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Introdução
1.2 Objectivos
1.2.1 Objetivos Gerais
Analisar o regime Jurídico dos direitos coletivos da função pública
Moçambicano.
Segundo o Prof. Jorge Miranda, tal como nos direitos de liberdade se recorta uma
dimensão positiva, também nos direitos sociais se encontra, pois, uma dimensão
negativa. As prestações que lhe correspondem não podem ser impostas às pessoas
contra a sua vontade, salvo quando envolvam deveres e, mesmo aqui, com certos
limites. Protecção e restrições aos direitos fundamentais Em matéria de protecção dos
direitos fundamentais, vigora o princípio de que os princípios constitucionais
respeitantes aos direitos, liberdades e garantias são directamente aplicáveis e vinculam
entidades públicas e privadas. Nesta perspectiva, os direitos fundamentais, entendidos
como princípios, produzem os seus efeitos em toda a ordem jurídica de tal sorte que
Cristina Queiroz atribui-lhes a característica de eficácia expansiva ou, simplesmente,
“vis expansiva”. Esta eficácia expansiva é, por via de regra, característica dos direitos,
liberdade e garantias mas será que se passa o mesmo em relação aos direitos sociais?
Vinculação dos Poderes Públicos aos Direitos Fundamentais (sociais) .
A partir da CRM, o legislador constituinte fixou a força jurídica dos preceitos relativos
aos direitos, liberdades e garantias individuais, determinando que o próprio legislador
encontrase vinculado, para além do dever de actuar no sentido da concretização dos
direitos fundamentais, à proibição de editar normas que atentem contra o sentido e
finalidade das normas consagradoras de direitos fundamentais. Os direitos fundamentais
são, nos termos do artigo 56 da CRM, de aplicação imediata e vinculam quer ao Estado
quer aos particulares. Assim, na lição, o efeito vinculativo dos direitos fundamentais
alcança não apenas as pessoas jurídicas de direito público, mas outrossim as pessoas
jurídicas de direito privado. Os direito fundamentais reputam-se às normas preceptivas e
de aplicação imediata. Decorre daqui que todos os poderes públicos estão proibidos de
ingerência não legalmente autorizadas na esfera dos direitos fundamentais dos cidadãos,
salvas as situações tipificadas na lei.
Artigo 4
(princípio da legalidade)
1. A Administração Pública deve actuar em obediência à lei e ao direito, dentro dos
limites e fins dos poderes que lhe estejam atribuídos por lei.
2. Os poderes da Administração Pública não devem ser usados para a prossecução de
fins diferentes dos atribuídos por lei.
3. Os actos administrativos praticados em estado de necessidade, sem observância das
regras estabelecidas pela presente Lei, são válidos, desde que os seus resultados não
pudessem ter sido alcançados de outro modo.
4. Nos casos referidos no número anterior, os lesados têm direito a ser indemnizados
nos termos gerais da responsabilidade da Administração Pública.
5. O estado de necessidade é verificado no momento da decisão de se sacrificar um
direito ou interesse protegido por lei a fim de prevenir o perigo de lesar um direito ou
interesse superior.
Artigo 5
(Princípio da prossecução do interesse público)
A Administração Pública prossegue o interesse público, sem prejuízo dos direitos e
interesses dos administrados protegidos por lei.
Artigo 6
(Princípio da igualdade e da proporcionalidade)
1. Nas suas relações com os particulares, a Administração Pública não deve privilegiar,
beneficiar, prejudicar, privar de qualquer direito ou isentar de qualquer dever jurídico o
administrado por motivo de ascendência, sexo, cor, raça, origem étnica, lugar de
nascimento, estado civil, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução,
situação económica ou condição social.
2. As decisões da Administração Pública em desrespeito a direitos subjectivos ou
interesses legítimos dos particulares só podem afectar essas posições em termos
adequados e proporcionais aos objectivos a realizar.
3. A proporcionalidade implica que, de entre as medidas convenientes para a
prossecução de qualquer fim legal, os agentes da Administração Pública devem adoptar
as que acarretem consequências menos graves para a esfera jurídica do administrado.
Artigo 7
(Princípio da justiça e da imparcialidade)
1. No exercício da sua actividade, a Administração Pública deve tratar de forma justa
e imparcial todos os que com ela entrem em relações jurídicas administrativas.
Artigo 11
Sector público
1. Constituem o sector público da imprensa a radiodifusão nacional, a televisão
nacional, a agência noticiosa nacional e as demais empresas e instituições criadas para
servir o interesse público neste domínio.
2. Os órgãos de informação do sector público têm como função principal:
a) Promover o acesso dos cidadãos à informação em todo o país;
b) Garantir uma cobertura noticiosa imparcial, objectiva e equilibrada;
c) Reflectir a diversidade de ideias e correntes de opinião de modo equilibrado;
d) Desenvolver a utilização das línguas nacionais.
2.3.8 Sindicatos
Função essencial dos sindicatos Situados num plano geral, adentro dos nossos tempos e
das nossas formas de vida, isto é, adentro do nosso mundo, a necessidade dos sindicatos
não é um problema, mas uma convicção adquirida. E poderá acrescentar-se que, por ser
pacífica, nem sequer reclama fundamentações de monta. De resto, e em última análise,
bastar-nos-ia o acolhimento que encontra nas constituições políticas para que, pelo
menos postas as coisas em certos termos, a questão nos não apareça como problema em
si, mas, isso sim, como ideia assente a compreender e aplicar2 . Deste modo, dispensar-
nos-emos, sem mais, de quaisquer desenvolvimentos apologéticos3 , para nos fixarmos,
desde já, perante uma pergunta que parece vir muito naturalmente.
O sindicato visa, por definição, a defesa dos interesses da categoria profissional (OU
dos trabalhadores inscritos) que representa. É este o fundamental sentido que assume
em sistema de livre-empresa, o seu escopo originário e essencial. Podem discutir-se as
formas da sua organização e enquadramento (no sistema jurídico-social), bem como o
sinal que deva marcar a sua atitude (adentro ou perante o referido sistema); mas não
pode nunca apagar-se aquela sua essencial razão de ser sem com isso o desnaturar. Um
sindicato que de facto não representa nem defende os interesses que de direito lhe
compete representar e defender não é, de facto, um sindicato; ou é um sindicato
desnaturado. Daqui, uma primeira afirmação poderá tirar-se, com carácter de princípio:
os sindicatos devem, em qualquer caso, representar e defender efectivo/mente os
interesses profissionais correspondentes; nisto reside a base da sua autenticidade
funcional.
Compreensão da função sindical Nos termos essenciais em que foi enunciada, a função
sindical poderia ser entendida num sentido estreito, mais ou menos limitada a operar um
equilíbrio nas relações contratuais de trabalho, pela compensação da inferioridade
contratual do trabalhador isolado perante o patrão. Transpondo-se o debate do plano
inter- -individual para o plano colectivo, obter-se-ia um equilíbrio de forças, necessário
para evitar a injustiça da chamada «ditadura 4 Parecem desnecessários quaisquer
desenvolvimentos justificativos, a este propósito. Note-se que a ideia fulcral em causa
está obviamente consagrada na lei.
Mas não assim nara os sindicatos, onde o paralelo com os diplomas respeitantes aos
grémios denuncia uma maior ênfase na afirmação do princípio da subordinação dos
interesses profissionais aos interesse.
Acção sindical interna. Sindicatos e trabalhadores Que a acção sindical se não deve
limitar a ser uma actividade exclusivamente para o exterior é, bem vistas as coisas, uma
afirmação por demais evidente. Contudo, não será inútil salientar alguns pontos, nem
sempre tidos na devida consideração. Antes de mais, pensamos que, nesta matéria,
convém ter presentes duas ideias básicas. A primeira diz-nos que os interesses dos
trabalhadores não consistem tão-somente na conquista de vantagens à custa de terceiros;
mas referem-se também a certos bens (e não despiciendos) que, pelo menos em
determinada medida, podem e devem ser conseguidos pelos próprios trabalhadores e à
sua própria custa, através de uma coordenação de esforços no seio das organizações
sindicais. A segunda ideia é que, sendo os sindicatos, antes de tudo, associações de
trabalhadores (e não organizações mais ou menos burocráticas de administração dos
seus interesses), deverão eles constituir-se e funcionar correctamente como tais; ou seja,
como verdadeiras associações, onde circulem as iniciativas e contribuições de todos os
associados, numa co-laboração constante e cada vez mais intensa, que constitua,
simultaneamente, o húmus da vida sindical e a forma de inserção e participação dos
trabalhadores.
Sindicatos e poderes públicos Foi dito que os sindicatos têm também uma acção a
realizar perante os poderes públicos; resta enunciar os tópicos (não iremos além disso)
que poderão diax-nos um esquema dessa acção sindical. Antes de tudo, porém, será bom
salientar o fundamento desta direcção da acção sindicai: ela baseia-se em que compete
aos sindicatos a tutela dos interesses dos trabalhadoras (inclusos: osi interesses da
própria organização sindical enquanto organização representativa dos interesses dos
trabalhadores) adentro do sistema socio-politico-económico; e portanto perante todas as
actuações, de forças privadas ou de forças públicas, que possam afectar de algum modo
os referidos interesses. É esta ideia que está consagrada, como vimos, no é ainda a
mesma ideia em que assenta a própria razão de ser da organização sindical. Posto isto,
consideremos, então, os aludidos tópicos. Em primeiro lugar, poderemos dizer que
compete aois sindicatos uma acção de defesa da organização sindical. E em que medida
esta acção se dirige aos poderes públicos.
Sindicatos, entidades patronais e poderes públicos Sem prejuízo do plano das relações
(bilaterais) referidas: sindicatos-entidades patronais e sindicatos-poderes públicos, há
lugar para considerarmos um outro sector de relações (trilaterais) : entre osi sindicatos,
as entidades patronais e os poderes; públicos. Esta distinção parece-nos conceitualmente
necessária; e é portadora de vantagens para uma visão arrumada da acçãoi sindical.
Contudo, não postula uma linha de separação nítida e rigorosa entre as matérias que
podem ser tomadas em cada uma daquelas direcções de aoção sindical. Não é tanto o
lado material dasi coisas que está aqui em causa,, como, muito decisivamente, o aspecto
funcional. E este oferece uma certa margem de relativisma Uma ideia (a que tem vindo
a ser atribuída uma importância crescente) domina o âmbito das relações sindicato-
entidadesi patronais-Esftado: a ideia de colaborarão. O domínio de aplicação que lhe é
assinalado costuma ser dividido em três níveis: nível do ramo de actividade económica,
nível regional e nível nacional.
Trata-se, fundamentalmente, de uma participação das organízações sindicais (quer de
trabalhadores, quer de patrões) na resolução dos problemas económicos e sociais que se
põem aos níveis referidos. O desenvolvimento das várias questões susceptíveis; de
serem estudadas e resolvidas em conjunto (Estado-organizações sindicais interessadas)
tem merecido grande atenção; mas está manifestamente fora da economia deste artigo.
Porém, justifica-se uma palavra para salientar a importância deste «mecanismo» de
acção sindical, que permite uma participação dos sindicatos na elaboração e execução
das políticas de desenvolvimento sodo-económico, creditando-se com vantagens de
ordem institucional, para além da eficácia que traga à prossecução dos interesses
profissionais. As referidas vantagens advêm, sobretudo, pelo facto da inserção
institucional dos sindicatos no sistema socio-politico. É sabido que determinadas
correntes doutrinais advogam expressamente uma relevância publicística dos sindicatos,
de que decorrem, para estes, certas funções de interesse público — como sucede no caso
do sistema português21 . Porém, aquela inserção não tem que traduzir-se
necessariamente por uma publicização jurídica dos sindicatos (que oferece, como se
sabe, sérios inconvenientes). E acima de tudo, o que importa é a sua autenticidade
sociológica. Neste ponto residirá a verdadeira eficácia da participação dos sindicatos na
vida político-social—como é acentuado pelos estudiosos adeptos de uma chamada
democracia económica. Porque só quando promovidos e integrado® de facto é que os
sindicatos estarão actuando em sistema, em vez de se lhes deixar apenas lugar para
actuarem no sistemm e, no limite, contra o sistema. Evidentemente que é escusado
assinalar que é precisamente aqui que se insere a magna queâtão da participação dos
sindicatos no estudo, programação e execução dos planos, ãe crescimento económico.
Um ponto que, dada a inspiração deste artigo, merecia que lhe dedicáasemos um certo
desenvolvimento. Porém, o facto é que se trata de uma projecção da acção sindical
porventura a mais elevada e ampla — e que, por isso, só terá verdadeira actualidade
suposto um certo desenvolvimento dà organização sindical. Ora nós situamos a direcção
do nosso artigo em referência a eOementos e questões mais elementares. Por outro lado,
ainda, trata-se de uma questão que coenvolve uma vasta e especial problemática de
princípios, políticas e técnicas do planeamento.
3.Conclusão
O regime jurídico dos direitos colectivos na função publica é muito diverso e complexo
em qualquer abordagem sobre o mesmo ,carece de maior especificação para que não
crie confusão sobre quais deve ser as abordagens e serem trazidas.
Pouco pode se aprofundar este tema devido a sua complexibilidade e não especificação ,
mesmo que seja no contexto publico deve se ter em consideração em exacto do se
pretende abordar .
4.Referência bibliográfica
Constituição da republica de Moçambique
Lei n.º 14/2011: Regula a formação da vontade da Administração Pública, estabelece as
normas de defesa dos direitos e interesses dos particulares, e revoga a reforma
Administrativa Ultramarina (RAU) e o Decreto-Lei n.º 23229, de 15 de Novembro de
1933.
Lei n.º 15/2011: Estabelece as normas orientadoras do processo de contratação,
implementação e monitoria de empreendimentos de parcerias público-privadas, de
projectos de grande dimensão e de concessões empresariais, e revoga algumas
disposições da Lei de Electricidade (Lei n.º 21/97, de 1 de Outubro).
Lei n.º 16/2011: Estabelece a base jurídica para a prossecução, defesa e protecção dos
direitos e deveres do veterano da Luta de Libertação Nacional e do Combatente da
Defesa da Soberania e da Democracia, e revoga a Lei n.º 3/2002, de 17 de Janeiro.
Lei n.º 17/2011: Rege os casos e termos da efectivação da extradição. Banco de
Moçambique: Aviso n.º 4/GBM/2011: Atinente às fontes de alimentação das contas em
moeda estrangeira tituladas por pessoas colectivas.