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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DA


COMARCA DE INDAIATUBA/SP

TUTELA DE URGÊNCIA

MARIA SILVESTRE BASTTIMAN, brasileira, casada, portadora


do RG n. 57.904.838-X, inscrita no CPF sob n. 293.602.558-31, residente e domiciliada
na Rua Antônio Soster, 799, Jardim Regina, Indaiatuba/SP, CEP 13348-897, por meio
de seu advogado e procurador que esta subscreve, vem à presença de V. Excelência com
fulcro no art. 42 da lei 8.213/91 e art. 43 e ss do Decreto 3.048/99 propor a presente
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA RESTABELECIMENTO DE
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ contra INSS – INSTITUTO NACIONAL
DE SEGURO SOCIAL, autarquia federal que deverá ser citada através de seu
representante legal, na procuradoria do INSS situada em Campinas/SP, Rua Jorge
Harrat, 95, Ponte Preta, CEP 13041-550, pelas razões de fato e de direito que seguem.

DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA

A segurada é pessoa desprovida de recursos financeiros para arcar as


custas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família, sendo que,
busca na presente ação benefício previdenciário pela incapacidade laboral que enfrenta
atualmente.

Portanto, requer nos termos do art. 98 do NCPC, a concessão da


gratuidade judiciária.

DOS FATOS
TIAGO PEREIRA SOCIEDADE DE ADVOCACIA
CNPJ 27.644.918/0001-20 - OAB/SP-PJ 22.195
Av. dos Trabalhadores, 116, Sala 1303
Indaiatuba/SP – CEP 13338-050
19 3394-0208 – contato@tpadvogado.com.br
A requerente buscou junto ao INSS o benefício previdenciário
Aposentadoria Por Invalidez (B32) por estar incapacitada total e permanentemente para
o trabalho, pois fora acometida de SEQUELAS DE AVC COM
TRANSFORMAÇÃO HEMORRÁGICA (CID I63 – INFARTO CEREBRAL),
DEFEITO DO CAMPO VISUAL (CID H53.4), CRANIOENCEFÁLICA COM
LESÃO POR GLIOSE OCCIPITAL ESQUERDA, FIBROMIALGIA LOMBAR
(CID M79.1), ARTROSE NO JOELHO (CIDs 54, 19, 23) E TRANSTORNO
DEPRESSIVO (CID F33.2)

É o que se infere dos relatórios médico (em anexo) emitidos por: Dr.
Júlio Cesar R. Barros, Neurocirurgião, CRM 65067 em 25/10/2018; Dr. André Ynagui,
CRM-SP 116.756; Dra. Angela B. Miranda, Psiquiatra, CRM 40660;

Diante da incapacidade e restrição total para o trabalho, a segurada


buscou da autarquia ré o benefício de Aposentadoria por Invalidez que foi concedido
sob n. 6014966432 (B32) em 22/04/2013 (carta de concessão em anexo).

Ocorre que a segurada foi chamada para realização de nova perícia a


fim de constatar a permanência da incapacidade, ocasião em que o perito do INSS
constatou estar apta ao trabalho cessando o benefício em 11/09/2018.

Com efeito, a segurada continua completamente incapaz para o labor


seja habitual ou qualquer outro, pois comprova-se pelos documentos anexos que sofre
de doença grave incapacitante total e permanente e, diante da negativa da autarquia, não
vê alternativa a não ser requerer o benefício previdenciário por incapacidade perante
este juízo.

DO DIREITO AO BENEFÍCIO APOSENTADORIA POR


INVALIDEZ

Dispõe o art. 193 da Carta Maior que a ordem social tem como base o
primado do trabalho com o objetivo do bem-estar e as justiças sociais, sendo a
seguridade social o meio pelo qual o Estado promoverá a saúde, assistência social e a
previdência social.

TIAGO PEREIRA SOCIEDADE DE ADVOCACIA


CNPJ 27.644.918/0001-20 - OAB/SP-PJ 22.195
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A Previdência Social prevista no art. 201 da CF, é organizada sob o
regime geral de caráter contributivo e de filiação obrigatória atendendo nos termos da
lei a cobertura aos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada além de outros.

Para fazer jus ao benefício, o requerente deve enquadrar-se aos


requisitos previstos na lei, sendo eles a qualidade de segurado, contingência, filiação e
carência.

Quanto a incapacidade para o trabalho decorrente de doença ou


invalidez, tem-se os benefícios de Auxílio-doença (acidentário ou previdenciário) e
aposentadoria por invalidez respectivamente.

A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida a carência quando


for o caso, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer esta condição (art. 42, Lei
8.213/91).

No caso concreto, infere-se que a segurado encontra-se incapacitada


totalmente para o labor conforme será auferida em perícia médica durante a instrução
processual. Presente, pois a contingência.

Por ter sofrido um AVC que lhe deixou sequelas irreversíveis, como a
perda da visão, a reclamante encontra-se incapacitada para o labor habitual. Ademais,
enfrenta transtorno de depressão em decorrência da invalidez e dores causadas pela
fibromialgia e artrose no joelho (laudos em anexo).

Foi solicitado pelo médico da segurada, o afastamento imediato e por


tempo indeterminado em decorrência das doenças já citadas, que a incapacita total e
permanentemente.

Atente-se que os referidos laudos, são posteriores a realização da


perícia, sendo em 25/10/2018, 29/11/2018 e 04/02/2019 sendo este o mais recente e que
constata as sequelas do AVC.

Quando da sua filiação perante o INSS, a segurada não era portadora


da patologia apontada, pois o AVC ocorreu em 2011, afastando a incidência do art. 42,
§2º da lei 8.213/91.
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Por conseguinte, quanto a qualidade de segurado, a requerente é
segurada empregada e encontra-se com seu contrato de trabalho suspenso conforme
CNIS que deverá ser acostado aos autos pela ré.

Conquanto a perícia realizada pela autarquia constatou a aptidão para


o trabalho, a requerente não mantém quaisquer condições de retornar ao labor como se
vê da documentação em anexo, isso pois, como constatado pelo médico, há grave
quadro de sequelas de acidente vascular cerebral isquêmico, além do transtorno
depressivo, fibromialgia e artrose nos joelhos.

Outrossim, cabe lembrar do entendimento da súmula 47 da TNU que


dispõe “uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve
analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão da
aposentadoria por invalidez”.

In caso, a segurada conta com 60 anos de idade e baixo grau de


escolaridade, o que torna difícil a sua reinserção no mercado de trabalho nessa fase da
vida e diante da grave crise econômica com altos índices de desemprego no cenário
nacional.

Além da incapacidade, deve ser levada em consideração as condições


sociais e pessoais da segurada como demonstrado acima.

Na ocasião da perícia, requer seja nomeado perito especialista na área


correspondente a patologia do segurado a fim de que possa trazer elementos de
convicção de que a doença é incapacitante.

Nesse sentido a TNU:

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. PREVIDENCIÁRIO.


CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA POR
ESPECIALISTA. PEDIDO PROVIDO.

1. Não é meramente processual a questão da realização de perícia


médica por especialista, pois o trato acerca das características da
prova pericial admissível em casos envolvendo discussão sobre
capacidade laborativa não envolve o reexame de prova, mas, sim,
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a valoração jurídica da prova, e mesmo porque a análise destas
características é inerente à amplitude objetiva das garantias
constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
2. A regra de que a perícia médica deve ser realizada por peritos
especialistas na área médica sobre a qual deverão opinar,
prevista no §2º do art. 145 do CPC, subsidiariamente aplicável
aos Juizados Federais, somente pode ser excepcionada quando
médicos generalistas possuam conhecimento técnico suficiente, a
exemplo dos quadros médicos simples.
3. Quando como no caso, a segurada apresenta um quadro médico
complicado, complexo, sendo portadora de uma doença
neurológica rara, a realização de perícia médica por especialista
em neurologia é um direito a ser preservado.
4. Pedido de uniformização provido, anulando-se o acórdão e a
sentença para a reabertura da instrução com a realização de
perícia por médico neurologista (PEDILEF 2008.75.51.00.1862-
7, Rel. Juíza Jacqueline Michels Bilhalva, julgamento em
10.5.2010);

Portanto, preenchido os requisitos previstos no art. 42 da lei 8.213/91,


é de rigor o restabelecimento do benefício Aposentadoria por Invalidez, cujo pagamento
deve contar a partir de 11/09/2018, ocasião em que o benefício foi cessado.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Para concessão da tutela de urgência o juiz irá auferir se há nos autos,


elementos que evidenciam a probabilidade do direito alegado e o perigo de dano ou
risco ao resultado útil do processo, bem como a possibilidade de reversão dos efeitos da
decisão segundo o art. 300 do NCPC.

A requerente buscou junto ao INSS o benefício previdenciário


Aposentadoria Por Invalidez (B32) por estar incapacitada total e permanentemente para
o trabalho, pois fora acometida de SEQUELAS DE AVC COM
TRANSFORMAÇÃO HEMORRÁGICA (CID I63 – INFARTO CEREBRAL),
DEFEITO DO CAMPO VISUAL (CID H53.4), CRANIOENCEFÁLICA COM

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LESÃO POR GLIOSE OCCIPITAL ESQUERDA, FIBROMIALGIA LOMBAR
(CID M79.1) E ARTROSE NO JOELHO (CIDs 54, 19, 23) E TRANSTORNO
DEPRESSIVO (CID F33.2)

É o que se infere do relatório médico emitido por: Dr. Júlio Cesar R.


Barros, Neurocirurgião, CRM 65067 em 25/10/2018; Dr. André Ynagui, CRM-SP
116.756; Dra. Angela B. Miranda, Psiquiatra, CRM 40660;

Diante da incapacidade e restrição total para o trabalho, a segurada


buscou da autarquia ré o benefício de Aposentadoria por Invalidez que foi concedido
sob n. 6014966432 (B32) em 22/04/2013 (carta de concessão em anexo).

Ocorre que a segurada foi chamada para realização de nova perícia a


fim de constatar a permanência da incapacidade, ocasião em que o perito do INSS
constatou estar apta ao trabalho cessando o benefício em 11/09/2018.

Com efeito, a segurada encontra-se completamente incapaz para o


labor seja habitual ou qualquer outro, pois comprova-se pelos documentos anexos que
sofre de doença grave incapacitante, total e permanente e, diante da negativa da
autarquia, não vê alternativa a não ser requerer o benefício previdenciário por
incapacidade perante este juízo.

Por conseguinte, a autora encontra-se sem poder trabalhar e prover o


seu sustento e de sua família, razão pela qual pugna-se pela concessão da tutela ante o
perigo de dano pela ausência de meios de subsistência e o caráter alimentar do
benefício.

Em sendo assim, requer em sede de cognição sumária, a concessão da


tutela de urgência a fim de compelir a autarquia no restabelecimento do benefício
6014966432 aplicando multa diária em caso de descumprimento da decisão.

DOS PEDIDOS

Em face do exposto e comprovado, requer-se digne V. Excelência a


determinar a procedência total da pretensão deduzida, e:

Em caráter liminar:

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a) A concessão da tutela antecipada de imediato ou após a realização
de perícia médica (se possível), determinando-se o INSS que inicie imediatamente o
pagamento das prestações do benefício previdenciário Aposentadoria por Invalidez,
enquanto persistir a enfermidade ensejadora do benefício;

b) A determinação do pagamento de multa a ser fixada por este juízo


com base nos artigos 300 e 497 do NCPC, caso haja por parte da autarquia o
descumprimento da tutela a ser deferida;

Em caráter definitivo:

Ante o exposto requer-se a V. Excelência:

a) A citação do INSS para que, querendo, apresente defesa no prazo


legal sob pena de incorrer em revelia e seus efeitos jurídicos;

b) A determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em


que se pronunciar nos autos, apresente o Processo de Concessão do Benefício
Previdenciário para apuração dos valores devidos à parte autora, conforme determinado
pelo art. 11 da lei 10.259/11, sob pena de cominação de multa diária nos termos do art.
139, IV do NCPC a ser fixado por este juízo;

c) A condenação do INSS ao pagamento das prestações


previdenciárias de aposentadoria por invalidez, devidas desde a cessação do benefício,
tornando definitiva a tutela antecipada deferida, acrescidas de correção monetária a
partir do vencimento de cada prestação até a efetiva liquidação, respeitada a prescrição
quinquenal, adotando-se como critério de atualização o INPC (a partir de 04/2006,
conforme o art. 31 da Lei 10.741/2003, combinado com a lei 11.430/2006, precedida da
MP 316/2006, que acrescentou o art. 41-A à lei 8.213/91). Requer-se ainda a aplicação
do juros de mora a serem fixados à taxa de 1% ao mês a contar da citação, com base no
art. 3º do Decreto Lei 2.322/87, aplicável analogicamente aos benefícios pagos com
atraso, tendo em vista o seu caráter alimentar;

d) Constatada por laudo pericial a condição de invalidez (incapacidade


insuscetível de recuperação para o exercício de qualquer atividade), requer a
condenação do INSS ao pagamento das prestações previdenciárias de aposentadoria por
invalidez, vencidas e vincendas acrescidas de correção monetária a partir do vencimento
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de cada prestação até a efetiva liquidação, respeitada a prescrição quinquenal, adotando-
se como critério de atualização o INPC e juros de mora de 1% ao mês;

e) A condenação do INSS ao pagamento de custas, despesas e de


honorários advocatícios na base de 20% sobre as parcelas vencidas e as doze vincendas,
apuradas em liquidação de sentença, conforme dispõem o art. 85, §3º do CPC/2015.

Para a prova dos fatos alegados, além do conhecimento dos


documentos que acompanham a presente ação, requer e protesta pela produção de todos
os meios de prova admitidos em direito, em especial a perícia médica, sem exclusão de
nenhum outro meio que se fizer necessário ao deslinde da demanda. Requer, portanto, a
nomeação de perito, escolhido por este MM. Juízo, para a realização da perícia médica,
inclusive, se necessários, a realização de exames suplementares, além dos apresentados,
que sejam considerados indispensáveis para a constatação da doença.

A parte informa, ainda, que não possui condições financeiras para


nomeação de assistente técnico, requerendo, desde já, a apresentação de quesitos
suplementares.

Reitera o pedido de gratuidade judiciária nos termos da


fundamentação.

Informa a autora que em atendimento ao disposto no art. 319, inciso


VII do CPC/2015, não tem interesse na realização de audiência de conciliação tendo em
vista que a matéria reclama perícia médica.

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) para efeitos de


alçada.

Termos em que

Pede deferimento

Indaiatuba, 28 de fevereiro de 2019

Tiago Cunha Pereira

OAB/SP 333.562

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