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AULA 1

COSMETOLOGIA AVANÇADA

Profª Aniely R. Barbosa


TEMA 1 – COSMÉTICOS

O termo cosmético foi definido e descrito na Resolução RDC n. 211, de 14


de julho de 2005 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e
atualizado no anexo I da RDC n. 7, de 10 de fevereiro de 2015, segundo a qual
os cosméticos são:

Produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, são preparações


constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas
diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios,
órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade
oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los,
alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou
mantê-los em bom estados. (Brasil, 2015)

Logo, classificamos como cosméticos quaisquer produtos de uso


superficial que possuam o objetivo de embelezar, cuidar e deixar agradável o
corpo humano.
Como exemplo de cosméticos, podemos citar as maquiagens, os cremes
faciais, sabonetes, maquiagens, perfumes, produtos para os cabelos,
absorventes, desodorantes e uma infinidade de outros produtos.

1.1 Cosmetologia

A cosmetologia é a ciência que destina seus estudos a matérias-primas,


elaborações, pesquisa, desenvolvimento, comercialização e aplicabilidade de
todos os cosméticos. É a ciência que busca desenvolver produtos destinados ao
embelezamento e cuidados pessoais. Está em constante crescimento no mundo
todo e é uma das áreas mais lucrativas no ramo da beleza. Por esse motivo, a
cosmetologia tem se tornado uma das especialidades mais procuradas pelos
profissionais, como área de atuação.

1.2 O profissional do cosmético

Atualmente, não existe uma faculdade específica que forme somente


cosmetólogos. Para atuar no ramo da cosmetologia profissional, os interessados
devem procurar cursos que possuam essa área de atuação. Geralmente os
profissionais que atuam no desenvolvimento de cosméticos procuram a pós-
graduação em cosméticos para conseguirem atuar especialistas na área. As pós-
graduações normalmente são compostas por profissionais formados em farmácia,
química, biologia, estética e biomedicina. Esses profissionais podem ocupar
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diversos cargos nas indústrias cosméticos. Vale ressaltar que a Anvisa possuí
exigências específicas para elaboração de qualquer produto de beleza, sempre
prezando pela qualidade e saúde das pessoas que irão usar os produtos
comercializados. Hoje existem indústrias multinacionais focadas apenas em
produção de produtos de embelezamento, as quais possuem alto investimento em
tecnologia e buscam sempre novidades por meio de investimentos científicos.

TEMA 2 – HISTÓRIA

Os livros e as artigos relatam muito sobre a Antiguidade do embelezamento


do ser humano. Há registros que os homens da pré-história utilizam tintas
provenientes da natureza para pintar os corpos uns dos outros. Rituais e danças
de povos antigos eram selados por pinturas especiais, utilizadas até hoje pelos
povos indígenas.
Porém, os grandes registros de beleza com certeza foram dos egípcios,
que começaram a utilizar os cosméticos e produtos para embelezamento em
grande escala. Há muito tempo eles utilizam o óleo de castor (usado até hoje em
alguns países) como um óleo protetor de pele. Como produto de limpeza nos
banhos, utilizavam argila perfumada. Além disso, as primeiras maquiagens foram
feitas pelos egípcios: a malaquita verde (mineral), por exemplo, era moída e
passada nos olhos das mulheres e homens, simbolizando a nobreza da família.
Cleópatra, rainha do Egito, é um marco e símbolo de beleza para o mundo até a
atualidade. Possuía uma beleza ímpar e era conhecida por sua vaidade,
alimentada por muitos adornos, perfumes, cremes e maquiagens. Há relatos de
que a rainha se banhava todos os dias com leite de cabra para ter a pele macia e
aveludada. Nefertiti, rainha egípcia, era considerada uma das mulheres mais
belas do antigo Egito. Seu nome inclusive é citado hoje como forma de
representação estética nos cursos de beleza.

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Figura 1 – Pergaminho egípcio antigo

Crédito: Leoks/Shutterstock.

Os egípcios acreditavam que cuidar do corpo iria eternizar a beleza, sendo


um sinal de riqueza e prosperidade. No sarcófago do faraó Tutankamon (1400 a.
C.) foram encontrados muitos perfumes, cremes, adornos e incensos.

2.1 Idade Média

Nesse período, após a queda do Império Romano, ocorreu uma regressão


do avanço cosmético. O cristianismo abominava e reprimia os costumes de
cuidados com o corpo e a exibição da beleza. Os banhos e higiene não eram mais
comumente observados, acreditava-se que era heresia cuidar da higiene e que os
males do corpo só poderiam ser curados por meio de curas milagrosas.
Na Europa, nesse mesmo período, as pessoas tomavam banhos apenas
uma vez por ano, para evitar contaminação e doenças provenientes da água. Os
dentes eram limpos com pano seco, e a higiene mais comum era apenas a
lavagem de mãos. A beleza padrão era ter pele pálida e branca e, para isso, as
mulheres usavam produtos com arsênico e chumbo na pele, para deixá-las mais
claras.

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2.2 Idade Moderna

Na Idade Moderna, o cenário da beleza já volta com vigor. O humanismo


predomina e destaca o homem como o centro do universo. Os valores religiosos
da Idade Média são diminuídos, e a valorização humana entra em destaque.
Leonardo da Vinci se destacou pelas suas pinturas realçando a beleza feminina.
É na Itália e na França que os cosméticos começam a ganhar força, sendo
usados ainda apenas pelos mais nobres, cujas mulheres buscavam
continuamente a usar produtos que garantam a clareza da pele. Há dados que
informam que a rainha Elizabeth I, da Inglaterra, utilizava todos os dias uma base
branca em seu rosto que continha chumbo. Ainda nesse período, os cabelos
claros, perto das tonalidades loiras, eram muito almejados e foi em meados desse
século que misturas com metais eram utilizadas para despigmentar os fios.
Foi na Idade Moderna que os perfumes foram consagrados, principalmente
na França: a falta de higiene ainda predominava, e os perfumes ganharam força
para diminuir os cheiros desagradáveis das pessoas. Os perfumes franceses até
hoje compõem uma grande parte da economia da França, sendo considerados os
melhores perfumes da atualidade por possuírem fixadores de fragrâncias.

2.3 Idade Contemporânea

A partir da Idade Contemporânea em diante, os cosméticos ganham força


e crescem de forma rápida. As primeiras fábricas de produtos destinados à beleza
começam a surgir, e matérias-primas se tornam consagradas. Os primeiros
cremes comercializados possuíam em sua fórmula a lanolina, utilizada até hoje na
indústria. A utilização da vaselina também surge forte nesse período. Os salões
de beleza se tornam populares e muito frequentado pelas mulheres.

2.4 Século XX

O uso do protetor solar ganha forte destaque e ganha um impulsionamento


industrial. As maquiagens e a gama de cores surgem acompanhando a
atualização da moda. A década de 1990 também é um período focado em cremes
que combatam a celulite. A marca Lancôme, uma das maiores do mundo em
produção de cosméticos, se destacou por revolucionar produtos criados para
todos os tipos de pele por meio da nanotecnologia. A partir desse momento, os

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cosméticos ganham mais força no mundo todo e se tornam o foco das pesquisas
e desenvolvimentos, gerando milhões de lucros até os dias de hoje.

TEMA 3 – SEGURANÇA COSMÉTICA

Antigamente, os produtos de beleza continham ativos que hoje sabemos


que são extremamente perigosos à saúde. Não existiam normativas ou órgãos
que fizessem esse acompanhamento, mas, com o passar dos anos e com a
evolução na indústria cosmética, foi necessário normatizar e especificar o que é
ou não permitido conter nos produtos de beleza. O chumbo, por exemplo, era um
ativo muito utilizado em cremes clareadores de pele. Com o passar do tempo, as
pesquisas cientificas verificaram que esse produto era tóxico, cancerígeno e podia
levar a graves problemas neurológicos. Hoje o chumbo ainda é encontrado
somente em tinturas capilares, e ainda com concentrações baixas (0,6% das
composições) para não causar problemas graves. E é isso que a Anvisa, por
exemplo, faz no Brasil: após grande análise, pesquisas e testes com ativos, ela é
quem determina o que pode ou não ser utilizado pelas indústrias do nosso país,
garantindo dessa forma que os produtos comercializados respeitem um limiar de
segurança para não prejudicar o consumidor leigo.

3.1 Classificação de produtos cosméticos, perfumes e higiene

No Brasil, os produtos cosméticos são classificados quanto ao grau de risco


que oferecem a saúde das pessoas. A RDC n. 7/2015 específica esse grau
relacionado ao seu uso e segurança (Brasil, 2015).
O grau do risco do produto é baseado nos efeitos que podem ser adversos
e esperados pelos produtos comercializados. Para a classificação do risco, o
objetivo do produto, a área do corpo em que ele é aplicado e o modo de usar são
quesitos avaliados para a classificação.

3.1.1 Grau 1

Aqui se enquadram os produtos com riscos mínimos. São formulações que


possuem propriedades básicas e cuja comprovação inicialmente não é necessária
junto ao órgão regulador e não há necessidade de informações detalhadas sobre
a sua forma de uso. Para comercializar esse tipo de produto, as
empresas/indústrias devem comunicar a Anvisa eletronicamente e não precisam

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de aprovação para começar sua comercialização. Veja a seguir alguns produtos
que são classificados com risco grau 1:

• Bases, batons, blushs, condicionadores, esfoliantes mecânicos, cremes


para mãos, demaquilante, desodorante, esmalte, lenço umedecido,
máscaras faciais, removedores de esmalte, sabonete facial, talcos, xampus
e entre outros.

Figura 2 – Produtos cosméticos

Crédito: Ariadna Nevskaya/Shutterstock.

3.1.2 Grau 2

Essa categoria engloba produtos que se enquadram em riscos potenciais.


São ativos específicos que podem causar algum dano ao corpo humano. Antes
da sua comercialização, é necessário que haja comprovação de
segurança/eficácia assim como o modo de usar e especificações mais detalhadas.
Após todas as análises realizadas, o produto recebe um registro e só assim
poderá ser comercializado. Aqui no Brasil, a comprovação e os testes de
segurança exigidos são muito criteriosos e é de caráter obrigatório. Veja a seguir
alguns exemplos de produtos de grau 2:

• Águas oxigenadas, antitranspirante, maquiagens infantis, bronzeadores,


clareadores da pele, produtos para cabelo infantil, esfoliante químico,

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produtos para alisar os cabelos, produtos para acne, produtos para rugas,
protetor solar, sabonete antisséptico, tônicos, entre outros.

Figura 3 – Protetor solar

Crédito: Asian Delight/Shutterstock.

3.2 Testes de segurança

Os testes de segurança podem ser realizados in vitro, in vivo e por meio de


métodos físico. O método in vivo ainda é muito utilizado e gera polêmica por isso.
Muitas campanhas são realizadas e debates gerados para a substituição dos
testes em animais por outros tipos de testes. A proibição total do uso de animais
ainda não é possível, uma vez que a eficiência dos testes in vivo não é ainda
totalmente substituta pelos outros métodos. Vale ressaltar que nem todos os
animais são permitidos nos testes atuais. Cobaias como ratos, coelhos e
camundongos são mais utilizados. Ainda assim, alguns testes causam
desconfortos às cobaias, sensibilizando a comunidade cientifica que luta por essa
causa. O termo Cruelty Free tem sido utilizado por muitas marcas consagradas
para o consumidor saber que a empresa não utiliza testes em animais. Essa
comunidade criou um conceito chamado 3R, com o intuito de minimizar a
exploração dos animais nos testes cosméticos. Vejamos resumidamente as
questões abordados pelo conceito:

• Replacement (substituição): propõem a utilização de qualquer método


científico alternativo à utilização de vertebrados conscientes;
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• Reduction (redução): se não for possível eliminar completamente a
utilização de animais, considerar diminuir a quantidade de animais
utilizados;
• Refinament (refinamento): procurar meios que possam melhorar o bem-
estar do animal e minimizar assim o sofrimento durante os testes.

Figura 4 – Cruelty Free

Crédito: The Modern Canvas/Shutterstock.

No Brasil, o Colégio Brasileiro de Experimentação Animais (COBEA) é


quem regulamenta o uso de animais em experimentos laboratoriais. E o ser
humano voluntariamente também é utilizado em algumas categorias
experimentais, tudo isso regulamentado pela Comissão Nacional de Ética na
Pesquisa (CONEP).

TEMA 4 – COSMÉTICA DERMATOLÓGICA

Como já abordado anteriormente, a cosmetologia não é uma especialidade


destinada a um único profissional. O campo é aberto para diversos interesses de
atuação, porém é importante ressaltar que atualmente os médicos são a maior
classe da saúde atuante com os cosméticos, tornando dessa forma o uso desses
produtos e interesse industrial nesse tipo de profissional.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD, S.d), a área
dermatológica é uma especialidade médica e esse profissional é responsável pelo
diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças da pele, mucosas, cabelos e
unhas. Por serem os maiores conhecedores e especialistas em pele, a aprovação

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da utilização de cosméticos por essa classe se torna de suma importância para o
sucesso e venda desses produtos. Mas é importante ressaltar que o uso de
produtos cosméticos dermatológicos não é exclusivamente de classe médica, mas
sim de todos os profissionais que podem atuar com essa categoria.
Hoje o termo cosmética dermatológica é aplicado a produtos tecnológicos
que vão além de embelezamento da pele superficial. São produtos que tratam a
pele e irão atuar dessa forma mais profundamente. O foco desses produtos é na
beleza e na saúde da pele. Os médicos são procurados pelos pacientes para
saberem que tipo de produto devem usar em cada caso específico das disfunções
observadas. Geralmente, duirante a consulta, com a ajuda de instrumentos de
análise, o profissional traça o perfil da pele do paciente e, assim, utiliza seu banco
de dados para elaborar o tratamento da pele com produtos cosméticos. Por
exemplo, produtos que hidratam e possuem em sua composição ativos que atuam
contra o envelhecimento ou protetores solares que, quando utilizados, atuam
também na amenização de manchas faciais

4.1 Cosmecêuticos

O termo cosmecêutico tem sido utilizado pelos médicos para especificar


um grupo de cosméticos utilizados. Para a classe, os cosméticos são produtos
voltados para o embelezamento do ser humano, possuem ação superficial na pele
e não há alteração das ações fisiológicas do corpo. Além disso, por possuírem
ação superficial, não há exigência de estudos e comprovações cientificas da sua
segurança e forma de ação. Por esse motivo, é difícil os dermatologistas indicarem
produtos dessa classificação. Como exemplo de cosméticos, podemos citar as
maquiagens e os esmaltes.

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Figura 5 – Cosmecêuticos

Crédito: Pixel-Shot/Shutterstock.

Já os cosmecêuticos representam a união entre os cosméticos e a indústria


farmacêutica. Os produtos de embelezamento ganham investimento tecnológico
e poderosas combinações de fórmulas. São classificados como a nova geração
de produtos de beleza, cujos estudos e pesquisam comprovam que os produtos
são capazes de mudar a saúde da pele além de embelezar. A engenharia
cosmética, como é chamada a área focada em desenvolvimento de ativos, iniciou-
se em 1980 com a descoberta e utilização dos ácidos como produto de beleza.
Todos esses produtos passam por estudos e testes científicos e geralmente
possuem funções específicas em mudar as alterações de pele como rugas,
sulcos, manchas e acne.

4.2 Nutricosméticos

Os nutricosméticos são hoje a tecnologia de beleza mais em evidência no


mercado. Trata-se de pílulas para uso oral, com vitaminas, minerais, aminoácidos,
proteínas e ácidos graxos em dosagens específicas para garantir que não falte
nenhum nutriente necessário para a beleza do corpo. Unhas e cabelos são
exemplos de anexos da pele que sofrem com a falta de nutrientes. As vitaminas,
por exemplo, são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento de um
cabelo saudável e bonito. Os nutricosméticos são assim chamados pelo seu
objetivo: devolver ao corpo o que ele precisa por meio de cápsulas de beleza.
Dessa forma, não são utilizados para auxiliar no tratamento de doenças ou
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alterações mais graves. Os médicos e os nutricionistas são os profissionais mais
indicados para a indicação desses produtos.

Figura 6 – Nutricosméticos

Crédito: K3Star/Shutterstock.

TEMA 5 – RESOLUÇÕES DE DIRETORIA COLEGIADA (RDC) DE IMPORTÂNCIA


PARA A FORMULAÇÃO DE COSMÉTICOS

É importante ressaltar que as RDCs são decretos publicados em diário


oficial e são de caráter obrigatório na produção e venda de cosméticos. Vejamos
alguns exemplos importantes quando se diz respeito a cosméticos:

• RDC n. 83, 17 de junho de 2016: lista de substâncias que não podem ser
utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosmético e perfumes:
antibióticos, arsênico, cinamato, estrógenos, barbitúricos são alguns
exemplos de substâncias que não podem ser utilizadas (Brasil, 2016b).
Essa lista é atualizada constantemente;
• RDC n. 69, de 23 de março de 2016: lista de filtros ultravioletas permitidos
para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes (Brasil, 2016a).

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Os protetores de radiação ultravioleta são encontrados em uma variedade
de produtos: bases, pós, corretivos, batons e até protetores de cabelos hoje
possuem proteção contra a radiação. Existem diversos tipos de
substâncias que podem ser utilizadas, mas a Anvisa discrimina o
percentual permitido das mesmas dentro dos cosméticos. O PABA (ácido
aminobenzoico) é um exemplo de substância utilizada em protetores e sua
concentração máxima permitida é de no máximo 15% nas formulações;
• RDC n. 7, de 10 de fevereiro de 2015: definição de produtos de higiene
pessoal, cosméticos e perfumes (Brasil, 2015). Regulamento sobre
rotulagens: classificação de embalagens, rótulos, folhetos, nomeações,
dados do fabricante, lote, registros, ingredientes e demais informações;
• RDC n. 69, de 23 de março de 2016: lista de filtros ultravioletas permitidos
para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes;
• RDC n. 29, de 1 de junho de 2012: lista de substâncias de ação
conservante permitidas para os produtos cosméticos (Brasil, 2012a);
• RDC n. 44, de 9 de agosto de 2012: lista de substâncias corantes
permitidas em cosméticos (Brasil, 2012b);
• RDC n. 142, de 17 de março de 2017: regularização de produtos de higiene
descartáveis (Brasil, 2017);
• RDC n. 126, de 30 de novembro de 2016: definição e requisito técnico de
cosméticos relacionados ao bronzeamento da pele (Brasil, 2016c);
• RDC n. 48, de 25 de outubro de 2013: regulamento de boas práticas de
fabricação de produtos cosméticos (Brasil, 2013);
• RDC n. 288, de 4 de junho de 2019: requisitos técnicos para produtos
cosméticos (Brasil, 2019);
• RDC n. 409, de 27 de julho de 2020: procedimentos e requisito para a
regularização de produtos cosméticos para alisar ou ondular os cabelos
(Brasil, 2020).

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REFERÊNCIAS

BAUMANN, L. Dermatologia cosmética. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.

BRASIL. Agência de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC


n. 7, de 10 de fevereiro de 2015. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 11 fev. 2021.

_____. RDC n. 29, de 1 de junho de 2012. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 4 jun. 2012a.

_____. RDC n. 44, de 9 de agosto de 2012. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 10 ago. 2012b.

_____. RDC n. 48, de 25 de outubro de 2013. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 28 out. 2013.

_____. RDC n. 7, de 10 de fevereiro de 2015. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 11 fev. 2015.

_____. RDC n. 69, de 23 de março de 2016. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 24 mar. 2016a.

_____. RDC n. 83, 17 de junho de 2016. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 20 jun. 2016b.

_____. RDC n. 126, de 30 de novembro de 2016. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 12 dez. 2016c.

_____. RDC n. 142, de 17 de março de 2017. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 20 mar. 2017.

_____. RDC n. 288, de 4 de junho de 2019. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 5 jun. 2019.

_____. RDC n. 409, de 27 de julho de 2020. Diário Oficial da União, Poder


Legislativo, Brasília, DF, 28 jul. 2020.

COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro:


Guanabara, 2012.

KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 3. ed. São Paulo:


Atheneu, 2015.

14
LEONARDI, G. R.; MATHEUS, L. G. M.; KUREBAYASHI, A. K. Cosmetologia
aplicada. São Paulo: Medfarma, 2004.

RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada à dermoestética. São Paulo:


Pharmabooks, 2006.

SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia. Campos de atuação. SBD, S.d.


Disponível em: <https://www.sbd.org.br/dermatologia/sobre-a-
dermatologia/campos-de-atuacao/>. Acesso em: 18 jun. 2021.

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AULA 2

COSMETOLOGIA AVANÇADA

Profª Aniely Ruckhaber Barbosa


TEMA 1 – PERMEABILIDADE CUTÂNEA

É de suma importância o conhecimento da fisiologia e da morfologia


cutânea. É através do sistema tegumentar que teremos a ação dos ativos
cosméticos e conseguiremos resultados importantes.
Os produtos cosméticos devem ter uma atividade efetiva na pele sem
comprometer a via sistêmica. Ou seja, eles são fabricados para que não
ultrapassem as camadas da pele, não chegando à corrente sanguínea e
comprometendo com sua ação os órgãos do corpo.
O estrato córneo é a camada superficial da pele que possui como função
formar uma barreira de proteção do tecido, não deixando dessa forma a
permeação de substâncias que podem causar algum mal para o organismo. É
uma camada formada por muito lipídios, que de forma organizada, criam uma
barreira na pele. Por esse motivo, os ativos cosméticos tendem a ficar superficiais,
sem conseguirem ultrapassar barreiras mais profundas da pele. Assim, para que
um ativo cosmético consiga exercer seu efeito adequadamente, é preciso que a
sua molécula consiga ultrapassar a barreira do estrato córneo, sem ficar “preso”
na superfície da pele. Se o ativo não tiver um tamanho pequeno o suficiente para
ultrapassar a barreira, ele não terá um efeito desejado.
A tecnologia cosmética atual é voltada para desenvolver somente produtos
que consigam ultrapassar as barreiras lipídicas, de maneira limitada, é claro, sem
prejudicar a via sistêmica como um todo. Ativos pesados e de grande tamanho
ficam superficializados e, assim, não geram nenhum resultado na pele.
Existem basicamente duas vias disponíveis e possíveis para a permeação
de ativos na pele: a transepidérmica e a vida dos anexos da pele. A via
transepidérmica ocorre através de duas formas: intracelular e intercelular. Pela
intracelular, os ativos cosméticos permeiam por dentro das células. Já pela rota
intercelular, as moléculas dos ativos passam entre as células. Na permeação dos
ativos através dos anexos da pele, ocorre um processo chamado difusão: o ativo
permeia no folículo piloso, em que é possível observar um pequeno orifício. O
cosmético permeia através dos pelos e é distribuído na epiderme. Porém, os
orifícios ocupam uma pequena parcela da superfície da pele e, por isso, a
permeação dos cosméticos através desse processo é muito pequena e
considerada pouco eficiente.
A permeação é a chave da atuação dos ativos cosméticos, e por esse
motivo é uma etapa controlada pela indústria. A permeação insuficiente não irá
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gerar efeitos desejados, tornando a fórmula cosmética ineficaz. Por outro lado, se
a permeação for excessiva demais, a absorção do produto poderá ser sistêmica,
chegando até a corrente sanguínea e tornando-se assim um risco para a saúde.

Figura 1 – Ativos cosméticos mudando a aparência da pele

Crédito: Gritsalak Karalak/Shutterstock.

TEMA 2 – FATORES QUE INFLUENCIAM NA PERMEAÇÃO CUTÂNEA

Neste tema, veremos alguns fatores importantes a serem estudados e que


influenciam diretamente na permeação de ativos cosméticos.

2.1 Região anatômica

A pele do corpo não é uniforme em todo o seu revestimento. Ela apresenta


espessuras diferentes. Existem regiões em que o acumulo de células e camadas
de pele são muito maiores do que em outras. Uma pele mais grossa e resistente
é sinal de que o cosmético terá mais dificuldade em permear, pelo obstáculo da
grande barreira. As mãos, por exemplo, possuem uma pele desgasta natural do
dia a dia e apresenta uma camada mais resistente e menos impermeável. Já as
axilas e virilhas são regiões mais sensíveis e delicadas. As camadas de pele são
muito menores, portanto são regiões onde encontramos mais permeação. A
região anatômica é muito importante para especificar a aplicação e a ação do

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produto: a indústria precisa se preocupar e desenvolver produtos específicos para
cada região, justamente pelo fato de gerar resultados esperados.

2.2 Condições da pele

Outro fator importante é a condição da pele para sabermos como será a


ação dos produtos nas mesmas. Na maioria das vezes, considera-se a pele
saudável para utilizar os cosméticos. Na realidade, o corpo é diferente em cada
pessoa e a apresentação da pele ainda é um fator importante a ser considerado.
A hidratação é um fator avaliativo de uma pele saudável, portanto, uma pele
hidratada é considerada perfeita para a absorção de nutrientes cosméticos. Já na
pele desidratada, o produto encontrará dificuldade no processo de difusão, sendo
dessa forma o cosmético prejudicado quanto à sua absorção.

2.3 Idade

O envelhecimento é inevitável. A pele é um dos órgãos mais afetados por


esse processo. Pelo desgaste de anos de vida, o tecido cutâneo sofre
progressivamente e perde o seu considerável volume. É muito normal pessoas
idosas apresentarem uma pele extremamente fina e delicada. Hematomas e
lesões são mais comumente observados em idosos. Automaticamente, uma pele
delicada e sensível terá permeação muito maior do que as outras. Por esse
motivo, deve-se cuidar com os cosméticos indicados para pessoas de mais idade,
pois pode ocorrer a intoxicação sistêmica, pelo processo de rápida penetração.

Figura 2 – Pele jovem versus pele velha

Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock.

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Repare na Figura 2: a pele jovem tem camadas espessas e muita
resistência. Já na pele velha, é possível ver que a pele não apresenta mais
resistência, sendo dessa forma muito sensível à absorção de ativos cosméticos.

TEMA 3 – COMPOSIÇÃO COSMÉTICA

A classificação dos produtos cosméticos atuais depende de alguns fatores.


É fundamental detalhar e considerar a composição, já que é através dos
ingredientes ativos que temos a ação dos cosméticos na sua região alvo de ação.
A composição cosmética no geral é dividida da seguinte forma:

3.1 Ativos cosméticos

Os ativos cosméticos são os principais produtos nas formulações


cosméticas. Eles serão os responsáveis pela ação do produto na pele.
Geralmente, é a matéria-prima mais cara encontrada na composição total. O ativo
escolhido determinará o tipo de produto e a sua função. Os ativos atuais são
selecionados de acordo com o objetivo e o público alvo.
Os ativos podem ser de origem vegetal, animal, mineral e sintética:

• Origem animal: óleos, por exemplo, são utilizados como produtos


hidratantes e são extraídos de animais. São os menos encontrados
comercialmente.
• Origem vegetal: nessa categoria, encontramos a maior quantidade de
matéria-prima utilizada atualmente. Óleos e sementes de plantas são muito
utilizados para a produção de cosméticos.
• Origem mineral: uma pequena quantidade de produtos minerais é
disponibilizada para o uso do embelezamento cosméticos. As máscaras
faciais encontradas em farmácias são exemplos de produtos que utilizam o
mineral argila.

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Figura 3 – Ativos cosméticos de origem mineral

Crédito: Africa Studio/Shutterstock.

• Origem sintética: são todas as formulações que não dependem da extração


proveniente da natureza. Dessa forma, são produzidas em laboratório pela
indústria farmacêutica.

3.2 Adjuvantes

Os adjuvantes têm ação de alterar as bases cosméticas, mas não são


classificados como ativos propriamente. Não é através das suas ações principais
que serão escolhidos para serem ativos cosméticos. Possuem hoje ações
específicas e fundamentais nas formulações cosméticas.
Os adjuvantes que possuem ação corretiva são os conservantes, os
corantes, as fragrâncias, entre outros. A ação dos adjuvantes é a de adicionar
melhorias aos produtos e, dessa forma, agregar valor que atraia e beneficie o
consumidor. Vejamos alguns exemplos para melhor compreensão:

• Adjuvante corante: é o produto que será adicionado para dar cor aos
cosméticos. Muitas vezes, as formulações ficam com cores claras e
esbranquiçadas. Os corantes permitem deixar o produto com uma cor mais
viva e atrativa, sendo assim mais fácil de chamar a atenção do consumidor.

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Figura 4 – Adjuvante corante

Crédito: Stockcreations/Shutterstock.

• Adjuvante conservante: são os produtos adicionados que permitirão que os


cosméticos possuam uma maior durabilidade sem alterar seus aspectos
iniciais.
• Adjuvante fragrância: são os produtos incluídos nos cosméticos e que são
utilizados para deixar um cheiro característico nas formulações.

3.3 Veículos e excipientes

São chamados de adjuvantes inertes e possuem características de dar


forma, solubilizar e veicular (transporte) de matérias primeiras e ativos principais.
Geralmente, é o componente que aparece em maior quantidade na formulação
cosmética. Nele, são incorporadas todas as outras substâncias. Eles também irão
determinar a atuação dos produtos conforme a finalidade de ação: produtos para
pele seca, mista, oleosa, sensível, com patologias e para crianças.

TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO DE VEÍCULOS: EMULSÕES

Para a escolha do veículo certo de cada formulação, é necessário conhecer


e entender as características de cada tipo de pele. Existem diversos tipos de
produtos encontrados no mercado, e os veículos são determinantes para a ação
dos ativos principais. A sensação agradável causada pelo cosmético é
fundamental para ele ser aceito pelo consumidor.

7
4.1 Emulsões

Emulsão é a dispersão de um líquido (gotículas, por exemplo) distribuída


em outro líquido, no qual ambos são imiscíveis (que não se misturam). Nas
emulsões, a fase dispersa é conhecida como fase interna e a dispersante, como
fase externa. As que possuem fase interna oleosa e externa aquosa são
conhecidas como emulsões óleo em água, chamadas de fases O/A. Já as que
possuem fase externa oleosa e interna aquosa são chamadas de emulsão água
em óleo A/O. O tipo da emulsão escolhida determina o público-alvo do cosmético.
Geralmente, os produtos faciais são compostos de emulsões O/A, pois
apresentam um aspecto bem menos oleoso e se torna mais aceitável pelo
consumidor. Já para pele extremamente seca, como de pessoas que vivem em
regiões predominantemente frias, as do tipo A/O se tornam as mais desejadas.
Emulsões são preparações cosméticas heterogêneas constituídas por dois
meios (água e óleo) e são classificadas como imiscíveis. Atualmente, a indústria
utilizada em suas emulsões um agente chamado emulsificante: são substâncias
adicionadas as emulsões para aumentar a sua estabilidade cinética entre os dois
meios, tornando-os mais homogêneos. Uma emulsão permanece homogênea
com a utilização do emulsificante por um tempo específico, em que a mistura dos
ativos tornam-se com as características originais de fabricação. Após um
determinado tempo, a tendência é que ocorra a separação das fases aquosas e
oleosas. Esse prazo de mistura é chamado de validade, em que o produto
comercial perde seu tempo de uso pela perda da estabilidade causada pelos
emulsificantes. As emulsões de alta viscosidade são chamadas de cremes e as
de baixa viscosidade são conhecidas como loções.
A Figura 5 representa uma emulsão O/A, em que é possível ver as gotículas
de óleo em menor quantidade distribuídas no meio aquoso.

8
Figura 5 – Emulsão O/A

Crédito: Malialeon/Shutterstock.

4.2 Cremes

São emulsões em O/A e A/O com alta viscosidade. São constituídos


basicamente de ceras, emolientes, conservantes e água. Possuem um toque mais
ceroso e de difícil absorção. São indicados para todos os tipos de pele, apenas a
quantidade da emulsão, em relação aos ativos, é modificada. Entre os exemplos
de emulsões em creme, estão os condicionadores e os cremes faciais.

Figura 6 – Condicionador e creme facial

Crédito: B-D-S Piotr Marcinski; LStockStudio/Shutterstock.

4.3 Loções

São emulsões em O/A e A/O de média a baixa viscosidade, absorvidas com


mais facilidade pela pele. Trata-se de produtos ideais para a utilização corporal,
já que são menos viscosos e possuem melhor espalhabilidade. Entre os exemplos
de loções cosméticas, estão os desodorantes, perfumes e loções hidratantes.

9
Figura 7 – Permude e desodorante

Crédito: Africa Studio/Shutterstock.

4.4 Leites

São emulsões em O/A e A/O de baixa viscosidade. Como classificados,


esses produtos são encontrados na forma líquida de uso. Exemplos de
cosméticos são os leites de limpeza facial.

Figura 8 – Leite de limpeza facial

Crédito: Nadisja/Shutterstock.

TEMA 5 – COMPONENTES DE UMA EMULSÃO

Os componentes básicos de uma emulsão são água, óleo, tensoativos,


umectantes, espessantes, princípios ativos e aditivos.

10
5.1 Água

A água atua proporcionando o equilíbrio, eficácia e brilho ao cosméticos,


deixando-os mais agradáveis ao toque. Permite a secagem mais rápida dos ativos
em contato com a pele, facilitando dessa maneira a sua permeação.

5.2 Óleo

As substâncias ricas em graxas encontradas nos cosméticos podem ter


origem vegetal, animal ou sintética. São insolúveis em água e solubilizam em
solventes orgânicos. Elas são fundamentais para a indústria cosmética,
normalmente possuem propriedades emolientes, hidratantes e carreadoras.
Alguns ainda possuem atividade antisséptica, cicatrizantes, umectantes e entre
outras. Sua classificação dependerá da fonte de extração.

Figura 9 – Leite Óleo

Crédito: Modella/Shutterstock.

5.2.1 Óleo de origem vegetal

São obtidos através da prensagem de sementes e plantas chamadas de


oleaginosas. São ricos em vitaminas, ácidos graxos e proteínas. São altamente
hidratantes e eficazes para promover a maciez da pele. Sua grande quantidade
em emulsões é indicado para peles desidratadas e ressecadas. Já em emulsões
para peles oleosas, são encontrados com baixa concentração total da formulação

11
cosmética. O óleo de semente de uva é muito utilizados para elaboração de
cosméticos hidratantes.

5.2.2 Óleo de origem animal

Extraído de animais, pode ser através do abate (dos animais que são
abatidos para obtenção de alimentos) ou ainda através de uma fração animal (pele
de ovelha). A questão da origem animal é muito discutida nos meios de
comunicação, já que muitas pessoas são contra a utilização de materiais
provenientes de animais. A lanolina é um exemplo de óleo extraído da lã de
ovelhas, que é utilizado como produto na elaboração de cosméticos hidratantes.

5.2.3 Origem sintética

São óleos não provenientes de recursos da natureza e que são produzidos


industrialmente. Sua grande maioria são de derivados do petróleo.

5.3 Tensoativos

São substâncias que diminuem a tensão superficial entre o contato de dois


líquidos, fundamentais para estabilizar as emulsões.

5.4 Umectantes

São substâncias utilizadas para prevenir o ressecamento das misturas,


principalmente em emulsões que apresentam maior viscosidade. Garantem a
umidade dos produtos e permitem dessa forma a hidratação superficial da pele. A
glicerina é um umectante famoso e encontrado em muitos produtos.

5.5 Espessantes

Os espessantes possuem a ação de aumentar a viscosidade das misturas


cosméticas, atuando diretamente em sua estabilidade, sensorial, aparência e
funcionalidade sem alterar outras propriedades.

5.6 Princípios ativos

São todos os principais ativos encontrados nos cosméticos. Eles serão o


grupo seleto de ação dos produtos. Podemos dizer que são os protagonistas das

12
misturas e que determinarão a finalidade dos produtos cosméticos. Podem ser de
origem natural ou sintética e representam uma infinidade de opções para a
produção desses produtos. Possuem ação desde antisséptica, hidratação,
limpeza, antioxidantes, despigmentante e vários outros grupos disponíveis que
serão vistos nas aulas futuras.

5.7 Aditivos

São substâncias com características específicas e que não alteram o


desempenho do produto como um todo. Geralmente, são utilizados para
enriquecer e atrair o olhar do consumidor. São classificados como aromatizantes
(ou perfumes), corantes e conservantes.

13
REFERÊNCIAS

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16
AULA 3

COSMETOLOGIA AVANÇADA

Profª Aniely Ruckhaber Barbosa


TEMA 1 – CLASSIFICAÇÃO DE VEÍCULOS

1.1 Gel

O gel é um veículo cosmético com um aspecto gelatinoso, semissólido e é


formado por pequenas partículas em um meio líquido. Quando acrescentado em
meios líquidos, confere viscosidade aos produtos. Os géis são polímeros e podem
ser formados por substâncias sintéticas (carbômeros) ou naturais (pectina). Têm
característica mucilaginosa, ou seja, absorvem muita água e é constituído
basicamente por duas fases: fase líquida (que pode ser água, álcool, acetona) e
fase sólida (composta pelos agentes gelificantes sintéticos ou naturais).

1.1.1 Géis aquosos

São fórmulas em forma de gel, sendo a fase líquida um solvente e a sólida,


um produto gelificante hidrossolúvel. Por apresentarem solventes em suas
formulações, são indicados para pessoas com pele oleosa, gerando um frescor e
sensação de pele seca. Esse tipo de veículo é principalmente encontrado em
cosméticos destinados aos combate e cuidados com a pele acneica.

1.1.2 Gel oleoso ou gel creme

São géis emulsionados com substâncias ou ativos oleosos em baixa


concentração de gordura (ácidos graxos). Esse tipo de gel é vantajoso, pois
apresenta uma parte oleosa que faz muito bem às camadas da pele, que são
constituídas de lipídios. Vale ressaltar que a maioria das pessoas, mesmo as que
contêm pele oleosa, precisam hidratar as camadas da pele. A opção gel creme é
muito indicada, pois pela baixa concentração de gorduras, não deixa a pele muito
oleosa ou brilhante.

1.1.3 Géis e suas indicações

Encontramos alguns tipos de produtos cosméticos na forma de gel, tudo


dependendo do objetivo específico de cada um.

• Gel com efeito hidratante: indicado para hidratar a área cutânea de pessoas
que possuem a pele oleosa. Adiciona-se produtos específicos de
hidratação, como a glicerina, por exemplo.

2
• Gel com efeito deslizante: encontrado em produtos corporais que sejam de
fácil deslizamento. Adiciona-se uma base oleosa para promover o
emoliência.
• Gel com efeito refrescante: utilizado para causar refrescância na pele,
muito encontrado em produtos pós-sol. Possui ativos causadores de
refrescância, como a hortelã e o álcool.
• Gel com efeito anti-inflamatório: produto destinado a diminuir processos
inflamatórios como queimaduras causadas pelo sol. Camomila e própolis
são ativos encontrados nesses produtos.

1.2 Lipossomas

Os lipossomas consistem em pequenas vesículas globulares que são


invisíveis ao olho nu e são revestidas por uma camada de substâncias
semelhantes àquelas que revestem as células da nossa pele, os fosfolipídios.
Por serem parecidos com as membranas celulares da pele, os lipossomas
são utilizados para encapsular ativos cosméticos e aumentar a sua permeação, já
que pela semelhança entre o lipossoma e a membrana celular, esses ativos
encapsulados conseguiriam passar com mais facilidade pela barreira da pele.
Utilizados para armazenar ativos através do encapsulamento, os
lipossomas hoje possuem vários benefícios para a produção de cosméticos:
• protegem os ativos ingredientes da degradação de possíveis fatores
ambientais como calor e luz;
• melhoram a permeação dos ativos cosméticos, chegando a regiões mais
profundas da pele em relação aos outros produtos;
• permitem utilizar ativos incompatíveis entre si na mesma formulação;
• carregam os ativos e fornecem à pele lipídios compatíveis, ajudando na
manutenção da sua saúde.

TEMA 2 – DEMAIS VEÍCULOS COSMÉTICOS

2.1 Niossomas

Os niossomas são vesículas formadas por tensoativos ao invés de


fosfolipídios. São consideradas mais estáveis do que os lipossomas, contudo,
podem ser menos toleradas pela pele.

3
2.2 Transferossomas

São vesículas ultradeformáveis que, por essa característica, atravessam os


poros menores dimensionalmente, comparado ao seu tamanho. Têm a
capacidade de atravessar os lipídios de barreira, podendo atingir camadas mais
profundas da pele. Deve-se ter cuidado ao utilizar esse tipo de veículo, pois alguns
ativos apresentam toxicidade se penetrarem demais, chegando à via sistêmica.
Por isso, os transferossomas são utilizados com poucos ativos disponíveis.

2.3 Etossomas

São formados pelas características dos transferossomas, porém


apresentam elevadas quantidades de álcool em sua composição. Conseguem
atravessar o estrato córneo devido ao seu efeito fluido do álcool sobre os lipídios
das camadas da pele.

2.4 Fotossomas

Consistem em lipossomas que contêm em sua formação uma enzima


responsável pela proteção do DNA contra a radiação solar: a fotoliase.

2.5 Marinossomas

Consistem em lipossomas que são revestidos por lipídios de origem


marinha com propriedades anti-inflamatórias.

2.6 Nanossomas

Nano vem de origem grega e significa anão. É um prefixo utilizado para


referir-se a uma parte em um milhão. Ou seja, um nano corresponde a um
bilionésimo de metro. Assim como outros veículos já mencionados, seu tamanho
facilita a penetração de ativos do estrato córneo e hoje é um dos mais escolhidos
para produzir cosméticos.

TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO GERAL DE COSMÉTICOS

Como já mencionado anteriormente, hoje a gama de produtos cosméticos


é muito grande. Existem produtos para todos os tipos de ações e objetivos no
exterior do corpo humano.
4
3.1 Produtos para os cabelos

Todos os produtos destinados aos cabelos ou ao couro cabeludo são


classificados como cosméticos capilares. Vejamos alguns exemplos abaixo para
melhor compreender essa classificação.

3.1.1 Xampus

O xampu tem a finalidade principal de higienizar os cabelos e o couro


cabeludo, removendo sujeira, pele morta e todos os resíduos que possam causar
algum acúmulo prejudicial. Esses produtos possuem ativos específicos de acordo
com a finalidade. Para isso, as características do cabelo são levadas em conta
como: cor dos cabelos, se são enrolados, lisos, oleosos, secos, com caspa,
tingidos, alisados e demais.

3.1.2 Condicionadores

Conhecidos também como amaciadores de cabelos, conferem maciez aos


fios, equilibram o pH e também atuam hidratando os cabelos, devolvendo
nutrientes para o mesmo. Assim como os xampus, os condicionadores possuem
ativos específicos de acordo com o público-alvo do produto.

3.1.3 Máscaras capilares

São cosméticos específicos para hidratar e recuperar a agressão causada


nos fios. São indicadas principalmente para quem possuem cabelos danificados
por instrumentos quentes, como secadores e chapinhas, alisamentos e tinturas.
As máscaras são ricas em ativos que contêm ácidos graxos em sua composição.

3.1.4 Demais produtos capilares

Ainda existem muitos outros tipos de produtos e a gama de cosméticos


comercializados é infinita: produtos para ajudar no crescimento, produtos que
conferem cor aos cabelos, óleos para pontas duplas e ressecadas, sprays
perfumados e vitaminas em cápsula são alguns exemplos.

5
3.2 Produtos para o rosto

Com certeza, os produtos para o rosto são a maior quantidade de


cosméticos hoje disponíveis no mercado à venda.

3.2.1 Cremes no geral

Os cremes faciais são específicos de acordo com o tipo de cada pele, sua
alteração e o seu efeito desejado. Entre os principais, estão:

• cremes para combater o envelhecimento;


• cremes para remover manchas;
• cremes para alterações de pele como acne (espinhas);
• cremes hidratantes;
• creme para pele oleosa;
• creme para pele infantil.

3.2.2 Limpadores

São produtos destinados à limpeza da pele facial que possuem ativos


específicos de cada pele: oleosa, mista ou seca. São sabonetes, sprays, loções e
cremes que contêm produtos substâncias de limpeza. Esfoliantes, adstringentes,
tônicos, lenços umedecidos, removedores líquidos de maquiagem e águas
micelares são classificados como limpadores.

3.2.3 Maquiagens

O termo maquiagem vem do francês e consiste na aplicação de produtos


que causam embelezamento ou disfarces no rosto. Hoje, a maquiagem é um
cosmético que segue as tendências da moda. Nesses cosméticos, utiliza-se
principalmente uma grande gama de pigmentos, em que as cores são os ativos
protagonistas. Atualmente, há produtos de embelezamento e que junto da sua
composição apresentam ativos que tratam a pele.

3.3 Produtos corporais

Assim como nos faciais, os corporais também apresentam produtos


específicos de acordo com o objetivo do consumidor. Nessa categoria,
encontramos produtos hidratantes, clareadores de pelos, desodorantes, cremes
6
para celulite, flacidez, gordura localizada, renovadores de pele, produtos de
depilação e demais produtos.

TEMA 4 – ESTABILIDADE E ESTUDOS DA EFICÁCIA DE FORMULAÇÕES


COSMÉTICAS

Os testes de estabilidade são importantíssimos para gerar informações de


como o cosmético irá se manter por meses ou anos. Atualmente, há diferentes
tipos de estabilidades analisadas, como:

• física: sempre preza-se pelas propriedades originais, incluindo textura, cor,


odor e aparência;
• química: as substâncias ativas devem manter sua integridade química, sem
perder sua ação com o passar do tempo;
• microbiológica: os cosméticos devem apresentar componentes que
resistam aos crescimento de microbiano.

Os estudos de estabilidade são classificados de acordo com a duração, que


pode ser de curto ou longo prazo. Os estudos de curto prazo são utilizados para
analisar e prever a vida útil do cosmético quando estiver em condições ambientais
(em uso). Já os estudos de longo prazo avaliam a vida útil do produto e como ele
se comporta em ambientes de armazenamento e uso. Os estudos de longo prazo
são utilizados para confirmar os estudos curtos.

4.1 Estabilidade física

Um produto sempre deve manter suas características iniciais, sem que


ocorra mudanças visíveis pelo consumidor, dentro do prazo de validade. O estudo
dessas mudanças ocorre através da reologia. O termo reologia vem do grego e
significa rheo (fluxo) e logos (ciência) e descreve as deformações de sólidos e a
fluidez de produtos líquidos.
Uma das principais análises feitas é de averiguar a viscosidade dos
produtos, que pode mudar conforme a ação da temperatura ou o prazo do produto
exposto no ambiente. A aceitação dos cosméticos por parte do consumidor
depende da eficácia do produto e do sensorial causado por ele. Todos os lotes
devem ser produzidos com as mesmas características, sem que ocorra mudanças
nos produtos da mesma linha produzida.

7
Por todos os fatos descritos, a produção de cosméticos deve seguir estudos
específicos para prevenir possíveis problemas com os produtos enquanto ele
estiver armazenado ou em uso na casa do consumidor.

4.2 Estabilidade química

O prazo de validade esperado do produto se dá pelos dados científicos


químicos do estudo da estabilidade dos cosméticos. Um dos testes realizados
para prever se o cosmético suportará condições adversas ao ambiente que estiver
é o estudo do envelhecimento acelerado do produto. Para isso, o teste submete o
cosmético a temperaturas elevadas, a cerca de 50 a 60°C. Os métodos de
cromatografia são utilizados para determinar quantitativa e qualitativamente uma
substância ativa e para analisar sua estabilidade ou instabilidade após a
submissão de testes de temperatura, por exemplo.
Uma forma que é simples e utilizada muito nos dias atuais é fabricação de
cosméticos com embalagens menores e completamente cheias da substância.
Dessa forma, evita-se a oxidação da mistura cosmética, deixando menos ar
possível na embalagem. Hoje, os testes já demonstram que a instabilidade dos
produtos acontece geralmente pelo alto aumento da temperatura. Por isso, na
maioria dos frascos cosméticos, já vem escrita a recomendação de deixar o
produto em local fresco e arejando, prevenindo a sua oxidação.

4.3 Estabilidade microbiológica

Assim como as estabilidades físicas e químicas, a microbiológica também


é de suma importância. Sinais evidentes surgem nos cosméticos quando ocorrem
contaminações: mudança de coloração (crescimento de microrganismos);
produção de gases (bolhas visíveis ou pressão indicam o metabolismo
fermentativo de algumas bactérias); produção de odores não característicos
(compostos sulfurados causam mau cheiro).
O objetivo da estabilidade biológica é garantir que os cosméticos tenham
uma produção de boa qualidade, sem contaminação de microrganismos que
podem prejudicar a saúde do consumidor. A contaminação pode acontecer de
diversas maneiras: pela contaminação dos equipamentos que fabricam os
produtos; através da matéria-prima utilizada, principalmente se for orgânica;
através de embalagens não higienizadas e até mesmo pelo próprio consumidor,
que pode inserir dedos sujos dentro do produto. Hoje, para ajudar a inibir o
8
crescimento de microrganismos nos cosméticos, a indústria utiliza os
conservantes para preservar os produtos de possíveis contaminações. .

TEMA 5 – ROTULAÇÃO DE COSMÉTICOS

A rotulação dos cosméticos é uma característica obrigatória que deve


indicar todos os componentes utilizados para a fabricação do produto. O rótulo
permite que as pessoas consigam identificar os ativos e ingredientes presentes
na elaboração do cosmético comprado. Alguns consumidores não possuem hábito
de ler o rótulo, mas imagine alguém que possui alergia a algum componente
cosmético? Essas pessoas utilizam muito a leitura da rotulagem para identificar
os ativos e não adquirir produtos que possam lhes causar alergia ou sensibilidade.
A rotulagem tem como principal objetivo estabelecer as informações
indispensáveis nos rótulos de produtos de higiene pessoal, cosméticos e
perfumes, de acordo com a sua utilização ou forma de uso. Modo de usar,
advertências, fabricação, validade, fórmula, fabricante e composição são todas as
informações que encontramos na parte detrás do produto. Todo esse processo é
padronizado pelas RDCs da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
que norteia detalhadamente todo o passo a passo de características obrigatórias
nos produtos de beleza.
A parte mais importante para nós, que estamos estudando sobre os
cosméticos, é a lista de ativos presente nas fórmulas. Para isso, precisamos
entender como elas são formadas e suas nomenclaturas.

5.1 INCI

INCI é a siga para Internacional Nomenclatura Of Cosmetic Ingredientes


(Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos). Essa listagem é um
sistema internacional de codificação para designar os ingredientes utilizados em
cosméticos, sendo esses utilizados e reconhecidos mundialmente.
Atualmente, existe um comitê internacional responsável pela nomenclatura
das substâncias utilizadas nos produtos de beleza, formado pelos representantes
da Food and Drug Administration (FDA), da Comissão Europeia, do Ministério da
Saúde do Canadá e do Japão. Visto que existem mais de 12 mil ingredientes
sendo utilizados em produtos cosméticos e que muitos possuem, além do nome
químico, nome também comercial, o INCI permite designar de forma simplificada
a composição dos ingredientes no rótulo dos cosméticos. Por isso, o objetivo é
9
facilitar a identificação dos ativos das fórmulas de maneira clara, precisa e
imediata. O Brasil segue exatamente essas nomenclaturas, e é por isso que as
formulações de todos os cosméticos são encontradas em inglês.
Até o final do ano de 2020, todas as substâncias presentes nas fórmulas
eram veiculadas no rótulo somente em inglês. Porém, ainda no fim de 2020, a
Anvisa publicou através da Resolução n. 432, de 4 de novembro de 2020, que
toda composição cosmética deverá estar presente na rotulagem em português,
além da obrigatoriedade já existente (permanece a listagem em inglês). A listagem
em português (chamada de Denominação Comum Brasileira – DCB) está
disponibilizada no site da Anvisa, assim como a listagem do INCI.

5.2 Leitura do rótulo

Observe este exemplo de rotulagem e seus componentes encontrados em


um tipo de produto para os cabelos: Aqua, Cetrimonium Cloride, Cetyl Alcohol,
Stearyl Alcohol, Methylparaben, Methylcloroisothiasolinone/
Methyllisothiasolinone, Propylparaben, Cl 19140, Aloe Barbadensis Exctratc,
Panthenol, Parfum.
O primeiro critério para entendermos os ingredientes é saber que nunca
teremos descrito visualmente a quantidade utilizada de cada um dos ativos.
Portanto, a ordem descrita não equivale à quantidade de ativos presentes na
fórmula. A Anvisa não exige que a ordem seja decrescente de ingredientes, assim
como acontece com os alimentos. Apenas deve-se constar a lista do que foi
utilizado em cada composição.
Agora, entenderemos qual é a função de cada um dos ativos descritos.
Para isso, uma listagem completa está disponível no site da Anvisa (Função dos
ingredientes cosméticos):

• Aqua: Água.
• Cetrimonium Cloride: é um sal de amônio que tem como função condicionar
os cabelos. É classificado como surfactante.
• Cetyl Alcohol: trata-se de um álcool. É um surfactante que age como agente
emulsificante e impulsionador de espuma.
• Stearyl Alcohol: álcool. Surfactante com função de agente emulsificante.
• Methylparaben: é um éster classificado como conservante.
• Methylcloroisothiasolinone/Methyllisothiasolinone: conservante.
• Propylparaben: é um éster com função conservante.
10
• Cl 19140: é um corante conhecido também como tartrazina. Confere a cor
amarela aos cosméticos.
• Aloe Barbadensis Exctratc: ativo natural de extrato vegetal de babosa.
Possui a função de condicionar e umectar. Geralmente, as empresas
utilizam o ativo natural para fazer propaganda do produto (por exemplo,
colocar babosa na frente da embalagem para indicar que é um produto
hidratante).
• Panthenol: é um álcool que tem como função de condicionador.
• Parfum: é o ativo escolhido para a fragrância (cheiro) do cosmético.

5.3 Exemplos de ingredientes

Veja outros tipos de ingredientes cosméticos encontrados nas formulações.

5.3.1 Corantes

• Acid red 195: corante utilizado para conferir a cor vermelha.


• Anthocyanins: corante natural utilizado para conferir a cor roxa/lilás.
• Beta Vulgaris: é um extrato natural da beterraba. Confere a cor vermelha.
• Bismuth Oxychloride: corante inorgânico que confere a cor branca aos
cosméticos.
• Bromocresol green: composto químico que confere cor verde/amarela aos
cosméticos.

5.3.2 Absorventes de radiação UV

Todos os componentes abaixo são exemplos de produtos utilizados para


compor bloqueadores e protetores de radiação ultravioleta.

• benzalphthalide;
• benzophenone-1;
• benzyl salicylate;
• bornelone.

5.3.3 Controladores de microrganismos

Os controladores de microrganismos são essenciais para garantir que não


haja crescimento e contaminação nos cosméticos. Entre os principais, estão:

11
• Brassica alba extract: é o extrato natural de uma mostarda branca.
Excelente controladora de microrganismos, com ação não irritativa.
• Allium sativum extract: extrato de alho;
• Aluminum Acetate: composto químico;
• benzotriazol: composto químico.

5.3.4 Outros componentes

• Pterocarpus santalinus extract: extrato de uma planta chamada sândalo. É


encontrada em cosméticos com ação de limpeza — adstringente/tônico.
• PVP/DMAPA acrylates copolymer: polímeros utilizados em produtos
cosméticos para fixação de cabelos.
• Lauryl methacrylate: substância utilizada para controlar a viscosidade dos
produtos.
• Linalool: componente desodorante.
• Linoleic acid: ácido presente em cosméticos de clareamento da pele.
• Lithium sulfide: componente em produtos depilatórios.
• Magnesium fluoride: produto encontrado em pastas dentais. Atua como
antiplacas.

12
REFERÊNCIAS

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Acesso em: 2 jan. 2021.

14
AULA 4

COSMETOLOGIA AVANÇADA

Profª Aniely Ruckhaber Barbosa


TEMA 1 – COSMÉTICOS FACIAIS

Existem várias características específicas que devem ser avaliadas na


escolha dos produtos cosméticos. Hoje, a indústria concentra seus estudos e
desenvolvimento nos produtos destinados à pele do rosto, por conta da maior
procura dessa linha pelos consumidores. Antigamente, o número de produtos
encontrados era muito menor, em comparação aos dias atuais. Com a evolução
tecnológica, os produtos cosméticos passam de 50.000 tipos e marcas disponíveis
ao consumidor. A grande questão da utilização de cosméticos é saber a quem são
destinados. Por isso, propagandas e instruções nas embalagens são
fundamentais para a escolha do produto certo. Algumas pessoas não encontram
efeitos desejados quando adquirem cosméticos e isso acaba gerando frustração.
Logo, a indústria tem focado em propagandas e maneiras de mostrar claramente
ao consumidor a quem o produto é realmente destinado.
Vejamos a seguir algumas indicações cosméticas de acordo com o tipo
específico de pele ou a alteração.

1.1 Pele seca

Conhecida também como xerose, a pele seca é uma condição que pode
ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida. Ainda é classificada como
branda, quando as pessoas geralmente nem a percebem, e grave, quando há
grandes alterações na pelem que podem ser observadas como rachaduras e até
infecções.
A pele seca é caracterizada pela falta de hidratação no estrato córneo
(camada mais externa da pele). Uma das principais questões abordadas por
especialistas é a quantidade de banhos que as pessoas tomam atualmente: no
passado, era comum que as pessoas tomassem no máximo três banhos por
semana. A pele tem a característica de proteger o corpo, através de uma barreira.
Em dias muito quentes, e com os costumes mudando, hoje é muito comum que
as pessoas tomem até dois banhos por dia. Esse costume leva ao desgaste da
pele, principalmente pelo uso de produtos de limpeza, como sabonetes, levando
ao ressecamento visível, com sinais de esbranquiçamento.
Para tratar o ressecamento da pele, é necessário utilizar produtos que
protejam o estrato córneo e não o deixem perder água. Os hidratantes (adjetivo:
“que dá água à pele”) são produtos destinados à pele seca, com ativos oclusivos

2
e umectantes, com características específicas para devolver a saúde da pele que
está seca.

Crédito: NataliaMalc/Shutterstock.

Chamamos de vetor qualquer ativo ou produto que ajuda a devolver


substâncias faltantes na pele.

1.2 Pele oleosa

A pele oleosa é o tipo mais comum observado na população brasileira,


típica de países tropicais, em que o calor predomina o ano todo. Ela é
caracterizada como resultado da produção excessiva de sebo, através das
glândulas sebáceas. Apresenta características que incomodam os consumidores
de produtos destinados a esse tipo de pele: poros dilatados, brilho excessivo e,
às vezes, muitos cravos e acnes. Como são muitas as alterações que
acompanham a pele oleosa, vários produtos com ações diferentes são indicados
para o cuidado do rosto.
Vejamos alguns exemplos de produtos e seu modo de ação na pele oleosa.

1.2.1 Higienização

Manter a pele limpa e sem excesso de óleos produzidos pela pele é o


primeiro passo do cuidado com a pele oleosa. A higienização é recomendada duas
vezes ao dia. O sabonete é o produto indicado para isso, com ativos específicos
para pele oleosa; ele retira o acúmulo de óleo da pele, dando a sensação de pele
seca.

3
1.2.2 Tônicos e adstringentes

Adstringir ou tonificar é o segundo passo após a limpeza com o sabonete.


Esses produtos realizam a limpeza profunda da pele, retirando sujeiras que o
sabonete muitas vezes não consegue remover, deixando assim os poros limpos
e descongestionados. Geralmente, uma pele com alterações, como o caso da
oleosa, tem pH alterado; o tônico ajuda a equilibrar o pH da pele, deixando-a com
um toque seco e sedoso.

1.2.3 Hidratante

Apesar de muitas pessoas acharem que, por produzir óleos excessivos, a


pele oleosa não precisa de hidratação, isso não significa que esse tipo de pele
não precise disso. Exatamente o contrário: a hidratação atua recuperando a
vitalidade da pele do rosto e controlando, de maneira contínua, a produção de
óleo pelas glândulas sebáceas. Diferentemente dos hidratantes de pele seca, os
indicados para pele oleosa não apresentam óleo em sua composição.

1.3 Pele sensível

A pele sensível é caracterizada por alguma alteração na barreira da pele, e


assim o contato com produtos e objetos leva à fácil irritabilidade. Não se sabe ao
certo o motivo dessa condição, mas acredita-se que o indivíduo que apresenta
pele sensível tenha algum defeito no estrato córneo, que causa a diminuição da
resistência da barreira, facilitando a entrada e a permeação de agentes externos,
o que causa a irritabilidade da pele. Alguns produtos cosméticos devem ser
excluídos da rotina desses indivíduos (cosméticos com componentes sintéticos,
que são altamente irritativos para pele sensível, por exemplo). Sempre é indicado
acompanhamento médico, para que não ocorra agressão da pele. Cosméticos
orgânicos ou naturais são hoje os mais procurados, justamente por serem naturais
e apresentarem menor probabilidade de desenvolver alergias.

TEMA 2 – ACNE E COSMÉTICOS

A acne é considerada uma doença que pode ser desencadeada por fatores
genéticos, pela presença da bactéria Propionibacterium acnes, e pelo aumento da
atividade glandular sebácea. Ela é caracterizada pelo surgimento de cravos,

4
pápulas, pústulas e sequencialmente por cicatrizes. O comedão é o primeiro
elemento a surgir na pele; pode-se dizer que a consequência do acúmulo de
comedões é que leva a agravamento e evolução da acne. O sebo produzido pelas
glândulas é formado por ácidos graxos, triglicerídeos, esqualeno e colesterol. A
obstrução dos folículos ocorre quando há acúmulo do produto produzido pelas
glândulas. O acúmulo de sujidades dentro dos folículos acaba atraindo bactérias,
que se alimentam desses produtos. Com o tempo, essa massa de substrato
gorduroso e bactérias leva a um resultado inflamatório, iniciando a acne
inflamatória.

Crédito: Digital Images Studio/Shutterstock.

É válido ressaltar que é muito importante entender a causa da acne para o


seu melhor tratamento. Distúrbios hormonais podem levar a uma alta atividade
glandular, e assim o tratamento médico é inevitável. A idade é outro fator que
interfere no surgimento da acne, por questões normais do desenvolvimento e da
produção hormonal. A puberdade é uma fase em que se espera o surgimento
dessas lesões, que regridem com o passar do tempo. Quando há muitos
processos inflamatórios na pele, isso é um sinal de que há bactérias. Nesse caso,
o indicado é realizar um tratamento mais delicado, com acompanhamento de
médico dermatologista, pois se houver grande quantidade bacteriana, é preciso
utilizar antibiótico para o controle das alterações.
Cosméticos para peles com acne têm como objetivo reduzir a atividade
sebácea e controlar a proliferação de bactérias na superfície da pele. São
produtos específicos e elaborados para a pele com acne, que é diferente dos

5
outros tipos de pele. Geralmente, os cosméticos auxiliam na recuperação da pele,
sendo por isso indicados por profissionais.

2.1 Higienização

O primeiro (e talvez o mais importante) passo na rotina de quem deseja


cuidar da pele com acne é a limpeza, que deve ser realizada rigorosamente para
obter os efeitos desejados. Sabonetes podem ser líquidos ou em barras, com
produtos que previnem a acne, controlam a oleosidade, ajudam a desobstruir os
poros, são secativos, cicatrizantes, além de apresentarem ação anti-inflamatória.
Geralmente, apresentam ácidos como o salicílico, que responde muito bem a
todas as alterações da pele com acne.

2.2 Tonificação

Com a ação principal de reestabelecer o pH da pele, que é alterado na


presença das erupções, apresenta ação anti-inflamatória, que acelera a
cicatrização da pele, evitando cicatrizes e manchas. Além disso, sua ação
secativa deixa o rosto seco e refrescante, controlando a quantidade de óleos
produzidos que estão na superfície da pele.

2.3 Produtos secativos pontuais

Produtos com altas concentrações de secativos, que devem ser utilizados


somente em cima das lesões, de maneira pontual, evitando passá-los por todo o
rosto. Reduzem a inflamação e o tamanho da acne em poucas horas. São em sua
maioria compostos por ácidos, que agem rapidamente nas inflamações.

2.4 Protetor solar

Com a pele extremamente sensibilizada, e com o uso de produtos que a


deixam mais ressecada, protetor solar é uma medida imprescindível para pessoas
que possuem acne. Hoje, já encontramos protetores específicos para pele com
acne, cujos veículos são utilizados para evitar a produção de óleo.

6
2.5 Hidratação

Um dos maiores erros das pessoas que apresentam acne é achar que não
precisam hidratá-las. A oleosidade é muito diferente da hidratação: o hidratante
atuará na quantidade de água que a pele precisa. Além disso, a pele que está em
tratamento fica muito sensível, de modo que o hidratante ajudará a devolver a
saúde da pele através da hidratação.

TEMA 3 – MAQUIAGEM

A maquiagem hoje é utilizada não apenas para o embelezamento; ela trata


a pele e corrige imperfeições e problemas indesejados das pessoas. Antigamente,
seu único objetivo era realçar a beleza. Hoje, temos produtos que corrigem marcas
como cicatrizes, que apresentam as características de embelezar, e os que tratam
a pele, chamados de maquiagem cosmética. Alterações dermatológicas, como
deformações e manchas, são problemas considerados estéticos, mas muitas
vezes a consequência na autoestima acaba interferindo, muito além da estética,
gerando problemas psicológicos no indivíduo. A maquiagem tem se tornado uma
alternativa para camuflar as alterações, melhorando a qualidade de vida das
pessoas e promovendo maior bem-estar.

Crédito: Daria_Minaeva/Shutterstock.

7
3.1 Tipos de maquiagem cosmética

Hoje existem vários tipos de maquiagens cosméticas disponíveis no


mercado, com muitas marcas que investem nesses produtos, o que contribui de
maneira significativa com os países investidores, como China e Estados Unidos.

3.1.1 Bases

Bases são produtos cosméticos utilizados para igualar o tom da pele,


amenizando dessa forma as imperfeições existentes em todo o rosto. Existem
vários tipos de veículos em bases, e tudo depende do tipo da pele que necessita
do produto e de suas necessidades. A base líquida, por exemplo, é indicada para
peles secas, que apresentam pouca gordura, e que assim requerem produtos de
mais fácil aplicação. As bases minerais e em mousse são exemplos de produtos
mais sólidos, que necessitam de uma superfície para o deslizamento do produto,
sendo assim indicadas para quem tem pelo oleosa. Bases são emulsões, sua
maioria do tipo O/A, que contêm pigmentos de diversas tonalidades para os
diversos tons de pele existentes.

3.1.2 Corretivos

O corretivo é um cosmético utilizado para camuflar regiões que apresentam


alterações de pele mais severas. Geralmente são aplicados somente onde há
necessidade de camuflar as regiões da melhor forma; cicatrizes, machucados,
hematomas e olheiras são exemplos de alterações que muitas vezes demandam
de um produto de alta cobertura. Geralmente apresentam maior concentração de
pigmentos em sua composição, justamente com o objetivo de camuflar as
alterações de pele.

3.2 Maquiagem dermatológica

As maquiagens dermatológicas apresentam, além da estética de


embelezar, fatores que contribuem com a saúde da pele. Podem apresentar, em
suas composições, protetor solar e até ativos que tratam o envelhecimento, como
os antioxidantes. Ainda, é comum que esses produtos apresentem menos ativos
alergênicos, sendo indicados para quem tem pele delicada e sensível.

8
3.3 Maquiagem orgânica

A maquiagem orgânica que apresenta no mínimo 95% de matérias-primas


orgânicas em relação ao total dos ingredientes da composição do produto. Pode
conter componentes de origem animal e vegetal. Frutas, flores, sementes e
produtos de origem animal, como o mel, são utilizados para compor essa linha de
produtos. Além disso, a matéria prima não contém agrotóxicos ou qualquer
substância tóxica. Esse tipo de maquiagem, por conter ativos mais sofisticados,
apresenta preço maior em comparação aos produtos não orgânicos; assim, sua
produção acaba se tornando mais custosa.
Ainda existe atualmente a linha de produtos chamadas de maquiagem
vegana, específica para o público vegano; tais produtos não apresentam qualquer
matéria-prima animal, apenas derivadas de plantas.

TEMA 4 – PERFUMES

Os perfumes são alguns dos cosméticos mais comprados no mundo. Todos


os gêneros e faixas etárias o utilizam, sendo dessa forma uma categoria em
constante crescimento e com intensa pesquisa industrial.
A fragrância de um perfume é a mistura de substâncias que são, em sua
maioria, extraídas de plantas e animais. Hoje, temos substâncias idênticas às
naturais, mas que são ativos sintéticos.
Uma fragrância é composta por três notas, que formam o que chamamos
de pirâmide de essências: cabeça, corpo e fundo. No topo da pirâmide, temos as
notas chamadas de superiores, ou ainda de cabeça, como já citamos,
representando de 10 a 15% da fragrância; volatizam por primeiro quando o
produto é aplicado, e dessa forma são as primeiras notas a serem sentidas pelo
consumidor quando o frasco é aberto. Na segunda posição da pirâmide, temos as
notas de corpo, que representam aproximadamente 30 a 40% da fragrância. São
essas fragrâncias que dão continuidade ao perfume, sendo sentidas após a
volatilização das notas cabeças; nessas notas, se encontram as características
principais do produto, que costumam durar certa de duas horas. Por fim, as notas
de fundo representam certa de 55% das fragrâncias. Mudam de pessoa para
pessoa, pois cada pele responde de uma maneira. Geralmente, é a fragrância que
mais demora para ser percebida, mas podem perdurar por mais horas e até dias,
chamadas também de notas fixadoras.

9
Crédito: Ariadna Nevskaya/Shutterstock.

Para a “montagem” de um perfume, o profissional tem disponível uma


infinita variedade de matérias-primas. As misturas são inúmeras e os perfumes
consagrados atualmente apresentam notas específicas. Ao longo dos anos, as
indústrias vêm agrupando as fragrâncias de acordo com as famílias ou
genealogias, facilitando a fabricação dos produtos.
No mercado de hoje, utilizamos diferentes denominações para um produto
de perfumaria. Essas características dependem da quantidade de fragrâncias que
são colocadas na solução alcoólica, variando de acordo com o objetivo de cada
indústria. O eau de parfum contém uma porcentagem maior de fragrância, cerca
de 15%, sendo recomendado que seja usado em pequenas quantidades, com
características extremamente marcantes. Já o eau de toilette é a versão de
perfumes com menos quantidade de fragrância, cerca de 5%; são perfumes mais
leves e mais procurados para serem usados durante o dia. Por fim, a água de
colônia é um produto que contém a menor concentração de fragrâncias, cerca de
3%, deixando um cheiro muito leve e refrescante.

4.1 Composição das fragrâncias

As fragrâncias foram obtidas à base de óleos essenciais extraídos da


natureza, como de plantas, flores, raízes e de alguns animais. Esses óleos
receberam o nome de essenciais porque continham a essência principal do
perfume. Embora esses óleos essenciais sejam obtidos até hoje de fontes
naturais, muitas substâncias sintéticas têm ocupado o seu lugar.

10
Hoje os químicos já identificaram cerca de três mil óleos essenciais; para
serem usados, devem ser separados do resto das plantas. Pequenas partes são
utilizadas para a fragrância desejada. A química é uma área fundamental para a
extração da matéria-prima dos perfumes, sendo utilizadas inúmeras maneiras
específicas de extração, o que faz com que cada extração seja única. A extração
por solventes, por exemplo, utiliza o éter de petróleo para extrair óleos essenciais
de flores. Já a técnica de destilação por arraste de vapor é utilizada para separar
o óleo de eucalipto das folhas. Vale ressaltar que a indústria ainda utiliza (e
utilizará) com frequência as fontes naturais para a produção de perfumes. Os
produtos sintéticos pode ser que nunca venham a substituir totalmente os
naturais, por diversos empecilhos. Os produtos mais caros, com fragrâncias
sofisticadas, utilizam produtos sintéticos para acentuar o aroma do óleo natural.

TEMA 5 – COMPONENTES DE UM PERFUME

Vejamos os componentes disponíveis para a elaboração dos perfumes


comercializados atualmente.

5.1 Essências ou óleos essenciais

Classe de substâncias que geram o perfume. É por meio dessas notas que
o consumidor identifica o seu cheiro preferido.

• Cítricos: grupo de essências compostos por frutas cítricas. Essas


essências são obtidas por pressão, geralmente a frio, para preservar o seu
frescor. Apresentam características refrescantes e leves, sendo
encontradas na grande maioria dos perfumes. Bergamota, limão e laranja
são exemplos de frutas cítricas cujas essências são muito utilizadas.
• Frutados: diferentemente dos cítricos, essas essências apresentam notas
de frutas, predominando o toque mais doce. Pêssego, framboesa, mamão
e cereja são exemplos de frutas utilizadas para a produção dessas
essências.
• Florais: florais apresentam características mais suaves, sendo
classificados como essências românticas e femininas. São extraídas de
diversas formas; a utilização de solventes é um exemplo de técnica
utilizada. Rosa, jasmim, lírio e orquídea são exemplos de essências
encontradas em uma grande variedade de cosméticos olfativos.

11
• Amadeirados: amadeirados são provenientes de diferentes árvores. São
notas totalmente diferentes das frutadas, por exemplo. São predominantes
em fragrâncias masculinas, por terem um aroma mais neutro. Carvalho,
bambu, bálsamo e araucária são exemplos de matéria-prima para as notas
amadeiradas.

5.2 Fixadores: o mito

Antigamente, acreditava-se que a longa fixação dos perfumes acontecia


por conta de uma substância especial que os perfumistas colocavam na mistura
dos perfumes. Posteriormente, esse mito foi refutado; hoje, sabemos que a
durabilidade dos produtos depende de fatores simples: a essência utilizada e o
diluente. Perfumes com essências que volatilizam menos, ou seja, que evaporam
mais devagar, duram mais tempo, pois levam mais tempo para se desprenderem
da pele. Limão, lavanda e bergamota são exemplos de matérias primas mais leves
que são altamente voláteis. Madeira, âmbar, couro e baunilha são notas pesadas,
e assim demoram mais para evaporar. Outro fator importante é a concentração
da fragrância; quanto mais concentrada, mais tempo ela durará no perfume. Claro,
quanto mais essência tiver, mais valor agregado terá o perfume.
Para entender esse ponto, vejamos alguns exemplos de produtos e suas
concentrações, em relação à durabilidade:

• Água de colônia: até 2% de fragrância. Dura em torno de 3 horas.


• Splash corporal: até 5% de fragrância. Dura em torno de 4 horas.
• Eau de toilette: até 10%. Dura em torno de 6 horas.
• Eau de parfum: até 17%. Dura em torno de 8 horas.

5.3 Diluentes

Os diluentes utilizados para completar o volume e dissolver as essências


podem ser o álcool e a água. A escolha é levada em consideração pelos
perfumistas; as essências dependem do diluente para produzir misturas
adequadas. Há ainda perfumes que contêm ambos os diluentes, de modo a
produzir uma mistura homogênea.

12
AULA 5

COSMETOLOGIA AVANÇADA

Profª Aniely Ruckhaber Barbosa


TEMA 1 – ATIVIDADE GLANDULAR E OS ANTIPERSPIRANTES

Os cosméticos antiperspirantes são classificados como produtos


destinados a inibir ou mesmo diminuir a transpiração causada pelas glândulas
sudoríparas, e estão na classificação de risco do tipo 2 na Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Possuem mecanismos de ações diferentes dos
desodorantes, que apenas combatem e previnem o mau cheiro da transpiração.
São encontrados em diversas formas de veículos, dependendo da finalidade e
público-alvo. Além disso, podem ser associados aos desodorantes, com diversos
tipos de fragrâncias envolvidas. Com certeza são um dos cosméticos mais
comercializados no mundo todo, pelo seu uso indispensável nos cuidados
pessoais. O suor é produzido pelas glândulas especializadas, écrinas e apócrinas.

1.1 Glândula écrina

As écrinas são as mais numerosas no corpo humano e as menores em


relação ao tamanho. Estão distribuídas por todo o corpo e em grande quantidade
nas palmas das mãos e solas dos pés. São responsáveis pela formação do suor
aquoso, muito importante para manter a temperatura corporal, sem deixar aquecer
demais o organismo. A água que ela secreta na pele absorve o calor e o
transforma em vapor, permitindo a dissipação do calor e baixando a temperatura
do corpo quando esta aumenta (como nas atividades físicas, por exemplo).
O suor écrino consiste em uma solução inodora que é diluída em íons e
compostos orgânicos. Sua excreção pode estar aumentada em situação de
estresse e nervosismo, por exemplo. Esse suor não é o principal responsável pelo
mau cheiro, mas, em condições de hiperatividade da glândula, pode facilitar o
desenvolvimento das bactérias que levam ao mau cheiro.

1.2 Glândula apócrina

São as maiores em tamanho, encontradas nas axilas, na região pubiana,


nos genitais e no abdômen. São semelhantes às glândulas écrinas, mas
encontram-se anexadas aos folículos pilo-sebáceos. Sua excreção sai
diretamente na parte externa do canal onde estão os pelos, e seu estímulo ocorre
pela ação hormonal do corpo. A substância liberada por elas é leitosa e rica em
materiais orgânicos, atraente para bactérias. Além disso, no mesmo local em que
o suor é liberado, no corpo dos pelos, também é encontrado o sebo, produzido
2
pelas glândulas sebáceas, formando um material líquido mais incorporado. O odor
causado não é pela substância produzida e, sim, pela mistura de bactérias na
composição do suor. Observe na imagem a seguir, a representação das glândulas
écrina e apócrina (ligada ao pelo).

Créditos: Barks/Shutterstock.

1.3 Antiperspirantes

Os cosméticos utilizados para controle de transpiração atuam retardando a


liberação do suor produzido pelas glândulas écrinas e apócrinas, diminuindo
assim os nutrientes disponíveis, já que esses são os alvos das bactérias. Dessa
forma, controlando a liberação do suor glandular, não ocorre grande proliferação
bacteriana e consequentemente o odor é diminuído. Em nossa pele, encontramos
microrganismos residentes que podem se multiplicar. Aproximadamente 80% das
bactérias das axilas são gram-positivas que são causadoras do odor fétido do
corpo por consumirem substratos orgânicos, como o suor.

3
Os antiperspirantes são cosméticos que atuam diminuindo a produção de
suor das glândulas. Eles devem reduzir, no mínimo, aproximadamente 20% da
umidade das regiões do corpo onde são aplicados. É importante saber que há
várias teorias sobre a ação dos antiperspirantes na redução da atividade
glandular. A teoria mais relatada em artigos é o efeito tampão causado pelo
produto no ducto sudoríparo: os sais metálicos presente nos cosméticos formam
um molde (gel) no interior do ducto, bloqueando dessa forma a passagem do suor,
que é absorvido sem causar problemas para a saúde. Hoje, o cloreto de alumínio
e seus derivados são os ativos mais eficientes encontrados nos antiperspirantes.

TEMA 2 – DESODORANTES

Os cosméticos chamados de desodorantes têm como função combater o


mau cheiro gerado pelas bactérias pelos componentes de suor. A grande
diferença entre antiperspirantes e desodorantes é que os desodorantes são
classificados como cosméticos que perfumam e mascaram os odores. Mascarar
um odor significada que eu preciso de um cheiro que sobreponha o odor formado.
Além de conferir bom odor, os desodorantes também possuem substâncias
antibacterianas e que inibem o desenvolvimento das bactérias na região axilar.
São constituídos por veículos que podem ser sólidos, líquidos, pastosos ou
fluídos, contendo bactericidas ou bacteriostáticos. Ainda, são classificados como
soluções hidroalcóolicas, tendo dessa forma o álcool em sua composição.

2.1 Substâncias desodorantes

Existem diversas substâncias utilizadas como ativos nos desodorantes,


suas formas de ação estão relacionadas ao objetivo do uso cosmético.

2.1.1 Bicarbonato de sódio e potássio

São colocados nos desodorantes para neutralizar ou diminuir as reações


que formam o mau cheiro. Os bicarbonatos atuam sendo ácidos ou básicos, no
caso da reação que forma o mau cheiro. Em sua composição existe grande
quantidade de ácido, os quais reagem com o bicarbonato formando subprodutos
menos odoríferos.

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2.1.2 Sequestrante de ferro

O ferro é um nutriente presente no substrato que as bactérias utilizam


normalmente. Adicionando um produto sequestrante de ferro, o crescimento
bacteriano é diminuído. O dietileno-triamino-pentacético é um exemplo de
substância sequestrante de ferro.

2.1.3 Farnesol

É um óleo essencial presente em plantas como a camomila e o sândalo.


Encontrado como ativo seguro em desodorantes, possui ação de inibir as
bactérias que fazem decomposição do suor.

2.1.4 Triclosan

Agente antibacteriano e conservante, presente em cremes dentais,


sabonetes, cosméticos faciais além dos desodorantes. Possui baixo valor
econômico, sendo muito presente nas formulações de desodorantes. Alguns
médicos não estão mais indicando produtos com triclosan, visto que alguns
estudos deram indícios de que o uso prolongado desse ativo poderia desenvolver
distúrbios endócrinos. Além disso, ele já é investigado há muito tempo por
desenvolver alergia em uma grande parte de seus consumidores.

2.1.5 Absorvedores de odor

São ativos que atuam no aprisionamento das moléculas odoríferas por


captação físico-química. Esses ativos retêm em seu interior as moléculas fétidas
produzidas no processo de degradação do suor. Basicamente, seu mecanismo de
ação funciona pela inclusão da molécula inorgânica, conhecida como peneira
molecular, exemplos de aprisionadoras de odor. São formadas por átomos de
alumínio e silício ligados ao oxigênio, constituindo uma rede tridimensional, que
possui poros, locais onde conseguem aprisionar moléculas fétidas, tornando-as
um tipo de peneira de odores. O ricinoleato de zinco é um ativo que funciona como
esponja, adsorvendo as moléculas odoríferas produzidas pelas bactérias.

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Créditos: George Rudy/Shutterstock.

2.2 Formas de apresentação

Hoje, temos diversos tipos de apresentações de desodorantes e


antiperspirantes. Os tipos variam muito de acordo com o gosto do consumidor e a
maneira como se sentem confortáveis utilizando.

2.2.1 Forma líquida

São classificadas como soluções ou emulsões fluidas e são compostas por


um ativo antiperspirante e/ou desodorante. Sua maioria é formada por solução
hidroalcóolica, fragrância, água e tensoativos. Vejamos agora os exemplos de
produtos líquidos encontrados no comércio:

• Spray: sistema simples e de baixo custo para o consumidor. Consiste em


um frasco plástico que quando pressionado libera o produto de forma lenta
para não ocorrer desperdício.
• Roll-on: formas líquidas embaladas com ativos que conferem maior
viscosidade. São armazenados em frasco plástico ou de vidro, que possui
tampa e uma esfera que desliza na pele liberando o produto.

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Créditos: Olena Yakobchuk/Shutterstock.

• Aerossol: tipo mais caro de apresentação e também o mais sofisticado.


Nessa embalagem é preciso colocar o líquido dentro de um frasco de metal
para o produto receber um gás propulsor, que será acionado quando o
sistema de válvula for acionado.

2.2.2 Forma semissólida

São classificadas como emulsões viscosas, em creme, geralmente são do


tipo óleo em água (O/A).

• Potes: ainda muito consumido no mundo todo, o produto fica disponível


para ser manuseado com as mãos e, por esse motivo, são mais propensos
a contaminações. Ainda não saiu do mercado de venda justamente pelo
fato de ser muito procurado pelo consumidor.
• Bisnagas: essa forma de apresentação foi pensada para substituir os potes,
por serem mais práticas e higiênicas. São apresentados em embalagem
plástica mais maleável, com um furo na tampa, por onde o produto sai.

2.2.3 Formas sólidas

Além da composição dos demais produtos, esse tipo de apresentação leva


em sua fórmula um componente estruturante. Geralmente, a indústria utiliza cera
espessante ou estearato de sódio que darão solidez ao produto. São conhecidos
como stick ou bastão. Dependendo do produto utilizado, a fórmula poderá ser com
ativos glicólicos, quando são mais pegajosos, ou ainda alcoólicos, quando dão

7
toque seco. Desodorantes ou antiperspirantes em forma sólida são os menos
vendidos e procurados no Brasil; nos Estados Unidos são a forma mais comprada.

Créditos: Syda Productions/Shutterstock.

TEMA 3 – HISTÓRICO DOS ESMALTES

De acordo com dados históricos e artigos, até meados de 1915 as unhas


eram polidas com um pó abrasivo, para deixá-las bonitas e brilhosas. A partir da
década de 20, o esmalte foi introduzido para venda por meio da descoberta do
laqueador, um produto utilizado para passar nas unhas e deixá-las brilhantes. O
laqueador era formado por nitrocelulose, que após seu aquecimento, era
dissolvido em solventes, que evaporavam a substância e então era formada uma
película dura de nitrocelulose, quase sem coloração. Posteriormente, Charles
Revlon (executivo pioneiro de cosméticos e criador da grande Revlon, consagrada
marca de cosméticos atuais) teve a ideia de colocar pigmentos coloridos no
laqueador para formar um polidor de unhas colorido. Foi com essa ideia que
Charles fundou a empresa Revlon para comercializar esmaltes utilizados até hoje.
Os esmaltes são formados por agentes filmógenos (que formam filme),
solventes e diluentes. Os solventes são utilizados para que o produto seque mais
rápido nas unhas. Já os diluentes servem para diluir a mistura do composto
principal, que é plástico. A cor dada a esse cosmético é obtida com corantes e
pigmentos, podendo ser obtida da natureza, a partir de flores e plantas, ou
produzidas sinteticamente.

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3.1 Esmaltes

O esmalte é um cosmético complexo utilizado para o embelezamento das


unhas, com substâncias que conferem brilho, textura e cor. É um produto
destinado a ambos os sexos, tendo hoje no mercado até mesmo opções para
crianças, nesse caso com restrições de ativos. Sua composição é a mais variada
possível – pigmentos, fragrâncias, frascos, forma líquida e componentes – sendo
este o fator que determina o tipo do produto.

Créditos: Hong Vo/Shutterstock.

3.1.1 Composição dos esmaltes

A maioria dos esmaltes são compostos por:

• Solventes: transformam o filme plástico em líquido, para poder ser aplicado


nas unhas com facilidade; após algum tempo, evaporam. Por possuírem
altas taxas de evaporação, os solventes orgânicos secam rapidamente
após a utilização dos esmaltes nas unhas. Os solventes mais utilizados são
acetato de butila, tolueno, álcool etílico e acetato de etila.
• Resinas: são formadoras dos filmes plásticos, utilizadas para dar aderência
dos esmaltes na unha; a mais utilizada é a nitrocelulose.
• Plastificantes: atuam como lubrificantes, provocando o deslizamento das
cadeias poliméricas. A falta de plastificante resultará em esmalte
quebradiço; já o excesso resultará em um filme mole, que demora para
secar. O acetil trubitil e a cânfora são exemplos de plastificantes.
• Pigmentos: podem ser orgânicos ou inorgânicos, dando cores diversas aos
esmaltes. Algumas empresas utilizam escamas de peixe para fabricar seus
esmaltes perolizados. A maioria dos pigmentos atuais são provenientes da
fabricação sintética. Os pigmentos ficam dispersos no produto e por esse
motivo a indústria indica sempre a homogeneização (agitar) do produto
antes de ser utilizado.
9
• Agentes tixotrópicos: sua função básica é manter em suspensão as
partículas de pigmentos, evitando a decantação (separação dos
componentes). O copolímero de etileno e a carboximetilcelulose sódica são
exemplos de tixotrópicos.
• Aditivos: são todos os outros componentes que podem ser agregados aos
esmaltes, como vitaminas, fortalecedores e gliteres.

3.1.2 Esmaltes orgânicos

A grande quantidade de química existente nos esmaltes levou ao


surgimento de produtos chamados de orgânicos ou ecológicos. São produtos com
85% dos seus componentes de origem orgânica, livre de produtos tóxicos. Hoje,
esses produtos são classificados (não oficialmente) para que as pessoas
entendam que tipo de química tem ou não nos esmaltes escolhidos. Basicamente,
a classificação é a seguinte:

• 3 free: livres do trio tóxico mais presente: tolueno, formol e DBP.


• 4 free: livres do trio tóxico e das resinas de formaldeído.
• 5 free: livres do trio tóxico, sem resina e sem cânfora (tóxica em grande
quantidade).

Para produzir esmaltes sem tóxicos, a indústria requer tecnologia muito


avançada, diferente da tradicional – fator que dificulta a produção e aumenta os
custos para o fabricante. Além disso, os esmaltes orgânicos utilizam a base de
água, que possui durabilidade de fixação menor nas unhas, sendo desvantajoso
para o consumidor que paga caro pelo produto.

TEMA 4 – OUTROS COSMÉTICOS PARA AS UNHAS

A gama de produtos para as unhas cresce a cada ano no mundo todo. Por
ser uma categoria muito lucrativa, empresas e indústrias acabam investindo
amplamente nesse mercado.

4.1 Fortalecedor de unhas

Os esmaltes fortalecedores de unhas são utilizados para endurecer a


lâmina ungueal, deixando-a mais resistente. São aplicados quando há fragilidade
e, por isso, são indicados para que a unha não quebre. São esmaltes que

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possuem vitaminas, resinas, polímeros e outras substâncias específicas para
fortalecer unhas frágeis. Muitas pessoas acreditam que os esmaltes deixam a
unha mais forte, porém, a maioria desses produtos possui componentes que
deixam o filme protetor do esmalte mais resistente, conferindo proteção a danos
mecânicos nas unhas, evitando que elas quebrem.

4.2 Amolecedor de cutícula

São produtos cosméticos destinados a ajudar na remoção das cutículas,


facilitando a retirada da pele indesejada. A maioria desses cosméticos possui
emolientes, isto é, substâncias que deixam a pele macia e mole. É sempre
indicado passar o produto antes do processo, somente em cima da pele que irá
ser retirada; poucos minutos são necessários para o efeito prometido.

4.3 Removedor de esmalte: acetona

A acetona é um composto orgânico para remover os esmaltes das unhas,


obtido por processos químicos provenientes do álcool isopropanol. Atualmente é
o removedor mais utilizado no mundo todo, mas seus riscos têm feito a indústria
substituir esse componente nos removedores. Alguns estudos têm demonstrado
que a acetona é tóxica, levando a casos graves de intoxicação quando em contato
com a pele. Além disso, pessoas que usam com frequência o produto relatam
secura das unhas, irritação, rachaduras, fragilidade e até alergia. Por questões
relacionadas ao maleficio, existem produtos que são removedores sem conter
acetona em sua composição.

4.4 Spray secante de esmaltes

Os sprays secantes são muito utilizados para que a secagem do esmalte


não demore tanto. São formados por ativos que cuidam da pele, como óleos, para
não ressecar as unhas, possuem fragrâncias, conferindo odor agradável e seus
principais mecanismos de atuação são os gases presentes no frasco, que em
contato com a unha diminuem a temperatura endurecendo o esmalte. Butano e
isobutano são exemplos de gases encontrados nesses cosméticos.

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TEMA 5 – COSMÉTICOS MULTIFUNCIONAIS

Com o amplo consumo dos cosméticos, o crescimento das indústrias


tornou possível grandes investimentos tecnológicos. Os cosméticos chamados de
multifuncionais são aqueles que vieram agregar diversos tipos de tratamento em
um só produto. Antigamente, era impossível ter resultado apenas com um
cosmético, sua ação era limitada. Hoje, no desenvolvimento, vários ativos foram
colocados juntos em fórmulas estudadas, sem que um anule o outro.
Um exemplo muito importante de cosmético multifuncional, é o famoso BB
Cream (Blemish Balm Cream), inicialmente formulado e relatado em 1960, na
Alemanha, pela dermatologista Dra. Christine Schrammek. Ela desenvolveu o
produto para um público específico: seus pacientes que eram submetidos ao
tratamento com laser. A ideia era proteger o rosto do sol e oferecer cobertura para
camuflar os efeitos pós-laser. Posteriormente, Coreia e Japão aprimoraram o
produto, aliando proteção solar, hidratação, cobertura da pele e clareamento de
manchas – tudo em um único cosmético. Até hoje esse é um dos produtos mais
vendidos em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Os cosméticos multifuncionais podem ser classificados em quatro tipos
diferentes:

• Multifuncionalidade por desempenho: produtos que realizam duas ou mais


funções distintas, como xampu 2 em 1, que limpa e condiciona os cabelos.
• Multifuncionalidade por ingredientes: produtos em que os ingredientes
podem exercer mais de uma função, por exemplo, ativos que perfumam e
servem como conservantes.
• Multifuncionalidade situacional: produtos que podem ser utilizados com
múltiplas situações, por exemplo, blush que pode ser usado como sombra
ou batom.
• Multifuncionalidade publicitária: a publicidade destaca a finalidade de um
produto, com objetivos diferentes, como xampu a seco, que pode ser
destacado para tirar oleosidade e destacado como perfumador de cabelos.

Entre os cosméticos multifuncionais, os de prevenção do envelhecimento


são, talvez, os mais procurados e indicados para o consumidor. Há vários fatores
que levam ao envelhecimento, sejam eles externos, como radiação, poluição,
maus hábitos, ou internos, como envelhecimento cronológico. Os sinais de
envelhecimento evidente são, principalmente, manchas, flacidez, rugas, linhas de
12
expressão e ptoses faciais. Planos de abordagem para o envelhecimento são
divididos em prevenção primária, secundária e terciária.

5.1 Terapia primária

Como o nome sugere, são indicadas quando o foco é a prevenção de


alterações estéticas, antes das mesmas surgirem. Nessa classe, os protetores
solares são indicados. Considerado um excelente antienvelhecimento os
protetores que ajudam a prevenir todos os sinais do envelhecer, se usados
corretamente e constantemente. Além disso, protetores têm ação multifuncional e
podem atuar como tonalizantes, hidratantes e possuem ativos que cuidam da
pele, como os antioxidantes por exemplo.

5.2 Terapia secundária

A terapia secundária busca amenizar a condição estética que está


começando a ficar evidente – são os primeiros sinais do envelhecimento. Além do
protetor, nessa categoria se enquadram antioxidantes, ácidos, despigmentantes
e fatores de crescimento. A vitamina C é o antioxidante mais utilizado pela
indústria, na produção de cosméticos.

5.3 Terapia terciária

Além dos produtos das terapias anteriores, aqui se enquadram as terapias


de consultório e clínica. Procedimentos que tratam a pele, como
microagulhamento, intradermoterapia, laser, toxina botulínica, preenchedores e
peelings químicos são indicados para tratar alterações oriundas do
envelhecimento.

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AULA 6

COSMETOLOGIA AVANÇADA

Profª Aniely R. Barbosa


TEMA 1 – COSMÉTICOS PARA DESORDENS PIGMENTARES

Acometendo principalmente a pele das pessoas que vivem em regiões


quentes, as desordens pigmentares são motivo de muito estudo e dedicação da
indústria hoje. Existem vários tipos de manchas e isso se torna um desafio para
elaborar produtos que sejam eficientes. As desordens pigmentares são assim
chamadas quando existe uma mudança da cor na pele, seja para manchas mais
escuras (hipermelanoses) ou manchas mais claras que a cor dos indivíduos
(hipomelanose). Portanto, as manchas podem surgir pelo aumento do acúmulo de
melanina ou ainda pela sua diminuição ou ausência.
A alteração mais frequente observada nas pessoas são as hipermelanoses,
quando ocorre a produção em excesso de melanina. As hipermelanoses podem
surgir por diversos fatores, sendo alguns ainda desconhecidos. Envelhecimento,
alergias, distúrbios hormonais, exposição frequente ao sol e genética são alguns
motivos que levam ao surgimento dessas manchas. Para tratá-las, utilizam-se
cosméticos que possuem em sua fórmula ativos ácidos e despigmentantes, com
o objetivo de reduzir as hipermelanoses.
Não podemos tratar qualquer tipo de mancha com o mesmo objetivo. Isso
porque existem alguns tipos de hipermelanoses e, logo, possuem também
características diferentes que devem ser levadas em consideração para o
tratamento. As hipercromias (hipermelanoses) de maior relevância e incidência
são as seguintes:

• Mancha senil, melanose ou lentigo: manchas escuras que podem surgir


principalmente no rosto, braços, colo e mãos. Surgem pela exposição ao
sol ao longo dos anos;
• Melasma: manchas isoladas ou em grupos. Acometem principalmente
mulheres que tiverem alterações hormonais (gravidez, por exemplo). Mas
podem surgir por questões genéticas e influência de fatores externos;
• Efélides: conhecidas popularmente como sardas, podem surgir no rosto e
no corpo. Geralmente possuem fatores genéticos pelo seu surgimento.

Os ativos cosméticos utilizados para tratar essas alterações são os


chamados de ácidos e/ou despigmentantes.

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Figura 1 – Hipermelanose

Créditos: Moteelec/Shutterstock.

A imagem representa uma desordem pigmentar, uma hipermelanose. As


caraterísticas dessas manchas sugerem o melasma.

1.1 Ácidos e despigmentantes

Existem uma variedade grande de ácidos e despigmentantes de manchas.


Como mencionado anteriormente, existem diversas hipermelanoses e elas
possuem características específicas, que devem ser levadas em consideração na
escolha dos produtos cosméticos. Vejamos alguns tipos mais comuns de
despigmentantes que são encontrados em cosméticos.

1.1.1 Ácido fítico

É um hexafosfato, substância deparada em cereais como a aveia e o arroz.


É considerado um coringa, encontrado em cosméticos para todo tipo de
hipermelanoses. Seu mecanismo de ação consiste em inibir a atividade da
tirosinase, enzima responsável por produzir melanina. Dessa forma, é
considerado um despigmentante.

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1.1.2 Ácido glicólico

É um ácido da família dos alfa-hidroxiácidos e é encontrado na cana-de-


açúcar. Sua principal ação é a de renovação celular através da esfoliação química.
Sua esfoliação faz com que as peles mortas e superficiais sejam retiradas,
removendo assim também pigmentos das manchas. Além disso, ele é um grande
estimulador de colágeno, indicado para rejuvenescimento facial.

1.1.3 Ácido tranexâmico

É uma substância sintética e relativamente nova nos tratamentos de


manchas. É um dos ativos mais indicados para quem tem melasma. Ele atua na
via inflamatória, ajudando a diminuir o estímulo pigmentar formado quando há
inflamação. Está presente em cosméticos que controlam o melasma, evitando
assim o acumulo de mais melanina.

1.1.4 Ácido málico

É um ácido que pertence ao grupo dos carboxílicos, encontrado


principalmente em frutas como a maçã e a pera. É considerado um esfoliante
químico, sem grânulos, que remove a camada superficial da pele sem inflamar o
rosto. Indicado para todos os tipos de hipercromias.

1.1.5 Alfa arbutin

É um clareador de hipercromias. Atua bloqueando a biossíntese de


melanina. Derivado da hidroquinona, um poderoso clareador facial com algumas
restrições. É indicado para manchas de sol e clareamento de sardas.

1.1.6 Hidroquinona

É uma substância orgânica classificada como clareadora. Ativo mais


utilizado no mundo todo, é considerada um potente inibidor da melanogênese. É
indicado para todos os tipos de manchas, com resultados rápidos. Pelos seus
efeitos considerados tóxicos para a pele, com uso indiscriminado, tem sido muito
abordada em estudos sobre o seu maléfico efeito no clareamento do melasma,
pelo efeito rebote (retorno das manchas após o tratamento). Apesar disso, muitos
profissionais defendem o seu uso, tornando-a segura com acompanhamento
4
profissional. Vários cosméticos utilizam concentrações de hidroquinona em suas
formulações.

1.1.7 Ácido retinoico

Derivado da vitamina A, o ácido retinóico é popularmente conhecido por ser


encontrado em cosméticos que tratam o rosto no geral. Indicado para todos os
tipos de hipercromias, ele também é recomendado para combater o
envelhecimento, sendo uma excelente espessante dérmico.

1.1.8 Ácido lático

De origem animal ou vegetal, o ácido lático é uma opção para clareamento


de pele, pela sua ação esfoliativa, através do estimulo de desprendimento das
células e, automaticamente, essa renovação leva à eliminação gradual das
manchas. Por ter uma ação mais leve, é indicado para pessoas que possuem pele
mais delicada e indicado por alguns médicos para pele de grávidas.

TEMA 2 – PELE NEGRA E OS COSMÉTICOS

Antigamente, o uso dos cosméticos era limitado, pois não se entendia que
existe uma grande variedade de peles e suas características. Conforme o tempo
passou, os estudos observaram que os efeitos causados pelos cosméticos, eram
diferentes nas pessoas. Isso acontecia justamente pelo fato de termos organismos
com características específicas, o que levou a entender que o mesmo produto não
serviria para todas as pessoas e, que a análise do tipo de pele seria fundamental
para a elaboração de um cosmético e, naturalmente, para resultados desejados.
A pele negra possui características fisiológicas particulares. Por isso, foi
necessário desenvolver linhas cosméticas pensando nos cuidados específicos
que essa pele deveria ter. Uma das grandes diferenças da pele negra para as
claras é a maior produção de melanina. A melanina protege a pele da radiação.
Logo, a pele negra é mais protegida dos raios ultravioletas comparando aos outros
tipos de pele. Apesar de ser mais protegida, quando falamos em maior quantidade
de melanina, também devemos levar em consideração que ocorre uma maior
possibilidade de desordens pigmentares, deixando a pele negra propensa ao
surgimento de manchas. Cirurgias, foliculite, depilação, acne e queimaduras

5
podem levar a manchas muito escuras com facilidade, acumulando mais pigmento
na região onde a pele foi acometida.
Outra peculiaridade dos negros é que as camadas de peles estão unidas
com maior tração, comparada à pele branca, o que torna a pele negra mais firme
e resistente, minimizando assim o surgimento de flacidez, rugas e celulite.
A pele mais escura também tem propensão à presença de oleosidade e,
automaticamente, ao surgimento de acne. É observado que a atividade glandular
é mais ativa nesse tipo de pele.
Vejamos alguns cosméticos específicos para o cuidado desse tipo de pele.

2.1 Higienização

Todas as peles precisam de higienização diariamente para a saúde da pele.


A pele negra, por apresentar uma maior quantidade de glândulas sebáceas, em
sua maioria, possuí característica oleosas e, por isso, limpadores faciais
específicos para pele oleosa se tornam necessários para evitar a gordura
superficial excessiva e a acne. Sabonetes com ação secativa, cicatrizante e anti-
inflamatória são excelentes opções. Além disso, ativos com ação antimicrobiana
e queratolítica são indicados. O ácido lático e o glicólico geralmente estão
presentes nesses tipos de limpadores faciais. A recomendação que é se utilize os
limpadores duas vezes ao dia.

Figura 2 – Pele negra e os cosméticos

Créditos: Beauty Agent Studio/Shutterstock.

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2.2 Hidratação

Já foi visto que a hidratação é fundamental, seja qual for o tipo de pele. No
caso da pele negra, devido à predisposição à oleosidade, os cosméticos
hidratantes devem ser livres de ativos que contenham óleo, a fim de não estimular
a produção ainda maior de oleosidade. Geralmente, esses ativos hidratantes são
encontrados em veículos mais leves, como gel creme e sérum.
Apesar de ter a tendência de ser oleosa, a pele morena revela com
facilidade a desidratação. A pele fica visivelmente esbranquiçada, sinal que a
hidratação está comprometida. O corpo deve ser hidratado constantemente.
Diferente da região facial, os hidratantes corporais não precisam ser para pele
oleosa.

2.3 Fotoproteção

Às vezes, é comum pensar que, por conta da alta presença de melanina, a


pele negra não precisa de tanta proteção. Acontece que a radiação ultravioleta
está intensa nos dias atuais. Sabemos que a camada de ozônio está
comprometida e, por isso, a radiação acaba sendo mais intensa. Assim, indica-se
que a proteção da pele negra seja como a da branca: protetor solar com FPS
mínimo de 30, todos os dias.
Um cosmético interessante para essa pele são os fotoprotetores com cor
(tonalizante), que, além de proteger, uniformizam a pele e ajudam a proteger da
ação da luz visível (proveniente de lâmpadas e telas de eletrônicos).

TEMA 3 – ROSÁCEA E OS COSMÉTICOS

A rosácea é uma alteração crônica da pele, predominante na região facial


das pessoas. Seu nome vem do latim e significa “semelhante a rosas”. A rosácea
é caracterizada por vermelhidão facial, edema, pápulas, pústulas, telangiectasias
e fibrose. Predomina no sexo feminino e pode, com mais raridade, surgir em
homens. É comum entre as idades de 30 e 50 anos, sendo rara em crianças.
Acomete principalmente pessoas com fototipo baixo e comprovada predisposição
genética. Sua etiologia ainda é desconhecida, sendo supostamente multifatorial.
É considerada uma anormalidade imunológica associada à desregulação
neurovascular. Ainda não se tem a cura completa dessa alteração, tornando
necessário o acompanhamento médico para o seu controle.
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Pessoas com rosácea possuem a pele extremamente delicada, sensível e
reativa. Isso significa que qualquer produto utilizado pode sim gerar uma
complicação do estado, ativando a alteração. Coceira, rubor e ardor são
observados quando a pele não tolera algum tipo de produto. Por isso, é importante
entender que esse tipo de pele não deve se expor a qualquer tratamento estético
ou cosméticos.
Na atualidade, temos um grande percentual de pessoas que apresentam
rosácea. Por isso, já se sabe quais cosméticos são indicados para esse tipo de
alteração cutânea.

Figura 3 – Rosácea

Existem basicamente quatro tipos de rosáceas, de acordo com a sua


manifestação clínica.

• Eritemato telangiectasia: é o tipo mais comum da rosácea. Fica vermelha


e com vasos sanguíneos aparentes. É facilmente notada e fica muito mais
evidente quando após exercícios físicos, exposição solar e o consumo de
bebidas alcóolicas;
• Pápula pustular: além dos vasos e vermelhidão evidente, apresenta lesão
na pele, que lembra espinhas inflamadas;
• Fimatosa: a pele é espessada, dura, avermelhada e com poros bem
dilatados. Ela aumenta as glândulas sebáceas do nariz, levando ao seu
aumento do tamanho e enrijecimento;
• Ocular: como o nome sugere, a rosácea atinge os olhos. A inflamação
acomete a região oftálmica, levando a descamação dos cílios. É
considerada grave e, se não tratada, pode levar à cegueira.

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Além de acompanhamento com dermatologista, alguns cosméticos são
necessários para o bem-estar de quem possuí a alteração.

3.1 Higienização

Pela extrema sensibilidade, não é possível utilizar qualquer tipo de


sabonete facial, os que possuem ação de esfoliação e, com a presença de ácidos,
devem ser evitados. Por isso, os sabonetes suavizantes são a melhor opção para
garantir a limpeza e remoção de impurezas da pele de forma suave, ajudando
sempre na hidratação da pele, sem alterar a barreira cutânea. Geralmente, esses
produtos possuam componentes naturais da pele. Produtos que contenha
alantoína (uréia), prebióticos, vitaminas, camomila, babosa, argila, aveia são
exemplos de ativos que compõem sabonetes não irritativos.

3.2 Tônicos

Produtos que reequilibram o pH natural da pele. Regular o pH significa


deixar a pele no seu estado saudável, evitando assim qualquer manifestação
irritativa. Além disso, os tônicos devem refrescar, hidratar, confortar e aliviar as
sensibilidades causadas pela alteração. Esse produto, para pele sensível, não
apresenta álcool em sua composição (normalmente presente nos tônicos
comuns), nem fragrâncias ou corantes, tudo a fim de minimizar as irritações.

3.3 Hidratantes

Preservar e restaurar a barreira cutânea com rosácea é fundamental para


uma pele saudável. Por isso, os hidratantes para rosácea possuem em sua
formulação ativos que ajudam a restaurar a barreira cutânea. Ceramidas,
prebióticos, pantenol, manteiga de Karité, óleos essenciais e vitaminas são
exemplos de ativos naturais, não irritativos.

3.4 Protetor solar

A pele com rosácea é classificada como super sensível. Isso significa que
não pode ocorrer exposição solar ou queimaduras provenientes da radiação.
Logo, proteção de alta capacidade são indicadas nesses casos. Os protetores
indicados são os de bloqueio de radiação UVA e UVB. Fotoproteção acima de 90
é indicado. Além disso, protetores com ativos calmantes e reparadores são os
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ideais para quem tem rosácea. Em alguns casos, os protetores do tipo físico (de
bairreira) podem ser indicados.

TEMA 4 – PRODUTOS MASCULINOS

Apesar de não consumirem tantos cosméticos, o mercado atual de


produtos de beleza tem investido no setor masculino fazendo produtos específicos
para os homens.

4.1 Espuma de barbear

A espuma ou creme de barbear é um produto cosmético destinado a ajudar


na remoção da barba, sem deixar a pele machucada ou marcada. A grande
maioria desses produtos consiste em uma solução de sabão que fica dentro de
uma lata pressurizada na forma de espuma. Além disso, possuí substâncias que
reduzem a tensão superficial, os tensoativos, conservantes, substâncias que
hidratam a pele, anti-inflamatórios e aromatizantes.

4.2 Loção pós-barba

A principal função do pós-barba é cuidar da pele que fica sensibilizada após


a raspagem dos pelos com as lâminas. Dessa forma, agem hidratando e
reparando os efeitos das possíveis lesões.
Existem hoje diversos tipos e apresentações desse cosmético. É
importante evitar produtos que contenham ácido em sua formulação, pois ele é
agressivo à pele, provoca ressecamento, ardência e altera o pH da face,
estimulando dessa forma a produção de oleosidade.

• Gel pós-barba: indicado para homens que possuem a pele oleosa, esse
produto refresca e também age regenerando a pele, sendo muito utilizado
em dias mais quentes por ter uma ação refrescante. Em sua maioria,
contém pouca quantidade de produtos que possam deixar a pele oleosa,
como os óleos, por exemplo;
• Bálsamo: produto ideal para quem possuí pele sensível ou quem sofre por
ter barba grossa e acaba sempre lesionando a pele. É rico em produtos
calmantes, cicatrizantes e hidratantes;
• Creme: considerado o coringa, este é mais disponível no mercado. Tem
um toque agradável ao se espalhar pela pele. Possuí uma grande
10
quantidade de produtos hidratantes e é indicado para todos os tipos de
pele.
• Loção: são as mais procuradas por homens que não gostam de sensação
do creme, preferindo produtos líquidos e que secam rapidamente. São
geralmente os produtos que contém uma quantidade maior de álcool, para
evaporar mais rápido quando entrar em contato com a pele. Além disso, as
loções são sempre muito perfumadas.

4.3 Esmaltes

Em alguns países, os homens utilizam e gostam de esmaltes coloridos. No


Brasil, esse costume não é muito comum e muitos homens procuram por produtos
destinados somente ao sexo masculino. É claro que os componentes, em sua
maioria, são os mesmos. Quando os homens procuram por esse cosmético, é
porque estão com alguma necessidade maior. A fragilidade das unhas pode
acontecer por falta de vitaminas. Muitos esmaltes masculinos possuem essa
finalidade: fortalecer e deixar as unhas quebradiças mais fortes. Além disso, as
indústrias estão retirando até mesmo o brilho que os esmaltes dão. Vendem
produtos que deixam um resultado fosco, imperceptível aos olhos.

4.4 Xampus masculinos

Os cabelos de homens e mulheres são diferentes. Por apresentarem


cabelos compridos, as mulheres precisam de produtos diferenciados, com ação
sempre de hidratação, evitando dessa forma a perda de água dos fios. Já os
homens possuem cabelos sempre curtos e, por esse motivo, são mais ásperos,
porosos e resistentes. É normal que os homens acumulem mais resíduos e
sujidades entre os fios, por não terem cabelos que protejam o coro cabeludo como
a mulher. Os xampus femininos podem até causar efeitos indesejados nos
homens; aumentar a produção de oleosidade é uma das características comum a
serem observadas.
A calvície é uma condição que as pessoas passam por perda do volume
dos cabelos. Ambos os sexos passam por isso; porém, os homens sofrem mais
com essa condição por terem a testosterona ligada diretamente à queda capilar.
Por esse fato, é comum que os xampus masculinos contenham vitaminas e
fortificantes dos fios, auxiliando dessa forma para que os cabelos não caiam.

11
4.5 Tonalizantes capilares masculinos

São produtos que não contém toda a química das tinturas, deixando
sempre um efeito de cabelos naturais. Diferente das tinturas, o efeito desses
produtos desse dá em curtos períodos, sendo eliminado com os banhos
facilmente. Cerca de dez lavagens retiram o produto todo. Por esse motivo, os
tonalizantes são indicados para os homens. Não é necessário passar no cabelo
todo. Esse cosmético vem geralmente com pequenos bicos, para aplicar somente
nas regiões onde eles desejam pintar o cabelo. Nesse caso, são para homens que
estão ficando com muitos cabelos brancos. Esses produtos não contêm amônia,
como as tinturas, preservando a integridade dos fios. Seu funcionamento ocorre
através de extratos naturais que possuem cor, aderindo às fibras capilares e
depositando a cor desejada.

TEMA 5 – PRODUTOS INFANTIS

O Brasil possui um dos maiores números de venda de cosméticos infantis


do mundo. Já é costume a procura de produtos específicos para essa faixa etária.
Faz parte da rotina infantil desde o nascimento das crianças. Por isso, é
necessário que, cada dia mais, tenha-se uma regulamentação e vigilância para
controlar a segurança desses produtos, evitando dessa forma problemas
desencadeados pelo uso dos cosméticos.
É válido destacar que os responsáveis devem apenas utilizar produtos
destinados a crianças e jamais usar produtos para adultos. Cosméticos infantis
foram feitos e pensados nas crianças, com todos os testes realizados previamente
e dermatologicamente testados, assegurando a segurança dos produtos.

5.1 Maquiagem infantil

A pele das crianças é muito mais frágil e sensível do que a dos adultos. Por
isso, a maquiagem infantil, muito procurada pelos responsáveis das crianças, tem
ganho cada vez mais espaço no mercado nacional.
A maquiagem infantil possui algumas características de produção; um
requisito essencial para a maquiagem de criança é ter baixo poder de fixação e
ser, dessa forma, removida facilmente com água. Todos os pigmentos e corantes
utilizados devem ser testados previamente, para poder se avaliar o potencial de
irritação, sensibilização e toxicidade oral, caso corra um acidente. A Anvisa
12
permite que as empresas coloquem substâncias amargas nas maquiagens, para
evitar que a criança leve o produto a boca.
Muitas empresas se preocupam com a saúde infantil e, por isso, investem
em matérias-primas, que não possam causar nenhuma irritabilidade. Ativos
naturais provenientes de legumes e frutas, por exemplo, são utilizados para a
retirada dos pigmentos. Claro, é importante ressaltar que todo o produto infantil
não é indicado para todas as faixas etárias das crianças. Jamais se deve usar
maquiagem, por exemplo, em bebês. Todos produtos usados em crianças abaixo
de 12 meses devem ser indicados e liberados pelos pediatras.

5.2 Xampus e condicionadores infantis

Assim como as maquiagens, os produtos de cabelo das crianças também


merecem cuidados especiais. Mais finos, delicados e em plena produção de
fortalecimento, os produtos devem conter a menor quantidade possível de
químicos, a fim de não prejudicar a fibra capilar. Cosméticos à base natural são
os mais procurados. A camomila, por exemplo, é um ativo constante encontrado
em xampus. Além disso, a manipulação do produto às vezes é complicada na hora
do banho, principalmente para crianças menores. Dessa forma, os componentes
devem oferecer riscos mínimos caso ocorra algum acidente. É normal encontrar
produtos com a mensagem “não arde os olhos“ para ressaltar que a formulação é
diferenciada.

5.3 Protetor solar

O protetor solar para crianças é diferente dos vendidos para adultos. Eles
são classificados pelo tipo físico, que são aqueles componentes que não possuem
a química de absorver a radiação solar, e sim componentes que protegem a pele
e refletem a radiação.

5.4 Esmaltes

Os esmaltes infantis são aqueles que possuem como base a água, e que
saem sem a necessidade de utilizar removedores. Possuem cheiro mais suave do
que os esmaltes normais, pois não contém solventes em sua composição. Além
disso, como as maquiagens, os esmaltes também podem ter gosto amargo,
evitando o interesse das crianças para a ingestão do mesmo.

13
Figura 4 – Esmalte

5.5 Embalagens

As embalagens infantis também possuem um padrão diferenciado:


apresentam sistemas e válvulas que liberam o produto em pequenas quantidades.
Além disso, as pontas das embalagens não devem ser cortantes, sendo
preferencialmente plásticas. Algumas substâncias tóxicas não devem ser
utilizadas na produção das embalagens. Os produtos são atrativos aos olhos das
crianças e, por isso, deve-se evitar utilizar qualquer componente que possa
prejudicá-los.

14
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