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CAXITO- BENGO
2022-2023
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA
CAXITO - BENGO
2022-2023
ÍNDICE
RESUMO...............................................................................................................................1
1- INTRODUÇÃO.................................................................................................................2
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................3
2.1- Ética.............................................................................................................................3
2.1.1- Dilema......................................................................................................................3
3- ÉTICA PROFISSIONAL..................................................................................................4
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................9
RESUMO
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1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende fazer algumas reflexões sobre os princípios éticos que
devem ser observados pelo juiz de direito, porquanto sujeito pacificador da sociedade.
Frequentemente nos chegam notícias da mídia a respeito de juízes, desembargadores e até
ministros envolvidos em falcatruas, a exemplo de venda de sentenças, desvio de dinheiro
público e fraudes no pagamento de precatórios.
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2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1- Ética
Não existe “falta de ética”. Essa expressão é equivocada, talvez o que se queira
dizer é: “Isto é antiético”, algo contrário a uma ética que esse grupo compartilha e aceita.
Posso dizer que um bandido tem ética? Posso. Ele tem princípios e valores para decidir,
avaliar, julgar. O que eu posso dizer é que a ética que ele tem é contrária à minha e à sua.
Então, é antiético. Não confunda a ética isto é, aquele a quem não se aplica a questão da
ética – com antiético (CORTELLA, 2010, p. 109).
No mesmo sentido, Leonardo Boff (2003) assevera que há muita confusão acerca
das distinções entre o que é ética e o que é moral, esclarecendo que na linguagem comum e
mesmo culta, ética e moral são sinônimos, razão pela qual se diz: "aqui há um problema
ético" ou "um problema moral". Segundo o autor, com isso emitimos um juízo de valor
sobre alguma prática pessoal ou social, se boa, se má ou duvidosa.
2.1.1- Dilema
Nas lições de Cortella (2010, p. 107-111) ocorre o dilema quando é preciso que
alguém decida “sim ou não”, mas esse alguém que tem que decidir quer os dois, sendo
apenas uma das opções, contudo, eticamente correta. Chega a exemplificar o autor com a
hipótese de um empresário que para evitar a diminuição da produção em sua usina e a
redução da sua lucratividade precisa desembaraçar no porto uma determinada peça, sendo
que, se for seguido o trâmite normal do desembaraço, essa peça essencial não estará
liberada antes de seis meses. Contudo, existe a chamada “taxa de facilitação”.
Com a lucidez que lhe é peculiar, afirma o citado filósofo que a lógica que alguns
usam para responder o questionamento proposto é a necessidade de criar futuro, supondo
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eles que “esse sistema de apodrecimento das relações de negócio cada dia aumenta mais e,
num determinado momento, vai desabar”. Assevera que os dilemas que nós vivemos serão
mais facilmente superados quanto mais sólidos forem os princípios que tivermos e a
preservação da integridade que desejamos.
3- ÉTICA PROFISSIONAL
Conforme assinala João Baptista Herkenhoff (2010), a ética não brota espontânea.
É fruto de um esforço do espírito humano para estabelecer princípios que iluminem a
conduta das pessoas, grupos, comunidades, nações, segundo um critério de Bem e de
Justiça. Ressalta que toda profissão tem sua ética, a exemplo do motorista que deve ser
reservado quanto ao que ouve dentro do carro quando transporta seus clientes; o
comerciante que deve cobrar o justo preço pelas mercadorias que vende; o enfermeiro que
deve tratar com respeito o corpo do enfermo, e o advogado que deve ser fiel ao patrocínio
dos direitos do seu constituinte.
Afirma Cristiane Yuka (2008), que “muitos autores definem a ética profissional
como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no
exercício de qualquer profissão”. Diz, ainda, que seria a ação "reguladora" da ética agindo
no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante
quando no exercício da sua profissão.
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carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes a assumir tornando-se parte
daquela categoria que escolheu.
No que toca a magistratura, ensina o ilustre professor Herkenhoff (2010) que a ética
do magistrado é mais que uma ética profissional, diz que a magistratura é mais que uma
profissão, a ponto de afirmar que: A sociedade exige dos magistrados uma conduta
exemplarmente ética. Atitudes que podem ser compreendidas, perdoadas ou minimizadas,
quando são assumidas pelo cidadão comum, essas mesmas atitudes são absolutamente
inaceitáveis quando partem de um magistrado (HERKENHOFF, 2010).
Nas lições de Nancy Andrighi (2001), ao ser investido nas funções jurisdicionais o
juiz agrega ao seu ser a responsabilidade da imagem da instituição que representa, de sorte
que a imagem do homem-juiz, no ser, no estar e no participar, sempre estará de forma
indissolúvel e permanente associada a do Poder Judiciário. E chega a afirmar que:
Com o brilhantismo que lhe é peculiar, aduz a ministra que a função precípua do
juiz é ser o pacificador social e, para tanto, precisa ser respeitado pela colectividade.
Destaca pontos que tocam a ética na magistratura, a exemplo da necessidade de uma nova
postura para apagar a notícia que transita nos meios forenses, de que é mais fácil ser
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recebido por um Ministro de Tribunal Superior, do que ser atendido por um juiz de direito,
bem assim, ressalta que o juiz ético é aquele adequado a seu tempo, rente aos fatos e
principalmente rente à vida, que nunca olvida que atrás de cada página do processo está um
cidadão aflito aguardando a sua decisão.
No mesmo sentido, José Soares Filho aduz que os juízes representam, para a
sociedade, modelos de cidadãos que devem encarnar o referencial maior da justiça pela
qual anseiam todos os homens, razão pela qual deles se espera e se cobra um
comportamento segundo os padrões éticos que enriquecem o espírito humano. Afirma
ainda que:
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Nessa esteira, prossegue Araújo (2011) dizendo que o Código de Ética da
Magistratura Nacional elenca os grandes elementos a serem seguidos pelos magistrados no
exercício da profissão, quais sejam: a independência, a imparcialidade, a transparência, a
integridade pessoal e profissional, a diligência e dedicação, a cortesia, a prudência, o sigilo
profissional, o conhecimento e a capacitação, a dignidade, a honra e o decoro.
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6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escolha por uma profissão inclui a reflexão prévia acerca dos compromissos
éticos que deverão ser honrados em face da categoria profissional eleita. Aquele que busca
apenas ter um bom emprego, estabilidade e alto salário, não deve optar pela magistratura –
carreira de elevada importância para o Estado Democrático de Direito.
O juiz de direito deve ser um vocacionado, pois, a sociedade sempre exigirá dele
uma conduta exemplarmente ética, pautada no referencial maior da justiça que todos
anseiam. Por essa razão, o “homem-juiz” deve ter princípios sólidos e integridade
preservada, além da consciência de que carregará consigo a responsabilidade de ter a sua
imagem de forma indissolúvel e permanente associada à instituição que representa.
Não obstante em nossa cultura tenha se cristalizado a ideia do juiz de direito como
um super-homem, intangível, dotado de poderes quase sobrenaturais, posicionado acima
do bem e do mal, o magistrado, na realidade, deve diariamente se lembrar da sua natureza
humana falível, limitada, frágil e que se expõe às mesmas vicissitudes de que padecem
seus concidadãos, pois, uma vez consciente de que a toga, por si só, não é capaz de torná-
lo imaculado, exercerá a sua profissão com a independência, a imparcialidade, a
transparência, a integridade pessoal e profissional, a diligência e dedicação, a cortesia, a
prudência, o sigilo profissional, o conhecimento e a capacitação, a dignidade, a honra e o
decoro, que a sociedade espera dele.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS