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Speaker 1
O Coelho está pronto para comer. Se eu pedi que você faça um desenho para mim
baseado nessa frase, o que você desenharia? Você tem ao menos duas opções. Um
coelho sentado à mesa preparado para receber sua comida ou um coelho cozido servido
como refeição. Quando você ouve a frase e tem que desenhá la, seu cérebro precisa
identificar o sentido dessas palavras no contexto da frase.

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Speaker 1
De acordo com os conhecimentos que você já tem da cultura e da língua em que ela
foi dita e fazer a correspondência desse sentido com imagens que ele também já
conhece ou consegue imaginar um coelho cozido ou um coelho quase um ano sentado à
mesa. Aí você escolhe e desenha. Se você já usou uma inteligência artificial para
criar imagens com base em um comando de texto como Medjani dá lhe dois ou o
aplicativo Violência?

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Speaker 1
É esse processo que elas tentam simular. É em questão de segundos. Elas estão
produzindo resultados cada vez mais parecidos com o que um ser humano faria. Mas
como as inteligências artificiais chegam nesses resultados? Para começar, pense no
que você vê quando olha para uma imagem no computador. Se você der bastante zoom
nessa imagem, vai ver milhares de quadradinhos como se ela estivesse decomposta em
muitos pedaços.

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Speaker 1
Esse pedaços são o que chamamos de pixels. É mais ou menos assim que um algoritmo
entende uma imagem em pedaços que são cores vermelho, verde, azul. Aqui é preciso
dizer que eu vou simplificar bastante algo que envolve matemática aplicada,
avançada, o processo que chamamos de aprendizado de máquina. Para usar algoritmos
de aprendizado de máquinas, cada pixel é um número que corresponde a uma espécie de
coordenadas, uma posição no espaço imaginário.

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Speaker 1
Esses algoritmos codificam qualquer coisa dessa forma, inclusive textos.
Continuando com o exemplo do coelho. Quando você escreve uma frase em um desses
programas, é como se ele transformasse essa frase em uma sequência numérica que ele
mesmo inventou. Encontrasse o equivalente dela em outra sequência numérica que
representa uma imagem e decodificar seu resultado em uma forma que nós possamos
reconhecer uma ilustração ou foto.

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Speaker 1
Só que é ainda mais complicado que esse tipo de inteligência artificial. Funciona
como uma rede complexa de neurônios que é treinada com base de dados de bilhões de
imagens retiradas da internet acompanhadas de textos descritivos. Em seu processo
de aprendizado. Essa rede que é feita de funções matemáticas complexas, mapeia cada
pedaço dessas imagens e desses textos, estabelecendo relações entre eles.

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Speaker 1
Essas relações permitem que o algoritmo saiba, por exemplo, que a palavra coelho
corresponde à imagem de um coelho. Só que programas como o Medjani, estábulo de
filme que é usado pelo Lenka ou Dale dois, não guardam todas as imagens de coelho
com as quais eles foram treinados. Assim como o nosso cérebro não é apenas um
grande arquivo de todas as fotos e ilustrações de Coelho que nós já vimos na vida e
tem outras formas de memorizar o que alguns deles fazem é praticar milhares de
vezes um processo equivalente a baixar muito a qualidade dessas imagens e, em
seguida, prever como reconstruí las corretamente em alta qualidade, como se você
retirasse a antena da sua TV

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Speaker 1
e a partir daquela tela cheia de ruído e state, caso adivinhasse e refizesse a
imagem em alta definição pixel por pixel. Outros programas, enquanto o mapeiam e
analisam os pedaços das imagens, guardam uma espécie de essência do coelho. Isso
permite que eles usem menos memória e funcionem mais rápido. Para fazer isso, eles
determinam o que se chama de características latentes, ou seja, as coordenadas que
permitiriam construir a imagem de um coelho ou de qualquer outra coisa.

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Speaker 1
Essas características latentes não são visíveis, ou seja, vão além das coisas que
podemos observar. Não é algo facilmente mensurável como têm orelhas pontudas e
peludo como cenoura. Não é uma lebre. É aí também que está o grande salto desses
algoritmos e a parte mais difícil de explicar até para quem os criou. As pessoas
que programaram essas inteligências artificiais decidiram que fórmulas matemáticas,
dicas elas usariam para aprender e com que bases de dados elas seriam treinadas.

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Speaker 1
Mas elas não sabem exatamente qual será o aprendizado final. Em outras palavras,
não dá para saber o que o algoritmo determinou matematicamente, que é a essência do
coelho ou quais são os pixels que, ordenadas de certa maneira, formam a imagem de
um coelho pronto para comer. O que sabemos é que os algoritmos aprendem conceitos
que refletem os vieses e preconceitos da nossa sociedade que estão presentes nas
bases de dados com as quais eles são treinados.

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Speaker 1
É o que explica Mike Roc, pesquisador de inteligência artificial do King's College,
em Londres.

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Speaker 2
Sem o foco, eles veem isso War Machine, Wanted Search Time Problemas, itens,
vaidade e idealização de nenhum item ingressarem nas redes Object Web e Design
Pieces. O problema é que a equipe vai nem quem sabe, pelo menos.

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Speaker 1
Em pouco mais de um ano e meio. Passamos de inteligências artificiais que produziam
imagens de baixa qualidade a programas que fazem vídeos curtos com animações e
imagens em 3D a partir de comandos de texto. Essa evolução tão rápida significa que
a tecnologia poderia dar superpoderes para profissionais em indústrias muito
diversas. Imagine, por exemplo, uma arquiteta criando um edifício com materiais
ainda nem inventados ou cientistas conseguindo o desenho de uma proteína que não
temos no nosso corpo para sintetizar em laboratório e criar um medicamento novo.

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Speaker 1
Algo que, aliás, eles já estão tentando. Mas em pouco tempo fomos de modelos
fechados, usados por poucas pessoas aos abertos, que passaram do milhão de usuários
nos primeiros três meses. E tudo isso vem, é claro, com seus problemas. Por
exemplo, um comando de texto com o conceito de mulher bonita ou com etnias
específicas, como mulher asiática, costumam gerar mais imagens de nudez por causa
da prevalência da pornografia na internet.

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Speaker 1
Da mesma forma, pessoas não brancas têm reclamado da dificuldade das guias de criar
imagens com as suas características. E nas indústrias criativas que estão sentindo
o impacto imediato. Já começaram os protestos? Muitos artistas reclamam de que,
quando seu trabalho e seu estilo é usado para treinar inteligências artificiais e
gerar imagens, isso equivale a robôs. Algumas agências de imagens já prometeram
compensá los financeiramente, mas muitas obras já foram usadas sem consentimento.

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Speaker 1
E é um problema ainda mais sério. A desinformação e o discurso de ódio. Seria
possível criar fotos e vídeos falsos para fins políticos, campanhas de assédio ou
bullying? Alguns dos programas estão tentando evitar o mal uso da YA colocando
filtros, mas outros deixam o controle para os usuários, o que não tem funcionado
muito bem. Esse debate nos leva a uma visão assustadora do futuro próximo.

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Speaker 1
Se a inteligência artificial já pode criar imagens tão boas, tão rápido, como
saberemos se o registro foi realmente feito por alguém com uma câmera na mão na
vida real? Para Mike Cook, pesquisador de inteligência artificial, ainda dá para
ser otimista, mesmo que pareça difícil.

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Speaker 2
Terra Pensamentos têm raízes iminentes e, por causa disso, leis estão me vem Weiwei
se cansando. O próximo grande em 100 anos, vai se inspirar nas ruas que fazem a
hora diz. O fast win win win, ainda sem King, entende de Walk City e, de vez em
dias, consegue obter destaque. Anote aí um filme com foco em Man Richard, antes de
formar uma central de merchandising.

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Speaker 1
Mostra que o certo aqui estamos em meio a uma revolução tecnológica que está
começando na indústria criativa, mas se espalhará para muitas outras e como todas
as evoluções tecnológicas, está em nossas mãos, vai causar muitos conflitos e
provavelmente algumas perdas, mas se soubermos conduzi la, promete abrir também a
porta para um futuro que até pouco tempo atrás só podíamos imaginar para assistir a
mais vídeos como esse.

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Speaker 1
É só conferir o nosso canal no YouTube, em nossas redes sociais Instagram de
estoque, Twitter e Facebook e nosso site, o BBC BRASIL.com. Obrigada e até a
próxima Chateau.

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