Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRIMEIRA PARTE
JESUS CRISTO É O
SENHOR DE MINHA VIDA
"Tende em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em
forma de Deus, não julgou como usurpação o ser
igual a Deus antes a si mesmo se esvaziou, assu-
mindo a forma de servo, tornando-se em seme-
lhança de homens; e, reconhecido em figura hu-
mana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obe-
diente até a morte, e morte de cruz. Pelo que
também Deus o exaltou sobremaneira lhe deu o
nome que está acima de todo nome para que ao
nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na
terra e debaixo da terra, e toda língua confesse
que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus
Pai"
(F ILIPENSES 2.5-11)
3
A SI Mesmo se Humilhou
Examinemos primeiro a passagem. "Tende
em vós...", diz Paulo, "o mesmo sentimento que
houve em Cristo Jesus." Em seguida, começa a
descrever o sentir de Cristo: "...o qual, embora
4
DEUS O EXALTOU
O versículo 9 continua dizendo: "Por isso
[por sentir que Cristo humilhou-Se ao extre-
mo] Deus o exaltou sobremaneira." 3 Ele Se
humilhou. Que diferente de nós! Sempre bus-
camos um pouco mais de destaque: "Senhor,
concede-me que em teu Reino me sente a tua
direita...Senhor, quem será o maior?..." Sem-
pre queremos subir. Cristo disse: "Eu lhes dei
exemplo, para que vocês façam como lhes fiz.'*
E o apóstolo Paulo apela: "Seja a titude de vo-
cês a mesma de Cristo Jesus."
O Pai exaltou a Cristo. Por quê? Por Sua
humilhação. Ele mesmo ensinou aos Seus que
aquele que se humilha será exaltado, e o que
se exalta será humilhado. Em Sua exaltação,
Cristo recebeu do Pai duas coisas: primeiro, o
7
MATEUS
Num outro dia, no mesmo povoado, Jesus
cura um paralítico. As pessoas ficam maravi-
lhadas e O seguem. Este, ao passar por certo
lugar se detém. No caminho, em um rústico
estabelecimento, um cartaz anuncia: "co-
bram-se impostos para o Império Romano".
Há um homem sentado, cobrando, fazendo
cálculos e listas. É Mateus. Alguns esperam a
vez para pagar seus impostos. Cristo, rodeado
de gente, de detém diante dele. Mateus se
surpreende. "Que acontece? Todos vieram
pagar?" Logo descobre que todos os olhares
caem sobre ele. No meio do grupo há alguém
cuja personalidade é diferente, olhando-o com
ternura e firmeza: é Jesus. Mateus fica atento
esperando ouvir algo. Cristo não lhe disse:
"Você tem que saber quatro coisas. Primeiro,
que Deus é amor; segundo, que és pecador;
terceiro, que eu vou morrer pelos teus peca-
dos; quarto, se me reconheceres como teu
Salvador pessoal, serás salvo."
Não! Cristo pronuncia só uma palavra: "Si-
ga-me!"
Mas, coloque-se por um momento no lugar
de Mateus. Você está trabalhando; alguém
22
ZAQUEU
Em Jerico vive um homem de baixa estatura
chamado Zaqueu. 12 Ele quer muito ver Jesus,
mas não consegue: é muito pequeno. Pretende
conseguir isso de qualquer maneira. Calcula
por onde Ele pode passar, sobe numa árvore e
espera o grande momento. "Vou satisfazer
24
O JOVEM RICO
Certa vez se aproxima de Jesus um homem
muito rico e lhe diz: "Bom mestre, que tenho
de fazer para obter a vida eterna?"
"Guarda os mandamentos", diz-lhe Jesus.
"Quais mandamentos, mestre?"
Cristo enumera alguns e com certa satisfa-
ção o jovem responde: "Tudo isto tenho
guardado desde minha juventude. Que me
falta ainda?"
"Uma coisa ainda te falta, apenas uma."
"Que coisa, mestre?"
"Vende o que tens, dá-o aos pobres...então
vem, e segue-me".
Ouvindo isso o jovem se entristece. Ele é
muito rico.
Mas, Senhor, que estás dizendo? Para al-
guém receber a vida eterna precisa vender
tudo o que tem? Se eu estivesse entre os dis-
cípulos, com minha antiga mentalidade, tal-
vez tivesse dito a Cristo: "Mestre, permita-me
28
O MAIOR PECADO
Qual é o maior pecado? Por que Adão e Eva
caíram? Porque mataram? Não. Eles rouba-
ram? Também não. Blasfemaram contra o Es-
pírito Santo? Não. Qual foi, então, sua malda-
de? eles viveram sujeitos à autoridade de
33
"Apartai-vos de mim!"
"Mas profetizamos..."
"Apartai-vos de mim, agentes da iniqüidade.
Nunca os conheci. Porque nem todo o que me
diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos
Céus...porque qualquer um que ouve minhas
palavras e não as pratica [pode ser até que as
ouça, creia nelas, pregue-as, mas, não as pra-
tica] será comparado a um homem insensato
que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a
chuva, transbordaram os rios, sopraram os
ventos e deram com ímpeto contra aquela ca-
sa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.
Porém, qualquer pessoa que ouve minhas pa-
lavras e as pratica será comparado a um ho-
mem prudente, que edificou a sua casa sobre a
rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios,
sopraram os ventos e deram com ímpeto con-
tra aquela casa, que não caiu, porque fora edi-
ficada sobre a rocha." 17
Edificar sobre a rocha é reconhecer Cristo
como Senhor da vida e viver cada dia eviden-
ciando este reconhecimento.
35
UM POVO DIFERENTE
Tenho uma boa notícia: Deus tem prome-
tido restaurar Seu povo nos últimos dias,
restaurar a Sua Igreja, colocar as coisas em
seu devido lugar, exaltar a Cristo ante os
olhos das nações. Deus está chamando um
povo para Si, um povo que O atenda. Enquan-
to que o mundo, nestes últimos tempos, vai de
mal a pior, com cada um fazendo o que lhe
parece melhor, numa correria desenfreada,
Deus levantará um povo que, em contraste,
viverá como Ele quer, fazendo Sua vontade,
por ter reconhecido a Jesus Cristo como seu
Senhor.
O grande escritor inglês, C.S.Lewis, em seu
livro "O Grande Divórcio", diz: "Na verdade,
só existem dois tipos de pessoas: as que afinal
dizem a Deus: 'Seja feita a Tua vontade', e
aqueles aos quais Deus, por fim, diz: 'Seja fei-
ta a vontade de vocês". A qual destes dois
grupos você pertence?
SEGUNDA PARTE
JESUS CRISTO É O
SENHOR DA IGREJA
40
2 - E MBASAMENTO H ISTÓRICO
DO R EINO DE D EUS
A MENSAGEM DE J ESUS C RISTO : "Arrepen-
dam-se, porque o Reino dos Céus está próxi-
mo" 19 , não nasceu de uma inspiração momen-
tânea. O Reino era o tema do coração de Deus
mesmo séculos antes de Cristo vir a Terra.
Vemos isso esboçado ao longo de toda a Bí-
blia. Consideremos, pois, seu fundo histórico,
sua trajetória em todo o Antigo Testamento,
até os dias do Novo Testamento.
Muitos de meus leitores conhecem a histó-
ria do Antigo Testamento. Minha intenção não
é simplesmente relatá-la uma vez mais, po-
rém, destacar nela o desenvolvimento dos
propósitos de Deus até que Seu Reino se con-
cretize na Igreja.
Se Cristo é Senhor da minha vida e da tua, e
se formamos parte daquela comunidade que a
Bíblia chama de Igreja, então, Ele é o Senhor
da Igreja. Entretanto, se Cristo não é Senhor
de nossas vidas, não poderemos dizer que o
seja da Igreja. Quando toda a comunidade O
conhece como tal e cada um vai adquirindo a
mesma convicção, Cristo chega a ser, então, o
41
MOISÉS E JOSUÉ
Deus, então, levanta a Moisés, através de
quem, com milagres, sinais e prodígios, livra o
Seu povo da escravidão do Egito. O Mar Ver-
melho se abre diante do povo para dar-lhe
passagem até o deserto. Ali, Deus lhes dá a
44
A TEOCRACIA
O sistema de governo no qual Deus Se
constitui soberano, denomina-se "teocracia".
Esta palavra vem da união de duas palavras
gregas: theos (Deus) e cratos (domínio). Quer
dizer, "o governo, o domínio de Deus". Este é
o sistema que Deus elege para Israel. Deus,
porém, governa desta maneira enquanto o
povo assim o quiser. Quando este se rebela,
não há mais teocracia.
49
SAUL É REJEITADO
Deus rejeita Saul como rei de Israel. A ele e
a sua descendência, ainda que continue go-
vernando por mais alguns anos. Por quê? É
tão grave o que ele fez? Sim; quis fazer sua
própria vontade.
Triste história a de Saul! Ungido e, pouco
depois, rejeitado. Finalmente, atormentado
por demônios, e cheio de ciúmes homicidas
contra Davi. Termina sua vida fugindo de seus
inimigos. Não há voz de Deus para ele. Vive
em conflito e em tormento interior. Acaba
encurralado por aqueles que o perseguem. Em
pleno campo, ferido e a ponto de perder a ba-
talha, diz a seu escudeiro: "Arranca a tua es-
pada e atravessa-me com ela." 33 O escudeiro
não se atreve e visto que por seu orgulho não
admite ser morto pelo inimigo, crava o punho
de sua espada no chão e se lança sobre ela.
Assim termina a vida de um homem que quis
viver como melhor lhe parecia, não reconhe-
cendo o Senhor como a autoridade suprema
de sua vida.
55
A ATITUDE REBELDE
Jesus anuncia o Reino de Deus. Israel como
nação o rechaça. Mantém sua atitude rebelde.
Sua expressão como povo é: "Não queremos
que este reine sobre nós... Crucifica-O, cruci-
fica-O!" "A vosso rei querem crucificar?", lhes
indagam. "Crucifica-O!", respondem.
Esta é a resposta de Israel com respeito a
Jesus Cristo. Crucifica-O, despreza-O, menos-
preza-O. Não aceita Seu reinado. Mateus, ca-
pítulo 11, nos faz sentir o lamento de Jesus
sobre as cidades de Israel. Primeiro foi às
ovelhas perdidas da casa de Israel, porám elas
o rechaçaram. Cristo então disse: "Ai de ti,
Corazin! Ai de ti, Betsaida! Porque se os mila-
gres que foram realizados em vós tivessem sido
realizados em Tiro e Sidom, há muito tempo
elas se teriam arrependido... E tú Cafarnaum:
serás elevada até o céu? Não, descerás até o
Hades!" Com estas palavras Cristo encerra Seu
ministério dirigido especialmente a Israel e
abre as portas do Reino para todas as nações.
O VERDADEIRO ISRAEL
Jesus lança sua proclamação universal:
"Venham a mim, todos os que estão cansados e
63
3 - OS DOIS REINOS
S EGUNDO AFIRMA O APÓSTOLO P AULO , há dois
reinos neste mundo: o das trevas e o da luz.
Vejamos o que ele escreve aos Colossenses:
"...dando graças ao Pai que nos tornou dignos
de participar da herança dos santos no reino
da luz. Pois ele nos resgatou do domínio das
trevas e nos transportou para o Reino do Seu
Filho amado...". 40
Bem, e o que é um reino? É uma comuni-
dade composta por duas classes de pessoas: o
rei, que governa, e os súditos, que obedecem e
se sujeitam à autoridade do rei. Não pode ha-
ver reino sem rei; tampouco pode havê-lo sem
súditos.
O reino das trevas tem seu rei: Satanás. O
Reino da luz também tem o seu: Jesus Cristo.
Todos nós nascemos no reino das trevas.
Adão, em sua desobediência, ao não reconhe-
cer a autoridade de Deus como Senhor e Rei
de sua vida, deixa de pertencer ao Reino da
luz e passa ao das trevas. Desde então, todo
homem que nasce da descendência de Adão,
nasce no reino das trevas. Falando dos que
vivem nas trevas Paulo disse: "...nas quais to-
dos nós costumávamos outrora viver." 41
70
UM REI DECORATIVO
Costumo descrever a Igreja contemporânea
como "a Inglaterra espiritual". Posso explicar.
Restam, hoje em dia, poucos países governa-
dos por um regime monárquico. A Grã Breta-
nha é um deles. Por perpetuar sua tradição
histórica, os britânicos seguem conservando
essa estrutura. É o Reino Unido da Grã Breta-
nha. Existe um rei - atualmente uma rainha -
com seu trono, sua pompa, seu palácio, sua
corte, seu séquito. Ela recebe o aplauso, a gló-
ria e as homenagens do povo. Sem dúvida,
dizem os mesmos súditos: "O rei reina, porém,
não governa."
O rei é um personagem tradicional, uma
figura decorativa. Todos aclamam: Viva o rei!
Todos honram sua figura. Porém, este não
governa. Não é a autoridade suprema. Há um
primeiro ministro, a Câmara dos Lordes e a
73
O "QUEIXAVOR"
Parece-me que nos acontece como aos que
vivem na cidade de Misiones, no norte da Ar-
gentina, na divisa com o Brasil. Falam um es-
panhol mesclado com português. Chamamos a
esse idioma de "portunhol", porque é metade
português e metade espanhol. Falam assim
porque são habitantes da fronteira; vivem
86
4 - A COMUNIDADE DO REINO
VIDA E SUJEIÇÃO
A Igreja Primitiva não tinha um livro de
doutrina, nem sequer o Novo Testamento. Mas
era a Igreja verdadeira! Estava sujeita à Ca-
beça, cada um reconhecia Cristo como o Se-
nhor de sua vida e tinha a vida do Corpo. Co-
mo, então, saber se alguém pertencia a Igreja
de Cristo ou não? Exatamente por estes dois
fatores: vida e submissão. São as duas coisas
que indicam que pertenço à Igreja.
A seguir veremos alguns aspectos práticos
do que é a verdadeira Igreja. Para isso consi-
deraremos o capítulo 2 do livro de Atos. Ali há
uma Igreja que, verdadeiramente, funciona
107
QUATRO PRINCÍPIOS
PARA AS CASADAS
O primeiro princípio está dirigido às casa-
das. O que lhes diz o Rei? "Esposas, sujeitem-se
a seus maridos, como ao Senhor." 74 "Esposas,
137
PARA OS MARIDOS
O segundo princípio está dirigido para os
maridos. Quando há que se pôr disciplina em
um lar, começamos pelos filhos. Mas, um mo-
mento! Se a casada não respeita a seu marido,
não espere que os filhos respeitem e obede-
çam a seu pai. Se o marido não trata bem a
sua esposa, não espere que os filhos o façam.
Deus começa por ordenar o matrimônio. Qual
é o mandamento do Rei para os maridos?
139
PARA OS FILHOS
O terceiro princípio é dirigido aos filhos.
Falamos primeiramente aos que têm que se
sujeitar, aos filhos que vivem ainda sob o teto
paterno. "Filhos, obedeçam a seus pais no Se-
nhor, pois isto é justo. [É uma ordem: Obede-
çam! 'Honra a Teu pai e a tua mãe', este é o
primeiro mandamento com promessa."
143
PARA OS PAIS
O quarto princípio é dirigido aos pais.
"Pais, não irritem seus filhos; antes, criem-nos
segundo a instrução e o conselho do Senhor."
Pais, se vamos viver o Reino de Deus em
nossos lares, este é o mandamento do Rei pa-
ra nós. Diz o texto: "segundo a instrução e o
conselho do Senhor". Sim. Ensinando-os e
corrigindo-os. Mostrando-lhes o caminho a
seguir. Não sendo brandos e tolerantes com
seus caprichos. Eles agem assim porque são
jovens e não sabem, na realidade, o que de-
vem fazer. É nossa responsabilidade ensi-
ná-los, guiá-los e corrigi-los. Se você dá uma
ordem ao seu filho, exija que ele a cumpra.
Ainda que tome seu tempo e sua paciência.
"Filho, vá engraxar seus sapatos."
"Sim, já vou", responde; mas não o faz.
Você não pode repetir várias vezes a ordem
até que, finalmente, cansado, você mesmo o
engraxa. Não! Você deve manter a ordem até
145
5 - O E VANGELHO DO REINO
Desde que Deus começou a revelar-nos a
Jesus Cristo como Senhor, tive um nova visão
de tudo o que chamamos de evangelização.
Comecei a rever toda minha maneira de pre-
gar o Evangelho e também a indagar a forma
como Cristo e Seus apóstolos pregavam. Já
não me importavam mais meus velhos costu-
mes. Pus de lado montes de mensagens e disse
a Deus:
"Senhor, ensina-me a pregar o Evangelho!"
Ao estudar o desenvolvimento da obra
evangélica na América Latina, descobri que
tem havido duas correntes predominantes,
dois enfoques diferentes na pregação: o
"Evangelho anticatólico" e o "evangelho das
ofertas".
O EVANGELHO ANTICATÓLICO
Por ser a América Latina predomi-
nantemente católica, os primeiros missioná-
rios evangélicos que chegaram a estes países
começaram pregando um Evangelho anti-
católico* 79 O Evangelho de até três ou quatro
décadas sabia mais textos bíblicos que se
148
O BATISMO APOSTÓLICO
O Batismo dos Três Mil
Não foi somente Cristo que ressaltou essa
verdade, mas ela foi também a prática da
Igreja Primitiva. Consideremos o primeiro
batismo cristão em Pentecostes. Pedro prega
e apresenta à multidão, Jesus Cristo. Termina
proclamando que Deus, tendo ressuscitado
Jesus, fez d'Ele Senhor e Cristo. Ao ouvirem
isso, milhares de pessoas, compungidas de
coração, dizem: "O que faremos?"
O que nós teríamos respondido? Prova-
velmente diríamos: "A única coisa que vocês
173
O Batismo de Saulo
O livro de Atos dos Apóstolos relata nove
casos de batismos. Todos, exceto um, foram
realizados no mesmo momento em que se
operou a fé e o arrependimento; no mesmo
dia, no mesmo instante. A única exceção foi o
batismo de Saulo.
Ele foi o que mais demorou. Passaram-se
três dias! Três dias porque não veio ninguém
antes! Não havia quem o batizasse. Lucas
narra esse fato em Atos, capítulo 8.
Paulo mesmo relata sua conversão Atos ca-
pítulo 22. Ananias veio e lhe disse: "Irmão
Saulo, recupere a visão...O Deus de nossos an-
tepassados o escolheu...E agora, que está espe-
rando? Levante-se, seja batizado e lave os seus
pecados, invocando o nome dele." 118 Se Paulo
fosse evangélico, com certeza lhe diria: "Um
momento! Meus pecados já foram lavados
quando aceitei Cristo." Mas ele não o era e
Ananias pôde dizer-lhe, depois de três dias de
haver-se rendido a Cristo: "Seja batizado e
lave os seus pecados, invocando o nome dele".
E foi o mesmo que Pedro disse aos três mil:
"Arrependam-se, e cada um de vocês seja bati-
zado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos
176
O Carcereiro de Filipos
O caso mais surpreendente ocorre na pri-
são de Filipos. Ali estão presos Paulo e Silas.
São açoitados e têm as costas ensanguentadas,
os corpos feridos. São atirados ao calabouço
mais sombrio e seus pés estão amarrados.
Entretanto, o que fazem? Cantam, louvam a
Deus e glorificam Seu nome! E à meia-noite,
enquanto cantavam, um terremoto sacudiu
tudo. Os presos se soltam. O carcereiro tira a
espada e tenta se matar. Paulo diz: "Não faça
isso! Estamos todos aqui! Ninguém fugiu."
O carcereiro fica impressionado. Escutou
aqueles homens cantando a noite toda e agora
se vê diante dessa atitude. Cai, então, diante
deles e pergunta: "O que devo fazer para ser
salvo?"
O que lhe responde Paulo?: "Creia no Se-
nhor Jesus e serão salvos, você e os de sua
casa." Amém!
E assim é: para ser salvo, há que se acredi-
tar. Mas a mensagem não é concluída aqui, e
através do que se passa, mostra-nos o que
significa realmente crer. Ali há um homem
que abre seu coração, crê na mensagem e, a
essa hora - à meia-noite - batiza-se. Um ter-
178
MEROS SÍMBOLOS?
Por muito tempo fizemos do batismo e da
Ceia do Senhor, apenas símbolos. Afirmamos:
"Isto é pão; comemos o pão em memória do
corpo de Cristo". Sem dúvida, Cristo disse:
"Isto é meu corpo". O pão não é Cristo, mas
nesse momento, pela fé, não apenas comemos
o pão, mas também Cristo. Não só bebemos
vinho, mas bebemos de Cristo, bebemos Seu
sangue. Também acontece isso com o batismo,
que agora voltou a recuperar seu significado.
Eu batizei muitos segundo o "evangelho das
ofertas". Era só uma cerimônia. Havia bênção,
claro; também regozijo, porque novos se
uniam à Igreja, mas não era um batismo como
o que realizava a Igreja Primitiva.
E é tão diferente batizar, agora! Já não é
apenas dizer uma fórmula. Ponho minhas
mãos sobre o que vai se batizar e peço a graça
e a unção do céu: "Senhor, agora este homem
que está aqui e crê em Ti, vai ser batizado
para a morte. Nesse momento, a velha vida
que ele tem vai morrer". E digo para o que
185
TERCEIRA PARTE
I
190
1. O REINO DA NATUREZA
Compreende o mundo material criado por
Deus, a Terra, os astros e as galáxias, os ani-
mais, as plantas e os minerais, etc. Tudo o que
tem relação com o mundo natural. Nele, Deus
estabeleceu Suas leis e os princípios que o
governam.
QUEM É ESTE?
Quando Cristo veio a Terra, começou Sua
atuação pública aos trinta anos, ungido pelo
Espírito Santo. Sua manifestação ao mundo
como o Messias, como o enviado de Deus.
Quando Ele atuava, os homens e mulheres
ficavam maravilhados e confusos. Em alguns
aspectos parecia um homem como os outros:
cansava-se, tinha fome e sede como qualquer
um, tinha sono, dormia. Suas mãos se sujavam
com o trabalho. Parecia, de fato, um homem
igual a todos; podia- se tocá-Lo, apalpá-Lo.
Não tinha nada fora do comum.
Contudo, ao observá-Lo sob outra perspec-
tiva, deixava Seus observadores perplexos.
Exclamavam: "Mas, QUEM É ESTE? Não é um
homem comum. É um personagem diferente.
199
VENCEDOR
Os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos são
uma narrativa da vida de Jesus feita por tes-
temunhas oculares. Mas também há na Bíblia,
livros de revelações; isto é, de coisas não vis-
tas pelos olhos, mas sim reveladas pelo Espí-
rito Santo. Dentre eles, encontram-se partes
das epístolas, Salmos e outros livros.
O que aconteceu com Cristo quando Ele
morreu? Sabemos o que houve com o Seu
corpo: foi envolvido por um lençol e colocado
em um sepulcro. Isso é relatado pelos Evan-
gelhos. É o que uma testemunha ocular pode-
ria ver. Mas, o que houve com Seu Espírito
quando este saiu de Seu corpo? Para onde foi?
O que fez? Onde esteve?
Aqui os livros de revelações intervém para
narrar o que a testemunha ocular não pôde
ver. O livro dos Salmos revela que quando Seu
Espírito se separou do corpo por submeter-se
à autoridade da morte, Ele também teve que ir
para a morada dos mortos; o que significa ir
para o Hades ou Seol. Por isso diz em um dos
salmos: "Pois não deixarás minha alma na
morte" 135 (SI 16.10; At 2.25-32). O Hades era o
lugar para onde iam os mortos - os pecadores
212
A MORTE VENCEU
Passou um dia, passaram dois. No terceiro,
a gloriosa vitória de Cristo se fez pública. Pela
manhã muito cedo, o sepulcro estremeceu. A
pedra que fechava a entrada foi retirada e o
Filho de Deus ressuscitou triunfante dentre os
mortos. Cheio de glória!
Venceu sobre as leis da Natureza. Por que,
segundo elas, um corpo morto entra em de-
composição, em putrefação. Porém o salmista
já havia profetizado: "Não deixarás minha
alma em Seol, nem permitirás que haja putre-
fação". E Cristo triunfou sobre as leis da Na-
tureza. Venceu a morte. O Cristo ressuscitado
demonstrou Sua autoridade sobre ela.
Imediatamente após a ressurreição, os an-
jos vieram servi-Lo e atendê-Lo. Um tirou a
pedra do sepulcro. Outro sentou-se onde Ele
havia sido deixado e anunciou: "Não está mais
aqui. Ressuscitou." Os anjos estavam nova-
mente a Sua disposição. Ele havia recuperado
Seu senhorio sobre eles.
215
A CENA CELESTIAL
Mas, o que aconteceu com Cristo depois
que a nuvem O cobriu? As testemunhas ocu-
lares não puderam relatá-lo. E de novo, pre-
cisamos recorrer ao livro de Revelações para
sabê-lo.
Ah! Jesus Cristo. Aquele que veio, agora
ascendia e Se acercava das portas da eterni-
dade!
O salmista David havia visto essa cena
profeticamente. Ele ouviu alguém gritar dian-
te das portas do Céu:
"Levantai, ó portas, as vossas cabeças; le-
vantai-vos, ó portais eternos, para que entre o
Rei da Glória. Quem é o Rei da Glória".
E, de dentro, alguém perguntou: "Quem é
esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele
é o rei da Glória" (Sl 24.7-10).
217