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OMAR, M. Y. M.; REIS, A. P. A.; ADORNO, A. L. C.; GOMES, R. B.

Análise experimental de pilares de concreto armado


reforçados com CAA submetidos à flexo-compressão reta. In: CONGRESSO DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO DA UFG
- CONPEEX, 2., 2005, Goiânia. Anais do II CONPEEX/II Seminário de Pesquisa e Pós-Graduação da UFG [CD-ROM],
Goiânia: UFG, 2005. n.p.

ANÁLISE EXPERIMENTAL DE PILARES DE CONCRETO ARMADO


REFORÇADOS COM CONCRETO AUTO ADENSÁVEL

OMAR, Mohamad Yahya Mohamad1; REIS, Andrea Prado Abreu2; ADORNO, Ana
Lucia Carrijo3; GOMES, Ronaldo Barros4

Palavras-chave: Pilar, reforço, excentricidade.

1. INTRODUÇÃO: A sociedade, vem se deparando com casos de ruína de edifícios,


pontes, etc. especificamente ruína de pilares, por falha de projeto, de execução ou
ainda, pela evolução e alteração de hábitos. A verificação da situação estrutural e de
utilização que estão submetidas estas edificações é necessária para subsidiar a
decisão mais importante, que é a execução de reforços.
Inúmeros são os materiais e procedimentos de recuperação e reforço estrutural
existentes na construção civil, podendo citar: reforço mediante uso de concreto
projetado, grautes, concreto auto adensável (CAA), fibra de carbono, chapas ou
perfis metálicos, por meio de protensão exterior, aumento da taxa de armadura e
pelo aumento da seção transversal existente. No caso de aumentar a seção
transversal existente, deve-se garantir a perfeita aderência entre os concretos antigo
e novo (REIS, 2003). Apesar desses inúmeros procedimentos de reforços, ainda
hoje, não se conhece muito a respeito do comportamento de pilares reforçados
submetidos à flexo-compressão reta, solicitação esta, pesquisada por ADORNO
(2004).
Particularmente no caso de pilares, a nova norma brasileira NBR 6118/2003,
introduziu várias modificações, como nos valores da excentricidade acidental e de 2ª
ordem, um maior cobrimento de concreto, uma nova metodologia para o cálculo da
esbeltez limite à consideração dos esforços de 2ª ordem e principalmente com a
consideração de um momento fletor mínimo que pode substituir o momento devido a
excentricidade acidental.
O presente trabalho enfatiza o estudo de pilares de concreto armado reforçados com
concreto auto adensável (CAA) nas faces de compressão, tração e compressão e
tração simultaneamente, submetidos a flexo-compressão reta com excentricidade
inicial de 60 mm, analisando os efeitos das cargas previamente aplicadas
(carregamento de serviço).
O CAA possui materiais finos que aumentam a resistência do concreto, produz uma
boa aderência com o substrato, e é um material bastante fluido, o que garante um
maior preenchimento do espaço do reforço.
2. METODOLOGIA: Foram submetidos à flexo-compressão reta, com excentricidade
inicial de 60 mm, oito pilares de seção transversal retangular de 120 mm x 250 mm,
altura de 2000 mm, moldado com concreto de 30 MPa de resistência nominal à
compressão aos 28 dias, com armadura longitudinal composta de quatro barras
retas nervuradas de 10 mm de diâmetro nominal. Dois desses pilares (P1 e P2),
considerados de referência, foram ensaiados até a ruína, e os outros seis foram
carregados até uma carga de parada pré-definida (início do escoamento da
armadura tracionada) e serão reforçados (P3, P4, P5, P6, P7 e P8). A Figura 2.1
mostra a seção transversal das peças ensaiadas.
ei ei ei ei

Rt Rt
250

120 Rc Rc

Pilar Original Pilar Reforçado à Pilar Reforçado à Tração Pilar Reforçado à Tração e à
Compressão Compressão

Figura 2.1 – Seção Transversal das Peças do Experimento (“Rc”, “Rt” e “ei”. Tab.3.1)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os pilares de referência, P1 e P2, obtiveram


ruptura dúctil com escoamento da armadura tracionada, ε y máx = 6,44 e 3,71mm/m
respectivamente (Figura 3.1) e esmagamento do concreto, ε c máx = -3,54 e -
4,69mm/m respectivamente (Tabela 3.1). Os pilares P1 e P2 apresentaram
deslocamentos horizontais máximos de 25,77 mm, 37,63 mm e 0,43 • e i , 0,63 • ei
respectivamente (Tabela 3.1).
Os demais pilares que serão reforçados apresentaram, nesta fase inicial,
deslocamentos horizontais máximos Dmáx ≥ 0,23 • ei , tendo o pilar P7 que obteve a
menor carga de parada (108,45 kN) com deslocamento horizontal máximo de 22,71
mm, pilar P5 com maior carga de parada (139,45 kN) e deslocamento horizontal
máximo de 16,42 mm e o pilar P4 com carga de parada de 110,10 kN e 14,08 mm
de deslocamento horizontal máximo (Tabela 3.1). A deformação máxima no aço
tracionado desses pilares foi ε y ≥ 2,20 mm/m e a deformação máxima no concreto foi
ε c ≤ −1,41 mm/m como mostra a Tabela 3.1.

160 160
P2 (εymáx = 3,71 )
140 140

P1 (εymáx = 6,44)
120 120

100 P1 100
Carga (kN)

Carga (kN)

P5
P2
80 80 P6
P3
P7
60 P4 60
P8

40 40

20
εye = 2,87 20
εye = 2,87
0 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Deformação (mm/m) Deformação (mm/m)

Figura 3.1 – Curvas Carga X Deformação da Armadura Tracionada


( ε ye = Deformação de escoamento do aço)
Tabela 3.1 – Principais Características dos Pilares Ensaiados
ei Rc Dmáx εy máx εc máx Pu Pp
Etapa Pilar (mm) (mm) Rt Tipo do Pilar (mm) (mm/m) (mm/m) (kN) (kN)

P1 25,77 6,44 -3,54 130,10


Referência -
P2 37,63 3,71 -4,69 157,00

P3 17,05 2,36 -1,81 114,50

P4 14,08 2,40 -1,41 110,10


1ª 60,0 - -
P5 Original do 16,47 2,30 -2,01 139,45
-
Reforço 14,94 2,20 -1,62 129,80
P6
P7 22,71 2,25 -2,07 108,45

P8 19,02 2,45 -1,69 123,00

P3R 82,5 -
2φ10,0mm
P4R 2φ12,5mm

2a P5R 45,0 2φ10,0mm Reforçado - - - - -


60,0
P6R 45,0 2φ12,5mm
P7R 42,5 35,0
-
P8R 32,5 55,0
ei – Excentricidade inicial; Rc – Reforço na área comprimida; Rt – Reforço na área tracionada; R3 (Dmáx) - Deslocamento
horizontal a meia altura do pilar; εy máx - Deformação máxima do aço tracionado; εc máx - Deformação máxima do concreto
comprimido; Pu - Carga de ruína; Pp - Carga de parada

4. CONCLUSÕES PRELIMINARES: No estado limite de utilização, o


comportamento dos pilares em relação à deformação das armaduras tracionadas
foram praticamente aproximados. Em relação às cargas de parada, os pilares P5 e
P6 apresentaram cargas acima de 12% maiores que os demais que tiveram cargas
de parada semelhantes entre si. O pilar P7, dentre as peças a serem reforçadas, foi
o que obteve o maior deslocamento horizontal com 16,25% a mais que os outros.
Espera-se com o reforço , cargas de ruptura maiores do que as dos pilares de
referência (P1 e P2) e que tenha um comportamento monolítico.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• ADORNO, A. L. C. Análise Teórica e Experimental de Pilares em Concreto
Simples e Armado sob Flexo-Compressão Reta. Tese de Doutorado.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, UnB, Brasília, DF, 399p, 2004.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
• REIS, A. P. A. Reforço de vigas de concreto armado submetidas a pré-
carregamento e ações de longa duração com aplicação de concretos de alta
resistência e concreto com fibras de aço. Tese de Doutorado – EESC - USP, São
Carlos, 286p. 2003.
FONTE DE FINANCIAMENTO: CNPq, Procad/Capes. .

1
Engenheiro Civil, Mestrando, Escola de Engenharia Civil, UFG - mohaomar@pop.com.br
2
Professora Doutora, Escola de Engenharia Civil, UFG - andrea.prado@directnet.com.br
3
Pesquisadora Doutora, Escola de Engenharia Civil, DCR-UFG/CNPq - analuciacarrijo@ig.com.br
4
Professor Doutor, Escola de Engenharia Civil, UFG - rgomes@eec.ufg.br

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