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CONTRATOS |. PERTURBAGOES NA EXECUGAO Catarina Monteiro Pires ALMEDINA Capitulo | Impossibilidade superveniente definitiva 1.1. Caraterizagao geral LLL. Material 1. A impossibilidade da prestagao emerge, enquanto figura de topo no sistema do Cédigo Civil! e é por ela que comecaremos, caraterizando-a, primeiro do ponto de vista material e, depois, do ponto de vista temporal. Uma nota antes de avangarmos. Em certos tipos de contratagio, é fre- quente a utilizagdo de cléusulas de forca maior, referentes a situagoes de impossibilidade, definitiva ou temporsria, Em sistemas com uma regulacio extensa da impossibilidade do cumprimento, como é 0 caso do nosso, 2 inchusio deste tipo de cléusulas pode justificar-se para tornar mais previ- sivel o regime aplicavel (por exemplo, fixando um perfodo de tempo findo o qual o impedimento se tem como definitivo). Se a regulaeao da cléusula em aprego nio for exaustiva e completa, poderd ser necessario conjugi-la com 0 regime legal que seguidamente examinaremos, 2. Do ponto de vista material, a prestacdo impossivel surge amitide cara- terizada como agao (ou resultado) que, de acordo com as leis da natureza ou o estado da ciéncia e da técnica, nao pode ser realizada’. * Sobre este lugar de topo, herdado da tradigao germanica, veja-seo nosso estudo Impossibilidade dda prestagto, p.19 ss. * Assim, STAUDINGER/CASPERS, §275, n.m. 12, 13 ind oe 80, fun ces POTS i do apr of, nd .stagao contratual ocorre Procuranct’ 7628.10 LP itidade da pre prestagio © ae a Cates im] ss vel ou quando o resultado que 10 9 é realizavel ou TT tact) PO idade de PPESTA Tag nao € alcangine jalnto é realizavel) respeita direta. prestacaoe compreende-se i i tao do contrato, de modo. nea atv devedor uma incerpretaca ; seine ae da prestacio devida (artigos 23625), Se je ml > : adetermin dor arde,€4 prestagao nao diz respeito a a aoa err do devedor arde, a 2
Vaz Senna, Impossibilidade superveniente por causa ndoimputdvel, p. 135, Ider, p. 142, ° Veja-se 0 nosso estudo Impossibilidade da prestagto, p. 343, ® PEREIRA COELHO, Obrigagées, p.9 e, aderindo a esta posigio, NUNO PINTO OLIVEIRA, Principios, p. S14, nota 610. "Cf onosso estudo vefa-se o nosso estudo Impossibilidade da prestagdo, p. 336, nota 1598, com abundantes referéncias bibliogrificas. ” Branz Wreacker, Leistungshandlung, p. 783 ss ' VoLKER BEUTHIEN, Zweckerreichung, p. 17 ss. muito 5 resultado pode também sine ealdades € te Mtns verdadeiras imposs todas estas realidade® artigos 790 e seguintest Dito daa da impossibilidade dos ¢quais se aplica 0 regit i Gp tacto de se aceitar que 0 Fegime go enquanto resultado, nao se extr 4 licado & prestag sofa dad enquanto resultado. Ora, a pro anélise de grupos de casos, di perda do «substrato da, tido final da ideia de prestagao sentido fica facilitada através da designadamente, entre as hipdteses de ede wfrustragao do fim" 5. Ji fizemos alusio aos casos de perda do «substrato da. Bee share mais simples, porque neles, além da perda ~ambém perda da possibilidade de realizar a prestagao ‘mera ativid: ™ CATARINA Mow: ae TeIRO Pines, Imposiilidade A eda Presta, p. 343 95 NTONIO Meni zas » Pe PROENGA, Licdes de $ CoRDEIRO, Tratado, TX, J TONG Li ecm, 240, pri su 3 (of) pela qean ris, cai aim, IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEFINITIVA, e nfo sé”, aceitem um conceito amplo de prestagao enquanto resultado, tendo sobretudo em vista casos de perda do «substrato da prestagion. Nao contestamos este ponto de partida, Com efeito, é também nosso entendimento que estes sao casos de impossibilidade, como jé sustenté- mos na dissertagio que dedicémos ao tema’, Mas pergunta-se: ¢ além destes? Haverd outros? Parece-nos que sim, Avangando 0 resultado da nossa conclusfo, podemos assentar que haverd impossibilidade sempre que o resultado seja um elemento, estrutural e/ou funcional da prestagio debitoria, ainda que indiretamente revelado e ainda que de natureza com- plementar ou acesséria. Conclusao que, como se pode logo antecipar, s6 pode ser concretizada através de uma interpretagao cuidada, alargada, do proprio contrato. 6. Neste ambito, uma categoria que tem merecido individualizagao € adas chamadas «prestacées finalizadas». Fazendo apelo a esta ideia, um Autor alemio, BEUTHIEN, sustentou ainclusao dos casos de frustragao do fim no ambito da impossibilidade da prestacao, mas apenas quando estivessem em causa prestagoes de fim vinculado"’. Saber se determinada presta¢do, em atengio ao respetivo fim, ou nao impossivel, seria uma questo a esclarecer em funcao do acordo existente quanto ao fim (Zweckvereinbarung). Uma outra proposta foi concebida por HELMUT KOHLER™. Para este Autor, haveria que diferenciar fins ou resultados. O «fim primério» corres- pondia ao interesse do credor na prestacao, enquanto 0 «fim de emprego», por seu turno, se traduzia na finalidade que o credor visa aleangar coma satisfacao do fim primério. O fim de emprego apenas seria parte do con- trato se pudesse ser considerado um «ponto de referéncia» (Becugspunkt) do «programa contratual», $6 a interpretagao da vontade das partes permitiria ordenar a conduta do devedor a uma determinada finalidade e © Segundo Guipo Quass, Die Nutzungsstérung, p. 17 ss, 08 casos de desaparecimento do fim corresponderiam a situagées em que a prestagao se torna impossivel porque a coisa ou ‘2 pessoa em relagio & qual a prestagio teria sido realizada, o dito substrato da prestagio, se revelou inadequado para o efeito. © Catarina MontEIRo Pires, Impossibilidade da Prestagdo, em particular p, 347. ® VoLKER BEUTHIEN, Zweckerreichung, pp. 161-162, ® Hetmur Kouter, Unméglichkeit, p. 77's. 4 Idem, p.138. y RATOS - lemas do fim do contrato seriam, 4 bh za . jvo contetido. OS PFO! a ede repartigao descobrir o respetivo i de interpretaca© do contrato ed -partig: em primeira linha, prol do caso concreto™. tes do rscoe, portanto, emPr® ae também no estudo de DIETMAR jacdo entre fins SUTE® eon Esta aed dose do conceito de fim sera poe ES een tor analisou um conjunto representativo CE a mm de emprego pode, ou nao, pertencer 20 cone que o fi ‘ ie a pee : Essa revelagao s6 poderia set feita pela interpretagao eect Se nao fosse possivel reconstituir 2 yontade hipotética das partes, restaria coe a fa ee de aplicacao da doutrina mento da base do 7 fe aia recente, BERND NAUEN salientou que 0s limites da graduagfo do fim (Zweakstafelung) seriam os limites daautonomia privada das partes. Segundo NAUEN, a autonomia privada permitiria a fixagao de virios fins: do fim «tipico», correspondente ao fim de troca, e de «outros fins», nomeadamente do fim de emprego da prestagao™. A distingao entre fim e motivo fundar-se-ia exclusivamente no critério do contetido do con- trato eno acordo de vontades*. Da perspetiva destes varios Autores, pode extrair-se que os problemas do fim sao, em primeira linha, problemas de interpretagao ¢ de integragao do contrato, bem como da inerente reparticao do risco (artigos 236.° ss). Nesta medida, sao ainda questoes que s6 podem ser esclarecidas perante "timate pi ou gu rtd ase. rse-d de duvidosa utilidade, se compreendida enquanto meio exclusivo ¢ auténomo de enquadramento dos aspetos que enquad: mento dos 7, Se acei Ba, esta coordenada, pode ainda perguntar-se qual 0 pan nnes aoe Jiustragio do interesse do credor numa prestagao nao da, o, estaré em causa o fi ee ‘ © fim de emprego do credor, 0 o fim da prestacio, dificilmente renee conclusio de ® Idem, p,140, ® Dierwar Wier " ower, Strange BERND Nave, Leute ue P8338, ‘stungserschwerung. p, 312 ss eo erschwerung, p, 312 55 BERND Naven, Leis Miberihwening ©.174 seep. 18) ge 8 Dem eatidode uma am cetoakugdo de presta pind com exclu ¢ IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEFINITIVA, que a prestagio se tornou imposstveP®. A localizagao exata destes casos dificeis apelaa diferenciagao entre impossibilidade e mera perturbagao do fim, enquadravel na alteragio das circunstancias ou traduzindo um risco proprio da parte atingida”, 8. Note-se, ainda, que sio igualmente casos de impossibilidade aqueles em que o resultado da prestacao é alcangado por via diversa do cumpri- mento®. Nestas hipdteses, nao hé atividade do devedor, mas o resultado é atingido: o credor € satisfeito de outro modo. 9, Ainda do ponto de vista material, a impossibilidade acolhida no Cédigo Civil reveste carater absoluto. Como afirmamos noutros locais®, as razGes que alicergam 0 raciocinio da orientacao que restringe o ambito daimpos- sibilidade a impossibilidade absoluta s4o varias, desde 0 elemento histérico, resultante da circunstancia de a proposta legislativa de Vaz SERRA nao ter vingado®, as reservas que uma «impossibilidade relativa» suscita quanto & % No sentido de uma ampliagio do ambito regulativo da impossibilidade através de um con- ceito alargado de prestagio, ainda que limitando esta consequéncia as perturbagbes do fim primério, com exclusto das perturbagdes do fim de emprego do credor, HEL MUT KOHLER, Unmiglichkeit, p. 17 88. A terminologia é variada quando o tema toca o fim da prestagio, Contudo, é frequente na doutrina a diferenciacio entre impossibilidade e perturbagSes do fim. Assim, por exemplo, STAUDINGER/CASPERS, 6275, n.m. 12. A referéncia a esta situagao é usual na doutrina ~ assim, colorandt causa, JULiA RODL, Die Spannung der Schuld, p.29 ss, ANDREA FEHRE, Unmoglichkett,p.73, SrAUDINGER/CASPERS, §275, n.m. 158 ss. > CaTantNa MONTEIRO Pines, Impossbilidade da Prestagao, pp. §37 ess. também o nosso outro estudo Quatro proposigaesem torno da vinculagto debitéria, p. 868 ss, © Vaz Sema equacionou a aplicagdo do regime da impossibilidade ao que designou de extrema difuldade da prestagto ow difcaldade excesiva da prestagto, coneluindo que «desde que se aceite a possbilidade de os contratos se resolverem ou modificarem em virtude de excessiva difculdade superveniente de uma das prestagGes (..) parece no poder deixar de se liberar o devedor quandoa prestagdo se tornou excessivamente dificls (Impassibilidade superventente por causa nao imputivel, p. 30). O artigo 8# do anteprojeto de Vaz SERRA consagrava para o aso da excessiva onerosidade da prestagdo que «o devedor pode exonerar-se da obrigagio ou obteruma modificagio desta, aplicando-se onde.o puder ser, o disposto quanto resoluga0 ou modificagio dos contratos por alteraglo das circunstancias» idem, pp. 123-124. Esta proposta de Vaz SERRA nio foi acolhida nas revises ministeriais. ANTUNES VARELA considerou que o siléncio legal seria intencional, uma vez que tinham sido eliminados os preceitos do 19 a i do | yridicas € 2 conservagio ‘ ana JOG estudo das perple- roa stabil dee oe direito- a germanica Alec ee neces ioidade © ade relates Ber oquanto jo dances” ossil ssibil ‘onsab) . oc en 8 Hg dP " ympossibilidade aco- d oe geradas em le pane stitufdo, fomaremos adiante, ja of eben ase on Aluz. do Saat absoluta ce ossbilidade absolita mo Jo absolut a 4 ; lm el parece, POI PSO ciacio entre i tnida na lei Pare Laud @ us no eae Jevam a excluir a chamada aie relativa). chr jamal e inda que 1470S aoe diferente é saber se, em ‘uP 10, Note-se aint i agn'?, Problem dmitir-se a inexigibilidade de! impossibilidade econémi vesibilidade, deve a into ésabenseenne es ares quendoo da impossi dios do devedor, 8 9 quadrante q esforgose dispentl ndloga a de HEeck™, ainda que a como limite aos do limite do sacrificio, (0.2 ss (retomaremos este aspeto a sivel uma teoria endo os artigos 790! , sedeada noutro local qui a infrano ponto 73.2:)- : : is é, por sal 11:2. Temporal ii ibilidade superveniente é, i Dopamine a contraposigao a impossibilida le origin a Yo Codigo Civ celebragao do negécio juridico (cf. artigo 232. 7 i a écio, a impossil ode ocorrer 1 2. A partir da celebragao do negécio, a mpc idade px sf antes ou depois do vencimento da obrigagao®. A moldura temporal parece “a anteprojeto relativos ao cariter excessivo da prestacdo, para evitar os incanvenientes da. ‘ ‘cova alem do limite do sacrfiio (assim, ANTUNES VARELA, Das obrigagtes II, pp. 69-70), ‘ coneluindo que,no nosso direito, teria ficado 86 2 impossibilidade absoluta libera 0 deve Vane a, Cédigo Ci, p. 43), | Sobrea impossibilidade do §275/2 BGB, pode também: a Prestago, p. 438 55 e,em Particular, sobre og £06313, que Consagra as perturbacées da base * Comoutros desenvolvimentos, CataRista M P4405, «bem assente que, sem prejuizo do artigo 4378, ‘dor da obrigacao» (PrRes DE aaa ene ‘ver-se onosso estudo It Problemas de fronteira entre a citada norma do negécio, idem, p. 494 ss, ‘ONTEIRO PIRES, Impossibilidade da 7 * Purtipp Heck, Gr * Assim, Caranina © Panes, Imp doutrina ai efeid ; assibilidade da Prestagito, p. 55 ss, bem * lien p Ga * (deem particular nog 150,p, 55), a rndrif, p. 88.55, Monvern 20 IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEEINITIVA cer, apenas, delimitada (positivamente) pela conclusio do negécio jure dico, Desde esta altura, poderd verificar-se em qualquer momento, desde que o dever primério de prestar ndo se extinga, por qualquer das causas Jegalmente previstas. 3, Ainda atendendo a fatores temporais, a impossibilidade que nos cocupa nesta sede é a impossibilidade definitiva, e no meramente tem- poriria. Adiante retomaremos este aspeto quando tratarmos da mora ¢ do retardamento casual, mas antecipemos desde j4 que, segundo os ensi- namentos da doutrina alema*, que nos parecem de acolher, o critério de diferenciag4o entre temporirio ¢ definitivo deve ser o da recuperabilidade da prestagao: na impossibilidade definitiva, a prestagao ja nao é recupervel, de acordo com uma constatagao factual ou de acordo com um juizo de prognose, consoante os casos. Se for de prever que o impedimento nao cessard, ou que 0 mesmo sé cessard mediante a verificagao de um facto extraordinario com o qual nao seja legitimo contar, de acordo com critérios racionais, haver4 impossibilidade definitiva’”. Questao diversa, embora por vezes ligada a razoabilidade da espera num contexto de incerteza*, éa de saber quais os esforgos € dispéndios exigiveis ao devedor para manter a sua capacidade de prestar. 1.2. Distingdes 1.2.1. Absoluta e «relativa» 1, Cingindo-nos 4 impossibilidade superveniente ¢ definitiva, que é aquela de que nos ocupamos, o regime do Cédigo Civil (artigos 790. e ss) estabelece um conjunto de diferenciagdes que importa assentar antes de prosseguirmos™. Além destas, o BGB alemao inspirou, depois, outras distingdes, que 0 nosso Cédigo nao acolhe, mas que convém enunciar, precisamente para evitar soluges contrarias a lei. “ Por exemplo, por todos, Craus-Wit HELM Cananus, Die einstweilige Unméglichkeit der Lelstung, p. 143 ss, * Cf. ARND ARNOLD, Die voriibergehende Unmiglichkeit, p. 866, WoLEGANG DAunurr, Voriibergehende Unméglichkeit, p. SS ss. Entre nds, Vaz SERRA, Impossibilidade. sipervericarte cumprimento imperfeito, p. 19. “ Por exemplo STUDINGER/LOWISCH/CaSPERS, §275, n.m. 53, Videtambém AntONIo MENEZES ConDEIRo, Tratado, IX, p. 344s, a a a 1M i) meira difere Dy conTRATOs iltiomas, untae entre | 9° anterion € 4 ; P pe iva». «a impo le relat iderava absoluta 4 de enhum, as 0 pe do ui 05 8 ad pili vit for p05 ‘ ; aimee d aferidos pera Pe) Ocean 1 . on! docredarna prestagitzo de Prognose an ~ inal de constatagio factual ou bit JO impedimento é superdvel, in sai Anna «impossbilidade relativa», a ‘ v5 00 porém, uma maior dificuldade em prestar. 7 oo men be ‘bil ta, nem rel 3. Aleingo faz alusio a impossibilidade absolu a 4, Ve mente porque nao aceitou duas expressoes, mas apenas ann ampo 1.L1). Alids, a propria terminologia «, ) Da inpossbidedepesoa”p, 423 6, eee Desenvolvidamente, Catarina Monteiro Py ® Assim, MANUEL Gomes pa § Pacaieunens tiv, Deverdeprestar, p. 167, Many URL DE ANDRADE, Teoria Ve ic maine em ‘az SER ossibilidade superveniente por causa nao imputdvel, Truss bimoaronge a Hs ies TEsmo Autor, Ensaio, p.106, INoCENCIO GALVAO 1,P.356. Nuno Piro, Ouneina Pr ae CD aay inefpios, p. 521 indica ue @ impossibilidade objetiva xu TRES, Impossibilidade da prestagao, p. 558 ss. RA, Imp, a peratoda agen VARELA: «aim pode ser absol emestadode c relativa (caso ¢ obtigacao), E objectiva, que tiva quand a IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEFINITIVA pode fazer-se substituir no cumprimento «ou porque a prestacao é abso- Jutamente infungivel, ndo se compadecendo pois com essa substituigio, ou porque por um outro motivo a substituigao ¢ impraticével, como se 0 facto que impede 0 devedor de realizar ele proprio a prestagao (vg. uma grave doenga, com perda de consciéncia) o inibe também de providenciar no sentido de se fazer substituir’', 2. Sao frequentes as referéncias a uma afinidade ~ e, por vezes, até mesmo, a uma sobreposi¢gio - entre impossibilidade objetiva ¢ impos- sibilidade absoluta, por um lado, e entre impossibilidade subjetiva € «impossibilidade relativa», por outro lado. Alguma doutrina utiliza mesmo as designagdes impossibilidade subjetiva c relativa e impossibilidade obje~ tiva e absoluta em sinon{mia‘ Contudo, as distingdes nao se confudem, como tem salientado, e bem, a doutrina portuguesa dominante. Assim, na exposigio de MANUEL. DE ANDRADE «a impossibilidadesubjectiva pode ser absoluta (0 devedor nio pode prestar, podendo, todavia, a prestagao ser feita por outrem) ou relativa (0 devedor sé pode prestar com excessiva dificuldade, a qual ja nao existe para outra ou outras pessoas); assim como pode a impossibilidade objectiva ser também absoluta (ninguém pode prestar) ou relativa (existe difficultas para todaa gente)»*, Na esteira desta clarificacao, ensinou ainda ANTUNES VarELA: «a impossibilidade subjectiva (atinente apenas ao devedor) tanto pode ser absoluta (caso de o devedor da prestacio de facto nao fungivel cair emestado de coma, com perda absoluta de consciéncia, por exemplo) como relativa (caso do artista cuja vida corre grave risco com o cumprimento da obrigagao). E outro tanto pode afirmar-se em relagao & impossibilidade objectiva, que também sera absoluta quando ninguém pode prestar, e rela- tiva quando a prestagao para todos seja excessivamente onerosa ou dificil». Pela nossa parte, recordemos ainda, como jé sustentado em outro estudo, que a insuscetibilidade ou, talvez melhor dizendo, a dificuldade diz respeitoa prestagao em sie a impossibilidade subjetiva diz respeito a pessoa do devedor. No direito alemio, vide por todos Mt/Ko/ERNsr, §275, n.m. 36 ou STAUDINGER/CASPERS, §275, n.m. 64. * InocéNcio GALVAo TELLES, Direito das obrigagées, pp. 364-365. © Vejam-se, por exemplo,as referencias de ManvEL Gomes pa Siva, Dever deprestar,p. 160. ® MANUEL DE ANDRADE, Teoria geral das obrigagdes, p. 410, nota 4. * JoAo ANTUNES VARELA, Das obrigacbes, Il, p. 72, nota 1. sascetivel de a prestagio acordada, balmente afetada. : Bein, 2, Aimpossibilidede parcial exige que 2 eg i ti sivel,eabendo, depois, apurar em que con: eee relativamente ao quala doutrina tem aludido a uma em sentido juridico™. 3. As consequéncias de regime juridico desta distingio tivas: retomaremos adiante este aspeto (vide ponto 1.5.) 1.2.4, Fisica e juridica 1, Nosestudos de SaviGny ede MomMsEN, transparece um: com raizes no direito romano, entre impossibilidade fisica ou ‘mpossibilidade legal ou juridica*, O regime da impossib niente do Cédigo Civil nao lhe dedica atengao especifica®, assentar que ambas as exy a ‘Pressdes podem corresponder impossibilidade, : 7 ei es He Impossibilidade juridica quando a Prestagao nao p Pordue pressup6e um efeito que o ordenamento juridico nem s = CATALINA Mow © ANTONt0 Mex; rs ORDELRO, MEKO/ERNs7. 597 ; # Soviens, Dane PM. 125s, aia PIRES, Impossbilidade dq Prestagao, pp, 326-397, Tratado,X,p.348 55.” : N, Die Um ‘*PTEStaGaO, D. LIS ss. preende = projeta- tutela de que imp 3. Dig dindo de medida q IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEFINITIVA reconhece®. Na sintese de Rrzpr, hé impossibilidade juridica quando «é prometido um resultado juridico, cuja realizagao nao é ou ja nao ¢ juridi- camente possiveln®. A impossibilidade ¢ fisica «quando resulta da propria natureza das coisas (ex rerum natura)»* ou do estado da ciéncia. 1.3. Imputagao 1.3.1. Imputagao ao devedor 1. Um aspeto muito relevante do regime da impossibilidade superveniente definitiva respeita a imputagio da mesma. Nesta sede, cabe distinguir entre itérios de imputagao ao devedor e critérios de imputagao ao credor. 2. Comegando pela imputagao ao devedor, podemos diferenciar conso- ante o contrato estabeleca um critério ou seja omisso, devendo neste caso seguir-se o critério legal. Nao nos oferece grandes diividas que 0 critério contratual deve prevalecer sobre o critério legal, pressupondo, claro, que a estipulagao de vontade no se encontra, por outros motivos, ferida de invalidade. A supletividade que carateriza o direito privado ¢ as normas do Cédigo Civil - notava ja LaRENz que «apenas em poucos casos com- preende 0 [nosso] direito das obrigagdes também normas injuntivas»® ~ projeta-se, de igual modo, neste plano, nao havendo razdes relativas & tutela de terceiros ou 4 prote¢io do devedor, enquanto parte mais fraca, que imponham, por si s6, uma insuscetibilidade de fixagao contratual. 3. Diga-se ainda que a imputagito contratual pode ser objetiva, prescin- dindo de culpa, ou subjetiva, nao prescindindo de culpa. Neste caso, a medida da diligéncia pode ser também objeto de estipulagao pelas partes. 4. Quanto a imputagio legal, o critério geral é essencialmente subjetivo: a impossibilidade é imputavel ao devedor quando sobre este impende um juizo de censura ética, resultante do facto de ter agido aquém do devido, © Assim, Martin RreDL, Die Rechtsfolgen, p. 28 ss. Vide também SEBASTIAN JAPEL, Rechtliche Unmdiglichkeit, p.70 ss. ® Assim, Martin Rept, Die Rechtsfolgen, p. 28. ® Ac, do ST] de2 de junho de 2009, relator Conselheiro CARDOSO DE ALBUQUERQUE, pro- cesso n° 364/04.7TBFND.CL.SI ¢ 0 Ac. do STJ de 24 de janeiro de 2012, relator Conselheiro. GaeGorio Sttva Jesus, processo n# 239/07.8TBSTS.P1.S1 © Kart LaREnz, Schuldrecht,, p.77. 27 cONTRATOS voc aquém dos que the eram exipi jependios agquem ncido esforg0s® ding ralmente que, sendo este ocr 78.08 2 ale fie critios de inpssstocipecn vente , por exemplo, suuced, oS cer bet como parce Pe cB ta 21%) entre outros b eee 2 Pada prende-se com aaute da i ‘acto negativart re ndireta porque 0 devedor pode, Por ae lidade, direta ou indiret oe Pa reo i ‘dade temporaria, agindo 24 devido,e ae definitiva. deter dispe (charigos 487-8 geral, nada impe 5. Arelevincia de uma matriz subjetiva nao causa estranheza num : jo assente fundamentalmente no principio da sistema geral de imputagio asse derasbecnaeeeel culpa, mas talvez sejam ites algumas considerago\ z Retomando conclusdes de um outro estudo®, recordemos que aquiloa que o deyedor esté vinculado implica, logo no plano de cumprimento, um resultado e também um meio para o alcangar. Ao vincular-se, 0 devedor obriga-se a projetar certa medida de esforgo e a antecipar o caminho critico paraalcancar um resultado. Depois, tera ainda de despender efetivamente esse esforco. Em deveres de conteiido incerto, a antecipagao do esforgo torna-se ainda mais exigente, Na generalidade dos contratos, a propria decisao de contratar ea conduta assumida nas negociagées baseia-se numa Projecao de custos, dispéndios e riscos, Entre o momento dessa Projecao e a exoneracio do devedor, através do cumprimento, podem ocorrer variadas perturbagoes, tendo odevedor de empregara sua aividade intelectual, fisica e financeira doce robin roto de dese a winferior. Esta ideia, que reafirm: tem, Sido menosprezads, ou mesmo contrariada, neles toy ae conecheraelaio isaconalonn ne Pelas teorias que, parecendo m esquema pensado para a auséncia Sritinmigenceee Autor que «a garantia dos defeitos deve seh itos, deve executida iser ; de culpa suay rraduzir-se m SERRA cram tipo do bom j em CO ocasional e a gado, da inte substancialy Note-se, IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEFINITIVA, de perturbag6es, pugnam pela limitagao dos esforcos exigiveis ao devedor (nna es eee ee A regra legal éa de queo eeu perturbacio imputavel ao devedor. Hae se obriga a cumprir de acordo com a diligéncia que lhe ¢ exigivel, densificada & luz do critério normativo da diligéncia do bonus pater familias, previsto no artigo 4878, n2 2, aplicdvel também 4 culpa contratual (artigo 7992, n# 2), Tem-se, porisso, entendido que, sem prejuizo de alguma margem de concretude e ponderagio, «o que olegislador quis foi excluir, como critério de definigao do comportamento devido, a diligéncia psicolégica habitual do agente». Se o devedor, para cumprir ou superar 0 impedimento 20 cumprimento, tiver que desenvolver esforcos superiores aos que lhe sao exigtveis segundo aquele critério do bom pai de familia (cf. artigos 4872, n£2 e 7992, n.° 2), a falta de cumprimento nao poder ser culposa, nem (salvo convengao em contrario) dar azo a responsabilidade. Quer dizer, nao havera impossibilidade imputavel ao devedor. Além disso, o devedor acima da média da sua espécie e classe nao deverd mais, em termos de esforgo ( nao em termos de qualidades), do que o devedor médio da sua espécie e classe. O padrio abstrato do Cédigo Civil exige, uma concretizagao em fungio das circunstancias do caso (ef. artigo 487°, n.* 2), o que, na pratica, pode traduzir-se numa elevagio do nivel de esforco exigivel. O projeto de Vaz SERRA era mais extenso do que 0 texto legal ¢ determinava o seguinte: «o tipo do bom pai de familia é um tipo adaptavel As varias situagdes, devendo ter-se em conta a relagio em causa, a categoria do devedor, o seu estado ocasional e as demais circunstancias»®. Apesar de este texto nao ter vin- gado, da interpretagio do artigo 4874, 2, nao se tem extraido uma ideia substancialmente diferente. : Note-se, de igual modo, que a diligéncia legalmente exigivel se pro- jeta em qualquer obrigacao. Deve reconhecer-se que a diferenciagio entre obrigagdes de meios e obrigagoes de resultado ~ cuja pertinéncia ¢, alids, discutivel®® - nao afeta, nem determina, a medida da diligéncia do FERNANDO Pussoa JonGE, Ensaio, p. 337. © Vaz Serra, Culpa, p. 141 % ea : 4 Vaz SERRA considerava que,na obrigagiodemelos, io haveria presungto deculpa,porat o tribunal tinka de indagar se 0devedor aplicou diligéncia devida~ Culpa. 1. aru eatendimento parece ser dcuteel 0 Cédigo nto sagerenenitimatlistnsao Sasi” rigagoes » = devedor deve cumprie . conTaat fttade oarosechsl See deum homem méci, ta rau de devedor®. Na dstrito com 0 gf Toaque estéa ea , i Pret tancias do caso concreto acio do bom pai de familia nap se na str: res arias fa: ugar que a abstra iligéncia em varias fases qy Finalmente, ¢ de ea projecto da diligt rerfere, confunde, nem in lo progra nal, nem com o reconhecimento qe eee a cumprimento do programa obrigacionaly ; ae que, 3 ado de ma diligéncia de execugao oo sentido Me to, nterce ia e preventiva e ainda uma diligénci, na eae preparatéria e p! ‘ ti é ia um igi reat ou atenuar um impedimento ao dever de pre; a destinada a superar o1 Presta atriz legal subjetiva, map 2 egecen mae ee domiee as See aces ce feito, nestag eee oe para um resultado» do dever de prestay oe numa exigéncia de aquisicao do bem para o poder: fornecer aa credor”, podendo, por isso, existir um risco de obtengao que se ligue acertas perturhagdes da prestagao. No direito alemio, tcl entendido que hé dispensa de culpa nestas obrigagées genéricas’! ¢ questiona-se, ds melose de resultado, Em qualquer obrigaco, a ausencie, ce cumprimento faz presumiza culpa do devedor. O que parece & quea maior indvidualizagto da prestasio enquanto, resul- iadoficibtaapercesfo de que ocumprimento nay cx ‘erificou. Actesce que a obrigacao visa Sempre um resultado ~ vide Axréw10 MENEZES Corveino, Tratado, IX, p. 146, © Vite por todos, Nuno Pinto OLtveIRA, Principios, P-32ss, © VideCuaus-Wrontern CAanaRis, Die Einstendspftcht, p. 186-187, * Ctaus-Witwein Canaeis dedicou um estudo a estes Problema, Abtigagbesgenércase do asco de obtengio», ropondo uma ele ene salentando que a seeltagio de um sriseg q § Ue 0 principio da culpa nao Bagoes de ‘obtencao, que te; Me Tespeita0 atisco de, obtengion, CaNARIS “a Slsteméticos e telegte : leol6gicos que estaria em pe ae Fomcbiidde objetiva, 4 2 : "* Margen do casd cone x0 7 Por ae artigo 437°) © exigido para cum cai que se bas como seambos ct sustentémos em ¢ deaalteracio das Para casos extrer Stigidos pelo pr despr Porcao ins Mera Onerosid IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEPINITIVA por vezes, Sea conclusio nao é generalizavel Para qualquer obrigacao de obtengao”. Entre nds, a especialidade deste tipo de vinculagoes era jé notada por vaz SERRA quando considerava que nas obrigagdes genéricas o devedor nao pode invocar a impossibilidade pessoal para se exonerar das conse- quéncias da mora, o mesmo sucedendo coma falta de meios pecuniarios’’, E, de facto, esta a melhor posicao”, Esta conclusao extrai-se do pro- prio teor da vinculagao debitéria, quer dizer, a natureza da imputagio justifica-se pelo préprio contetido da relacto obrigacional, suscitando sempre um problema de interpretacao do contrato. Flaver4, por exemplo, que determinar se ¢ em que medida o devedor estava vinculado a adqui- rir as mercadorias € se e em que medida se vinculou a assumir 0 «risco de investimento» relacionado com as mesmas’®, Nesta indagacio, 0 recorte do «circulo de negécios» ou «de atividade» do devedor, jé enunciado por LARENz, é também essencial’’, 7. Por vezes, os devedores invocam a alteragao das circunstancias (cf. artigo 437.8) como motivo de inimputabilidade, alegando que 0 esforgo exigido para cumprir era excessivo e inexigivel. Este éum tipo de argumen- tagao que se baseia numa relagao entre os artigos 487°, n.°2, ¢ 437°,n2 1, como se ambos concorressem para limitar 0s esforcos do devedor. Como ja sustentémos em outros estudos, discordamos desta fundamentacio: além dea alteragao das circunstancias ser um remédio de ultima ratio, reservado para casos extremos, como resulta, desde logo, dos apertados requisitos exigidos pelo préprio artigo 437°, a mesma tem em vista hipéteses de desproporgao insuportavel entre as prestagdes (Aquivalenzstirung), ¢ nao de mera onerosidade”’. * Kari Larenz, Lehrbuch, p. 316 ss, Kurt Batterstepr, Zur Lehre vom Gattungskauf, P.266 5s, Beate GSELL, Beschafiungonotmendigkeit, pp. 29-30, ainda que escrevendo antes da reforma ¢ perante uma norma ji revogada do BGB (§279). * Vaz Senna, Mora, pp. 44-45. * Em sentido diverso, MARIA DA GRAGA TRIGO/ MARIANA Nunes MaRtiNs, anotagio av artigo 805. em Comentario ao Cadigo Civil, p. 134-1135. * Bern Naven, Lefstungserschwerung, p. 237. ® Kant LARENz, Lehrbuch, pp. 316-318. ” CE Cararina Monteiro Pines, Limites dos esforgos dispendiosexigiveis ao devedor para cumprir, p. 122 sse, também, Quatro proposigies, p. 878 ss. cconTRATOs redor , Imputago a0 © . 13.2. ei érios subjetivos , mais complicada do que a anterior, Lael Cre agoraaimpuessioaoereleh TT Goutrina sio diversfica 1, Passemos as posig pistas dbvias € orientagoes de pendor A lei nio fornet® Tr, podemos distinguiz entt® » je cariter objetivo, consoal das’, Simplificando, "| inte 0 critério adotado me : 0 Menezes c. dem, Vorxer B £8 Corngy Ly np EUTHIEN, TRO, Tratad OL Zech hee 1X pp. 36 ty POL # MG Pp.88-80 po ty VOUK ep.2i Tie Oss. ay en, uta AR IMPOSSIBILIDADE SUPERVENIENTE DEFINITIVA resultassem de um evento diretamente relacionado com a pessoa ou com o ambito da atividade econémica ou profissional do credor!?*. Contudo, a esfera de risco do credor nao se ampliaria o suficiente para impor a manutengao da contraprestagao no caso em que o barco a rebocar se afunda devido a uma tempestade'”, ou em que 0 automével a reparar é jrreversivelmente danificado, através da queda fortuita de uma arvore!*. Ainda, segundo BEUTHIEN, os casos de consecugao do fim por via diversa do cumprimento, seriam verdadeiros «casos de sorte» do credor. Quanto a estes, as valorag6es préprias do sistema revelariam uma lacuna oculta, sempre que 0 devedor tivesse realizado determinadas despesas, tendo em vista a prestagao'. Esta lacuna deveria, segundo BEUTHIEN, ser integrada mediante uma ponderagao do tipo contratual e dos interesses em presen¢a, de modo a compensar o devedor pelo valor das despesas realizadas'™”. Neste contexto, da 2.4 parte do §323/1 BGB deduzir-se-ia uma consequéncia importante para estes casos, através da analogia: o cumprimento parcial implicaria uma atribuicao reduzida da contraprestacio"!. A quantia exigi- vel pelo devedor nao corresponderia propriamente a uma contraprestagio, em sentido técnico, mas no ressarcimento de despesas efetuadas, fundado numa exigéncia de compensacio ou igualacao equitativamente determi- nada (einer Billigheitsausgleich)'*. A diferenciagao operada por BEUTHIEN entre os casos de consecugao do fim por via diversa do cumprimento e de desaparecimento do fim foi criticada por HELMuT KOHLER", Para este Autor, nao faria qualquer sentido prever destinos diferentes quanto 4 atribuicao da contraprestagao, consoante o interesse do credor tivesse sido, ou nao, satisfeito: em ambos os ‘iores. lo cri- 1IENG casos, o devedor realizou despesas intiteis, do ponto de vista da satisfagio n22, do seu interesse. Também do ponto de vista do devedor, seria indiferente a ado a causa da impossibilidade: ser-he-ia indiferente se 0 barco a desencalhar se eves= iveis, "5 Idem, p. 80,81 € 88. Idem, pp. 89, 118 e 130. "5 Idem, p. 211. © Idem, pp. 18-119. ® VoLker BeuTHIEN, Zweckerreichung, pp. 122-123 e p. 126 ss. VoLKER BeuTHiEN, Zweckerreichung, p. 123. ® Idem, p. 124, 'S HeLa KowLeR, Unicel pp. 29-30,p. 76. Aderindoa posigio de KOHTER, Kany Lanenz, Lehrbuch, p. 316. 4 Itados dor!™. » do cre el a a KOLLER’. cordo com tres: principic mn 136, Q primeiro prine{pio trakte Beherrschba) iva fonte ou origem'”. O sujeito que con bu seria aquele que dispoe de informagao e poder de orema'®, De acordo com o segundo principio ~ principio em caso de forga maior, 0 Tisco correria por conta de quen melhores condigoes de 0: absorver, nomeadamente por de celebrar um contrato de seguro ou por dispor de um sascetivel de absorver os referidos riscos'®. Nao estaria aqu | o controlo da fonte, mas 0 dominio das consequéncias de ut F sargi0, P nada vicissitude, muito embora, na maioria dos casos, os rest Pe preciria Jido cons 1), Além: priedade 1¢ o risco tregue, epigrafe ontratos 40 objeto, MENEZES vbrigagoes, IMPossi OSSIBILIDADS SUPERVENTENTE DEFINITIVA pilaterais com eficécia real em alienante deve enviar 0 bem para local diferente

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