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Orientação Familiar. Profa. Me. Edna Zarino Jorge Alves.

A FAMÍLIA NA ESCOLA E A ESCOLA NA FAMÍLIA ––Léa Chuster -


Síntese
Psicopedagogia: um enfoque sistêmico. Terapia familiar nas dificuldades
de aprendizagem. Elizabeth Polity (org.) Editora Vetor.

• Ocorrem interferências recíprocas entre o sistema escolar e a


dinâmica familiar.
• Ambas as instituições são matrizes de formação. Há entre elas um
elo cuja ligação é o estudante.
• Tanto a família como a escola legitimam o sentido de
pertencimento, que significa partilhar normas, mitos e mandatos.
• Quando não ocorre o sentido de pertencimento, o processo de
escolaridade é marcado por sofrimento para o estudante pela
impossibilidade de ser aceito dentro dos seus limites e das
características pessoais que o diferenciam.
• O existir é constituído pelo pertencimento e diferenciação.
• È freqüente as dificuldades de aprendizagem simbolizarem
dificuldades familiares, que por motivos específicos de cada
sistema não são explicitadas de outra forma.
• Jean Claude Benoit em Angústia psicótica e sistema familiar
(1985, p.62) afirma que a Teoria Geral dos Sistemas: [...] não
aceita isolar o indivíduo do seu contexto social imediato,
particularmente daquelas pessoas às quais ele está ligado por
vínculos de sangue, de sexo ou de convivência habitual. A
realidade humana básica é o indivíduo e seu meio ambiente.
• A Teoria Sistêmica tem o objetivo de estudar os aspectos
relacionais que ocorrem nos espaços intra, inter e transgrupais.
• O conceito central desse estudo considera a idéia de circularidade
em oposição à idéia de causalidade linear.
• Todos os componentes de um sistema influenciam e são
influenciados pelos outros.
• Para Vera Calil em Terapia familiar e de casal (1987, p.75):
• “No modelo sistêmico, o doente ou o membro sintomático, é
apenas o representante circunstancial de alguma disfunção no
sistema familiar expressando padrões inadequados de interação
no interior da família ou em qualquer outro sistema.”
• De acordo com o princípio da globalidade, pressuposto básico da
teoria sistêmica, toda e qualquer parte de um sistema está
relacionada com as demais e qualquer mudança em uma das
partes provoca alteração nas outras e no sistema como um todo.
• Nesse contexto a dificuldade escolar surge com um sintoma, por
meio de um membro pertencente a um contexto familiar e
apresenta um sentido específico, havendo uma inter-relação entre
o sintoma e os outros componentes de um grupo familiar.
• O sintoma expresso por uma dificuldade de aprendizagem tem
valorações diferentes em cada grupo familiar, como o nível de
flexibilização e o contexto social em que a família esteja inserida
entre outros.
• A dificuldade de aprendizagem pode conduzir ao entendimento de
outras dificuldades relacionadas ao sistema familiar ou ao sistema
institucional escolar.
• Os sistemas familiares mais flexíveis, que proporcionam a seus
membros o sentimento de pertencimento e consideram as
necessidades e características individuais, propiciam de maneira
geral maiores recursos para o desenvolvimento do ser.
A FAMÍLIA NA ESCOLA
• Cada escola é uma instituição regida por uma dinâmica específica
que tem como meta colocar em prática os objetivos que se propõe
a alcançar, tem perfil próprio que a caracteriza e a diferencia.
• A escola representa sob o ponto de vista sistêmico, um complexo
de elementos em interação.
• A família para o sistema escolar é vista com um subsistema,
submetida a uma série de normas e regras, impostas pela escola
por meio do seu organograma e de sua hierarquia.
• A participação da família na escola é expressa tanto por meio do
filho e aluno, quanto pela presença nos grupos de pais.
• A escola é um local gerador de novas experiências relacionais
tanto para o estudante quanto para a família.
• O processo de aprendizagem é altamente beneficiado quando há
uma troca coerente e conjunta entre família e a escola.
A ESCOLA NA FAMÍLIA
• Os estudos nas áreas da história e da antropologia revelam que
a família sofreu mudanças em sua constituição, tanto no que se
refere à sua função, quanto nas formas de relacionamento entre
seus membros.
• Para se compreender a relação entre família e sociedade, é
necessário estudá-la dentro de um contexto e momento histórico
específico.
• A família moderna brasileira formou-se apoiada em um modelo
desigual, onde esteve presente uma dicotomia entre os papeis
públicos e privados, em que a mulher se encarregava do lar e dos
filhos e ao homem cabia o trabalho remunerado.
• Os processos de modernização, industrialização e urbanização da
sociedade brasileira abalaram a dicotomia entre o público e o
privado e as mulheres redefiniram sua posição na sociedade.
• Nessa rede de histórias, mitos e rituais, os membros das
famílias se uniram e se diferenciaram de outros grupos. A
presença da escola na família pode trazer atualização e
ressignificação dos mitos relacionados ao processo de construção
do conhecimento e da aprendizagem.
• O olhar sistêmico pode trazer uma importante contribuição à
prática psicopedagógica ao oferecer recursos para uma leitura da
criança ou adolescente inserido tanto no contexto familiar quanto
no contexto escolar, visto que o aluno é parte integrante desses
dois sistemas
• É necessário que exista uma relação estreita entre a família e a
escola no desempenho de tarefas comuns de desenvolvimento da
criança ou adolescente. Nota-se, porém muitas vezes essa relação
comprometida pelas linhas de tensão diante das dificuldades de
aprendizagem.
• O psicopedagogo, por exemplo, foca seu trabalho no estudante e
transita pelos diferentes sistemas aos quais a criança ou o
adolescente pertence, com finalidades profiláticas ou de
intervenções em situações em que as dificuldades já se encontram
cristalizadas.

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