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MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO COLETIVO:

(In)Viabilidade jurídica quando impossível a individualização do imóvel. 1

Robson Sturmer2
Rodrigo Bueno Gusso3

Resumo: O presente artigo tem como objetivo averiguar a viabilidade jurídica de


expedição de mandados de busca e apreensão coletivos, bem com o seu
cumprimento pela autoridade policial. No decorrer do texto, fala-se sobre os
conceitos, fundamentos e princípios que regem o a inviolabilidade do domicílio
mediante o cumprimento de mandados judiciais. Mostra-se visões doutrinárias e
jurisprudenciais sobre o tema abordado, bem como a dificuldade encontrada pelos
agentes de segurança pública em individualizar o imóvel ou pessoa alvo das buscas.
Por fim, aborda os conceitos de mandado de busca e apreensão coletivos e
viabilidade de sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro. Quanto à
Metodologia empregada, registra-se que, na Fase de Investigação4 foi utilizado o
Método Indutivo5 e o Relatório dos Resultados expresso no presente Artigo
Científico é composto na base lógica indutiva.

Palavras-chave: Mandado de Busca e Apreensão, Coletivo, Legalidade.

INTRODUÇÃO

1
Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Especialização em Gestão
da Segurança Pública e Investigação Criminal Aplicada da Academia da Polícia Civil de Santa
Catarina – ACADEPOL-IES.
2 Agente de Polícia Civil de Santa Catarina, Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí –

UNIVALI, Pós-graduado em Direito Público pela Universidade Regional de Blumenau – FURB, em


parceria com a Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa Catarina – ESMESC,
Acadêmico do curso de pós graduação em Gestão de Segurança Pública e Investigação Criminal
Aplicada da Academia da Polícia Civil de Santa Catarina – ACADEPOL-IES, E-mail:
robsturmer@hotmail.com.
3 Delegado de Polícia Civil do Estado de Santa Catarina. Pós-Doutor pela Faculdade de Direito da

Universidade de Coimbra, Portugal; Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná,


UFPR. Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí-Sc, UNIVALI-SC. Especialista em
Segurança Pública pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC-RS.
Professor titular da Academia da Polícia Civil - SC. Professor de cursos de graduação, pós-
graduação e formação de policiais civis, militares, guardas municipais e agentes penitenciários.
4“[...] momento no qual o Pesquisador busca e recolhe os dados, sob a moldura do Referente

estabelecido [...]. PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 11
ed. Florianópolis: Conceito Editorial; Millennium Editora, 2008. p. 83.
5 “[...] pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção

ou conclusão geral [...]”. PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e
prática. p. 86.
2

O presente artigo científico possui como tema a possibilidade ou não da


expedição pelo poder judiciário de mandados de busca e apreensão coletivos em
face da impossibilidade de individualização do imóvel ou da pessoa, bem como a
legalidade de seu cumprimento pela autoridade policial.

Inicialmente, sabe-se que a Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso XI,
com o objetivo de proporcionar uma maior proteção ao lar, preconizou que a casa é
asilo inviolável só podendo ser penetrada em casos de flagrante delito ou desastre,
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

Desta forma, ao verificar a parte final do referido inciso, tem-se que os


mandados de busca e apreensão somente poderão ser expedido pela autoridade
judiciária, nos moldes do artigo 240 e seguintes do Código de Processo Penal, o que
vem a ser um grande problema para as autoridades policiais que visam controlar a
criminalidade, pois em razão do cenário atual do Brasil, principalmente em razão das
grandes favelas e da alta circulação da criminalidade, está cada vez mais difícil
delimitar com exatidão o local em que deverá ser cumprido a busca.

Assim, tanto a jurisprudência como correntes doutrinárias, dando uma


nova interpretação a lei, vêm admitindo a expedição de mandados de busca e
apreensão coletivos, com o intuito de proporcionar uma maior efetividade da medida.

Deste modo, com o desenvolvimento do presente trabalho, objetiva-se


analisar diferentes posicionamentos no que diz respeito a (in)viabilidade jurídica de
expedição de mandados de busca e apreensão coletivos e itinerantes quando
impossível a individualização do imóvel ou pessoas, verificando se há ou não afronta
a garantias e direitos fundamentais especialmente, no que tange a inviolabilidade
domiciliar.

Em razão de o tema abordado ser de recente repercussão, o presente


artigo pretende, além de contribuir para novas pesquisas científicas que abordarem
esta mesma temática, demonstrar dados e questionamentos para uma reflexão
social, em virtude da extrema relevância e repercussão geral do tema a ser
abordado, visto que a criminalidade está cada vez mais especializada, necessitando
a polícia judiciária meios mais eficazes para o exercício de suas atividades.
3

No que tange a metodologia empregada para a elaboração do artigo foi


utilizado método indutivo, com as técnicas do referente, das categorias, do
fichamento e da revisão bibliográfica.

BUSCA E APREENSÃO E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS

A Constituição Federal do Brasil de 1988, logo em seu primeiro artigo, no


inciso III, apresenta a dignidade da pessoa humana como um dos princípios
fundamentais do Estado Democrático de Direito, o qual deve ser considerado como
alicerce do sistema dos direitos fundamentais.

Em razão disso, os direitos fundamentais são preceito para a limitação dos


poderes constituídos, fazendo com que toda atividade estatal se exponha à
invalidade, em caso de desconsiderações (BRANCO; MENDES, 2012).

A vida privada está relacionada com outros direitos fundamentais, entre eles
a intimidade e a inviolabilidade do domicílio.

O direito à privacidade consiste no direito à proteção de uma esfera


autônoma da vida privada, na qual o indivíduo pode desenvolver a sua
individualidade, inclusive e especialmente no sentido da garantia de um espaço para
seu recolhimento e reflexão, sem que ele seja compelido a determinados
comportamentos socialmente esperados (MARINONI; MITIDIERO; SARLET, 2012).

Todavia, é importante frisar que os direitos fundamentais mencionados não


são absolutos, podendo sofrer limitações em determinadas ocasiões. Diante disto,
a Constituição federal em seu art. 5º, inciso XI, prevê exceções ao direito
fundamental da inviolabilidade do domicílio, a saber: a) flagrante delito ou desastre;
b) prestação de socorro e; c) determinação judicial, desde que devidamente
cumprida durante o dia.

A busca domiciliar devidamente autorizada pela autoridade judiciária é uma


possibilidade de limitação ao direito à inviolabilidade do domicílio, a qual se
encontra em constante tensão, inclusive, com outros direitos fundamentais, dentre
eles a intimidade, vida privada, dignidade da pessoa humana e a incolumidade
moral do indivíduo.
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A este respeito do tema, Renato Brasileiro Lima defende que: “A busca


consiste na diligência cujo objetivo é o de encontrar objetos ou pessoas. A
apreensão deve ser tida como medida de constrição, colocando como custodia
determinado objeto ou pessoa”.

A busca e a apreensão é, portanto, medidas coercitivas procedidas pelo


próprio Estado e que, em razão de sua natureza, violam certos direitos
constitucionais, entretanto dentro dos próprios contornos atribuídos pela
Constituição Federal e legislação infraconstitucional.

Sua natureza jurídica consiste em meio de obtenção de prova ou de


investigação da prova, conforme o artigo 242 do Código de Processo Penal “A busca
poderá ser determinada de oficio ou a requerimento das partes”.

Nesse ponto, importante distinguir a busca pessoal da domiciliar. A busca


pessoal prescinde de mandado judicial, basta fundada na suspeita de algum
indivíduo carregar consigo objetos ilícitos, como arma de fogo ou outros objetos não
permitidos pela legislação brasileira, por sua vez a domiciliar exige autorização
judicial possuindo diversos requisitos para o seu deferimento e cumprimento pela
autoridade policial.

O Código de Processo Penal preceitua a matéria a partir do art. 240, cujo


parágrafo primeiro autoriza a busca domiciliar para: a) prender criminosos; b)
apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender
instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou
destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à
defesa do réu; f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em
seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser
útil à elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crimes; h) colher qualquer
elemento de convicção.

Tanto importante como o dispositivo que relaciona o rol exemplificativo dos


fundamentos para busca e apreensão, o art. 243 do mesmo diploma legal dispõe o
modo pelo qual deve ser realizada a diligência. Segundo a lei, mandado de busca e
apreensão judicial deve:
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I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a


diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer
expedir.

Por ser uma afronta a liberdade individual do investigado, o cumprimento


da busca e apreensão deve ser procedido com especial cuidado, devendo a
autoridade violar o menos possível os direitos do indivíduo, nada além do
necessário para alcançar os fins perseguidos na persecução penal.

O cumprimento da ordem de busca realizada pela autoridade policial


exige uma série de limitações e formalidades, que visam diminuir eventuais
afrontas aos direitos fundamentais e garantir sua veracidade e legalidade. Para a
validade do cumprimento do mandado, todos os seus atos precisam estar
revestidos de legalidade, desde o momento da expedição até o final.

Conforme preceitua o art. 248 do Código de Processo Penal, na


hipótese de realização em casa habitada, “[...] a busca será feita de modo que não
moleste os moradores mais do que indispensável para o êxito da diligência”

Quanto ao horário do cumprimento do mandado de busca apenas pode


ser realizado durante o dia, em decorrência de expressa determinação
constitucional, sendo considerado ilegal o cumprimento de ordem judicial à noite
(LOPES JÚNIOR, 2012).

Dessa forma, entende-se que o direito à inviolabilidade do domicilio é uma


garantia fundamental mundial, expressa na Constituição Federal brasileira, que
assegura ao cidadão em todo o território nacional o respeito a seu espaço de
repouso, a sua intimidade e privacidade e, sobretudo, a sua dignidade.

Tecidas prevês considerações sobre o instituto do mandado de busca e


apreensão em domicilio, passa-se a análise da viabilidade jurídica de mandados de
buscas coletivos, em determinada área geográfica, quando impossível a
individualização do imóvel ou pessoa que está cometendo o crime, assim como
ocorre nas grandes cidades brasileiras
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MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO COLETIVO

Com a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, ocorrida em 16


de fevereiro de 2018, gerou-se uma grande polêmica em relação à possibilidade de
expedição pelo Juízo de mandados de busca e apreensão coletivo para o controle
do crime organizado naquela localidade.

Desse modo, o presente capitulo visa pesquisar a viabilidade jurídica


desse tipo de instituto no ordenamento jurídico brasileiro, principalmente em face de
sua necessidade para a atuação da polícia judiciária no controle das organizações
criminosas que estão cada vez difundidas nas no Brasil

Perante os preceitos que norteiam a busca domiciliar, tem-se que, de


modo geral, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a expedição de mandados de
busca e apreensão genéricos, ou seja, aqueles que não especificam os locais em
que será efetivada a diligência.

No entanto, esse regramento comporta exceção, pois a par da


inviolabilidade de domicílio, a Constituição Federal também prevê como direito
fundamental a segurança da população, conforme o caput do art. 5º da Carta
Magna: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à (...) segurança (...)”, sendo que “a segurança pública, dever do Estado,
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio (...)”; previsto no caput do art. 144
da Constituição Federal

Interessa especialmente para o presente artigo, o primeiro requisito do a


art 243 do Código de Processo Penal, o qual determina a indicação, com a maior
precisão possível, da casa em que será realizada o cumprimento da busca, bem
como o nome do respectivo proprietário ou morador.

Nesse inciso se busca a individualização da busca e apreensão, que,


conforme mencionado é exceção ao direito constitucional da inviolabilidade do
domicílio e deve ser realizada com a máxima cautela para preservar que os
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indivíduos alvo das buscas não sejam constrangidos por violação desnecessária de
sua intimidade.

Ocorre que, em algumas situações, o cumprimento à risca do


mandamento legal torna absolutamente inviável a realização de diligências
imprescindíveis para a apuração de gravíssimas infrações penais.

É de conhecimento notório que ao longo das décadas, em razão da falta


de presença do Estado, grandes favelas no Brasil cresceram desenfreadamente com
a ocupação de morros por milhares de pessoas, com instalações precárias, sem
endereço específico e em barracos uns ligados aos outros.

O processo de urbanização de diversas cidades no Brasil, e nos demais


países subdesenvolvidos, ocorreu de modo célere e desordenado, o que vem
causando sérios problemas urbanos de ordem econômica e social em razão da falta
de planejamento.

Diversas cidades tiveram um crescimento desordenado e precipitado em


razão do desenvolvimento do país em um curto espaço de tempo, ocorrido durante a
industrialização no século XX, que causou um fenômeno chamado macrocefalia
urbana, caracterizado primordialmente pelo crescimento desenfreado e pela falta de
estrutura em determinadas áreas da cidade.

Esse termo abrange sobretudo as grandes metrópoles, que recebem uma


ampla quantidade de pessoas vindos de áreas rurais em direção ao espaço urbano
em busca de melhores condições socioeconômicas. Contudo, quando chegam às
grandes cidades, descobrem que a realidade não era diferente, causando a
macrocefalia urbana, com ocupação de moradias irregulares, sem acesso a
saneamento básico, falta de agua tratada, esgotos, além da falta de emprego e
educação, de modo que essa população entra em um processo de marginalização e
procura formas variadas para conseguir subsistir.

Aliado a isso, a falta do Estado nessas comunidades propiciou que


facções criminosas tomassem para si o controle de praticamente todo o território
ocupado, fazendo a comunidade de refém de seu poder paralelo.
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Com isso, diversas as pessoas de dentro dessa comunidade


simplesmente se tornam coniventes a essas facções e, apesar de muitas vezes não
concordar com a pratica criminosa, são obrigadas a colaborar, armazenando armas,
drogas, e até mesmo indivíduos foragidos.

Frisa-se que essa "desorganização social" é também resultado da


omissão e descaso do Estado, por meio de políticas públicas e conivência política,
onde o crime organizado se impõem não apenas pelo medo, mas também pela
própria oferta dessas políticas públicas, ou seja, é o crime organizado que, nesses
espaços, fornece segurança, lazer, proteção, saúde, e até mesmo emprego (o tráfico
é um emprego, ainda que ilícito).

Inicialmente os primeiros narcotraficantes no brasil possuíam o ideal


auxiliar os moradores de comunidades esquecidas pelo Estado, como as periferias
e, principalmente, as favelas, com o fornecimento de remédios, gás, luz, água e
outros itens de necessidade básica.

Os traficantes agiam para que os moradores das favelas não sofressem


violações em seus direitos humanos por parte de incursões policiais. Em troca, os
moradores, além dos auxílios recebidos, não interfeririam no comercio de
entorpecentes.

No entanto, o ideal de ajudar se transformou em empreendedorismo.


Com o passar do tempo, essa dependência da população carente se tornou cada
vez maior e o comercio de entorpecentes mais organizado, fazendo com que os
moradores dessas comunidades ficassem ainda mais refém do tráfico, agora não
só pelos “benefícios” trazidos pela venda de drogas ilícitas, como também pelo
medo, pois quem não for conivente é expulso da comunidade ou até executado.

Tais fatores criam uma dificuldade enorme para as operações de controle


de organizações criminosas realizado pelas forças de segurança pública do Estado.
A disposição das casas e a inexistência de endereços certos, aliados ao controle
que os criminosos impõem à comunidade, impossibilitam a vinculação a moradores
determinados e tornam impraticável a expedição de mandado de busca e apreensão
nos exatos termos do art. 243, inc. I, do Código de Processo Penal (CUNHA, 2018).
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A dificuldade de individualizar os imóveis onde os crimes estão sendo


praticados é uma das principais fragilidades no controle da criminalidade pela polícia
judiciária. O aglomero de residências em favelas e a dificuldade da polícia em entrar
nessas comunidades torna impossível a individualização da residência, de modo que
a polícia necessita de instrumentos jurídicos capazes de enfrentar esse tipo de
situação, sem o risco de responder por eventual abuso de autoridade. Dessa forma,
a expedição de mandados busca e apreensão coletivos é possível dentro do
ordenamento jurídico brasileiro?

Nessas localidades, a ação da polícia judiciaria baseada no mandado


coletivo é uma alternativa de fazer cessar atividades de organizações criminosas de
extrema gravidade, que fazem de vítimas inclusive os moradores da própria
comunidade em que se instalam.

Entretanto, os tribunais se dividem a respeito da legalidade desse tipo de


medida. O Superior Tribunal de Justiça em uma oportunidade deferiu uma liminar em
sede de habeas corpus, na qual retomou a decisão exarada pelo Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro, que havia suspendido a execução de mandados de busca e
apreensão coletivos:
“(…) Com efeito, como observado na decisão do eminente
Desembargador João Batista Damasceno, que deferiu a liminar na origem,
em regime de plantão, o padrão genérico e padronizado com que se
fundamentam decisões de busca e apreensão em ambiente domiciliar em
favelas e bairros da periferia – sem suficiente lastro probatório e razões que
as amparam – expressam grave violação ao direito dos moradores da
periferia. A busca e apreensão domiciliar somente estará amparada no
ordenamento jurídico se suficientemente descrito endereço ou moradia no
qual deve ser cumprido em relação a cada uma das pessoas que será
sacrificada em suas garantias. E, ainda que não se possa qualificá-la
adequadamente é necessário que os sinais que a individualize sejam
explicitados (fl. 160).
Da mesma decisão, extraio mais os seguintes trechos (fls.160): No
presente caso, temos um mandado judicial genérico, expedido com eficácia
territorial ampla, geograficamente impreciso, que não se preocupa em
determinar o fato concreto a ser apurado. Pelo seu alto grau de dano a
valores constitucionais, é absolutamente inadmitido o mandado genérico
para tantas comunidades quanto são descritas na decisão recorrida. Faz-se
imprescindível que a decisão e o mandado determinem qual a correlação
dos indícios probatórios que se pretendem obter com a invasão de cada um
dos domicílios a serem buscados. E, isto, não ocorreu.
Assim, entendo presente o fumus boni iuris, em razão da ausência de
individualização das medidas de apreensão a serem cumpridas, o que
contraria diversos dispositivos legais, dentre eles os arts. 242, 244, 245, 248
e 249 do CPP, além do art. 5º, XI, da Constituição Federal: a casa é asilo
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judiciar. Na minha concepção,
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também caracterizado o periculum in mora, diante da possibilidade concreta


e iminente de ofensa ao direito fundamental à inviolabilidade do domicílio.
Ante o exposto, defiro a liminar para suspender os efeitos da decisão ora
impugnada, restabelecendo a liminar deferida pelo eminente
Desembargador João Batista Damasceno em 25/08/2017 (fls. 147/162)”
(STJ - HC 416.483/RJ, j. 18/09/2017).

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por sua vez, possui julgados em


ocasiões admitindo, noutras rechaçando a possibilidade de expedir mandados
coletivos. Veja-se como exemplo:
“(…) 5. Forçoso reconhecer que, no caso, o deferimento da medida
cautelar de busca domiciliar não se revela idôneo, já que não individualiza
minimamente a unidade domiciliar objeto de violação, qual seja, a casa, nos
moldes definidos pelo inciso I do art. 243 do Código de Processo Penal, que
deve ser indicada o mais precisamente possível, tampouco informa o nome
do respectivo proprietário ou morador. 6. Busca domiciliar que possui como
característica precípua a referibilidade, não sendo, portanto, um fim em si
mesma, estando, ao revés, vinculada ao procedimento investigatório cuja
efetividade se procura assegurar. Logo, a medida em questão não pode
constituir uma autorização genérica para que se reúna as fundadas razões
que deveriam justificá-la, sob pena de subversão total de sua lógica e,
ainda, de delegação à autoridade policial não apenas da executoriedade do
ato, mas da própria delimitação de seu objeto – a casa -, dos cidadãos que
terão os seus direitos fundamentais mitigados e, por conseguinte, do
alcance da medida sujeita à cláusula da primazia judiciária (…)” (HC
0061167-57.2016.8.19.0000, j. 02/02/2017).

“(…) Bem verdade que deve o mandado de busca e apreensão


indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a
diligência e o nome do proprietário ou morador. Todavia, como muito bem
realçado pela Juíza de primeiro grau, no plantão noturno, numa realidade
em que o domínio, há mais de 30 (trinta) anos, de facção criminosa armada
“impede a permanência do poder público para regulação e instalação de
equipamentos de indicação e individualização de ruas e localidades; numa
realidade em que todos os mínimos espaços foram ocupados de forma
irregular, sendo impossível o acesso senão por becos aleatórios e
acidentados, numa realidade em que novas “casas” são fundadas de forma
independente, e quase imediata, pelo simples acréscimo de materiais a
lajes de outras casas, sem que sejam registradas e ordenadas, não há
como individualizar e indicar numerações sem uma incursão ao local”. Neste
ponto, é interessante mencionar que a busca e apreensão possui, em regra,
natureza jurídica de meio de prova, mas também pode revestir-se de caráter
assecuratório de direitos. No caso em questão, esta segunda natureza,
associada à primeira, demonstra que ambas se amoldam à medida deferida,
em virtude de buscar resguardar os interesses dos proprietários que estão
sendo burlados em seus direitos absolutos e plenos de usar, gozar e dispor
de seus bens, sendo coagidos a permitir que membros da facção criminosa
deles se utilizem para guardar armas e substâncias tóxicas, ou como
abrigos estrategicamente localizados, garantindo-lhes superioridade tática.
ORDEM DENEGADA, com a determinação do imediato cumprimento da
decisão aqui proferida, com determinação de expedição de ofícios”
(0048172-75.2017.8.19.0000, j. 26/09/2017).

É de se destacar que a segunda decisão acima transcrita traz como


fundamento o fato de que a maioria dos moradores em comunidades carentes são
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coagidos por criminosos pertencentes a organizações criminosas para admitir que


suas residências sejam empregadas para proteger e dissimular atividades ilegais.

Diante da impossibilidade de averiguar quais as residências que são


forçadas a proteger e esconder as atividades ilícitas dessas organizações, é
impraticável alcançar sucesso em qualquer operação de caráter policial. E, uma vez
impossível a individualização dessa área dominada por organizações criminosas, a
expedição de mandados coletivos se torna uma medida viável para o combate ao
crime (CUNHA, 2018).

Além de favelas, atualmente facções criminosas estão se instalando em


condomínios fechados, principalmente aqueles financiados pelo estado no programa
“Minha Casa Minha Vída”, primeira faixa, quando é fornecido habitação para as
comunidades mais carentes com preços muito abaixo do mercado.

Nesses condomínios, assim como nas grandes favelas, facção criminosas


controlam toda a vida no local, fazendo de refém os moradores, que por medo de
represália não denunciam os autores para polícia.

Esse tipo de situação está cada vez mais disseminado em todo o Brasil,
há diversas noticiais de famílias que sofreram inúmeras represálias nesse tipo de
habitação por traficantes. As famílias que não forem coniventes com o tráfico são
expulsas de suas residências.

Nesse tipo de situação, a utilização de mandados de buscas e apreensão


coletivos seria também um meio jurídico eficaz de controle desse tipo de
criminalidade.

Suponha-se que em um determinado conjunto habitacional esteja


dominado por facções criminosas, em face de ser um condomínio fechado a polícia
não possui acesso ao seu interior, de modo que não há condições plausíveis de
realizar levantamento exato local onde o crime está ocorrendo, ou seja, onde está
armazenados drogas e armas, bem como não poderá contar com o apoio dos
moradores por serem reféns do tráfico.

Dessa forma, o mandado de busca coletivo tornaria uma medida eficaz


para prender objetos de origem ilícita, bem como as pessoas envolvidas com
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organização criminosa, sem o risco dos agentes de segurança pública responderem


por eventual abuso de autoridade por invasão de domicílio.

Cumpre ressalvar que não se trata de uma “carta branca” expedida pela
autoridade judiciaria e sim um instrumento jurídico previsto na legislação penal
brasileira, com uma nova interpretação jurídica, em face a realidade vivenciada pelos
brasileiros.

No próprio art. 243, inciso I, do Código de Processo Penal consta que o


mandado de busca deverá indicar “o mais precisamente possível, a casa em que
será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador”, portanto,
sendo impossível essa identificação exata, seria viável a expedição de mandados de
buscas envolvendo várias residências em determinada área geográfica, desde que
comprovados os motivos ensejadores no pedido e a impossibilidade de
individualização.

Em contrapartida, a grande maioria dos juristas são contra a este tipo de


mandado, por dizer que são genéricos e contrários a legislação, não especificando
local, pessoa ou objeto a ser apreendido nas buscas.

Neste sentido, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau, no


julgamento do HC 95.009, criticou os mandados de busca e apreensão genéricos,
conforme se verifica a seguir:
De que vale declarar a Constituição que ‘a casa é asilo inviolável do
indivíduo’ (art. 5º, XI) se moradias são invadidas por policiais munidos de
mandados que consubstanciem verdadeiras cartas brancas, mandados
com poderes de a tudo devassar, só porque o habitante é suspeito de um
crime? Mandados expedidos sem justa causa, isto é, sem especificar o
que se deve buscar e sem que a decisão que determina sua expedição
seja precedida de perquirição quanto à possibilidade de adoção de meio
menos gravoso para chegar-se ao mesmo fim. A polícia é autorizada,
largamente, a apreender tudo quanto possa vir a consubstanciar prova de
qualquer crime, objeto ou não da investigação. Eis aí o que pode se
chamar de autêntica ‘devassa’. Esses mandados ordinariamente
autorizam a apreensão de computadores, nos quais fica indelevelmente
gravado tudo quanto respeite à intimidade das pessoas e possa vir a ser,
quando e se oportuno, no futuro, usado contra quem se pretenda atingir
(Supremo Tribunal Federal, HC 95.009-4/SP, Rel: Min. Min Eros Roberto
Grau, 2008).

Bem como porque, infelizmente, os mandados de busca domiciliar


coletivos somente são expedidos quando cumpridos em zonas periféricas das
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cidades, onde resiste a parcela da sociedade carente de condições para uma vida
digna, e que padece com a violência policial (LOPES JÚNIOR, 2012, p. 711).

Segundo essa corrente doutrinária, isso ocorre porque nas últimas


décadas, houve um processo de expansão do poder punitivo no Brasil, que
ocasionou a adoção de práticas de segurança pública baseadas no combate às
drogas ilícitas, aplicando-se ideias de “combate” e “guerra” como norteadores do
controle social institucionalizado estatal, o chamado proibicionismo, fenômeno
global registrado a partir do século XX,

Sobre o tema Karam (2009, p. 5), alude o seguinte:

A política de “guerra às drogas” explicita, em sua própria denominação, a


global tendência expansionista do poder punitivo que se consolida
paralelamente às notáveis mudanças registradas no mundo a partir das
últimas décadas do século XX.

O proibicionismo consistente na prática de adotar medidas legais de


restrição ou proibição de determinadas atividades ou produtos, esse fenômeno
está presente em grande parcela da legislação brasileira, principalmente na Lei nº
11.343/2006, a Lei de Drogas.

Essa lei visa combater a práticas daqueles que comercializam, produzem e


consomem substâncias ilícitas, assim definidas pelo Estado. No entanto, os alvos
nessa “guerra” são os mais vulneráveis dentre os produtores, comerciantes e
consumidores de drogas ilícitas, os “inimigos” nessa guerra, são seus produtores,
comerciantes e consumidores pobres, não brancos, marginalizados, desprovidos
de poder (KARAM, 2009).

Com essa ideia de “guerra” e “combate”, bem como com os resquícios


ainda presente no Brasil do regime militar, abusos de autoridades ocorrem com
frequência, sendo a violência policial um outro fator relevante para se contrapor ao
mandado de busca coletivo.

Pois, entende-se que esse mandado iria propiciar aos policiais uma
“carta branca” para fazerem o que bem entender naquela determinada área
geográfica.
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Não se pode negar que abusos por parte dos policiais ocorram em todo
o Brasil, no entanto, tal argumento não se pode levar em consideração para o
deferimento de tal medida, pois, se assim fosse, nenhum mandado de busca e
apreensão seria expedido, com receio de abusos policiais.

Além do mais, todos os outros requisitos de um mandado de busca


convencional devem ser respeitados na ocasião do cumprimento de mandados
coletivos, ou seja, “a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais
do que indispensável para o êxito da diligência”.

E todo cidadão que tiver sido prejudicado por mandado de busca e


apreensão coletivo, que tiver assim sua propriedade e intimidade atingidas ou,
ainda, sofrido algum abuso policial, sempre pode entrar com ação de indenização
contra o Estado, sendo essa possibilidade registrada pelo Pleno da Suprema Corte,
no julgamento do RE 603616/RO, que tratou de ingresso policial em domicílio, sem
mandado judicial, à suspeita de crime permanente, o que prolongaria o estado de
flagrância.

Naqueles autos de RE, essa Corte Suprema pontuou:

“(…) fixada a interpretação de que a entrada forçada em domicílio sem


mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada
em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem
que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade dos atos praticados” (rel. Min. Gilmar Mendes, Dje-093, divulg.
09/05/2016, public. 10/05/2016).

Ademais, se mandado de busca e apreensão coletivo for deferido sem


fundamentos plausíveis, em caso de criminoso corriqueiro sem envolvimento em
organização criminosa que atual de forma ampla em determinada área geográfica, aí
tem-se ilegalidade passível de correção, mas essa possibilidade de abuso policial
não pode ser usada para se vedar um expediente acautelador, cuja eficácia tem o
potencial de recompor a normalidade da convivência pacífica em uma localidade
determinada no caso concreto.6

6
Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho: PARECER-32.218/2018-MARÇO-JV/SF
Processo: 154118/DF HC: Habeas corpus Impetrante(s): Wadih Nemer Damous Filho e outros
15

Importante frisar que, de fato, muitas pessoas serão atingidas


simplesmente por morarem nessas comunidades tomada por organizações
criminosas, sem que recaia a eles qualquer suspeita particular da prática de
atividade ilícita. No entanto, sobrepesando os interesses envolvidos, é razoável que
sobressaia a ação policial de identificar organizações criminosas, em face do direito
a inviolabilidade do domicílio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Estudo proposto teve como temática central o questionamento acerca


da viabilidade ou não da expedição de mandados de busca e apreensão coletivos,
bem como o seu cumprimento pela autoridade policial, no combate ao crime
organizado, quando impossível a individualização do imóvel.

A abordagem do tema possui grande importância no âmbito jurídico, eis


que versa sobre direitos e garantias fundamentais e normas de cunho processual
penal que transcendem os interesses individuais das pessoais envolvidas em
discussões deste gênero.

Ressalta-se, que as conclusões propostas são o resultado de reflexões


iniciais, em virtude da falta, no direito processual penal brasileiro, de estudos mais
aprofundados e extensos acerca de mandados de busca e da apreensão coletivos.

Assim, primeiramente, conclui-se o direito à privacidade consiste no


direito à proteção de uma esfera autônoma da vida privada, possuindo especial
proteção na Constituição Brasileira.

Tal direito, por sua vez, não é absoluto, podendo sofrer limitações,
conforme a própria Carta Magna dispõe, sendo uma dessas limitações a violação do
domicílio mediante autorização judicial, por meio de mandados de busca e
apreensão, o qual deve conter uma série de exigências legais, dentre elas a
especificação do local das buscas o mais precisamente o possível.

Impetrado(a)(s): Juízas, Juízes, Tribunais e Superior Tribunal de Justiça Paciente(s): Todo cidadão
brasileiro. Relator(a): Ministro(a) Gilmar Mendes-2ª T.
16

Ocorre que, em algumas situações, o cumprimento à risca do


mandamento legal torna absolutamente inviável. Isso porque, em razão de um
processo histórico, grandes favelas no Brasil cresceram desenfreadamente com a
ocupação de morros por milhares de pessoas, com instalações precárias, sem
endereço específico e em barracos uns ligados aos outros. Aliado a isso, a falta do
Estado nessas comunidades propiciou que facções criminosas tomassem para si o
controle de praticamente todo o território ocupado, fazendo a comunidade de refém
de seu poder paralelo.

Tais fatores criaram uma dificuldade enorme para as operações de


controle de organizações criminosas realizado pelas forças de segurança pública do
Estado. A disposição das casas e a inexistência de endereços certos, aliados ao
controle que os criminosos impõem à comunidade, impossibilitam a vinculação a
moradores determinados.

Nessas localidades, apesar de haver diversas correntes doutrinárias e


jurisprudenciais contrárias a essa medida, a ação da polícia judiciaria baseada no
mandado coletivo é uma alternativa de fazer cessar atividades de organizações
criminosas de extrema gravidade.

A busca e apreensão coletiva é claramente uma medida invasiva, mas de


grande valia para a repressão à prática de crimes e para investigação criminal.
Abusos policiais podem ocorrer durante cumprimento, tanto na tomada de decisão
de entrada forçada quanto na execução da medida, porém tal fator não pode ser
impedido para o deferimento da medida. Caso ocorra abusos no caso concreto, todo
cidadão possui o direito de entrar com ação de indenização contra o Estado.

Dessa forma, sobrepesando os interesses envolvidos, é razoável que


sobressaia a ação policial de desmantelar organizações criminosas, em face do
direito a inviolabilidade do domicílio.
CANDIDATE OF COLLECTIVE SEARCH AND APPREHENSION:

(In) Legal feasibility where it is impossible to individualize the property.

Abstract: The purpose of this article is to investigate the legal feasibility of issuing
collective search and seizure warrants, as well as their fulfillment by the police
authority. In the course of the text the concepts, foundations and principles that
17

govern the inviolability of the domicile through the execution of court orders are
discussed. It shows doctrinal and jurisprudential visions on the subject addressed, as
well as the difficulty encountered by public security agents in individualizing the
property or person being searched. Finally, it addresses the concepts of search
warrant and collective apprehension and feasibility of its application in the Brazilian
legal system. As for the Methodology used, it is recorded that in the Investigation
Phase the Inductive Method was used and the Results Report expressed in the
present Scientific Article is composed on the inductive logic basis.

Keywords: Search and Seizure Order, Collective, Legality.

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