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EXMO. SR. DR.

JUIZ FEDERAL DA ______


VARA FEDERAL DE __________________.

A PARTE ORA AUTORA, vem, com o devido


respeito e acatamento, perante a elevada
autoridade de V. Exa., requerer seja a Ré
intimada a trazer aos autos os extratos da
conta vinculada do FGTS , com base
no art.139, inciso IV do NCPC:
Art. 139.  O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste
Código, incumbindo-lhe:

I - assegurar às partes igualdade de tratamento;

II - velar pela duração razoável do processo;

III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e


indeferir postulações meramente protelatórias;

IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais


ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem
judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

Observe-se que o ônus da prova, para


juntada dos extratos, é da CEF:

PODER JUDICIÁRIO
INFORMACÕES SOBRE ESTE DOCUMENTO
Nr. do Processo 0503603-04.2010.4.05.8502
Data da Inclusão 28/03/2011 17:26:53
Título do Documento: mantém
Nr. do Processo: 0503603-04.2010.4.05.8502
FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. OPÇÃO PELO REGIME ANTERIOR A
22/09/71.  ART. 4º DA LEI 5.107/66 C/C ART. 13, § 3º DA LEI 8.036/90.
JUROS DE 0,5 % AO MÊS.  PROCEDÊNCIA

O Juiz A QUO julgou procedente o pleito autoral, consistente na aplicação


dos juros progressivos na conta de FGTS iniciada antes da promulgação
da lei 5.705/1971.

A recorrente alega que o autor não comprovou a não aplicação dos juros
progressivos.

Cabe à CEF provar se houve ou não a aplicação da taxa progressiva


de juros na atualização dos saldos das contas vinculadas do FGTS,
mediante apresentação dos extratos respectivos.

Precedente do STJ (RESP 200702191956).

Recurso improvido.

 VOTO

I. Relatório

Cuida-se de ação proposta em desfavor da Caixa Econômica


Federal, na qual a parte autora pugna pela aplicação dos juros
progressivos na sua conta vinculada ao FGTS.

Alega a CEF que caberia ao autor comprovar que não foram


aplicados os juros progressivos em sua conta do FGTS.

Alega, ainda, que como a conta foi extinta antes de 1991, ano
em que a CEF passou a centralizar os depósitos do regime fundiário, ela
não teria os extratos do FGTS do autor.

II. Fundamentação

Os pontos controvertidos no recurso referem-se ao ônus em trazer


os extratos e ao ônus de provar a aplicação dos juros progressivos.

Quanto ao primeiro objeto de discussão, a questão é semelhante


ao ônus em anexar os extratos nas ações de correção de conta poupança,
nesses  casos, a jurisprudência tem entendido que cabe à instituição
bancária trazer os extratos, cabendo ao autor apenas demonstrar a
relação jurídica existente com a instituição financeira. No presente caso, o
autor comprovou que durante o período em que vigia a legislação dos
juros progressivos, ele estava submetido ao regime fundiário.Ademais, a
própria legislação do FGTS, art. 7º, I, impõe que cabe à CEF, "agente
operador" do FGTS nessa qualidade, "centralizar os recursos e emitir
regularmente os extratos individuais correspondentes à conta vinculada"
(art. 7°, I, da Lei n° 8.036/90), portanto, não há razão para impor à parte
autora o ônus de apresentar tais documentos, nesse sentido, o STJ no
AgRg no REsp n° 421.234/CE, desta Relatoria, 1ª Turma, DJ de
20/09/2004.

Quanto à alegação de que caberia ao autor provar que não foram


aplicados os juros progressivos, o TRF5 já entendeu que cabe à CEF esse
ônus por se tratar de fato extintivo de direito, AC 200005000359739.
Desembargador Federal Napoleão Maia Filho. DJ 19/04/2006.

Por fim, mesmo nos casos em que a conta fundiária é extinta


antes da centralização pela CEF, cabe a ela trazer os extratos, pois ela
está obrigada a responder pelo controle e remuneração da conta por ser
gestora do FGTS, e existe responsabilidade solidária entre o banco
depositário e a CEF. Ou seja, a Caixa Econômica Federal é responsável
pelos depósitos das contas vinculadas do FGTS, mesmo de períodos
anteriores à migração promovida pela Lei n. 8.036/90, nesse sentido,
TRF4. Rel. FERNANDO QUADROS DA SILVA. AC
00205283420094047100. DJ 09/06/2010.

Nesse sentido, já decidiu a Turma Recursal de Sergipe no


processo 0501075-03.2010.4.05.8500, que teve como relatora a Dra.
Telma Maria Santos.

 FGTS.
DIREITO À PROGRESSIVIDADE DOS
JUROS. LEIS 5.107/66, 5.705/71 E 5.958/73.
APRESENTAÇÃO EXTRATOS. ÔNUS DA CEF.
III. Dispositivo.

Diante do exposto, voto pelo NÃO PROVIMENTO do recurso.


De acordo com a decisão do STF, proferida na ADI 2736 que declarou
inconstitucional a Medida Provisória 2164 que vedava a condenação em
honorários nas ações que versassem sobre Fundo de Garantia, condeno a
recorrente em honorários advocatícios, no percentual de 10% (dez por
cento) sobre o valor da condenação a ser apurado na fase de execução.
ACÓRDÃO

"A turma, de forma unânime, acompanhou o voto do relator."

TRF 5:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE


INSTRUMENTO. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. FGTS.
APRESENTAÇÃO DOS EXTRATOS ANALÍTICOS DAS
CONTAS VINCULADAS. RESPONSABILIDADE DA CEF.
JUROS PROGRESSIVOS. CABIMENTO. PREVISÃO NO
TÍTULO JUDICIAL TRANSITADO EM JULGADO. LEI N.º
5.705/71 ADOÇÃO DA TÉCNICA DE FUNDAMENTAÇÃO PER
RELATIONEM.  PELO IMPROVIMENTO DO AGRAVO.

1. Agravo de instrumento interposto em face de decisão que


julgou improcedente a impugnação da agravante.

2. Consoante já decidiu o Pretório Excelso, "não configura


negativa de presunção jurisdicional ou inexistência de motivação
a decisão do Juízo ad quem pela qual se adotam, como razões de
decidir, os próprios fundamentos constantes da decisão da
instância recorrida (motivação per relationem), uma vez que
atendida a exigência constitucional e legal da motivação das
decisões emanadas do Poder Judiciário". (STF. ARE 657355
AgR, Relator Min. LUIZ FUX, 1ª T., julgado em 06/12/2011).

3. Com base no entendimento jurisprudencial supra, adotam-se,


como razões de decidir, os fundamentos exarados na decisão
objurgada.

4. "(...) 1. Na qualidade de agente operador do FGTS compete


à Caixa Econômica Federal (CEF) efetivamente manter a
centralização, o controle, a manutenção das contas
fundiárias e a emissão de extratos individuais de seus
titulares. Nessas condições, não pode a empresa pública
federal furtar-se ao cumprimento das tarefas que lhe foram
atribuídas pela lei nº 8.036/90, nos termos do art. 7º, inciso
I. 2. Por essa mesma razão, quanto à inexigibilidade do título,
tenho que caberia a CEF a apresentação dos extratos
analíticos da conta de FGTS dos exequentes, o que não fez.
Portanto, o ônus da não existência dos extratos nos autos
deve ser suportado pela CEF e não pela parte impugnada,
nos precisos termos do art. 475-b, parágrafo 2º, do CPC. 3.
Deste modo, tenho que eventual forma de estabelecer critério
para a elaboração dos cálculos de liquidação da sentença, no
período apontado no título judicial transitado em julgado, deve ser
buscada por intermédio da evolução salarial do exequente
extraída de outros documentos acostados ao autos, tais como
CTPS e fichas financeiras, razão pela qual entendo válidos os
cálculos elaborados pela parte exequente às fls. 376/394. [...]
Deste modo, não merece acolhida a pretensão da CEF, tendo em
vista que o título judicial transitado em julgado assegurou aos
promoventes a aplicação da progressividade de juros aos saldos
de contas vinculadas de FGTS existentes ao tempo da edição da
Lei nº 5.705/71."

5. Agravo de instrumento improvido. (PROCESSO:


00421896020134050000, AG135241/CE, DESEMBARGADOR
FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTI, Primeira Turma,
JULGAMENTO: 20/02/2014, PUBLICAÇÃO: DJE 27/02/2014 -
Página 378);

Assim sendo, requer-se seja determinado a CEF, na qualidade de gestora


de todos os recursos do FGTS, que traga aos autos os extratos da conta
vinculada do FGTS em nome da Parte Autora, sob pena de incidencia de
multa diária a ser fixado por V. Exa;

P. Deferimento.

Data

EVANDRO LAGO- ADVOGADO

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