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a LEI COMPLEMENTAR N°“! 3 /2008, de 09 de abril de 2008. Dispée sobre 0 Cédigo Ambiental do Municipio de Novo Triunfo e da outras providéncias. O PREFEITO DO MUNICIPIO DE NOVO TRIUNFO, ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribui- ‘ges legais: “<< Fago saber que a Camara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: Art. 1° - Fica por esta Lei Complementar, instituido 0 Cédigo Ambiental do Municfpio de Novo Tri unfo, 0 qual dispde sobre a Politica de Protegao Ambiental. CAPITULO! DA POLITICA MUNICIPAL DE PROTECAO AMBIENTAL, Segio I Dos Principios Fundamentais Agt. 2° ~ A politica de protegtio ambiental do Municipio tem por objetivo, respeitadas as competéncias da Unido e do Estado, manter 0 equilibrio ecolégico do meio ambiente, considerado bem de uso co- mum da populag&o e essencial a sadia qualidade de vida, cabendo ao Poder Piblico ¢ & coletividade a sua preservagiio, uso racional, recuperagao € conservagio. Art. 3°- A politica do meio ambiente no Municipio sera norteada pelos seguintes principios: 1 - multidisciplinariedade no trato das questdes ambientais; IL- participagio comunitaria na defesa do meio ambiente. TI- integragdo com as demais politicas e ages de governo em niveis nacional, estadual, regional e setorial; IV - promogao do equilibrio ecol6gico; V - racionalizagio do uso dos recursos naturais; VI - controle e zoneamento das atividades, potencial ou efetivamente poluidoras; VIII - protecdo dos ecossistemas, com preservagao € manutengio de dreas e espécies representati- vas; VIII - educagio ambiental a todos os niveis de ensino, incluindo a educagao da comunidade; IX - incentivo a pesquisa ¢ ao estudo cientifico e tecnolégico, direcionados para 0 uso e a prote- ‘¢40 dos recursos ambientais; X - prevaléncia do interesse piiblico; XI- reparagao do dano ambiental. 5 Segio I / A Do Interesse Local ‘Art, 4° - Para 0 cumprimento do disposto no artigo 30 da Constituigao ijllme meio ambiente, considerar-se-4 como interesse local: 1-0 incentivo a adogao de habitos, costumes, posturas ¢ préticas sociais e econémicas nio pre- judiciais 20 meio ambiente: TI - a adequagio das atividades e agdes econdmicas, sociais e urbanas do Poder Piblico &s impo- sigdes do equilibrio ambiental e dos ecossistemas naturais; Tl - a adogo, no proceso de planejamento do Municipio, de normas relativas a0 desenvolvi- mento urbano ¢ rural integrado que levem em conta a protegZo ambiental e a utiliza¢ao adequada do espago territorial e dos recursos hidricos e minerais, mediante criteriosa definig#o de uso e ocupagao do solo; IV - a diminuigdo, através de controle, dos niveis de poluigtio atmosférica, hidrica, sonora e visu- al, mantendo-os dentro dos padrées técnicos estabelecidos pelas normas vigentes; V - a criago de parques, reservas ¢ estagdes ecologicas, areas de protegiio ambiental ¢ de rele- vante interesse ecoldgico ¢ turistico, dentre outros; ‘VI - a utilizagao do poder de fiscalizagao na defesa da flora e da fauna no Municipio; VII - a preservagio, conservagio e recuperagdo do solo, dos rios, das areas de preservagao per -manente e das florestas nas bacias hidrograficas; VIII - a garantia de crescentes niveis de sade ambiental da coletividade ¢ dos individuos, atra- vés de provimento de infra-estrutura sanitéria e de condigdes de salubridade das edificagdes, vias € logradouros piblicos: 1X ~a protecio do patriménio artistico, historico, estético, arqueolégico, paleontolégico ¢ paisa- gistico do Municipio; X - 9 monitoramento das atividades utilizadoras de tecnologia nuclear, em quaisquer de suas formas, controlando o uso, armazenagem, transporte ¢ destinagdo de residuos ¢ garantindo medidas de protegiio as populagSes envolvidas; "XI - 0 incentivo a estudos, visando a conhecer o ambiente, seus problemas € solugbes, a pesquisa 0 desenvolvimento de produtos, processos, modelos, sistemas e técnicas de significativo interesse ecoldgico; ‘XII - 0 cumprimento de leis e normas de seguranga no tocante & armazenagem, ao transporte e manipulagao de produtos, materiais e rejeitos perigosos ou tOxicos, incluindo os agrotoxicos, seus componentes e afins. CAPITULO IT DA COMPETENCIA ‘Art. 5® - Ao Municipio, no exereicio de sua competéneia constitucional relacionada com o meio ambi- ‘ente, incumbe mobilizar e coordenar suas ages, recursos humanos, financeiros, materiais, técnicos € cientfficos, bem como promover a participagio da populago na consecucdo dos objetivos ¢ interesses estabelecidos nesta Lei Complementar, devendo, para tanto: T- planejar e desenvolver estudos e agdes visando ii promogao, protego, conservagdo, preserva- do, restauragdio, reparagao, vigilincia e melhoria da qualidade ambiental: Il - definir ¢ controlar a ocupagao ¢ 0 uso dos espagos territoriais de acordo com suas potenciali- dades e condicionantes ecolégicos ¢ ambientais; IIL - elaborar e implementar programas de educagdo e protegdo a0 meio ambiente; IV - exercer, em consondncia com os orgaos federais ¢ estaduais, 0 controle da polui¢&o ambien- tal nas suas diferentes formas; V - definir as areas priotitérias de agiio governamental visando preservagao ¢ a melhoria da qualidade ambiental e do equilibrio ecolégico; ‘VI - identificar, criar e administrar unidades de conservacdo ¢ outras dreas de interesse para a protego de mananciais, ecossistemas natura, recursos genéticos e outros bens, estabelecendo normas de sua competéncia a serem nelas observadas; OO) VIF - estabelecer diretrizes especificas para a protegao de recursos hidricos, através de planos de tuso ¢ ocupaglo de areas de drenagem de bacias e sub-bacias hidrogrificas ( h Art. 6° - Cabe ao érgfio municipal de meio ambiente, além das atividades que Ihe io dribiidas por lei, implementar os objetivos ¢ instrumentos da politica do meio ambiente do Municipio, fazendo cumprir a presente Lei Complementar, competindo-Ihe: T - propor, executar, fiscalizar, direta ou inditetamente, a politica ambiental do Municipio, em consoniincia com os érgiios federais € estaduais constituidos; TI coordenar agdes e executar planos, programas, projetos e atividades de protegdo ambiental; IIL - estabelecer, de acordo com a legislagao federal ¢ estadual, as normas de protecdo ambiental no tocante as atividades que interfiram ou possam interferir na qualidade do meio ambiente; TV - assessorar os érgiios da administragao municipal na elaboragio e na revisio do planejamen- t0 local quanto aos aspectos ambientais, ao controle da poluigao, & expansao urbana e a proposta para criagao de novas unidades de conservagao e de outras areas protegidas; V ~estabelecer normas e padres de qualidade ambiental, relativos a poluigao atmosférica, hidri- a, sonora e visual e a contaminagao do solo; VI- incentivar a realizago de estudos e planos de agdo de interesse ambiental, através de agdes comuns, convénios ou consércios entre érgios dos diversos niveis de Governo, participando de sua execugdo; VIT- fixar limitagdes administrativas relativas ao meio ambiente; VIIL - regulamentar e controlar, conjuntamente com drgios federais ¢ estaduais, a utilizagiio de produtos quimicos em atividades agrossilvopastoris, industriais e de prestago de servigos; IX - participar da elaboragio de planos de ocupagao de dea de drenagem de bacias ou sub-bacias hidrogréficas, do zoneamento e de outras atividades de uso e ocupagao do solo, de iniciativa de outros organismos; X - participar da programagio de medidas adequadas a preservagao do patriménio arquiteténico, urbanistico, paisagistico, histérico, cultural e arqueolégico; XI - exercer a vigildncia ambiental e sanitéria e 0 poder de fiscalizagao; XI - promover, em conjunto com os demais érgos competentes, © controle da utilizaglo, da armazenagem ¢ do transporte de produtos perigosos ou toxicos, XII - fixar, conjuntamente com os drgfios federais e estaduais, normas de monitoramento, con- digdes de langamento e padrdes de emissdo para residuos e efluentes de qualquer natureza; XXIV - normatizar, conjuntamente com os érgiios federais e estaduais, 0 uso e 0 manejo de recur- sos naturais; XV - promover medidas adequadas & implementacao, preservagtlo e manutengao de arborizagiio urbana, de arvores isoladas ¢ de macigos vegetais significativos; XVI - administrar as unidades de conservagio e outras areas protegidas, visando & protegio de mananciais, ecossistemas naturais, recursos genéticos e outros bens de interesse ecolégico, estabele- cendo normas a serem nelas observadas; XVII - promover a conscientizagao piblica para a protegdo do meio ambiente, criando os ins- trumentos necessérios para a educagio ambiental como processo permanente; ‘XVIII - estimular a participagiio comunitaria no planejamento, execugio e vigiléncia das ativida- des que visem A proteco, & recuperago ou a melhoria da qualidade ambiental; XIX - incentivar o desenvolvimento e a criagao, absorgdo € difuusdo de tecnologias compattveis com a melhoria da qualidade ambiental; XX - implantar cadastro e sistemas de informagées ambientais do Municipio; XXI - garantir aos cidadtios o livre acesso as informagdes € aos dados sobre as questdes ambien- tais do Municipio. CAPITULO IIT DAS AREAS DE INTERVENGAO Seco 1 ‘ Do Controle da Poluigéo Subsegdo I \ Disposigdes Gerais \ ‘i qualquer estado fisico, prejudicial ao ar, ao solo, ao subsolo, as aguas, & fauna e & flora, deverd obede- cor as normas estabelecidas, visando # reduzir, previamente, os efeitos: 1 impréprios, nocivos ou ofensivos a saiide; IT inconvenientes, inoportunos ou ineémodos ao bem-estar pblico; III - danosos aos materiais, prejudiciais ao uso, gozo ¢ seguranga da coletividade. ‘Art. 8° - O Municipio, através dos seus drgdos competentes, conjuntamente com os drgtos federais € estaduais, exercera 0 controle das atividades industriais, comerciais, de prestagto de servigos e outras fontes de qualquer natureza que produzam ou possam produzir alteragdes adversas ao meio ambiente. Parigrafo Unico - Depende da concordancia do érgao municipal de meio ambiente, a declaragao para funcionamento de atividades referidas no caput deste artigo. ‘Art. 9° - Caberd ao érgaio municipal de meio ambiente, conjuntamente com os 6rgdos federais ¢ esta~ duais, exigir, na forma da legislagao vigente, a realizagio, de estudo prévio de impacto ou andlise de risco, para instalagao, operagao ¢ desenvolvimento de atividades que, de qualquer modo, possam de- gradar o meio ambiente. Pardgrafo Unico - O estudo referido no caput deste artigo deverd ser efetuado por equipe mult disciplinar, composta por pessoas néo dependentes, direta ou indiretamente, do requerente do licenci- amento, nem do érgiio piblico licenciador, sendo obrigatério o fornecimento de instrugdes ¢ inform: g6es adequadas para a sua realizaglo e posterior audiéncia piblica, eonvocada tempestivamente, atra- vvés de edital pelos érgaos de comunicagao. Art. 10 - A construgao, instalago, ampliagdo ou funcionamento de qualquer atividade utilizadora de recursos ambientais, considerada efetiva ou potencialmente poluidora, assim como os empreendimen- tos capazes, sob qualquer forma, de causar degradago ambiental, dependera do prévio parecer do 70 municipal de meio ambiente, sem prejuizo de outras licengas legalmente exigivels. Paragrafo Unico - Os responsiveis pelas atividades previstas no caput do artigo 9° sao obrigados ‘a implantar sistema de tratamento de efluentes e a promover todas as medidas necessdrias para preve~ nir ou corrigir os inconvenientes e danos decorrentes da polui Art. 11 - Dever aquele que determinar 0 uso ¢ utilizar substancias, produtos, objetos ou residuos pe- rigosos tomar precaugdes, para que no apresentem perigo e risco a sadde piblica, nio afetem o meio ambiente, observado as instrugGes téonicas pertinentes. : Parigrafo Unico - Ao Conselho Municipal do Meio Ambiente caberd, relativamente ao disposto neste artigo: | -estabelecer normas técnicas de armazenagem ¢ transporte; II organizar listas de substancias, produtos, residuos perigosos ou proibidos de uso no Munici- pio; IIL - baixar instrugdes para a coleta ¢ destinagio final das substineias e residuos, mencionados no inciso II do parégrafo imico, deste artigo. Subsegdo Il Do Uso de Agrotéxicos ‘Art. 12 - B vedada a utilizagdo indiseriminada de agrotéxicos, seus componentes ¢ afins de qualquer espécie nas lavouras, salvo produtos devidamente registrados ¢ autorizados pelos érgiios competentes, § 1° A comercializagio de substincias agrotoxicas, seus componentes ¢ afins far-se~d mediante receituério agrondmico. § 2°- E proibida a aplicago ou pulverizagdo de agrotéxicos, seus componentes ¢ afins: Tem todas as zonas urbanas do Municipio; { Il-- em todas as propriedades localizadas na zona rural, limitrofes ao perimetro das zohas/urba>,/ nas, em uma faixa nao inferior a quinhentos metros de disténcia em torno deste perimet Af TI - em drea situada a uma distncia minima de cem metros, adjacente aos mananc § 3° = Nas dreas de que trata o inciso II do § 2° deste artigo sera permitida a aplicagto de agroté- xxicos e biocidas nas lavouras de forma controlada, desde que: | - seja mantida uma disténcia minima de duzentos ¢ cingienta metros de imével urbano com uso residencial; I1- a aplicagdo seja efetuada por aparelhos costais ou tratorizados de barra; TIT - sejam utilizados preferencialmente agrotoxicos de baixa toxicidade. § 4° - Em todos 05 casos, as aplicagdes somente podertio ser feitas de acordo com orientagdes técnicas. Art. 13 - E proibida a reutilizagdo de qualquer tipo de vasilhame de agrotoxico, seus componentes € afins, assim como sua disposigao final junto aos recursos hfdricos. Art. 14 - A limpeza dos equipamentos de aplicagto de agrotéxicos, seus componentes ¢ afins deveré ser feita em local apropriado, que deverd possuir sistema de tratamento de figuas residuais. Segao IL Do Uso do Solo Art, 15 - Na analise de projetos de ocupago, uso € parcelamento do solo, o érgio municipal de meio ambiente, em consondncia com os érgdos federais ¢ estaduais pertinentes, manifestar-se~a em relagao fans aspectos de protesiio do solo, da fauna, da cobertura vegetal ¢ das aguas superficiais, subterréneas, fluentes, emergentes ¢ reservadas, sempre que os projetos: T- exijam priticas conservacionistas de controle de erostio, de recuperagdio ou manutenglio das condigdes fisicas, quimicas ¢ biolégicas do solo e de adequagio da operacionalizacdo da propriedade rural, com base em conhecimentos técnico-cientificos disponiveis. Il necessitem da construgdo ou manutengo de estradas e carreadores, devendo ser precedidos de estudos prévios pelos quais sero definidos os cuidados c os tratamentos conservacionistas adequa- dos a fim de evitar a erosdo ou elimind-la, quando ja existente; IIT - tenham interferéneia sobre reservas de areas verdes ¢ sobre a protegdo de interesses paisa~ gisticos e ecoldgicos. § 1° - Consideram-se tratamentos conservacionistas as medidas e procedimentos adequados que evitem ou solucionem problemas de erosio, nos leitos das estradas, taludes e faixas de dominio, bem ‘como seus efeitos nas propriedades adjacentes. © § 2° - As propriedades adjacentes nfo poderdo utilizar-se do leito das estradas para canalizar as Aguas das chuvas oriundas da propria propriedade. § 3° - Os proprietérios rurais devergo, a qualquer época, permitir 0 desbarrancamento para corre- «80 do leito das estradas e para a construgdo de passadores, na disténcia equivalente de até trés vezes a Jargura das mesmas, em cada margem. Art. 16 - Compete, também, a0 proprietirio rural manter: 1- a arborizagao junto as margens das estradas municipais; Ila limpeza da testada de seu im6vel e das respectivas margens das estradas; III - as priticas mecdnicas conservacionistas, de forma a ndo comprometer o sistema previamen- te implantado. Art. 17 - Fica proibido: T jogar entulhos nos leitos nas margens das'vias pablicas e estradas municipais ou carreado- es, bem como transitar com implementos agricolas que possam Ihes causar danos, devendo ser manti- daa largura originalmente implantada quando da construsdo ou adequagao; . Il - podar, cortar, queimar, derrubar ou sacrificar, de qualquer modo, a vegetagaQ sinc fo titério municipal, em especial a arborizagao urbana, sem autorizacdo do érgio coment Ly S III - poluir, sob qualquer forma, os recursos hidricos. ot Art. 18 - Os projetos de controle de erosio, realizados pelos érgios municipais competentes nas éreas urbana e rural, deverdo ser compatibilizados as éreas periurbanas, considerando a existéncia de pontos comuns de superposigdo de espagos, onde o controle da erosio nao pode sofrer solugao da continuida- de, Art. 19 - A conservagdo do solo e dos recursos naturais deverd fazer parte obrigatéria do curriculo bbasico de ensino das redes piiblica e privada, devendo os livros escolares a ser adotados possuirem textos de educagdo ambiental. | Segao IIL Areas de Uso Regulamentado e Unidades de Conservagao Art, 20 - Na regulamentagdio desta Lei Complementar sero observadas, além das normas estabeleci- das na legislagdo correlata ao Plano Diretor e demais disposigdes estabelecidas em legislagiio federal, estadual e municipal, 0 disposto nesta segdo, a fim de assegurar 0 atendimento as peculiaridades locais. Art. 21 - Serdo objetos de regulamentagdo para definigdo de critérios especificos, visando a sua pré- pria protegio ou do patriménio ambiental municipal, os seguintes recursos e atividades: T—nascentes e aguadas para consumo humano; IL-0 ecossistemas no meio rural; IIL - as areas verdes, piblicas ou privadas, os parques, as pragas ja existentes ¢ as criadas pelo Poder Publico e por projetos de loteamento; IV - a utilizagao do solo rural ¢ urbano; \V - as freas de declive e as com afloramento de rocha;, VI - as freas alagadigas; VII - a atividade industrial; VIII - a atividade agricola; IX -acoleta ¢ 0 destino final do lixo; X - o esgotamento sanitério e a drenagem. Art, 22 - O Poder Piblico criard, administraré ¢ implantaré Unidades de Conservagao, visando a efeti- va protegao da biodiversidade natural, especialmente as associagdes vegetais relevantes e remanescen- tes das formagées floristicas originais, a perpetuagao e a disseminagdie da fauna, a manutengio de pai- sagens notiveis ¢ outros bens de interesse cultural § 1°- As dreas especialmente protegidas so consideradas patriménio cultural e destinadas & pro- tegtio do ecossistema, & educagao ambiental, & pesquisa cientifica e 4 recreacdo em contato com a natu- reza. § 2°- A Serra do Geraldo fica por esta lei complementar, reconhecida como Area de Protegiio Ambiental — APA, fundamentada no disposto no inciso V do artigo 4°, desta lei, devendo ser regula- ‘mentada por lei propria, no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data de promulgagdo desta lei. Segio IV Fundos de Vale Faixas de Drenagem Art. 23 - So considerados fundos de vales, para os efeitos desta Lei Complementar, as dreas eriticas nas faixas de preservagao permanente nas nascentes, aguadas encostas sob clevagées rochosas, de acordo com o que estabelece a legislagdo federal, estadual e pertinente. Art, 24 - Sao consideradas faixas de drenagem as faixas de terrenos compreendendo os cursos d’4gua, cérregos ou fundos de vale, dimensionados de forma a garantir 0 perfeito escoamento das jiguds ee 4 ais das bacias hidrograficas. _ f Art, 25 As faixas de drenagem deverdo apresentar uma largura minima de forma a acConbaee) riamente um canal aberto, cuja secdo transversal seja capaz de escoar as aguas pluviais da bacia hidro- grdfica a montante do ponto considerado. § 1° - Para a determinacdo da segao de vaziio, deverd a bacia hidrografica ser interpretada como totalmente urbanizada ¢ ocupada. § 2°- Os elementos necessirios aos cAlculos de dimensionamento hidréulico, como intensidade de chuvas, coeficiente de escoamento, tempos de concentragio, coeficiente de distribuigao das chuvas, tempos de recorréncia e outros, serio definidos por érgio técnico competente, levando em considera- ‘Go as condigdes mais criticas. Art. 26 - As areas de fundos de vale obedecerio as faixas de preservagiio permanente ¢ as disposigoes legais do Plano Diretor do Municipio. Art. 27 - As diretrizes para loteamento de dreas que apresentarem cursos d’égua de qualquer porte ou fundos de vale observardo, além dos preceitos contidos na legislagao sobre parcelamento do solo urba- no, 0 disposto nesta Lei Complementar. Art. 28 - No tocante ao uso do solo, os fundos de vale serio destinados, prioritariamente: 1 & protegio das matas nativas; I1- A implantagdo de parques lineares para a pratica de atividades educativas, recreativas e de la- IIL - a drenagem; IV - a preservagdo de areas criticas, Art. 29 - Compete a0 Conselho Municipal do Meio Ambiente: 1- examinar e decidir sobre outros usos que nao estejam enquadrados no artigo 28; IL- propor normas para regulamentago dos usos adequados aos fundos de vale. CAPITULO IV DA APLICAGAO DA POLITICA MUNICIPAL DE PROTECAO AMBIENTAL Segao I Dos Instrumentos Art. 30 - Sao instrumentos da politica municipal de protegtio ambiental do Municipio: I Conselho Municipal do Meio Ambiente; T1- 0 Fundo Municipal do Meio Ambiente: II - as normas, padres ¢ critérios de qualidade ambiental; IV - o zoneamento ambiental; V - 0 licenciamento, em consondneia com os drgiios federais e estaduais, ¢ a revistio de ativida- des efetiva ou potencialmente poluidoras; VI - 0 estudo prévio de impacto ambiental - EIA e estudo prévio de impacto de vizinhanga - EIV; VII - os planos de manejo das unidades de conservagaio;, VIII - a avaliagdo de impactos ambientais ¢ andlises de riscos; IX - 0 incentivos & criagio ou a absorgio de tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade ambiental; X - a criagdo de reservas e estagdes ecoldgicas, éreas de protego ambiental e de relevante inte- resse ecoldgico, dentre outras unidades de conservagao; . XI- 0 cadastro técnico de atividades e o sistema de informagdes ambientais; XII - a fiscalizagtio ambiental e as penalidades administrativas: XIII - a cobranga de taxa de conservagio e limpeza pela utilizagao de parque: logradouros publicos; XIV - a instituigdo de relatorio de qualidade ambiental do Municipio; XV - a educagdo ambiental; XVI- 0s incentivos financeiros e fiscais pertinentes. Paragrafo Unico - © Conselho ¢ o Fundo a que se referem os incisos I ¢ II do caput deste artigo serio instituidos mediante legislagdo especifica. Segdo II Dos Incentivos Financeiros e Fiscais Art. 31 - O Municipio, mediante convénio ou conséreio, poderd repassar ou conceder auxilio financei- 10 a instituigdes piblicas ou privadas, sem fins lucrativos, para execugiio de servigos de relevante inte- resse ambiental. Pardgrafo Unico - Podera ser instituido prémio de mérito ambiental para incentivar a pesquisa e apoiar os inventores ¢ introdutores de inovagdes tecnolégicas que visem a proteger 0 meio ambiente, em homenagem aqueles que se destacarem em defesa da ecologia. Art, 32 - Os proprietirios de iméveis que contenham arvores ou associagdes vegetais relevantes, pode- Ho, a titulo de estimulo e preservagiio, receber beneficio fiscal, na forma de lei especifica. Pardgrafo Unico - Para ter direito ao beneficio fiscal, 0 proprietério de imével a que se refere 0 caput deste artigo, deverd firmar, perante o érgo competente, termo de compromisso de preservagaio. Segio IL Da Educagio Ambiental Art, 33 - A educagdo ambiental ¢ considerada instrumento indispensivel para a consecugao dos obje- tivos de preservagao e conservagao ambiental estabelecidos na presente Lei Complementar. Art. 34 - O Municipio garantiré a criagdo de programas de educagao ambiental, assegurando 0 cardter interinstitucional das agdes desenvolvidas. Art. 35 - A educagio ambiental sera promovida: 1 - na rede municipal de ensino, em todas as areas do conhecimento € no decorrer de todo o pro- ‘cesso educativo, em conformidade com 0 curriculo basico para as escolas piiblicas municipais e pro- gramas elaborados pela Secretaria Municipal da Educagao, em articulagdo com o érgtio municipal de meio ambiente; : II - para os outros segmentos da sociedade, em especial aqueles que possam atuar como agentes multiplicadores, através dos meios de comunicagdo e por intermédio de atividades desenvolvidas por érgtos e entidades do Municipio; III - junto as entidades e associagdes ambientalistas, por meio de atividades de orientagio técni- cas IV - por meio de instituigdes especificas existentes ou que venham a ser eriadas com este objeti- vo Art. 36 - Fica instituida a Semana do Meio Ambiente, que seré comemorada nas escolas, estabeleci- ‘mentos piblicos e por meio de campanhas junto & comunidade, através de programagdes educativas, nna semana que incluir o dia 5 de junho de cada ano. : Segao IV Da Procuradoria Ambiental A Art. 37 - érgiio municipal de meio ambiente, em consonancia com a Assessoria Juridi pol pio, manterésetor especializado em tatela ambiental, defesa de interessesdifusos, do io hist rico, cultural, paisagistico, arquiteténico e urbanistico, como forma de apoio técnico-juridi¢o & imple mentagdo dos objetivos desta Lei Complementar e demais normas ambientais vigentes, respeitadas as fungdes institucionais do Ministério Publico, em especial o disposto no inciso III do caput do artigo 129 da Constituigtio Federal. Segao V Da Fiscalizagao, Infragaio ¢ Penalidades. Subsegao | Da Fiscalizagaio Art. 38 - Para a realizago das atividades decorrentes do disposto nesta Lei Complementar e em seus regulamentos, 0 drgio municipal de meio ambiente poderd utilizar-se, além dos recursos técnicos ¢ humanos de que dispde, do concurso de outros érgaos ou entidades piblicas ou privadas. Art. 39 - Sao atribuigdes dos servidores municipais encarregados da fiscalizagéo ambiental: 1 - realizar levantamentos, vistorias ¢ avaliagdes; IL efetuar medigées ¢ coletas de amostras para anélises técnicas de controle; IIT - proceder a inspegSes ¢ visitas de rotina, bem como para apuragio de irregularidades e infra- gies; IV - verificar a observancia das normas e padres ambientais vigentes; V - lavrar notificagdo e auto de infragao. Pardgrafo Unico - No exercicio da ago fiscalizadora, os técnicos terdio a entrada franqueada nas dependéncias das fontes poluidoras localizadas ou que se instalarem no Municipio, onde podertio per- manecer pelo tempo que se fizer necessétio. Art, 40 - Nos casos de embarago & aga fiscalizadora, as autoridades policiais deverio prestar auxilio aos agentes fiscalizadores para a execugio da medida ordenada Subsegiio IT Das Infragdes Art. 41 - Constitui infragio toda ago ou omissdo, voluntéria ou no, que importe inobservancia de determinagao legal relativa & protego da qualidade do meio ambiente. Parigrafo Unico - Toda e qualquer infragao ambiental deverd ser informada ao 6rgtio municipal de meio ambiente Art, 42 = A apuragiio ou dentincia de qualquer infragao dard origem a formagio de processo adminis- trativo. Pardgrafo Unico - O processo administrati I- parecer técnico; IL- cépia da notificagao: IIT- outros documentos probatérios ou indispensdiveis & apuragao e ao julgamento do processo; IV - cépia do auto de infragio; V -atos e documentos de defesa apresentados pela parte infratora; VI- decisio, no caso de recursos; VII - despacho de aplicagao de pena. sera instruido com os seguintes elementos: Art. 43 - O auto de infragdo sera lavrado pela autoridade ambiental que a houver constatado, devendo conter: 1 o nome da pessoa fisica ou juridica autuada ¢ o respectivo endereco; IL-0 local, hora e data da constatagao da ocorréncia; S IIL- a descricao da infragao e dispositivo legal ou regulamentar transgredido; . IV - a penalidade a que esta sujeito o respectivo infrator ¢ o respectivo preceito legal qi atitori- za.a sua imposigao; Gee Br V -aciéncia do autuado de que responder pelo fato em processo adminis VI- a assinatura da autoridade competente; C VIT- a assinatura do autuado, ou, na sua auséneia ou recusa, de duas testemunhas, ¢ do autuante; VIIL - 0 prazo para recolhimento da multa, quando aplicada, no caso do infrator abdicar do direi- to de defesa; IX -0 prazo de quinze dias para interposigao de recurso. Art, 44 - Os servidores ficam responsiveis pelas declaragSes que fizerem nos autos de infrago, sendo passiveis de punigo por falta grave, em caso de falsidade ou omissaio dolosa. Art. 45 - O infrator sera notificado, para eiéneia da infragao: 1 - pessoalmente; IL- pelo correio, com aviso de recebimento - AR; II - por edital, se estiver em lugar incerto ou ndio sabido. § 1°- Se 0 infrator for comunicado pessoalmente e se recusar a exarar ciéncia, deverd essa cir- cunstncia ser mencionada expressamente pela autoridade que efetuou a notificagao. § 2° - 0 edital referido no inciso IIT do caput deste artigo, seré publicado em érgao de comunica- 40 oficial do Municipio, considerando-se efetivada a notificagdo cinco dias apés a publicacao. Art. 46 - Apresentada ou no a defesa, ultimada a instrugZo do proceso ¢ esgotados 0s prazos para recurso, a autoridade ambiental proferira a decisio final, dando 0 processo por concluso, notificando 0 infrator, Art. 47 - Mantida a decisio condenatéria, total ou parcial, cabera recurso para 0 Conselho Municipal do Meio Ambiente, no prazo de dez dias da ciéncia ou da publicagio. Art, 48 - Os recursos interpostos das decisdes nfo definitivas terdo efeito suspensivo relative ao pa- gamento da penalidade pecuniaria, néo impedindo a imediata exigibilidade do cumprimento da obriga- ‘io subsistente, Art, 49 - Quando aplicada a pena de multa, esgotados os recursos administrativos, o infrator ser noti- ficado para efetuar 0 pagamento no prazo de dez dias, contados da data do recebimento, recolhendo 0 respectivo valor ao Fundo Municipal do Meio Ambiente. § 1° - O valor estipulado da pena de multa cominado no auto de infragio seré corrigido pelos in- dices oficiais vigentes por ocasidio da intimagao para o seu pagamento § 2° - A notificagao para pagamento da multa serd feita mediante registro postal ou por meio de cedital publicado na imprensa oficial, se nao localizado o infrator. § 3°- O niio recolhimento da multa dentro do prazo fixado neste artigo implicaré na sua inscrigao em divida ativa e demais cominagdes contidas na legislagao tributdria municipal. ‘Subsegio III Das Penalidades Art. 50 - A pessoa fisica ou juridiea de direito piblico ou privado que infringir qualquer dispositive desta Lei Complementar, seus regulamentos e demais normas dela decorrentes, fica sujeita as seguin- tes penalidades, independente da reparagao dos danos ou de outras sangGes civis ou penai I - adverténcia por escrito, em que o infrator ser notificado para fazer cessar a irregularidade, sob pena de imposicao de outras sangGes previstas nesta Lei Complementar; 11 multa de 200 até 2,000 Unidades Fiscais do Municipio - UPIMs; IM - suspensio das atividades, até a corregio das irregularidades, salvo os casos reservados & competéncia da Unitio e do Estado; IV - perda ou restrigdo de incentivos fiscais concedidos pelo Municipio; V - apreensao do produt VI-- embargo da obra; VIL- cassagao do alvaré concedido, a ser efetivada pelo érgfio competent § 1° - As penalidades previstas neste artigo serdo objeto de especificagdo em regulamento, de forma a compatibilizar a penalidade a infragZo cometida, levando-se em consideragao sua natureza, gravidade e efeitos nocivos para a coletividade, podendo ser aplicada a um mesmo infrator, isolada ou ‘cumulativamente. § 2°- Nos casos de reincidéncia, as multas poderdo ser aplicadas por dia ou em dobro, a critério do érgio municipal competente. '§ 3° - Respondera pelas infragdes aquele que, por qualquer modo, as cometer, concorrer para sua pritica ou delas se beneficiar. § 4°- As penalidades sero aplicadas sem prejuizo das que, por forga de lei, possam também ser impostas por autoridades federais ou estaduais, Art SI - A pena de multa consiste no pagamento de importincia equivalente a: 1 - nas infragdes leves, 100 até 200 UFIMs; TL nas infragées graves, 200 até 500 UFIMs; TIT - nas infrages muito graves, 500 até 1.200 UFIMs; TV - nas infragdes gravissimas, 1.200 até 2.000 UFIMs § 1°- Atendido o disposto neste artigo, a autoridade levard em conta, na fixago do valor da mul- ta, a capacidade econdmica do infrator. § 2° - As penalidades pecunidrias poderdo ser transformadas ou reduzidas, conforme critérios es- tabelecidos em regulamento, em obrigago de executar medidas de interesse para a protegdo ambiental. §3°-E facultado ao municipio, quando constatada uma infragdo gravissima, onde a multa mé- xima seja insuficiente para reparar o dano, aplicar ao infrator, a pena de reparagao integral do dano causado, independente do custo final, sem prejuizo da aplicagiio da multa correspondente e das demais penalidades legais CAPITULO V DISPOSIGOES FINAIS Art, 52 - Fica 0 Poder Executive autorizado a determinar medidas de emergéncia, a fim de evitar epi- sédios eriticos de poluigo ambiental ou impedir sua continuidade em caso de grave ou iminente risco para vidas humanas ou recursos ambientais. Parigrafo Unico - Para execuso das medidas de emergéncia de que trata este artigo, poderd ser reduzida ou impedida, durante o periodo critico, a atividade de qualquer fonte poluidora na area atin- gida pela ocorréncia, respeitadas as competéncias da Unido e do Estado. Art, 53 - Sertio passiveis de interdigdo pelo Poder Pablico, através da Secretaria Municipal da Agricul- tura, Secretaria Municipal de Administragao, Secretaria Municipal da Saude e Coordenadoria do M Ambiente, os produtos e materiais potencialmente perigosos para a sauide piblica e para o meio ambi- cnt Art. 54 - O Poder Executivo, mediante decreto, regulamentaré os procedimentos de fiscalizagao, ne- cessdirios a aplicago desta Lei Complementar e das demais normas pertinentes, num prazo de 90 (no- venta) dias contados de sua publicagao, Art. 85 - Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicagio, revogadas as disposigdes em conn Gabinete d6, dps it et ea de 2008, kK {XX Mandel bite & na Prefeito eitr Exereicio. »\

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