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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
HIPÓXIA
NO RECÉM-NASCIDO
AUTOR:
JOAQUIM TEODORO RUBEM
Interno da Especialidade de Medicina Geral e Familiar
LOBITO, 2023
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ADP Adenosina Difosfato
ADH Hormônio Antidiurético
ATP Adenosina Trifosfato
CPK-BB Isoenzima Creatina Fosfoquinase BB
DNA Ácido Desoxirribonucleico
EAB Equilíbrio Ácido-Base
ECG Eletrocardiograma
EEG Eletroencefalografia
EHI Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica
ENE Enolase Específica Neuronal
FCF Frequência Cardíaca Fetal
LCR Líquido Cefalorraquidiano
PET Pósitrons
pH Potencial de Hidrogênio
RN Recém Nascido
RM Ressonância Magnética
SIADH Síndrome de secreção inadequada de ADH
SNC Sistema Nervoso Central
SPECT Tomografia por Emissão de Fótons
TC Tomografia Axial Computadorizada
ÍNDICE
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES ............................................................... 2
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4
1. HIPOXIA PERINATAL ................................................................................. 5
1.1 ETIOLOGIA .............................................................................................. 5
2 FISIOPATOLOGIA .......................................................................................... 6
2.1 Alterações hemodinâmicas ...................................................................... 6
2.2 Alterações bioquímicas: ........................................................................... 7
3. DIAGNÓSTICO DE HIPOXIA PERINATAL .................................................... 8
3.1 Diagnóstico pré-parto ............................................................................... 9
3.1.1 Frequência Cardíaca Fetal (FCF) ................................................... 9
3. 1. 2. Perfil biofísico fetal ....................................................................... 9
3. 1. 3. Estimulação vibroacústica (EVA) ............................................... 10
3. 1. 4. Fluxometria Doppler................................................................... 10
3. 1. 5. Cordocentese............................................................................. 10
3. 2. Diagnóstico intraparto .......................................................................... 10
4. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ASFIXIA PERINATAL ............................ 11
4. 1. Sistema cardiovascular ........................................................................ 11
4. 2. Sistema respiratório ............................................................................. 11
4. 3. Sistema renal ....................................................................................... 12
4. 4. Distúrbios metabólicos ......................................................................... 12
4. 5. Sistema digestivo ................................................................................. 12
4. 6. Alterações hematológicas .................................................................... 13
4. 7. Sistema nervoso central: Encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) ...... 13
4. 7. 1. Diagnóstico de EHI .................................................................... 14
5. TRATAMENTO ............................................................................................. 18
CONCLUSÃO................................................................................................... 20
BIBLIOGRÁFIA ................................................................................................ 21
INTRODUÇÃO
O sofrimento fetal, também chamado de hipóxia neonatal, consiste na
diminuição ou ausência da assimilação de oxigênio recebida pelo feto através da
placenta. Este quadro pode ser agudo ou crônico. A asfixia perinatal é um problema
fundamental em Perinatologia, tendo em conta a importância das taxas de
mortalidade e morbilidade que a ela se associam. A asfixia perinatal significativa que
conduz a alterações do neurodesenvolvimento é sempre acompanhada de
encefalopatia hipóxico-isquémica.
Em muitos casos este sofrimento é implicado por uma patologia materna que
ocasiona redução na sua concentração de oxigênio sanguíneo, como, por exemplo,
em um quadro de anemia significativa, um problema respiratório ou cardíaco. Existem
também outras patologias maternas que resultam em uma irrigação placentária
ineficiente, como no caso da hipertensão arterial ou a diabetes gestacional, levando,
consequentemente, à diminuição da oxigenação fetal.
Apesar de estes problemas não apontarem alterações evidentes na
oxigenação ao longo da gestação, podem ocasionar uma insuficiência da mesma no
momento do parto, em decorrência do esforço realizado pela mãe ou quando há
associado uma redução da irrigação placentária durante as contrações uterinas. Além
disso, problemas ocorridos no momento do parto, como placenta prévia e o
descolamento prematuro da placenta, podem resultar em problemas mais severos na
oxigenação do feto.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de
asfixia perinatal de um país reflete a qualidade da assistência fornecida nas
maternidades à parturiente e ao recém-nascido, portanto apresenta maiores índices
em países com menor acesso à saúde ou com recursos limitados, sendo uma causa
de óbito perinatal de grande prevalência evitável.
A asfixia perinatal é definida quando há uma interrupção na troca gasosa ou
um fluxo sanguíneo inadequado levando à hipoxemia e hipercapnia persistentes no
período que antecede o parto ou intraparto. A hipóxia pode levar à lesão de vários
órgãos e sistemas, sendo o mais atingido o sistema nervoso central, podendo ocorrer
sequelas permanentes como convulsões, retardo mental e paralisia.
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1. HIPOXIA PERINATAL
A hipóxia perinatal continua a ser uma preocupação para perinatologistas e
pais e uma ocupação para muitos advogados, dado o seu possível papel no
desenvolvimento da paralisia cerebral.
Apesar do aumento significativo do número de cesáreas por sofrimento fetal,
a incidência de paralisia cerebral permanece constante (1 - 2 por mil recém-nascidos),
dificultando a avaliação de quais casos são secundários à hipóxia intraparto ou
anteparto. Portanto, é necessário rever os critérios de asfixia perinatal, uma vez que
os conceitos anteriores não são mais aceitáveis: Apgar no minuto <3, existência de
mecônio ou cardiotocograma anormal.
Em 1992, a Academia Americana de Pediatria e o Colégio de Obstetras e
Ginecologistas, em seu Comitê de Medicina Materno-Fetal, definiram os critérios
pelos quais a hipóxia perinatal pode causar déficits neurológicos. Na sua ausência
não é possível concluir que haja asfixia perinatal:
Acidose metabólica ou mista com pH <7. 00.
Apgar menor que 3 aos 5 minutos de vida.
Clínica neurológica no período neonatal (convulsões, coma, hipotonia)
Disfunção de múltiplos sistemas
1.1 ETIOLOGIA
A hipóxia fetal pode ser produzida por causas que afetam a mãe, a placenta
e/ou cordão umbilical, ou o próprio feto, tais como:
Deterioração da oxigenação materna (doenças cardiopulmonares e
anemia),
Irrigação placentária insuficiente (hipotensão materna, anormalidades na
contração uterina)
Alteração nas trocas gasosas na placenta (descolamento prematuro,
placenta prévia, insuficiência placentária),
Interrupção da circulação umbilical (compressão ou acidentes no cordão)
Incapacidade do feto em manter função cardiocirculatória adequada
(anemia fetal, anormalidades cardíacas, arritmias).
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2 FISIOPATOLOGIA
O feto vive em um ambiente relativamente hipóxico, mas com oxigênio
suficiente para atender às suas necessidades. Seu estado metabólico anterior ao
insulto hipóxico-isquêmico, bem como sua idade gestacional, condicionarão suas
possibilidades de adaptação. A primeira resposta adaptativa do feto a um episódio de
hipóxia é a redistribuição do fluxo sanguíneo que aumenta em direção ao coração,
cérebro e glândulas adrenais, enquanto diminui em direção a outros órgãos menos
vitais (intestino, rim, pulmões). Esta redistribuição de fluxo é conseguida através de
vários mecanismos:
Vasodilatação cerebral, com fluxo preferencial para o tronco encefálico,
mediada por hipóxia e hipercapnia.
Aumento dos níveis de adrenalina, levando ao aumento da resistência
vascular periférica e hipertensão.
Uma economia de energia fetal, diminuindo os movimentos corporais e
respiratórios e estabelecendo uma bradicardia (por um duplo mecanismo:
estimulação dos quimiorreceptores pela hipóxia e dos barorreceptores pela
hipertensão).
Quando os episódios de hipóxia são graves e/ou duradouros, os mecanismos
de compensação fetal são ultrapassados, surgindo alterações a todos os níveis da
economia.
À medida que a hipóxia fetal progride, a pressão arterial média cai à medida
que o débito cardíaco diminui, a centralização nos órgãos vitais é suprimida, de modo
que o sistema de fornecimento de oxigênio ao cérebro falha, enquanto os
mecanismos autorregulatórios do fluxo falham.
Dentro do SNC, a distribuição do dano dependerá da distribuição da
vascularização cerebral. Em situações de hipóxia grave, o fluxo é preferencial para o
tronco encefálico em detrimento do córtex; dentro deste, o córtex parietal parassagital
é o mais suscetível a lesões hipóxicas. No cérebro em desenvolvimento, a matriz
germinativa em rápida mudança é particularmente vulnerável a lesões hipóxicas e
isquêmicas, bem como a flutuações hemodinâmicas.
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Há alta incidência de lesões renais, consequência da redistribuição do fluxo
sanguíneo; O túbulo proximal é o mais suscetível ao dano isquêmico, levando à
necrose das células epiteliais do túbulo.
Fase de hipóxia-isquemia:
Quando a concentração de oxigênio intramitocondrial cai abaixo de um nível
crítico, a síntese de ATP, via fosforilação oxidativa, é inibida após 5-7 minutos. Seus
precursores (ADP, AMP, Pi e H+) então se acumulam, ativando três vias metabólicas
de emergência capazes de gerar ATP em condições anaeróbicas: a glicólise
anaeróbia, a via da creatina fosfoquinase e a reação da adenilato quinase.
A activação de vias metabólicas alternativas gera aumentos mensuráveis de
certos metabólitos como o lactato, que aumenta no sangue de cordão e no LCR de
recém-nascidos com asfixia perinatal (embora sem correlação com o prognóstico
neurológico); Da mesma forma, em recém-nascidos hipóxicos, foram detectados
níveis elevados de hipoxantina (o produto final da degradação do ATP, antes da
formação do ácido úrico), correlacionando a elevação da relação
hipoxantina/creatinina na urina com a gravidade da lesão cerebral e a aparecimento
de déficits neurológicos subseqüentes.
O déficit de ATP inativa as bombas de transporte iônico, o que resulta em
perda da homeostase iônica: K+ sai dos neurônios, Na+, CL- e água e Ca++ entram.
Enquanto o influxo de cloreto de sódio e água está relacionado ao edema celular, o
acúmulo extracelular de K+ tem sido relacionado à vasodilatação pós-asfítica, edema
citotóxico de astrócitos e aumento do metabolismo neuronal; Por fim, a entrada do
cálcio desencadeia uma série de reações deletérias, que podem estar relacionadas a
fenômenos de morte celular.
A elevação do cálcio intracelular activa inicialmente as fosfolipases A e C que
actuam nos fosfolipídios da membrana celular, causando uma alteração irreversível
em suas condições de permeabilidade, bem como a formação de ácido araquidônico,
como consequência da hidrólise. Este ácido se acumula no tecido cerebral durante os
episódios de hipóxia-isquemia, de modo que seus níveis se correlacionam com a
duração do episódio de hipóxia, atingindo as maiores concentrações nas áreas mais
danificadas.
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Finalmente, a asfixia também produz uma liberação excessiva de
aminoácidos excitatórios das vesículas pré-sinápticas, inibindo sua captação na fenda
sináptica. Isso produz hiperestimulação dos receptores, causando lesão celular
precoce e tardia.
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3.1 Diagnóstico pré-parto
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Assim, a reactividade da FCF cessa quando o pH é inferior a 7,20, enquanto
os movimentos corporais e o tônus diminuem entre 7,20 - 7,10 e são cancelados com
pH <7,10. 102, 103
3. 1. 4. Fluxometria Doppler
3. 1. 5. Cordocentese
3. 2. Diagnóstico intraparto
O estudo EAB visa diagnosticar a asfixia fetal com base na hipótese de que a
intensidade da acidose reflete o grau de asfixia, uma vez que o pH sintetiza as
alterações nos déficits de PO2, PCO2 e base. Embora o ideal fosse medir o pH
tecidual, na prática isso é feito no sangue capilar, assumindo que ele reflete as
mudanças ocorridas na circulação sistêmica fetal.
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Portanto, o EAB oferece uma medida objectiva do estado do RN; no entanto,
sua relação com déficit neurológico subsequente não está bem definida e, embora
sua sensibilidade seja alta, a especificidade e o valor preditivo positivo são baixos.
4. 1. Sistema cardiovascular
4. 2. Sistema respiratório
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4. 3. Sistema renal
4. 4. Distúrbios metabólicos
4. 5. Sistema digestivo
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Como o fluxo sanguíneo intestinal é reduzido em recém-nascidos com asfixia,
há também um risco aumentado de enterocolite necrosante, como será discutido mais
adiante.
Frequentemente encontramos alterações nas enzimas da hepatonecrose
(AST, ALT), juntamente com aumento de LDH e gama-GT; também pode haver
hiperamonemia. Estas alterações são reversíveis, embora em casos mais graves
possam aparecer sinais de colestase mais tarde.
4. 6. Alterações hematológicas
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Nas formas moderadas, os recém-nascidos são letárgicos, hipotônicos e
com reflexos fracos, podendo ou não ocorrer convulsões. Esse grupo de
pacientes pode apresentar sequelas neurológicas de longo prazo.
Recém-nascidos com EHI grave apresentam estupor ou coma, convulsões
e ausência de reflexos primitivos; eles também freqüentemente apresentam
anormalidades secundárias à disfunção do tronco encefálico. Essas
crianças correm o risco de desenvolver morte cerebral. Nos sobreviventes,
as alterações clínicas melhoram progressiva mas lentamente e o
prognóstico a longo prazo é mau, sendo frequente o aparecimento de
microcefalia, tetraplegia espástica e crises convulsivas de difícil tratamento.
4. 7. 1. Diagnóstico de EHI
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concentração no espaço extracelular aumenta, sendo detectada no sangue do cordão
umbilical. Por fim, tem sido descobriram que as oxipurinas (hipoxantina e xantina), os
produtos finais da degradação do ATP antes da formação do ácido úrico, aumentam
proporcionalmente ao grau de doença hipóxico-isquêmica.
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sangue às 48-72 horas de vida seja acompanhada de maior possibilidade de sequelas
neurológicas sequelas.
O segundo marcador de lesão neuronal, a enolase específica neuronal (ENE),
corresponde ao dímero gama-gama, cuja actividade é detectada exclusivamente em
neurônios e células neuroendócrinas. Altas concentrações de ENE foram encontradas
no LCR de recém-nascidos gravemente asfíticos com 12 e 72 horas de vida. Em
recém-nascidos com asfixia moderada e grave, também foi demonstrada elevação do
ácido ascórbico, devido à sua liberação de neurônios lesados, que são ricos nele.
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Os potenciais evocados somatossensoriais também são muito úteis para
predizer o desenvolvimento neurológico e sua normalidade garante um bom
prognóstico neurológico.
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refletindo com mais precisão a extensão da lesão. No entanto, estudos prospectivos
são necessários para determinar seu valor prognóstico.
5. TRATAMENTO
A realização de ressuscitação adequada no recém-nascido asfíctico é a
primeira e mais importante medida para normalizar o transporte de oxigênio e
nutrientes para o cérebro. O transporte adequado de oxigênio para o cérebro e o
restante dos órgãos envolve a manutenção dos níveis de hemoglobina, saturação de
Hb e débito cardíaco dentro da faixa normal. É importante manter o fluxo sanguíneo
cerebral constante, evitando oscilações na pressão arterial, pressão venosa central,
pH, PaO2 e PCO2.
Durante a hipóxia-isquemia, o único substrato energético para o cérebro é a
glicose. Por esse motivo, é importante manter uma alta concentração de glicose no
plasma (75-100 mg/dl), coração e cérebro, corrigindo a acidose (ventilação mecânica
e bicarbonato de sódio) e normalizando o transporte de oxigênio.
Para evitar o edema cerebral é imperativo evitar um balanço hídrico positivo,
de forma a evitar o aumento do teor de água no cérebro. Nos casos em que é
demonstrado aumento da pressão intracraniana, este pode ser reduzido com medidas
antiedema (uso de manitol e diuréticos) e hiperventilação, embora não haja
evidências de que essas medidas melhorem o prognóstico a longo prazo.
Recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquêmica grave frequentemente
apresentam convulsões nos primeiros dias de vida, muitas vezes de difícil controle.
Seu tratamento é sempre indicado para reduzir o risco de complicações associadas
(apneia, hipoxemia, hipercapnia, hipertensão arterial) e depleção de glicose cerebral,
secundária ao aumento do consumo do substrato, circunstâncias que podem interferir
na autorregulação da circulação cerebral e piorar as lesões existentes.
A droga de escolha é o fenobarbital, na dose de 15-20 mg/kg administrado IV
em 10-15 minutos; se não houver resposta, 5-10 mg/kg IV a cada 20-30 minutos até
atingir a dose total de 40 mg/kg ou níveis de 40 mg/L. Se não houver resposta ao
fenobarbital, deve-se adicionar difenilhidantoína (duas doses de 10 mg/kg, IV, com
intervalos de 20 minutos). Se o controle das convulsões também não for alcançado,
um benzodiazepínico intravenoso será adicionado. (diazepan: 0,3 mg/kg, que pode
ser repetido ou seguido de infusão de 0,3-1 mg/kg/hora; midazolam: 0,3-0,5 mg/kg
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seguido de infusão de 0,1-0,3 mg/kg/hora; loracepan: 0,05 -0,1 mg/kg, que pode ser
repetido se necessário).
Actualmente, não há abordagem racional para o tratamento da encefalopatia
hipóxico-isquêmica. Uma pesquisa em 72 unidades neonatais nos Estados Unidos
mostra a falta de protocolos padronizados para tratar esses recém-nascidos. Assim,
80% dos pesquisados restringem líquidos e tratam convulsões neonatais; 20-30%
prescrevem sedação e hiperventilação ou fenobarbital profilático; muito raramente,
hipotermia, diuréticos osmóticos ou coma barbitúrico são usados. Esses resultados da
pesquisa atestam o actual dilema que os neonatologistas enfrentam ao tratar esses
recém-nascidos.
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CONCLUSÃO
Hipóxia neonatal é a diminuição ou ausência do oxigênio que deve ser
recebido pelo feto através da placenta. Pode ocorrer antes ou durante o parto e indica
que o feto não está bem.
A hipóxia neonatal pode ser aguda ou crônica. Os casos crônicos em geral
devem-se a alguma patologia materna que ocasiona redução na concentração do
oxigênio que transita entre mãe e feto como, por exemplo, uma anemia significativa,
um problema respiratório ou cardíaco, baixa irrigação placentária ou diabetes
gestacional. Mesmo que estes problemas não levem a alterações evidentes da
oxigenação do feto ao longo da gestação, podem ocasioná-los no momento do parto,
quando há uma redução da irrigação placentária provocada pelas contrações
uterinas.
Um dos sinais de sofrimento fetal é a expulsão intrauterina de mecônio (fezes
do feto que normalmente só são evacuadas após o nascimento). Outros sinais são a
diminuição de motilidade do bebê, alterações das respostas fetais aos estímulos,
alterações no perfil biofísico da circulação do feto, alterações na frequência cardíaca
dele.
Alguns sinais e sintomas clínicos como diminuição dos movimentos fetais e
alterações na frequência cardíaca fetal fazem levantar uma primeira suspeita. O
diagnóstico do sofrimento fetal é feito por meio da monitorização da reserva
respiratória fetal. A amnioscopia, um exame que pode evidenciar a expulsão do
mecônio pelo feto, auxilia no diagnóstico de sofrimento fetal. O exame do sangue fetal
mostrará a redução de oxigênio e a elevação da acidez sanguínea. Um teste da
vitalidade fetal, feito antes do nascimento, que associe a análise do ritmo cardíaco do
bebê com a atividade uterina da mãe, ajuda a diagnosticar o sofrimento fetal, quando
é o caso.
Quando o sofrimento fetal ocorre durante a gestação e o feto já é viável, deve-
se apressar o parto, se possível, recorrendo à cesariana, e os tratamentos cabíveis
devem ser realizados logo após o nascimento. Numa gravidez ainda longe do termo
deve-se realizar procedimentos intrauterinos para tratar o feto em sofrimento.
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