014)
fornece a estrutura teórica dentro da qual este Relatório Técnico foi desenvolvido. A abordagem
da incerteza do GUM tem, no entanto, limitações fundamentais. Se essas limitações forem excedidas,
os resultados produzidos não serão mais válidos. Essencialmente, o quadro teórico do GUM é baseado
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em (ver [1]):

 a) Lei de Propagação de Incertezas (LPU), e

 b) Teorema do Limite Central (CLT).

Para garantir que uma avaliação de incerteza feita de acordo com o procedimento descrito
na ISO/IEC 98-3 possa ser correta, as suposições necessárias para a validade da LPU e do CLT devem
ser satisfeitas. O ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014, Suplemento 1, descreve uma técnica numérica
que visa estender a validade das avaliações de incerteza aos casos em que a aplicação
do ABNT ISO/IEC Guia 98-3 não produz resultados confiáveis.

O CLT se aplica quando

 a) o modelo de medição é linear ou quase linear, ou seja, deve-se verificar, pelo menos em uma
aproximação consistente com a adequação ao propósito, que o mensurando pode ser expresso
como

Y = c0 + c1X1 + c2X2 +… + cnXn

 b) as grandezas de entrada são independentes,

 c) |ci ⋅ u(xi)| tem magnitude comparável,

 d) n é suficientemente grande (ou seja, n ≥ 3).

Se os requisitos de a) a d) forem satisfeitos, então Y segue aproximadamente uma PDF normal com
um valor esperado y e uma incerteza-padrão u(y), onde

y = c0 + c1x1 + c2x2 +… + cnxn

u(y) = [(c1u(x1))2 + (c2u(x2))2 + ... (cnu(xn))2]1/2

4.4 Princípios

Ao realizar uma medição de emissão ou um ensaio de imunidade, uma cadeia de instrumentação


de medição é necessária. A MIU é uma propriedade fundamental desta cadeia de instrumentação.

No nível mais fundamental, o ato de medição envolve a aquisição do valor numérico de algum
mensurando. O valor verdadeiro do mensurando é escrito daqui em diante simplesmente como x.

Para realizar uma medição, algum tipo de cadeia de instrumentação de medição (formando o sistema
de medição) é necessário. Um sistema de medição produzirá um valor numérico para o mensurando,
escrito a seguir simplesmente como x’, que é considerado a estimativa do valor verdadeiro
do mensurando, x, já que os dois parâmetros estão relacionados de acordo com a seguinte equação:

Pr(x' < X < x' + dx') = g(x')dx' (1)

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onde a função do valor verdadeiro, g(x’) é uma característica fundamental do sistema de medição.
A função g(x’) é formalmente conhecida como PDF do sistema de medição. A função g(x’)
é fundamentalmente estatística por natureza, isto é, a função g(x’) define a probabilidade de que
um determinado valor de x’ seja produzido pelo sistema de medição para um determinado valor
verdadeiro, x, do mensurando.
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Um exemplo da forma de g(x), que é típico de um sistema de medição complexo, é apresentado


a seguir (ver Figura 3). Observar que a forma exibida é gaussiana. Isso significa que o mais provável
é que o sistema de medição produza uma estimativa do valor do mensurando, x’, que é igual ao valor
verdadeiro do mensurando, x. No entanto, o valor retornado pelo sistema de medição, x’, pode diferir
do valor verdadeiro, x, de acordo com as propriedades determinísticas de g(x).

Figura 3 – Exemplo de g(x’)

A função g(x) de um sistema de medição complexo tem um impacto fundamental na interpretação


da estimativa retornada pelo sistema de medição. Isso é descrito com a ajuda da Figura 4, considerando
os cinco pontos (A, B, C, D e E) exibidos.

O ponto fundamental é que, quando um sistema de medição retorna uma estimativa, x', do valor
verdadeiro do mensurando, x, nenhum conhecimento existe sobre a posição específica da estimativa
dentro do intervalo de g(x).

Valor verdadeiro Estimativa produzida pela


do mensurando instrumentação de medição x’
x

Figura 4 – Impacto de g(x) na interpretação de x’

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Imaginar que um mensurando de valor verdadeiro, x, é medido usando um sistema de medição


com uma função conhecida, g(x), e que produz a estimativa, x’.

É possível que, no momento da medição, a relação entre o valor verdadeiro do mensurando,


x, e a estimativa produzida pelo sistema de medição, x’, seja
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● como mostrada no ponto A: neste caso, a estimativa, x’, subestimou significativamente o valor
verdadeiro, x, e seria necessário fazer a correção c1 em x’ para encontrar x;

● como mostrada no ponto B: neste caso, a estimativa, x’, subestimou novamente o valor
verdadeiro, x (embora não tanto quanto no caso anterior), e seria necessário fazer a correção
c2 em x’ para encontrar x;

● como mostrada no ponto C: neste caso, a estimativa, x’, relatou corretamente o valor verdadeiro,
x, e não seria necessário corrigir x’ para encontrar x;

● como mostrada no ponto D: neste caso, a estimativa, x’, superestimou o valor verdadeiro,
x, e seria necessário fazer a correção c3 em x’ para encontrar x;

● como mostrada no ponto E: neste caso, a estimativa, x’ superestimou significativamente o valor


verdadeiro, x, e seria necessário fazer a correção c4 em x’ para encontrar x.

Isso significa que o valor verdadeiro do mensurando poderia existir sobre a estimativa produzida
pelo sistema de medição, de acordo com a PDF apresentada (ver Figura 5).

Figura 5 – Estimativa retornada pelo sistema de medição

5 Desenvolvimento do balanço de incerteza de medição


5.1 Etapas básicas

A Tabela 1 resume as etapas para calcular a MU.

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Tabela 1 – Etapas básicas para calcular a MU

Competência do Ferramentas
Etapa Ação
laboratório de ensaio estatísticas

Escrever uma definição exata do mensurando (ou seja, a grandeza


1 Sim
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a ser medida ou injetada)


Coletar/definir as grandezas de entrada Xi da MU (por exemplo,
2 espinha de peixe/diagrama de Ishikawa) Sim
Definir a equação do modelo
Fornecer a melhor estimativa xi e a PDF das grandezas de entrada.
3 Sim
Todas as suposições devem ser documentadas.
Calcular a incerteza-padrão u(xi) de cada grandeza de influência
4 (usando avaliação de incerteza do Tipo A ou Tipo B, usando divisão Sim
simples relacionada aos divisores específicos para certas PDF).
5 Avaliar os coeficientes de sensibilidade ci das grandezas de entrada. Sim
Obter as contribuições individuais para a incerteza-padrão
6 Sim
ui = ci ⋅ u(xi) de cada grandeza de influência.
Combinar as contribuições individuais para obter a “incerteza-padrão
7 combinada” uc, ou seja, usando a regra da raiz da soma dos Sim
quadrados (RSS).
Obter a incerteza expandida, U, para um determinado nível de
8 confiança U = k ⋅ uc, onde k é o fator de abrangência para o nível de Sim
confiança necessário.

Comentários sobre as etapas:

Etapa 1

Como um exemplo em medições de emissão em um local de ensaio de área aberta, o mensurando


não é apenas a intensidade do campo no local da antena receptora, mas a “intensidade máxima
do campo elétrico, em dB(µV/m), emitida pelo ESE nas polarizações horizontal e vertical, na distância
horizontal especificada do ESE, a uma altura entre 1 m e 4 m acima de um plano de solo refletivo,
com o ESE girando 360° em azimute”. Uma definição detalhada do mensurando também ajudará
a identificar as grandezas de entrada. Uma definição similarmente detalhada pode se aplicar a uma
grandeza a ser injetada no ESE em um ensaio de imunidade.

Etapa 2

Uma equação do modelo mostrará como o mensurando é calculado, incluindo todos os fatores
de correção possíveis. O seguinte é um exemplo retirado da CISPR 16-4-2 para a medição da corrente
de perturbação:

I = Vr + Ac + YT + dVsw + dVpa + dVpr + dVnf + dM + dZcp + dDAE + dZAE + dVenv,

onde

Vr é a tensão de entrada para o receptor de medição,

Ac é a atenuação do cabo de conexão,

YT é a admitância de transferência da sonda atual,

dVsw + dVpa + dVpr + dVnf são as correções do receptor (ver CISPR 16-4-2),

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δM é a correção do descasamento,

δZcp é a correção para a impedância de inserção da ponta de prova


de corrente,

δDAE é a correção de erros causados por perturbações do equipamento


auxiliar (AE),
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δZAE é a correção para erros devido ao desvio da impedância do AE com


relação à impedância de terminação ideal assumida, e

δVenv é a correção para o efeito do ambiente na montagem de ensaio.

Todas as grandezas neste exemplo são fornecidas em unidades logarítmicas.

Uma correção é a compensação por um erro sistemático. Uma correção pode ser conhecida a partir
de relatórios de calibração ou de avaliações documentadas internamente no laboratório de ensaio.
Uma correção com magnitude desconhecida, que é considerada igualmente provável de ser positiva
ou negativa, é considerada zero. Todas as correções conhecidas são consideradas como tendo
sido aplicadas de acordo com o modelo. Isso é expresso com a equação do modelo. Cada correção
(mesmo uma correção de valor zero) também serve como uma grandeza de influência com uma
incerteza associada.

Etapa 3

Recomenda-se que a lista seja escrita em forma de tabela.

Etapa 4

A incerteza-padrão u(xi) é calculada dividindo um intervalo de confiança para xi por um fator que
dependa da PDF para xi e do nível de confiança associado ao intervalo. Para uma PDF simétrica
formato U, retangular ou triangular, onde se estima que Xi esteja entre (xi - a) e (xi + a), com
um nível de confiança de 100%, u(xi) é considerada como a / 2, a / 3 ou a / 6, respectivamente,
onde a = (a + + a -)/2 é a metade da largura do intervalo. Para uma PDF normal, o divisor é 2,
se o intervalo de confiança para xi tiver um nível de confiança de 95 % (o valor é duas vezes
o desvio-padrão experimental), ou 1 se o intervalo de confiança para xi tiver um nível de confiança
de 68 % (o valor é o desvio-padrão experimental). No caso de uma PDF simétrica ou não simétrica,
o valor esperado da correção é δxi. No caso em que o valor esperado não pode ser calculado a partir
da PDF, então o valor dxi = ci (a+ - a-)/2 deve ser considerado para ser aplicado como uma correção
do valor de medição. Se for insignificante (ou seja, muito pequeno em comparação com a incerteza-padrão),
é aceitável usar a média dos dois limites.

Tabela 2 – Expressões utilizadas para obter a incerteza-padrão (continua)


Expressão para a
PDF Gráfico
incerteza-padrão

Retangular u(xi) = a / 3

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Tabela 2 (conclusão)

Expressão para a
PDF Gráfico
incerteza-padrão
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Triangular u(xi) = a / 6

Formato U u(xi) = a / 2

Normal
(a partir da avaliação u(xi) = a
de repetibilidade k = 1)

Normal
(a partir do relatório de u(xi) = a/2
calibração k = 2)

Etapa 5

Os coeficientes de sensibilidade são derivadas parciais das funções do modelo para os mensurandos
com relação à grandeza de influência variável. Se as funções do modelo forem lineares quando
expressas em unidades logarítmicas, todos os coeficientes de sensibilidade ci tornam-se 1 ou -1 (ci = 1
ou -1) e, portanto, não precisam ser listados na tabela.

NOTA BRASILEIRA Foi corrigido o sinal do coeficiente de sensibilidade, já que foi identificado um erro
editorial no texto original em inglês, no qual aparece “1” e não “-1” que seria o correto.

Etapa 6

Se todos os coeficientes ci = 1, então todas as incertezas ui = u(xi).

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Etapa 7

No caso de todas as grandezas de entrada não estarem correlacionadas, a incerteza-padrão combinada


é calculada usando uc ( y ) = ∑
ci2 u 2 ( xi ).
i
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Etapa 8

A incerteza expandida é calculada usando U(y) = k uc(y). Exemplos de k: se for necessário descrever
que a incerteza é menor ou igual a U(y) com um nível de confiança de 95 %, então k deve ser 2
(mais exatamente 1,96). Se um resultado de medição precisar estar abaixo de um limite com um nível
de confiança de 95 %, então k deve ser 1,64 para comparação do resultado de medição R com o limite
L(R + U ≤ L) [2].

5.2 Funções de densidade de probabilidade

5.2.1 Retangular

5.2.1.1 Generalidades

A PDF retangular se aplica às grandezas que possuem as seguintes características:

● São conhecidas por existirem dentro de um intervalo finito [a−, a+];

● Nenhum conhecimento está disponível sobre a probabilidade de que a grandeza adotará


um determinado valor dentro do intervalo finito conhecido [a−, a+];

● Presume-se que seja igualmente provável que a grandeza adote qualquer valor dentro do intervalo
finito conhecido [a−, a+].

A PDF retangular também é conhecida como PDF uniforme.

5.2.1.2 Aplicação

A PDF retangular é aplicada às grandezas cujos valores são conhecidos por estarem limitados
a algum intervalo finito, mas para os quais nenhuma informação está disponível sobre probabilidade
de a grandeza adotar um determinado valor dentro desse intervalo finito conhecido.

Um exemplo para o uso da PDF retangular é a tolerância declarada do fabricante ou do padrão para
estimar uma contribuição da incerteza. Essa tolerância define o intervalo finito sobre o qual o valor
do parâmetro pode variar, mas não fornece informação alguma sobre a probabilidade de a grandeza
adotar qualquer valor dado dentro desse intervalo.

5.2.1.3 Diagrama

A PDF retangular em um intervalo [a−, a+] com (a− < a+) é expressa como:

 1
g( x ) = + para a − ≤ x ≤ a +
 a − a− (2)
g( x ) = 0 para x < a − , a + < x

onde a, b denotam os limites inferior e superior do intervalo.

NOTA BRASILEIRA O termo “b”, oriundo da versão original do texto em inglês, na verdade se refere a “a+”.

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Uma PDF retangular é mostrada na Figura 6. Sua altura é 1/(a− - a+), porque a área sob qualquer PDF
é normalizada para a unidade.
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Figura 6 – PDF retangular


a+ a− + a+
O valor médio de g (y) é µ X = ∫a − xg( x )dx = (3)
2

NOTA BRASILEIRA A função “g(y)”, oriunda da versão original do texto em inglês, na verdade se refere a “g(x)”.

A variância de g (y) é o quadrado do desvio-padrão s , que é dado por:

NOTA BRASILEIRA A função “g(y)”, oriunda da versão original do texto em inglês, na verdade se refere a “g(x)”.

a+ ( a + − a − )2
σ2x = ∫a −
( x − µ )g( x )dx =
12
(4)

de onde vem o desvio-padrão

a+ − a−
σX = (5)
2 3

A incerteza-padrão associada à estimativa (a− + a+)/2 de X é este desvio-padrão.

Os fatores de abrangência para intervalos de confiança de 95 %, 99 % e 100 % de X são 1,65 (ou seja,
95/100 ⋅ 3 ), 1,71 e 3 , respectivamente.

5.2.1.4 Exemplos de aplicação da PDF retangular

5.2.1.4.1 Mostradores digitais

O uso da PDF retangular surge naturalmente, quando um instrumento de medição é equipado com
um display de leitura digital. Tal exibição é naturalmente limitada a relatar o valor estimado
do mensurando para um número finito de algarismos decimais, com o resultado de que o instrumento
arredonda o valor estimado do mensurando. Presume-se que o instrumento exiba um valor em dB.

O intervalo contendo o valor do mensurando, neste caso, é igual a ± metade do valor do dígito menos
significativo relatado; portanto, se o display relatar um valor com resolução de uma casa decimal, esse
intervalo é ±0,05 dB; da mesma forma, se o display relatar um valor com resolução de duas casas
decimais, esse intervalo é ±0,005 dB.

NOTA BRASILEIRA O termo “accuracy”, oriundo da versão original do texto em inglês, foi traduzido
como resolução.

Por exemplo, a incerteza-padrão aplicável a um display digital com resolução de uma casa decimal é:

0, 05 − ( −0, 05 )
u=σ= dB = 0, 03 dB (6)
2 3

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Considerando que a incerteza-padrão aplicável para uma resolução de exibição digital dentro de duas
casas decimais é:

0, 005 − ( −0, 005 )


u=σ= dB = 0, 003 dB (7)
2 3

onde o valor de incerteza-padrão na Equação (6) é relatado dentro de duas casas decimais e o valor
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de incerteza-padrão na Equação (7) é relatado dentro de três casas decimais.

5.2.1.4.2 Mostrador de campo elétrico

Considerar um campo elétrico que é medido por uma sonda de campo elétrico com um display
de campo elétrico usando fibras ópticas. Os mensurandos flutuam entre um valor alto e um valor
baixo, e nenhum outro conhecimento está disponível. Se, por exemplo, os valores mais altos e mais
baixos são 6,64 V/m e 6,38 V/m, respectivamente, então o desvio-padrão é calculado a partir de (5)
como 0,075 V/m. Se o valor esperado for 6,51 V/m, a incerteza de medição relativa é calculada como:

 6, 51 + 0, 075
20log   = 0,10 dB (8)
 6, 51

5.2.1.4.3 Faixa de deriva térmica de um gerador de sinal

Quando um intervalo de deriva térmica de um gerador de sinal fornecido por um fabricante for
±0,01 dB/°C, e a temperatura ambiente for medida como (20 ± 2) °C, então o intervalo esperado entre
os valores mais altos e mais baixos é definido como ±0,02 dB. Neste caso, o desvio-padrão (incerteza)
é calculado a partir da Equação (5) como 0,0115 dB.

5.2.1.4.4 Altura da antena

Quando uma régua de medição com subdivisões até milímetros for impressa em um mastro de antena,
o intervalo para os valores mais altos e mais baixos de uma leitura é ±0,5 mm. Se os valores forem
convertidos para o campo elétrico como ±0,01 dB (medido) no ponto de observação, o desvio-padrão
(incerteza) é calculado a partir da Equação (5) como 0,006 dB.

5.2.2 Triangular

5.2.2.1 Generalidades

A PDF triangular se aplica às grandezas que possuem as seguintes características:

● São conhecidas por existirem dentro de um intervalo finito [a−, a+];

● O conhecimento está disponível em relação à probabilidade mais alta que existe em um certo
valor c, dentro do intervalo finito conhecido [a−, a+];

● Presume-se que a probabilidade de a− para c e de c para a+ mude linearmente.

5.2.2.2 Aplicação

A PDF triangular é aplicada às grandezas cujos valores são conhecidos por estarem limitados
a algum intervalo finito e para os quais há informações disponíveis de que a maior probabilidade existe
em um certo valor c, dentro do intervalo finito conhecido. A PDF triangular simétrica está associada
à soma de duas grandezas possuindo a mesma PDF retangular. Por exemplo, a PDF triangular aparece
na soma das pontuações ao lançar dois dados justos de seis lados, quando cada dado tem uma PDF
retangular.

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Um exemplo de onde o uso da PDF triangular surge naturalmente é onde uma diferença ou uma
soma de dois mensurandos exibidos em um mostrador digital deve ser obtida. Nesse caso, cada
mensurando tem uma PDF retangular.

NOTA BRASILEIRA A palavra “mostrador” não consta na versão original do texto em inglês e foi adicionada
nesta versão para melhorar o entendimento do texto em português.
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5.2.2.3 Diagrama

A PDF triangular em um intervalo [a−, a+] com (a− < a+) é expressa como:

 2( x − a − )
( a + para a− ≤ x ≤ c
 − a − )( c − a − )
 2( a + − x )
g( x ) = 
+
para c ≤ x ≤ a+ (9)
( a − a − )( a + − c )


0 em qualquer outro caso

onde a−, a+ denotam os limites inferior e superior do intervalo e c denota a moda, respectivamente.

Uma PDF triangular é mostrada na Figura 7. Sua forma é triangular e o vértice do triângulo é 2/(a+ - a−).

Figura 7 – PDF triangular


a+ a− + a+ + c
O valor médio de g(x) é µ X = ∫a − xg( x )dx = (10)
3

A variância de g(x) é o quadrado do desvio-padrão σ e é dado por:


a+ ( a − )2 + ( a + )2 + c 2 − a − ⋅ a + − a − ⋅ c − a + ⋅ c
σ2x = ∫a −
( x − µ )g( x )dx =
18
(11)

Portanto, o desvio-padrão

( a − )2 + ( a + )2 + c 2 − a − ⋅ a + − a − ⋅ c − a + ⋅ c
σX = (12)
3 2

A incerteza-padrão da PDF triangular é esse desvio-padrão.

Se a PDF for simétrica, ou seja, o modo c for o centro do intervalo [a+, a−], a incerteza-padrão é

a+ − a−
σX = (13)
2 6

Neste caso, os fatores de abrangência para intervalos de confiança de 95 %, 99 % e 100 % de uma


PDF triangular são 2,32 (ou seja, 95/100 × 6 ), 2,42 e 2,45, respectivamente.

A PDF triangular é frequentemente usada no lugar da PDF normal (Gaussiana), por causa de sua
expressão mais simples e tratamento matemático mais fácil.

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5.2.2.4 Exemplo de aplicação da PDF triangular

Aplicação: Soma das leituras de displays digitais

O uso da PDF triangular surge naturalmente quando uma soma de duas leituras usando dois instrumentos
de medição equipados com um display de leitura digital é obtida. Tal exibição é naturalmente limitada
a relatar o valor estimado do mensurando para um número finito de algarismos decimais, com
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o resultado de que o instrumento arredonda o valor estimado do mensurando.

Em um caso, a altura total da antena deve ser obtida de dois mastros de antena articulados verticalmente,
que mostram leituras com um display digital. Quando cada exibição relatar um valor com resolução
de uma casa decimal, por exemplo, ±0,05 mm, o intervalo de incerteza está dentro ±0,1 mm da soma
de duas leituras. Nesse caso, como a moda c é o centro da PDF, a forma da PDF é simétrica.

A incerteza-padrão aplicável à altura total usando PDF triangular é:


0,1 − ( −0,1)
u=σ= = 0, 041 mm (14)
2 6

onde este valor de incerteza-padrão é relatado dentro de três casas decimais.

5.2.3 Gaussiana

5.2.3.1 Generalidades

A PDF gaussiana (ou normal) se aplica a uma grandeza X contínua (em oposição a uma grandeza
discreta) flutuante. Portanto, ela é adequada para modelar propriedades estatísticas de grandezas
físicas na área de EMC.

Uma PDF gaussiana g(x) é simétrica, unimodal e caracterizada por dois parâmetros. Esses parâmetros
são dados, por exemplo, pela média 〈X〉 e pelo desvio-padrão σ. Com esta escolha,

1  ( x − X )2 
g( x ) = exp  − , − ∞ < x < +∞ (15)
σ 2π  2σ2 

Esta PDF é uma solução da equação diferencial

dg( x ) x − X
+ g( x ) = 0 (16)
dx σ2

com valor inicial g( x = 0 ) = 1 / ( σ 2π ). Na área de EMC, a Equação (16) é útil para representar
mensurandos caracterizados por flutuações aleatórias.

A expressão da função de distribuição gaussiana G(x) requer o uso de funções especiais (ou seja,
funções que não podem ser expressas como adições finitas, multiplicações e extrações de raízes
de outras funções) e é dada por
x
1  ( x ′ − X )2  1 x− X
G( x ) = ∫ exp  − 2σ2
(
dx ′ = 2 1 + erf ) (17)
σ 2π   σ 2 
−∞

onde erf() é a função de erro, que pode ser obtida em tabelas ou por meio de cálculos numéricos.

Embora a PDF normal tenha um domínio duplamente infinito [-∞, +∞], os valores relativamente
pequenos e rapidamente decrescentes de seu PDF para | x− 〈X〉 | /σ >> 1 (ou seja, em suas ‘caudas’)
garantem que esta PDF também possa ser usada, pelo menos com uma boa aproximação, para
descrever distribuições de grandezas físicas que podem assumir apenas valores finitos e/ou positivos,

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desde que o valor de 〈X〉/σ seja suficientemente grande (normalmente, 5 ou mais). Para muitos
propósitos práticos, os valores de (x− 〈X〉)/σ podem então ser restritos ao intervalo [−5, +5].

Os fatores abrangência k para ambos os lados dos intervalos de confiança de 95 %, 99 % e 99,5 %


são 1,960, 2,576 e 2,807. Para intervalos unilaterais, os valores correspondentes são 1,645, 1,960 e 2,576.

5.2.3.2 Diagrama
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Figura 8 – PDF normal para X padronizado

5.2.3.3 Aplicações

5.2.3.3.1 Relação com o teorema do limite central

A importância prática da distribuição normal reside no seu papel fundamental na inferência estatística e,
quando aplicável, no teorema do limite central. Este teorema afirma que a média da amostra associada
a conjuntos de N variáveis aleatórias independentes com qualquer uma de uma ampla gama de PDF
(possivelmente assimétricas e/ou discretas), tendo uma média de população finita e desvio-padrão
de população finita s , tende para a PDF normal, pois o número de variáveis tende para o infinito.
A PDF limite tem o mesmo valor médio, mas um desvio-padrão s/ N, também conhecido como
erro-padrão. Além disso, se a própria população for normalmente distribuída, então a média amostral
tem uma PDF normal para qualquer (não apenas assintoticamente grande) valor de N.

Além disso, a PDF normal serve como uma aproximação da PDF binomial discreta para tamanhos
de amostra grandes. (Uma correção adequada pode ter de ser aplicada para tamanhos de amostra
pequenos.)

A vantagem de qualquer sistema linear reside no fato de que, para qualquer grandeza de entrada
aleatória exibindo uma dada distribuição (por exemplo, distribuição normal), resulta uma grandeza
de saída com a mesma distribuição (por exemplo, neste caso, também normal).

A normalidade da distribuição de uma população é frequentemente uma condição essencial para


que muitos procedimentos estatísticos em conjuntos de dados de amostra sejam válidos. Para
que um determinado mensurando ou variável de campo X tenha ou possa se assumir que tenha
uma PDF normal, deve-se usar um ensaio de adequação apropriado. Quando a suposição de uma
distribuição normal não for válida, estão disponíveis as seguintes opções alternativas para a aplicação
de procedimentos estatísticos:

● aplicar um procedimento não paramétrico;

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● aplicar uma transformação de X (por exemplo, raiz quadrada, logaritmo etc.) para atingir
a normalidade aproximada;

● aplicar outro procedimento que utilize distribuições mais gerais do que a distribuição normal
(por exemplo, distribuição t).

5.2.3.3.2 Estimativa
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Os valores dos dois parâmetros populacionais 〈X〉 e σ são geralmente desconhecidos na prática,
caso no qual seus valores devem ser estimados a partir dos dados como a média amostral X
e desvio-padrão experimental s. Estimadores eficientes não tendenciosos são, portanto, preferidos,
para permitir consistência ao comparar resultados obtidos de ensaios ou laboratórios com base em
tamanhos de amostra diferentes. Para distribuições normais, as expressões para as distribuições
amostrais, da média e do desvio-padrão de X e s podem ser obtidas explicitamente [3], devido ao fato
de que, apenas para distribuições normais, X e s são estatisticamente independentes [4]. Para 〈X〉.
e σ desconhecidos, a distribuição de X tem uma distribuição t de Student.

5.2.3.3.3 PDF de soma, diferença, produto, proporção, valores quadrados e raízes de grandezas
com PDF normal

Ocasionalmente, a distribuição e a incerteza são necessárias para grandezas aleatórias que são
obtidas por meio de operações elementares (adição, subtração, multiplicação ou divisão) entre duas
variáveis aleatórias normais. Por exemplo,

● a impedância pode ser calculada a partir da razão de campos elétricos e magnéticos que flutuam
aleatoriamente

● energia, intensidade e potência dos campos flutuantes são proporcionais ao quadrado do campo
(no domínio do tempo) ou à magnitude do quadrado do campo complexo (domínio da frequência);
a magnitude do campo é proporcional à raiz quadrada da intensidade do campo.

Para X e Y normalmente distribuídos e estatisticamente independentes, a PDF de sua soma,


diferença, produto e proporção pode ser expressa de forma aproximada. A soma ou diferença também
tem uma PDF normal com média 〈X〉 ± 〈Y〉 e variância σ2X + σY2 . Se X e Y forem correlacionados, um
termo proporcional ao coeficiente de correlação deve ser adicionado. O produto de X e Y possui uma
PDF MacDonald [5] (caso especial de uma PDF Bessel K), enquanto sua proporção exibe uma PDF
de Cauchy [6]. O quadrado de um X com valor real exibe uma PDF qui-quadrado, com um grau
de liberdade. Com base nisso, extensões para PDF de campos de eixo único e multieixos (vetorial)
(valor real ou complexo) e distribuições amostrais associadas podem ser obtidas. Por exemplo,
a distribuição de amplitude para um mensurando X com valor médio zero é aquela para a raiz da soma
quadrada dos componentes em fase e em quadratura, ou seja, uma PDF de Rayleigh ou qui-quadrado
com dois graus de liberdade.

Por extensão, a amplitude de um campo ou outro mensurando com um componente CC (por exemplo,
sinal de modo comum) que não é desprezível em comparação com o componente CA (componentes
de modo diferencial) (〈X〉 ≠ 0) exibem uma PDF Nakagami-Rice, embora seus componentes individuais
em fase e quadratura ainda tenham uma PDF normal.

5.2.3.4 Exemplo

Considerar o campo elétrico CW, E, recebido por uma antena receptora sob ensaio a uma distância
de separação fixa e orientação relativa fixa em relação a uma antena de referência de transmissão.
Se as antenas de transmissão e recepção estiverem conectadas a um analisador de rede vetorial,

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os efeitos da mudança de fase podem ser compreendidos. O campo elétrico medido pode então ser
visto como um fasor tendo uma parte real (E’) e uma parte imaginária (E”). Mover as duas antenas
para locais diferentes dentro de uma sala totalmente anecoica causará flutuações aleatórias do campo
elétrico de valor complexo por causa de reflexos residuais pelas paredes da sala, que podem ser
quantificadas pela atenuação de local normalizada (NSA). Os componentes real (E’) e imaginário (E’’)
do campo exibem flutuações normais em relação aos seus valores médios. Usualmente, seus valores
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médios serão diferentes, enquanto seus desvios-padrão serão iguais (σE’ = σE’’ = σ). Por exemplo,
para a parte real,

1  ( e' − E ' )2 
g( eI ) = exp  − , − ∞ < e' < +∞ (18)
σ 2π  2σ2 

Como exemplo, considerar as flutuações de campo polarizadas com uma relação sinal-ruído (SNR)
igual a 20 dB e 10 dB em relação aos valores médios 〈E ‘〉 e 〈E’ ‘〉, ou seja, σ = 0,1; 〈E ‘〉 = 0,3〈E’ ‘〉.
Um intervalo de confiança simétrico de 95 % para E’ é então dado por

[〈E’〉 - 1,960σ; 〈E’〉 + 1,960σ] = [0,804〈E’〉; 1,196〈E’〉]. A magnitude do campo elétrico A = E = ( E ' 2 + E '' 2 )
então tem a PDF

a  a 2 + a 2   a a (19)
fA ( a ) = 2 exp  − 0 2  I0  02  , a≥0
σ  2σ   σ 

onde

a0 = ( E ' 2 + E '' 2 ) = 10, 54 σ é a magnitude do campo médio e

I 0 é a função de Bessel modificada de primeira classe, ordem zero.

O intervalo de confiança assimétrico de 95 % correspondente para A é então [8,63 σ; 12,54 σ].

Para SNR menores, a assimetria do intervalo de confiança em relação a a0 ou σ é maior. Para


um campo com valor médio zero, A é Rayleigh distribuída com um intervalo de confiança de 95 %,
dado por [0,225 σ; 2,715 σ]. Isso representa, por exemplo, a incerteza intrínseca do campo em uma
câmara de reverberação ideal, na ausência de iluminação direta do ESE.

5.2.4 Formato U

5.2.4.1 Visão geral

Para introduzir a PDF em formato U, é conveniente assumir uma situação muito simples em que
um gerador, cujo coeficiente de reflexão de saída é Γe, está diretamente conectado a um medidor
de potência, tendo um coeficiente de reflexão de entrada Γr. Mesmo em um caso ideal, em que o gerador
e o medidor de potência estejam perfeitamente calibrados, a leitura do medidor de potência, PM, não
será igual à configuração de potência de saída do gerador, PG. Isso ocorre devido ao descasamento
na saída do gerador e na entrada do medidor de potência. A relação entre PM e PG é

PG/ PG = |1 - Γe ⋅ Γr|2

Dado que não é usualmente conveniente avaliar o termo de correção |1 - Γe ⋅ Γr|2 porque:

 a) tanto a magnitude quanto a fase de Ge.Gr devem ser conhecidas na faixa de frequência de interesse, e

 b) a magnitude de Ge.Gr é pequena, então a correção é tratada em um sentido estatístico.

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Se a magnitude máxima de Γe.Γr sobre a faixa de frequência de interesse for conhecida,


K = |Γe ⋅ Γr|Máx. e a fase φ de Γe.Γr for considerada uniforme dentro de 0 e 2π, então uma variável
aleatória X pode ser associada à correção de descasamento, onde
2
X = 1− K ⋅ e jφ

5.2.4.2 Diagrama
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A PDF de X é

1
g( X ) = (20)
π  X − ( 1 − K )2  ( 1 + K )2
 − X 

para (1 - K)2 < X < (1 + K)2 e caso contrário g (X) = 0. A PDF é simétrica em torno do valor esperado
x = 1 + K2 e o desvio-padrão é u( x ) = 2K . A PDF formato U é ilustrada na Figura 9.

Normalmente em EMC as unidades logarítmicas são adotadas, portanto, a variável aleatória


é 10 log (X). A PDF de 10 log (X) ainda está em formato U, mas assimétrica dentro dos limites
δX± = 20 log (1 ± K). O valor esperado de 10 log (X) é zero (0 dB) e o desvio-padrão é de aproximadamente
20 log( e )
σ=K⋅ = 6,14 ⋅ K (21)
2
Esta aproximação é válida para qualquer valor prático de K entre 0 e 1.

Figura 9 – PDF em Formato U

5.2.4.3 Aplicação

O arranjo prático mais simples seria: dois dispositivos conectados entre si por um cabo elétrico.
Um sinal passará de um dispositivo, a ‘fonte’, para o outro, a ‘carga’, por meio do cabo.

Em uma medição de emissões radiadas, o arranjo prático mais simples envolve uma antena de medição
conectada a um receptor de medição, por meio de um cabo com um determinado comprimento.

Em um ensaio de imunidade irradiada, o arranjo prático mais simples envolve a saída de um amplificador
de potência sendo conectado a uma antena de ensaio, por meio de um cabo com um determinado
comprimento.

As medições de emissão de EMC e os ensaios de imunidade normalmente envolvem uma série


de itens de equipamentos que executam funções separadas, que devem ser localizados em locais
diferentes e, portanto, requerem cabos para conectá-los. Portanto, em uma medição de emissão

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radiada, a antena de medição está localizada acima do plano do solo de um local de ensaio de área
aberta (OATS), enquanto o receptor de medição está normalmente localizado a alguma distância.
Da mesma forma, em um ensaio de imunidade irradiada, a antena está localizada dentro da Câmara
Semianecoica (SAC) ou Sala Totalmente Anecoica (FAR), enquanto o gerador de sinal e o amplificador
de potência associado estão localizados a alguma distância, normalmente fora da Câmara/Sala.
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É possível medir o VSWR de todos os terminais em relação a uma impedância de referência comum.

Figura 10 – Exemplo de um circuito

A Figura 10 mostra um exemplo de uma parte de um sistema de ensaio de imunidade. Os circuitos


#1 e #2 são considerados um gerador de sinal e um amplificador de potência, respectivamente.
Os circuitos #1 e #2 são conectados pelo circuito central, que é expresso em termos de seus parâmetros S.

O circuito central pode, na prática, consistir em

● um único cabo que se estenda entre os circuitos #1 e #2,

● uma série de cabos e conectores necessários que se estendam entre os circuitos #1 e #2,

● uma cascata complexa de cabo(s), com/sem conectores e com/sem atenuadores.

Qualquer sinal que passe entre os circuitos #1 e #2 sofrerá reflexão e transmissão em qualquer
descasamento de impedância. O descasamento ocorre:

● na fronteira entre o circuito #1 e o circuito central,

● na fronteira entre o circuito central e o circuito #2.

Um fator de correção para a incompatibilidade, δM, é expresso como:


2Γ Γ
δM = 20 log ( 1 − Γ eS11 )( 1 − Γ r S22 ) − S21 e r (22)

onde

Ge é o coeficiente de reflexão da porta de saída do gerador;

G r é o coeficiente de reflexão da porta de entrada do amplificador;

S11 é o coeficiente de reflexão da porta de entrada do circuito central;

S22 é o coeficiente de reflexão da porta de saída do circuito central;

S21 é o coeficiente de transmissão do circuito central.

Cada coeficiente de reflexão é complexo. No entanto, apenas as amplitudes são conhecidas, porque
as especificações preparadas pelos fabricantes são apenas de VSWR. Portanto, a intensidade
do campo elétrico irradiado ou a potência líquida não podem ser calibradas usando os fatores
de correção precisos, δM. A incerteza de descasamento ocorre devido à falta de informação da fase

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dos coeficientes de reflexão. Portanto, o pior caso de incerteza é formulado usando o máximo e o mínimo
de δM, que são expressos pela seguinte equação, usando a Equação (22):

( )
δM ± = 20 log 1 ± Γ e S11 + Γ r S22 + Γ e Γ r S11 S22 + Γ e Γ r S21 2  (23)

A PDF de δM descreve um formato U. O desvio-padrão da PDF é obtido por:


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δM + − δM −
σ= (24)
2 2

Então, o desvio-padrão é a incerteza-padrão do descasamento de impedância.

5.2.4.4 Exemplo de cálculo de incerteza

Quando os parâmetros do circuito forem dados pelas especificações de um fabricante, conforme


mostrado no Caso 1 da Tabela 3, o máximo e o mínimo de δM são calculados como 0,626 dB e -0,675 dB,
respectivamente, usando a Equação (23). Então, a incerteza-padrão é calculada pela Equação (24)
como 0,46 dB. Quando os parâmetros do circuito forem fornecidos pelas especificações de um fabricante,
conforme mostrado no Caso 2 da Tabela 3, como outro caso, o máximo e o mínimo de δM são
calculados como 1,71 dB e −2,12 dB, respectivamente. A incerteza-padrão também é calculada como
1,35 dB. A diferença entre o valor absoluto do máximo δM e do mínimo δM é pequena, se os valores
dos coeficientes de reflexão forem pequenos. A incerteza-padrão u(xi) é aproximada como na seguinte
equação:
δM −
u( xi ) = para K < 0, 3 (25)
2

Tabela 3 – Exemplos de parâmetros de circuito


Parâmetros Caso 1 Caso 2
Coeficiente de reflexão, Ge 0,2 (VSWR = 1,5) 0,333 (VSWR = 2,0)
Coeficiente de reflexão, Gr 0,333 (VSWR = 2,0) 0,5 (VSWR = 3,0)
Parâmetro S, S11 0,056 (−25 dB) 0,1 (−20 dB)
Parâmetro S, S22 0,032 (−32 dB) 0,1 (−20 dB)
Parâmetro S, S12 0,89 (-1,0 dB) 0,89 (-1,0 dB)
Parâmetro S, S21 0,89 (-1,0 dB) 0,89 (-1,0 dB)

Se o coeficiente de reflexão do amplificador de potência for medido incluindo um cabo que se conecta
à porta de entrada do amplificador, o circuito central pode ser ignorado. Neste caso, a Equação (23)
é simplificada para a seguinte equação, porque S11 e S22 do circuito central são zero e S12 e S21 são 1:

δM± = 20 log [1 ± |Γe||Γr|] (26)

5.3 Conceito de avaliação de incerteza do Tipo A e do Tipo B

5.3.1 Considerações gerais

A avaliação da incerteza-padrão é classificada como Tipo A ou Tipo B, dependendo da forma como


a avaliação é feita. A avaliação do tipo A é realizada por meio da análise estatística dos valores das
grandezas medidas, e a avaliação do tipo B é realizada por outros meios que não uma avaliação
do tipo A. É importante notar que as avaliações do Tipo A e do Tipo B são mutuamente exclusivas.

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Portanto, ao estimar um balanço de incerteza, é imediatamente claro se uma contribuição de incerteza


resulta de um ou outro tipo de avaliação. O esquema de classificação do Tipo A e do Tipo B não
é problemático para o desenvolvimento de normas.

Outra classificação importante trata do caráter de um erro de medição: um erro que, em medições
replicadas, permanece constante ou varia de maneira previsível, é denominado erro sistemático;
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pelo contrário, um erro que, em medições replicadas, varia de maneira imprevisível, é denominado
erro aleatório. A classificação aleatória ou sistemática, exatamente o oposto do Tipo A ou do Tipo B,
é sugestiva, uma vez que se refere à experiência de qualquer pessoa no mundo físico.

Definições alternativas de erros sistemáticos e aleatórios podem ser fornecidas de acordo com a forma
como estes são avaliados (ou seja, são definições de operação); o erro sistemático é a média que
resultaria de um número infinito de medições do mesmo mensurando, menos um valor de referência
do mensurando. O erro aleatório é o valor medido, menos a média que resultaria de um número
infinito de medições do mesmo mensurando. Em ambos os casos, as medições devem ser realizadas
usando o mesmo procedimento de medição, os mesmos operadores, o mesmo sistema de medição,
as mesmas condições de operação, o mesmo local e fazendo as medições replicadas no mesmo
objeto ou em objetos semelhantes, durante um curto período de tempo (condições de repetibilidade).

A avaliação do erro sistemático requer a disponibilidade de um valor de referência cujo desvio


do valor desconhecido do mensurando é conhecido, a priori, como sendo pequeno em relação
ao erro sistemático sob avaliação (ver Nota 1). Esta é a prática usual na calibração de instrumentos.
Considerar o caso em que uma fonte de tensão RF padrão é usada para calibrar um receptor.
O valor de referência da amplitude da tensão deve se desviar do valor real gerado pela fonte em menos
do que a precisão da medição do receptor (por exemplo, em uma ordem de magnitude) declarada nas
especificações do instrumento.

Em princípio, a avaliação de erros sistemáticos e aleatórios exigiria o cálculo da média de um número


infinito de medições. Na prática, o número de medições, N, deve ser grande o suficiente para que
o desvio entre a média de uma amostra de N medições e a de medições infinitas seja pequeno
em relação aos erros sistemáticos e aleatórios que são avaliados (ver Nota 1). Esse desvio pode
ser quantificado pelo desvio-padrão experimental da média, que diminui proporcionalmente ao 1 / N ,
quando N aumenta.

NOTA 1 A repetição do argumento é inerente à avaliação de erros sistemáticos e aleatórios.

O texto a seguir trata de incertezas em vez de erros e fala sobre as incertezas originadas de efeitos
sistemáticos ou aleatórios, em vez de erros sistemáticos ou aleatórios. Isso ocorre porque a incerteza
está conectada à probabilidade, enquanto o erro está conectado ao determinismo. É muito mais
conveniente adotar uma abordagem probabilística para a avaliação da confiabilidade de uma medição
do que determinística. No entanto, pensar em termos de erros costuma ser útil, pois eles são um elo
para a experiência comum. Além disso, as especificações dos instrumentos de medição são dadas
em termos de sua exatidão de medição, que é a combinação da veracidade da medição, intimamente
relacionada aos erros sistemáticos, e da precisão da medição, intimamente relacionada aos erros aleatórios.

Às vezes, o mesmo erro pode ser classificado como sistemático ou aleatório, dependendo da circunstância.
Por exemplo, o erro de amplitude de um receptor em uma frequência fixa pode ser classificado como
sistemático, uma vez que a indicação não muda com a repetição da medição naquela frequência
(ver Nota 2). No entanto, o mesmo erro de amplitude aparece como aleatório em toda a faixa
de frequência do receptor, uma vez que o erro varia aleatoriamente de uma frequência para outra.
O fabricante do receptor então especifica um limite de erro dentro do qual o erro dependente
da frequência aleatória é confinado ao longo da faixa de frequência do receptor. A ambiguidade
da classificação sistemática aleatória é um dos motivos para a introdução da classificação Tipo A

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ou Tipo B. Incertezas são, portanto, classificadas de acordo com a maneira que são avaliadas,
ao invés de serem classificadas devido à sua natureza.

NOTA 2 Isso é verdadeiro se a fonte for estável e fornecer um sinal cuja amplitude seja muito maior do que
o nível de ruído do receptor.

5.3.2 Avaliação do tipo A de incerteza-padrão


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A avaliação do Tipo A consiste em determinar a melhor estimativa q de uma grandeza Q e a incerteza-padrão


por meio da análise estatística de uma amostra de N indicações repetidas Qi, onde i = 1, 2, ..., N.
A melhor estimativa é dada pelo média aritmética Q das indicações,

N
1
Q= ∑
N i =1
Qi (27)

então q = Q .

Observar que uma letra maiúscula, como Q, é usada aqui para denotar ao mesmo tempo

 a) o nome de uma grandeza,

 b) o valor único, embora desconhecido, dessa grandeza,

 c) qualquer valor aleatório possível associado a essa grandeza.

O significado será diferente dependendo do contexto. Uma letra minúscula é usada para a melhor
estimativa de uma grandeza, portanto, q é a melhor estimativa de Q.

Uma medida da dispersão dos valores aleatórios Qi em volta de Q é dado pelo desvio-padrão
experimental s (Qi):

N
1
s(Qi ) = ∑
N − 1i =
(Qi − Q )2 (28)
1

O desvio-padrão experimental é o desvio quadrático médio dos valores Qi de Q . Presume-se que


as indicações sejam independentes; isto é, não há razão para suspeitar que exista uma relação
significativa entre eles. A média dos quadrados é calculada dividindo-se por N - 1, em vez de N. Essa
escolha pode ser justificada de várias maneiras. Em primeiro lugar, a dispersão não pode ser estimada
a partir de uma única indicação. Como consequência, ao se tentar avaliar a Equação (28) no caso
de N = 1, resulta a forma indeterminada 0/0 em vez do valor zero que seria enganoso se fosse N no lugar
de N - 1 na Equação (28). Em segundo lugar, o número de desvios independentes é N - 1, uma vez
N
que [ver a Equação (27)] ∑ (Qi − Qi ) = 0. Portanto, dividindo por N, uma estimativa bastante otimista
i =1
da dispersão pode ser obtida. O número ν = N - 1 é denominado número de graus de liberdade.
Um grau de liberdade é congelado pela escolha da média aritmética como o valor central para o cálculo
do desvio. Em geral, o número de graus de liberdade é o número de indicações independentes, menos
o número de parâmetros derivados dessas indicações. Observar que, se a dispersão for calculada
em torno de um valor que não seja obtido combinando a amostra de indicações (por exemplo, o valor
derivado da média de uma coleção histórica de dados ou um valor de referência ou convencional),
é mais apropriado dividir por N em vez de N - 1, porque nenhum grau de liberdade é congelado pela
escolha do valor central, e ν = N.

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A média aritmética de uma amostra de N valores aleatórios também é um valor aleatório. Isso significa
que, se a média aritmética de cada uma das M amostras feitas de N indicações aleatórias for calculada,
M valores de Q j são obtidos, com j = 1, 2,…, M, que variam aleatoriamente. É óbvio que, quanto maior
for N, menor é o desvio (na média) entre os Q j valores. Para avaliar a dispersão dos valores Q j
M
1
em torno da média geral Q =
M i =1 ∑
Q j , pode-se usar a Equação (28) para obter
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M
1
s(Q j ) = ∑
M − 1i =
(Q j − Q j )2 (29)
1

Pode ser mostrado (ver [7]) que , s(Q j ) >> s(Q ) onde s(Q ) é o desvio-padrão experimental da média

N
1
s(Q ) =
N( N − 1) i = ∑
(Qi − Q )2 (30)
1

ou

s (Qi )
( )
s Q =
N
(31)

onde s(Q ) fornece uma descrição quantitativa da propagação dos valores s(Q ) em volta de Q.

Se M for grande, como é tacitamente assumido na Equação (29), o desvio-padrão experimental


da média fornece uma estimativa do desvio entre a média de uma amostra de N indicações
e a de um número infinito de indicações. A Equação (30) é muito poderosa, pois afirma que, para
avaliar a confiabilidade da média de uma amostra de N indicações, não se precisa de M amostras
de N indicações, como na Equação (29), mas pode-se confiar em uma única amostra.

A Equação (31) requer alguns comentários. À medida que N aumenta a estimativa da dispersão
das indicações aleatórias, s(Qi), que também é um número aleatório, tende a se tornar cada vez
mais confiável. Pode ser demonstrado (ver [7] e ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014, Anexo E) que
a dispersão relativa de s(Qi) é quase 2( N − 1), quando N ≥ 32 (ver nota). Portanto, s(Qi) tende
a um valor constante, quando N tende a infinito, e s(Q i ) tende a zero. Em conclusão, o desvio-padrão
experimental da média pode ser reduzido, aumentando o número de medições. Este é um resultado
bastante óbvio, devido ao fato de que a média de N indicações tende a um valor constante quando
N aumenta. O que é menos óbvio é que a dispersão da média diminui proporcionalmente a 1/ N .

NOTA 1 O mesmo fato é verdadeiro para s(Q ), devido à Equação (28). Além disso, a dispersão relativa
é de 76 %, quando N = 2 (ver ABNT ISO/IEC Guia 98-3:2014, Tabela E.1).

Uma recomendação importante: não confundir o desvio-padrão experimental com o desvio-padrão


experimental da média. Eles são grandezas distintas, usadas para responder a duas perguntas
completamente diferentes. O desvio-padrão experimental pode ser adotado para avaliar a repetibilidade
da medição ou a reprodutibilidade da medição, uma vez que são grandezas destinadas a descrever
a capacidade de uma configuração de medição e/ou o método para fornecer resultados em estreita
concordância. A repetibilidade da medição ou reprodutibilidade da medição não pode depender
do número N de medições repetidas que é escolhido para avaliá-las, como seria se o desvio-padrão
experimental da média fosse usado. Em particular, não se espera que diminuam com o aumento
de N. Pelo contrário, a incerteza da média aritmética de uma série de indicações geralmente diminui
com o aumento do comprimento da série e é apropriadamente descrita pelo desvio-padrão experimental

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da média. Em geral, a escolha entre o desvio-padrão experimental ou o desvio-padrão experimental


da média é ditada pelo modelo de medição que é adotado.

O desvio-padrão experimental, ou o desvio-padrão experimental da média, é uma etapa necessária,


mas não constitui o resultado final da avaliação da incerteza do Tipo A. Na verdade, foi discutido
sobre a falta de confiabilidade do desvio-padrão experimental, especialmente quando o número
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de indicações N é baixo. Por exemplo, quando N = 10, ou seja, um número relativamente grande
de medições repetidas, a dispersão relativa deste parâmetro é de cerca de 24 %. É preferível ter
um valor de incerteza que possa ser considerado exato para todos os seus usos subsequentes.
Na verdade, a interpretação da incerteza é mais direta, os cálculos são mais fáceis (ver Nota 1)
e a escolha é coerente com o resultado da avaliação do Tipo B, onde o resultado do cálculo
da incerteza não é incerto. O preço pela exatidão é um valor de incerteza um pouco maior. Se Q seguir uma
PDF normal, tanto o desvio-padrão experimental quanto o desvio-padrão experimental da média são
expandidos por um coeficiente apropriado η(ν)> 1, para fornecer a (avaliação da) incerteza-padrão
do Tipo A u(Qi).
u(Qi ) = η( ν )s(Qi ) (32)

e a (avaliação do) incerteza-padrão do Tipo A da média u Q ( )


u (Qi )
( )
u Q =
N
(33)

onde


6, 48 ν = 1


η( ν ) = 2, 20 ν = 2 (34)

 ν
ν≥3

 ν−2

Uma seleção de valores de η(ν) por 1 ≤ ν ≤ 99 (ou seja, 2 ≤ N ≤ 100) é relatado na Tabela 4. η(1) e η(2)
são valores numéricos obtidos como t0,025(1) / t0,025(∞) e t0,025(2) / t0,025(∞), respectivamente. tp(ν)
é o valor crítico superior da PDF t-student, com η graus de liberdade, correspondendo à probabilidade
p em uma cauda. Na verdade, t0,025(1) = 12,71 e t0,025(∞) = 1,96, portanto, t0,025(1) / t0,025(∞) = 6,48.
Mais t0,025(2) = 4,30, portanto, t0,025(2) / t0,025(∞) = 2,20. O valor da probabilidade p está relacionado
1− P
à probabilidade de cobertura P que será adotada para a declaração final de incerteza, ou seja, p =
2
(por exemplo, P = 0,95 implica p = 0,025). Quando N ≥ 3, tem-se t p ( ν) / t p (∞ ) ≈ ν / ( ν − 2) ,
independentemente do valor de p.

NOTA 2 Esta abordagem permite se livrar do conceito de graus de liberdade efetivos e do uso da Equação
de Welch-Satterthwaite (ver ISO/IEC Guia 98-3:2008, Anexo G).

Tabela 4 – Valores do coeficiente de expansão η(ν) que transforma o desvio-padrão


para a incerteza-padrão do Tipo A
ν 1 2 3 4 5 6 7 8 9
η(ν) 6,48 2,20 1,73 1,41 1,29 1,22 1,18 1,15 1,13

ν 10 11 12 13 14 19 29 49 99
η(ν) 1,12 1,11 1,10 1.09 1.08 1.06 1,04 1,02 1,01

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A incerteza-padrão do Tipo A e a incerteza-padrão do Tipo A da média são os resultados da avaliação


da incerteza-padrão do Tipo A.

Exemplo 1:  Avaliação e verificação da repetibilidade da medição. Fase de avaliação: a não


repetibilidade é avaliada (por exemplo, anualmente) pela Equação (32), coletando um número
relativamente grande de N indicações independentes (por exemplo, N = 10) para obter u(Qi). Fase
de verificação: a repetibilidade pode ser verificada rapidamente (por exemplo, mensalmente) por meio
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de algumas indicações Q1 e Q2, obtidas usando o mesmo procedimento de medição, configuração


e instrumentos usados para a determinação de u(Qi). Se Q1 − Q2 > 1, 96 ⋅ 2 ⋅ u (Qi ), então pode-se
afirmar, com probabilidade menor que 5 % de estar errado, que a medição não foi realizada nas
mesmas condições de repetibilidade, levando à dispersão u(Qi) previamente avaliada. O assunto
deste exemplo pode ser escolhido para a corrente injetada usando uma sonda Bulk Current, valor
de pico de ESD, tempo de subida da corrente de curto-circuito de pico etc.
NOTA 3 A diferença Q1 - Q2 segue uma PDF normal, cujo valor esperado é zero e o desvio-padrão é 2 ⋅ u(Qi).

Exemplo 2:  Avaliação da uniformidade de campo sobre a área de campo uniforme (UFA) no ensaio
de imunidade irradiada descrito na ABNT NBR IEC 61000-4-3. A não uniformidade de campo pode
ser avaliada pela Equação (32). Uma vez que a magnitude do campo é uma grandeza positiva com
uma grande dispersão, o resultado do cálculo é geralmente expresso no balanço de incerteza, usando
unidades logarítmicas. É conveniente transformar as indicações do medidor de campo de V/m para
dB (V/m), depois calcular a dispersão dos valores de dB (V/m), para obter um resultado em dB.

5.3.3 Avaliação do Tipo B de incerteza-padrão

Em muitos casos, a melhor estimativa e incerteza-padrão de uma grandeza não são obtidas pela
análise estatística de uma amostra de indicações, mas pela informação disponível sobre os valores,
que podem ser razoavelmente alcançados por aquela grandeza. As informações disponíveis podem
consistir em especificações do fabricante do instrumento de medição, relatórios de calibração, notas
técnicas e de aplicação, literatura científica e experiência anterior (incluindo registros de dados).

Por exemplo, sabe-se que a exatidão da medição da tensão de onda senoidal de um receptor
em conformidade com os requisitos da CISPR 16-1-1 deve estar dentro de ±2 dB. Diferentemente
declarado, os limites de erro (ou tolerância) do receptor devem ser de ±2 dB. Não se sabe o erro
de medição real em uma frequência específica e para uma configuração específica do receptor, mas
se sabe que ele é definitivamente limitado pelo intervalo de tolerância. A avaliação da incerteza do Tipo B
é valiosa, porque o erro de medição é considerado uma variável aleatória E, atingindo valores
no intervalo de tolerância (Emín, Emáx). No exemplo, Emín = −2 dB e Emáx = +2 dB. O bom senso sugere
que é mais provável que E esteja próximo do centro do intervalo de tolerância do que de seus
valores-limites. Uma suposição mais conservadora sugere que E é uniformemente distribuído
no intervalo de tolerância. Essa suposição é escolhida com mais frequência, pelo menos se não
houver evidência em contrário. Em termos gerais, os valores possíveis de E são distribuídos dentro
do intervalo de tolerância, de acordo com uma distribuição estatística, que corresponde à informação
disponível. No exemplo do receptor, se a escolha conservadora for adotada, a PDF do erro é constante
e diferente de zero, dentro do intervalo de tolerância, enquanto é zero fora. Esta PDF é denominada
retangular ou uniforme. Caso contrário, uma PDF triangular pode ser escolhida, se houver evidências
convincentes de que os valores de erro estão concentrados em torno do centro do intervalo.

Esses conceitos são expressos nas seguintes Equações matemáticas. A distribuição do erro estatístico
é descrita pela PDF g(E), que é definida como a seguir

Pr (Ê < E < Ê + dE) = g (Ê) dE (35)

onde Pr (Ê < E < Ê + dE) é a probabilidade de que E esteja entre Ê e Ê + dE e dE é um incremento


infinitesimal. A função g(E) é uma densidade, porque é a probabilidade por incremento infinitesimal

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do erro. Então, a unidade de medida da PDF é a recíproca da unidade de medida de E (a probabilidade


é adimensional). A PDF possui as seguintes propriedades gerais:

g(E) ≥ 0, para qualquer E (36)

∫ g (E ) dE = 1 , integral sobre todos os valores possíveis de E (37)


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Emax
Nesse exemplo ∫E min
g (E ) dE = 1 . Em termos gerais, o intervalo (Emín, Emáx) abrange uma grande

parte p dos valores possíveis de E, onde geralmente p = 1 ou p = 0,95, portanto

Emax
∫E min
g (E ) dE = p (38)

A propriedade (37) permite derivar a expressão matemática da PDF retangular. De fato, como a área
do retângulo é unitária e a largura da base é Emáx - Emín, sua altura é 1/(Emáx - Emín). No caso
da PDF triangular, novamente a largura da base é E máx - Emín, mas a altura é, neste caso,
2/(Emáx - Emín).

Conhecendo a PDF, pode-se derivar a melhor estimativa E do erro de medição e a (avaliação da)
incerteza-padrão do Tipo B. Considerar o valor E ⋅ g(E) dE. Este valor é o produto de um valor
de erro particular E, e a probabilidade de atingir valores de erro na vizinhança estreita em torno de E.
Ao somar E ⋅ g(E) dE para todos os valores possíveis de E, obtém-se a média ponderada de E, onde
os pesos são representados pelas probabilidades g(E) dE. Este tipo de média ponderada é chamado
de valor esperado de E ou, brevemente, 〈E〉, onde


E = E ⋅ g (E ) dE (39)

é a integral sobre todos os valores possíveis de E. Pode ser facilmente mostrado que 〈E〉 é o valor-limite
da média aritmética de uma amostra infinitamente grande de valores possíveis de E. Esta propriedade
pode ser demonstrada aproximando a probabilidade na Equação (35) com a relação entre o número
de valores de amostra caindo no intervalo (Ê, Ê + ∆E) e o número total de valores da amostra.
∆E representa a largura de um intervalo contendo um número significativo de valores da amostra.
Em conclusão, no esquema de avaliação do Tipo B, o valor esperado é a contrapartida da média aritmética,
que é a melhor estimativa no esquema de avaliação do Tipo A. Portanto, a melhor estimativa do erro
de medição é e = 〈E〉. Assim, a integração na Equação (39) pode ser simplificada para PDF simétricas.
Para distribuições simétricas, como PDF retangulares e triangulares, e = 1/2 ⋅ (Emín + Emáx).

Considerando agora a grandeza E - 〈E〉, que corresponde ao desvio entre um valor de erro específico
e a melhor estimativa do erro, a média ponderada do desvio quadrado pode ser calculada como

(40)
(E − E )2 = ∫ (E − E )2 g (E ) dE

(novamente, a integração envolve todos os valores possíveis de E).

Observar que o termo à esquerda da Equação (40) é o valor esperado do desvio quadrado (E - 〈E〉)2
e é chamado de variância de E, geralmente indicado como σE2 . Pode-se demonstrar, apenas seguindo a linha
de raciocínio do parágrafo anterior, que a variância é o valor-limite do quadrado do desvio-padrão
experimental de uma amostra infinitamente grande de valores possíveis de E. A conclusão é que
a incerteza-padrão do Tipo B é a raiz quadrada da variância

u (e ) = ∫ (E − E )2 g (E ) dE (41)

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onde, para homogeneidade de notação com a incerteza-padrão Tipo A, define-se u(e) = σE.
Resolvendo a integral na Equação (41), encontra-se, no caso da PDF retangular

E − Emin
u (e ) = max (42)
12
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enquanto no caso da PDF triangular, tem-se

E − Emin
u (e ) = max (43)
24

Voltando a um exemplo anterior, considerar o erro de amplitude de um receptor com Emín = −2dB
e Emáx  = + 2dB. Se a PDF for considerada retangular, u(e) = 1,2 dB. Se a PDF for considerada
triangular, u(e) = 0,8 dB. Em ambos os casos, devido à simetria, a melhor estimativa do erro é e = 0 dB.

Exemplo 1: A incerteza-padrão do Tipo B derivada de um relatório de calibração (por exemplo,


do ganho de uma antena de EMC) estabelece que a melhor estimativa e o intervalo de cobertura
correspondente a 95 % de probabilidade de cobertura são uma PDF normal. Observar que o valor dos
graus de liberdade efetivos é irrelevante (pode ser declarado no relatório de calibração). Em qualquer
caso, para obter u(e), dividir Emáx - Emín por 2 ⋅ 1,96 = 3,92.

NOTA O símbolo E é usado no lugar do símbolo mais geral X, porque, no exemplo tratado aqui, E se refere
a um erro de medição. Os resultados obtidos são, no entanto, gerais.

5.4 Estatísticas de amostragem

5.4.1 Considerações gerais

Em várias situações práticas de ensaio e medição de EMC, a incerteza de medição (MU) é estimada
com referência a um conjunto relativamente pequeno de dados medidos. Alguns exemplos são:

● em comparações de laboratório, o número de valores medidos do mensurando (este número


sendo igual ao número de laboratórios envolvidos) é tipicamente da ordem de dez ou menos,
ao invés de 100 ou mais;

● em varreduras angulares de um ESE durante os ensaios de blindagem, suscetibilidade


ou emissões, o número de ângulos de aspecto para um ESE colocado em uma mesa giratória
em um FAR é severamente limitado por razões econômicas;

● em varreduras de altura de medições de emissões em um ambiente anecoico, o número


de alturas e orientações do ESE é limitado;

● o número de etapas da roda de pás em um ensaio com câmara de reverberação é tipicamente


da ordem de algumas dezenas por rotação (no mínimo 12), por exemplo, quando a operação está
perto da frequência mais baixa utilizável.

O tamanho restrito do conjunto de dados é causado por restrições econômicas ou devido a limitações
físicas mais fundamentais.

Enquanto o conjunto de estatísticas e as PDF (por exemplo, PDF normal) produzem estimativas
assintoticamente exatas do valor esperado e intervalos de confiança para conjuntos de dados
de amostras infinitamente grandes, MU pode aumentar drasticamente para conjuntos de amostras
“pequenos”, normalmente para N = 40 amostras estatisticamente independentes ou menos.

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[O valor de N é influenciado pela independência estatística entre os valores da amostra, que devem
ser investigados separadamente.] Estatísticas e distribuições de conjunto correspondem ao caso
idealizado em que N se aproxima do infinito.

A variação em torno do valor médio (desvio-padrão, limites de confiança etc.) é fortemente afetada pelo
tamanho da amostra. Apenas os resultados de ensaio para os quais N é constante são diretamente
comparáveis.
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Estritamente, as estatísticas da amostra (por exemplo, desvio-padrão da amostra) calculadas a partir


de um determinado conjunto de dados se aplicam apenas a esse conjunto. No entanto, especialmente
quando N não é excessivamente pequeno, as estatísticas de amostra calculadas servem como boas
aproximações para as estatísticas de amostra de outros conjuntos de dados (repetidos) relacionados
ao mesmo mensurando, medidos sob condições idênticas de medição.

5.4.2 Média da amostra e desvio-padrão da amostra

A média da amostra de uma grandeza medida (ou avaliada de outra forma) X (por exemplo, campo
complexo, magnitude do campo, potência ou densidade de energia etc.) é

N
∑ Xi (44)
X = i =1
N

onde

Xi é o i-ésimo valor de amostra e

X é uma estimativa para o valor do conjunto 〈X〉.

O desvio-padrão experimental da amostra de X é definido como

N
∑ ( Xi − X )
2
(45)
s X = i =1
N −1

O desvio-padrão da amostra de X (também conhecido como o erro-padrão de X ) é definido como

s
sX = X (46)
N
NOTA A definição de s X requer que as N amostras sejam estatisticamente independentes, enquanto para
X nenhuma restrição se aplica.

5.4.3 Coeficiente de variação da amostra

Para as PDF não centrais de X (que é o caso usual em EMC), o coeficiente de variação νX = σX/µX
serve como medida da incerteza relativa de X; ele fornece informações sobre os níveis relativos
(em oposição aos absolutos) de flutuação de X. Em termos gerais, este conceito é particularmente
útil, se a PDF de X for desconhecida. Se o conjunto de dados representar medições repetidas de
uma grandeza X que está sujeita a flutuações aleatórias (por exemplo, ruído), então 1/νX representa
a relação sinal-ruído do conjunto de dados.

NOTA O coeficiente de variação só é aplicável a grandezas lineares e não logarítmicas.

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Na prática, o conjunto coeficiente de variação e seu valor amostral devem ser estimados com base nos
valores amostrais da média e do desvio-padrão. O valor médio do coeficiente de variação amostral
é estimado como a relação entre a média amostral e o desvio-padrão amostral:

X
nX = (47)
sX
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Já que X e sX são grandezas aleatórias (ver 5.3.2), nX é, em si, uma grandeza aleatória, que varia
de um conjunto de amostra para outro. Para uma PDF normal de X, o desvio-padrão amostral
do coeficiente de variação é ν x (1 + 2ν2x ) / (2N ).
5.4.4 Limites dos intervalos de confiança da estatística amostral

Assim como qualquer outra estatística amostral, o valor (ou seja, a posição) do limite superior (ξ+)
e inferior (ξ-) de um intervalo de confiança η %, flutua ξ±(1 ± η/ 100) / 2 e, portanto, adquire incerteza
quando o tamanho da amostra N é finito. Isso ocorre porque as variações de uma amostra para outra
da distribuição amostral empírica entre conjuntos de amostras implica que a probabilidade de que
o mensurando não exceda um valor especificado flutua. Apenas o conjunto fundamental da PDF
tem limites de confiança com valores determinísticos (ou seja, locais fixos), enquanto os limites para
amostragem variam e as distribuições amostrais são variáveis aleatórias. Os limites de confiança
aleatórios e seus valores amostrais são representados como Ξ±(1 ± η/ 100) / 2 e ξ±(1 ± η/ 100) / 2,
respectivamente.

Para um intervalo de confiança simétrico de 95 % para uma distribuição geral de X com PDF g(X)
e função de distribuição G(X), a expressão geral dos erros-padrão dos limites superior e inferior
e covariância de Ξ±(1 ± η/ 100) / 2 é

0, 025 × 0, 975 0, 025 × 0, 975


σ( Ξ0+,975 ) = 2
, σ( Ξ0−,025 ) = 2 (48)
g (G −1 (0, 975)) N g (G −1 (0, 025)) N

Para uma PDF padrão normal, para X,

2, 671 1, 363 + 1, 363 −


σ( Ξ0+,975 ) = σ( Ξ0−,025 ) ≅ σX = ξ0,975 = − ξ (49)
N N N 0,025

Valores correspondentes para outros níveis de confiança e para a potência ou intensidade de campos
eletromagnéticos aleatórios (componentes totais e retangulares) são dados em [3].

Por exemplo, para uma amostra de N = 10, 100 ou 1 000 valores medidos independentemente de uma
grandeza de campo normalmente distribuída, cada um dos limites superior e inferior determinados
empiricamente para o intervalo de confiança simétrico de 95 % desta grandeza tem um desvio-padrão
de 43,1 %, 13,6 % e 4,3 %, respectivamente. Em comparação, para um nível de confiança de 99 %,
os desvios-padrão são, em vez disso, 59,9 %, 18,9 % e 5,9 %, respectivamente. Assim, quanto mais
alto for o nível de confiança escolhido para um mensurando, maior é a incerteza da localização dos
limites do intervalo de confiança estatístico amostral para este mensurando, para um determinado
número de valores amostrais. Dito de outra forma, para um determinado nível de confiança,
os intervalos de confiança tornam-se mais amplos e a localização de seus limites associados torna-se
simultaneamente mais difusa, quando o tamanho da amostra diminui. Limites mais precisos podem
ocorrer apenas para os parâmetros de conjuntos de amostras infinitamente grandes (populações).
Portanto, determinar intervalos de confiança com base em conjuntos de dados muito pequenos tem
apenas um valor prático limitado. Na prática, valores aceitáveis para σΞ não dependem apenas de σX ,

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mas sim da incerteza relativa σX/µX que é considerada aceitável. O tamanho da amostra pode ser
estimado para levar em conta a imprecisão do limite, por exemplo, subtraindo 2σΞ do limite inferior
e adicionando 2σΞ ao limite superior dos percentis da distribuição da população que definem
um intervalo de confiança.

5.4.5 Distribuição amostral e estatísticas amostrais do valor médio


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5.4.5.1 Generalidades

Informações estatísticas mais completas e a caracterização dos valores da amostra são dadas por
sua distribuição amostral [3].

Para um X aleatório cuja distribuição de conjunto seja conhecida ou assumida como sendo o PDF normal,
a distribuição de amostragem de X é uma PDF t-Student ou uma PDF de Bessel K, dependendo se X
é considerado em sua amostra padronizada (adimensional) ou forma não padronizada (dimensional),
respectivamente [8]. O primeiro caso é importante para comparar os dados medidos de X com PDF
teóricas, enquanto o último é relevante na estimativa do valor real de uma grandeza de ensaio físico
(por exemplo, intensidade de campo em V/m, em vez de em dB, em relação à média como valor
de referência).

5.4.5.2 Corrente ou campo de valor complexo

Para uma variável X normalmente distribuída, as distribuições amostrais de X (quando consideradas


uma variável aleatória em relação a todos os conjuntos de dados possíveis de N valores; não pode
ser confundida com o desvio-padrão da amostra, que é um único número) também são normais, com
valor médio 〈X〉, mas com desvio-padrão σX/ N :

g( x; N ) =
N
exp  −
(
 N x − X 2
 ) (50)
2πσ2  2πσ2 
 

Se X tiver uma PDF diferente de uma PDF normal, então as PDF amostrais de X, o valor médio
da amostra e o desvio-padrão da amostra são geralmente difíceis de calcular. A situação
é frequentemente complicada pelo fato de que apenas para um X normal a média da amostra
e o desvio-padrão da amostra são estatisticamente independentes. Portanto, quando a grandeza
do campo de conjunto é (ou pode ser rastreada por) apenas uma PDF normal, resultados rigorosos
podem ser derivados. Por exemplo, a amplitude ou a densidade de energia de um campo aleatório
ideal não polarizado (componente retilíneo ou campo vetorial) ainda pode ser calculada [3]. Na maioria
dos outros casos, a caracterização estatística da amostra é necessariamente restrita ao desvio-padrão
da amostra e/ou aos intervalos de confiança da amostra, para os quais as expressões gerais
permanecem válidas.

5.4.5.3 Potência (densidade de energia, intensidade)

A PDF da média amostral da potência ou intensidade W para um campo não polarizado (〈E〉 = 0) é

dN −1
(dN )dN / 2  w   w 
g (w ; N ) = exp  − dN (51)
Γ (dN ) σW  σW   σW 

onde Γ(dN) representa a função gama (completa). Aqui, d se refere ao número de eixos da antena
ou à sonda de campo. Por exemplo, para uma antena monopolo ou sonda de eixo único, d = 1; para
uma antena helicoidal que suporta polarização circular esquerda ou direita, d = 2; para uma sonda
de campo de três eixos com combinação interna, d = 3.

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A média amostral e o desvio-padrão amostral são dados por

2 = 2d σ 2 d 2 (52)
W = d σE σW = 2 σ
N
onde σE2 = 2σ2 é a variância de um campo de valor complexo circular (analítico) E, com σ representando
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o desvio-padrão do componente em fase ou quadratura de E.

Intervalos de confiança simétricos para o nível de confiança η % são obtidos a partir da função
de distribuição por solução analítica ou numérica de

 ξ(1± η / 100) / 2 
γ  dN, dN  1 ± η / 100
 σW (53)
=
Γ (dN ) 2

onde γ(dN) representa a função gama incompleta.

5.4.5.4 Amplitude de campo

Para a média amostral da intensidade do campo A de um campo imparcial (〈E〉 = 0),

dN
   1  2 
 Γ dN +  
  2  
2 d − 

 Γ (dN )       1  2  
    2dN −1   Γ  dN +   2 (54)
 a    2    a  
( )
g a; N = 
Γ (dN ) σ A

 σ A 
exp  − dN − 
Γ (dN )    σ A  

  
    
 

com a média amostral e o desvio-padrão amostral dados por

1    1 2
Γ  dN +   Γ  dN +  
 2 2   2  
A = 2 σ σA = dN −   σ (55)
Γ (dN ) N  Γ ( dN )  
  
 

Os intervalos de confiança para o nível de confiança η % são obtidos a partir da função de distribuição
de A por solução analítica ou numérica da Equação (56)

    1  2  
  Γ  dN +   2
  2   ξ (1± η / 100 ) / 2 
γ  dN, dN −      
 
 Γ ( dN )   σA  (56)
      1 ± η / 100
  =
Γ (dN ) 2

As Figuras 11 e 12 mostram os limites dos intervalos de confiança de 95 %, 99 % e 99,5 % para W


e A como uma função de N, para as medições usando uma antena monopolo ou sonda de eixo único
(d = 1).

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Figura 11 – Limites de intervalos de confiança de 95 %, 99 % e 99,5 % para W como uma


função de N, para as medições usando uma antena retilínea ou sonda de eixo único

Figura 12 – Limites de intervalos de confiança de 95 %, 99 % e 99,5 % para A como um função


de N, para as medições usando uma antena retilínea ou sonda de eixo único

5.4.6 Distribuição amostral e estatísticas amostrais do desvio-padrão

5.4.6.1 Generalidades

O desvio-padrão da amostra é uma variável aleatória, variando de amostra para amostra para
um determinado tamanho de amostra (fixo) N, portanto, é significativo caracterizar sua PDF amostral
e as estatísticas amostrais.

5.4.6.2 Campo ou corrente de valor complexo

Para o desvio-padrão amostral de um campo ou corrente com PDF normal de Gauss circular, o desvio-padrão
amostral tem uma χ PDF com N graus de liberdade, ou seja,
N −1
 2   2 
  N   2   N  
 Γ    N − 2   Γ    2
2 N − 1 −   2    sX  N −1   2     sX   (57)
g (s X ; N ) = exp  −  −
 N − 1  2  N − 1    σ 
SX   2  N − 1    σS X  
Γ  σS X  Γ      Γ 
 2    2      2   
 
     

com a média amostral e o desvio-padrão amostral dados por

2
N  N 
Γ   Γ  
2  2 2   2 
SX = σX σS X = 1 − σX (58)
N − 1  N − 1 N − 1  N − 1 
Γ  Γ 
 2    2 

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5.4.6.3 Potência (densidade de energia, intensidade)

Para a potência ou intensidade W para um campo não polarizado (〈E〉 = 0),

1 1
dN −
 1 2  
2  3
 dN −   sW  
dN − 
2  1 sW 
2 (59)
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g (sW ) =   exp  − dN −
 1   σSW   2 σSW 
Γ  dN −  σSW
 2 

com a média amostral e o desvio-padrão amostral dados por

σW
SW = σW σSW =
1 (60)
dN −
2

5.4.6.4 Amplitude de campo

Para a intensidade de campo, novamente para um campo imparcial, a PDF de SA é

1
2 dN −
    2
 
1  Γ (dN )  
2 dN − − 
 2   1     2 
 Γ  pN −    2(dN −1) 
  
 2
(61)
  2    sA   1  Γ (dN )    sW 
g (s A ; N ) =  exp  − dN − −  
1  σSA   2 1    σSW  
Γ  dN −  σSA   Γ 
dN − 
 2     
2   

com a média amostral e o desviopadrão amostral dados por

2
 
1 Γ (dN ) 1  Γ (dN ) 
SA = σA σS A = 1 − σ (62)
1 Γ  dN − 1 1 1  A
dN −   dN −  Γ  dN −  
2  2 2  2 

A Figura 13 mostra os limites dos intervalos de confiança de 95 % para SX em função de N, para


as medições usando uma antena retilínea (d = 1), juntamente com a sua aproximação normal.

Figura 13 – Intervalos de confiança de 95 % para SX em função de N, para as medições


usando um detector de eixo único

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5.5 Conversão de grandezas lineares para logarítmicas e vice-versa

5.5.1 Generalidades

A conversão de unidades lineares (por exemplo, µV/m, mW etc.) para unidades logarítmicas, ou seja,
decibels (por exemplo, dB(µV/m), dB(mW) etc.), ou vice-versa, é uma transformação não linear
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[9]. Portanto, a PDF de mensurandos eletromagnéticos e de grandezas físicas, como intensidade


de campo, potência etc., quando expressa em unidades dB, é, em geral, diferente daquela aplicável
às mesmas grandezas, mas expressa em unidades lineares.

A determinação da PDF é fundamental para o cálculo da propagação da incerteza. A partir da PDF


transformada, as estimativas para dispersão e os intervalos de confiança seguem de uma maneira fácil.

5.5.2 Flutuações normalmente distribuídas

5.5.2.1 Campo complexo

Em geral, a probabilidade de obtenção de valores negativos dos componentes em fase ou quadratura


não é desprezível. Portanto, em termos estritos, uma conversão para dB, neste caso, não é possível.
No entanto, se a PDF estiver suficientemente bem concentrada em torno de seu valor central
(implicando σ/µ << 1), então a probabilidade de obter valores negativos pode ser desprezada e uma
transformação é então possível.

Para

F = 20 log (E) (63)


com

 (E − µ )2 
exp  − 
 2σ2  (64)
g E (E ) =
2πσ

a PDF de F é

 
 
 (F − 20 lg (µ ))2 
exp −
 2 
  20 σ   (65)
2
  ln 10  
g F (F ) =
20 σ

ln 10

Esta PDF transformada também pode ser usada nos casos em que a PDF original for aproximadamente
uma Gauss normal, por conta do teorema do limite central, por exemplo, para as PDF de valor máximo
de intensidade ou potência de campo.

5.5.2.2 Intensidade de campo (grandeza linear com distribuição χ)

Para intensidade de campo, a transformação de variantes é especificada por

B = 20 log (A) (66)

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e produz a PDF transformada

B  B
ln 10
g B (B ) = C 1020 g A  A = 1020  (67)
20  

em que C é uma constante de normalização. O valor médio de B é


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+∞
(68)
B = ∫−∞ 20 log ( X ) g A ( A = X ) dX

A transformação inversa de unidades dBV para unidades lineares V é

20
g A ( A) = gB (B = 20 log ( A)) (69)
A ⋅ ln (10)

com valor médio

+∞  X ⋅ ln (10)
A = ∫−∞ exp 
 20 
 gB (B = X ) dX (70)

Em particular, para uma variável A com distribuição Rayleigh, ou seja, para

 A2 
A ⋅ exp  − 2 
 2σ  (71)
g A ( A) =
σ2

obtém-se

 B
B
ln 10  10 20
g B (B ) = C 1020 exp  − (72)
20σ 2 2σ2 
 

onde C = e, para σ = 1 / 2.

A Figura 14 mostra a PDF de B para uma variável A com distribuição Rayleigh, com valores selecionados de σ.

Figura 14 – PDF de B para uma variável A, com distribuição nos valores selecionados de σ

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5.5.2.3 Potência, intensidade, densidade de energia (grandezas lineares com distribuição χ2)

Para intensidade de campo, densidade de energia ou potência, uma transformação de variantes


é especificada por

V = 10 log (R ) (73)
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produz

V  V 
ln 10
gV (V ) = C 1010 ⋅ gR  R = 1010  (74)
10  

com valor médio

+∞
(75)
V = ∫−∞ 10 log ( X ) gR (R = X ) dX

A transformação inversa de unidades dBW para unidades lineares W é

10
g R (R ) = gV (V = 10 log (R )) (76)
R ⋅ ln (10)

com valor médio

+∞  X ⋅ ln (10)
R = ∫−∞ exp 
 10  V
g (V = X ) dX (77)

Para um R exponencialmente distribuído, ou seja, para

R
exp  − 2 
 2σ  (78)
g R (R ) =
2σ2

obtém-se

 V 
V
ln 10  10 
10
gV (V ) = C 1010 exp  − 2  (79)
20σ2 2σ
 

que coincide com o resultado de intensidade de campo distribuída de Rayleigh em dBV.

NOTA Pode ser mostrado que esta coincidência entre as PDF de campo e de potência para unidades dB
é verdadeira para qualquer par de PDF de A e R, não apenas para o par de PDF Rayleigh e exponencial.

O valor médio é

V = 10log ( 2σ2 ) − 2, 507 (80)

o que mostra que a média de valores logarítmicos (por exemplo, ao realizar medições usando
um analisador de rede para condições variáveis no tempo com video averaging) dá origem a um valor
médio que é cerca de 2,5 dB mais baixo do que quando os valores são linearmente calculados.

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5.5.3 Flutuações uniformemente distribuídas

Os resultados anteriores para um sinal somado a um ruído, em que o sinal é constante e o ruído
tem uma PDF normal, podem ser generalizados para outras PDF, por exemplo, para o caso em que
as flutuações em torno de um valor constante são uniformemente distribuídas.
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Especificamente, se X tiver uma PDF uniforme com intervalo [a, b] em unidades lineares (ou seja,
centrado em torno do valor (a + b)/2, com meia largura (b - a)/2), então sua conversão para dBV,
calculada como Y = 20 log10 (X), tem a PDF

Y
ln 10
gY (Y ) = 1020 (81)
20 (b − a )

enquanto sua conversão para dBW calculada como Z = 10 log10 (X) tem a PDF

Z
ln 10
g Z (Z ) = 1010 (82)
10 (b − a )

Para a transformação inversa de uma PDF uniforme, em unidades dBV, para unidades lineares
de campos ou tensões, a PDF é

20 1
gX (X ) = ⋅ (83)
(b − a ) ln (10) X

6 Aplicabilidade da incerteza de medição


Alguns parâmetros da grandeza de perturbação definidos na norma básica aplicável podem ter
uma tolerância associada. Se não houver requisito de tolerância para uma grandeza q na norma
básica aplicável, a incerteza de medição atribuída a esta grandeza deve ser derivada dos resultados
da calibração do(s) instrumento(s) usado(s) para medir essa grandeza e de outras grandezas
de entrada (por exemplo, variação de temperatura, deriva de longo prazo). Em geral, a diferença
entre o valor indicado durante a calibração qi e o valor encontrado pelo laboratório de calibração qc
é um erro sistemático, que pode ser corrigido, quando o instrumento é usado. Nesse caso, essa
diferença não fará parte do balanço total de incerteza de medição. O fluxograma na Figura 15 mostra:

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Figura 15 – Balanço de incerteza de medição para uma grandeza a ser realizada


no laboratório de ensaio

onde qi, qt e qc são valores indicados pelo instrumento a ser calibrado, o valor verdadeiro (no entanto,
o valor verdadeiro é desconhecido na maioria dos casos) e o valor conforme realizado pelo laboratório
de calibração, respectivamente.

Durante a calibração no laboratório de calibração, o instrumento a ser calibrado fornecerá um valor


indicado qi. Os instrumentos usados para calibração pelo laboratório de calibração fornecerão
um valor qc. Uma vez que a instrumentação usada pelo laboratório de calibração tem uma incerteza
de medição, o valor real qt estará em um intervalo em torno de qc.

Pela correção da indicação mostrada pelo instrumento pelo fator de correção, c, qi e qc se tornarão
o mesmo valor. O balanço de incerteza (1) neste estágio incluirá apenas a incerteza do laboratório
de calibração, conforme declarado no certificado de calibração.

Uma vez que o instrumento pode ser afetado por outras grandezas de influência que não estavam
presentes durante a calibração, essas outras grandezas de entrada devem ser consideradas
no balanço de incerteza (2).

As incertezas de medição também precisam ser consideradas, se a norma básica aplicável exigir que
uma certa grandeza esteja dentro de uma faixa de tolerância especificada por um limite de tolerância
inferior e superior, conforme mostrado na Figura 15. Em princípio, o procedimento mostrado acima
é estendido por uma etapa do processo, em que o cumprimento dos requisitos de tolerância é verificado.

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Figura 16 – Relação entre o balanço de incerteza de medição para uma grandeza a ser
realizada no laboratório de ensaio e as tolerâncias dadas para esta grandeza na norma
básica aplicável

Na Figura 16, TL e TU são os limites inferior e superior de tolerância exigidos pela norma básica
aplicável, respectivamente.

Onde o valor conforme indicado pelo instrumento já está dentro da faixa de tolerância sem correção,
então uma correção não é necessária. A Figura 17 mostra algumas situações onde e como
um instrumento é adequado para ensaios/medições, conforme especificado na norma básica aplicável
com tolerâncias.

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A indicação do instrumento já está dentro do intervalo


de tolerância.
Ninguna correção é aplicada.
O instrumento pode ser usado para os ensaios.
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A indicação do instrumento já está dentro do intervalo


de tolerância.
Correções são aplicadas para incrementar a qualidade
das medições.
O instrumento pode ser usado para os ensaios.

A indicação do instrumento está fora do intervalo de tolerância.


Correções são aplicadas.
Depois da correção (derivada dos resultados da calibração)
o valor corrigido está dentro do intervalo de tolerância.
O instrumento pode ser usado para os ensaios.

A indicação do instrumento está dentro ou fora do intervalo


de tolerância.
Depois da correção (derivada dos resultados da calibração)
o valor corrigido está fora do intervalo de tolerância.
O instrumento não pode ser usado para os ensaios.

A indicação do instrumento está dentro ou fora do intervalo


de tolerância.
Com as correções fica dentro do intervalo de tolerância,
mas na zona cinza (tanto qc – incerteza da medição < TL
ou qc + incerteza da medição > TU), ou seja, não pode ser
estatísticamente justificado, se o valor verdadeiro está dentro
ou fora do intervalo de tolerância.
O instrumento pode ser usado.1)
A indicação do instrumento está dentro ou fora do intervalo
de tolerância.
Com as correções fica fora do intervalo de tolerância, mas
na zona cinza (tanto qc + incerteza da medição > TL ou qc  
incerteza da medição < Tu), ou seja, não pode ser
estatísticamente justificado, se o valor verdadeiro está
dentro ou fora do intervalo de tolerância.
Não se recomenda usar o instrumento 1)

1) Esta abordagem se desvia de outros conceitos encontrados na literatura por que nas tolerâncias dadas nas normas da série
IEC 61000-4-x foi definido que não devem ser tomadas em conta as incertezas. Portanto, não se recomenta que as incertezas sejam
usadas para demostrar conformidade com as tolerâncias.

Figura 17 – Situações onde e como um instrumento é adequado para ensaios


e/ou medições, conforme especificado na norma básica aplicável com tolerâncias

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7 Documentação do cálculo da incerteza de medição


Uma avaliação da incerteza de medição de acordo com este Guia deve ser documentada
em um relatório. O relatório deve incluir todos os elementos apresentados na Tabela 1. O relatório
deve conter todas as informações necessárias para reproduzir o balanço de incerteza. Em particular,
o seguinte deve ser registrado:
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— identificação do mensurando;

— identificação das grandezas de entrada aplicáveis à cadeia de medição;

— identificação da categoria para cada grandeza de entrada, ou seja, Tipo A ou tipo B;

— identificação da PDF aplicável usada para cada grandeza de entrada;

— identificação da equação matemática aplicável usada para cada PDF;

— incerteza-padrão calculada para cada contribuição;

— coeficiente de sensibilidade ci;

— incerteza-padrão combinada calculada;

— fator de abrangência k, geralmente k = 2 (para 95 % de confiança);

— incerteza expandida calculada.

Os valores de incerteza podem ser expressos em dB ou em %. Todos os valores de incerteza devem


ser expressos com não mais do que três dígitos significativos (por exemplo, 2,35 dB ou 12,4 %).
Exemplos de balanços de incerteza são dados nos Anexos A e B. Observar que os valores de incerteza
não podem ser “zero”, ou seja, valores zero devem ser evitados.
(unidade em dB)
NOTA A transformação entre dB e % pode ser calculada por 10 20 × 100 .

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Anexo A
(informativo)

Exemplo de avaliação de IM para medições de emissão


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A.1 Símbolos

A.1.1 Símbolos gerais

Xi Grandeza de entrada

xi Estimativa de Xi

δXi Correção para grandeza de entrada

u(Xi) Incerteza-padrão de Xi

ci Coeficiente de sensibilidade

y Resultado de uma medição (a estimativa do mensurando), corrigido para todos os efeitos


sistemáticos significativos reconhecidos

uc(y) Incerteza-padrão combinada de y

U(y) Incerteza expandida de y

k Fator de abrangência

a+ Limite superior de uma PDF

a- Limite inferior de uma PDF

A.1.2 Símbolo e definição do mensurando para o exemplo

E Intensidade máxima do campo elétrico, em dB (µV/m), nas polarizações horizontais e verticais,


na faixa de varredura de altura aplicável e na distância horizontal especificada do ESE que
é girado 360° em azimute

A.1.3 Símbolos para grandezas de entrada comuns a todas as medições de perturbação

ac Atenuação da conexão entre o receptor e a antena, em dB

δM Correção para o erro causado pelo descasamento, em dB

Vr Leitura da tensão do receptor, em dB (µV)

δVsw Correção para imprecisão da tensão da onda senoidal do receptor, em dB

δVnf Correção para o efeito do piso de ruído do receptor, em dB

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A.1.4 Símbolos para grandezas de entrada específicas para medições de perturbação


radiada

Gp Ganho do pré-amplificador

δGp Correção para instabilidade de ganho do pré-amplificador, em dB


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Fa Fator de antena, em dB (V/m)

δFa f Correção para erro de interpolação do fator de antena, em dB

δFa dir Correção para diretividade da antena, em dB

δFa ph Correção para localização do centro de fase da antena, em dB

δFa cp Correção para resposta de polarização cruzada da antena, em dB

δSVSWR Correção para relação de onda estacionária de tensão imperfeita no sistema (SVSWR)
em dB

δANT Correção para o efeito do material da mesa de montagem nos resultados de medição
em dB

δd Correção para distância imperfeita da antena, em dB

δh Correção para altura imperfeita da mesa, em dB

A.2 Exemplo de um balanço de incerteza para medições de perturbação radiada


de 1 GHz a 18 GHz
O mensurando E é calculado usando o seguinte modelo de equação:

E = Vr + ac + Gp + Fa + δVSW + δVnf + δGp + δM + δFaf + δFadir + δFaph + δFacp + δSVSWR + δANT + δd + δh

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Tabela A.1 – Medições de perturbação radiada de 1 GHz a 18 GHz em um FAR,


a uma distância de 3 m
Grandeza de entrada Xi Incerteza associada a xi |ci| u(xi) b

Fator de
dB PDF dB
abrangência
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Leitura do receptor 1) a Vr 0,1 Normal k=1 0,10

Atenuação: antena-receptor 2) ac 0,2 Normal k=2 0,10

Ganho do pré-amplificador 11) Gp 0,2 Normal k=2 0,10

Fator de antena 6) Fuma 1,0 Normal k=2 0,50

Correções do receptor:

Tensão de onda senoidal 3) δVsw 1,5 Normal k=2 0,75

Instabilidade de ganho do pré-amplificador 11) δGp 1,2 Retangular 0,70

Proximidade do piso de ruído (1 a 6) GHz 4) δVnf + 0,7/0,0 Retangular 0,4

Proximidade do piso de ruído (6 a 18) GHz 4) δVnf + 1,0/0,0 Retangular 0,58

Descasamento: antena-pré-amplificador 5) δM + 1,3/-1,5 Formato U 1,00

Descasamento: pré-amplificador-receptor 5) δM + 1,2/-1,4 Formato U 0,92

Correções de antena:

Interpolação de frequência AF 7) δFaf 0,3 Retangular 0,17

Diferença de diretividade 8) δFum dir + 3,0/–0,0 Retangular 0,87

Localização do centro da fase 9) a 3 m δFum ph 0,3 Retangular 0,17

Polarização cruzada 10) δFum cp 0,9 Retangular 0,52

Correções de sistema:

Imperfeições do sistema 12) δSVSWR 3,0 Triangular 1,22

Efeito do material da mesa de configuração


δANT 1,5 Retangular 0,87
(1 a 6) GHz 13)

Efeito do material da mesa de configuração


δANT 2,0 Retangular 1,15
(6 a 18) GHz 13)

Distância de separação 14) a 3 m δd 0,3 Retangular 0,17

Altura da mesa 15) δh 0,0 Normal k=2 0,00

Os itens numerados como 1) a 5) são explicados na Seção A.3 e os itens numerados como 6) a 15)
são explicados em A.4.
a Os sobrescritos referem-se aos comentários numerados em A.1 e A.2.
b Para todos os |ci| = 1, ver 5.1 (etapas básicas).

5,18 dB, de 1 GHz a 6 GHz


Portanto: incerteza expandida U( E ) = 2uc ( E ) = 
5,46 dB, de 6 GHz a 18 GHz

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A.3 Justificativa para as estimativas das grandezas de entrada comuns a todas


as medições de perturbação na Tabela A.1 (comentários 1) a 5))
A nota após um comentário tem o objetivo de fornecer orientação aos usuários deste ABNT IEC TR.
As notas a seguir são aplicáveis às grandezas de entrada fornecidas com o sobrescrito “ x) ”
(por exemplo, 1)) na Seção A.3 e (por exemplo, 6)) na Seção A.4).
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 1) As leituras do receptor variarão por motivos que incluem a instabilidade do sistema
de medição e os erros de interpolação da escala do medidor.

A estimativa de Vr é a média de várias leituras, com uma incerteza-padrão dada pelo


desvio-padrão experimental da média (k = 1).

 2) Assume-se a estimativa da atenuação a c da conexão entre o receptor e a antena como


disponível a partir de um relatório de calibração, junto com uma incerteza expandida
e um fator de abrangência.

NOTA Se a estimativa da atenuação ac for obtida a partir dos dados do fabricante para um cabo
ou atenuador, pode ser assumida uma PDF retangular com a metade da largura igual à tolerância
especificada pelo fabricante na atenuação. Se a conexão for um cabo e um atenuador em tandem,
com os dados do fabricante disponíveis em cada um, com o a c tendo dois componentes, cada
um com a sua própria PDF retangular.

 3) Assume-se a estimativa da correção δVsw para a exatidão da tensão de onda senoidal
do receptor como disponível a partir de um relatório de calibração, junto com uma incerteza
expandida e um fator de abrangência.

NOTA Se um relatório de calibração informar apenas que a exatidão da tensão de onda senoidal
do receptor está dentro da tolerância (±2 dB) da CISPR 16-1-1, então a estimativa da correção
δVsw pode ser considerada zero, com uma PDF retangular, com a metade da largura de 2 dB.

 4) Para perturbações radiadas, a proximidade do limite inferior de ruído do receptor pode
influenciar os resultados de medição perto do limite de perturbação radiada.

O desvio δVnf é estimado entre zero e +0,7 dB. Independentemente de o desvio ser assimétrico,
a correção é estimada em zero, como se o desvio fosse simétrico em torno do valor a ser
medido com uma PDF retangular, com a metade da largura de 0,7 dB. Qualquer correção
do detector devida ao efeito do limite inferior do ruído dependeria do tipo de sinal (por exemplo,
impulsivo ou não modulado) e da relação sinal/ruído (S/N) e mudaria a indicação do nível
de ruído. O nível do sinal para a relação sinal-ruído é considerado igual ao limite de emissão,
pois isso é crítico para uma declaração de conformidade. O valor de 0,7 dB é obtido
da Figura A.1 para uma S/N = 20 dB. A S/N foi obtida para uma figura de ruído de 6 dB, usando

ENP = VNP + Fa + aC
(A.1)
= −67 + 10log FN + 10log BN + wNP + Fa + aC
onde

ENP é a intensidade de campo equivalente do limite inferior do pico de ruído do detector,


em dB (µV/m);

VNP é o nível inferior de ruído do detector de pico do receptor, em dB (µV);

Fa é o fator de antena na frequência de recepção, em dB (V/m);

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aC é a atenuação do cabo de conexão da antena, em dB;

FN é o fator de ruído do receptor de medição, ou seja, um número;

10 log FN é a figura de ruído do receptor de medição, em dB;

BN é a largura de banda do ruído do receptor de medição, em Hz;


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wNP é o fator de ponderação de ruído do detector de pico, em dB;

-67 é 10 lg(kT0 × 1 Hz/P 1µ V), o nível absoluto de ruído em dB(µV), em uma largura
de banda de 1 Hz, com k = constante de Boltzmann, T 0 = 293,15 °K e P1µ V
é a potência gerada por 1 µV em 50 Ω.

Para medições de perturbação radiada de 1 GHz a 18 GHz, a faixa de frequência é subdividida


em 1 GHz a 6 GHz (onde os limites de emissão da CISPR 22 são levados em consideração)
e em 6 GHz a 18 GHz [com média de 54 dB(µV/m) e pico de 74 dB (µV/m) (tirado de CIS/I/106/CDV),
como base para os limites de emissão]. Assume-se uma figura de ruído do sistema de 10 log FN = 6 dB
até 6 GHz. Para a faixa de frequência acima de 6 GHz, assume-se que 10 log FN = 4 dB, ou seja,
um pré-amplificador é montado na porta da antena. Usando os dados da Figura A.1 com valores
mínimos de S/N = 22 dB abaixo de 6  GHz e de 19 dB acima de 6 GHz, isso resulta em desvios
de até 0,5 dB (abaixo de 6 GHz) e até 0,8 dB (acima de 6 GHz).

Desvio do nível de
sinal em dB
6,00

5,00

4,00

3,00

2,00 Onda senoidal


pulso
1,00

0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40

S/N em dB
Figura A.1 – Desvio na indicação de nível do detector de pico com relação ao nível do sinal
na entrada do receptor para dois casos, sendo um sinal de onda senoidal e um sinal
impulsivo (PRF 100 Hz)
NOTA A figura de ruído do sistema N fsyst consiste na medição do receptor, pré-amplificador e cabo(s)
de conexão vistos desde a porta da antena. Ela determina o limite inferior de ruído e a relação sinal-ruído
para o sinal no limite do nível. F1 e F2 são os fatores de ruído do pré-amplificador e do receptor de medição,
aC1 e aC2 são as atenuações em dB dos dois cabos de conexão. G1 = 10.log(g1) é o ganho do pré-amplificador
em dB, menos a atenuação aC2 (G1 = Gpr - aC2). A figura de ruído Nftot é o fator de ruído Ftot referido
à entrada do pré-amplificador, em dB. Para manter o nível de ruído do sistema baixo, a atenuação aC1
da conexão entre a porta da antena e o pré-amplificador deve ser mantida a mais baixa possível.

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F2  1 F2  1 N  10
NlogF10log FN
 aN
 N a N

f
s
y
s
t

C
f
1
s
y
s
t
f
t
o
t
C
1

f
t
o
t
f
t
o
t

f
t
o
t
t
o
t

to
t
F
 F
1F F1 
t
o
t

t
o
t

g1 g1
 5) Incerteza de descasamento
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● Generalidades:

Em geral, a porta do receptor de uma antena será conectada à porta 1 de uma rede de duas
portas cuja porta 2 é terminada por um receptor de coeficiente de reflexão Γr. A rede
de duas portas, que pode ser um cabo, atenuador, atenuador e cabo juntos, ou alguma outra
combinação de componentes, pode ser representada por seus parâmetros S. A correção por
descasamento é então

2Γ Γ
δM = 20 log ( 1 − Γ eS11 )( 1 − Γ r S22 ) − S21 e r (A.2)

onde Γe é o coeficiente de reflexão visto olhando para a porta de saída da antena quando ela
é configurada para medição de perturbação. Todos os parâmetros são em relação a 50 Ω.

Quando são conhecidos apenas os valores, ou os limites dos valores dos parâmetros,
não é possível calcular δM, mas seus limites δM± não são maiores que

( )
δM ± = 20 log  1 ± Γ e S11 + Γ r S22 + Γ e Γ r S11 S22 + Γ e Γ r S21 2  (A.3)

A PDF de δM tem forma aproximada de U, com largura não maior que (δM + − δM − )
e desvio-padrão não maior que a metade da largura dividida por 2 . Embora a PDF em forma
de U seja assimétrica em valores logarítmicos, a correção permanece zero, porque o valor
esperado do desvio é zero.

● Perturbação radiada:

Para medições de perturbação irradiada acima de 1 GHz, assume-se uma especificação


de antena de swr  ≤  2,0:1, implicando que |Γe|  ≤  0,33. Também assume-se que a conexão
com o receptor é um cabo com bom casamento de impedância (|S11|  <<  1,  |S22|  <<  1),
com mínima atenuação de 1 dB a 1 GHz (|S21| ≈ 0,9) e que a atenuação do receptor
de RF é 0 dB, para o qual a tolerância da CISPR 16-1-1 para swr ≤ 3,0:1 implica |Γr| ≤0,50.

Se for usado um pré-amplificador externo ao receptor, a incerteza de descasamento


de impedância deve ser considerada duas vezes, ou seja, entre a porta da antena e a porta
de entrada do pré-amplificador, e entre a porta de saída do pré-amplificador e a porta
de entrada do receptor. Para o pré-amplificador assume-se VSWR de swr  ≤  2,0:1, tanto para
a entrada como para a saída. O uso de um pré-amplificador externo é levado em consideração
para a faixa de frequência acima de 1 GHz.

A estimativa da correção δM é zero, com uma PDF em forma de U, com largura igual
à diferença (δM+ − δM−).

NOTA 1 As expressões para δM e δM± mostram que o erro de descasamento pode ser reduzido,
aumentando a atenuação de uma rede de duas portas com bom casamento de impedância antes
do receptor. A penalidade é uma redução na sensibilidade da medição.

NOTA 2 Para algumas antenas em algumas frequências, o swr pode ser muito maior que 2,0:1.

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NOTA 3 Quando uma antena complexa é usada, podem ser necessárias precauções para garantir
que a impedância vista pelo receptor esteja em conformidade com a especificação da CISPR 16-1-4
de swr ≤ 2,0:1.

NOTA 4 Se um AMN ou um alicate absorvedor for calibrado para a porta de saída de um atenuador
conectado permanentemente a ele, o efeito da impedância do ESE no erro de descasamento de impedância
será reduzido conforme o valor da atenuação é aumentado, ou seja, Γ e ≤ Γ a + 0, 5 × 10a / 20,
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onde |Ga| e a são o coeficiente de reflexão e a atenuação em dB do atenuador.

NOTA 5 Considerações adicionais sobre a Equação (A.3):

 a) Devido à correlação não existente ou apenas fraca dos adendos, a adição linear pode
ser substituída pela regra da raiz quadrada da soma.

 b) Devido ao valor geralmente pequeno dos adendos, uma aproximação adicional
(onde δM é o desvio-padrão de uma PDF normal) é aplicável, produzindo, finalmente:

δM ≈ 6,14 ( Γ e S11 )2 + ( Γ r S22 )2 + ( Γ e Γ r S21 2 )2 dB

A.4 Justificativa para as estimativas de grandezas de influência específicas para


o método de medição de perturbação radiada de 1 GHz a 18 GHz (comentários 6) a 15))
 6) Assume-se a estimativa do fator de antena de espaço livre Fa disponível a partir de um relatório
de calibração, junto com uma incerteza expandida e um fator de abrangência.

 7) Quando um fator de antena é calculado por interpolação entre frequências, cujos dados
de calibração estão disponíveis, a incerteza associada a esse fator de antena depende
do intervalo de frequência entre os pontos de calibração e da variabilidade do fator
de antena com a frequência. Traçar o fator de antena calibrado em relação à frequência ajuda
a visualizar a situação.

A estimativa da correção δFaf para o fator de antena devido ao erro de interpolação é zero,
com uma PDF retangular, com a metade da largura igual a 0,3 dB.
NOTA 1 Em qualquer frequência para a qual um fator de antena calibrado está disponível,
a correção δFaf não precisa ser considerada.

 8) A diretividade da antena receptora determina o valor w na CISPR 1623:2010, Equação (9),


que é usado para julgar a necessidade de varredura de altura. A dimensão w é calculada
assumindo-se que o critério de campo distante é válido. Em distâncias de medição próximas,
as medições ocorrem na zona de Fresnel e não no campo distante. A dimensão real w como
uma medida da projeção da antena receptora é diferente do valor obtido usando a Equação (9).

O impacto das propriedades da antena receptora na incerteza também é determinado pela


frequência, pelo tamanho do ESE e pela distância de medição. O valor resultante da incerteza
não é simples.

Em frequências mais altas, algumas antenas receptoras têm vários lóbulos, em vez de um lóbulo
principal. Isso pode causar incertezas de instrumentação adicionais, que não são consideradas aqui.

A estimativa da correção δFadir é +1 dB (ou seja, esta correção deve ser aplicada), com uma
PDF retangular, com a metade da largura de 1,5 dB, assumindo-se que a dimensão do ESE
seja maior do que w, a partir do diagrama de radiação da antena.
NOTA 2 Para medições de emissão radiada baseadas em FAR acima de 1 GHz, a distância
de medição nominal é de 3 m (ver CISPR 16-2-3). Se uma distância de medição alternativa for

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aplicada, por exemplo 1 m, então a ‘conversão’ dos resultados de 1 m para resultados de emissão
aplicáveis à distância de medição nominal de 3 m pode ser realizada. Na prática, tais conversões
são frequentemente feitas assumindo-se que a emissão de um ESE em certa distância de medição
pode ser convertida para outra distância, aplicando a equação de espaço livre (20 dB/década
ou comportamento 1/r). No entanto, a conversão exata depende muito do tipo de ESE, da distância
de medição envolvida e da frequência. Medições acima de 1 GHz são feitas na zona de Fresnel,
e a regra simplificada de conversão de espaço livre de 20 dB/década não se aplica. Ainda que
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a CISPR 16-2-3 recomende a aplicação da regra de conversão de espaço livre. Isto pode introduzir
incertezas significativas na conversão da distância de medição, as quais se recomenda considerar
com cuidado.

 9) A variação da localização do centro de fase com a frequência para uma antena log-periódica
ou antena corneta de aresta dupla causa um desvio da separação requerida. Presume-se
que a distância da antena ao ESE seja medida a partir do ponto médio da antena, o que faz
com que a correção seja zero.

Para uma antena log-periódica ou corneta de aresta dupla, a estimativa da correção δFaph
é zero, com uma PDF retangular, com a metade da largura avaliada, considerando o efeito
de um erro de ±0,1 m na separação e assumindo-se que a intensidade do campo seja
inversamente proporcional à separação.

 10) A resposta de polarização cruzada de uma antena-corneta de aresta dupla é considerada


insignificante. A estimativa da correção δFa cp para a resposta de polarização cruzada
de uma antena log-periódica é zero, com uma PDF retangular, com a metade da largura
de 0,9 dB, que corresponde à tolerância de resposta de polarização cruzada de −20 dB
da CISPR 16-1-4.

 11) Pré-amplificadores calibrados são usados na frente do receptor de medição ou são embutidos
no receptor de medição, mas quaisquer desvios de ganho de um pré-amplificador externo não
são levados em consideração pela calibração embutida. Assume-se a estimativa do ganho
Gp do pré-amplificador como disponível a partir de um relatório de calibração, junto com uma
incerteza expandida e um fator de abrangência. Quaisquer desvios de ganho (instabilidade
devido a mudanças de temperatura e envelhecimento) da resposta de frequência calibrada
devem ser levados em consideração como incertezas adicionais, especialmente para
pré-amplificadores externos. A estimativa da correção do ganho δGp é zero, com uma PDF
retangular, com a metade da largura de 0,7 dB.

 12) A medida da relação da onda estacionária da tensão do local SVSWR fornece uma indicação
do efeito que a imperfeição do local pode ter na medição da perturbação. A tolerância
da CISPR 16-1-4 para o SVSWR é de 6 dB.

Dois métodos são oferecidos para obter a incerteza de medição associada a um FAR que foi
validado usando o método de medição SVSWR da CISPR 16-1-4 a partir do SVSWR medido.

Método 1: um local que atenda à tolerância de 6 dB de SVSWR não causará erros de 6 dB


nas medições de perturbação. Uma comparação útil entre o SVSWR e o desvio da perda
de transmissão de referência para um local de 3 m é feita no documento CISPR/A/838/INF.
Nesse documento, um SVSWR máximo de 6 dB corresponde aproximadamente a um desvio
máximo de 4 dB da perda de transmissão. Assumindo-se que a perda de transmissão tenha
uma PDF gaussiana e devido ao valor de 4 dB não ser excedido em toda a faixa de frequência,
o valor de 4 dB é considerado a incerteza expandida com um fator de abrangência k = 3 (que
corresponde a um altíssimo nível de confiança), ou seja, a incerteza-padrão é de 1,33 dB.

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A estimativa da correção δSVSWR é zero, com uma PDF padrão, com a metade da largura
de 4 dB e um fator de cobertura k = 3.

NOTA BRASILEIRA A expressão “PDF padrão”, oriunda do termo original em inglês “standard PDF”,
pode ter sido utilizada erroneamente para designar PDF retangular.
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Método 2: O valor medido de SVSWR é dividido por 2 para chegar ao desvio δSVSWR, devido
a imperfeições do local. Pode-se assumir uma PDF triangular levando em consideração que
o SVSWR é o máximo de 15 (ou 20) resultados de medição comparativa. Para um SVSWR
de 6 dB, uma PDF triangular resultará em uma incerteza-padrão de 1,22. Aqui também
a estimativa da correção é zero.

NOTA 3 Se para o método 1 o SVSWR medido for inferior a 6 dB, a estimativa da correção δSVSWR
pode ser considerada zero, com uma PDF padrão com a metade de largura de 4 × (SVSWR 6) dB
e um fator de abrangência k = 3. Se para o método 2 o SVSWR medido for inferior a 6 dB, a estimativa
da correção δSVSWR pode ser considerada zero. O SVSWR medido é dividido por 2 para chegar
a δSVSWR. Usando PDF triangular, a incerteza resultante ci × u( xi ) = SVSWR / 2 6 .

 13) A CISPR 16-1-4 descreve um método para a avaliação do efeito do material da mesa
de montagem abaixo de 1 GHz. Um método para a faixa de frequência acima de 1 GHz
está em desenvolvimento. Este efeito pode causar uma incerteza considerável. Assume-se
um valor tentativo de 1 dB com PDF retangular.

 14) O erro de separação decorre dos erros na determinação do perímetro do ESE e na medição
da distância. A estimativa da correção δd para o erro de separação é zero, com uma PDF
retangular tendo a metade da largura avaliada, assumindo-se um erro de separação máximo
de ±0,1 m e que a intensidade de campo é inversamente proporcional à separação ao longo
dessa distância perimetral.

 15) As medições de intensidade de campo acima de 1 GHz são feitas em um ambiente de espaço
quase livre. Nenhuma altura nominal da mesa é definida. Portanto, nenhuma incerteza para
o efeito da variação da altura da mesa pode ser fornecida.

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Anexo B
(informativo)

Exemplo de avaliação de UM para uma configuração de nível de ensaio


de imunidade
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B.1 Símbolos gerais


Xi Grandeza de entrada

xi Estimativa de Xi

dXi Correção da grandeza de entrada

u(xi) Incerteza-padrão de xi

ci Coeficiente de sensibilidade

y Resultado da medição (a estimativa do mensurando), corrigido para todos os efeitos


reconhecidos sistemáticos significativos

uc(y) incerteza-padrão (Combinada) de y

U(y) Incerteza expandida de y

k Fator de abrangência

a+ Limite superior de uma PDF

a- Limite inferior de uma PDF

B.2 Símbolo e definição do mensurando


E Intensidade de campo elétrico, em dB (V/m), nas polarizações horizontal e vertical, em um ponto
da Área de Campo Uniforme (UFA) e em uma frequência específica compreendida entre 80 MHz
e 1 000 MHz.

O nível de ensaio de campo elétrico é o campo gerado na ausência de ESE e sem o sinal
de realimentação do medidor de campo para o controlador (a configuração de medição é aquela
representada na IEC 61000-4-3:2006, Figura 7). Assume-se que a mesma instrumentação usada
no processo de calibração seja usada para gerar o nível de ensaio de campo elétrico (exceto para
a sonda de campo, que está ausente durante o ensaio). As configurações de frequência e amplitude
do gerador são aquelas estabelecidas pelo processo de calibração. Essencialmente, a incerteza
do nível de ensaio de campo elétrico é aquela do nível de campo elétrico gerado no processo
de calibração, aumentada pela instabilidade do sistema de geração de campo e não repetibilidade
da montagem.

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B.3 Símbolos das grandezas de entrada


Em Indicação da sonda de campo, diretamente em ou convertida em dB (V/m)

CF Fator de calibração da sonda de campo

δLin Correção por não linearidade da sonda de campo


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δIso Correção por desvio da sonda de campo da isotropia

δInt Correção por interpolação de frequência dos fatores de calibração da sonda de campo

dUni Correção pela não uniformidade de campo na UFA

δHar Correção devida aos harmônicos do campo

dRes Correção devida à resolução de amplitude limitada do circuito de controle de realimentação

B.4 Exemplo do cálculo da incerteza para o ensaio de imunidade a campos


de RF irradiados de 80 MHz a 1 GHz
O mensurando é o nível de ensaio de campo elétrico E, calculado usando:

E = Em + CF + δLin + δIso + δInt + dUni + δHar + dRes

Tabela B.1 – Cálculo de incerteza do nível de ensaio de imunidade irradiada (80 MHz – 1 000 MHz)
Incerteza de xi
u(xi)
Fonte de incerteza Xi Valor ci
PDF em dB
em dB

Indicação de sonda de campo 1) Em 0,8 normal k = 1 1 0,80


Fator de calibração da sonda de campo 2) CF 1,7 normal k = 2 1 0,85
Correções de sonda de campo:
Não linearidade 3) δLin 0,5 retangular 1 0,29
Isotropia 4) δIso 0,5 retangular 1 0,29
Interpolação de frequência 5) δInt 0,5 retangular
Não uniformidade de campo da UFA 6) δUni 1,5 normal k = 1 1 1,5
Presença de harmônicos 7) δHar 0,5 retangular 1 0,29
Resolução do circuito de controle de δRes 0,3 retangular 1 0,17
realimentação 8)
Su(xi)2 3,98
uc(y) = √Su(xi)2 1,99
Incerteza expandida U (y) (k = 2) 3,99
Os itens numerados como 1) a 8) são explicados em B.3.

NOTA BRASILEIRA No tabela B.1 original em inglês, na linha correspondente à interpolação de frequência não
consta Ci = 1 nem u(x) = 0,29. Estes valores são necessários para que a incerteza expandida U(y) seja de 3,99 dB.

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B.5 Justificativa para as estimativas das grandezas de entrada


 1) A incerteza da indicação inclui:

 a) instabilidade do gerador, amplificador de potência, sonda de campo e medidor


de potência (Tipo A) e não repetibilidade originada por
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 b) conexões (Tipo A),

 c) remoção e reposicionamento da antena transmissora, sonda de campo e material


absorvente (Tipo A).

Ela pode ser avaliada como a incerteza-padrão combinada das contribuições a), b) e c).

 2) A incerteza do fator de calibração da sonda de campo (sensor de campo mais medidor
de campo) é devido à inexatidão da calibração. Esta é uma contribuição do Tipo B, especificada
no certificado de calibração da sonda de campo como uma incerteza expandida, com
um fator de abrangência k = 2, correspondendo a uma probabilidade de cobertura de 95 %
(PDF normal).

 3) A linearidade da sonda de campo é especificada pelo fabricante da sonda de campo. Esta
é uma contribuição do Tipo B, com uma PDF retangular. O valor esperado dessa correção é zero.

 4) O desvio isotrópico é especificado pelo fabricante da sonda de campo. Esta é uma contribuição
do Tipo B, com uma PDF retangular. O valor esperado dessa correção é zero.

 5) O fator de calibração da sonda de campo é conhecido, dentro dos limites da exatidão
da calibração, nas frequências de calibração. Assume-se que, em qualquer frequência
compreendida entre as frequências de calibração, o fator de calibração pode atingir qualquer
valor entre aqueles declarados no certificado de calibração e aqueles correspondentes
às frequências de calibração. Esta é uma contribuição do Tipo B, com uma PDF retangular.
O desvio máximo entre fatores de calibração adjacentes pode ser atribuído à largura da PDF
retangular. O valor esperado dessa correção é zero.

 6) O campo dentro da UFA não é uniforme. Isso se deve em parte ao padrão da antena
de transmissão e em parte ao comportamento não ideal da câmara anecoica. O desvio
da raiz média quadrática (RMS) do campo em cada ponto do campo médio sobre a UFA
é uma medida da não uniformidade do campo. Esta é uma contribuição do Tipo A, avaliada
como o desvio-padrão do campo nos 16 pontos da UFA. O campo é convertido em dB (V/m)
antes do cálculo do desvio-padrão. O valor do pior caso na faixa de frequência de 80 MHz
a 1 000 MHz pode ser atribuído ao desvio-padrão. O valor esperado dessa correção é zero.

 7) O medidor de campo detecta o valor da raiz média quadrada do campo obtido, sobrepondo
o campo na frequência fundamental e com seus harmônicos. Supõe-se que um único
harmônico do campo elétrico esteja presente com uma amplitude de no máximo 6 dB menor
que a fundamental. Isso causa um erro máximo superior a cerca de 1 dB. Esta é uma
contribuição do Tipo B, sendo assumida uma PDF retangular do erro. O valor esperado dessa
correção é de −0,5 dB.

 8) Esta contribuição da incerteza origina-se do tamanho do passo discreto do gerador


de sinal de RF e do software que controla o circuito de realimentação durante o processo
de configuração do nível de ensaio. Esta é uma contribuição do Tipo B, com PDF
retangular. O valor esperado dessa correção é zero.

NOTA A indicação da sonda de campo é corrigida em −0,5 dB devido a 7) acima.

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Bibliografia

Publicações IEC
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IEC 60050-101, International Electrotechnical Vocabulary – Part 101: Mathematics

IEC  60050-300, International Electrotechnical Vocabulary – Electrical and electronic measurements


and measuring instruments – Part 311: General terms relating to measurements – Part 312: General
terms relating to electrical measurements – Part 313: Types of electrical measuring instruments
– Part 314: Specific terms according to the type of instrument

IEC  60050-393, International Electrotechnical Vocabulary – Part 393: Nuclear instrumentation –


Physical phenomena and basic concepts

IEC  60050-394, International Electrotechnical Vocabulary – Part 394: Nuclear instrumentation –


Instruments, systems, equipment and detectors

IEC 60359:2001, Electrical and electronic measurement equipment – Expression of performance

IEC 61000-4 (all parts), Electromagnetic compatibility (EMC)

IEC 61000-4-3:2006, Electromagnetic compatibility (EMC) – Part 4-3: Testing and measurement techniques
– Radiated, radio-frequency, electromagnetic field immunnity test Amendment 1:2007
Amendment 2:2010

CISPR  16  (all parts), Specification for radio disturbance and immunity measuring apparatus and
methods

CISPR 16-1-4, Specification for radio disturbance and immunity measuring apparatus and methods –
Part 1-4: Radio disturbance an immunity measuring apparatus – Antennas and test sites for radiated
disturbance measurements

CISPR  16-2-3:2010, Specification for radio disturbance and immunity measuring apparatus
and methods – Part 2-3: Methods of measurement of disturbances and immunity – Radiated
disturbance measurements
Amendment 1:2010

CISPR/TR 16-4-1, Specification for radio disturbance and immunity measuring apparatus and methods –
Part 4-1: Uncertainties, statistics and limit modelling – Uncertainties in standardized EMC tests

CISPR 22, Information technology equipment – Radio disturbance characteristics – Limits and methods
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ISO/IEC Guide  98-3/Suppl.1:2008 (JCGM 101:2008), Uncertainty of measurement – Part 3:


Guide to the expression of uncertainty in measurement (GUM:1995) – Supplement 1: Propagation
of distributions using a Monte Carlo method
Technical Corrigendum 1:2009

ISO/IEC  Guide  99:2007, International vocabulary of metrology — Basic and general concepts and
associated terms (VIM)

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Outras publicações

European Telecommunications Standards Institute (ETSI): Electromagnetic Compatibility and Radio


Spectrum Matters (ERM): Uncertainties in the measurement of mobile radio equipment characteristics –
Part 1, Technical Report TR 100 028-1, Dec. 2001.
Projeto em Consulta Nacional

European Telecommunications Standards Institute (ETSI): Electromagnetic Compatibility and Radio


Spectrum Matters (ERM): Uncertainties in the measurement of mobile radio equipment characteristics –
Part 2, Technical Report TR 100 028-2, Dec. 2001.

European Accreditation (EA): EA-4/02: Expression of the uncertainty of measurement in calibration,


Dec. 1999.

UK Accreditation Service (UKAS): M3003, The expression of uncertainty and confidence in measurement,
2nd ed. 2007.

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Referências

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[5]  L. R. Arnaut, ‘Time-domain measurement and analysis of mechanical step transitions in mode-tuned
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[6]  T.T. Soong, ‘Probabilistic Modelling and Analysis in Science and Engineering’, Wiley, 1981.

[7]  J. R. Taylor, An Introduction to Error Analysis, 2nd edition, University Science Books, Sausalito
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[8]  L. R. Arnaut, ‘Sampling distributions of random electromagnetic fields in mesoscopic or dynamical


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