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desse direito, pertence ao respetivo titular. Alguém retira vantagens de direitos que estavam
exclusivamente reservadas ao titular desses direitos.
Temos duas situações- uso do barco e o peixe obtido pelo uso do barco.
Pressupostos a analisar: Enriquecimento; Empobrecimento; Às custas de outro
1º Pressuposto: enriquecimento- teoria do conteúdo da destinação- ver o direito
infligido e vantagem contida nesta destinação – que foi o uso do barco- uso e
consumo são vantagens inscritas no domínio exclusivo do destinatário.
Enriquecimento pode ser visto de duas maneiras: - 1) termos reais,
individuais- isto é partindo da vantagem concreta que o enriquecido conseguiu
perceber; - 2) termos patrimoniais- medindo variação positiva da posição do enriquecido
de forma a detetar esse excedente que passou a existir no património do enriquecido e
não existia antes.
A Vantagem real é o uso do barco, enriquecimento em sentido real – ML
chama enriquecimento concreto e MC chama enriquecimento abstrato.
O que está em causa é o uso do barco – usamos enriquecimento abstrato. No
enriquecimento concreto/patrimonial – vale o património do Leopoldo depois e antes da
viagem não autorizada. O património em termos líquidos do Leopoldo não aumentou a
vantagem esgota-se no tempo- enriquece enquanto esta a ser transportado não se
concretiza no inventário patrimonial do Leopoldo, só aconteceria se disséssemos que
Leopoldo tinha ido noutro barco e pagar- tínhamos enriquecimento patrimonial-
poupança do bilhete. No patrimonial temos vantagens duradouras. Poupança de despesa
para ser real é necessário demonstrar que poupou.
Teoria do conteúdo da destinação surge como forma de oposição a essa
maneira de perspetivar enriquecimento- enriquecimento não está naquilo que poupou ou
aumento, está no facto do enriquecido ter tido vantagem que OJ não lhe atribuía.
Em regra, não é sempre assim, não é necessário perguntar o valor da despesa
poupada porque ESC não se interessa por isso. Até porque o valor da despesa poupada
pode ser uma mas vantagem considerada ser diferente- atendemos aquilo que
efetivamente foi a vantagem obtida pelo enriquecido. Há casos que temos em conta a
poupança de despesas- vamos excecionalmente ter em conta o enriquecimento
subjetivo- enriquecimento para pessoa e concreto – ex: 481- vamos ter em conta
enriquecimento subjetivo, também em casos de enriquecimento forçado.
Enriquecimento em sentido real era o uso do barco, em patrimonial valor do
peixe. Custo de bilhete para uso do barco era ex: 50- supor que valor comercial do peixe
era 30 – enriquecimento patrimonial de 80.
Enriquecimento patrimonial- o que poupou corresponde ao que teria no mercado
ter usado barco igual era de ex: 50 e preço do peixe é de 30. Em termos de
enriquecimento temos 80.
Outro pressuposto
PFM - DO - 2006-2007
causalidade mas antes nexo de imputação- perguntar se aquela vantagem ainda esta de
forma individual contida no âmbito da destinação protegida.
Propriedade do barco é para o proprietário pode dispor, transformas, destruir mas
não atribui ao proprietário nenhum direito universal a tudo aquilo que possa ser obtido
através do barco- evidente que para se conseguir obter aquele resultado foi necessário
não apenas dispêndio de tempo mas também emprego de determinadas qualidade e sorte
do enriquecido. E todos estes fatores, tempo, sorte, qualidade… que respeitam a
enriquecido e sobrepõe à vantagem de uso do barco.
Pressuposto às custas de outro não estava verificado o pressuposto quanto ao
peixe. Mesmo que não chegássemos agora a esta conclusão chegaríamos por outra via.
Outro pressuposto:
Falta de causa justificativa e título legitimador. No enriquecimento por
intervenção – tem de haver autorização do uso e do consumo de bem alheio e nesse caso
não se verificava. Todos os pressupostos relativamente à vantagem de uso do barco
Agora ver consequências- o que deve ser restituído
Temos um enriquecimento direto, mas também por intervenção, Teria como fim a
recuperação de um direito afetado pela aquisição do enriquecido.
Quanto aos 500 euros – responsabilidade civil 500 não colocam problema de ESC,
responsabilidade civil aquiliana quanto a utilização da propriedade alheia. Não há dolo, não
há intenção lesiva, há forma lesiva quanto ao uso do cavalo. Mesmo que haja apenas
negligencia haverá sempre RC porque há dano. Dano aqui cavalo magoada não é em si
mesmo só 500 euros.
Uso do cavalo – igual ao uso do barco – via do terceiro limite quer por via do
conteúdo da destinação – os 1000 que era o uso objetivo do animal teriam de ser prestados
ao dono. Prémio – mais discutível – relativamente à questão de saber se na deve ser
reconstituído todo o enriquecimento mesmo para alem do enriquecimento legal – discutível.
Duas questões – cavalo e perícia do cavaleiro. 479/1- Situações de intromissão consciente
tinha de restituir. Mas isso excederia – todo o premio reverter para dono do animal sem ter
em conta qualidades do enriquecido, autores defendem que restituição preço que pagou para
inscrever cavalo mas tabe compensação pelo trabalho e tempo dispêndio para
enriquecimento. Outro autores- ML – com base na teoria do conteúdo da destinação-
recusam que enriquecimento seja todo restituído- este lucro ainda que seja através de uso de
bem alheio na verdade não esta compreendido no conteúdo da destinação do bem, não
retirou premio que direito objetivo reservava ao dono do cavalo. Mas pressupostos às custas
de outrem. Há outras opções de resolução, abrir aqui pdf inês
m3, sendo certo que nessa estação não houve qualquer falta de água no abastecimento da
EPAL. Que valor lhe deve Valéria?
exterior alguém beneficia dessa sombra não é por isso que enriquece às custas do
proprietário. Levanta problema do conteúdo da destinação.
1
BGH, 14 de Julho de 1956, reproduzida na colectânea BGHZ 21, pp. 319-336, e em várias revistas jurídicas.