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Rumba Flamenca / Gitana

La Singla (Antonita)
O flamenco é a música, o canto e a dança cujas
origens remontam às culturas cigana e mourisca,
com influência árabe e judaica.
Ele reflete a cultura da Andaluzia (sul de Espanha)
e ao longo dos anos foi reconhecido mundialmente,
refletindo a mais conhecida expressão da cultura
espanhola de origem cigana.
Originalmente, o flamenco consistia apenas
de canto (cante) sem acompanhamento. Depois,
começou a ser acompanhado por violão
ou guitarra (toque), palmas, sapateado e dança
(baile).
A Dança Flamenca tem influência moura em sua
dominação espanhola e os ciganos. Nos
movimentos dos quadris e dos braços criam uma
atmosfera de mistério e sensualidade tipicamente
moura árabe, e nos sapatos, batidas dos pés e
palmas influencia gitana.
A bailaora, deve estar sempre atenta à canção, pois
sentindo a música os movimentos começam a
surgir.
Categorias do Flamenco
• Flamenco Jondo: é a forma mais tradicional do
flamenco e que significa profundo, denso ou
pesado. Está relacionado aos primeiros cantes e
que perduram em sua maioria até os dias de hoje.
• Flamenco Chico: são todas as formas de espírito
festeiro com as bulerías, rumbas, tangos e alegrias e
que não possui a mesma profundidade que no
"jondo".
• Flamenco Intermedio: são todas as formas que se
encontram entre as duas categorias acima.
Muitos dos detalhes do desenvolvimento do
flamenco foram perdidos na história da Espanha e
existem várias razões para essa falta de evidências
históricas:
 Os tempos turbulentos dos povos envolvidos na
cultura do flamenco. Os mouros, os ciganos e
os judeus foram perseguidos pela inquisição
espanhola em diversos tempos;
 Os ciganos possuíam principalmente uma cultura
oral. As suas músicas eram passadas às novas
gerações através de atuações em comunidade;
 O flamenco não foi considerado uma forma
de arte, sobre a qual valesse a pena escrever
durante muito tempo. Durante a sua existência, o
flamenco esteve dentro e fora de moda por
diversas vezes.

A primeira vez que o flamenco foi mencionado


na literatura remonta a 1774 no livro "Cartas
marruecas", de José Cadalso. No entanto, a origem
do termo "flamenco" continua a ser assunto
bastante debatido. Uma das teorias sugere que a
palavra tem origem árabe, retirada das palavras
"felag mengu" (que significa algo como
"camponês de passagem" ou "fugitivo camponês").
Durante a chamada "época de ouro" do flamenco,
entre 1869 e 1910, o flamenco desenvolveu-se
rapidamente nos chamados "cafés cantantes". Os
dançarinos de flamenco, em sua maioria ciganos,
também se tornaram numa das maiores atrações
para o público desses cafés. Ao mesmo tempo, os
guitarristas que acompanhavam esses dançarinos,
foram ganhando reputação e dessa forma, nasceu,
como uma arte própria, a guitarra do flamenco.
Julián Arcas foi um dos primeiros compositores a
escrever música flamenca especialmente para a
guitarra.
A guitarra flamenca é descendente do alaúde.
Pensa-se que as primeiras guitarras (como é
chamado o violão na Espanha) teriam aparecido em
Espanha no século XV. A guitarra de flamenco
tradicional é feita de madeira de cipreste e abeto e
é mais leve e um pouco menor que a guitarra
clássica, com o objetivo de produzir um som mais
agudo.

Alaúde antigo
Ainda é possível encontrar em outros folclores da
Andaluzia o instrumento bandurria, uma espécie
intermediária entre o alaúde e a guitarra flamenca.

Bandurria
"Cantor espanhol", quadro de 1860 de Édouard
Manet
Guitarra Flamenca
A Rumba é integrada ao grupo de “Ida y Vuelta”, ou
“Hispano-americano” dentro da árvore genealógica
do Flamenco. É a mais recente aquisição do
Flamenco e entra no ramo dos Tangos, porém com
o ritmo harmônico de Cuba. Levou vários nomes
como rumbitas, rumbas, chuflas, até mesmo de
Milonga (embora seja outro ritmo que acaba em
rumbas) no início do séc. XX
Assim como nas “Bulerías”, as letras das Rumbas
entra todo tipo de tema. Tudo se pode cantar desde
as emoções simples e nostálgicas até a ironia e o
deboche.
Mencionando novamente, na Árvore do flamenco a
Rumba pertence às canções de ida e volta, músicas
que divergiram no novo mundo. Originou-se de
ritmos cubanos. No século 19, houve um grande
comércio entre os portos de Cádiz, Sevilha e do
porto de Havana. Comerciantes, trabalhadores,
toureiros, cantores de flamenco entre eles muitos
ciganos viajaram de Espanha para Cuba e de Cuba
para a Espanha com frequência. Nessa troca, não
apenas suprimentos foram transportados, mas
também ritmos, canções e danças. A Rumba
Flamenca nasce deste intercâmbio cultural, surgiu
de ritmos cubanos que os espanhóis trouxeram
para a Espanha. Seu estilo é derivado da influência
da rumba afro-cubano, e algumas influências afro-
peruana com o cajón (instrumento de percussão
que teve sua origem no Peru colonial).
Depois que foi trazida de volta de Cuba à Espanha
ainda no século 19, foi modificada para ser tocada
com guitarras, palmas, batidas no corpo,
castanholas e cajón. É de domínio total entre os
ciganos espanhóis e é dançada em todas ocasiões
festeiras entre eles.
"A MODERNIZAÇÃO"
Desde os anos sessenta os criadores da rumba
flamenca e rumba catalana começaram a
modernizar o seu som. Incorporaram elementos da
música pop internacional. É este estilo de rumba
que alcançou fama mundial. O grupo Gypsy Kings
(França) foi um dos primeiros grupos que levaram
este tipo de rumba ao público internacional. As
influências deste estilo de rumba são bem
misturadas. Os artistas incorporaram elementos de
rock, soul, funk, rhythm & blues, salsa e outros
estilos de música pop. Alguns artistas se afastaram
da guitarra e das palmas. Começaram a usar
instrumentos semelhantes da salsa e de outros
estilos modernos, mas ainda mantém a essência em
suas melodias. Outros artistas como Paco de Lucía e
Camarón de la Isla, voltaram às raízes da rumba
flamenca. Suas rumbas são modernas. Mas mantêm
a essência flamenca na guitarra, na voz e a forte
influência do som cubano, no ritmo e no caráter.
RUMBA CATALANA A rumba catalã ou catalana é
um gênero que se desenvolveu na comunidade
cigana na cidade catalã de Barcelona desde meados
dos anos 50, tendo ritmos derivados da música
cubana, influenciada pela rumba flamenco e rock &
roll. Nascida nas comunidades de ciganos Catalão
nos bairros de Gracia, El Raval e Hostafrancs é
considerada o pop cigano espanhol.
A rumba catalana é conhecida pela sua “batida
ventilador”. A história da origem dessa batida não é
muito clara, dizem que foi tocada pela primeira vez
por um cigano em casamentos ciganos, outros
dizem que foi o pai de Antonio González (El
Pescaílla) que ensinou para ele.
De qualquer forma, é bastante aceito que foi a
família de Pescaílla que “empurrou” a rumba catalã
na década de 40 e 50.
Assim Pescaílla foi considerado o pai da rumba
catalã e se tornou o rei da rumba catalã.
RUMBA ANDALUZA
(outro termo para Rumba na Espanha)

Toque ajustado ao compasso do “tango”, porém se


pode separar em sua tonalidade da chamada
cadência flamenca. Cante de origem folclórico com
letra de quatro versos. É de procedência
hispanoamericana e se popularizou na Andalucía
na época dos espectáculos de variedades, momento
em que os cantaores flamencos a adaptam aos
tempos do “tango”.
Conclusão sobre Rumba na Espanha:
- Suas letras são dramáticas e às vezes engraçadas
- São raras sequências longas de sapateado.
- Todos os acessórios possíveis da Espanha
andaluza são usados de forma a abrilhantar e servir
de brincadeira, desde que não se distorça a
verdadeira raiz da Rumba Andaluza, Gitana,
Catalana ou Flamenca.
- Rumba flamenca e catalana são dançadas da
mesma forma (oque mudará será a energia de cada
música no corpo da bailaora).
Algumas palavras utilizadas no flamenco e seus
significados:
Abanico: Leque pequeno
Aros e Pendientes: Argolas / Brincos
A Compás: Interpretação do cante ou baile
seguindo fielmente o ritmo ou cadência do
estilo correspondente.
Bata de Cola: Traje de mulher andaluza em
determinadas festas, ou figurino usado por
bailarinas dependendo do baile. Caracteriza-se por
uma saia ou vestido com cauda.
Café Cantante: Local onde se ofereciam recitais de
cante e baile flamencos. Teve seu
auge na metade do séc. XIX, até sua decadência nos
primeiros anos do séc. XX.
Cajón: Caixa acústica usada por percussionistas.
Cante Jondo: Canto Profundo. Geralmente os temas
estão relacionados à solidão,
angústias e tristezas. Destaque para a Seguiryia,
Soleá e o Martinete.
Cante por Fiesta: Canto alegre. Destaque para
Bulerias, Tangos, Alegrias.Castañuelas ou Palillos:
Castanholas.
Colgado: Movimento do corpo, braços ou mãos que
encerra o compasso de marcação
ritmica.
Colín: Bata de Cola pequena.
Copla: Cada poema do cante, geralmente de três ou
quatro versos, e que serve de
texto para as canções populares e para o flamenco.
Cuadro: Grupo de artistas de flamenco, composto
por cantores, guitarristas e
dançarinos reunidos para uma apresentação.
Duende: Palavra que significa no sânscrito
"divindade". Para os flamencos, é um
estado de exaltação que se manifesta nos seus
intérpretes, de modo inesperado e sem
duração mensurável. É um sentimento que se
observa, sobretudo nos palos por fiesta.
Falda con Volantes: Saia de babados.
Falseta: Frase melódica que o guitarrista flamenco
executa intercalando o cante.
Também pode ser a introdução para um baile ou
para uma sequência de escovilla.
Jaleo: Acompanhamento do cante com palmas,
gritos de incentivo, exclamações, etc.
Usado nos estilos festeiros. Juerga: Festa flamenca
onde cantaores, tocaores e
bailaores colocam em prática suas artes.
Latigo: Forma de produzir um som arrastado do pé
ao solo; Escovar.
Mantilla: Manto usado na cabeça, geralmente de
rendas.
Mantocillo: Mantón pequeno (formato de um
quadrado).
Mantón: Xale grande de seda com franjas.
Media e Calcetines: Meia inteira / Meia curta.
Moño: Coque (penteado)
Palmeros: Pessoas especializadas em "tocar"
palmas. Geralmente são de origem
cigana. As palmas dão a base ritmica para os
bailaores e músicos.
Pantalones: Calças compridas.
Peineta: Pente pequeno, usado como enfeite nos
penteados.
Peinetón: Peineta grande.
Peña: Associação de aficcionados pelo flamenco;
uma reunião de pessoas envolvidas
ou somente interessadas pela arte do
flamenco.Pericón: Abanico grande.
Pico: Xale triangular.
Pitos: Estalar de dedos para marcação do ritmo.
Rasgueado: Técnica empregada pelos guitarristas
flamencos onde as cordas do violão
se roçam de baixo para cima usando todos os
dedos.
Rebote: Salto pequeno executado antes de certos
golpes dos pés no solo.
Ritos: Rituais.
Saeta: Estrofe de ritmo flamenco sobre temas
sacros que uma só pessoa canta sem
acompanhamento musical em eventos religiosos,
especialmente durante as procissões
da Semana Santa.
Sombrero: Chapéu
Tablao ou Taberna: Estabelecimentos como Bares e
Restaurantes, onde se podem
apreciar apresentações de flamenco. Os tablaos são
os sucessores dos cafés cantantes.
Jaleos
São palavras ou frases para incentivar o dançarino,
cantaor ou guitarrista.
Podem ser como gritos de desafio em uma dança...
Nem sempre tem um significado, mas sempre com
objetivo de animar, incentivar etc...
"Jaleos" gritos para as danças ciganas espanholas
Falando em relação ao tema cigano em nosso curso,
geralmente é mais gritado na
rumba porque é mais animada....porém pode ser na
zambra também.
Agua!
Anda!
Arsa!
Arte!
Arsa, que arsa, que toma, que toma, que dale, que
dale! (con palmas)
Arsa, que dale, que toma, que toma...!
Asi se baila!
Asi se canta!Asi se toca!
Ay!
Ay, ese zapateado!
Dale caña, Maestro!
Esas palmas!
Bonito braceo!
Dalé Salero!
Dale!
Eso es!
Eso!
Y no tiene novio/a!
La maquina de escribir!
Menea esa bata de cola!
Ole guapa/o!
Fuego!
Hassa!
Olé la gracia y el salero!
Ole tu arte!
Olé!
Ole que ole!
Olé tu madre!
Que arte hija/o!
Que Gitana(o) / Guapa(o)
Que passa!
Que viva la madre que te pario!
Toma que toma!Toma!
Toma ya!
Torero!
Vamo Gitana(o) / Guapa(o)
Vamo por Bulerias
Vamo por Fandangos
Vamo por Sevilla
Vamo por Tangos
Vamo’ ya!
Vamo por Rumba

Duende: Palavra que significa no sânscrito


"divindade". Para os flamencos, é um estado de
exaltação que se manifesta nos seus intérpretes, de
modo inesperado e sem duração mensurável. É um
sentimento que se observa, sobretudo nos palos por
fiesta.
Lu Barcelos

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