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MARINA NASCIMENTO – TURMA 113 – 1M

GENÉTICA
PARTE DA BIOLOGIA QUE ESTUDA:

 Ação e transmissão de material genético;


 Estrutura e funcionamento dos ácidos nucléicos, que são responsáveis pela expressão e manutenção de características
hereditárias;
 Desde o processo de divisão celular (replicação de DNA) ao de síntese proteica (transdução e tradução);
 Leis de hereditariedade e dinâmica dos genes na população;
 A universalidade do DNA nos organismos vivos é um ponto importante, já que facilita o estudo genético

ÁCIDOS NUCLEICOS

 São polímeros de nucleotídeos;


 Ligeiramente ácidos e encontradas inicialmente no núcleo com o nome de caseína;
 Formação: Um fosfato, uma pentose e uma base nitrogenada;
 Se dividem em DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico)

DIFERENÇAS ENTRE DNA E RNA


 DNA: controla a produção de proteínas, determinando, assim, os caracteres;
Aparece em praticamente 99% do núcleo. Além de ser encontrado, também, em mitocôndrias e centríolos;
Constituição em dupla-hélice (fita dupla);
Açúcar: desoxirribose;
Não possui uracila como base, apenas a Timina o que estabiliza a molécula;
Os percentuais de bases nitrogenadas purinas e pirimidinas são iguais, ou seja, as cadeias não são iguais, mas são
complementares, de forma que A+G = T+C.
 RNA: Participa ativamente da síntese proteica;
Encontrado tanto no citoplasma como no núcleo;
Constituído por uma fita única;
Açúcar: ribose;
Não possui timina como base, apenas uracila, por isso é mais instável;
Os percentuais não são necessariamente iguais;

BASES NITROGENADAS

 A sequência dessas bases diferencia os seres vivos;


 Podem ser púricas, possuem duas cadeias fechadas, ou pirimídicas, possuem uma cadeia fechada;
 Púricas são Guanina e Adenina;
 Pirimídicas são Citosina, Timina e Uracila;

PROPRIEDADES DO DNA

 Armazena propriedades e materiais genéticos;


 Diferente das proteínas, apresenta mutações;
 Tem capacidade de replicação, mantendo constante o genoma próprio de cada espécie;
 Sua cadeia possui uma estrutura antiparalela (polarizada), assim de um lado da fita a ordem é fosfato-pentose e no outro
pentose-fosfato, com as bases sempre na parte medial, unindo as fitas.
 Numeração dos carbonos das riboses:
Carbono 5’ ou 5’ fosfato = Se liga aos grupos fosfatos;
Carbono 3’ ou 3’ OH = Apresenta o grupo OH e se liga ao fosfato do outro nucleotídeo;
Carbono 2’ = Pode apresentar OH ou não, dependendo se é DNA ou RNA. O DNA não apresenta, por isso é uma
desoxirribose.
Carbono 1’ = Se liga a base nitrogenada.

DUPLICAÇÃO DO DNA

 Padrão semiconservativo, uma das duas fitas serve de molde para o pareamento de bases, formando um novo DNA;
 Processo bidirecional;
Processo enzimático
 Desestabilizadoras de hélice: Cortam, desenrolam e abrem o DNA
Topoisomerase: Quebra as pontes de hidrogênio que unem as fitas
Helicase: Desenrola a fita
 SSB: Tem alta afinidade por DNA em forma de fita simples, assim impede torções na fita, mantendo-a aberta na
conformação ideal para o pareamento de bases
OBS: Ponto de Origem – Local onde se inicia a replicação e o DNA começa a se abrir
 DNA Polimerase III: Adiciona nucleotídeos na extremidade 3’ OH de uma região pareada do DNA, isso faz com que a
cadeia se estenda no sentido 5’ 3’
 Primase: Sintetiza os primers (iniciadores), que são pequenas sequências de RNA, a partir de um molde de DNA, isso
proporciona à Pol III a capacidade de exercer sua função.

SÍNTESE CONTÍNUA (LEADING) E SÍNTESE DESCONTÍNUA (LAGGING)


 DNA polimerase I: Retiram fragmentos de RNA primer, adicionam nucleotídeos no novo DNA e fazem os reparos
necessários
 DNA Ligase: Une as extremidades 3’ OH de um nucleotídeo à 5’ Fosfato de outro
 Telomerase: Enzima que faz DNA a partir de RNA, une as extremidades das fitas pra repor os espaços vazios (GAP) no
final do cromossomo após a replicação. Prolonga a fita de DNA
3’ 5’ e pareia bases ao adicioná-las na fita 5’ 3’, tentando repor essa parte do DNA replicado

OBS: Uma das causas do envelhecimento é que, a cada divisão celular, perdem-se pares de base, mesmo com a ação da
telomerase, demonstrando que, com o passar dos anos, nossos cromossomos vão encurtando cada vez mais.

CORRELAÇÕES CLÍNICAS

 Síndrome de Bloom: Relacionada à enzima helicase e, possivelmente, a defeitos no reparo do DNA, é hereditária e
causada por um gene disfuncional.
Sintomas: Talangiectasia, aumento dos capilares sanguíneos e seu rompimento, além de alta sensibilidade ao sol
Síndrome de Werner: É um defeito na enzima helicase, em que seus portadores apresentam uma senescência acelerada
(envelhecimento precoce). Indivíduos portadores dessa doença começam a envelhecer drasticamente aos 14 anos, e com 40
anos, aparenta ter 80.
Síndrome de Hutchinson-Gilford (Progeria): deficiência em proteínas da lâmina nuclear, o que dificulta a divisão
celular. Indivíduos portadores envelhecem com maior velocidade que na Síndrome de Werner (indivíduos com 5 anos
assemelham ter 80, com sintomas de aterosclerose, hipertensão, diabetes, etc.).

TRANSCRIÇÃO – SÍNTESE DE RNA

 O Dogma Central da Biologia Molecular:

Replicação Transcrição Tradução

DNA RNA PROTEÍNA

OBS: A Transcrição e tradução podem acontecer sem que haja duplicação


 Para um determinado gene apenas uma fita de DNA é transcrita, que é chamada de template, molde ou “sem sentido”, a fita
não escolhida é igual ao RNA que vai ser sintetizado se trocarmos as timinas pelas uracilas, por isso é chamada de “com
sentido”
 Para que ocorra a transcrição a RNA polimerase define um ponto de inicio e outro de finalização, por meio de sinais
promotores e finalizadores, porque a molécula de DNA é muito extensa e a transcrição é bastante restrita
Em procariontes uma única RNA polimerase produz os três tipos de RNA, já as eucariontes se subdividem de forma que
cada uma produz um tipo de RNA:
RNA polimerase I – RNA Ribossômico
RNA polimerase II – RNA Mensageiro
RNA polimerase III – RNA Transportador
 A transcrição se dá no sentido inverso em relação a fita molde e ao RNA sintetizado, a primeira está no sentido 3’ 5’ e o
segundo 5’ 3’
 A sequência que precede a primeira base transcrita é comum a todos os promotores, é chamada de Box de pribnow ou Box
de TATA e é composta por timina e adenina.
 O ponto anterior ao primeiro nucleotídeo transcrito tem sinal negativo (Up stream) e o ponto a partir do primeiro
nucleotídeo transcrito tem sinal positivo (Down stream)
 O local onde a enzima RNA polimerase se liga ao DNA é chamado de promotor, consiste em uma grande sequência de
bases do DNA, que informa à polimerase onde "se sentar" no DNA e começar a transcrever. Ela contém locais de
reconhecimento para a RNA polimerase ou suas proteínas auxiliares se ligarem. Além disso, cada gene tem seu próprio
promotor.
 Procariotos possuem uma proteína acoplada à enzima RNA polimerase, o fator , que é essencial para o reconhecimento
do sinal do promotor pela enzima, ou seja, para iniciação da síntese de RNA nos procariotos, já que reconhece o box de
Pribnow. Sem isso, a síntese de RNA em procariotos aconteceria de forma errada. Após a sua função de localizar o ponto
de iniciação, ele se desacopla da enzima.
 Em eucariotos não existe fator , em seu lugar, entram em ação os fatores basais de transcrição para que a enzima RNA
polimerase II inicie a síntese de RNA mensageiro

FASES DA TRANSCRIÇÃO
1. Iniciação: Reconhecimento do ponto de iniciação a partir do Box de TATA ou pelo auxílio do fator s em procariotos
2. Elongação: A sequência de DNA fica mais longa, graças à adição de nucleotídeos na cadeia de RNA no sentido 5´ 3
´ e na fita molde no sentido 3’ 5’. A molécula de RNA polimerase contém atividades tanto de desenrolar o DNA
quanto de enrolá-lo novamente, ou seja, a enzima, continuamente, desenrola a dupla hélice de DNA

3. Terminação: A RNA polimerase vai continuar transcrevendo até encontrar sinais para parar e isso acontece quando a
polimerase transcreve uma sequência de DNA conhecida como terminador.

Existem duas maneiras de se barrar a síntese de RNA, porém em ambos os tipos de terminação de RNA forma-se um
grampo anteriormente à uma grande sequência de uracilas (UUUU). Essa fileira de U é tida como facilitadora da liberação
das cadeias de RNA recém-formadas do molde de DNA, enquanto a estrutura em grampo faz com que a RNA polimerase
pare neste sítio.

Terminação Rho-dependente:  O RNA contém um sítio de ligação para uma proteína chamada fator Rho. O fator Rho se
liga à essa sequência e começa a "subir" o transcrito em direção à RNA polimerase, quando ele a alcança, puxa a
transcrição do RNA e o molde de DNA se separa, liberando a molécula de RNA e terminando a transcrição. Outra
sequência, encontrada mais tarde no DNA, chamada de ponto de parada da transcrição, faz com que a RNA polimerase
pause e, portanto, ajuda o Rho alcançar

Terminação Rho-independente: Dependem das sequências específicas do modelo do DNA. Enquanto a RNA polimerase se
aproxima do final do gene que está sendo transcrito, ele atinge uma região rica em nucleotídeos C e G. O RNA transcrito
desta região se dobra de volta para si mesmo e os nucleotídeos complementares C e G se ligam. O resultado é um grampo
estável que faz com que a RNA polimerase fique presa e é seguido de um trecho de nucleotídeos U no RNA, que se
pareiam com nucleotídeos A no modelo de DNA. A região complementar U-A da transcrição do RNA forma somente uma
fraca interação com o modelo de DNA. isto, juntamente com a polimerase paralisada, produz instabilidade suficiente para a
enzima cair e liberar o novo RNA transcrito.

PROCESSAMENTO DE RNA MENSAGEIRO NOS EUCARIOTOS


 São modificações na constituição do RNAm durante ou após a transcrição. Esse processamento envolve três fases:
1. São adicionados revestimentos (caps) de 7-metil guanosina às pontas 5’ dos transcritos primários, que são nucleotídeos
de guanina trifosfatado que recebem um grupo metil.
Esses grupos fosfato vão fazer uma ligação incomum 5’ 5’ entre os açúcares.
O primeiro nucleotídeo que possui o metil é chamado de cap 0, o segundo recebe esse cap no açúcar ou até mesmo na
própria base nitrogenada, sendo chamado de cap 1.
O terceiro, cap 2, e assim por diante até somar cerca de 5 caps. Esse cap é importante pois: Ajuda na estabilização do
RNA e na ligação do RNAm com o ribossomo, ou seja, no processo de tradução

2. Adição de caudas poliA às pontas 3’ dos transcritos, que são geradas por clivagem em vez do término da extensão da
cadeia. Essa sequência é constante em todos os RNAs e é adicionada por enzimas poliA polimerase. Essa cauda na
extremidade 3’ é importante pois:
3. Processo de splicing ou montagem gênica, que consiste na retirada de sequências não codificantes do RNA chamadas de
introns, realizando a união das regiões codificantes restantes chamadas de exons. Esse processo só é presente nos
eucariotos e nos vírus nucleares. O RNA primário (heteronuclear) é o RNA sintetizado antes de sofrer o splicing por meio
de einzimas ribonucleoproteínas (SNURF).

Os exons (regiões codificadoras) são intercalados por introns (regiões não codificadoras). Os introns vão sendo eliminados
do RNA primário em forma de laço (figura ao lado), enquanto os exons vão sendo reunidos. O RNA final (constituído de
exons apenas) é que vai ser traduzido, e representa apenas 5% do tamanho do RNA primário (os genes possuem muito mais
introns que exons).

OBS3: Ribozimas são RNAs que possuem atividade catalítica, ou seja, que podem realizar splicing sem ser necessária a
atuação de enzimas nucleares. Isso é uma das evidências que a primeira molécula de ácido nucleico a se formar foi o RNA.

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