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Estudo de caso:

Um homem de 42 anos, médico, procurou o atendimento nutricional para perder peso e tratar uma enxaqueca
grave que apresentava frequentemente.

Fatores antecedentes:
Nasceu de parto normal, foi amamentado por 6 meses. Foi uma criança saudável. Aos 22 anos ingressou na
faculdade de medicina (após 3 tentativas). Começou a ganhar peso na época do vestibular, aumentando
significativamente após a faculdade.

História atual:
Nunca seguiu um planejamento dietético, mas já sente os efeitos deletérios da má alimentação. Relata ser um
comedor emocional e não tem hora para se alimentar. Dorme muito mal, apenas 4h/dia (de 1h às 5h da manhã).
Dá plantões aos finais de semana. Evacuações a cada 4 dias, fezes tipo 2 da escala de Bristol, com muitos
gases/flatulência, dor epigástrica, pirose, náuseas, distensão abdominal, muito esquecimento, crises de
ansiedade, tristeza profunda e cansaço excessivo.
Mitocôndrias, vitalidade e nutrição:

Aptidão para a vida.

Força vital, energia, entusiasmo.

Grande capacidade de trabalho.


Produção de energia:
o s p ara
átic
as e n z im
L IP para
s s istem – PTN –
rin c ipai de CHO TP
Depende de nutrientes específicos
P ç ã o u z ir A Vitaminas Complexo B
oxida prod

Disfunção mitocondrial é caracterizada pela perda da


eficiência na CTE – redução de energia (ATP)
Nutrição mitocondrial:
B1 (Tiamina) – 1,2mg/dia – Extrato de levedura (23,38mg)

B2 (Riboflavina – 1,3mg/dia – fígado de frango (1,99mg)

B3 (Niacina) – 16mg/dia – Peixe atum (18,48mg)

B5 (Ác. Pantotênico ) – 5mg/dia – Shitake (21,88mg)

B7 (Tiamina) – 30mcg/dia – Gema cozida (27,20mcg)

B12 (cobalamina) – 2,4mcg/dia – Peixe sardinha (8,94mcg)


Você é aquilo que come ... será?
Muito esquecimento e cansaço excessivo

A microbiota intestinal desequilibrada pode levar a um baixo nível de vitaminas do complexo B

Nutrientes sintetizados pela microbiota

Vitamina K Biotina Cobalamina Folato Ácido nicotínico

Riboflavina Piridoxina Ácido pantotênico

Tiamina
Efeito do Uso de IBP nas Vitaminas e Ferro

Ferro e B12

muito esquecimento
Caso clínico: com muitos gases/flatulência, dor epigástrica, pirose, náuseas, distensão abdominal

Dispepsia:
Dispepsia funcional também é conhecida com má digestão ou indigestão.
Este rótulo de diagnóstico funcional tem sido aplicado quando não há
nenhuma anormalidade estrutural ou bioquímica óbvia

Sintomas:
Dor abdominal/epigástrica
Pirose
Flatulência
Distensão abdominal
Principais causas:

Supercrescimento bacteriano no intestino delgado e intolerância a carboidratos


Low fodmaps

Microbiota Alterada
Modulação intestinal

Motilidade gastrointestinal anormal


Intervenção médica
11 indivíduos com dispepsia funcional foram randomizados de maneira duplo-cega:

Grupo 1: Cápsulas contendo 1.2g de extrato seco de gengibre

Grupo 2: Placebo

Receberam 500 ml de sopa nutritiva (frango com milho)

Melhorou tempo de esvaziamento gástrico – grupo gengibre


Evacuações a cada 4 dias, fezes tipo 2 da escala Bristol
Constipação:
Características:
Movimentos intestinais infrequentes;
Funcionamento menor que 3x por semana, por 3 dos últimos 12 meses;
Fezes endurecidas;
Sensação de evacuação incompleta;
Desconforto abdominal;
Inchaço e distensão abdominal;
Esforço excessivo;
Sensação de bloqueio anorretal;
Manobras manuais/digitais
Constipação intestinal e suas causas:
Constipação

Constipação Primária Constipação Secundária


Metabólica
Síndrome do • Hipercalcemia
Intestino Irritável Desordens • Hipotireoidismo (T3 e T4)
Constipação funcionais da Medicações
defecação • Opiáceos (dor - morfina)
predominante • Bloqueadores do canal de cálcio (pressão - Amlodipina)
Trânsito intestinal • Antipsicóticos (risperidona)
lento Defecação Desordens neurológicas
• Doença de Parkinson
dissinérgica
(coordenação • Lesão da Medula Espinhal
deficiente de • Diabetes Melitus
músculos) Distúrbios Colônicos Primários
Miopatia Neuropatia • Constrição
• Câncer
• Fissura anal
• Proctite (inflamação na mucosa retal)
Comumente, os pacientes são orientados:

A aumentar a ingestão de líquidos;

O exercício é recomendado para constipação crônica (por meio da modulação de mecanismos


antiinflamatórios e antioxidantes);

Suplementar a dieta com fibras para aumentar o volume das fezes e estimular o peristaltismo:

Os pacientes devem ser recomendados para começar a adicionar uma dose baixa de 3–4 g por dia e
aumentar gradualmente conforme tolerado até uma dosagem de 20–30g/dia no total, pois as
propriedades fermentáveis dentro da fibra podem agravar a dor abdominal e o inchaço, quando
associados a constipação.
Uma boa relação profissional/paciente é a base do gerenciamento bem-sucedido da constipação crônica.

O profissional deve ouvir ativamente para identificar as preocupações do paciente e sua compreensão do
distúrbio.

É importante estabelecer metas realistas e envolver o paciente nas decisões de tratamento, em vez de emitir
diretrizes.

Esta abordagem melhora a satisfação do paciente, a conformidade com a terapia descrita e reduz os
questionamentos e visitas subsequentes.

A terapia inicial inclui um estilo de vida básico e modificações na dieta, que podem ser suficientes para aliviar
os sintomas da constipação crônica.
Fibras dietéticas:
25 – 30g de fibras

Bolo fecal

Trânsito intestinal Permeabilidade intestinal

Diversidade bacteriana Inflamação


Fibras na constipação:
Uma revisão sistemática e meta-análise de sete ensaios controlados com placebo,
envolvendo um total de 499 pacientes, mostrou que a fibra solúvel (casca de psyllium)
foi benéfica no manejo da constipação.

A mucilagem dessa planta resulta em um aumento dos


movimentos peristálticos do intestino e da umidade fecal, o que
melhora a frequência e o volume da defecação

Recomendação: 5g de psyllium

Ford AC, Moayyedi P, Lacy BE, et al. American College of Gastroenterology monograph on the management of
irritable bowel syndrome and chronic idiopathic constipation. Am J Gastroenterol 2014;109:Suppl 1:S2-S26.
Diferentes protocolos para modulação da microbiota intestinal
Programa 6 Rs
The Institute for functional Medicine
1.Remover:
Alimentos de alta carga glicêmica;
Excesso de gordura saturada;
Excesso de sal;
Alimentos potencialmente alergênicos (soja/ amendoim/ trigo/ leite/ cítricos – avaliar individualmente);
Alimentos altamente fermentáveis – FODMAPS;
Alimentos industrializados

Pesticidas:
Disruptores endócrinos
Alteram a permeabilidade intestinal
Alteram a microbiota intestinal
Aumentam estresse oxidativo
Melhorar meia vida de prateleira
Adoçantes artificiais +
Emulsificantes
Emulsificantes

TEXTURA podem alterar a microbiota


resultando em inflamação
Promovem SIBO e facilitam a translocação de bactérias
2.Reparar:
Dieta não irritativa (retirar alérgenos – alimentos pró-inflamatórios como industrializados, açúcares, gordura
trans e excesso de sal)
3.Recolocar:
Enzimas digestivas:

Proteolíticas: pepsina, tripsina, protease


Lipolíticas: lipase
Amilase, lactase
Pancreatina(pool de enzimas pancreáticas totais –amilase, protease, lipase)
Betaína
Condimentos: chá de hortelã, gengibre, alecrim
Alimentos: mamão (papaína) e abacaxi (bromelina)
4.Reinocular:
Probióticos

Prebióticos

Paraprobióticos
5.Reequilibrar
:

“… integração da meditação no tratamento convencional visando bem estar do paciente…”

Respirar e Agradecer
6.Reavaliar:
“A preparação é a chave para o sucesso e a vitória. Quanto mais você suar
em tempos de paz, menos sangrará na Guerra” General Patton

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