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A educação de surdos, de acordo com Quadros, 1997, p. 21, passou por três fases,
sendo que a última faz parte de um processo de transição. Nas alternativas a
seguir, assinale a alternativa que corresponde a elas na ordem que aconteceram.
C.
A educação de surdos iniciou-se com oralismo, bimodalismo e bilinguismo.
É apresentado primeiro a proposta oralista, em seguida a bimodal e a última, de
transição, o bilinguismo.
A.
Neste estágio, ambos os bebês apresentam a balbucio oral e manual.
Neste estágio, tanto o bebê surdo como o bebê ouvinte utilizam o balbucio oral e
manual. A partir do próximo estágio de aquisição, desaparece ou se reduz
consideravelmente o balbucio oral nos bebês surdos, enquanto que nos bebês
ouvintes ele se mantém. Já para o bebê ouvinte, o balbucio manual desaparece ou
se reduz consideravelmente, e para o bebê surdo continua, pois começa a fazer
parte da estrutura da língua de sinais que será base da sua L1. Perceba, que,
embora o output linguístico seja igual para ambos no primeiro ano de vida,
o input para o bebê ouvinte é favorecido, pois já vem em sua língua materna
(português oral), enquanto que para o surdo trata-se de sua L2, o que cria uma
desigualdade entre ambos já no nascimento, o que impacta culturalmente a criança
ouvinte, mas não favorece a criança surda (a qual, na maioria dos casos, não tem
contato precoce com sua língua materna (língua de sinais) nem com integrantes de
sua própria cultura surda) e, por último, a capacidade latente de qualquer criança
depende de características subjetivas ou talento nato para o aprendizado (próprias
de cada criança), assim como da quantidade e da qualidade do input linguístico
proporcionado a ela.
E.
Causa genética.
As predisposições genéticas que levam o bebê a nascer com surdez é um fator
hereditário que dificilmente pode ser mapeado, visto que existem diversas
possibilidades de surdez congênita levando à má formação de células e do próprio
aparelho auditivo. Já as causas de surdez adquirida são originadas por fatores
externos, como: doenças adquiridas pela mãe, uso de drogas, a má formação ou a
prematuridade do feto, meningite (que é uma inflamação das meninges que são as
membranas que envolvem o cérebro da criança), rubéola (que é uma doença
contagiosa e transmitida por um vírus), doenças autoimunes (que são aquelas em
que o sistema imunológico afeta o organismo do próprio paciente e pode causar a
surdez), entre outras.
Para diagnosticar a surdez, especificando o grau de perda auditiva (seja ela leve,
moderada ou severa “profunda”), o tipo de perda (unilateral ou bilateral) e o nível de
condução do estímulo e maturidade neurológica, é feito um exame chamado de
______________. Marque a alternativa que corresponde ao nome deste exame que
comprova com mais detalhes o grau, o tipo e o nível de condução do
estímulo/maturidade neurológica do bebê com suspeitas de surdez.
D.
Exame de audiometria.
Os decibéis são uma escala de som que a audição humana é capaz de escutar e
suportar sem desenvolver sequelas ao aparelho auditivo. Sim, o exame é solicitado
por um profissional da área da saúde, que pode ser um otorrinolaringologista ou um
fonoaudiólogo. No entanto, a questão refere-se ao nome do exame e não ao
profissional que o solicita. No caso de perda Auditiva ou surdez, o exame a ser
realizado é no aparelho auditivo e não nas cordas vocais. Esse exame é indicado
para averiguar o funcionamento do aparelho auditivo. No entanto, a questão refere-
se ao exame capaz de diagnosticar a surdez e perda auditiva e classificá-la como
leve, moderada ou severa, o Exame de audiometria. A Eletrococleografia
(ECoG) busca medir os potenciais elétricos gerados no ouvido interno como
resultado de um estímulo sonoro. Esse teste é mais frequentemente solicitado para
determinar se nosso ouvido tem uma quantidade excessiva de pressão dos fluidos.
A presença de pressão excessiva no interior da cóclea pode causar sintomas como:
perda de audição, plenitude auricular, tontura e zumbido; o que caracteriza o bebê
ou a criança como tendo a doença Ménière.
Existem várias alternativas ou estratégias que a pessoa com surdez pode utilizar
para conseguir se comunicar com pessoas ouvintes, que desconhecem sobre a
cultura surda e suas particularidades. Um exemplo de estratégia comunicacional
que dificilmente um sujeito autodeclarado surdo utilizaria, para se comunicar com
pessoas ouvintes de fora da comunidade surda seria?
A.
Língua de Sinais e Escrita de Sinais.
A pessoa com surdez que se reconhece como sujeito surdo usa a língua de sinais
como sua L1 (Língua 1), isto é, sua língua natural. Ela é usada para a comunicação
surdo com surdo e surdo com ouvintes, desde que este último grupo tenha
conhecimento sobre a cultura surda (o que contempla conhecer a língua de sinais).
Visto isso, para se comunicar com pessoas ouvintes, nesse caso, o ideal seria usar
as seguintes estratégias/alternativas: Leitura Labial, Oralização, Português Escrito e
o uso de Aparelho Auditivo (para ampliar a capacidade de entendimento na
recepção sonora quando existir resquício auditivo no sujeito surdo).
Comunidade, Cultura e Identidade Surda
O pertencimento a um grupo é de grande importância para o pleno viver de um
indivíduo surdo.
Selecione a alternativa que apresenta corretamente o conceito de comunidade
surda.
Você acertou!
A.
Um lugar onde convivem surdos e ouvintes conversando, interagindo e discutindo sobre
diversos assuntos por intermédio da Libras. Sendo assim, as comunidades surdas são os
locais onde ocorre a interação com outros surdos e com ouvintes que ali frequentam,
recriando-se as identidades surdas, as narrativas pessoais, os marcadores culturais, as
lutas e os discursos que permeiam os grupos surdos.
As comunidades surdas acolhem também pessoas que não são surdas, como
familiares, intérpretes e pessoas interessadas na comunidade e na cultura surda, ou
seja, que possuem os mesmos objetivos.
O fator cultural está estritamente ligado à construção da identidade surda, isto é, o sujeito
precisa ter contato e conhecer a comunidade e sua cultura para, então, poder tomar a
decisão de se integrar a ela (assumindo sua identidade como surdo) ou não.
O sujeito surdo tem de vivenciar a cultura surda e interagir com outros surdos para
poder construir a sua própria identidade surda.
A Libras é a língua utilizada para a comunicação surdo com surdo ou entre surdos e os
ouvintes que saibem Língua de Sinais. Analise as sentenças a seguir e marque a
alternativa correta sobre a língua natural dos surdos (Libras).
B.
A Libras é uma língua natural criada pela comunidade surda para se comunicar.
O ponto essencial para a construção da Identidade Surda é usar a língua natural da
Comunidade Surda (Libras) na comunicação e na interação com o outro, seguindo
as regras e as estruturas gramaticais próprias das línguas de sinas, que conseguem
inclusive expressar conceitos abstratos e sem limitações.
Dos itens apresentados a seguir, qual deles se adapta aos fatores de constituição
da identidade surda?
Você acertou!
A.
Usar a língua da comunidade surda, importar-se com a busca por direitos e conquistas
que beneficiem a comunidade e fortaleçam a cultura surda. Mas não basta usar a língua
natural da comunidade surda e se importar com a manutenção da cultura, é essencial
também se considerar um integrante dela e ter orgulho de ser surdo.
No desenvolvimento da identidade surda, é importante saber de onde vem o sujeito
surdo, qual a sua trajetória, lutas e conquistas, seus conhecimentos de vida e de
mundo, para que, assim, ele possa assumir a sua identidade surda, partindo de
suas experiências visuais e da sua língua natural e podendo assim se enxergar
dentro da sociedade. Infelizmente, em alguns casos, a transição da cultura ouvinte
para a cultura surda não é nada tranquila, visto que a pressão de familiares é muito
grande.
B.
Usa e promove a língua nativa para desenvolver a competência na língua portuguesa;
fornece educação individualizada; apoia e amplia a cultura, justiça e democracia.
Os dois primeiros itens contemplam as necessidades básicas para a educação
bilíngue, mas o último refere-se apenas a uma via de comunicação (oral), sendo
que, para educação bilíngue, tem de contemplar a comunicação gesto-visual e do
português apenas na forma escrita.
A Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, é regulamentada pelo Decreto 5.626, de 22 de
dezembro de 2005. Trata da inclusão da Libras como disciplina curricular nos cursos de
formação de algumas áreas profissionais distintas. A partir do reconhecimento da Libras
em território nacional, são vários os profissionais especializados que participam do
processo educacional da educação dos surdos, tais como: C.
Professores, tradutor intérprete e instrutores de Libras e instituições especializadas com
serviço diferenciado que ofereça atendimento educacional e/ou de natureza terapêutica,
como psicologia e fonoaudiologia para alunos surdos matriculados na Educação Básica.
Todos os profissionais citados são importantes para o processo educacional do
aluno surdo, pois cada área é de extrema importância para o desenvolvimento do
indivíduo. Faltando uma dessas áreas, há déficit no desenvolvimento do sujeito,
pois cada profissional tem o seu papel dentro das etapas a serem percorridas pelo
aluno surdo.
O Decreto n.º 5.626/2005, em seu Art. 13, postula que o ensino da Língua
Portuguesa como segunda língua deve ser incluído na grade curricular dos cursos
de formação de professores que atuarão desde a educação infantil até o ensino
superior, assim como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em
Língua Portuguesa. Dessa forma, assinale a alternativa que condiz com o método
que é utilizado na educação de surdos para o ensino da Língua de Sinais como
primeira língua (L1) e a Língua Portuguesa como segunda (L2).
Você acertou!
A.
Bilíngue.
A proposta de ensino bilíngue foca a LIBRAS como língua natural do sujeito surdo e
o português como língua adicional. O método Oralista tem como foco apenas
estimular a fala na criança surda. Já o método Bimodalista não existe, apenas nos
referimos à bimodalidade quando analisamos a troca de código que acontece entre
Língua de Sinais com outra língua oral (Tipo, uma tradução/interpretação
Português – LIBRAS ou LIBRAS – Português). A Comunicação total representa a
metodologia de ensino que fez uso da Língua de Sinais para ensinar o português
como L1 para as crianças surdas. A pedagogia surda foca o ensino bilíngue
(LIBRAS e Português), mas também se preocupa com questões culturais que fazem
parte da comunidade surda e que ajudam a construir a identidade das crianças a
partir de uma pedagogia focada no ser surdo.
Na Lei n.º10.436/2002, em seu Art. 1º, diz o seguinte: É reconhecida como meio legal
de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – e outros
recursos de expressão a ela associados. Que recursos seriam esses?
C.
SignWriting.
A leitura labial não é considerada como um recurso associado a LIBRAS, embora
possa ser utilizada como uma estratégia para facilitar a comunicação do sujeito
surdo. O uso de aparelho auditivo, assim como a leitura labial, é considerado como
uma estratégia para facilitar a comunicação e, ambas, estão atreladas ao português
falado. A terapia da fala tem total associação à comunicação falada, e não à
LIBRAS, pois visa construir um surdo que oralize. O português escrito tem relação
direta com a Língua Portuguesa oral, entretanto ele também pertence à LIBRAS
quando precisamos fazer empréstimos linguísticos de palavras. Contudo, apesar
dessa relação existente, não podemos associar o português escrito como um
recurso de expressão sob o domínio da LIBRAS, visto que ele também está ligado à
língua oral. O SignWriting é um recurso de expressão associado somente à LIBRAS
e à sua modalidade gesto-visual ímpar.
Representa todas palavras de uma língua. Ou seja, quanto mais palavras existirem dentro
de diferentes áreas de conhecimento humano, melhor e mais forte será a língua. Para a
LIBRAS, quanto mais corpus for gerado melhor, pois ela está em um estágio em que a
quantidade de sinais existentes é pouca se comparada a outras línguas orais.
O reconhecimento de um idioma perante a sociedade ocorre por meio
de status linguístico, que é conquistado ou aceito naturalmente pelo uso de uma
língua ou pela lei que oficializa o uso. O corpus representa todos os vocábulos de
uma língua. Ou seja, quanto mais ela produz novos vocábulos, maiores são as
chances de ela conquistar mais status diante da comunidade. Por mais que a
LIBRAS seja uma língua amplamente utilizada pela comunidade surda e que, muito
em breve, aumente consideravelmente seu corpus linguístico, ainda assim, não será
possível ela se tornar uma das línguas oficiais do nosso país, a não ser que a
Constituição Federal de 1988 seja alterada. Nesse contexto, o objetivo da
comunidade surda é que o maior número de pessoas aprenda LIBRAS, contudo
seria muito difícil que isso acontecesse (com ou sem lei), pois isso geraria margem
para outras línguas pedirem o mesmo (as diversas tribos indígenas que vivem no
país poderiam fazer a mesma reivindicação). Perceba que a criação de
mais corpus é essencial para uma língua ser mais reconhecida. No caso da
LIBRAS, sua força está no movimento surdo e na sua comunidade, porém a falta
de corpus em determinadas áreas do saber é uma carência a ser diminuída com o
tempo.
O estudo linguístico que foi o começo ou o pontapé inicial para que a Língua de
Sinais fosse considerada uma língua e não uma linguagem, pertence a qual
pesquisador?
Você acertou!
A.
William Stokoe.
Ponce de Léon foi um dos primeiros professores para surdos do século XVII, e sua
metodologia tinha como foco basicamente a datilologia, a escrita e a oralização, isto
é, tinha mais associação com o modelo oralista de educação. Outros educadores
defendem o uso da Língua de Sinais, sendo um deles Charles-Michel de l’Épée,
considerado um dos primeiros defensores dessa língua. Ele desenvolveu várias
pesquisas a respeito da Língua de Sinais, entretanto nenhuma delas tratava da
verificação e do reconhecimento dela como uma língua e não como uma linguagem.
Já Thomas Gallaudet, juntamente com seu colega, Laurent Clerk, fundou a primeira
escola americana para surdos, mas não desenvolveu pesquisas para descobrir se a
Língua de Sinais era mesmo uma língua. Para Alexander Graham Bell, que era
defensor do oralismo, o surdo não deveria se reunir em uma sociedade de surdos,
pois isso impediria que eles se integrassem à sociedade de ouvintes. A pesquisa
que William Stokoe fez ao observar a Língua de Sinais utilizada nos Estados Unidos
(American Sign Language – ASL), na década de 1960, é considerada um divisor de
águas para os linguistas que estudam Línguas de Sinais.
Apos P1
1.
Ao analisar o processo de aquisição de linguagem, nota-se que esse processo é natural. Os ouvintes aprendem a falar ouvindo e
observando seus pares (pais, irmãos, amigos, etc.). Partindo desse pressuposto, marque a alternativa que corresponde ao
processo que aquisição da Libras (L1) para a criança surda.
C.
A aquisição da L1 acontece naturalmente para a criança surda quando ela passa a ter contato com mais crianças surdas e com
professores surdos ou bilíngues, que é quando ela começa a ampliar seu vocabulário, de acordo com as suas vivências e
experiências visuais.
O processo de aquisição da L1 é uma condição natural de qualquer ser humano, seja ele ouvinte ou surdo. Além disso, o
processo de aquisição da Libras pela criança surda acontece independentemente de seus pais serem surdos ou ouvintes.
Contudo, nas escolas regulares, o ensino não é ministrado em Libras, mas, sim, em língua oral portuguesa, o que não
favorece o desenvolvimento da Libras com L1 pelo Sujeito Surdo. A única opção que ofertam para a criança surda é a sala
de AEE, em que o ensino é ministrado por um(a) professor(a) que, geralmente, tem pouco domínio da Libras. Durante as
aulas ministradas em língua portuguesa, existe o suporte do Intérprete de Libras, mas que não se equipara a um professor
bilíngue (surdo ou ouvinte com fluência). Por fim, a crianças surda não precisa dominar o Português para desenvolver sua
L1 – Libras. É recomendável o contrário: que a aquisição da L1 (Libras) auxilie no aprendizado da L2 (Português).
2.
De acordo com o que você estudou até agora sobre a educação de pessoas surdas, marque a alternativa que corresponde ao
objetivo do ensino da L2 (Português) para pessoas surdas.
A.
O objetivo é focado somente na leitura e na escrita da Língua Portuguesa.
O ensino do Português para o Sujeito Surdo é com o único intuito de desenvolver a capacidade de leitura e escrita na
pessoa, mas não ao ponto de se equiparar ao nível de um Ouvinte, o que é algo extremamente difícil de acontecer,
mas que não é impossível (somente improvável). Além disso, não tem como foco a oralidade do Sujeito Surdo, mas é bom
lembrar que a oralidade é uma opção, desde que o surdo deseje desenvolver essa aptidão. O foco em desenvolver recursos
para fazer a leitura labial não é o objetivo principal do ensino da L2, embora, por meio do acompanhamento com um
fonoaudiólogo, essa habilidade possa ser desenvolvida.
3.
No que se refere a vivenciar experiências visuais, podemos dizer que, para o Sujeito Surdo, isso significa?
E.
Contar com recursos não somente visuais, mas que também estejam enraizados em uma cultura surda, como, por exemplo: teatro
surdo, webtv inteiramente em libras, etc.
O acesso ao recurso de Closed Caption não proporciona a experiência visual que o sujeito surdo almeja, pois trata-se de
um recurso que se baseia na Língua Portuguesa. O intérprete de Libras, na escola regular, apesar de utilizar a Libras como
meio de comunicação para com o Sujeito Surdo, não é um bom exemplo de vivência por meio da experiência visual, pois o
ensino na escola regular é todo em língua oral, o que diminui a experiência visual vivenciada pelo surdo. Quando um sujeito
surdo entra em um site qualquer, o recurso de acessibilidade ofertado (quando ele existe), geralmente, é um avatar que
sinaliza as informações que constam no site, o que não é aceito como uma experiência visual aceitável, visto que o
programa que dá vida ao avatar não se equipara à interpretação de um intérprete de libras. Por último, a legenda em
vídeos no Youtube, assim como o recurso de Closed Caption,não faz parte da cultura surda, mas, sim, da cultura ouvinte. O
mais adequado seria, por exemplo: teatro surdo, webtv inteiramente em libras, etc.
4.
Considerando a Libras como Língua Natural e o Português como segunda língua é possível dizer que:
D.
O Português como segunda língua é caracterizado como uma forma de aprendizado, enquanto a Libras, como primeira língua, é
considerada uma aquisição natural.
Somente a Libras é considerada uma aquisição de língua pelo Sujeito Surdo, visto que aquisição remete a adquirir
naturalmente, enquanto que aprendizado remete ao desenvolvimento não natural, isto é, geralmente, em sala de aula e
bem longe de seus pares ou nativos da língua que se está propondo a aprender. Embora a Libras tenha sido reconhecida
como meio de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira, ela não é uma língua oficial do Brasil, sendo o
Português a única língua oficial do país.
5.
Sobre o processo de aquisição e desenvolvimento de linguagem por crianças surdas, o que é possível afirmar?
B.
Crianças que são ensinadas desde cedo a se comunicar por meio de Língua de Sinais tendem a apresentar melhor desenvolvimento
socioemocional, assim como têm um vocabulário maior com dois anos de idade se comparadas às crianças monolíngues.
Tanto crianças surdas como crianças ouvintes (geralmente filhas de pais surdos) começam a fazer os primeiros sinais entre
o oitavo mês e o décimo primeiro mês de vida. O Bilinguismo proporciona memória superior ao sujeito se comparado a
outras pessoas monolíngues. As crianças choram e sempre irão chorar, independentemente de saberem se comunicar por
meio de sinais ou gestos. Contudo, ao aprenderem sinais, a frustração dos bebês pode diminuir, não sendo necessário mais
chorar para, por exemplo, conseguir alimento ou outra coisa. O processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem por
crianças surdas é completo quando a criança é apresentada à Língua de Sinais e passa por todos os estágios de aquisição
dessa Língua Natural, de preferência, dentro do tempo esperado.
Você acertou!
A.
Arbitrariedade, sinais icônicos, composição dos sinais, concordância dos sinais e semântica.
A concordância de gênero faz parte das propriedades gramaticais da Libras, no entanto não contempla sozinha todas as
formas de concordância. Observe que os sinais compostos se referem a um tipo de composição dos sinais da Libras. Nesse
sentido, eles são definidos pela sua composição em simples e compostos. Já os sinais polissêmicos fazem parte da
propriedade gramatical da Libras, mas sozinhos não são considerados um dos cinco elementos citados. Por fim, os sinais
tautológicos fazem parte da propriedade gramatical da Libras, mas não são considerados de forma isolada como um dos
cinco elementos citados.
2.
Especifique quantas configurações de mãos (CM) tem a Libras?
C.
Total de 61 CM.
O número certo de configurações de mãos varia de autor para autor. Contudo, a tabela mais conhecida por ter sido uma
das primeiras a ser mapeada e com grande abrangência de configurações é a de 61 CM. Existem outras tabelas que
apresentam mais de 80 configurações de mãos, porém, analisando mais detalhadamente, elas exibem as mesmas
configurações da tabela de 61 CM, mudando apenas a orientação da palma da mão, o que não chega a ser considerado
como outras configurações de mãos, pois só muda o ângulo de visão de uma configuração existente.
3.
Sabe-se que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa são muito diferentes uma da outra, cada qual com suas
particularidades e estruturas gramaticais. Sendo assim, uma das diferenças entre elas é que o português é um idioma de
modalidade oral-auditivo, e a Libras é um idioma de modalidade ______________.
E.
gesto-visual.
As Línguas de Sinais têm uma forte característica que é a visualidade. Nesse sentido, as Línguas de Sinais usam o espaço
para criar ou produzir sinais com estrutura gramatical própria, que, muitas vezes, são confundidos com mímicas ou gestos
soltos no ar, só que não! Ao usar os parâmetros linguísticos próprios, as Línguas de Sinais tornam-se algo totalmente
diferente de gestos no ar. Nesse contexto, sua modalidade é baseada no uso do espaço e da visualidade como forma de
comunicação e expressão.
4.
Os Classificadores em Línguas de Sinais são divididos em:
D.
descritivos, especificadores, plural, instrumental e de corpo.
Os parâmetros nas Línguas de Sinais são divididos em manuais e não manuais (Manuais = configuração de mãos,
localização, movimento e orientação das mãos. Não manuais = Expressões faciais e corporais, plural, intensidade, etc.).
Nessa questão, está sendo solicitada a divisão dos classificadores, e não dos parâmetros. Arbitrariedade e iconicidade são
características linguísticas entre o signo e o ícone ao qual ele se refere. Já a linearidade e sequencialidade são formas de
construir sintaticamente as frases, tanto em Línguas Orais como em Língua de Sinais, e não tipos de classificadores.
Embora a mímica seja parte integrante de um classificador na maioria dos casos, ela por si só não é um tipo de
classificador. O movimento é um parâmetro e não um tipo de classificador, assim como a datilologia é um recurso de
empréstimo linguístico e não um classificador.
Com base nos dois sinais expostos abaixo e quanto à função dos parâmetros em Línguas de Sinais, podemos afirmar que:
E.
Existe diferença na orientação da mão e na expressão facial utilizada.
A configuração de mão é um dos parâmetros que não é alterado, mas a orientação da configuração utilizada sim. Perceba
que temos dois parâmetros alterados comparando os dois sinais realizados.