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08/11/2022
Número: 1073355-74.2022.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 4ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 07/11/2022
Valor da causa: R$ 80.000,00
Assuntos: Compensação de Prejuízos, Compensação de Prejuízo, Redução de Alíquota IR/CSLL -
Serviços Hospitalares
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ORAL UNIC ODONTOLOGIA SAO PAULO LTDA (AUTOR) EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
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Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
13854 07/11/2022 15:24 Petição inicial Petição inicial
24775
13854 07/11/2022 15:24 0000 Inicial Dentista - ORDINARIA Inicial
24776
13854 07/11/2022 15:24 0000a - Procuração Procuração
24777
13854 07/11/2022 15:24 0001 - Contrato Social e CNPJ Contrato social
24780
13854 07/11/2022 15:24 0002 - Certidão Simplificada Documentos Diversos
24781
13854 07/11/2022 15:24 0003 - Notas Fiscais Documentos Diversos
24782
13854 07/11/2022 15:24 0004 - Fotos Documentos Diversos
24783
13854 07/11/2022 15:24 0005 - Tabela e despesas Documentos Diversos
24784
13854 07/11/2022 15:24 0006 - Comp Impostos Documentos Diversos
24785
13854 07/11/2022 15:24 0007 - DCTF Documentos Diversos
24786
13854 07/11/2022 15:24 0008 - Alvará Sanitário 1 Alvará
24787
13854 07/11/2022 15:24 0009 - Alvará Sanitário 2 Alvará
24788
13854 07/11/2022 15:24 0010 - 01 IN RFB 1234 Documentos Diversos
24789
13854 07/11/2022 15:24 0011 - 02 RDC Anvisa 50-2002 atrib 1 a 4 Documentos Diversos
24790
13854 07/11/2022 15:24 0012 - 03 SRF Consulta 1 Documentos Diversos
24791
13854 07/11/2022 15:24 0013 - 04 SRF Consulta 2 Documentos Diversos
24792
13854 07/11/2022 15:24 0014 - Concordancias Documentos Diversos
24794
13854 07/11/2022 15:24 0015 - decisões OU Documentos Diversos
62746
13854 07/11/2022 15:24 0016 - Juris - arq unido Documentos Diversos
62748
13854 07/11/2022 15:24 0017 - Guia de custas e comp Comprovante de recolhimento de custas
62750
Pet. em PDF.
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I - DOS FATOS
Junta-se, ainda, certidão da autora emitida pela Junta Comercial (doc. 2).
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II - DO DIREITO
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E tudo isto tem uma razão, bem trazida pelo eminente Min. CASTRO
MEIRA, nos autos do RESP 951.251-PR, pois, “independentemente da forma de
interpretação aplicada, ao intérprete não é dado alterar a mens legis. Assim, a
pretexto de adotar uma interpretação restritiva do dispositivo legal, não se pode
alterar sua natureza para transmudar o incentivo fiscal de objetivo para subjetivo. A
redução do tributo, nos termos da lei, não teve em conta os custos arcados pelo
contribuinte, mas, sim, a natureza do serviço, essencial à população por estar ligado
à garantia do direito fundamental à saúde, nos termos do art. 6º da Constituição
Federal.”
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Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante
a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da
Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
(...)
III - trinta e dois por cento, para as atividades de:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária
e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (g.n.)
Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)
devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral
se referem os arts. 2º, 25 e 27 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996,
corresponderá aos seguintes percentuais aplicados sobre a receita bruta
definida pelo art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977,
auferida no período, deduzida das devoluções, das vendas canceladas e dos
descontos incondicionais concedidos:
I - 32% (trinta e dois por cento) para a receita bruta decorrente das atividades
previstas no inciso III do § 1º do art. 15 desta Lei;
II - 38,4% (trinta e oito inteiros e quatro décimos por cento) para a receita bruta
decorrente das atividades previstas no inciso IV do § 1º do art. 15 desta Lei; e
III - 12% (doze por cento) para as demais receitas brutas. (g.n.)
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médicas ou odontológicas.
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deparou por diversas vezes com casos de odontologia, reconhecendo, ainda que
reflexamente, o direito dos contribuintes à benesse tributária. Por amostragem, traz-
se julgados de odontólogos de 2012, 2014, 2015 e 2016 (acór dãos anexos):
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Note-se que nesses precedentes, tal como nos presentes autos, ESTÁ
OBJETIVAMENTE COMPROVADA a complexidade dos serviços prestados e os
custos diferenciados.
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Ainda, nos termos do art. 170, do CTN, c/c o art. 74, da Lei 9.430, de
27/12/1996, o contribuinte que tenha direito à repetição do indébito, como no caso de
valores recolhidos a maior, poderá optar pela compensação tributária.
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III – DO PEDIDO
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P. Deferimento.
São Paulo, 7 de novembro de 2022.
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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
NOME EMPRESARIAL
ORAL UNIC ODONTOLOGIA SAO PAULO LTDA
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
NESTA FICHA CADASTRAL SIMPLIFICADA, AS INFORMAÇÕES DOS QUADROS “EMPRESA”, “CAPITAL”, “ENDEREÇO”, “OBJETO SOCIAL” E
“TITULAR/SÓCIOS/DIRETORIA” REFEREM-SE À SITUAÇÃO ATUAL DA EMPRESA, NA DATA DE EMISSÃO DESTE DOCUMENTO.
A SEGUIR, SÃO INFORMADOS OS EXTRATOS DOS CINCO ÚLTIMOS ARQUIVAMENTOS REALIZADOS, SE HOUVER.
A AUTENTICIDADE DESTA FICHA CADASTRAL SIMPLIFICADA PODERÁ SER CONSULTADA NO SITE WWW.JUCESPONLINE.SP.GOV.BR,
MEDIANTE O CÓDIGO DE AUTENTICIDADE INFORMADO AO FINAL DESTE DOCUMENTO.
EMPRESA
20/08/2020 38.251.116/0001-76
CAPITAL
ENDEREÇO
OBJETO SOCIAL
ANTONIO VERRASTRO NETO, RAÇA/COR: BRANCA, NACIONALIDADE BRASILEIRA, CPF: 371.159.428-03, RG/RNE: 342376226 - SP, RESIDENTE
À RUA SILVIO RODINI, 527, VILA DOM PEDRO II, SAO PAULO - SP, CEP 02241-000, NA SITUAÇÃO DE SÓCIO E ADMINISTRADOR. COM VALOR
DE PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE DE $ 50.000,00.
BEATRIZ RODRIGUES MOREIRA, RAÇA/COR: BRANCA, NACIONALIDADE BRASILEIRA, CPF: 409.031.618-93, RG/RNE: 04839383395 - DF,
RESIDENTE À AVENIDA LEONCIO DE MAGALHAES, 959, JARDIM SAO PAULO(ZO, SAO PAULO - SP, CEP 02042-011, NA SITUAÇÃO DE SÓCIO E
ADMINISTRADOR. COM VALOR DE PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE DE $ 50.000,00.
5 ÚLTIMOS ARQUIVAMENTOS
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NUM.DOC: 338.434/22-7 SESSÃO: 14/07/2022
ALTERAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA / OBJETO SOCIAL DA SEDE PARA ATIVIDADE ODONTOLÓGICA COM RECURSOS
PARA REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS, SERVIÇOS DE TOMOGRAFIA, SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO POR
IMAGEM COM USO DE RADIAÇÃO IONIZANTE, EXCETO TOMOGRAFIA., DATADA DE: 13/07/2022.
Ficha Cadastral Simplificada. Documento certificado por JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. A Junta
Comercial do Estado de São Paulo, garante a autenticidade deste documento quando visualizado diretamente no portal
www.jucesponline.sp.gov.br sob o número de autenticidade 180579290, segunda-feira, 10 de outubro de 2022 às
08:41:17.
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IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE
DANFE
DOCUMENTO
AUXILIAR DA
NOTA FISCAL
ELETRÔNICA
CHAVE DE ACESSO
0-ENTRADA 3121 1114 1906 7500 0317 5500 5002 1162 3512 1162 3275
1-SAÍDA 1 Consulta de autenticidade no portal nacional da NF-e
2.116.235 www.nfe.fazenda.gov.br/portal
SÉRIE 5
FOLHA 1/2 ou no site da Sefaz Autorizadora
NATUREZA DA OPERAÇÃO PROTOCOLO DE AUTORIZAÇÃO DE USO
Venda de mercadoria 131214455252879
INSCRIÇÃO ESTADUAL INSCRIÇÃO ESTADUAL DO SUBST. TRIBUT. CNPJ
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IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE
DANFE
DOCUMENTO
AUXILIAR DA
NOTA FISCAL
ELETRÔNICA
CHAVE DE ACESSO
0-ENTRADA 3121 1114 1906 7500 0317 5500 5002 1162 3512 1162 3275
1-SAÍDA 1 Consulta de autenticidade no portal nacional da NF-e
2.116.235 www.nfe.fazenda.gov.br/portal
SÉRIE 5
FOLHA 2/2 ou no site da Sefaz Autorizadora
NATUREZA DA OPERAÇÃO PROTOCOLO DE AUTORIZAÇÃO DE USO
Venda de mercadoria 131214455252879
INSCRIÇÃO ESTADUAL INSCRIÇÃO ESTADUAL DO SUBST. TRIBUT. CNPJ
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Comprovamos que consta, nos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil, registro de Arrecadação (DARF) com as
características abaixo:
CNPJ Razão Social
1428 0,00
Comprovante emitido com base no ADE Conjunto Cotec/Corat nº 02, de 07 de novembro de 2006.
1/1
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:20 Num. 1385424785 - Pág. 1
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Número do documento: 22110714591540600001373711967
Comprovamos que consta, nos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil, registro de Arrecadação (DARF) com as
características abaixo:
CNPJ Razão Social
1428 0,00
Comprovante emitido com base no ADE Conjunto Cotec/Corat nº 02, de 07 de novembro de 2006.
1/1
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:20 Num. 1385424785 - Pág. 2
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Número do documento: 22110714591540600001373711967
Comprovamos que consta, nos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil, registro de Arrecadação (DARF) com as
características abaixo:
CNPJ Razão Social
1428 0,00
Comprovante emitido com base no ADE Conjunto Cotec/Corat nº 02, de 07 de novembro de 2006.
1/1
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:20 Num. 1385424785 - Pág. 3
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Número do documento: 22110714591540600001373711967
Comprovamos que consta, nos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil, registro de Arrecadação (DARF) com as
características abaixo:
CNPJ Razão Social
1428 0,00
Comprovante emitido com base no ADE Conjunto Cotec/Corat nº 02, de 07 de novembro de 2006.
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CNPJ: 38.251.116/0001-76 Mês/Ano: JUN 2022
Dados Iniciais
Critério de Reconhecimento das Variações Monetárias dos Direitos de Crédito e das Obrigações
do Contribuinte, em Função da Taxa de Câmbio: Sem alteração do regime
Nome Empresarial:
ORAL UNIC ODONTOLOGIA SÃO PAULO LTDA
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Dados do Representante da Pessoa Jurídica
CPF: 371.159.428-03
CPF: 112.005.918-60
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Débito Apurado e Créditos Vinculados-R$
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Débito Apurado e Créditos Vinculados-R$
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Débito Apurado e Créditos Vinculados-R$
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Débito Apurado e Créditos Vinculados-R$
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Débito Apurado e Créditos Vinculados-R$
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Débito Apurado e Créditos Vinculados-R$
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Trimestre Anterior
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CÓDIGO DA RECEITA: 2089-01 PERÍODO DE APURAÇÃO: 2022/ 1º Trimestre
1ª Quota - Pagamento - R$ Total: 11.806,50
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CÓDIGO DA RECEITA: 2089-01 PERÍODO DE APURAÇÃO: 2022/ 1º Trimestre
2ª Quota - Pagamento - R$ Total: 11.806,50
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:20 Num. 1385424786 - Pág. 11
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CÓDIGO DA RECEITA: 2089-01 PERÍODO DE APURAÇÃO: 2022/ 1º Trimestre
3ª Quota - Pagamento - R$ Total: 11.806,50
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Trimestre Anterior
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CNPJ: 38.251.116/0001-76 JUN/2022 Página 14
CÓDIGO DA RECEITA: 2372-01 PERÍODO DE APURAÇÃO: 2022/ 1º Trimestre
1ª Quota - Pagamento - R$ Total: 4.970,34
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CÓDIGO DA RECEITA: 2372-01 PERÍODO DE APURAÇÃO: 2022/ 1º Trimestre
2ª Quota - Pagamento - R$ Total: 4.970,34
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CÓDIGO DA RECEITA: 2372-01 PERÍODO DE APURAÇÃO: 2022/ 1º Trimestre
3ª Quota - Pagamento - R$ Total: 4.970,34
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VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Prefeitura Municipal de SÃO PAULO
Nº PROCESSO:
Nº PROTOCOLO: 6018.2022/0009460-6 DATA DO PROTOCOLO: 09/02/2022
SUBGRUPO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
AGRUPAMENTO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
ATIVIDADE ECONÔMICA-CNAE: 8630-5/04 ATIVIDADE ODONTOLÓGICA
OBJETO LICENCIADO: ESTABELECIMENTO
A autenticidade deste documento deverá ser confirmada na página do Sistema de Informação em Vigilância
Sanitária, no endereço: https://sivisa.saude.sp.gov.br/sivisa/cidadao/
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Sistema Estadual de Vigilância Sanitária
Prefeitura Municipal de SÃO PAULO
Nº PROCESSO:
Nº PROTOCOLO: 6018.2022/0009460-6 DATA DO PROTOCOLO: 09/02/2022
SUBGRUPO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
AGRUPAMENTO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
ATIVIDADE ECONÔMICA-CNAE: 8630-5/04 ATIVIDADE ODONTOLÓGICA
OBJETO LICENCIADO: EQUIPAMENTO
Tipo: RAIOS X ODONTOLÓGICO EXTRA-ORAL, CARESTREAM CS 8100 3D, Nº. DE SÉRIE IFXHO86, 90KV 15MA
DETALHE:
RAZÃO SOCIAL: ORAL UNIC ODONTOLOGIA SÃO PAULO LTDA CNPJ ALBERGANTE:
NOME FANTASIA: ORAL UNIC IMPLANTES
CNPJ / CPF: 38.251.116/0001-76
LOGRADOURO: Avenida LEÔNCIO DE MAGALHÃES NÚMERO: 880
COMPLEMENTO:
BAIRRO: Jardim São Paulo(Zona Norte)
MUNICÍPIO: SÃO PAULO
CEP: 02042-000 UF: SP
PÁGINA DA WEB:
RESPONSÁVEL LEGAL: ANTÔNIO VERRASTRO NETO
CPF: 37115942803 CONSELHO REGIONAL: CRO
Nº INSCR. CONSELHO PROF: 105220 UF: SP
RESPONSÁVEL TÉCNICO PRINCIPAL - EQUIPAMENTO: ANTÔNIO VERRASTRO NETO
CPF: 37115942803 CONSELHO REGIONAL: CRO
Nº INSCR. CONSELHO PROF: 105220 UF: SP
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Sanitária, no endereço: https://sivisa.saude.sp.gov.br/sivisa/cidadao/
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aviação, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) e querosene de aviação (QAV), diretamente de
refinarias de petróleo, demais produtores e de importadores será devida a retenção do IR, da CSLL,
da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, utilizando-se o código 9060.
§ 1º Será ainda devida a retenção do IR e das contribuições, utilizando-se o código 9060,
sobre o valor a ser pago referente à aquisição dos demais combustíveis derivados de petróleo ou de
gás natural, e dos demais produtos derivados de petróleo, adquiridos de produtor, de importador, de
distribuidor ou de varejista.
§ 2º Nos pagamentos efetuados aos distribuidores e aos comerciantes varejistas de
gasolina, exceto gasolina de aviação, de óleo diesel, de gás liquefeito de petróleo (GLP), de
derivados de petróleo ou de gás natural, e de querosene de aviação (QAV) será efetuada a retenção
do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins.
Art. 20. Nos pagamentos efetuados ao produtor, ao importador ou ao distribuidor,
correspondentes à aquisição de álcool etílico hidratado, inclusive para fins carburantes, será devida
a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, utilizando-se o código
9060.
Parágrafo único. Nos pagamentos efetuados aos comerciantes varejistas pela aquisição
de álcool etílico hidratado nacional, inclusive para fins carburantes, será efetuada a retenção do IR e
da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins.
Art. 21. Nos pagamentos efetuados ao produtor ou importador, correspondentes à
aquisição de biodiesel, será devida a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e
da Cofins, utilizando-se o código 9060.
§ 1º Nos pagamentos efetuados a produtor detentor do selo “Combustível Social”
concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, ou a agricultor familiar enquadrado no
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) pela aquisição de biodiesel
fabricado a partir de mamona ou fruto, caroço ou amêndoa de palma produzidos nas regiões norte e
nordeste e no semiárido, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739,
ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
§ 2º Nos pagamentos efetuados pela aquisição de biodiesel, a distribuidor ou a
comerciante varejista, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739,
ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
Seção VIII
Dos Produtos Farmacêuticos, de Perfumaria, de Toucador e de Higiene Pessoal
Art. 22. Nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas que procedam à industrialização,
à importação, à distribuição e à venda a varejo de produtos farmacêuticos, de perfumaria, de
toucador ou de higiene pessoal, será devida a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, utilizando-se o código 6147.
§ 1º Nos pagamentos efetuados aos distribuidores e aos comerciantes varejistas pela
aquisição dos produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no código
3003.90.56, na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1, 3002.10.2,
3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2, e nos códigos 3002.90.20, 3002.90.92,
3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00, e dos produtos de perfumaria, de toucador, ou de higiene
pessoal classificados nas posições 33.03 a 33.07, e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e
96.03.21.00, todos da Tipi, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, será
efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8767, ficando dispensada a retenção
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
§ 2º Nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas beneficiárias de regime especial de
utilização de crédito presumido da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, previsto no art. 3º da
Lei nº 10.147, de 21 de dezembro de 2000, que procedam à industrialização e à importação dos
produtos tributados na forma do inciso I do art. 1º da Lei nº 10.147, de 2000, classificados na
posição 30.03, exceto no código 3003.90.56; nos itens 3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1,
3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2; nos códigos 3001.20.90, 3001.90.10, 3001.90.90, 3002.90.20,
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§ 2º Para efeito das retenções de que trata o caput e o § 1º, as cooperativas de trabalho e
as associações de profissionais ou assemelhadas deverão emitir faturas distintas, segregando as
importâncias relativas:
I - aos serviços pessoais prestados por seus cooperados ou associados, cabendo a
retenção:
a) de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) de IR sobre a quantia relativa aos
serviços pessoais prestados por seus cooperados ou associados, conforme o caput do art. 26;
b) relativos à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, sobre o valor total do
documento fiscal ou fatura a que se refere a alínea “a”, conforme inciso I do caput do art. 24; ou
b) relativa à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, sobre o valor total do
documento fiscal ou fatura a que se refere a alínea “a”, conforme disposto no caput do art. 24;
(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
c) relativa à Cofins e ao PIS/Pasep, sobre o valor total do documento fiscal ou fatura a
que se refere a alínea “a”, conforme inciso II do caput do art. 24; (Suprimido(a) - vide Instrução
Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
II - aos serviços prestados por terceiros não cooperados ou não associados, contratados
ou conveniados, para atendimento de demandas contratuais, cabendo a retenção conforme o § 1º; e
II - aos serviços de terceiros não associados ou não cooperados (pessoas físicas) e de
pessoas jurídicas, cooperadas ou não, as quais deverão segregar as importâncias referentes aos
serviços prestados, da seguinte forma: (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de
05 de janeiro de 2015)
a) serviços em geral prestados por pessoas físicas, não cooperadas ou não associadas,
sobre os quais caberá a retenção do IR na fonte calculado com base na tabela progressiva mensal,
sobre o total pago a cada pessoa física; (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de
05 de janeiro de 2015)
b) serviços prestados com emprego de materiais, nos termos dos incisos I e II do § 7º do
art. 2º, por pessoas jurídicas, cooperadas ou não, cabendo a retenção de 5,85% (cinco inteiros e
oitenta e cinco centésimos por cento), relativos ao IR, à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o
PIS/Pasep, a ser recolhido mediante o código de arrecadação 6147, sobre os valores dos
fornecimentos dos serviços de cada pessoa jurídica; e (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB
nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
c) demais serviços prestados por pessoas jurídicas, cooperadas ou não, cabendo a
retenção, no percentual total de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento),
mediante o código de arrecadação 6190 (demais serviços), sobre os valores dos fornecimentos dos
serviços de cada pessoa jurídica; (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de
janeiro de 2015)
III - à comissão, taxa de administração ou de adesão ao plano, cabendo a retenção de
9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação
6190.
III - à comissão ou taxa de administração do contrato, cabendo a retenção da cooperativa
ou da associação de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o
código de arrecadação 6190. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de
janeiro de 2015)
§ 3º As faturas ou documento de cobrança a que se refere o inciso II do § 2º deverão ser
acompanhados das respectivas notas fiscais ou recibos correspondentes aos valores dos
fornecimentos dos serviços de cada pessoa jurídica ou física, dos quais deverão constar, no mínimo:
(Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
I - no caso de pessoa jurídica: (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de
05 de janeiro de 2015)
a) o nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota fiscal,
listada no documento de cobrança; e (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05
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de janeiro de 2015)
b) o número da respectiva nota fiscal e o seu valor; (Incluído(a) pelo(a) Instrução
Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
II - no caso de pessoa física, o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF), e o valor a ser pago a cada uma das pessoas físicas prestadoras dos serviços.
(Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
§ 4º No caso de diversas notas fiscais ou recibos de uma mesma pessoa jurídica, ou
física, os dados a que se referem os incisos I e II do § 3º poderão ser indicados apenas na linha
correspondente à 1ª (primeira) nota fiscal ou recibo listado. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa
RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
§ 5º As notas fiscais e os recibos de que trata o § 3º deverão ser emitidos em nome da
pessoa jurídica pagadora. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro
de 2015)
§ 6º As notas fiscais ou recibos de que trata o § 3º poderão, a critério da pessoa jurídica
pagadora, ficar arquivadas em poder da associação profissional ou da cooperativa, devendo,
entretanto, as retenções de que tratam o inciso II do § 2º serem efetuadas pela pessoa jurídica que
efetuar o pagamento, em nome de cada pessoa física ou jurídica prestadora dos serviços, sem
prejuízo da entrega à RFB, pela pessoa jurídica pagadora, da Declaração do Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte (Dirf) prevista no § 2º do art. 37. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº
1540, de 05 de janeiro de 2015)
§ 7º Sem prejuízo do disposto no inciso I do § 2º, na hipótese de emissão de documentos
fiscais sem a segregação dos serviços conforme previsto no § 2º, a retenção do IR e das
contribuições se dará sobre o valor total do documento fiscal ou fatura emitida pela cooperativa ou
associação, na forma prevista na alínea “c” do inciso II do § 2º. (Incluído(a) pelo(a) Instrução
Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
§ 8º O disposto neste artigo aplica-se a cooperativas de proprietários de veículos para
locação, bem como a quaisquer outras cooperativas que prestem serviços mediante locação, cessão
de direito de uso e congêneres. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de
janeiro de 2015)
Subseção III
Das Associações e das Cooperativas de Médicos e de Odontólogos
Art. 27. Nos pagamentos efetuados às associações e às cooperativas de médicos e de
odontólogos, as quais para atender aos beneficiários dos seus contratos de plano privado de
assistência a saúde ou odontológica subcontratam ou mantêm convênios para a prestação de
serviços de terceiros não associados e não cooperados, tais como: profissionais médicos, de
odontologia e de enfermagem (pessoas físicas); hospitais, clínicas médicas e odontológicas, casas
de saúde, prontos socorros, ambulatórios e laboratórios, (pessoas jurídicas), por conta de
internações, diárias hospitalares, medicamentos, fornecimento de exames laboratoriais e
complementares de diagnose e terapia, e outros serviços médicos, serão apresentadas 3 (três)
faturas, observando-se o seguinte:
I - fatura segregando as importâncias recebidas por conta de serviços pessoais prestados
por pessoas físicas associadas e cooperadas (serviços médicos, de odontologia e de enfermagem),
cabendo a retenção:
I - fatura segregando as importâncias recebidas por conta de serviços pessoais prestados
por pessoas físicas associadas e cooperadas (serviços médicos, de odontologia e de enfermagem),
cabendo a retenção da associação ou da cooperativa: (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa
RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
a) de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) de IR sobre a quantia relativa aos
serviços pessoais prestados por seus associados e cooperados, pessoas físicas, conforme o caput
do art. 26; e
b) relativos à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, sobre o valor total do
documento fiscal ou fatura a que se refere a alínea “a”, conforme inciso I do caput do art. 24;
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Seção XII
Dos Planos Privados de Assistência à Saúde e Odontológica
Art. 32. Nos pagamentos referentes a serviços de assistência médica humana ou
veterinária, odontológica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante intermediação
de pessoas jurídicas, não cooperativas, operadoras de plano de assistência à saúde humana e
veterinária ou assistência odontológica, contratadas na modalidade de credenciamento, em
benefício de funcionários, servidores ou animais dos órgãos e das entidades de que trata o art. 2º, a
retenção será efetuada em relação à taxa de administração cobrada pela pessoa jurídica operadora
do plano, e a cada uma das demais pessoas jurídicas ou físicas prestadoras dos serviços, sobre o
valor das respectivas notas fiscais ou recibos.
§ 1º Na hipótese do caput, a pessoa jurídica operadora do plano deverá apresentar ao
documento de cobrança de sua emissão ao órgão ou à entidade pagadora, com os valores
segregados, acompanhado da nota fiscal de sua emissão relativa à taxa de administração, e das
respectivas notas fiscais ou recibos, correspondentes aos valores dos fornecimentos dos serviços de
cada pessoa jurídica ou física, do qual deverão constar, no mínimo:
§ 1º Na hipótese prevista no caput, a pessoa jurídica operadora do plano deverá
apresentar documento de cobrança de sua emissão ao órgão ou à entidade pagadora, com os
valores segregados, acompanhado da nota fiscal de sua emissão relativa à taxa de administração, e
das respectivas notas fiscais ou recibos, correspondentes aos valores dos fornecimentos dos
serviços de cada pessoa jurídica ou física, do qual deverão constar, no mínimo: (Redação dada
pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
I - no caso de pessoa jurídica:
a) o nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota fiscal,
listada no documento de cobrança; e
b) o número da respectiva nota fiscal e o seu valor; e
II - no caso de pessoa física, o nome e o número de inscrição no CPF e o valor a ser pago
a cada uma das pessoas físicas prestadoras dos serviços.
§ 2º No caso de diversas notas fiscais ou recibos de uma mesma pessoa jurídica ou
física, os dados a que se referem os incisos I e II do § 1º poderão ser indicados apenas na linha
correspondente à 1ª (primeira) nota fiscal ou recibo listado.
§ 3º Para fins da retenção de que trata o caput deverá ser observado o seguinte:
I - no caso de pessoa jurídica, a retenção será efetuada sobre o total pago a cada pessoa
jurídica prestadora dos serviços, observado os seguintes percentuais:
a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30, e dos serviços médicos
referidos no art. 31; e
b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os demais serviços médicos, veterinários ou odontológicos;
II - no caso de pessoa física, caberá a retenção do imposto sobre a renda na fonte
calculado com base na tabela progressiva mensal, sobre o total pago a cada pessoa física;
III - no caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou de
adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por
cento), mediante o código de arrecadação 6190.
§ 4º As notas fiscais e os recibos de que trata o § 1º deverão ser emitidos em nome do
órgão ou da entidade pagadora.
§ 5º As notas fiscais ou recibos de que trata o § 4º poderão, a critério do órgão ou da
entidade que efetuar o pagamento, ficar arquivadas em poder da pessoa jurídica operadora do
plano, devendo, entretanto, as retenções de que tratam os incisos I e II do § 3º serem efetuadas pelo
órgão ou entidade que efetuar o pagamento em nome de cada pessoa física ou jurídica, sem
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prejuízo da entrega à RFB, pelo órgão ou entidade pagadora, da Dirf prevista no § 2º do art. 37.
(Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
§ 6º O disposto neste artigo aplica-se no caso de intermediação por pessoas jurídicas dos
serviços de que trata o caput. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1540, de 05 de
janeiro de 2015)
§ 7º Na hipótese de emissão de documentos fiscais sem a segregação dos serviços
conforme previsto nos incisos I a III do § 3º, a retenção do IR e das contribuições se dará sobre o
valor total do documento fiscal ou fatura, apresentado para cobrança, no percentual de 9,45% (nove
inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 (demais
serviços) do Anexo I desta Instrução Normativa, a ser retido da pessoa jurídica operadora do plano
ou da intermediadora dos serviços de que trata o caput. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa
RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)
Art. 33. Nos pagamentos efetuados, referentes a serviços de assistência odontológica,
médica, veterinária, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante valor fixo por servidor,
por empregado ou por animal, às pessoas jurídicas não cooperativas, operadoras de plano de
assistência à saúde humana ou veterinária ou assistência odontológica ou a operadoras de seguro
saúde, a retenção a ser efetuada é a constante da rubrica “demais serviços”, no percentual de:
I - 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os planos de saúde humano, veterinário e odontológico; e
II - 7,05% (sete inteiros e cinco centésimos por cento), mediante o código 6188, para o
seguro saúde.
§ 1º Nos pagamentos referentes a serviços de assistência odontológica, veterinária,
médica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, prestados pela própria pessoa jurídica
operadora do plano, ou por empresa ou grupo de empresas médicas (hospitais e clinicas), que
utilizam rede própria para prestação dos serviços médicos, a retenção se dará:
I - no caso de pagamento por valor fixo por servidor ou por empregado, na forma do inciso
I do caput;
II - no caso de pagamento pelo custo operacional, ou seja, quando a contratante repassa
à pessoa jurídica operadora do plano o valor total das despesas assistenciais:
a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30, e dos serviços médicos
referidos no art. 31; e
b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os serviços de assistência odontológica, veterinária e demais serviços
médicos não incluídos na alínea “a”;
III - no caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou de
adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por
cento), mediante o código de arrecadação 6190.
§ 2º Na hipótese do § 1º, se a operadora do plano utilizar também rede credenciada para
a prestação dos serviços médicos, veterinários ou odontológicos, serão apresentadas faturas,
segregadas observando-se para a retenção o seguinte:
I - a forma do § 1º quando os serviços forem efetuados pela própria pessoa jurídica
operadora do plano, ou por empresa ou grupo de empresas médicas (hospitais e clinicas),
pertencentes a rede própria; e
II - a forma do art. 32 para os serviços prestados sob a forma de credenciamento.
§ 3º A inobservância do disposto nos §§ 1º e 2º acarretará a retenção do IR e das
contribuições sobre o total do documento fiscal, no percentual de 9,45% (nove inteiros e quarenta e
cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 do Anexo I a esta Instrução
Normativa.
Seção XIII
Do Aluguel de Imóveis
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Art. 34. Nos pagamentos de aluguel de imóvel, quando o proprietário for pessoa jurídica,
será feita retenção do IR e das contribuições sobre o total a ser pago.
§ 1º Se os pagamentos forem efetuados por intermédio de administradora de imóveis,
esta deverá fornecer à unidade pagadora o nome da pessoa jurídica beneficiária e o respectivo
número de inscrição no CNPJ.
§ 2º Se os pagamentos forem efetuados à entidade aberta de previdência complementar
sem fins lucrativos, não haverá retenção em relação ao IR, cabendo, entretanto, a retenção e o
recolhimento, em códigos distintos, da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep,
utilizando-se, respectivamente, os códigos 6228, 6243 e 6230, conforme estabelecido no § 2º do art.
36.
Seção XIV
Da Pessoa Jurídica Sediada ou Domiciliada no Exterior
Art. 35. No caso de pagamento a pessoa jurídica domiciliada no exterior, não será
efetuada retenção na forma do art. 3º.
§ 1º Sobre o pagamento de que trata o caput incidirá o IR na fonte, a ser retido pelo órgão
pagador, calculado conforme as alíquotas vigentes à época do fato gerador.
§ 2º Na hipótese do § 1º, considera-se ocorrido o fato gerador na data em que os
rendimentos forem pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para o exterior.
§ 3º No caso em que o pagamento aos beneficiários de que trata este artigo for efetuado
pelo órgão, por intermédio de agência de propaganda ou publicidade, a obrigação de reter e recolher
o IR na fonte é da agência.
Seção XV
Da Pessoa Jurídica Amparada por Medida Judicial
Art. 36. No caso de pessoa jurídica amparada pela suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, nas hipóteses a que se referem os incisos II, IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de
outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN), ou por sentença judicial transitada em julgado,
determinando a suspensão do pagamento do IR ou de qualquer das contribuições referidas nesta
Instrução Normativa, o órgão ou a entidade que efetuar o pagamento deverá calcular,
individualmente, os valores do IR e das contribuições considerados devidos, aplicar as alíquotas
correspondentes, e efetuar o recolhimento em Darf distintos para cada um deles, utilizando os
seguintes códigos:
I - 6256 - no caso de IR;
II - 6228 - no caso de CSLL;
III - 6243 - no caso de Cofins;
IV - 6230 - no caso da Contribuição para o PIS/Pasep.
§ 1º Ocorrendo qualquer das situações previstas no caput, o beneficiário do rendimento
deverá apresentar à fonte pagadora, a cada pagamento, a comprovação de que continua amparado
por medida judicial que acoberta a não retenção.
§ 2º A retenção em códigos distintos, na forma dos incisos I, II, III e IV do caput, aplica-se
também quando a pessoa jurídica beneficiária do pagamento gozar de isenção, não incidência ou
alíquota zero do IR ou de qualquer das contribuições de que trata esta Instrução Normativa.
CAPÍTULO X
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Anexo I.pdf
ANEXO II
DECLARAÇÃO A SER APRESENTADA PELA PESSOA JURÍDICA CONSTANTE DO INCISO III DO
ART. 3º
DECLARAÇÃO A SER APRESENTADA PELA PESSOA JURÍDICA CONSTANTE DO INCISO III DO
ART. 4º (REDAÇÃO DADA PELO(A) INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1244, DE 30 DE JANEIRO
DE 2012)
Anexo II.pdf
Anexo II.pdf (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1663, de 07 de outubro
de 2016)
ANEXO III
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Anexo III.pdf
Anexo III.pdf (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1663, de 07 de outubro
de 2016)
ANEXO IV
DECLARAÇÃO A SER APRESENTADA PELA PESSOA JURÍDICA CONSTANTE DO INCISO XI DO
ART. 3º
DECLARAÇÃO A SER APRESENTADA PELA PESSOA JURÍDICA CONSTANTE DO INCISO XI DO
ART. 4º (REDAÇÃO DADA PELO(A) INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1244, DE 30 DE JANEIRO
DE 2012)
Anexo IV.pdf
ANEXO V
COMPROVANTE ANUAL DE RETENÇÃO
Anexo V.pdf
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(...)
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PARTE II
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PARTE II - PROGRAMAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DOS ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE
SAÚDE
Essas atribuições, tanto na área pública quanto na área privada, são conjuntos de
atividades e sub-atividades específicas, que correspondem a uma descrição sinóptica da organização
técnica do trabalho na assistência à saúde.
Dessa forma adota-se nesse regulamento técnico uma abordagem onde não se utilizam
programas e projetos pré-elaborados, que freqüentemente são desvinculados das realidades loco-regionais,
mas apresentam-se as diversas atribuições de um estabelecimento assistencial de saúde que acrescidas
das características e especificidades locais, definirão o programa físico-funcional do estabelecimento.
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PARTE II
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2. ORGANIZAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL
Neste capítulo são apresentadas as atribuições e atividades desenvolvidas nos diversos tipos
de EAS. Procurou-se aqui, listar as atividades que são geradoras ou que caracterizam os ambientes. Estas
são também as mais comumente encontradas nos diversos tipos de estabelecimentos. Embora o objetivo
seja esgotar a listagem, esta é sempre passível de modificação, porque sempre será possível o surgimento
e/ou transformação das atividades ou até mesmo das atribuições.
Os grupos de atividades de cada atribuição compõem unidades funcionais que, embora com
estreita conotação espacial, não constituem, por si só, unidades espaciais.
7. APOIO ADMINISTRATIVO
5. APOIO TÉCNICO
5-Prestação de serviços de apoio técnico- atendimento direto a assistência à saúde em funções de apoio
(contato indireto);
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6-Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa- atendimento direta ou
indiretamente relacionado à atenção e assistência à saúde em funções de ensino e pesquisa;
7-Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa- atendimento ao estabelecimento
em funções administrativas;
.
8-Prestação de serviços de apoio logístico - atendimento ao estabelecimento em funções de suporte
operacional.
As quatro primeiras são atribuições fim, isto é, constituem funções diretamente ligadas à
atenção e assistência à saúde. As quatro últimas são atribuições meio para o desenvolvimento das
primeiras e de si próprias.
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1.11-executar e registrar a assistência médica e de enfermagem por período de até 24
horas; e
* As sub-atividades relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos, encontram-se nas listagens da Atribuição 4 que
descrevem cada um dos procedimentos por especialidades.
ATIVIDADES: 2.1-Nos casos sem risco de vida (urgência de baixa e média complexidade):
2.2- Nos casos com risco de vida (emergência) e nos casos sem risco de vida
(urgências de alta complexidade):
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3.2.5-executar e registrar a assistência de enfermagem, administrando as diferentes
intervenções sobre o paciente;
3.2.6-prestar assistência nutricional e dar alimentação aos recém-nascidos;
3.2.7-executar o controle de entrada e saída de RN.
4.2-Imagenologia:
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a)por meio da radiologia através dos resultados de estudos fluoroscópicos ou
radiográficos;
b)por meio da radiologia cardiovascular, usualmente recorrendo a catéteres e
injeções de contraste. Executam-se também procedimentos terapêuticos
como angioplastia, drenagens e embolizações terapêuticas;
c)por meio da tomografia- através do emprego de radiações ionizantes;
d)por meio da ultra-sonografia- através dos resultados dos estudos ultra-
sonográficos;
e)por meio da ressonância magnética- através de técnica que utiliza campos
magnéticos;
f)por meio de endoscopia digestiva e respiratória;
g)por outros meios;
4.2.6-elaborar relatórios médico e de enfermagem e registro dos procedimentos
realizados;
4.2.7-proporcionar cuidados pós-anestésicos e pós procedimentos;
4.2.8-assegurar atendimento de emergência;
4.2.9-realizar o processamento da imagem;
4.2.10-interpretar as imagens e emitir laudo dos exames realizados;
4.2.11-guardar e preparar chapas, filmes e contrastes;
4.2.12-zelar pela proteção e segurança de pacientes e operadores; e
4.2.13-Assegurar o processamento do material biológico coletado nas endoscopias.
4.3-Métodos gráficos:
4.3.1-preparar o paciente;
4.3.2-realizar os exames que são representados por traçados gráficos aplicados em
papel ou em filmes especiais, tais como: eletrocardiograma, ecocardiograma,
ergometria, fonocardiograma, vetocardiograma, eletroencefalograma,
potenciais evocados, etc.; e
4.3.3-emitir laudo dos exames realizados.
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4.5.10-emitir laudo dos atos realizados e manter documentação; e
4.5.11-zelar pela proteção e segurança dos pacientes e operadores.
4.8.1-preparar o paciente;
4.8.2-realizar procedimentos:
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4.9-Desenvolvimento de atividades hemoterápicas e hematológicas:
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Número do documento: 22110714591540700001373711972
4.12.7-proceder ao treinamento de DPAC (Diálise Peritonial Ambulatorial Contínua)
para os pacientes;
4.12.8-prestar assistência nutricional aos pacientes.
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19/06/2018 SC Disit/SRRF06 Nº 6066 - 2017
Visão Multivigente
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19/06/2018 SC Disit/SRRF06 Nº 6066 - 2017
2009, para efeito de determinação da base de cálculo da
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida por
pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido,
aplica-se o percentual de 12% (doze por cento) sobre a
receita bruta decorrente da prestação de serviços de
patologia clínica, desde que a prestadora desses serviços
seja organizada sob a forma de sociedade empresária (de
direito e de fato) e atenda às normas da Anvisa. SOLUÇÃO
DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA
COSIT Nº 36, DE 19 DE ABRIL DE 2016, E À SOLUÇÃO DE
CONSULTA COSIT Nº 7, DE 7 DE JANEIRO DE 2014.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, caput e
§§ 1º, III, “a” e 2º, e art. 20; IN RFB nº 1.234, de 2012, art. 30
(com redação dada pela IN RFB nº 1.540, de 2015); Nota
Explicativa PGFN/CRJ nº 1.114, de 2012, Anexo, item 52.
SC SRRF06-Disit nº 6066-2017.pdf
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/imprimir.action?visao=anotado&idAto=88884&tamHA=0 2/2
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Número do documento: 22110714591540700001373711973
SC Disit/SRRF06 nº 6052 - 2016 http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/imprimir.action?vi...
1 de 2 31/01/2017 13:01
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424792 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711974
Número do documento: 22110714591540700001373711974
SC Disit/SRRF06 nº 6052 - 2016 http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/imprimir.action?vi...
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, caput e §§ 1º, III, “a” e 2º; IN RFB
nº 1.234, de 2012, art. 30 (com redação dada pela IN RFB nº 1.540, de 2015); Nota Explicativa
PGFN/CRJ nº 1.114, de 2012, Anexo, item 52.
ASSUNTO: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, caput e §§ 1º, III, “a” e 2º, e art.
20; IN RFB nº 1.234, de 2012, art. 30 (com redação dada pela IN RFB nº 1.540, de 2015); Nota
Explicativa PGFN/CRJ nº 1.114, de 2012, Anexo, item 52.
2 de 2 31/01/2017 13:01
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424792 - Pág. 2
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CONCORDÂNCIAS
DA UNIÃO FEDERAL
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 1
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
27/02/2021
Número: 1006536-92.2021.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 14ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 09/02/2021
Valor da causa: R$ 70.000,00
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Repetição de indébito, Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ORAL UNIC FORTALEZA LTDA (AUTOR) EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
45952 26/02/2021 16:39 Manifestação Manifestação
3893
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 2
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
A Fazenda Nacional vem, respeitosamente, por seu procurador firmado, informar que
está dispensada de contestar a presente ação, no que concerne ao seguinte:
Abrangência:
Tema com dispensa de contestar e recorrer, no âmbito da PGFN.
Precedentes:
REsp 1.116.399/BA (tema nº 217 de recursos repetitivos).
AgRg REsp 1.146.024/RS.
Resumo:
Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão
"serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95,
deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade
realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não
considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo),
mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Ficou
consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos
dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes
cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter
estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício.
Para fins de redução da alíquota, devem ser considerados serviços hospitalares
"aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados
diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não
necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar,
excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com
as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". Ficou
consignado que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam
às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a
redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta
da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da
receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal,
desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei
9.249/95.
Observações:
1-O benefício não se aplica às consultas médicas, nem mesmo quando
realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das receitas
da sociedade que decorre da prestação de serviços hospitalares propriamente
ditos.
2-Ressaltamos que o STF não reconheceu repercussão geral com relação a este
tema (AI 803.140).
Assinado eletronicamente por: VIVIAN MARIA DE PAULA MONTEIRO GUIMARAES - 26/02/2021 16:39:33 Num. 459523893 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21022616393092900000454136554
Número do documento: 21022616393092900000454136554
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 3
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711976
Número do documento: 22110714591540700001373711976
4- Para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2009, deve-se atentar para a
incidência da nova redação do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95,
considerando a alteração promovida pela Lei nº 11.727/2008 (art. 29 c/c art. 41,
VI). Portanto, a partir de tal marco, a prestadora dos serviços referidos na alínea
em comento deve estar organizada sob a forma de sociedade empresária
(excluídas, portanto, as sociedades simples e os empresários individuais) e
atender às normas da ANVISA. Vide REsp 1606437/SC, AgRg no REsp
1538506/SC, AgRg no REsp 1506187/PR, AgRg no REsp 1383586/RS, AgRg
nos EDcl no REsp 1369745/RS, dentre outros.
VIVIAN Mª DE P. M. GUIMARÃES
Procuradora da Fazenda Nacional
Assinado eletronicamente por: VIVIAN MARIA DE PAULA MONTEIRO GUIMARAES - 26/02/2021 16:39:33 Num. 459523893 - Pág. 2
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Número do documento: 21022616393092900000454136554
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 4
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
03/03/2021
Número: 1006545-54.2021.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 13ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 09/02/2021
Valor da causa: R$ 70.000,00
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Repetição de indébito, Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ORAL UNIC ODONTOLOGIA FRANCA LTDA (AUTOR) EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
46258 02/03/2021 11:15 Reconhecimento do Pedido Manifestação
9371
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 5
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711976
Número do documento: 22110714591540700001373711976
A União (Fazenda Nacional) manifesta ciência do despacho de citação para reconhecer o pedido
da parte autora, uma vez que encontram-se preenchidos os requisitos probatórios e a matéria
estar incluída em lista com dispensa para contestar e recorrer. Solicita-se que não haja
condenação em honorários de sucumbência, nos termos do art. 19, da Lei n. 10.522/2002.
Assinado eletronicamente por: MAURO HENRIQUE PEREIRA DOS SANTOS - 02/03/2021 11:15:29 Num. 462589371 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21030211152919000000457150100
Número do documento: 21030211152919000000457150100
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 6
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711976
Número do documento: 22110714591540700001373711976
Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
06/03/2021
Número: 1008003-09.2021.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 5ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 16/02/2021
Valor da causa: R$ 70.000,00
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ORAL UNIC ODONTOLOGIA GOVERNADOR VALADARES EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
LTDA (AUTOR)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
46751 05/03/2021 16:27 Reconhecimento do Pedido Manifestação
5868
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 7
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
A União (Fazenda Nacional) manifesta ciência do despacho de citação para reconhecer o pedido
da parte autora, uma vez presentes provas e demais condições da matéria com dispensa de
contestar e recorrer. Solicita-se que não haja condenação em honorários de sucumbência,
nos termos do art. 19, da Lei n. 10.522/2022.
Assinado eletronicamente por: MAURO HENRIQUE PEREIRA DOS SANTOS - 05/03/2021 16:27:45 Num. 467515868 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21030516274481900000462057062
Número do documento: 21030516274481900000462057062
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 8
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
06/03/2021
Número: 1008050-80.2021.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 5ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 17/02/2021
Valor da causa: R$ 70.000,00
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
JAPI ODONTOLOGIA LTDA (AUTOR) EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
46711 05/03/2021 15:36 Reconhecimento do Pedido Manifestação
1926
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 9
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711976
Número do documento: 22110714591540700001373711976
A União (Fazenda Nacional) manifesta ciência do despacho de citação para reconhecer o pedido
da parte autora, uma vez que estão presente provas e demais condições da matéria com
dispensa para contestar e recorrer. Solicita-se que não haja condenação em honorários de
sucumbência, nos termos do art. 19, da Lei n. 10.522/2002.
Assinado eletronicamente por: MAURO HENRIQUE PEREIRA DOS SANTOS - 05/03/2021 15:36:36 Num. 467111926 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21030515363552800000461947032
Número do documento: 21030515363552800000461947032
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 10
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711976
Número do documento: 22110714591540700001373711976
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
PROCURADORIA-SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM BLUMENAU-SC
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A)
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 11
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
PROCURADORIA-SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM BLUMENAU-SC
Para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2009, deve-se atentar para a
incidência da nova redação do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, considerando a
alteração promovida pela Lei nº 11.727/2008 (art. 29 c/c art. 41, VI). Portanto, a partir de tal
marco, a prestadora dos serviços referidos na alínea em comento deve estar organizada sob a
forma de sociedade empresária (excluídas, portanto, as sociedades simples e os empresários
individuais) e atender às normas da ANVISA. Vide REsp 1606437/SC, AgRg no REsp
1538506/SC, AgRg no REsp 1506187/PR, AgRg no REsp 1383586/RS, AgRg nos EDcl no
REsp 1369745/RS, dentre outros.
Importante frisar que o benefício não se aplica às consultas médicas, nem
mesmo quando realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das
receitas da sociedade empresária hospitalar que decorre da prestação de serviços hospitalares
propriamente ditos.
Por fim, considerando que há pedido condenatório, tem-se que ressalvar tal
condição de não aplicação às consultas médicas e a necessidade de manifestação da RFB.
Assim, em relação ao pedido condenatório, informa que se manifestará sobre a correção do
valores no âmbito da fase de cumprimento de sentença.
(assinado eletronicamente)
FLÁVIO LÚCIO CHAVES DE RESENDE
Procurador da Fazenda Nacional
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 12
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional em Santa Catarina
Processo 5001940-58.2018.4.04.7202
CONTESTAÇÃO
SÍNTESE
DIREITO
1/5
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 13
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional em Santa Catarina
2/5
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 14
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711976
Número do documento: 22110714591540700001373711976
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional em Santa Catarina
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 15
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711976
Número do documento: 22110714591540700001373711976
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional em Santa Catarina
como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/1995 não se refere a toda
a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim
àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita
ao benefício fiscal desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do art. 15, §
2º, da Lei 9.249/1995.
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Vide
Medida Provisória nº 252, de 15/06/2005)
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
I - um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo,
de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural; II -
dezesseis por cento:
a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para o
qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo;
b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de
20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei;
III - trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de
2004)
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária
e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa;
(Redação dada pela Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008)
b) intermediação de negócios;
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer
natureza;
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring).
§ 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente
a cada atividade.
§ 3º As receitas provenientes de atividade incentivada não comporão a base de
cálculo do imposto, na proporção do benefício a que a pessoa jurídica, submetida ao
regime de tributação com base no lucro real, fizer jus.
4/5
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Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional em Santa Catarina
§ 4º O percentual de que trata este artigo também será aplicado sobre a receita
financeira da pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a
loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à
venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda,
quando decorrente da comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices
ou coeficientes previstos em contrato. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
3. PEDIDOS
5/5
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PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
PROCURADORIA-SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM BLUMENAU-SC
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A)
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 18
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Número do documento: 22110714591540700001373711976
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
PROCURADORIA-SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM BLUMENAU-SC
Para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2009, deve-se atentar para a
incidência da nova redação do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, considerando a
alteração promovida pela Lei nº 11.727/2008 (art. 29 c/c art. 41, VI). Portanto, a partir de tal
marco, a prestadora dos serviços referidos na alínea em comento deve estar organizada sob a
forma de sociedade empresária (excluídas, portanto, as sociedades simples e os empresários
individuais) e atender às normas da ANVISA. Vide REsp 1606437/SC, AgRg no REsp
1538506/SC, AgRg no REsp 1506187/PR, AgRg no REsp 1383586/RS, AgRg nos EDcl no
REsp 1369745/RS, dentre outros.
Importante frisar que o benefício não se aplica às consultas médicas, nem
mesmo quando realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das
receitas da sociedade empresária hospitalar que decorre da prestação de serviços hospitalares
propriamente ditos. Em especial, considerando que háo pedido da presente ação é
DECLARATÓRIO, tem-se que ressalvar tal condição de não aplicação às consultas médicas.
(assinado eletronicamente)
FLÁVIO LÚCIO CHAVES DE RESENDE
Procurador da Fazenda Nacional
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EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) JUIZ(a) FEDERAL DA 3ª VARA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA – SUBSEÇÃO DE FLORIANÓPOLIS
PROCESSO ELETRÔNICO: 5009936-50.2017.4.04.7200
AUTORA: ORAL UNIC LTDA - ME
RÉ: UNIÃO (FAZENDA NACIONAL)
A UNIÃO (FAZENDA NACIONAL),
vem à presença de Vossa Excelência, pela Procuradora ao final nominada, apresentar
CONTESTAÇÃO, na forma que segue.
1. SÍNTESE
Trata-se de ação de repetição do indébito com pedido de tutela de evidência
na qual a parte autora requer o reconhecimento do direito de recolher o Imposto de
Renda utilizando como base de cálculo o percentual de 8% sobre a receita, aplicando-
se o disposto no artigo 15 da Lei 9.249/95, e de recolher a Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido utilizando a base de cálculo de 12% conforme disposição do artigo
20 do mesmo diploma legal, excluídas as simples consultas odontológicas e outros
serviços que não se enquadrem no conceito de serviço hospitalar, e a condenação da
União no pagamento dos valores indevidamente recolhidos a título de IRPJ e CSLL pelo
lucro presumido sob o percentual de 32%, no período imprescrito.
O caso merece exame detalhado, conforme se verá a seguir.
1
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2. PRELIMINARMENTE
2.1 FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL
Conforme informação fiscal anexa, que fica fazendo parte da presente petição,
considerando que a autora informa exercer serviços no ramo de atividade odontológica,
serviços de procedimento cirúrgico de pino de titânio para implante dentário
(implantodontia), cirurgias buco maxilofaciais, periodontia, endodontia, prótese dentária,
ortodontia, instalação de lente de contato dental dentística, e ser organizada sob a forma
de sociedade empresária, não se verifica pretensão resistida por parte da Fazenda
Nacional, inclusive quanto à devolução dos últimos cinco anos, via restituição
administrativa, no caso de a autora encontrar-se regular com as normas da ANVISA.
Como bem explicitou a Auditora Fiscal, preenchendo os requisitos legais, a
autora pode desde já recolher estes tributos pelos percentuais presumidos aplicáveis às
atividades hospitalares, tendo a RFB se manifestado neste sentido através da Solução
de Consulta Disit/SRRF8ª nº 8.024 de 01.11.2016, DOU de 14/12/2016, seção I, pág.
17.
A ementa dispôs o seguinte:
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇOS DE INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS E CONSULTAS
ODONTOLÓGICAS.
Admite-se, desde 1º de janeiro de 2009, que, para fins de determinação da base de cálculo do imposto
de renda da pessoa jurídica organizada sob a forma de sociedade empresária e cumpridora das normas
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o lucro presumido proveniente da prestação de
serviços voltados para a área odontológica, seja determinado mediante a aplicação do percentual de 8%
(oito por cento) sobre a receita da atividade.
Dispositivos Legais: Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, caput e § 1º, III, “a”, modificado pelo art. 29 da Lei
nº 11.727, de 2008; Lei nº 11.727, de 2008, arts. 29 e 41, VI; Lei nº 10.406, de 2002, artigos 966 e 982;
e Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2008, arts. 31 e 38, II, modificada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.540, de 2015; Solução de Consulta Cosit nº 7, de 2014; Resolução RDC nº 50, de 2002, da
Anvisa.
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Admite-se, desde 1º de janeiro de 2009, que, para fins de apuração da contribuição social sobre o lucro
líquido da pessoa jurídica organizada sob a forma de sociedade empresária, cumpridora das normas da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e prestadora de serviços voltados para a área
odontológica, a sua base de cálculo seja determinada mediante a aplicação do percentual de 12% (doze
por cento) sobre a receita proveniente desses serviços.
Dispositivos Legais: Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, caput e § 1º, III, “a”, modificado pelo art. 29 da Lei
nº 11.727, de 2008, e art. 20; Lei nº11.727, de 2008, arts. 29 e 41, VI; Lei nº 10.406, de 2002, artigos
966 e 982; e Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2008, arts. 31 e 38, II, modificada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.540, de 2015; Solução de Consulta Cosit nº 7, de 2014; Resolução RDC nº 50, de
2002, da Anvisa.
A autora transmitiu eletronicamente a Escrituração Contábil e Fiscal (ECF) do
ano-calendário 2016 em 09.07.2017, ou seja, posteriormente à publicação da Solução
de Consulta nº 8.024 de 01.11.2016 (DOU de 14/12/2016, seção 1, pág. 17).
Portanto, poderia ter preenchido a ECF e retificado as DCTF, apurando
através da sua contabilidade os valores decorrentes dos recolhimentos a maior. Tais
valores já poderiam ter sido restituídos ou compensados administrativamente, pois não
existe qualquer obstáculo imposto pela Fazenda a partir da publicação da SC nº 8.024
de 01.11.2016.
Assim, tendo em vista a desnecessidade de qualquer atuação da Justiça
Federal e da Fazenda Nacional, mas apenas e tão somente de atos internos da Autora,
falta-lhe interesse processual, merecendo indeferimento a inicial (art. 330, inc. III, do
nCPC).
2.2. DA DISPENSA DE CONTESTAR
Pelo princípio da eventualidade, para o caso de não se extinguir o feito por
falta de interesse processual, é de se registrar que há autorização de dispensa de
contestação e de interposição de recurso em relação à matéria em exame nos autos,
balizada pela decisão proferida no REsp 1.116.399/BA (art. 543-C do CPC, grifou-se):
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO
AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95.
IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA
EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES".
INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA
3
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DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA
PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO
543-C DO CPC.
1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços
hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota
do IRPJ e da CSLL. Discute-se a possibilidade de, a despeito da generalidade
da expressão contida na lei, poder-se restringir o benefício fiscal, incluindo no
conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos
destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e
assistência médica integral.
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251-PR, da relatoria do eminente Ministro
Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins
do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços
hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser
interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada
pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não
considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério
subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde).
Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da
Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam
exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da
necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a
obtenção do benefício.
Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem
supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal
intento as disposições constantes em atos regulamentares".
3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se
vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à
promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são
prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples
consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito
hospitalar, mas nos consultórios médicos".
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se
aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de
que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita
bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela
parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao
benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do
artigo 15 da Lei 9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta
serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da
saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes
hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo
pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em
discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de
12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade
específica de prestação de serviços médicos laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido
ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido.
(STJ, REsp 1.116.399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010)
4
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 23
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Por sua vez, a partir da vigência da Lei 11.727/2008, ocorrida em
01.01.2009, a parte autora, além de ter que se enquadrar naqueles serviços
especificados no art. 15, § 1º, inc. III, alínea “a”, da Lei 9.249/1995, deve ser organizada
sob a forma de sociedade empresária e deve atender às normas da ANVISA.
No caso concreto, a parte autora encontra-se regularmente constituída sob
forma de SOCIEDADE EMPRESÁRIA LIMITADA, tendo iniciado suas atividades em
05.04.2016, CONTUDO não há comprovação nos autos de que a parte autora está de
acordo com as normas da ANVISA, deixando de juntar alvará sanitário.
Portanto, a Autora faz jus às alíquotas minoradas de IRPJ e CSLL sobre
aqueles serviços equiparados a hospitalares, excetuadas as consultas e outros serviços
não enquadrados como hospitalares (tal como ela expressamente concorda na inicial),
NÃO HAVENDO LIDE NO ASPECTO, desde que apresentado Alvará Sanitário ou
documento equivalente que ateste a regularidade perante a ANVISA.
Outrossim, doravante poderá recolher os tributos pelas alíquotas minoradas,
em obediência à Lei no art. 15, § 1º, inc. III, alínea “a”, da Lei 9.249/1995, sujeitando-se
à eventual fiscalização quanto ao seu cumprimento, em igualdade de condições aos
demais contribuintes.
3. DA NÃO-CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS
A respeito da matéria, inicialmente, cabe dizer que o princípio da causalidade,
no ordenamento jurídico em vigor, sofre mitigação em determinadas hipóteses
expressamente previstas em lei, sendo, uma delas, aquela prevista no art. 19, § 1º, da
Lei 10.522/2002. Observe-se:
Art. 19. Fica a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar,
a não interpor recurso ou a desistir do que tenha sido interposto, desde que
inexista outro fundamento relevante, na hipótese de a decisão versar sobre: (redação
dada pela Lei 11.033/2004)
I - matérias de que trata o art. 18;
II - matérias que, em virtude de jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal
Federal, ou do Superior Tribunal de Justiça, sejam objeto de ato declaratório do
Procurador-Geral da Fazenda Nacional, aprovado pelo Ministro de Estado da
Fazenda.
§ 1.º Nas matérias de que trata este artigo, o Procurador da Fazenda Nacional que
atuar no feito deverá, expressamente, reconhecer a procedência do pedido, quando
5
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 24
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citado para apresentar resposta, hipótese em que não haverá condenação em
honorários, ou manifestar o seu desinteresse em recorrer, quando intimado da
decisão judicial. (redação dada pela Lei 11.033/2004).
(...)
O artigo acima transcrito visa dar celeridade à prestação jurisdicional
especialmente em relação às demandas repetitivas decididas, reiteradamente, em
desfavor da Fazenda Pública, com objetivo de racionalizar os trabalhos, seja da própria
Procuradoria, seja do Poder Judiciário.
Complementando e aperfeiçoando o intuito do legislador ao criar a norma,
posteriormente, em adição à sistemática de dispensas mediante edição
individualizada de Atos Declaratórios, em função do grande número de precedentes
submetidos aos regimes especiais dos arts. 543-B e 543-C do CPC, como forma de
racionalizar ainda mais o trabalho, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional editou
a Portaria PGFN n. 294/2010, que, em seu art. art. 1º, inc. V, traz dispensas que se
equiparam, em seus efeitos e objetivos práticos, à edição de Atos Declaratórios
individualizados. Observe-se (grifou-se):
Art. 1º Os Procuradores da Fazenda Nacional ficam autorizados a não
apresentar contestação, a não interpor recursos, bem como a desistir dos já
interpostos, nas seguintes situações: (Redação dada pela Portaria PGFN nº. 716,
de julho de 2010)
(...)
V – quando a demanda e/ou a decisão tratar de questão já definida, pelo STF
ou pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ, em sede de julgamento realizado na
forma dos arts. 543-B e 543-C do CPC, respectivamente.
Parágrafo único - Os Procuradores da Fazenda Nacional deverão apresentar
contestação e recursos sempre que, apesar de configurada a hipótese prevista no
inciso V deste artigo, houver orientação expressa nesse sentido por parte da
Coordenação-Geral de Representação Judicial da Fazenda Nacional - CRJ ou da
Coordenação de Atuação Judicial perante o Supremo Tribunal Federal - CASTF.
De fato, seria pouco eficiente e pouco racional se, a cada julgamento
efetuado pelo rito do art. 543-B e/ou do art. 543-C do CPC, houvesse que ser editado
um Ato Declaratório individualizado específico, ainda mais quando se sabe que, nesses
casos julgados sob os regimes de repercussão geral e dos recursos repetitivos, a
questão jurídica fica bem delimitada e fundamentada em todos os seus aspectos.
Em suma, a norma especial acima invocada, no caso concreto, afasta a
incidência do disposto no art. 20 e art. 26, ambos do CPC.
6
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385424794 - Pág. 25
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No mais, cabe apenas dizer que o art. 19, § 1º, da Lei 10.522/2002 pressupõe,
obviamente, a existência de uma ação judicial no bojo da qual se dá a sua aplicação
afastando a condenação em honorários, porquanto, do contrário, o previsto no
dispositivo não faria qualquer sentido e não teria nenhuma aplicação prática.
Portanto, o fato de ter sido proposta uma ação judicial não é circunstância que
leve, necessariamente e sempre, à aplicação do princípio da causalidade.
No caso concreto, por força de norma especial, a condenação em honorários
da União (Fazenda Nacional) seria indevida, conforme bem demonstram,
exemplificativamente, os seguintes precedentes do STJ e do TRF4 (grifou-se):
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO DO
PEDIDO PELA FAZENDA NACIONAL. ARTIGO 19 DA LEI Nº 10.522/2002.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NÃO CABIMENTO.
1. Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região que decidiu não ser cabível a condenação da União ao
pagamento de honorários advocatícios, tendo em vista o reconhecimento do pedido,
nos termos do que dispõe o art. 19, § 1º, da Lei 10.522/02.
2. Verifica-se por meio do Parecer PGFN/CAT nº 1617/2008, aprovado pelo Ministro
de Estado da Fazenda, que a Fazenda Pública se manifestou no sentido de
reconhecer a decadência do crédito tributário, não havendo, portanto, que se falar
em condenação em honorários, por enquadrada a hipótese na dispensa legal.
Ademais, tal artigo não exige, para sua aplicação, que tal ato declaratório tenha sido
publicado, mas apenas que tenha sido aprovado pelo Ministrode Estado da Fazenda.
3. A Primeira Seção/STJ pacificou entendimento no sentido de que o art.19, §
1º, da Lei 10.522/2002 isenta a Fazenda Nacional do pagamento de honorários
quando ela, ao ser citada para apresentar resposta, reconhece a procedência
do pedido da parte contrária. Nesse sentido: EREsp 1.120.851/RS, 1ª Seção, Rel.
Min. Hamilton Carvalhido, DJe de 7.12.2010. (...). 5. Recurso especial parcialmente
conhecido e, nessa parte, não provido. (REsp 1.215.624/RS, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/11/2011, DJe
01/12/2011) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ALÍNEA "C" DO PERMISSIVO
CONSTITUCIONAL. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO.
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
ART. 19, § 1º, DA LEI 10.522/2002. APLICAÇÃO. (...) 2 . Caso a Fazenda Nacional
reconheça a procedência do pedido deduzido em juízo, são indevidos os
honorários advocatícios. Aplicação do artigo 19, § 1º, da Lei 10.522/2002.
Precedente. 3. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg no REsp 1.217.823/PR,
Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe
23/04/2012)
4. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE
Em atenção à suspensão da exigibilidade, conforme despacho anexo, a
7
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própria contribuinte/autora deverá retificar sua declaração na DRF (DCTF) para fazer
incluir informação de suspensão de exigibilidade e indicação dos dados dos depósitos
judiciais, o que deverá se repetir para os demais períodos em que forem efetuados
depósitos judiciais. O setor contábil da contribuinte/autora conhece tais procedimentos,
que são administrativos. A partir das devidas informações de suspensão, prestadas pela
própria contribuinte, poderá haverá procedimento administrativo de auditoria interna para
convalidação das suspensões declaradas.
5. CÁLCULO
Não foi possível à Receita Federal apurar os valores a serem restituídos à
autora porque não juntou as notas fiscais em ordem numérica e cronológica de todo período
em pretende a repetição. Além disso, não comprovou atender as normas da ANVISA.
6. PEDIDOS
Ante o exposto, a UNIÃO (FAZENDA NACIONAL) requer:
a) a extinção do feito ante a falta de interesse processual (art. 330,III, do nCPC);
b) alternativamente, nos termos da autorização veiculada no art. 1º, inc. V, da Portaria
PGFN n. 294/2010, fique consignado o reconhecimento da procedência do pedido
de modo expressamente vinculado e limitado ao decidido no REsp 1.116.399/BA
(regime do art. 543-C do CPC), respeitado o prazo quinquenal para repetição;
c) ainda, caso se entenda de prosseguir com a presente ação, a fim de verificar o
acerto dos valores devidos à Autora ( a serem apurados em liquidação de sentença, por
simples cálculo), que se a intime para juntar aos autos relatórios analíticos correspon-
dentes às Notas Fiscais emitidas em ordem numérica e cronológica, com descrição genérica de
“serviços profissionais prestados” emitidas contra pagamento de Planos de Saúde ou
equivalente, a fim de que sejam identificadas as atividades hospitalares.
d) seja intimada a juntar alvará da ANVISA referente a todo período em que requer a
repetição;
e) seja aplicado o art. 19, § 1º, da Lei 10.522/2002 c/c art. 1º, inc. V, da Portaria
PGFN n. 294/2010, uma vez reconhecido o pedido, afastando-se a condenação da União
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Advocacia-Geral da União
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria da Fazenda Nacional em Santa Catarina
Rua Arcipreste Paiva, 107 – Centro – Florianópolis/SC – CEP 88010-530
Telefone: (48) 3821-2000 Fax (48) 3821-2002
(Fazenda Nacional) em honorários.
Nestes termos, pede deferimento.
Simone Tavares Pereira Gonçalves
Procuradora da Fazenda Nacional
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PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
PROCURADORIA SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM JOAÇABA-SC
_______________________________________________________________________________________________________________
Autos 50005431520194047206
Nos termos acima, o tema não será objeto de contestação pela PGFN.
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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
PROCURADORIA-SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM BLUMENAU-SC
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A)
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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL
PROCURADORIA-SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM BLUMENAU-SC
Para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2009, deve-se atentar para a
incidência da nova redação do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, considerando a
alteração promovida pela Lei nº 11.727/2008 (art. 29 c/c art. 41, VI). Portanto, a partir de tal
marco, a prestadora dos serviços referidos na alínea em comento deve estar organizada sob a
forma de sociedade empresária (excluídas, portanto, as sociedades simples e os empresários
individuais) e atender às normas da ANVISA. Vide REsp 1606437/SC, AgRg no REsp
1538506/SC, AgRg no REsp 1506187/PR, AgRg no REsp 1383586/RS, AgRg nos EDcl no
REsp 1369745/RS, dentre outros.
Importante frisar que o benefício não se aplica às consultas médicas, nem
mesmo quando realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das
receitas da sociedade empresária hospitalar que decorre da prestação de serviços hospitalares
propriamente ditos. Em especial, considerando que háo pedido da presente ação é
DECLARATÓRIO, tem-se que ressalvar tal condição de não aplicação às consultas médicas.
(assinado eletronicamente)
FLÁVIO LÚCIO CHAVES DE RESENDE
Procurador da Fazenda Nacional
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A Fazenda Nacional vem, respeitosamente, por seu procurador firmado,
informar que está dispensada de contestar a presente ação, no que concerne ao
seguinte:
Abrangência:
Tema com dispensa de contestar e recorrer, no âmbito da PGFN.
Precedentes:
REsp 1.116.399/BA (tema nº 217 de recursos repetitivos).
AgRg REsp 1.146.024/RS.
Resumo:
Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a
expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso
III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja,
sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto
a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica
ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza
do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Ficou consignado
que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos
dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os
contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo
da necessidade de manter estrutura que permita a internação de
pacientes) para a obtenção do benefício. Para fins de redução da
alíquota, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que
se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados
diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não
necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento
hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que
não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos
consultórios médicos". Ficou consignado que as modificações
introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas
decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução
de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta
da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela
parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica
sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos
termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95.
Observações:
1-O benefício não se aplica às consultas médicas, nem mesmo
quando realizadas no interior de hospitais, de modo que só abrange
parcela das receitas da sociedade que decorre da prestação de
serviços hospitalares propriamente ditos.
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4- Para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2009, deve-se
atentar para a incidência da nova redação do art. 15, § 1º, III, "a", da
Lei nº 9.249/95, considerando a alteração promovida pela Lei nº
11.727/2008 (art. 29 c/c art. 41, VI). Portanto, a partir de tal marco, a
prestadora dos serviços referidos na alínea em comento deve estar
organizada sob a forma de sociedade empresária (excluídas, portanto,
as sociedades simples e os empresários individuais) e atender às
normas da ANVISA. Vide REsp 1606437/SC, AgRg no REsp
1538506/SC, AgRg no REsp 1506187/PR, AgRg no REsp
1383586/RS, AgRg nos EDcl no REsp 1369745/RS, dentre outros.
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Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional
Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional em Caxias do Sul
A exequente, conforme artigo 19, § 1º, da Lei 10.522/02 e com base no REsp
1.116.399/BA (tema nº 217 de recursos repetitivos) apresenta dispensa de contestar e
recorrer, no âmbito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Lei 9.249/95
Av. Júlio de Castilhos, 150, 1º andar, Ns. Sra. de Lourdes, Caxias do Sul/RS.
CEP 95.010-000 – Tel. (54) 3221-7593
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Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional em Caxias do Sul
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Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional em Caxias do Sul
e da CSLL às alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, nos
termos da Lei n.º 9.249/95 (arts. 15, § 1º, inciso III, alínea a,
e 20, caput). Grifo nosso.
Vale ressaltar que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas
reduzidas, a expressão “serviços hospitalares”, constante no artigo 15, § 1.º, inciso III, da Lei
9.249/95, deve ser interpretada sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte,
não considerando a estrutura do contribuinte em si para a concessão do benefício fiscal,
mas sim a natureza do serviço prestado. A redução da alíquota, portanto, não faz referência
à receita bruta total da empresa contribuinte, mas sim àquela parcela da receita que provém
unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal. O Tribunal Regional Federal
da 1ª Região adotou este posicionamento:
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Procuradoria Seccional da Fazenda Nacional em Caxias do Sul
SERVIÇOS DE ODONTOLOGIA. CIRURGIAS
ODONTOLÓGICAS, IMPLANTES DENTÁRIOS E
RADIOGRAFIAS. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PROVIDA.
APELAÇÃO DA UNIÃO E REMESSA OFICIAL NÃO
PROVIDAS.
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e 20, caput). Grifo nosso.
Vale ressaltar que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas
reduzidas, a expressão “serviços hospitalares”, constante no artigo 15, § 1.º, inciso III, da Lei
9.249/95, deve ser interpretada sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte,
não considerando a estrutura do contribuinte em si para a concessão do benefício fiscal,
mas sim a natureza do serviço prestado. A redução da alíquota, portanto, não faz referência
à receita bruta total da empresa contribuinte, mas sim àquela parcela da receita que provém
unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal. O Tribunal Regional Federal
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Processo nº 5001651-02.2021.404.7112
Procedimento Comum
Autor: Oral Unic Odontologia Canoas Ltda
Ré: A União (Fazenda Nacional)
DA RESPOSTA
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repise-se, desde que observados os termos do REsp n.º 1.116.399/BA, com base na
autorização legal conferida pela Portaria PGFN n.º 502/2016, especificamente por meio
seu art. 2º, inc. V.
A este respeito, a Lei nº 10.522/02, em seu art. 19, § 1º, diz que não
haverá condenação em honorários advocatícios, quando ocorrer o reconhecimento do
pedido, bem como ocorreu no ponto acima. Vejamos:
DO PEDIDO
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Nestes Termos
Pede Deferimento
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Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
28/05/2022
Número: 1017028-46.2021.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 5ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 26/03/2021
Valor da causa: R$ 70.000,00
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ORAL UNIC ODONTOLOGIA ITU LTDA (AUTOR) EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
97547 16/12/2021 14:21 Acórdão Acórdão
6042
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711978
Número do documento: 22110714591540700001373711978
JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
VOTO - VENCEDOR
Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 16/12/2021 14:21:41 Num. 975476042 - Pág. 1
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21121614214100000000966591725
Número do documento: 21121614214100000000966591725
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373711978
Número do documento: 22110714591540700001373711978
46.2021.4.01.3400
VOTOPara fins de apuração mensal do IRPJ e da CSLL, o art. 15 da Lei n. 9.249/95 fixou o
percentual de 32% como base de cálculo geral para todas as empresas prestadoras de serviço.
Confira-se:Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado
o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.§1º Nas seguintes
atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; (...)§2º No
caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade”Da
leitura do dispositivo, verifica-se que, excepcionalmente, foram excluídos da regra de índice geral
os serviços hospitalares, sobre os quais o IRPJ e a CSLL são calculados em percentuais
reduzidos. Posteriormente, a Lei n. 11.727/2008 trouxe nova redação ao artigo transcrito acima,
com vigência a partir de 01/01/2009. Vejamos:“Art. 15. (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia,
medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja
organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – Anvisa;”Consta no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, a empresa autora
detém natureza jurídica de “sociedade empresária limitada”, cuja atividade econômica principal é
descrita como “atividade médica ambulatorial com recursos para realização de procedimentos
cirúrgicos” e como atividade secundária “realização de exames complementares” e
“consultas”.Consta ainda, no documento de ID 1633414 a licença de alvará sanitário concedido
pela prefeitura municipal de Ítu - SP, estando, portanto, em cumprimento dos requisitos legais
para a redução das alíquotas requeridas, conforme jurisprudência deste TRF1:TRIBUTÁRIO.
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. IRPJ E CSLL. ALÍQUOTAS REDUZIDAS.
PRESTADORA DE "SERVIÇOS HOSPITALARES" (EXCLUSÃO DAS CONSULTAS MÉDICAS)
SOB A FORMA DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA. 1. O Superior Tribunal de Justiça decidiu que o
recolhimento do IRPJ e da CSLL com alíquotas reduzidas de 8% e 12%, respectivamente, após a
edição da Lei 11.727/2008, que alterou o art. 15, § 2º, da Lei 9.249/1995, exige da empresa a
prestação de serviços hospitalares e seja obrigatoriamente constituída sob a forma de sociedade
empresária (REsp repetitivo 1.116.399-BA, r. Ministro Benedito Gonçalves, 1ª Seção em
28.10.2009; AgRg no REsp 1.538.506/SC, r. Ministro Humberto Martins, 2ª Turma em
15.09.2015). 2. A impetrante comprovou que preenche esses requisitos, caso em que tem direito
subjetivo às alíquotas reduzidas, excluídas as consultas médicas. 3. Apelação da União
desprovida. Remessa necessária parcialmente provida.(AMS 0037018-89.2011.4.01.3400,
DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA, TRF1 - OITAVA TURMA, PJe 25/10/2021
PAG.)PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO MANDADO DE SEGURANÇA - ADOÇÃO DAS
BASES DE CÁLCULOS REDUZIDAS DO IRPJ (8%) E DA CSLL (12%) QUANTO ÀS RECEITAS
DE SERVIÇOS HOSPITALARES - REPET-RESP. 1 - Trata-se de remessa oficial em face da
sentença (CPC/2015) que, concedendo a segurança, assegurou à empresa/impetrante
(prestadora de serviços odontológicos ditos de "alta complexidade" para além do "simples
atendimento ambulatorial, "o direito de recolher o IRPJ e a CSLL, com bases de cálculo reduzidas
de 8% e 12%, respectivamente", com atenção, se o caso, aos ulteriores requisitos da Lei
9.249/92, limitando-se tal redução só às "receitas decorrentes da prestação de serviços
hospitalares", nos termos do REPET-REsp nº 1.116.399/BA. 1.1 - Vem-se - "per relationem" -
confirmar a sentença, por sua ampla e adequada fundamentação, retratando a jurisprudência
pacificada de então, em nível de recurso repetitivo, e a legislação específica de regência, até
porque o Fisco, de modo expresso, evidenciou autorização e desinteresse em não recorrer, não
havendo qualquer resíduo fático e jurídico controverso que, pois, a desabone, o que enseja,
assim, sua confirmação, até pelo comando de observância do art. 926 e art. 927 do CPC/2015. 2
- Remessa oficial não provida. (REOMS 1000080-70.2019.4.01.3700, DESEMBARGADORA
FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 26/07/2021
PAG.)Quanto aos horários advocatícios, tendo sido reconhecido à parte autora o direito à
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restituição/compensação dos valores recolhidos a maior, deve a verba de advogado ser apurada
tendo como base de cálculo o valor da condenação ou do proveito econômico obtido, conforme a
disciplina do art. 85 do CPC. De acordo com o § 4º, III, do referido artigo, a utilização do valor
atualizado da causa somente deve ocorrer nos casos em que não há condenação principal ou
quando não é possível mensurar o proveito econômico obtido, situação que não ocorre no caso
em apreço.Ante o exposto, nego provimento à apelação da União e dou provimento ao recurso
da parte autora para determinar a apuração dos honorários advocatícios com base no valor da
condenação, devendo os percentuais serem definidos no momento da liquidação do julgado,
conforme dispõe o art. 85, 4º, II, do CPC.É o meu voto.Des(a). Fed. GILDA SIGMARINGA
SEIXASRelatora
DEMAIS VOTOS
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PJe 25/10/2021 PAG.)6. Tendo sido reconhecido à parte autora o direito à
restituição/compensação dos valores recolhidos a maior, deve a verba de advogado ser apurada
tendo como base de cálculo o valor da condenação ou do proveito econômico obtido, conforme a
disciplina do art. 85 do CPC. De acordo com o § 4º, III, do referido artigo, a utilização do valor
atualizado da causa somente deve ocorrer nos casos em que não há condenação principal ou
quando não é possível mensurar o proveito econômico obtido, situação que não ocorre no caso
em apreço.7. Apelação da União não provida. Apelação da parte autora provida para determinar a
apuração dos honorários advocatícios com base no valor da condenação, com definição dos
percentuais no momento da liquidação do julgado (CPC, art. 85, 4º, II).ACÓRDÃODecide a
Turma, por unanimidade, negar provimento à apelação da União e dar provimento à apelação da
parte autora.Brasília/DF, na data da certificação digital.Des(a). Fed. GILDA SIGMARINGA
SEIXASRelatora
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PRECEDENTES
DA REDE ORAL UNIC
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 1.865.511 - SC (2020/0055534-7)
DECISÃO
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Signatário(a): MINISTRA Assusete Magalhães Assinado em: 12/03/2020 15:07:00
Publicação no DJe/STJ nº 2868 de 13/03/2020. Código de Controle do Documento: 54F6CFCF-586B-44AC-A1F3-6A08F6B8B119
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Superior Tribunal de Justiça
1.025 do CPC, que estabelece que nele consideram-se incluídos os
elementos suscitados pelo embargante, independentemente do acolhimento
ou não dos embargos de declaração" (fl. 340e).
Nas razões do Recurso Especial, interposto com base no art. 105, III, a, da
Constituição Federal, a parte ora recorrente aponta violação aos arts. 1.022, II do
CPC/2015, 97, II, 108, § 2º, e 111, I e II, todos do Código Tributário Nacional e 15, § 1º, III,
a, e 20 da Lei 9.249/95, sustentando que:
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sobre a receita bruta mensal. Infere que, em nenhum momento, estendeu
esta forma de apuração favorecida aos serviços odontológicos.
Com efeito, os dispositivos transcritos expressamente não contemplam os
serviços de odontologia, mas sim hospitalares, pelo que restaram violados
pelo Acórdão recorrido. Da mesma forma, a decisão recorrida violou
também as regras insertas nos arts. 97, inciso II e 111, incisos I e II, todos
do CTN, na medida em que conferiu a referida redução para apuração da
base de cálculo tributos em discussão à parte autora, em que pese não
prevista em lei, verbis:
(...)
Como demonstrado, inclusive por meio de decisão desta egrégia Corte, as
atividades da autora não se enquadram no conceito de serviços
hospitalares, de modo que não faz jus à pleiteada redução da base de
cálculo" (fls. 349/354e).
Requer, ao final:
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(oito porcento) e 12% (doze porcento), respectivamente.
O Juízo a quo julgou improcedente o pedido (fls. 208/211e). Inconformada, a
autora interpôs recurso de Apelação. Por sua vez, o Tribunal de origem deu provimento ao
apelo, nos seguintes termos, no que interessa:
MAM14
REsp 1865511 C542542155281122821845@ C584<140<5470032425902@
2020/0055534-7 Documento Página 4 de 8
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- Anvisa'.
Quanto ao atendimento às normas da ANVISA, a lei revela-se bastante
genérica e não estabelece, especificamente, as quais normas da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária o contribuinte deve obedecer.
Cumpre ressaltar que a Resolução - RDC n° 50, de 21/02/2002, que dispõe
sobre o Regulamento Técnico para Planejamento, Programação,
Elaboração e Avaliação de Projetos Físicos de Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde, não tem aplicação no caso em tela, vez que tais
normas gerais de funcionamento de estabelecimentos de saúde não podem
restringir a norma legal.
Tal resolução extrapola o limite estabelecido pela norma tributária, a qual
permite interpretações mais benéficas para o contribuinte, pois se
encontram dissociados do objetivo que norteou todo o processo legislativo
que era exatamente desonerar, no âmbito tributário, o prestador de serviços
de saúde nos casos em que se exige qualificação dos trabalhadores, espaço
físico adequado e materiais e equipamentos de alto custo, visando,
evidentemente, ao barateamento do serviço, com o consequente aumento
do acesso da população a tais serviços.'
Assim, após a edição de tal lei, somente as sociedades organizadas sob a
forma de sociedade empresária estão abrangidas pela base minorada.
Veja-se que o Novo Código Civil dividiu as sociedades em duas categorias,
as sociedades empresárias e as sociedades simples (não empresárias). A
sociedade empresária é a que exerce atividade econômica organizada e
habitual, para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Já a
sociedade simples é a que exerce atividade econômica de natureza
intelectual, científica, literária ou artística (arts. 966 e 982 do CC).
Caso dos autos
De acordo com o contrato social e alterações vê-se que seu objeto social é
'ATIVIDADE ODONTOLÓGICA, SERVIÇOS DE PROCEDIMENTO
CIRÚRGICO DE COLOCAÇÃO DE PINO DE TITÃNIO PARA
IMPLANTE DENTÁRIO (IMPLANTODONTIA), CIRURGIAS BUCO
MAXILO FACIAIS, PERIODONTIA, ENDODONTIA, PRÓTESE
DENTÁRIA, ORTODONTIA, INSTALAÇÃO DE LENTE DE CONTATO
DENTAL (DENTÍSTICA), RADIOLOGIA ONDONTOLÓGICA
PANORÁMICA' (CONTRSOCIAL3 - evento 1).
A autora juntou aos autos nota fiscal discriminando serviços de implante.
Na espécie, as atividades desenvolvidas pela parte autora estão inseridos
no conceito de serviços hospitalares, segundo entendimento aqui esposado.
A demandante está organizada sob a forma de sociedade empresária,
conforme estabelecido pela Lei nº 11.727/08, desde 29/03/2017, consoante
certidão da JCESC (CONTRSOCIAL3 e OUT2 - evento 1 e 5) (...)
Dispositivo
Ante o exposto, voto por dar provimento à apelação" (fls. 300/303e).
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recursos repetitivos, firmou o entendimento de que "para fins do pagamento dos tributos
com as alíquotas reduzidas, a expressão 'serviços hospitalares', constante do artigo 15, §
1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a
perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), devendo ser considerados serviços
hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais,
voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte que, 'em regra, mas não
necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se
as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito
hospitalar, mas nos consultórios médicos'".
A partir de 01/01/2009, a Lei 11.727/2008, que alterou o art. 15, § 1º, III, a, da
Lei 9.249/95, passou a exigir outros dois requisitos para a concessão do benefício:
Com efeito, o Tribunal de origem, com base no exame dos elementos fáticos
dos autos, consignou que, "de acordo com o contrato social e alterações vê-se que seu objeto
social é 'ATIVIDADE ODONTOLÓGICA, SERVIÇOS DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DE
COLOCAÇÃO DE PINO DE TITÃNIO PARA IMPLANTE DENTÁRIO (IMPLANTODONTIA),
CIRURGIAS BUCO MAXILO FACIAIS, PERIODONTIA, ENDODONTIA, PRÓTESE DENTÁRIA,
ORTODONTIA, INSTALAÇÃO DE LENTE DE CONTATO DENTAL (DENTÍSTICA),
RADIOLOGIA ONDONTOLÓGICA PANORÁMICA' (CONTRSOCIAL3 - evento 1). A autora
juntou aos autos nota fiscal discriminando serviços de implante. Na espécie, as atividades
desenvolvidas pela parte autora estão inseridos no conceito de serviços hospitalares,
segundo entendimento aqui esposado. A demandante está organizada sob a forma de
sociedade empresária, conforme estabelecido pela Lei nº 11.727/08, desde 29/03/2017,
consoante certidão da JCESC (CONTRSOCIAL3 e OUT2 - evento 1 e 5) " (fl. 302e).
Nesse contexto, considerando a fundamentação do acórdão objeto do
Recurso Especial, os argumentos utilizados pela parte recorrente somente poderiam ter
sua procedência verificada mediante o necessário reexame de matéria fática, não
cabendo a esta Corte, a fim de alcançar conclusão diversa, reavaliar o conjunto probatório
dos autos, em conformidade com a Súmula 7/STJ.
Nesse sentido:
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Superior Tribunal de Justiça
IRPJ E CSLL. ALÍQUOTA REDUZIDA. LEIS 9.249/1995 E 11.727/2008.
ATIVIDADE DA EMPRESA. CONDIÇÃO DE 'PRESTADORA DE
SERVIÇOS HOSPITALARES'. NECESSIDADE LEGAL DA
CONSTITUIÇÃO SOB A FORMA DE SOCIEDADE EMPRESARIAL.
ALTERAÇÃO DO ACÓRDÃO. NECESSIDADE DE REEXAME DE
MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
1. Cinge-se a controvérsia a reconhecer à impetrante o direito ao
recolhimento do IRPJ e da CSLL com alíquotas reduzidas de 8% e de 12%,
respectivamente, como previsto para pessoas jurídicas prestadoras de
serviços hospitalares.
2. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.116.399/BA, da
relatoria do Ministro Benedito Gonçalves, submetido ao regime de
recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), no qual se discutiu a
aplicação das alíquotas diferenciadas de 8% e 12% para o IRPJ e a
CSLL, consolidou o entendimento de que, 'para fins do pagamento
dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão 'serviços
hospitalares', constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95,
deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da
atividade realizada pela contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o
benefício fiscal, não considerou o contribuinte em si (critério
subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à
saúde), que é, inclusive, alçado à condição de direito fundamental'.
3. Contudo, no que diz respeito aos fatos gerados com base nos efeitos do
art. 29 da Lei 11.727/2008 (a partir de 1º.1.2009 - art. 41, VI, da Lei
11.727/2008), devem ser prestigiadas as alterações efetuadas no art. 15, §
1º, III, 'a', da Lei 9.249/1995, entre os quais: a exigência da constituição da
prestadora de serviços sob a forma de sociedade empresária (REsp
1.369.763/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma,
DJe 24/6/2013). Assim, conforme a novel legislação em vigor, somente
as sociedades organizadas sob a forma de sociedade empresária
estão abrangidas pela base minorada.
4. Hipótese em que o Tribunal de origem declarou ser a recorrente uma
sociedade simples, haja vista não ter comprovado estar inserida na
categoria das sociedades empresárias por força de superveniente alteração
do referido artigo pela Lei 11.727/2008.
5. Considerando a fundamentação adotada na origem, à luz do
contexto fático-probatório dos autos, o acórdão recorrido poderia ser
modificado somente mediante o reexame dos aspectos concretos da
causa, o que é vedado, no âmbito do Recurso Especial, pela Súmula 7
do STJ.
6. Recurso Especial não conhecido" (STJ, REsp 1.803.931/SC, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 01/07/2019).
Ante o exposto, com fundamento no art. 255, § 4º, II, do RISTJ, nego
MAM14
REsp 1865511 C542542155281122821845@ C584<140<5470032425902@
2020/0055534-7 Documento Página 7 de 8
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Signatário(a): MINISTRA Assusete Magalhães Assinado em: 12/03/2020 15:07:00
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Superior Tribunal de Justiça
provimento ao Recurso Especial.
Em atenção ao disposto no art. 85, § 11, do CPC/2015 e no Enunciado
Administrativo 7/STJ ("Somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a partir
de 18 de março de 2016 será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais
recursais, na forma do art. 85, § 11, do NCPC"), majoro os honorários advocatícios em
10% (dez por cento) sobre o valor já arbitrado, levando-se em consideração o trabalho
adicional imposto ao advogado da parte recorrida, em virtude da interposição deste
recurso, respeitados os limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º do art. 85 do CPC/2015.
I.
Brasília (DF), 09 de março de 2020.
MAM14
REsp 1865511 C542542155281122821845@ C584<140<5470032425902@
2020/0055534-7 Documento Página 8 de 8
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Signatário(a): MINISTRA Assusete Magalhães Assinado em: 12/03/2020 15:07:00
Publicação no DJe/STJ nº 2868 de 13/03/2020. Código de Controle do Documento: 54F6CFCF-586B-44AC-A1F3-6A08F6B8B119
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Tribunal Regional Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
08/04/2022
Número: 1040216-39.2019.4.01.3400
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: 7ª Turma
Órgão julgador: Gab. 21 - DESEMBARGADORA FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS
Última distribuição : 02/02/2022
Valor da causa: R$ 70.000,00
Processo referência: 1040216-39.2019.4.01.3400
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Base de Cálculo, Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (APELANTE)
ORAL UNIC CAMPO GRANDE CLINICA ODONTOLOGICA EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
LTDA (APELADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
20387 08/04/2022 06:57 Acórdão Acórdão
1571
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JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
VOTO - VENCEDOR
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atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; (...)§2º No
caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade”Da
leitura do dispositivo, verifica-se que, excepcionalmente, foram excluídos da regra de índice geral
os serviços hospitalares, sobre os quais o IRPJ e a CSLL são calculados em percentuais
reduzidos. Posteriormente, a Lei n. 11.727/2008 trouxe nova redação ao artigo transcrito acima,
com vigência a partir de 01/01/2009. Vejamos:“Art. 15. (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia,
medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja
organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – Anvisa;” A autora comprovou exercer atividades de clínica odontológica
adequados à prestação de serviços de natureza hospitalar, não se restringindo a consultas
médicas, como pode-se observar no Alvará de Localização e Funcionamento Provisório e notas
fiscais relativas a cirurgias bucomaxilofaciais, implantodentia, exodontia, periodontia e colocação
de próteses em seus pacientes nas suas próprias instalações.Restou, ainda, demonstrado,
através do contrato de constituição societária, a forma de sociedade empresa (doc 185945076) e
alvará de licença sanitária nº 41887 (doc. 185945081).Para gozar do benefício da redução da
alíquota, a legislação exige da empresa a prestação de serviços hospitalares e que seja
obrigatoriamente constituída sob a forma de sociedade empresária. Dessa forma, entende este
TRF1:TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. IRPJ E CSLL. ALÍQUOTAS
REDUZIDAS. PRESTADORA DE "SERVIÇOS HOSPITALARES" (EXCLUSÃO DAS
CONSULTAS MÉDICAS) SOB A FORMA DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA. 1. O Superior Tribunal
de Justiça decidiu que o recolhimento do IRPJ e da CSLL com alíquotas reduzidas de 8% e 12%,
respectivamente, após a edição da Lei 11.727/2008, que alterou o art. 15, § 2º, da Lei
9.249/1995, exige da empresa a prestação de serviços hospitalares e seja obrigatoriamente
constituída sob a forma de sociedade empresária (REsp repetitivo 1.116.399-BA, r. Ministro
Benedito Gonçalves, 1ª Seção em 28.10.2009; AgRg no REsp 1.538.506/SC, r. Ministro
Humberto Martins, 2ª Turma em 15.09.2015). 2. A impetrante comprovou que preenche esses
requisitos, caso em que tem direito subjetivo às alíquotas reduzidas, excluídas as consultas
médicas. 3. Apelação da União desprovida. Remessa necessária parcialmente provida.(AMS
0037018-89.2011.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA, TRF1 -
OITAVA TURMA, PJe 25/10/2021 PAG.)PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL.
ALÍQUOTA REDUZIDA. LEI 9.245/95. REDAÇÃO DA LEI 11.727/2008. SERVIÇOS DE
NATUREZA HOSPITALAR. SOCIEDADE EMPRESÁRIA LIMITADA. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE ODONTOLOGIA. CIRURGIAS ODONTOLÓGICAS, IMPLANTES DENTÁRIOS E
RADIOGRAFIAS. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PROVIDA. APELAÇÃO DA UNIÃO E
REMESSA OFICIAL NÃO PROVIDAS. 1. O inciso III da letra "a" do art. 15 da Lei 9.249/95, com a
redação dada pela Lei 11.727/2008, assegurou que a base de cálculo do imposto de renda e da
contribuição social sobre o lucro líquido, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, para as atividades
de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia,
anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas. 2. A
Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao apreciar o REsp 951.251/PR (Rel. Ministro
Castro Meira, DJe 03.06.2009), à unanimidade , firmou o entendimento de que "o art. 15, § 1º, III,
"a", da Lei nº 9.249/95 explicitamente concede o benefício fiscal de forma objetiva, com foco nos
serviços que são prestados, e não no contribuinte que os executa." 3. A análise da documentação
acostada aos autos permite inferir que é apropriado o enquadramento dos serviços prestados
pela parte autora como "serviços hospitalares", assim entendidos aqueles realizados em prol da
saúde humana. 4. A colocação de implante dentário demanda a utilização de técnicas cirúrgicas
específicas e segue orientações previstas para a especialidade de Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial, a qual já foi enquadrada pelo Superior Tribunal de Justiça como "atividade
hospitalar". (REsp 799.854/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em
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25/04/2006, DJ 08/05/2006, p. 187). 5. Apelação da parte autora provida. Apelação da UNIÃO e
remessa oficial não providas. (AC 0002550-02.2011.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL
MARCOS AUGUSTO DE SOUSA, TRF1 - OITAVA TURMA, e-DJF1 27/03/2015 PAG
1180.)Portanto, a atividade empresarial exercida pela parte autora está inclusa no conceito de
“serviços hospitalares”, fazendo jus à incidência dos percentuais de 8% e 12% sobre a receita
bruta mensal, para fins de base de cálculo do imposto de renda e de contribuição social sobre o
lucro líquido, respectivamente.Ante o exposto, nego provimento à apelação da União. Mantenho a
condenação da apelante no pagamento de honorários advocatícios, fixados em 15% (dez por
cento) sobre o valor da condenação, com acréscimo de mais 1% de tal referencial (respeitado o
valor mínimo de R$1.000,00), a teor do §11 do art. 85 do CPC/2015.É o meu voto.Des(a). Fed.
GILDA SIGMARINGA SEIXASRelatora
DEMAIS VOTOS
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médicas. (AMS 0037018-89.2011.4.01.3400, TRF1 - OITAVA TURMA, PJe 25/10/2021
PAG.)5. Apelação da União não provida.ACÓRDÃODecide a Turma, por unanimidade, negar
provimento à apelação da União.Brasília/DF, na data da certificação digital.Des(a). Fed. GILDA
SIGMARINGA SEIXASRelatora
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Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300, 6º andar - Bairro: Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51)3213-3161 - Email:
gluciane@trf4.gov.br
RELATÓRIO
Ante o exposto, arrimado no art. 487, I, do CPC, julgo procedente o pedido inicial para:
Remessa necessária.
A União, em suas razões recursais, alega que a autora não preenche os requisitos
para enquadramento como entidade hospitalar, uma vez que não há internação do paciente.
Ainda, afirma que a autora somente a partir de 07/12/2016 foi constituída sob a forma de
sociedade empresária. Por fim, menciona que seja vedada a utilização dos valores pagos a maior
com contribuições previdenciárias, ressalvada a hipótese prevista no art. 26_A da Lei nº
11/457/2007.
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É o relatório.
VOTO
Remessa necessária
À luz do disposto no artigo 496, § 3º, inciso I, CPC, a sentença não se submete à
remessa necessária, tendo em vista que o valor atribuído à causa é inferior a mil salários
mínimos.
Prescrição
No caso dos autos, estão prescritas todas as parcelas anteriores aos 5 (cinco)
anos que antecedem a propositura da demanda.
A Lei nº 9.249/95, em seus artigos 15 e 20, estabelece que, para as empresas que
prestem serviços hospitalares, a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL será calculada com a aplicação dos
percentuais de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento) respectivamente, incidentes sobre a
receita bruta mensal.
A autora alega que tem como objeto social a prestação de serviços hospitalares,
pelo que teria direito ao recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição
Social Sobre o Lucro tendo como base de cálculo, respectivamente, os percentuais de 8% e
12% de sua receita bruta, nos termos do art. 15, § 1º, III, letra "a", e 20 da Lei nº 9.249/1995.
O artigo 15, § 1°, "a", da Lei n.° 9.249/1995 teve sua redação alterada pela Lei n°
11.727/2008, in verbis:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
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destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às
normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa; (Redação dada pela Lei
nº 11.727, de 2008)
"(...) Com esta exegese, não está excluído por completo o aspecto referente aos custos
dos contribuintes, uma vez que, para que esses efetivamente prestem serviços
hospitalares, necessitam possuir um suporte material e humano específico - instrumentos
necessários à elaboração de diagnósticos e intervenções cirúrgicas, bem como
profissionais especializados para sua utilização, sendo tal aparato diverso e mais
oneroso do que aquele relacionado com a simples prestação de consultas médicas.
(STJ, REsp nº 951.251/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 1ª Seção, julgado em 22-09-
2009, DJ 02-06-2009)
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Tal resolução extrapola o limite estabelecido pela norma tributária, a qual permite
interpretações mais benéficas para o contribuinte, pois se encontram dissociados do objetivo
que norteou todo o processo legislativo que era exatamente desonerar, no âmbito tributário, o
prestador de serviços de saúde nos casos em que se exige qualificação dos trabalhadores,
espaço físico adequado e materiais e equipamentos de alto custo, visando, evidentemente, ao
barateamento do serviço, com o consequente aumento do acesso da população a tais serviços."
Assim, após a edição de tal lei, somente as sociedades organizadas sob a forma de
sociedade empresária estão abrangidas pela base minorada.
De acordo com o Contrato Social, trazido com a inicial da ação, vê-se que seu
objeto social é ".... atividade odontológica, serviços de procedimento cirúrgico de colocação
de pino de titânio para implante dentário, cirugias buco maxilofaciais, periodontia,
endodontia, prótese dentária, ortodontia, instalação de lente de de contato dental
dentística", atividade que se insere no conceito de serviços hospitalares, excluídas as consultas
médicas, conforme entendimento aqui esposado.
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objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto
a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado
(assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos
emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não
poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a
exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes)
para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de
internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra
irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares".
Restituição/ Compensação
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médicas, sobre a receita auferida na atividade específica de prestação de serviços de tratamento,
nos termos do art. 15, § 1º, III, alínea 'a', da Lei n.º 9.249/1995, mas, somente a partir de
13/10/2016, momento que se constitui como sociedade empresária.
A compensação dos valores recolhidos a maior deverá ocorrer (a) após o trânsito
em julgado da decisão, (b) por iniciativa do contribuinte, (c) entre quaisquer tributos
administrados pela Secretaria da Receita Federal, e (d) mediante entrega de declaração
contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o
crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação, nos termos do
disposto no art. 74 da Lei nº 9.430/1996 e alterações posteriores.
Dispositivo
Ante o exposto, voto por não conhecer da remessa oficial e negar provimento à
apelação.
Documento eletrônico assinado por ANDREI PITTEN VELLOSO, Juiz Federal Convocado, na forma do artigo 1º, inciso
III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 40000766932v11 e do código CRC 8205cc44.
https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=94be8f6141f18e0aafb258c2d92726d1 6/6
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JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária de Santa Catarina
1ª Vara Federal de Blumenau
Rua 7 de Setembro, 1574, 4º andar Bairro: Centro CEP: 89010202 Fone: (47)32316800 www.jfsc.jus.br Email:
scblu01@jfsc.jus.br
PROCEDIMENTO COMUM Nº 501259517.2017.4.04.7205/SC
AUTOR: ORAL UNIC BLUMENAU LTDA ME
ADVOGADO: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA
RÉU: UNIÃO FAZENDA NACIONAL
SENTENÇA
Relatório
Pretendese, sem pedido de tutela, "seja a presente ação julgada totalmente
procedente, para que a autora, no que tange aos procedimentos de implantodontia, cirurgia
bucomaxilofaciais, periodontia, endodontia, prótese dentária, ortodontia, instalação de lente
de contato dental e dentística, exceto simples consultas, recolha o IRPJ e a CSLL pelas bases
de cálculo de 8% e 12%, respectivamente, nos termos do art. 15, III, letra “a”, in fine, art. 20,
primeira parte, ambos da Lei 9.249/95, restituindose os valores recolhidos a tal título,
respeito o período não prescrito, tudo à luz das razões de fato e de direito estampadas na
exordial.
Contestando, a União (Fazenda Nacional) disse, em suma, "que a autora não
exerce atividades passíveis de serem enquadradas na expressão “serviços hospitalares” e,
assim, não pode ser abrangida pelo tratamento mais benéfico previsto para este tipo de
atividade escolhida pelo legislador", à vista dos fundamentos fáticos e jurídicos expendidos.
Com réplica.
Diligência efetuada.
Sem dilação probatória, os autos foram anotados para sentença.
Fundamentação
A tributação favorecida no que toca ao IRPJ e à CSLL incidentes sobre receitas
de prestação de serviços hospitalares justificase pelo custo diferenciado de tais atividades,
dada sua complexidade e necessidade de alto investimento tecnológico e de pessoal.
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hospitalares, concluindo que o critério para auferir o benefício de redução de alíquota
dependeria da estrutura física da empresa prestadora de serviços, que deveria ser equiparável
a estrutura de hospitais, inclusive com possibilidade de internação de pacientes.
Esta interpretação restritiva da norma foi afastada pela 1ª Seção do STJ, a partir
do julgamento do REsp n. 951.251/PR (DJe 03/06/2009), de Relatoria do Ilustre Ministro
Castro Meira, que firmou entendimento sobre a abrangência da expressão "serviços
hospitalares", de que trata o art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, de modo que
abrangessem aquelas atividades voltadas à promoção da saúde e que tivessem custo
diferenciado das simples consultas médicas, independentemente de serem desenvolvidas
dentro de instalações hospitalares ou de possuírem capacidade de internação de pacientes.
Esse entendimento foi reafirmado em sede de recurso especial representativo da
controvérsia, nos seguintes termos:
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente
Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins
do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares",
constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma
objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a
lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado
(assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos
emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não
poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo
da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção
do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar
tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento
as disposições constantes em atos regulamentares".
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estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se
identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos".
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se
aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de
alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte
genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da
atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos
termos do § 2º do artigo 15 da Lei9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida
presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da
saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares
ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o
novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos
percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de
CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços
médicos laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido
ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido. (REsp 1.116.399/BA, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, 1ª Seção, DJe 24/02/2010). (Destaquei).
Inferese, pois, da decisão do STJ em referência, que devem ser considerados
serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais,
voltados diretamente à promoção da saúde", de maneira que, "em regra, mas não
necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as
simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito
hospitalar, mas nos consultórios médicos".
Com efeito, no exame do caso concreto, da análise do contrato social juntado
aos autos (Evento 1, CONTRSOCIAL3, Página 1) verificase que a sociedade tem por objeto:
E, as notas fiscais acostadas (Evento 1, NFISCAL4, Página 15 e Evento 45
NFISCAL2), demonstram a realização de atividades em conformidade com o objeto social da
demandante e tipicamente hospitalares, tais como, procedimentos cirúrgicos.
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Nesse sentido:
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Merece procedência, portanto, o pedido inicial.
Dispositivo
Ante o exposto, arrimado no art. 487, I, do CPC, julgo procedente o pedido
inicial para:
a) declarar o direito da autora de recolher, no que tange aos procedimentos de
implantodontia, cirurgia bucomaxilofaciais, periodontia, endodontia, prótese dentária,
ortodontia, instalação de lente de contato dental e dentística, exceto as consultas médicas, o
IRPJ e a CSLL pelas bases de cálculo de 8% e 12%, respectivamente, nos termos do art. 15,
III, letra “a”, in fine, e art. 20, primeira parte, ambos da Lei 9.249/95;
Remessa necessária.
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Publicada e registrada eletronicamente, intimemse.
Apresentada (s) apelação (ões), intime (s) o (s) apelado (s) para apresentar
contrarrazões, em 15 dias. Não suscitada (s) questão(õe)s referida (s) no § 1º do art. 1.009 do
CPC, subam. Suscitada (s), intime(m)se o (s) recorrentes (s) para, em 15 dias, manifestarse
a respeito delas (§ 2º, art. 1.009, CPC), após, remetamse os autos à Superior Instância.
Documento eletrônico assinado por LEANDRO PAULO CYPRIANI, Juiz Federal Substituto, na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A
conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 720003453145v7 e do
código CRC 611ff12d.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): LEANDRO PAULO CYPRIANI
Data e Hora: 9/5/2018, às 16:2:29
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2ª Vara Federal de Chapecó
Rua Florianópolis, 901, D - Bairro: Jardim Itália - CEP: 89814-200 - Fone: (49)3361-1300 - www.jfsc.jus.br - Email:
sccha02@jfsc.jus.br
SENTENÇA
1. Relatório
Trata-se de lide proposta por ORAL UNIC CHAPECÓ LTDA - EPP em face
da UNIÃO - FAZENDA NACIONAL, na qual pleiteia a aplicação da alíquota reduzida
sobre a base de cálculo do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) sobre a prestação dos serviços
hospitalares e a consequente devolução dos valores pagos a maior, a partir do quinquênio que
antecedeu o ajuizamento da ação.
Recolheu custas.
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2ª Vara Federal de Chapecó
Após emenda, o juízo ordenou a citação da ré.
É o relatório.
Decido.
2. Fundamentação
I - moratória;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
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Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
conseqüentes.
"(...)
Do exame do referido precedente, conclui-se que, para fins do pagamento dos tributos com as
alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inc. III,
da Lei 9.249/1995, deve ser interpretada de forma objetiva (sob a perspectiva da atividade
realizada pelo contribuinte), porquanto a lei não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência
à saúde).
Para fins de redução da alíquota, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que
se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da
saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do
estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se
identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos".
Ficou decidido, finalmente, que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/2008 não se
aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de
alíquota prevista na Lei 9.249/1995 não se refere a toda a receita bruta da empresa
contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente
unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal desenvolvida pelo contribuinte,
nos exatos termos do art. 15, § 2º, da Lei 9.249/1995.
(...)
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atender às normas da ANVISA. Esse é o balizamento observado pela União (Fazenda
Nacional).
Quanto à inserção da parte autora nesse figurino legal, ou seja, à prova relativa à observância
dos requisitos em referência, trata-se de ônus essencialmente autoral, eis que se refere a fato
constitutivo do direito pleiteado.
(...)
Somado a este contexto, importa ser reconhecido que a autora comprovou ser
sociedade empresária devidamente registrada na Junta Comercial (evento 1 -
CONTRSOCIAL3), sendo praticante das seguintes atividades:
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hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de
forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto
a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência
à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da
Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que
os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de
manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a
conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo
diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições
constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares
"aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à
promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no
interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade
que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4.
Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas
decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na
Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente
considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade
específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º
do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a
empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente
ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em
ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo
pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão
(incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por
cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação
de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de
controvérsia, submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso
especial não provido." (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) 2. Os serviços odontológicos
relacionados à radiologia, cirurgia, e cirurgia de implantes exigem estrutura diferenciada,
do que há perfeito enquadramento do caso concreto ao paradigma julgado pelo Superior
Tribunal de Justiça. 3. Negado provimento ao recurso da União. ( 5008854-
32.2018.4.04.7205, TERCEIRA TURMA RECURSAL DE SC, Relator ADAMASTOR
NICOLAU TURNES, julgado em 28/03/2019)
Por fim, a autora demonstra possuir alvará sanitário para o exercício de suas
atividades, do que decorre a conclusão pelo atendimento das normas da ANVISA (evento 1 -
ALVARA8 e ALVARA9).
3. Dispositivo
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2ª Vara Federal de Chapecó
Ante o exposto, decreto a suspensão da exigibilidade do crédito tributário
discutido nestes autos (art. 151, II do CTN) e JULGO PROCEDENTE os
pedidos formulado na ação, na forma prevista no art. 487, inciso I, do Código de Processo
Civil, para o fim de reconhecer o direito da parte autora de aplicação da alíquota reduzida
sobre a base de cálculo do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) sobre a prestação dos serviços
hospitalares e condeno a União - Fazenda Nacional a restituir os valores pagos a maior pela
parte autora a partir do quinquênio que antecedeu o ajuizamento da ação, corrigidos pela taxa
SELIC, até a data do efetivo pagamento, nos termos da fundamentação.
Intimem-se.
Documento eletrônico assinado por HELOISA MENEGOTTO POZENATO, Juíza Federal Substituta, na forma do
artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010.
A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 720005573769v8 e do
código CRC c1556a6d.
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4ª Vara Federal de Criciúma
Avenida Centenário, 1570 - Bairro: Santa Bárbara - CEP: 88804-001 - Fone: (48)3431-4270 - http://www.jfsc.jus.br - Email:
sccri04@jfsc.jus.br
SENTENÇA
I - Dispensado o relatório, nos termos do art. 38, caput, da Lei nº 9.099/95 c/c
art. 1º da Lei nº 10.259/01.
II - FUNDAMENTAÇÃO
MÉRITO
A empresa autora sustenta que fez a opção pelo regime de tributação com base no
lucro presumido, bem como que está efetuando o recolhimento dos valores devidos a título de
IRPJ e CSSL apurado sobre a base de cálculo no correspondente a 32% da receita bruta mensal.
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4ª Vara Federal de Criciúma
Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos
tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do
artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou
seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao
conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado
(assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos
emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não
poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a
exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes)
para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de
internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra
irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim,
devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades
desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que,
"em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento
hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica
com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4. Ressalva de
que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas
decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista
na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte
genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente
da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos
exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de
origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl.
389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário
específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se
assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel
entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais
de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL,
sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia,
submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial
não provido. 7. Recurso especial não provido. (STJ, REsp 1116399/BA, Rel. Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010).
Com base nesse entendimento, mesmo antes da Lei nº 11.727/08, a empresa que
exercia atividade diretamente ligada à promoção da saúde, em ambientes hospitalares ou
similares, não assemelhada a consultas médicas, já possuía direito ao benefício em discussão,
calculado sobre a receita decorrente da atividade específica.
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
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a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora
destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às
normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa;
(...).
Nesse contexto, não é legítimo exigir que a empresa comprove atender às normas
da ANVISA. Uma vez que está em exercício regular de sua atividade e detém o alvará de
funcionamento (evento 1, ALVARA19), há presunção relativa de que está adequada às regras da
vigilância sanitária. Caberia, desta forma, ao Fisco trazer elementos que indiquem o
descumprimento de tais regras.
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Mercantis (Junta Comercial) do Estado em que se encontram estabelecidas. 4. Não é
legítimo exigir que a empresa comprove atender às normas da ANVISA. Uma vez que
está em exercício regular de sua atividade e detém o Alvará de funcionamento, há
presunção relativa de que está adequada às regras da vigilância sanitária. Caberia,
desta forma, ao Fisco trazer elementos que indiquem o descumprimento de tais regras.
Precedentes desta Corte Regional. 5. No caso dos autos, a impetrante presta serviços
ligados à dermatologia, fazendo jus às alíquotas reduzidas de IRPJ e CSLL nos
percentuais respectivos de 8% e 12% sobre a receita bruta (excluídos os serviços de
consulta médica e atividades de cunho administrativo), nos termos dos arts. 15, § 1º, III,
'a', e 20, ambos da Lei n. 9.249/95. (TRF4 5032294-81.2018.4.04.7100, PRIMEIRA
TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado aos autos em 15/05/2019)
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E, as notas fiscais apresentadas (evento 47, NFISCAL 5 a 38), demonstram a
realização de atividades em conformidade com o objeto social da demandante e tipicamente
hospitalares, tais como, "procedimentos cirúrgicos de implantes", "ortodontia", "procedimento
de prótese" e "exodontia de siso incluso".
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HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA
DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA
SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543-C DO CPC.
(...) 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às
atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de
sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do
estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não
se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4.
Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às
demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de
alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa
contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente
unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo
contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que
o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos
laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda
maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares,
não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel
entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais
de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL,
sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia,
submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial
não provido." (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) 2. Os serviços odontológicos
relacionados à radiologia, cirurgia, e cirurgia de implantes exigem estrutura
diferenciada, do que há perfeito enquadramento do caso concreto ao paradigma julgado
pelo Superior Tribunal de Justiça. 3. Negado provimento ao recurso da União. (
5008854-32.2018.4.04.7205, TERCEIRA TURMA RECURSAL DE SC, Relator
ADAMASTOR NICOLAU TURNES, julgado em 28/03/2019)
III - DISPOSITIVO
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(a) reconhecer o direito da autora de apurar e recolher o IRPJ e a CSLL com base
no lucro presumido aplicando as alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta
auferida pelos procedimentos de implantodontia, cirurgia buco-maxilo-facial, periodontia,
endodontia, prótese dentária, ortodontia, instalação de lente de contato dental, com base no art.
15, caput, inciso III, alínea 'a', da Lei nº 9.249/95, dela excluídas as receitas oriundas de
consultas médicas, atividades de cunho administrativo e outros serviços;
Sem custas e honorários advocatícios (art. 55, caput, da Lei nº 9.099/95 c/c art.
1º da Lei nº 10.259/01).
Documento eletrônico assinado por PAULO VIEIRA AVELINE, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419,
de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do
documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o
preenchimento do código verificador 720005395004v21 e do código CRC 3b6f2c7f.
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=07c43db6d480b343521dc83eb8987523 7/7
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Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300, 6º andar - Bairro: Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51)3213-3161 - Email:
gluciane@trf4.gov.br
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 2ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por unanimidade, negar provimento à
apelação, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.
Documento eletrônico assinado por ANDREI PITTEN VELLOSO, Juiz Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei
11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 40000912800v7 e do código CRC 3b338c01.
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gluciane@trf4.gov.br
RELATÓRIO
Ante o exposto, julgo procedente o pedido para declarar o direito da parte autora apurar
e recolher a CSLL e o IRPJ nos percentuais respectivos de 12% e 8% sobre a receita
bruta decorrente da prestação de serviços odontológicos (excluídas as atividades
administrativas e consultas), consoante o art. 15, § 1º, III, “a”, e art. 20, ambos da Lei n.
9.249/95, bem como para condenar a União à restituição do indébito tributário e
declarar o direito da autora compensar, após o trânsito em julgado e em procedimento
administrativo perante a Receita Federal do Brasil, os valores recolhidos indevidamente
a esse título, acrescidos da Taxa SELIC, sem acúmulo com os juros de mora, nos termos
da fundamentação.
Com contrarrazões.
É o relatório.
VOTO
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A Lei nº 9.249/95, em seus artigos 15 e 20, estabelece que, para as empresas que
prestem serviços hospitalares, a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL será calculada com a aplicação dos
percentuais de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento) respectivamente, incidentes sobre a
receita bruta mensal.
A autora alega que tem como objeto social a prestação de serviços hospitalares,
pelo que teria direito ao recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição
Social Sobre o Lucro tendo como base de cálculo, respectivamente, os percentuais de 8% e
12% de sua receita, nos termos do art. 15, § 1º, III, letra "a", e 20 da Lei nº 9.249/1995.
O artigo 15, § 1°, "a", da Lei n.° 9.249/1995 teve sua redação alterada pela Lei n°
11.727/2008, in verbis:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
"(...) Com esta exegese, não está excluído por completo o aspecto referente aos custos
dos contribuintes, uma vez que, para que esses efetivamente prestem serviços
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 48
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hospitalares, necessitam possuir um suporte material e humano específico - instrumentos
necessários à elaboração de diagnósticos e intervenções cirúrgicas, bem como
profissionais especializados para sua utilização, sendo tal aparato diverso e mais
oneroso do que aquele relacionado com a simples prestação de consultas médicas.
(STJ, REsp nº 951.251/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 1ª Seção, julgado em 22-09-
2009, DJ 02-06-2009)
Cumpre ressaltar que a Resolução - RDC n° 50, de 21/02/2002, que dispõe sobre
o Regulamento Técnico para Planejamento, Programação, Elaboração e Avaliação de Projetos
Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, não tem aplicação no caso em tela, vez que
tais normas gerais de funcionamento de estabelecimentos de saúde não podem restringir a
norma legal.
Tal resolução extrapola o limite estabelecido pela norma tributária, a qual permite
interpretações mais benéficas para o contribuinte, pois se encontram dissociados do objetivo
que norteou todo o processo legislativo que era exatamente desonerar, no âmbito tributário, o
prestador de serviços de saúde nos casos em que se exige qualificação dos trabalhadores,
espaço físico adequado e materiais e equipamentos de alto custo, visando, evidentemente, ao
barateamento do serviço, com o consequente aumento do acesso da população a tais serviços."
Assim, após a edição de tal lei, somente as sociedades organizadas sob a forma de
sociedade empresária estão abrangidas pela base minorada.
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De acordo com o contrato social vê-se que seu objeto social é " ATIVIDADE
ODONTOLÓGICA, SERVIÇOS DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DE COLOCAÇÃO DE
PINO DE TITÃNIO PARA IMPLANTE DENTÁRIO (IMPLANTODONTIA), CIRURGIAS BUCO
MAXILO FACIAIS, PERIODONTIA, ENDODONTIA, PRÓTESE DENTÁRIA, ORTODONTIA,
INSTALAÇÃO DE LENTE DE CONTATO DENTAL (DENTÍSTICA) (CONTRSOCIAL3),
estando tais atividades inseridas no conceito de serviços hospitalares segundo entendimento
aqui esposado.
Foram juntadas aos autos notas fiscais, em que consta a prestação de serviços de
implantes, bem como Alvará Sanitário ( eventos 1 e 18).
Ocorre que, embora não seja explícita nesse sentido, a sentença já considerou tal
data, ao consignar que "a Lei restringiu a benesse às prestadoras organizadas sob a forma de
sociedade empresária e desde que atendessem às normas da ANVISA." e "a parte autora
organizou-se sob a forma de sociedade empresária registrada na Junta Comercial em
06/03/2017" (evento 1, CONTRSOCIAL3)".
Honorários e Custas
No caso dos autos reconheço que houve sucumbência recíproca, uma vez que a
demanda é procedente em parte. Ainda, a condenação é ilíquida, pois o valor a ser restituído
será estabelecido na fase de liquidação.
Dispositivo
Documento eletrônico assinado por ANDREI PITTEN VELLOSO, Juiz Relator, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei
11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 40000912708v26 e do código CRC 9ae69b5c.
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atendimento: das 13h às 18h
SENTENÇA
I – RELATÓRIO
Requer:
1. seja concedida a tutela de evidência, inaudita altera pars, nos termos do art. 311, II, e
Parágrafo único, do CPC, autorizando-se a autora a efetuar os depósitos judiciais dos
valores controversos incidentes sobre sua receita bruta, quais sejam, aquele que
excedem os valores apurados pelas bases de cálculo de 8% para o IRPJ e 12% para a
CSSL, suspendendo-se a exigibilidade em relação a tais valores, nos termos do art. 151,
II, do CTN, podendo tal medida, se entender Vossa Excelência, ser concedida a título de
tutela de urgência, cautelar ou antecipada; [...]
3. ao final, seja a presente ação julgada totalmente procedente, para que a autora, no
que tange aos procedimentos de implantodontia, cirurgia buco-maxilo-faciais,
periodontia, endodontia, prótese dentária, ortodontia, instalação de lente de contato
dental e dentística, exceto simples consultas, recolha o IRPJ e a CSSL pelas bases de
cálculo de 8% e 12%, respectivamente, nos termos do art. 15, III, letra “a”, in fine, e art.
20, primeira parte, ambos da Lei 9.249/95, pois preenchidos os requisitos legais,
sobretudo pela equiparação das atividades sobreditas a serviços hospitalares, haja vista
serem realizadas de forma diferenciada para promoção da saúde de seus pacientes;
4. caso concedido o pedido do item 1, supra, seja autorizado o levantamento pela autora
de todo numerário depositado nos autos; ou, se improcedente a ação, que o
levantamento seja feito pela ré, extinguindo-se qualquer obrigação quanto a tal;
Junta documentos.
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Relatado, decido.
II - FUNDAMENTAÇÃO
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei n. 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: [...]
[...]
Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas
pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a
34 da Lei n. 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de
escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma
definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as
pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art.
15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento.
Neste sentido:
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Por conta da Lei n. 11.727, de 23 de junho de 2008, a redação dada à alínea “a” do
inciso III do art. 15 da Lei n. 9.249/95 foi modificada. Houve especificação acerca dos serviços
excetuados do percentual de 32% para apuração da base de cálculo do IR e CSLL:
Logo, para ter direito ao benefício postulado quanto aos fatos geradores
ocorridos a partir de 01/01/2009, o contribuinte deve comprovar os requisitos introduzidos
pela Lei n. 11.727/2008.
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Dessa forma, a parte autora tem direito de recolher o CSLL e o IRPJ nos
percentuais de, respectivamente, 12% e 8% sobre a receita bruta auferida pela atividade
específica de prestação de serviços médicos (excluídas as atividades administrativas e
consultas), nos termos do art. 15, § 1º, III, “a”, § 2º c/c art. 20, ambos da Lei n. 9.249/95, com a
restituição dos valores indevidamente recolhidos, respeitada a prescrição qüinqüenal,
corrigidos desde a data do pagamento indevido até a efetiva devolução mediante utilização da
taxa SELIC, que já engloba juros e correção monetária.
Compensação de tributos:
Posteriormente, foi editada a Lei n. 10.637/2002 que deu nova redação ao art. 74
da Lei n. 9.430/96 e autorizou, para os tributos administrados pela Secretaria da Receita
Federal, a compensação de iniciativa do contribuinte, mediante entrega de declaração contendo
as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito
tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação:
Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em
julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita
Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação
de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por
aquele Órgão. (Redação dada pela Lei n. 10.637, de 30.12.2002)
§ 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito
passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e
aos respectivos débitos compensados. (Incluído pela Lei n. 10.637, de 30.12.2002)
Art. 2º Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da Receita
Federal, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar
e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e
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Assim, nas ações ajuizadas até 08/06/2005 ainda incide a regra dos cinco mais
cinco para a restituição/compensação de tributo sujeito ao lançamento por homologação (art.
150, § 4º c/c o art. 168, I, do CTN), ou seja, de dez anos a contar do pagamento indevido.
Na hipótese dos autos, contudo, a presente ação foi proposta após a vigência da
Lei Complementar n. 118/2005, de modo que estão prescritos os recolhidos indevidos
efetuados anteriormente aos cinco anos que antecederam o ajuizamento desta ação.
Selic:
Neste sentido:
III - DISPOSITIVO
Ante o exposto, julgo procedente o pedido para declarar o direito da parte autora
apurar e recolher a CSLL e o IRPJ nos percentuais respectivos de 12% e 8% sobre a receita
bruta decorrente da prestação de serviços odontológicos (excluídas as atividades
administrativas e consultas), consoante o art. 15, § 1º, III, “a”, e art. 20, ambos da Lei n.
9.249/95, bem como para condenar a União à restituição do indébito tributário e declarar o
direito da autora compensar, após o trânsito em julgado e em procedimento administrativo
perante a Receita Federal do Brasil, os valores recolhidos indevidamente a esse título,
acrescidos da Taxa SELIC, sem acúmulo com os juros de mora, nos termos da fundamentação.
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P. R. I.
Documento eletrônico assinado por GUSTAVO DIAS DE BARCELLOS, Juiz Federal Substituto, na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência
da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 720003446790v2 e do código CRC d95301dc.
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=e81f295b2eb54a8840b69927ae95016f
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Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária de Santa Catarina
3ª Vara Federal de Florianópolis
Rua Paschoal Apóstolo Pitsica, 4810, 3º andar - Bairro: Agronômica - CEP: 88025-255 - Fone: (48)3251-2995 -
http://www.jfsc.jus.br/ - Email: scflp03@jfsc.jus.br
SENTENÇA
Oral Unic Ltda. ME ingressou em juízo contra a União - Fazenda Nacional, com o
intuito de obter provimento jurisdicional que reconheça o enquadramento das atividades que
exerce como "serviços hospitalares", para fins de redução das alíquotas de recolhimento do
Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL).
Intimada para adequar o valor atribuído à causa (evento 5), a autora requereu a
emenda da petição inicial e efetuou o recolhimento das custas e despesas complementares
(eventos 8 e 9).
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Ato contínuo, a União novamente manifestou-se nos autos, para informar que a
autora vem incorretamente efetuando depósitos judiciais, uma vez que, além de depositar os
valores controvertidos, está depositando a parcela incontroversa do tributo devido (evento 28).
Ainda que a União sustente que a causa poderia ter sido resolvida no âmbito
administrativo, sem a necessidade de movimentação do aparelho judiciário, havendo, portanto,
reconhecido o pedido inicial, esclarece-se que inexiste norma que condicione a pretensão da
autora ao prévio requerimento administrativo.
O art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, aliás, ao estabelecer que a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito, e o art. 19, I, do Código
de Processo Civil, segundo o qual o interesse do autor pode limitar-se à declaração da
inexistência de uma relação jurídica, asseguram à autora o direito de pleitear provimento
jurisdicional que reconheça o enquadramento das atividades que exerce como serviços
hospitalares, para fins de redução das alíquotas de recolhimento do Imposto sobre a Renda de
Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
- Mérito.
III - homologar:
5009936-50.2017.4.04.7200 720003324192 .V8
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=dbee0f4aa53a136823275daa6385fc2a
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Ainda sobre o tema, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery
(in Código de Processo Civil Comentado, 10ª ed., RT: São Paulo, p. 516) lecionam:
Para que não surjam dúvidas no momento da liquidação desta decisão, porém,
esclarece-se que a autora somente faz jus às alíquotas reduzidas de IRPJ e de CSLL em relação
aos procedimentos de implantodontia, cirurgia buco-maxilo-faciais, periodontia, endodontia,
prótese dentária, ortodontia, instalação de lente de contato dental e dentística, uma vez que a
expressão "serviços hospitalares" não abrange a realização de simples consultas.
Registra-se, por fim, que a simples exigência de alvará sanitário, nos termos do
art. 15, III, "a", da Lei n. 9.249/1995, sobretudo por tratar-se de clínica odontológica, não é
exigência que desrespeita o princípio da razoabilidade.
- Atualização monetária
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I - O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte
em que disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é
inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais
devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera
seu crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º,
caput); quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação
dos juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é
constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº
9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/09; [...] (grifei)
- Honorários advocatícios.
Entretanto, incide no caso sob exame o disposto no art. 19, § 1º, da Lei n.
10.522/2002, que excepciona a condenação da Fazenda Nacional em honorários advocatícios
nas hipóteses em que houver reconhecimento da procedência do pedido:
[...]
§ 1º Nas matérias de que trata este artigo, o Procurador da Fazenda Nacional que
atuar no feito deverá, expressamente:
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esclarecer que o reconhecimento manifestado naquelas hipóteses não está excluído da regra
geral, autorizando a ausência de condenação em honorários advocatícios também nesses casos.
A autora, com fundamento no art. 151, II, do Código Tributário Nacional, efetuou
depósitos para o fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário.
Em face do que foi dito, como fundamento no art. 487, III, "a", do Código de
Processo Civil, homologo o reconhecimento da procedência do pedido para assegurar à
autora, exclusivamente no que diz respeito às atividades que exerce como serviços hospitalares,
excluídas as consultas e atividades de cunho administrativo, a redução das alíquotas de
recolhimento do Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Documento eletrônico assinado por OSNI CARDOSO FILHO, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419,
de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do
documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o
preenchimento do código verificador 720003324192v8 e do código CRC 7abe5960.
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 1ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por unanimidade, negar
provimento à apelação e à remessa necessária, nos termos do relatório, votos e notas de
julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 65
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
Documento eletrônico assinado por ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL, Juiz Federal Convocado, na forma do
artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010.
A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40001651168v4 e do
código CRC cd7de739.
https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=2a6d1249dd7291d6ad6a36… 2/2
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 66
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
RELATÓRIO
b) Reconhecer o direito da parte autora "ao indébito dos valores a maior, vencidos e
vincendos, respeitando-se o período imprescrito, com atualização monetária e mediante
compensação tributária", na forma requerida na inicial (evento 1).
Custas reembolsáveis.
P. R. I.
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Reabro o prazo para recurso, nos termos do artigo 1.026 do CPC (Art. 1.026. Os embargos de
declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de
recurso).
Em suas razões recursais (Evento 37), a União alega, em síntese, que, a parte
autora não comprovou a prestação de serviços hospitalares, uma vez que serviços
odontológicos não se enquadram naquele conceito. Defende que, em casos semelhantes, o
TRF4 vem entendendo que o benefício fiscal somente se aplica aos serviços odontológicos
que comprovadamente possuam custos diferenciados, tais como cirurgias buco-maxilo-
faciais, ortodontia, ortopedia facial e periodontia. Nesses termos, requer seja conhecido e
provido este recurso de apelação, reformando-se a sentença recorrida, a fim de que sejam
julgados improcedentes os pedidos formulados na petição inicial.
É o relatório.
VOTO
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação
do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o
disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...)
(...)
Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas
jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no
8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração
contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação
vigente, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que
exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual
corresponderá a trinta e dois por cento.
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ser entendido de forma objetiva, em função dos serviços que são prestados e não do prestador
do serviço ou em sua capacidade de promover internações de pacientes.
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termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços
médicos laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que
demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou
similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o
novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais
de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a
receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do
artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido.
(REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
28/10/2009, DJe 24/02/2010) (grifou-se)
Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão 'serviços
hospitalares', constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de
forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), devendo
ser considerados serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas
pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte que, 'em regra, mas não
necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as
simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito
hospitalar, mas nos consultórios médicos'.
Quanto ao segundo requisito, este Tribunal tem entendido que basta que a
empresa comprove estar em pleno funcionamento, a menos que haja nos autos qualquer
indicação de que não atende às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Nessa toada, cabe atentar, a lei revela-se bastante genérica e não estabelece,
especificamente, as quais normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o contribuinte
deve obedecer.
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Tal resolução extrapola o limite estabelecido pela norma tributária, a qual
permite interpretações mais benéficas para o contribuinte, pois se encontram dissociados do
objetivo que norteou todo o processo legislativo que era exatamente desonerar, no âmbito
tributário, o prestador de serviços de saúde nos casos em que se exige qualificação dos
trabalhadores, espaço físico adequado e materiais e equipamentos de alto custo, visando,
evidentemente, ao barateamento do serviço, com o consequente aumento do acesso da
população a tais serviços.
Do caso particular
Do exame dos autos, verifico que o magistrado de origem analisou com critério
e acerto as questões suscitadas, examinando corretamente o conjunto probatório e aplicando
os dispositivos legais pertinentes. Assim, transcrevo os fundamentos da sentença e adoto-os
como razões de decidir, in verbis:
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[...] devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às
atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde",
de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do
estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que
não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos",
bem como que “a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a
receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela
parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício
fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei
9.249/95." (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010).
No caso dos autos, revela a cláusula quarta de seu contrato social que sociedade autora tem
como objeto social "atividade ondontológica, serviço de procedimento cirúrgico de colocação
de pino de titânio para implante dentário (implantodontia), cirurgias bucomaxilofaciais,
periodontia, endodotia, prótese dentária, ortondontia, instalação de lente de contato dental,
dentística".
Não se trata, portanto, como se percebe, de "simples consultas médicas, atividade que não se
identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos", hipótese
excluída pelo STJ no precedente citado, mas de "serviços de natureza complexa, que importe
em custos diferenciados, não restrita as simples consultas odontológicas", na linha da
jurisprudência do TRF da 4ª Região, nos termos da ementa acima transcrita.
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Esta Corte vem reconhecendo que a prestação de
serviços odontológicos diferenciados, tais como realização de cirurgias para colocação de
próteses dentárias, inserem-se no conceito de serviços hospitalares, verbis:
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AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. IRPJ. CSLL. LEI 9.249/95.
CLÍNICA ODONTOLÓGICA. SERVIÇOS DE NATUREZA COMPLEXA COMPROVADOS. 1.
O Superior Tribunal de Justiça fixou tese no sentido de que para obtenção de redução nas
alíquotas de tributos, a expressão 'serviços hospitalares', constante do artigo 15, § 1º, inciso
III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva , isto é, deve ser realizada análise
da atividade do contribuinte. 2. No caso dos autos, deve ser reconhecido o direito da parte
agravante de apurar a base de cálculo do IRPJ e a CSLL utilizando-se das alíquotas reduzidas
apenas para as atividades consideradas como serviços hospitalares. 3. Agravo de instrumento
provido. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5014862-72.2019.4.04.0000, 2ª Turma,
Desembargador Federal SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS
AUTOS EM 10/09/2019)
Honorários advocatícios
Dispositivo
Documento eletrônico assinado por ALEXANDRE GONÇALVES LIPPEL, Juiz Federal Convocado, na forma do
artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010.
A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40001651167v10 e do
código CRC 9ace657e.
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Avenida Osvaldo Reis, 3385 - Bairro: Praia Brava - CEP: 88306-773 - Fone: (47)3341-5829 - www..jfsc.jus.br - Email:
scita02@jfsc.jus.br
SENTENÇA
Trata-se de ação de procedimento comum, por meio da qual busca a parte autora, clínica
odontológica, que seja reconhecido em seu favor o direito ao recolhimento de IRPJ e
CSLL, no regime do lucro presumido, nos moldes previstos nos arts. 15, § 1º, inciso III,
alínea “a” e 20, ambos da Lei n. 9.249/95, ou seja, tomando-se por base de cálculo os
percentuais de 8% e 12%, respectivamente, da receita bruta auferida, bem como a
restituição dos valores recolhidos a maior com base na regra geral (percentual de 32%
da receita bruta auferida).
(...)
Como cediço, a partir do que restou decidido pelo STJ, deve ser conferida interpretação
objetiva à expressão (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo
contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a
característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do
próprio serviço prestado (assistência à saúde).
Enfim, o entendimento firmado pelo STJ prevê expressamente que “(...) devem ser
considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas
pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra,
mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar,
excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as
prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos", bem como que “a
redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da
empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita
proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida
pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95." (REsp
1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
28/10/2009, DJe 24/02/2010) (Grifo nosso).
Ademais, a partir da edição da Lei n. 11.727/2008, que alterou o art. 15, § 1º, inciso III,
alínea “a” da Lei 9.249/95, também deverão ser objeto de comprovação pela parte
interessada que a empresa está organizada na forma de sociedade empresária e que
atende as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
5007192-24.2018.4.04.7208 720005097116 .V3
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=a2d36ce0da9916a61380a060caae2c41 1/5
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No presente caso concreto, observa-se que a autora comprovou estar organizada sob a
forma de sociedade empresária (Evento 1 - CONTRSOCIAL3), além de cumprir as
normas da ANVISA, nos termos do art. 33, § 3º da IN/RFB n. 1.700/2017, tendo
apresentado Alvará Sanitário Municipal (Evento 1 – OUT8).
(...)
(...)
2. A Primeira Seção, sob o regime do art. 543-C do CPC, entendeu no sentido de que,
"por serviços hospitalares compreendem-se aqueles que estão relacionados às atividades
desenvolvidas nos hospitais, ligados diretamente à promoção da saúde, podendo ser
prestados no interior do estabelecimento hospitalar, mas não havendo esta
obrigatoriedade. Devese, por certo, excluir do benefício simples prestações de serviços
realizadas por profissionais liberais consubstanciadas em consultas médicas, já que essa
atividade não se identifica com as atividades prestadas no âmbito hospitalar, mas, sim,
nos consultórios médicos." (REsp 951.251/PR, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção,
julgado em 22.4.2009, DJe 3.6.2009). (Grifo nosso)
(...)
(...)
Sendo assim, a pretensão da parte autora deve ser julgada improcedente, em tudo
quanto se refira à pretensão de equiparação de serviços odontológicos a serviços
hospitalares.
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 77
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àqueles desembolsados para viabilizar os demais serviços realizados pelas empresas que
atuam no ramo de saúde (mormente as simples consultas médicas e outras atividades
administrativas), circunstância que reduz o lucro na espécie.
A autora, na réplica do evento 19, sustenta que nos julgados citados pela requerida
em sua defesa, "a leitura atenta dos respectivos acórdãos revela que o pedido foi negado
não em razão de simplesmente se tratar de clínica odontológica, mas por não ter sido
comprovado que as atividades realizadas por aquelas clínicas, objetivamente analisadas,
pudessem ser consideradas como serviços hospitalares"
No presente caso, indissociável tal conclusão, pois do contrato social e dos demais
documentos juntados, emana objetivamente sua característica de prestadora de serviços
hospitalares, uma vez que claramente promove a saúde de seus pacientes.
É o relatório. DECIDO.
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n.º 951.251/PR, em 22.4.2009).
3. Esta Turma têm reconhecido o direito de clínicas odontológicas utilizarem-se da base
de cálculo reduzida de 8% e 12%, desde que reste comprovado nos autos que, de fato,
existe prestação de serviços de natureza complexa, que importe em custos diferenciados,
não restrita as simples consultas odontológicas.
4. Espécie em que não restou comprovada a prestação de serviços de natureza complexa
e com custos diferenciados, nada obstando que a impetrante venha a se utilizar da via
ordinária para tal fim.
5. Mantida a sentença que denegou a segurança. (TRF4, Apelação Cívil 5002019-
05.2016.4.04.7203, Rel. ROBERTO FERNANDES JÚNIOR, 2ª Turma, j. 07/02/2017).
No caso dos autos, revela a cláusula quarta de seu contrato social que sociedade
autora tem como objeto social "atividade ondontológica, serviço de procedimento cirúrgico
de colocação de pino de titânio para implante dentário (implantodontia), cirurgias
bucomaxilofaciais, periodontia, endodotia, prótese dentária, ortondontia, instalação de
lente de contato dental, dentística".
Custas reembolsáveis.
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 79
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P. R. I.
Documento eletrônico assinado por JURANDI BORGES PINHEIRO, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei
11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 720005097116v3 e do código CRC de114f1c.
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=a2d36ce0da9916a61380a060caae2c41 5/5
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 80
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1ª Vara Federal de Jaraguá do Sul
Travessa Ministro Luiz Gallotti, 60, (próximo ao Centro Vida - Rua Amazonas) - Bairro: centro - CEP: 89253-035 - Fone: (47)
3274-1046 - Email: scjar01@jfsc.jus.br
SENTENÇA
I - Relatório
Trata-se de ação ajuizada por Oral Unic Jaraguá do Sul Ltda. pelo
procedimento comum em face da União visando a que seja reconhecido seu direito de recolher
o IRPJ e a CSLL pelas bases de cálculo de 8% e 12%, respectivamente, nos termos do art. 15,
III, “a”, in fine, e art. 20, primeira parte, ambos da Lei n° 9.249/1995, no que tange aos
procedimentos de implantodontia, cirurgias bucomaxilofaciais, procedimentos/cirurgias em
periodontia, procedimentos/cirurgias em endodontia, procedimentos/cirurgias em prótese
dentária, procedimentos em ortodontia, instalação de lente de contato dental,
procedimentos em dentística, exceto simples consultas, e de compensar os valores recolhidos
a maior indevidamente.
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Vieram conclusos para sentença.
II - FUNDAMENTAÇÃO
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei n. 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: [...]
[...]
Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas
pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a
34 da Lei n. 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de
escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma
definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as
pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art.
15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento.
Neste sentido:
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consultas médicas e demais atividades administrativas. Assim, nos termos do precedente
representativo da controvérsia, a concessão do benefício independe da estrutura física
do local de prestação do serviço e se este possuiu, ou não, capacidade para internação
de pacientes (REsp 1.116.399/BA, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Seção, DJe
24/02/2010). 3. A Lei n. 11.727/2008 impôs alterações ao artigo 15, § 1º, III, ‘a’, da Lei
n. 9.249/1995, que passaram a viger a partir de 01-01-2009. Além do enquadramento da
atividade como de natureza hospitalar, outros dois requisitos passaram a ser exigidos, a
saber: i) estar constituída como sociedade empresária; ii) atender às normas da ANVISA.
Comprovado que a empresa atende aos requisitos legais, tem direito à redução inclusive
após ao advento da Lei n. 11.727/2008. 4. A parte autora faz jus à repetição do
indébito, observado o prazo prescricional, sendo-lhe facultado optar pela restituição via
precatório ou pela compensação. A compensação do indébito deve ser efetuada nos
termos e limites previstos no artigo 74 da Lei n. 9.430/96, com a redação dada pelo
artigo 49 da Lei n. 10.637/2002, observado o disposto no artigo 170-A do CTN.
Atualização monetária pela taxa SELIC, a contar do recolhimento indevido. (TRF4, AC
5007036-41.2010.404.7200, Primeira Turma, Relator p/ Acórdão Jorge Antonio
Maurique, D.E. 13/12/2012)
Por conta da Lei n. 11.727, de 23 de junho de 2008, a redação dada à alínea “a” do
inciso III do art. 15 da Lei n. 9.249/95 foi modificada. Houve especificação acerca dos serviços
excetuados do percentual de 32% para apuração da base de cálculo do IR e CSLL:
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Logo, para ter direito ao benefício postulado quanto aos fatos geradores
ocorridos a partir de 01/01/2009, o contribuinte deve comprovar os requisitos introduzidos
pela Lei n. 11.727/2008.
Dessa forma, a parte autora tem direito de recolher o CSLL e o IRPJ nos
percentuais de, respectivamente, 12% e 8% sobre a receita bruta auferida pela atividade
específica de prestação de serviços médicos (excluídas as atividades administrativas e
consultas), nos termos do art. 15, § 1º, III, “a”, § 2º c/c art. 20, ambos da Lei n. 9.249/95, com a
restituição dos valores indevidamente recolhidos, respeitada a prescrição qüinqüenal,
corrigidos desde a data do pagamento indevido até a efetiva devolução mediante utilização da
taxa SELIC, que já engloba juros e correção monetária.
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da estrutura física do local de prestação do serviço e se este possuiu, ou não,
capacidade para internação de pacientes (REsp 1.116.399/BA, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, 1ª Seção, DJe24/02/2010). 2. Os serviços odontológicos em geral,
em especial aqueles que envolvem a colocação de implantes e próteses dentárias,
como é o caso dos autos, por óbvio, demandam rotinas e procedimentos
tipicamente hospitalares, além de espaço físico adequado para intervenções
cirúrgicas e corpo técnico especializado. 3. A Lei nº 11.727/2008 impôs
alterações ao artigo 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/1995, que passaram a viger a
partir de 01-01-2009. Além do enquadramento da atividade como de natureza
hospitalar, outros dois requisitos passaram a ser exigidos, a saber: i) estar
constituída como sociedade empresária; ii) atender às normas da ANVISA. 4. As
sociedades empresárias devem ser registradas no Registro Público das empresas
Mercantis (Junta Comercial) do Estado em que se encontram estabelecidas. 5.
Não é legítimo exigir que a empresa comprove atender às normas da ANVISA.
Uma vez que está em exercício regular de sua atividade e detém o Alvará de
funcionamento, há presunção relativa de que está adequada às regras da vigilância
sanitária. Caberia, desta forma, ao Fisco trazer elementos que indiquem o
descumprimento de tais regras. Precedentes desta Corte Regional. (TRF4, AC
5012220-07.2017.4.04.7208, PRIMEIRA TURMA, Relator ROGER RAUPP
RIOS, juntado aos autos em 10/10/2018)
Compensação de tributos:
Posteriormente, foi editada a Lei n. 10.637/2002 que deu nova redação ao art. 74
da Lei n. 9.430/96 e autorizou, para os tributos administrados pela Secretaria da Receita
Federal, a compensação de iniciativa do contribuinte, mediante entrega de declaração contendo
as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito
tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação:
Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em
julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita
Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação
de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por
aquele Órgão. (Redação dada pela Lei n. 10.637, de 30.12.2002)
§ 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito
passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e
aos respectivos débitos compensados. (Incluído pela Lei n. 10.637, de 30.12.2002)
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§ 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito
tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei n.
10.637, de 30.12.2002)
Art. 2º Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da Receita
Federal, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar
e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e
recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único
do art. 11 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições instituídas a título
de substituição.
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No que tange ao prazo prescricional, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento,
na modalidade de repercussão geral, do Recurso Extraordinário n. 566.621, em 04/08/2011,
entendeu pela validade da aplicação do novo prazo prescricional de 5 anos às ações ajuizadas
após o decurso da vacatio legis de 120 dias da Lei Complementar n. 118/2005, ou seja, a partir
de 9 de junho de 2005.
Assim, nas ações ajuizadas até 08/06/2005 ainda incide a regra dos cinco mais
cinco para a restituição/compensação de tributo sujeito ao lançamento por homologação (art.
150, § 4º c/c o art. 168, I, do CTN), ou seja, de dez anos a contar do pagamento indevido.
Na hipótese dos autos, contudo, a presente ação foi proposta após a vigência da
Lei Complementar n. 118/2005, de modo que estão prescritos os recolhidos indevidos
efetuados anteriormente aos cinco anos que antecederam o ajuizamento desta ação.
Selic:
Neste sentido:
III - DISPOSITIVO
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receita bruta decorrente da prestação de serviços odontológicos (excluídas as atividades
administrativas e consultas), consoante o art. 15, § 1º, III, “a”, e art. 20, ambos da Lei n.
9.249/95, bem como para condenar a União à restituição do indébito tributário e declarar o
direito da autora compensar, após o trânsito em julgado e em procedimento administrativo
perante a Receita Federal do Brasil, os valores recolhidos indevidamente a esse título,
acrescidos da Taxa SELIC, sem acúmulo com os juros de mora, nos termos da fundamentação.
P. R. I.
Documento eletrônico assinado por JOSEANO MACIEL CORDEIRO, Juiz Federal Substituto, na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência
da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 720004223464v12 e do código CRC 2a884e56.
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=225a19b71c41f828ad23a5c93680aa49 8/8
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gluciane@trf4.gov.br
RELATÓRIO
Após o trânsito em julgado, os valores depositados nos autos (22 e 28) deverão ser
convertidos em renda da União, que deverá ser intimada para informar o código para a
conversão.
Intimem-se.
Com contrarrazões.
É o relatório.
VOTO
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A Lei nº 9.249/95, em seus artigos 15 e 20, estabelece que, para as empresas que
prestem serviços hospitalares, a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL será calculada com a aplicação dos
percentuais de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento) respectivamente, incidentes sobre a
receita bruta mensal.
A autora alega que tem como objeto social a prestação de serviços hospitalares,
pelo que teria direito ao recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição
Social Sobre o Lucro tendo como base de cálculo, respectivamente, os percentuais de 8% e
12% de sua receita, nos termos do art. 15, § 1º, III, letra "a", e 20 da Lei nº 9.249/1995.
O artigo 15, § 1°, "a", da Lei n.° 9.249/1995 teve sua redação alterada pela Lei n°
11.727/2008, in verbis:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
"(...) Com esta exegese, não está excluído por completo o aspecto referente aos custos
dos contribuintes, uma vez que, para que esses efetivamente prestem serviços
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 90
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hospitalares, necessitam possuir um suporte material e humano específico - instrumentos
necessários à elaboração de diagnósticos e intervenções cirúrgicas, bem como
profissionais especializados para sua utilização, sendo tal aparato diverso e mais
oneroso do que aquele relacionado com a simples prestação de consultas médicas.
(STJ, REsp nº 951.251/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 1ª Seção, julgado em 22-09-
2009, DJ 02-06-2009)
Cumpre ressaltar que a Resolução - RDC n° 50, de 21/02/2002, que dispõe sobre
o Regulamento Técnico para Planejamento, Programação, Elaboração e Avaliação de Projetos
Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, não tem aplicação no caso em tela, vez que
tais normas gerais de funcionamento de estabelecimentos de saúde não podem restringir a
norma legal.
Tal resolução extrapola o limite estabelecido pela norma tributária, a qual permite
interpretações mais benéficas para o contribuinte, pois se encontram dissociados do objetivo
que norteou todo o processo legislativo que era exatamente desonerar, no âmbito tributário, o
prestador de serviços de saúde nos casos em que se exige qualificação dos trabalhadores,
espaço físico adequado e materiais e equipamentos de alto custo, visando, evidentemente, ao
barateamento do serviço, com o consequente aumento do acesso da população a tais serviços."
Assim, após a edição de tal lei, somente as sociedades organizadas sob a forma de
sociedade empresária estão abrangidas pela base minorada.
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De acordo com o contrato social e alterações vê-se que seu objeto social é "
ATIVIDADE ODONTOLÓGICA, SERVIÇOS DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DE
COLOCAÇÃO DE PINO DE TITÃNIO PARA IMPLANTE DENTÁRIO (IMPLANTODONTIA),
CIRURGIAS BUCO MAXILO FACIAIS, PERIODONTIA, ENDODONTIA, PRÓTESE DENTÁRIA,
ORTODONTIA, INSTALAÇÃO DE LENTE DE CONTATO DENTAL (DENTÍSTICA),
RADIOLOGIA ONDONTOLÓGICA PANORÁMICA" (CONTRSOCIAL3 - evento 1).
Honorários e Custas
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 92
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Considerando o trabalho desenvolvido pelo advogado, o qual resultou na reforma
da sentença, majoro em 10% o montante dos honorários advocatícios acima fixados.
Dispositivo
Documento eletrônico assinado por ANDREI PITTEN VELLOSO, Juiz Federal Convocado, na forma do artigo 1º, inciso
III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 40000866400v25 e do código CRC 2cfc14ad.
https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=94be8f6141f18e0aafb258c2d92726d1 5/5
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Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300, 6º andar - Bairro: Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51)3213-3161 - Email:
gluciane@trf4.gov.br
RELATÓRIO
Após o trânsito em julgado, os valores depositados nos autos (22 e 28) deverão ser
convertidos em renda da União, que deverá ser intimada para informar o código para a
conversão.
Intimem-se.
Com contrarrazões.
É o relatório.
VOTO
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 94
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A Lei nº 9.249/95, em seus artigos 15 e 20, estabelece que, para as empresas que
prestem serviços hospitalares, a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL será calculada com a aplicação dos
percentuais de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento) respectivamente, incidentes sobre a
receita bruta mensal.
A autora alega que tem como objeto social a prestação de serviços hospitalares,
pelo que teria direito ao recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição
Social Sobre o Lucro tendo como base de cálculo, respectivamente, os percentuais de 8% e
12% de sua receita, nos termos do art. 15, § 1º, III, letra "a", e 20 da Lei nº 9.249/1995.
O artigo 15, § 1°, "a", da Lei n.° 9.249/1995 teve sua redação alterada pela Lei n°
11.727/2008, in verbis:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
"(...) Com esta exegese, não está excluído por completo o aspecto referente aos custos
dos contribuintes, uma vez que, para que esses efetivamente prestem serviços
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hospitalares, necessitam possuir um suporte material e humano específico - instrumentos
necessários à elaboração de diagnósticos e intervenções cirúrgicas, bem como
profissionais especializados para sua utilização, sendo tal aparato diverso e mais
oneroso do que aquele relacionado com a simples prestação de consultas médicas.
(STJ, REsp nº 951.251/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 1ª Seção, julgado em 22-09-
2009, DJ 02-06-2009)
Cumpre ressaltar que a Resolução - RDC n° 50, de 21/02/2002, que dispõe sobre
o Regulamento Técnico para Planejamento, Programação, Elaboração e Avaliação de Projetos
Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, não tem aplicação no caso em tela, vez que
tais normas gerais de funcionamento de estabelecimentos de saúde não podem restringir a
norma legal.
Tal resolução extrapola o limite estabelecido pela norma tributária, a qual permite
interpretações mais benéficas para o contribuinte, pois se encontram dissociados do objetivo
que norteou todo o processo legislativo que era exatamente desonerar, no âmbito tributário, o
prestador de serviços de saúde nos casos em que se exige qualificação dos trabalhadores,
espaço físico adequado e materiais e equipamentos de alto custo, visando, evidentemente, ao
barateamento do serviço, com o consequente aumento do acesso da população a tais serviços."
Assim, após a edição de tal lei, somente as sociedades organizadas sob a forma de
sociedade empresária estão abrangidas pela base minorada.
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De acordo com o contrato social e alterações vê-se que seu objeto social é "
ATIVIDADE ODONTOLÓGICA, SERVIÇOS DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DE
COLOCAÇÃO DE PINO DE TITÃNIO PARA IMPLANTE DENTÁRIO (IMPLANTODONTIA),
CIRURGIAS BUCO MAXILO FACIAIS, PERIODONTIA, ENDODONTIA, PRÓTESE DENTÁRIA,
ORTODONTIA, INSTALAÇÃO DE LENTE DE CONTATO DENTAL (DENTÍSTICA),
RADIOLOGIA ONDONTOLÓGICA PANORÁMICA" (CONTRSOCIAL3 - evento 1).
Honorários e Custas
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Considerando o trabalho desenvolvido pelo advogado, o qual resultou na reforma
da sentença, majoro em 10% o montante dos honorários advocatícios acima fixados.
Dispositivo
Documento eletrônico assinado por ANDREI PITTEN VELLOSO, Juiz Federal Convocado, na forma do artigo 1º, inciso
III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da
autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 40000866400v25 e do código CRC 2cfc14ad.
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1ª Vara Federal de Lages
Avenida Belizário Ramos, 3800, 3º andar - Bairro: Centro - CEP: 88502-100 - Fone: (49) 3221-5300 - Email: sclag01@jfsc.jus.br
SENTENÇA
I - RELATÓRIO
Trata-se de ação de procedimento comum proposta por Oral Unic Lages Ltda. em
face da União Federal, pretendendo ver assegurado o direito de apurar a base de cálculo do
imposto de renda sobre o lucro presumido no percentual de 8%, e da Contribuição Social Sobre
o Lucro Líquido - CSLL no percentual de 12%, ao argumento de que as atividades que exerce se
enquadram no conceito de serviços hospitalares. Postula, ainda, a condenação da União a
restituir-lhe os valores pagos a maior a título de IRPJ e CSLL, corrigidos pela SELIC,
observada a prescrição quinquenal.
É o relatório. Decido.
II - FUNDAMENTAÇÃO
- Prescrição
Não há parcelas prescritas, pois a empresa autora foi constituída no ano de 2017.
5000543-15.2019.4.04.7206 720004762044 .V13
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=0946f8f0bc95b8d42354ff9fb90bc558 1/6
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1ª Vara Federal de Lages
- Mérito
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hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo
qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão
(incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por
cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de
prestação de serviços médicos laboratoriais).
O contrato social da empresa autora estabelece o seu objeto social como sendo o
de "ATIVIDADE ODONTOLÓGICA, SERVIDOS DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
DECOLOCAÇÃO DE PINO DE TITÂNIO PARA IMPLANTE DENTÁRIO
(IMPLANTODONTIA), CIRURGIAS BUCO MAXILOFACIAIS, PERIODONTIA, PRÓTESE
DENTÁRIA, ORTODONTIA, INSTALAÇÃO DE LENTE DE CONTATO DENTAL
(DENTÍSTICA)" (ev. 1 - CONTRSOCIAL3).
Por sua vez, todas as notas fiscais que acompanham a inicial dizem respeito a
procedimentos cirúrgicos de implante/prótese (ev. 1 - NFISCAL4).
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
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Como se denota, a Lei n. 11.727/2008, embora tenha estendido a aplicação da
alíquota reduzida a outros prestadores de serviço ligados à saúde, impôs também restrições. A
partir da sua vigência, apenas as prestadoras de serviço organizadas sob a forma de sociedade
empresária e que atendam às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa
passaram a fazer jus à benesse.
Por outro lado, não há qualquer indicação nos autos de que a demandante não
atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Desta forma, a autora tem direito de recolher o IRPJ e a CSLL nos percentuais de
8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de
prestação de serviços hospitalares - procedimentos de implantodontia, cirurgias
bucomaxilofaciais, procedimentos/cirurgias em periodontia, procedimentos/cirurgias em
endodontia, procedimentos/cirurgias em prótese dentária, procedimentos em ortodontia,
instalação de lente de contato dental e procedimentos em dentística -, nestes não se inserindo
as consultas odontológicas e atividades de cunho administrativo e outros serviços, cujas
receitas deverão se submeter à alíquota de 32%.
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liberal, ainda que no interior do estabelecimento hospitalar. Por decorrência lógica,
também é certo que o benefício em tela não se aplica aos consultórios médicos situados
dentro dos hospitais que só prestem consultas médicas.
2. Para evitar eventuais dúvidas sobre o alcance do julgado, faz-se oportuno constar do
acórdão embargado que não é extensível o benefício aos consultórios médicos somente
pelo fato de estarem localizados dentro de um hospital, onde apenas sejam realizadas
consultas médicas que não envolvam qualquer outro procedimento médico.
- Direito ao ressarcimento
- Depósito judicial
III - DISPOSITIVO
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Ante o exposto, julgo procedente o pedido para declarar o direito da parte
autora de apurar e recolher a CSLL e o IRPJ nos percentuais respectivos de 12% e 8% sobre a
receita bruta decorrente da prestação de serviços odontológicos (excluídas as atividades
administrativas e consultas), consoante o art. 15, § 1º, III, “a”, e art. 20, ambos da Lei n.
9.249/95, bem como para condenar a União à restituição do indébito tributário e declarar o
direito da autora de compensar, após o trânsito em julgado e em procedimento administrativo
perante a Receita Federal do Brasil, os valores recolhidos indevidamente desde a sua
constituição (2017), acrescidos da Taxa SELIC, nos termos da fundamentação.
Remessa necessária dispensada (art. 19, § 2º, Lei n. 10.522/02 e art. 496, § 3º,
inc. I, CPC).
Documento eletrônico assinado por ANDERSON BARG, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19
de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do
documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o
preenchimento do código verificador 720004762044v13 e do código CRC 7ceaaf91.
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=0946f8f0bc95b8d42354ff9fb90bc558 6/6
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http://www.jfsc.jus.br/ - Email: scflp03@jfsc.jus.br
SENTENÇA
I - RELATÓRIO
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A União apresentou contestação, sustentando, em apertada síntese, a
inaplicabilidade do precedente formado no Recurso Especial n. 1.116.399/BA, eis que a
Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.
1.168.663/RS, entendeu que serviços odontológicos não podem ser enquadrados no conceito
de serviços hospitalares (evento 8).
É o relatório.
D e c i d o.
II - FUNDAMENTAÇÃO
-PRELIMINAR.
Rejeito a preliminar.
MÉRITO
À vista disso, destaca-se que, no regime tributário adotado pela autora (lucro
presumido), a base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoas Jurídicas, via de regra,
corresponde a 32% (trinta e dois por cento) de sua receita bruta, exceto no que diz respeito às
atividades de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica,
imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias
clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade
empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Quanto à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por outro lado, aplica-se
sobre a receita bruta, como regra geral, o percentual de 12% (doze por cento), exceto no que
tange ao setor de serviços, para o qual a alíquota aplicável é de 32% (trinta e dois por cento).
As atividades relacionadas à prestação de serviços hospitalares, porém, também são
excepcionadas, e a elas aplica-se o percentual de 12% (doze por cento).
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei
nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
[...]
III - trinta e dois por cento, para as atividades de:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora
destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às
normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; [...]
Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas
pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral a que se referem
os arts. 2º, 25 e 27 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá a 12%
(doze por cento) sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de
26 de dezembro de 1977, auferida no período, deduzida das devoluções, vendas
canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas
que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15, cujo percentual
corresponderá a 32% (trinta e dois por cento).
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Sob essa perspectiva, relacionam-se no contrato social da autora diversas
atividades relacionadas à odontologia (evento 1, CONTRSOCIAL3).
Por isso, em que pese a edição de normativos infralegais cada vez mais
restritivos por parte da Receita Federal do Brasil, a interpretação mais adequada a ser dada à
Lei n. 9.249/1995, é aquela originária do Superior Tribunal de Justiça, como corte de
uniformização da interpretação da leis federais (art. 105, inciso III, alínea "c", da Constituição
Federal).
Com relação à manifestação apresentada pela União, observo que não há, na
realidade, contradição entre os precedentes formados nos Recursos Especiais n.
1.116.399/BA e n. 1.168.663/RS.
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TRIBUTÁRIO. SERVIÇOS HOSPITALARES. IRPJ E CSLL. ALÍQUOTAS REDUZIDAS.
NATUREZA DO SERVIÇO PRESTADO. CRITÉRIO OBJETIVO. CONTRATO SOCIAL.
CLÍNICA ODONTOLÓGICA. IMPLANTES E PRÓTESES DENTÁRIAS. LEI Nº 11.727/2008.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA. NORMAS DA ANVISA. [...] 2. Os serviços odontológicos em
geral, em especial aqueles que envolvem a colocação de implantes e próteses dentárias, como
é o caso dos autos, por óbvio, demandam rotinas e procedimentos tipicamente hospitalares,
além de espaço físico adequado para intervenções cirúrgicas e corpo técnico especializado.
[...] (AC 5012220-07.2017.4.04.7208, Primeira Turma, Relator Des. Federal Roger Raupp
Rios, j. em 10/10/2018)
Para que não surjam dúvidas no momento da liquidação desta decisão, portanto,
esclarece-se que a autora somente faz jus às alíquotas reduzidas de IRPJ e de CSLL em
relação aos procedimentos cirúrgicos que realiza, uma vez que a expressão "serviços
hospitalares" não abrange a realização de simples consultas.
Por outro lado, as notas fiscais que contenham discriminações tais como
procedimentos cirúrgicos, procedimentos de diagnóstico e exames complementares, a
exemplo de outras semelhantes, devem ser consideradas referentes a serviços médico-
hospitalares. Ficam ressalvadas, neste caso, as notas fiscais que contenham qualquer alusão à
consulta médica, cujas receitas devem ser enquadradas como tal, salvo se houver distinção,
no documento fiscal, dos valores do serviço hospitalar e da consulta prestada.
Caso não tenham sido emitidos relatórios com os serviços faturados, porém,
devem ser todos eles considerados como simples consultas, pois planilhas elaboradas pela
própria contribuinte não permitem a checagem da veracidade das informações nelas
relacionadas.
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Em qualquer dos casos, destarte, indicações genéricas de "procedimento
odontológico" não podem ser admitidas como prova de que os respectivos serviços não
envolveram consultas médicas.
- Atualização monetária
I - O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que
disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é
inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais
devem ser aplicados os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu
crédito tributário, em respeito ao princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º,
caput); quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos
juros moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é constitucional,
permanecendo hígido, nesta extensão, o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 com a
redação dada pela Lei nº 11.960/09; [...] (grifei)
III - DISPOSITIVO
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Custas na forma da lei.
Documento eletrônico assinado por DIÓGENES TARCÍSIO MARCELINO TEIXEIRA, Juiz Federal Substituto, na
forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de
março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 720005582672v8 e do
código CRC ddf6bb2c.
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=6790264cc6f0f26c1a4c8b90b… 7/7
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1ª Vara Federal de Rio do Sul
Alameda Bela Aliança, 158 - Bairro: Jardim América - CEP: 89160-172 - Fone: (47) 3531-3200 - www.jfsc.jus.br -
Email: SCRSL01@JFSC.JUS.BR
SENTENÇA
RELATÓRIO
Oral Unic Odontologia Rio do Sul Ltda. ajuizou demanda em face da União
(Fazenda Nacional), por meio da qual pleiteou que, "no que tange aos procedimentos de
implantodontia, cirurgias bucomaxilofaciais, procedimentos/cirurgias em periodontia,
procedimentos/cirurgias em endodontia, procedimentos/cirurgias em prótese dentária,
procedimentos em ortodontia, instalação de lente de contato dental, procedimentos em
dentística, exceto simples consultas, recolha o IRPJ e a CSLL pelas bases de cálculo de 8% e
12%, respectivamente, nos termos do art. 15, III, letra “a”, in fine, e art. 20, primeira parte,
ambos da Lei n. 9.249/95, pois preenchidos os requisitos legais, sobretudo pela equiparação
das atividades sobreditas a serviços hospitalares, haja vista serem realizadas de forma
diferenciada para promoção das a saúde de seus pacientes;" (Evento 1, INIC1). Postulou
também a repetição do indébito (valores recolhidos a maior), vencidos e vincendos,
respeitado o prazo prescricional.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO
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1. Do enquadramento das atividades mencionadas na inicial como serviços
hospitalares
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação
do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o
disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deduzida das
devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, sem prejuízo do
disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
(Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência)
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
III - trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº
232, de 2004)
[...]
Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas pessoas
jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral a que se referem os arts. 2º, 25 e 27
da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá a 12% (doze por cento) sobre a
receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977,
auferida no período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que
se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a 32% (trinta e dois por
cento). (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência)
Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida pelas
pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral a que se referem os arts. 2º,
25 e 27 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá aos seguintes percentuais
aplicados sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, auferida no período, deduzida das devoluções, das vendas canceladas e
dos descontos incondicionais concedidos: (Redação dada pela Lei
Complementar nº 167, de 2019)
I - 32% (trinta e dois por cento) para a receita bruta decorrente das atividades previstas no
inciso III do § 1º do art. 15 desta Lei; (Incluído pela Lei Complementar nº 167,
de 2019)
II - 38,4% (trinta e oito inteiros e quatro décimos por cento) para a receita bruta decorrente
das atividades previstas no inciso IV do § 1º do art. 15 desta Lei; e (Incluído pela
Lei Complementar nº 167, de 2019)
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III - 12% (doze por cento) para as demais receitas brutas. (Incluído pela Lei
Complementar nº 167, de 2019)
Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão 'serviços
hospitalares', constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de
forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), devendo
ser considerados serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas
pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte que, 'em regra, mas não
necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as
simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito
hospitalar, mas nos consultórios médicos'. (Grifo não original)
Incide o Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido - CSSL com alíquotas reduzidas, na forma do art. 15, § 1º, III, da Lei 9.249/1995,
sobre a receita proveniente da prestação de 'serviços hospitalares' (não receita bruta total da
empresa), neles compreendidas as atividades de natureza hospitalar essenciais à população,
independente da existência de estrutura para internação, excluídas as consultas realizadas por
profissionais liberais em seus consultórios médicos. (Grifo não original)
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se restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles
estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e
assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251-PR, da relatoria
do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu
que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços
hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de
forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto
a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência
à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da
Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que
os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de
manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a
conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo
diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições
constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares
"aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à
promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no
interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade
que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4.
Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas
decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na
Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente
considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade
específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º
do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a
empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada
à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em
ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo
pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão
(incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por
cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação
de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de
controvérsia, submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso
especial não provido. (REsp n. 1116399/BA, Tema Repetitivo n. 217, julgado em 28/10/2009,
relator Min. Benedito Gonçalvez)
Assim, sobre a receita bruta obtida com a prestação de tais serviços devem
incidir os percentuais reduzidos (de 8% e 12%) para a apuração da base de cálculo do IRPJ e
da CSLL. Essa aferição tem caráter objetivo, já que não considera a estrutura organizacional
do contribuinte (se hospital ou clínica médica, por exemplo). Com isso, sobre receita bruta de
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um mesmo contribuinte podem incidir dois percentuais para a apuração da base de cálculo
dos aludidos tributos: 8% e 12% sobre os serviços hospitalares, e 32% sobre os serviços que
não se enquadram como tal.
Não há como saber, com base nos documentos apresenados no evento 19, se os
depósitos feitos pela demandante foram integrais (e esse não é nem mesmo o objeto da
demanda), avaliação que caberá à Secretaria da Receita Federal do Brasil em seu mister de
fiscalização, observado o prazo decadencial.
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A repetição de indébito deve-se dar por meio de requisição de pagamento no
âmbito desta demanda ou compensação, observados, neste último caso, os arts. 170 e 170-A
(vedação da compensação antes do trânsito em julgado) do Código Tributário Nacional e 74
da Lei n. 9.430/96.
DISPOSITIVO
A Fazenda é isenta das custas finais (Lei n. 9.289/1996, art. 4º, inciso I).
Sentença não sujeita a reexame necessário (artigo 496, §4º, II, do CPC).
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Apresentado recurso de apelação tempestivo, intime-se a parte recorrida para
apresentar contrarrazões, no prazo legal. Após, remetam-se os autos ao TRF da 4ª Região.
Documento eletrônico assinado por GIOVANA GUIMARÃES CORTEZ, Juíza Federal, na forma do artigo 1º, inciso
III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência
da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php,
mediante o preenchimento do código verificador 720005497452v64 e do código CRC 978074db.
https://eproc.jfsc.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=757711e6db18329b0c1c01f5… 7/7
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SENTENÇA
Vistos em inspeção.
1. RELATÓRIO.
A parte autora acima epigrafada, qualificada e representada nos autos, nesta ação ordinária,
objetiva, em face da UNIÃO FEDERAL, “no que tange aos procedimentos de implantodontia, cirurgia
buco-maxilo-faciais, periodontia, endodontia, prótese dentária, ortodontia, instalação de lente de contato
dental e dentística, exceto simples consultas, recolha o IRPJ e a CSLL pelas bases de cálculo de 8% e
12%, respectivamente, nos termos do art. 15, III, letra “a”, ‘in fine’, e art. 20, primeira parte, ambos da
Lei 9.249/95; seja autorizado o levantamento pela autora dos valores reconhecidamente indevidos e
depositados nos autos, devendo a ré levantar a cota-parte devida, ou se improcedente a ação, que o
levantamento integral seja feito pela ré, extinguindo-se qualquer obrigação quanto aos tributos aqui
discutidos; seja reconhecido o direito da autora ao indébito dos valores a maior, vencidos e vincendos,
respeito-se o período imprescrito, com atualização monetária e mediante compensação tributária”.
Alega que exerce a atividade de clínica odontológica, com especificidade em colocação cirúrgica
de implantes dentários, além de outros procedimentos e cirurgias, atividades diretamente ligadas à
promoção da saúde de seus pacientes, possui estrutura de primeiro mundo, diferenciada do padrão
conhecido de clínicas odontológicas, com salas exclusivas de avaliação, centro cirúrgico com cadeira
especial, opção de acompanhamento médico com sedação consciente para realização de cirurgias, sala de
pré-cirurgia, sala de pós-cirurgia, desfibrilador, monitoramento cardíaco, medição da oxigenação do
sangue, mediação de diabetes, laboratório de prótese, aparelho de radiologia panorâmica digital, sala
exclusiva de esterilização e sala exclusiva de expurgo.
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Aduz que está constituída sob a forma de sociedade empresária e está enquadrada no regime
tributário de lucro presumido, além de atender às normas da Anvisa.
Sustenta que suas atividades são equiparadas a serviços hospitalares e tem seu lucro presumido
calculado pela alíquota de 32% para cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e para a Contribuição
Social Sobre o Lucro, quando a alíquota deveria ser de 8% e 12% respectivamente, por atender os
requisitos estabelecidos pelo art. 15, III, “a”, primeira parte e art. 20, parte final, ambos da Lei n.
9.249/95.
Cita jurisprudência favorável à sua tese e defende que a natureza de serviço hospitalar deve ser
verificada objetivamente, sendo assim consideradas as atividades ligadas à promoção da saúde.
Determinada a retificação do polo passivo, a parte autora, intimada, apresentou emenda à inicial.
Recebida a emenda à inicial, a União, citada, apresentou contestação alegando, em síntese, além
da prescrição quinquenal, que a base de cálculo do imposto deverá ser apurada mediante a aplicação de
alíquota de 32% sobre a receita bruta mensal, por ser a alíquota reduzida aplicável somente a empresas de
serviços hospitalares, que se configuram pela internação de pessoas, conceito ao qual não se enquadram
as atividades realizadas pela parte autora. Sustenta que outras atividades ligadas à saúde não suportam os
ônus decorrentes da manutenção da atividade de internação perene de pacientes. Aduz que a expressão
serviços hospitalares deve ser aplicada somente às atividades típicas de hospital. Cita jurisprudência
desfavorável ao pleito da parte autora.
DECIDO.
2. FUNDAMENTAÇÃO.
Em primeiro lugar, anoto que o caso enseja o julgamento antecipado do mérito, nos termos do art.
355, I, do Código de Processo Civil, uma vez que desnecessária a produção de outras provas para o
julgamento do feito.
A parte autora objetiva na presente ação beneficiar-se da alíquota reduzida de 8% e 12% sobre a
receita bruta mensal para apuração da base de cálculo do imposto de renda pessoa jurídica e contribuição
social sobre o lucro líquido, benefício concedido aos contribuintes que preencham os requisitos do art. 15,
§ 1º, III, “a” e art. 20, caput, da Lei n. 9.249/95.
Em primeiro lugar, no tocante à alíquota aplicável sobre a receita bruta mensal para apuração da
base de cálculo para incidência da alíquota de imposto de renda, dispunha o art. 15 da Lei 9.249/95, em
sua redação anterior às alterações promovidas pela Lei n. 11.727/2008, vebis:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação
do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o
disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
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I - um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de
combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei;
b) intermediação de negócios;
§ 4º O percentual de que trata este artigo também será aplicado sobre a receita financeira da
pessoa jurídica que explore atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos,
incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de
imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, quando decorrente da comercialização de
imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato.
A Lei n. 11.727 de 2008 promoveu alterações no III, “a” do art. 15 da Lei n. 9.249/95, impondo
novos requisitos para que os contribuintes que exerçam atividades de serviços hospitalares fizessem jus ao
benefício de redução da alíquota aplicável sobre a receita bruta mensal para apuração da base de cálculo
para incidência da alíquota de imposto de renda, observem:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente,
observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977,
deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos,
sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de
1995. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014)
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
I - um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para consumo, de
combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
3 de 15 16/06/2018 02:01
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b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei;
b) intermediação de negócios;
Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas
pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral a que se referem os arts.
2º, 25 e 27 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá a 12% (doze por
cento) sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, auferida no período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos
descontos incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as
atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a
32% (trinta e dois por cento). (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014)
§ 2º O percentual de que trata o caput deste artigo também será aplicado sobre a receita
financeira de que trata o § 4o do art. 15 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
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Entende a União que os serviços hospitalares configuram-se pela internação de pessoas, razão
pela qual concluiu no sentido de que a parte autora não faz jus à aplicação da alíquota reduzida.
Para melhor compreensão da questão, transcrevo os fundamentos do voto proferido pelo relator,
Ministro BENEDITO GONÇALVES:
(...)
Quanto ao mais, nos termos relatados, a controvérsia dos autos reside na discussão a
respeito da forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429/95,
para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL, preconizada pelo artigo 15, §
1º, inciso III, alínea "a", com redação anterior à vigência da Lei 11.727/2008, combinado com o
artigo 20 da mesma lei.
5 de 15 16/06/2018 02:01
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A respeito do tema, esta Corte havia firmado entendimento no sentido de que apenas
poderiam ser considerados como prestadores de serviços de natureza hospitalar, para fins de
recolhimento do IRPJ e da CSLL com alíquota reduzida, aqueles estabelecimentos que
exercessem suas atividades junto a Hospitais, ou que possuíssem recursos e estrutura para
internação de pacientes. Ambas as turmas da Seção de Direito Público vinham decidindo nesse
sentido.
Com efeito, naquela assentada, após os judiciosos votos proferidos pelo Ministro
Relator e pelos Ministros Teori Zavascki e Eliana Calmon, decidiu-se, em síntese, que, para fins
do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares",
constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva
(ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pela contribuinte), porquanto a lei, ao conceder
o benefício fiscal, não considerou o contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do
próprio serviço prestado (assistência à saúde), que é, inclusive, alçado à condição de direito
fundamental.
Dessa forma, ficou assentado que devem ser considerados serviços hospitalares
"aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à
promoção da saúde, de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior
do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se
identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos".
Ressaltou-se ainda que as alterações preconizadas pela Lei 11.727/08 aos dispositivos
legais em discussão apenas devem ser aplicadas à demandas ajuizadas após a sua vigência, não
possuindo efeito retroativo.
Por fim, foi esclarecido que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere
a toda a receita bruta da empresa genericamente considerada, mas sim àquela receita proveniente
unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte,
nos exatos termos do § 2º do artigo 15 ora analisado.
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1. O art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95 explicitamente concede o benefício
fiscal de forma objetiva, com foco nos serviços que são prestados, e não no
contribuinte que os executa. Observação de que o Acórdão recorrido é anterior ao
advento da Lei nº 11.727/2008.
3. A redução do tributo, nos termos da lei, não teve em conta os custos arcados
pelo contribuinte, mas, sim, a natureza do serviço, essencial à população por estar
ligado à garantia do direito fundamental à saúde, nos termos do art. 6º da
Constituição Federal.
8. Recurso especial não provido (REsp 951.251/PR, Rel. Ministro Castro Meira,
Primeira Seção, julgado em 22/4/2009, DJe 3/6/2009).
7 de 15 16/06/2018 02:01
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2. Para fazer jus à concessão do benefício fiscal previsto nos artigos 15, § 1º, III,
"a" e 20 da Lei n. 9.249/95, é necessário que a prestação de serviços hospitalares
seja realizada por contribuinte que, no desenvolvimento de sua atividade, possua
custos diferenciados da simples prestação de atendimento médico, e não apenas a
capacidade de internação de pacientes.
8 de 15 16/06/2018 02:01
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(doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade
específica de prestação de serviços laboratoriais de análises clínicas.
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Por outro lado, conforme já mencionado, a Corte a quo consignou que a empresa
recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade que é diretamente ligada à
promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes
hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual,
de acordo com a argumentação acima exposta, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos
percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso do
CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais).
Conforme se infere do voto acima transcrito, para fins de redução da alíquota dos tributos ora
discutida nos autos, não pode ser considerado o contribuinte subjetivamente, devendo-se analisar
objetivamente a natureza das atividades por ele exercidas, para fins de enquadramento como serviços
hospitalares, sendo assim considerados aqueles serviços voltados diretamente à promoção da saúde, que
não são necessariamente prestados no interior de estabelecimento hospitalar, excluindo-se, entretanto, as
simples consultas médicas.
E em casos nos quais figuravam como contribuintes clínicas odontológicas pleiteando o benefício
de redução da alíquota, tanto o egrégio Superior Tribunal de Justiça quanto o egrégio Tribunal Regional
Federal da 1ª Região já decidiram no sentido de que os serviços prestados por estas empresas não se
configuram como serviços hospitalares, observem:
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Não obstante não ter sido reconhecido o benefício fiscal aos beneficiários que figuraram nos
recursos acima enumerados, a leitura atenta dos acórdãos supra transcritos revela que o pedido foi negado
não em razão de simplesmente se tratar de requerimento formulado por clínica odontológica, mas por não
ter sido comprovado, naqueles casos específicos, que as atividades realizadas por aquelas clínicas,
objetivamente analisadas, pudessem ser consideradas como serviços hospitalares.
Em outros casos, nos quais restou devidamente comprovado que as postulantes, clínicas
odontológicas, realizavam atividades que, objetivamente consideradas, se enquadravam no conceito de
serviços hospitalares, o egrégio Superior Tribunal de Justiça e o egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª
Região reconheceram o direito destes contribuintes de recolherem o IRPJ e a CSLL com redução da
alíquota aplicável sobre a receita bruta mensal para apuração da base de cálculo das exações, observem:
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Lei 9.249/95, com a redação dada pela Lei 11.727/2008, assegurou que a base de cálculo do
imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, em cada mês, será
determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta
auferida mensalmente, para as atividades de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e
terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina
nuclear e análises e patologias clínicas. 2. A Primeira Seção do Superior Tribunal de
Justiça, ao apreciar o REsp 951.251/PR (Rel. Ministro Castro Meira, DJe 03.06.2009), à
unanimidade , firmou o entendimento de que "o art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95
explicitamente concede o benefício fiscal de forma objetiva, com foco nos serviços que são
prestados, e não no contribuinte que os executa." 3. A análise da documentação acostada
aos autos permite inferir que é apropriado o enquadramento dos serviços prestados pela
parte autora como "serviços hospitalares", assim entendidos aqueles realizados em prol da
saúde humana. 4. A colocação de implante dentário demanda a utilização de técnicas
cirúrgicas específicas e segue orientações previstas para a especialidade de Cirurgia e
Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, a qual já foi enquadrada pelo Superior Tribunal de
Justiça como "atividade hospitalar". (REsp 799.854/PR, Rel. Ministro Castro Meira,
Segunda Turma, julgado em 25/04/2006, DJ 08/05/2006, p. 187). 5. Apelação da parte
autora provida. Apelação da UNIÃO e remessa oficial não providas.A Turma, por
unanimidade, deu provimento à apelação da parte autora e negou provimento à apelação da
UNIÃO (FN) e à remessa oficial. (TRF – 1ª Região, ACORDAO 00025500220114013400,
8ª Turma, Relator Desembargador Federal MARCOS AUGUSTO DE SOUSA, e-DJF1 de
27/03/2015 p. 1180)
In casu, conforme alteração contratual, a parte autora está constituída sob a forma de sociedade
empresária limitada (ID n. 2012057), fez opção pela forma de tributação pelo lucro presumido (ID
2012149) e possui Alvará de Licenciamento vigente, expedido pela Prefeitura Municipal de Uberlândia,
com validade até 4/10/2019, donde se conclui que atende às normas de vigilância sanitária.
E quanto à natureza das atividades exercidas pela parte autora, conforme cláusula sétima do
contrato social consolidado da empresa (ID n. 2012057) são exercidas por ela as seguintes atividades:
atividade odontológica, serviços de procedimento cirúrgico de colocação de pino de titânio para implante
dentário (implantodontia), cirurgias bucomaxilofaciais, periodontia, endodontia, prótese dentária,
ortodontia, instalação de lente de conta dental dentística”.
Portanto, entre as atividades exercidas pela empresa autora, podem ser consideradas como
“atividades hospitalares” as de serviços de procedimento cirúrgico de colocação de pino de titânio para
implante (implantodontia) e cirurgias bucomaxilofaciais, conforme entendimento jurisprudencial citado
alhures.
E como consignado no voto proferido pelo Ministro Relator no julgamento do REsp n. 1.116.399
“a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa
genericamente considerada, mas sim àquela receita proveniente unicamente da atividade específica
sujeita ao benefício fiscal”. Nesse caminhar, apenas em relação à receita obtida com os serviços de
procedimento cirúrgico de colocação de pino de titânio para implante (implantodontia) e cirurgias
bucomaxilofaciais faz jus a parte autora à aplicação das alíquotas reduzidas de 8% e 12% para apuração
da base de cálculo do IRPJ e CSLL.
Com relação à compensação dos valores recolhidos a maior a título de IRPJ e CSLL,
relativamente aos últimos 5 (cinco) anos anteriores a propositura da ação, destaco que, sobre a
compensação, o Código Tributário Nacional prescreve no art. 170 que “a lei pode, nas condições e sob as
garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar
a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito
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E com o advento da Lei n. 8.383/91, foi ela autorizada no art. 66 deste diploma legal, vejamos:
Segundo o preceito insculpido nesse artigo, é razoável concluir que basta haver pagamento
indevido ou a maior do tributo para fazer surgir o direito à compensação, desde que seja efetuada entre
tributos e contribuições da mesma espécie (§ 1º do art. 66).
Destarte, o contribuinte tem o direito de efetuar a respectiva compensação, dos valores recolhidos
indevidamente, que está limitada aos tributos recolhidos no período posterior a 29 de junho de 2012, eis
que a presente ação foi ajuizada em 29/6/2017.
E quanto à atualização, recordo que, nos termos do § 4º do art. 89 da Lei n. 8.212/91, “o valor a
ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a
partir do mês subsequente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da
compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo
efetuada”.
Por outro lado, deve ser lembrado que o contribuinte tem o direito de efetuar a compensação, mas
a Administração tem o poder-dever de fiscalizar a operação e, em sendo o caso, exigir eventual saldo não
englobado na operação.
Esclareça-se, por oportuno, que não se reconhece, nestes autos, o acerto ou não dos números
apresentados, mas apenas o direito da parte autora de proceder à compensação dos valores recolhidos
indevidamente.
E quanto aos depósitos judiciais efetuados pela parte autora no decorrer deste processo, após o
trânsito em julgado desta sentença, deve-se apurar o valor do imposto devido, com a redução da alíquota
incidente unicamente sobre a receita obtida pela empresa com os serviços de procedimento cirúrgico de
colocação de pino de titânio para implante (implantodontia) e cirurgias bucomaxilofaciais, para fins de
apuração da base de cálculo do IRPJ e CSLL. Apurado o valor devido dos tributos, deverá ser convertido
em renda a favor da União o valor a ela devido, enquanto o que sobejar deverá ser restituído à parte
autora.
3. DISPOSITIVO.
Por tais razões, e mais que dos autos consta, julgo parcialmente procedente o pedido formulado
na inicial para reconhecer o direito da parte autora de aplicar as alíquotas de 8% e 12% sobre a receita
obtida com os serviços de procedimento cirúrgico de colocação de pino de titânio para implante
(implantodontia) e cirurgias bucomaxilofaciais para determinar a base de cálculo para apuração do
imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devidos, nos termos dos art. 15, § 1º, III,
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Declaro o direito da parte impetrante à compensação dos créditos referentes aos recolhimentos
indevidos, a partir de 29 de junho de 2012, a título de IRPJ e CSLL, reduzindo-se as alíquotas para 8% e
12% que deverão incidir unicamente sobre a receita obtida com os serviços de procedimento cirúrgico de
colocação de pino de titânio para implante (implantodontia) e cirurgias bucomaxilofaciais para determinar
a base de cálculo para apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido
devidos, compensação que deverá ser procedida após o trânsito em julgado, na forma do art. 74 da Lei n.
9.430/96.
Sobre os valores a compensar incidirá apenas os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema
Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, acumulada mensalmente, a partir do mês subsequente ao
do recolhimento indevido até o mês anterior ao da compensação e de 1% (um por cento) relativamente ao
mês em que estiver sendo efetuada a compensação.
Tendo em vista que a parte autora requereu o reconhecimento do direito da aplicação da alíquota
reduzida sobre a receita obtida com as atividades de implantodontia, cirurgia bucomaxilofacial,
periodontia, endodontia, prótese dentária, ortodontia, instalação de lente de contato dental e dentística, e
foi reconhecido o direito apenas em relação à receita obtida com as atividades de implantologia e cirurgia
bucomaxilofacial, houve sucumbência recíproca, razão pela qual reparto proporcionalmente os ônus da
sucumbência entre as partes (art. 86 do Código de Processo Civil).
Sem custas finais, uma vez que delas está isenta a União.
Sem reexame necessário, forte no art. 496, § 3º, I, do Código de Processo Civil.
Não havendo interesse em recorrer, solicito às partes, em homenagem aos princípios da razoável
duração do processo, da celeridade processual, da cooperação e da eficiência, que manifestem
expressamente a renúncia ao prazo recursal.
P. R. I.
Juiz Federal
15 de 15 16/06/2018 02:01
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EMENTA
2. A Lei nº 11.727/2008 impôs alterações ao artigo 15, § 1º, III, "a", da Lei nº
9.249/1995, que passaram a viger a partir de 01-01-2009. Além do enquadramento da
atividade como de natureza hospitalar, outros dois requisitos passaram a ser exigidos, a saber:
i) estar constituída como sociedade empresária; ii) atender às normas da ANVISA.
ACÓRDÃO
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Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 1ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por unanimidade, negar
provimento à apelação interposta pela União e por dar parcial provimento à remessa
necessária, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.
Documento eletrônico assinado por FRANCISCO DONIZETE GOMES, Juiz Federal Convocado, na forma do artigo
1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A
conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40001899348v3 e do
código CRC 7ebca376.
https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=9bc25d20eb474411deaa89… 2/2
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 135
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RELATÓRIO
Trata-se de ação pelo procedimento comum ajuizada por Oral Unic Jaraguá
do Sul Ltda em face da União, na qual objetiva seja reconhecido seu direito de recolher o
IRPJ e a CSLL pelas bases de cálculo de 8% e 12%, respectivamente, nos termos do art. 15,
III, “a”, in fine, e art. 20, primeira parte, ambos da Lei n° 9.249/1995, relativamente aos
procedimentos de implantodontia, cirurgias bucomaxilofaciais, procedimentos/cirurgias em
periodontia, procedimentos/cirurgias em endodontia, procedimentos/cirurgias em prótese
dentária, procedimentos em ortodontia, instalação de lente de contato dental, procedimentos
em dentística, exceto simples consultas. Postula, também, o direito à compensação dos
valores recolhidos a maior indevidamente.
Assevera que está enquadrada no regime tributário pelo lucro presumido e que
atende às normas gerais da Anvisa (docs . 6 e 7),
Ante o exposto, mantenho a suspensão da exigibilidade noticiada pela própria União, diante
do depósito integral e julgo procedente o pedido para declarar o direito da parte autora
apurar e recolher a CSLL e o IRPJ nos percentuais respectivos de 12% e 8% sobre a receita
bruta decorrente da prestação de serviços odontológicos (excluídas as atividades
administrativas e consultas), consoante o art. 15, § 1º, III, “a”, e art. 20, ambos da Lei n.
9.249/95, bem como para condenar a União à restituição do indébito tributário e declarar o
direito da autora compensar, após o trânsito em julgado e em procedimento administrativo
perante a Receita Federal do Brasil, os valores recolhidos indevidamente a esse título,
acrescidos da Taxa SELIC, sem acúmulo com os juros de mora, nos termos da fundamentação.
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 136
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P. R. I.
Ante o exposto, mantenho a suspensão da exigibilidade noticiada pela própria União, diante
do depósito integral e julgo procedente o pedido para declarar o direito da parte autora
apurar e recolher a CSLL e o IRPJ nos percentuais respectivos de 12% e 8% sobre a receita
bruta decorrente da prestação de serviços odontológicos (excluídas as atividades
administrativas e consultas), consoante o art. 15, § 1º, III, "a", e art. 20, ambos da Lei n.
9.249/95, convertendo-se em renda da União, após o trânsito em julgado, o valor dos
impostos quanto ao período dos depósitos judiciais promovidos nestes autos, calculados na
forma da sentença, e, por conseguinte, autorizar à autora o levantamento das diferenças
verificadas no mesmo período, bem como para condenar a União à restituição do indébito
tributário e declarar o direito da autora compensar, após o trânsito em julgado e em
procedimento administrativo perante a Receita Federal do Brasil, os valores recolhidos
indevidamente a esse título, acrescidos da Taxa SELIC, sem acúmulo com os juros de mora,
nos termos da fundamentação.
Intimem-se.
Aduz que o julgamento do REsp 1.168.663/RS foi julgado quase quatro anos
após o julgamento do REsp 1.116.399/BA e que o TRF4, no julgamento da Apelação Cível nº
5013342-60.2014.404.7208, Segunda Turma, Rel. Cláudia Maria Dadico, j. 25/05/2016,
ratificou este entendimento.
Afirma que, nos termos do art. 111 do CTN, a legislação tributária que outorga
isenção deve sempre ser interpretada literalmente, em homenagem ao princípio da
legalidade, que impede o uso da analogia e da equidade como formas de integração.
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Menciona as Soluções de Consulta RRF07/DISIT n. 38/2011, de 02/05/2011,
SRRF07/DISIT n. 39/2011, também, de 02/05/2011, SRRF08/DIST 232/2011, de 19/09/2011
e SRRF09/DISIT n. 99/2012, de 29/05/2012, bem como a recente Solução de Consulta nº
6.066, 04 de dezembro de 2017, que faz referência à Solução de Consulta nº 36/2016.
É o relatório.
VOTO
Admissibilidade
Reexame necessário
Mérito
Esta interpretação restritiva da norma foi afastada pela 1ª Seção do STJ, a partir
do julgamento do REsp n. 951.251/PR (DJe 03/06/2009), de Relatoria do Ilustre Ministro
Castro Meira, que firmou entendimento sobre a abrangência da expressão "serviços
5003878-67.2018.4.04.7209 40001899344 .V14
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hospitalares", de que trata o art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, de modo que
abrangessem aquelas atividades voltadas à promoção da saúde e que tivessem custo
diferenciado das simples consultas médicas, independentemente de serem desenvolvidas
dentro de instalações hospitalares ou de possuírem capacidade de internação de pacientes.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços
médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que
demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou
similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o
novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais
de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a
receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais).
5003878-67.2018.4.04.7209 40001899344 .V14
https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=9bc25d20eb474411deaa89… 4/8
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6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do
artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação
do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o
disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995
[...]
b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei;
[...]
Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas
jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no
8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração
contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação
vigente, auferida em cada mês do ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que
exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual
corresponderá a trinta e dois por cento.
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Assim, as modificações legislativas trazidas à matéria pelo artigo 29 da Lei nº
11.727/2008, se por um lado promoveram a extensão do benefício também a outras atividades
equiparadas a "serviços hospitalares", por outro impuseram mais dois requisitos além da
prestação de serviços voltados à promoção da saúde: i) estar constituída como sociedade
empresária; ii) atender às normas da ANVISA.
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TRIBUTÁRIO. SERVIÇOS HOSPITALARES. IRPJ E CSLL. ALÍQUOTAS REDUZIDAS.
NATUREZA DO SERVIÇO PRESTADO. CRITÉRIO OBJETIVO, INDEPENDENTE DA
ESTRUTURA FÍSICA DO LOCAL DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. LEI Nº 11.727/2008.
APLICABILIDADE. 1. O Superior Tribunal de Justiça pacificou a matéria atinente à
aplicação de alíquotas reduzidas do IRPJ (8%) e da CSLL (12%) às receitas provenientes de
serviços hospitalares. O critério eleito é de cunho objetivo e concerne à natureza do serviço,
que deve ser relacionado à promoção da saúde e ter custo diferenciado, excluídas, assim, as
receitas decorrentes de simples consultas médicas e demais atividades administrativas. Assim,
nos termos do precedente representativo da controvérsia, a concessão do benefício independe
da estrutura física do local de prestação do serviço e se este possuiu, ou não, capacidade para
internação de pacientes (REsp 1.116.399/BA, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Seção,
DJe24/02/2010). 2. A Lei nº 11.727/2008 impôs alterações ao artigo 15, § 1º, III, "a", da Lei nº
9.249/1995, que passaram a viger a partir de 01-01-2009. Além do enquadramento da
atividade como de natureza hospitalar, outros dois requisitos passaram a ser exigidos, a saber:
i) estar constituída como sociedade empresária; ii) atender às normas da ANVISA. 3. As
sociedades empresárias devem ser registradas no Registro Público das empresas Mercantis
(Junta Comercial) do Estado em que se encontram estabelecidas. 4. Não é legítimo exigir que
a empresa comprove atender às normas da ANVISA. Uma vez que está em exercício regular de
sua atividade e detém o Alvará de funcionamento, há presunção relativa de que está adequada
às regras da vigilância sanitária. Caberia, desta forma, ao Fisco trazer elementos que
indiquem o descumprimento de tais regras. Precedentes desta Corte Regional. 5. No caso dos
autos, a impetrante prestava serviços ligados à promoção da saúde em estabelecimentos
hospitalares, como plantões, urgência-emergência, anestesiologia e clínica-médica, fazendo
jus às alíquotas reduzidas de IRPJ e CSLL nos percentuais respectivos de 8% e 12% sobre a
receita bruta (excluídos os serviços de consulta médica e atividades de cunho administrativo),
nos termos dos arts. 15, § 1º, III, 'a', e 20, ambos da Lei n. 9.249/95. (TRF4, AC 5009425-
49.2017.4.04.7201, PRIMEIRA TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE GOMES, juntado
aos autos em 08/08/2018)
Sucumbência recursal
Remessa necessária
Atualização monetária
Prequestionamento
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Conclusão
Dispositivo
Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação interposta pela União e
por dar parcial provimento à remessa necessária.
Documento eletrônico assinado por FRANCISCO DONIZETE GOMES, Juiz Federal Convocado, na forma do artigo
1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A
conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40001899344v14 e do
código CRC 7a49eeeb.
https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=minuta_imprimir&acao_origem=acessar_documento&hash=9bc25d20eb474411deaa89… 8/8
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Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300, 6º andar - Bairro: Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51) 3213-3161 - Email:
gmfatima@trf4.gov.br
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Egrégia 2ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu, por unanimidade, negar provimento
à remessa necessária, nos termos do relatório, votos e notas de julgamento que ficam fazendo
parte integrante do presente julgado.
Documento eletrônico assinado por MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE, Desembargadora Federal
Relatora, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de
26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador 40002182298v2 e do
código CRC 8dddd09a.
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RELATÓRIO
Ante o exposto, ponho fim à fase cognitiva do procedimento comum e, com a resolução do
mérito:
Sendo ilíquida a sentença, reconheço a necessidade de remessa necessária (art. 496, inciso I,
CPC). Interposta a apelação e eventuais contrarrazões, encaminhem-se os autos imediatamente
ao Egrégio TRF da 4ª Região, independentemente de juízo de admissibilidade (art. 1010, §3º do
CPC), cabendo à secretaria abrir vista à parte contrária caso em contrarrazões sejam suscitadas
as matérias referidas no §1º do art. 1009, nos termos do §2º do mesmo dispositivo.
Após o trânsito em julgado, nada sendo requerido, dê-se baixa nos registros.
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Sem recursos voluntários, vieram os autos a esta Corte em razão da remessa
necessária.
É o relatório.
VOTO
Do exame dos autos, verifico que o magistrado de origem, eminente Juiz Federal
Frederico Valdez Pereira, analisou com critério e acerto as questões suscitadas, examinando
corretamente o conjunto probatório e aplicando os dispositivos legais pertinentes.
Assim, mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, os quais adoto como
razões de decidir:
II - FUNDAMENTAÇÃO
O art. 15, § 1º, III, alínea a, da Lei nº 9.249/95, afasta a incidência do percentual de 32%, bem
como, o artigo 20 do mesmo diploma legal, no seguinte sentido, verbis:
"Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o
disposto no art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deduzida das
devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, sem prejuízo do
disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
[...]
[...]
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"Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas pessoas
jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral a que se referem os arts. 2º, 25 e 27 da
Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá a 12% (doze por cento) sobre a receita
bruta definida pelo art. 12 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferida no
período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais
concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso
III do § 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a 32% (trinta e dois por cento)."
Dos documentos juntados ao feito para comprovar a alegação de que a empresa presta serviços
hospitalares estão o contrato social, notas fiscais, fotografias das estruturas da clínica e alvará
da vigilância sanitária (evento 1).
A demandante apresentou notas fiscais dos procedimentos cirúrgicos realizados nos pacientes e,
ainda, tabela dos tratamentos disponibilizados, a corroborar a prestação de serviços de natureza
complexa e com custos diferenciados.
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:21 Num. 1385462746 - Pág. 147
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enquadramento do caso concreto ao paradigma julgado pelo Superior Tribunal de Justiça. 3.
Negado provimento ao recurso da União. ( 5008854-32.2018.4.04.7205, TERCEIRA TURMA
RECURSAL DE SC, Relator ADAMASTOR NICOLAU TURNES, julgado em 28/03/2019)
Insta assinalar, no entanto, conforme o artigo 15, § 2º, a redução da base de cálculo leva em
conta a receita proveniente de cada atividade desenvolvida e não a receita total. A extensão do
provimento limita-se à renda obtida com serviços que por sua natureza possam ser equiparados
a serviços hospitalares. A este respeito esclarecedor o acórdão de seguinte ementa:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CSLL. ART. 15, § 1º, III, A, DA
LEI 9.249/95. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. CONSULTA REALIZADAS EM CLÍNICA
OFTALMOLÓGICA. NÃO EQUIPARAÇÃO A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES.
1. O art. 15, § 1º, III, a, da Lei 9.249/95, que fixa alíquota menor para a tributação de serviços
hospitalares em relação aos demais serviços, é norma de isenção parcial, como tal sujeita a
interpretação literal (CTN, art. 111, II), que não comporta resultados ampliativos e nem
aplicação por analogia.
2. Serviço hospitalar é conceitualmente diferente e mais restrito que serviço médico. Embora
representem serviços médicos, não há como entender compreendidas no conceito de serviços
hospitalares as consultas médicas realizadas em clínicas oftalmológicas, sob pena de ampliar-se
o benefício fiscal mediante interpretação extensiva e analógica.
(REsp 786569/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
11/10/2006, DJ 30/10/2006 p. 233)
Repetição de indébito
A parte autora faz jus à repetição dos valores indevidamente recolhidos, respeitada a prescrição
quinquenal.
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Nos termos do artigo 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95, a atualização do montante devido, a partir da
data do recolhimento, deve observar apenas a taxa SELIC, que já engloba juros de mora e
correção monetária.
A parte demandante poderá optar pelo recebimento dos valores através de compensação, a qual
deverá ser realizada nos termos dos arts. 170-A do CTN e 74 da Lei n. 9.430/96.
Honorários advocatícios
Considerando o reconhecimento do pedido pela União - Fazenda Nacional (evento 16), deve ser
afastada a verba honorária de sucumbência, uma vez que incidente o art. 19, §1º, inciso II, da
Lei nº 10.522/02. Nesse sentido:
Dispositivo
Documento eletrônico assinado por MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE, Desembargadora Federal
Relatora, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de
26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
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código CRC d1a25dc0.
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STJ
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Superior Tribunal de Justiça
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 88.408 - BA (2011/0282839-0)
DECISÃO
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Superior Tribunal de Justiça
Decido.
A pretensão não prospera.
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça consolidou, no julgamento da
QO no Ag 1.154.599/SP, o entendimento no sentido de que é incabível a interposição de
agravo de instrumento contra decisão que não admite recurso especial, nos termos do art.
543-C, § 7º, I, do Código de Processo Civil. Confira-se a ementa do referido julgado:
Ante o exposto, com fundamento no art. 544, § 4º, inciso I, do CPC, não conheço
do agravo.
Intimem-se.
Brasília (DF), 25 de junho de 2012.
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Superior Tribunal de Justiça
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 605.896 - RS (2014/0283615-2)
DECISÃO
Trata-se de Agravo de decisão que inadmitiu Recurso Especial (art. 105,
III, "a", da CF) contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região assim
ementado (fl. 230, e-STJ):
TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSLL. LUCRO PRESUMIDO.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES. CLÍNICA
ODONTOLÓGICA. SERVIÇOS COM CUSTOS DIFERENCIADOS.
1. A lei escolheu como único critério distintivo a natureza da
atividade prestada, excetuando a incidência da base de cálculo de 32% sobre as
atividades consideradas como de prestação de serviços hospitalares. Assim, o
enquadramento na condição de instituição prestadora de serviços hospitalares
sustenta-se unicamente na natureza dos serviços prestados, circunstância de
cunho objetivo.
2. A jurisprudência do STJ consolidou-se no sentido de que a
redução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL não inclui as consultas médicas
e as atividades de cunho administrativo, visto que somente os serviços
especializados de saúde, com custos diferenciados, inserem-se no conceito de
serviços hospitalares.
3. A impetrante comprova que presta serviços que possuem
custos diferenciados do simples atendimento odontológico, tais como cirurgias
buco-maxilo-faciais, ortodontia, colocação de próteses dentárias e endodontia,
fazendo jus à alíquota de 8% e 12%.
4. Uma vez que a impetrante está organizada sob a forma de
sociedade empresária, tem direito o direito à redução da base de cálculo após a
edição da Lei 11.727/2008.
Decido.
Documento: 42088582 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 10/03/2015 Página 1 de 4
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Superior Tribunal de Justiça
Os autos foram recebidos neste Gabinete em 4.11.2014.
A irresignação não merece acolhida.
O Tribunal local, soberano na apreciação dos fatos e das provas,
consignou (fl. 222, e-STJ):
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Superior Tribunal de Justiça
âmbito hospitalar, mas, sim, nos consultórios médicos" (REsp 951251/PR, Rel.
Min. Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 22.4.2009, DJe 3.6.2009).
2. Para fazer jus à concessão do benefício fiscal previsto nos
artigos 15, § 1º, inciso III, alínea "a", e 20 da Lei n. 9.249/95, é necessário que
a prestação de serviços hospitalares seja realizada por contribuinte que, no
desenvolvimento de sua atividade, possua custos diferenciados da simples
prestação de atendimento médico, e não apenas a capacidade de internação de
pacientes.
(...)
Agravo regimental da empresa provido em parte. Agravo
regimental da Fazenda Nacional improvido.
(AgRg no REsp 1140907/PR, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 19/02/2010).
Para que se tornem mais claros os termos em que foi proferido o voto do
eminente Ministro Humberto Martins, transcrevo-o na parte em que interessa:
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Superior Tribunal de Justiça
opinião do Professor Hugo de Brito Machado, em seu Curso de Direito Tributário,
pag. 73, na qual transcrevo trecho elucidativo da matéria:
Ante o exposto, com fulcro no art. 544, § 4º, II, "b", do Código de
Processo Civil, nego provimento ao Agravo.
Publique-se.
Intimem-se.
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 996.082 - PR (2007/0242689-1)
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a
Egrégia PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar parcial
provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros
Benedito Gonçalves, Hamilton Carvalhido e Luiz Fux votaram com o Sr. Ministro Relator.
Licenciada a Sra. Ministra Denise Arruda.
Brasília, 08 de setembro de 2009.
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Superior Tribunal de Justiça
ERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. AURÉLIO VIRGÍLIO VEIGA RIOS
Secretária
Bela. MARIA DO SOCORRO MELO
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL
PROCURADORES : CLAUDIO XAVIER SEEFELDER FILHO
DEYSI CRISTINA DA 'ROLT E OUTRO(S)
RECORRIDO : ORTODIAGNOSE ODONTOLOGIA E MEDICINA S/S LTDA
ADVOGADO : NEIBAL BIER DA SILVA E OUTRO(S)
ASSUNTO: Tributário - Imposto de Renda - Pessoa Jurídica - Repetição de Indébito
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Brasília, 11 de novembro de 2008
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 996.082 - PR (2007/0242689-1)
RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 996.082 - PR (2007/0242689-1)
VOTO
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atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde.
Em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento
hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica
com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos.
6. Duas situações convergem para a concessão do benefício: a prestação de serviços
hospitalares e que esta seja realizada por instituição que, no desenvolvimento de sua
atividade, possua custos diferenciados do simples atendimento médico, sem, contudo,
decorrerem estes necessariamente da internação de pacientes.
7. Orientações da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e da Secretaria da Receita
Federal que contrariam a pretensão da recorrente.
8. Recurso especial não provido.
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de 14.02.07; EREsp (AgRg) 709.898, Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 01.08.06;
EREsp (AgRg) 623.967, Min. Castro Meira, DJ de 05.06.06).
O que se quer enfatizar - e esse foi a razão do pedido de vista - é que o art. 15 da
Lei 9.249/95, desde a sua edição, tratou de dispor sobre a alíquota aplicável às
hipótese nela tratadas levando em consideração, não a receita bruta da empresa
genericamente considerada, mas sim à proveniente de cada específica atividade por
ela desenvolvida. Aliás, o § 2º do artigo é enfático ao ressaltar:
"§ 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual
correspondente a cada atividade".
Essa circunstância certamente deve ser também considerada para os limites da
concessão do mandado de segurança.
Ora, no caso, conforme se depreende da inicial, o pedido foi assim formulado:
"Face ao exposto, requer-se a Vossa Excelência:
(...)
d) a procedência do pedido, reconhecendo a impetrante como sociedade civil
prestadora de serviços médico-hospitalares na área da urologia, realizando
procedimentos de LITOTRIPSIA, reconhecendo seu direito de ter os seus
serviços equiparados a serviços hospitalares e, consequentemente, seja
determinado os percentuais de 8% (oito por cento) no caso do IRPJ, e de
12% (doze por cento) no caso de CSLL, incidentes sobre a receita bruta
auferida para efeito de apuração da base de cálculo do lucro presumido dos
tributos acima explicitados;
(...)" (fl. 25)
O acolhimento desse pedido não pode ser na extensão sugerida por uma
interpretação literal do seus termos. Para ajustá-lo aos limites impostos pelas normas
antes referidas, há de se entender que a concessão da ordem é para reconhecer a
incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze
por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica
de prestação de serviços de litotripsia.
Esse o entendimento que, embora implícito nos votos proferidos, considerei
conveniente deixar explicitado.
Assim, para efeito de aplicação da redução prevista no artigo 15, § 1º, III, a, da Lei
9.249/95, deve-se levar em consideração a natureza de cada serviço prestado pelo
estabelecimento de saúde, e não a sua estrutura física. É de se ressaltar, porém, que o referido
julgado excluiu expressamente do âmbito de incidência da norma "as simples consultas
médicas", já que tais atividades não se identificariam com as prestadas no âmbito hospitalar,
mas nos consultórios médicos.
No caso, o Tribunal de origem, ao dar provimento à apelação da ora recorrida,
consignou expressamente que:
(...) a hipótese concreta encontra ressonância no paradigma da Seção, porquanto a
autora, segundo consta do contrato social (fl. 17), tem, como objeto, a prestação de
serviços na área de odontologia e radiologia odontológica, além de serviços de
atendimento em consultório médico (grifei).
Logo, tomando por base a premissa ora desenvolvida, tenho que a autora
enquadra-se no conceito de serviços hospitalares, sendo imperativa a reforma da
sentença objurgada, a fim de declará-la como prestadora de serviços
médico-hospitalares, garantindo-lhe, assim, a apuração da base de cálculo do IRPJ no
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percentual de 8%, na forma como preconizado nos art. 15, III, "a", da Lei 9.249/95.
(fls. 130)
A recorrente, em suas razões recursais, aduz essencialmente que a recorrida não presta
serviços hospitalares, na medida em que não é uma entidade hospitalar. Como visto, tal
orientação não é mais acolhida pelo STJ. Dessa forma, considerando as conclusões a que
chegou o acórdão recorrido em relação às atividades da recorrida, bem assim a orientação
firmada pela 1ª Seção do STJ acima referida, o recurso especial deve ser parcialmente
provido tão-somente para o fim de excluir da incidência do benefício fiscal as receitas
auferidas com a prestação de serviços de consultas.
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. IVALDO OLÍMPIO DE LIMA
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL
PROCURADORES : CLAUDIO XAVIER SEEFELDER FILHO
DEYSI CRISTINA DA 'ROLT E OUTRO(S)
RECORRIDO : ORTODIAGNOSE ODONTOLOGIA E MEDICINA S/S LTDA
ADVOGADO : NEIBAL BIER DA SILVA E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso especial, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Hamilton Carvalhido e Luiz Fux votaram com o
Sr. Ministro Relator.
Licenciada a Sra. Ministra Denise Arruda.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.469.737 - PR (2014/0178277-3)
DECISÃO
Vistos.
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pela Lei n. 9.249/95.
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com a redação dada pela Lei n. 11.727/2008, negou vigência aos arts. 29 e 41,
VI, da Lei 11.727/2008; e 966 e 982 do Código Civil.
É, no essencial, o relatório.
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da respectiva sede, para que se possa considerar a sociedade como
empresária.
Não há falar, assim, na inconstitucionalidade da referida
exigência, conforme pacífico entendimento desta Corte. Acerca do
tema, o julgado desta Turma, verbis:
TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSSL. BASE DE CÁLCULO.
REDUÇÃO. SERVIÇOS HOSPITALARES. ABRANGÊNCIA. ART.
15, § 1º, III, 'A' DA LEI Nº 9.249/95. LEI N° 11.727/08. (...) 1.
Entende- se por serviços hospitalares aqueles que estão
relacionados às atividades desenvolvidas nos hospitais, ligados
diretamente à promoção da saúde, essencial à população, nos
termos do art. 6º da Constituição Federal, podendo ser prestados
no interior do estabelecimento hospitalar, mas sem esta
obrigatoriedade. Precedentes da Primeira Seção do STJ. 2. As
empresas que prestam serviços hospitalares têm direito a recolher
o Imposto de Renda Pessoa Jurídica - IRPJ no percentual de 8% e
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL no percentual
de 12% sobre a renda bruta auferida na atividade específica de
prestação de serviços de tratamento, nos termos do artigo 15, § 1º,
III, alínea 'a', da Lei nº 9.249/95, inclusive com a alteração
introduzida pela Lei nº 11.727/2008. 3. Em face da superveniente
alteração na redação do inciso II, alínea 'a', do artigo 15 da Lei nº
9.249/95, por força da Lei nº 11.727/08, passou-se a e xigir, para a
aplicação do percentual reduzido, que 'a prestadora destes
serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e
atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
Anvisa'. 4. Hipótese em que a autora comprovou inserir-se na
categoria de sociedade empresária somente a partir de 20-
11-2011, conforme alteração contratual e inscrição na Junta
Comercial, merecendo parcial reforma a sentença no ponto, para o
fim de restringir a restituição do tributo entre a entrada em vigor
da Lei nº 11.727/2008 e esta data. (...) (grifos) (AC nº 5001128-
32.2012.404.7200/SC, Rel. Juíza Federal CLÁUDIA MARIA
DADICO, 2ª T., un., j. 24-07-2012)
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O Tribunal de origem ainda cuidou de refutar a existência da
alegada omissão, conforme se extrai do trecho do voto do acórdão que apreciou
os embargos (fl. 249, e-STJ):
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Em suma, nos termos de jurisprudência pacífica do STJ, o
magistrado não é obrigado a responder todas as alegações das partes se já tiver
encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem é obrigado a
ater-se aos fundamentos por elas indicados, como ocorreu no caso ora em apreço.
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julgado em 2/4/2013, DJe 5/4/2013.)
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expressão 'serviços hospitalares' prevista na Lei 9.429/95, para
fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL.
Discute-se a possibilidade de, a despeito da generalidade da
expressão contida na lei, poder-se restringir o benefício fiscal,
incluindo no conceito de 'serviços hospitalares' apenas aqueles
estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente,
mediante internação e assistência médica integral.
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251-PR, da
relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção,
modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do
pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão
'serviços hospitalares', constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da
Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob
a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto
a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a
característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério
subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência
à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os
regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos
dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os
contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a
exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a
internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a
conclusão de que 'a dispensa da capacidade de internação
hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se
mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em
atos regulamentares'.
3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares
'aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos
hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte
que, 'em regra, mas não necessariamente, são prestados no
interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples
consultas médicas, atividade que não se identifica com as
prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos'.
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei
11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à
sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na
Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa
contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela
da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita
ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos
termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a
empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl.. 389),
Documento: 39457455 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 13/10/2014 Página 1 0 de 12
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atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda
maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes
hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas
médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta
Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos
percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12%
(doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida
pela atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de
controvérsia, submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da
Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido."
(REsp 1.116.399/BA, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe
24/2/2010.)
Neste sentido:
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2. A revisão do entendimento acima não demanda a
interpretação de lei federal, mas incursão no acervo probatório
dos autos, o que esbarra no óbice da Súmula 7/STJ.
(...)
5. Agravo Regimental não provido."
(AgRg no REsp 1.425.631/RS, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/3/2014, DJe
15/4/2014.)
DISPOSITIVO
Ante o exposto, com fundamento no art. 544, § 4º, inciso II, alínea
"a", do CPC, conheço do agravo da FAZENDA NACIONAL para negar-lhe
provimento e, com fundamento no art. 557, caput , do CPC, nego provimento ao
recurso especial.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.511.569 - PR (2015/0013583-5)
DECISÃO
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 28
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Superior Tribunal de Justiça
ofensa aos arts. 29, 41, VI, da Lei 11.727/08; 966 e 982 do Código Civil; 165 e 168, I do CTN.
Para tanto, sustenta desnecessidade de configuração como sociedade empresária para dos fatos
geradores ocorridos a partir de 1/1/2009.
A Fazenda Nacional, por sua vez, alega, preliminarmente, violação do artigo 535, inciso
II, do CPC, ao argumento de que a Corte de origem deixou de se manifestar a respeito de artigos
indispensáveis para o deslinde do feito.
Quanto ao mérito, afirma que o aresto recorrido incorreu em violação dos arts. 15, § 1º,
III, "a", e 20 da Lei 9.249/95; à Lei 11.727/2008; 111 do CTN. Assevera, em síntese, que o
acórdão recorrido alargou indevidamente o benefício legal, o qual deve ser interpretado
restritivamente, sob pena de haver redução do imposto devido.
Contrarrazões às fls. 404-408 e 411-417.
Decisão positiva de admissibilidade, à fl. 438, quanto ao recurso especial da parte
autora. O recurso especial da Fazenda Nacional teve juízo negativo de admissibilidade (fls
442-443). Por força da decisão de fl. 471, foi determinada a reautuação do respectivo agravo
como recurso especial.
É o relatório. Passo a decidir.
Inicialmente, registra-se que "[a]os recursos interpostos com fundamento no CPC/1973
(relativos a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de
admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas, até então, pela
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (Enunciado Administrativo n. 2, aprovado pelo
Plenário do Superior Tribunal de Justiça em 9/3/2016)". No caso, o recurso foi interposto em
10/10/2014 e 18/11/2014 (fls. 366 e 387), na vigência do CPC/1973.
Adiante, deve ser rejeitada a alegada violação do art. 535, II, do CPC, uma vez que o
acórdão recorrido está devidamente fundamentado. A jurisprudência desta Corte é uníssona no
sentido de que o julgador não está adstrito a responder a todos os argumentos das partes, desde
que fundamente sua decisão, uma vez que não se vislumbra omissão no acórdão recorrido capaz
de tornar nula a decisão impugnada no apelo especial. A Corte de origem apreciou a demanda de
modo suficiente, pronunciando-se acerca de todas as questões relevantes ao deslinde da
controvérsia.
Quanto ao mérito, nos termos relatados, a controvérsia presente nos recursos especiais
reside na discussão a respeito da forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares"
prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL,
preconizada pelo artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", com redação dada pela Lei 11.727/2008,
combinado com o artigo 20 da mesma lei.
O recurso especial n. 1.116.399-BA, por ser representativo da matéria em discussão, foi
considerado recurso repetitivo e submetido ao regime de julgamento previsto pelo artigo 543-C
do Código de Processo Civil, tendo sido julgado pela Primeira Seção, por acórdão publicado no
DJE do dia 28/10/2009, assim ementado:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL.
VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS.
LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO
DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO
OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA
INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO.
RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543-C DO CPC.
1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços
hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota
do IRPJ e da CSLL. Discute-se a possibilidade de, a despeito da generalidade da
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expressão contida na lei, poder-se restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito
de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento
global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral.
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251-PR, da relatoria do eminente Ministro
Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do
pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços
hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser
interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo
contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a
característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza
do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou
consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos
dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes
cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter
estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a
conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo
diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as
disposições constantes em atos regulamentares".
3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às
atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde",
de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do
estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que
não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios
médicos".
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às
demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de
alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa
contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita
proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal,
desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei
9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta
serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da
saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes
hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo
pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em
discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de
12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade
específica de prestação de serviços médicos laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao
regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido.
Posteriormente, a partir da vigência da Lei 11.727/08 esta Corte Superior firmou
entendimento de que, relativamente à da inovação legislativa por ela trazida, quando à forma de
organização dos prestadores de serviços hospitalares, o contribuinte deve estar organizado sob a
forma de sociedade empresária para que possam apurar o IRPJ e a CSLL aplicando as alíquotas
diferenciadas (REsp 1369763/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2013, DJe 24/06/2013; AgRg no REsp 1382586/RS,
Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 8/09/2015, acórdão
pendente de publicação).
A propósito, confira-se:
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TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. LUCRO PRESUMIDO. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS HOSPITALARES. BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. LEI
11.727/2008. REQUISITO SUBJETIVO. ORGANIZAÇÃO SOB A FORMA DE
SOCIEDADE EMPRESÁRIA. LEGALIDADE DA EXIGÊNCIA.
1. De acordo com a inovação instituída pela Lei 11.727/2008, os prestadores de
serviços hospitalares devem ser organizados sob a forma de sociedade empresária
para que possam apurar o IRPJ e a CSLL, na sistemática do lucro presumido, com
base no percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente.
2. A jurisprudência do STJ reconhece a plena aplicabilidade desse requisito subjetivo
aos fatos geradores ocorridos após o início da produção dos efeitos da norma em
questão (REsp 1.449.067/RS, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, REPDJe 22.8.2014, DJe
26.5.2014; AgRg no REsp 1.475.062/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda
Turma, DJe 17.11.2014).
3. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no REsp 1506187/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 12/05/2015, DJe 30/06/2015)
No caso concreto, verifico que o Tribunal de origem consignou que a recorrente
enquadra-se como prestadora de serviços hospitalares, para os fins do art. 15, §1º, III, a, e 20 da
Lei nº 9.249/95, tendo assim direito à redução da base de cálculo, limitando, contudo, aos
seguintes fatos geradores: (I) entre 19/10/2004 (termo inicial considerando a prescrição
quinquenal ora reconhecida) até 1º de janeiro de 2009 (data em que a redução da base de cálculo
do IRPJ e da CSLL passou a ficar restrita a sociedades empresárias); (II) tendo em vista a
alteração contratual (evento 2, CONTRATO SOCIAL 2), e considerando que a parte autora está
organizada sob a forma de sociedade empresária, consoante estabelecido pela Lei nº 11.727/08,
é reconhecido também o direito a partir de 28/01/2014 (data do registro da alteração contratual
na Junta Comercial).
A propósito, destaca-se o seguinte excerto do voto condutor do acórdão recorrido (fls.
324-330):
Mérito
A parte autora pretende o reconhecimento do direito ao recolhimento do IRPJ e CSLL
sob as alíquotas 8% e 12%, respectivamente, conforme os artigos 15 e 20 da Lei n.º
9.249/95.
Os artigos 15 § 1º, III, 'a' e 20 da Lei 9.249, de 1995, excetuam a incidência da base de
cálculo de 32% sobre as atividades consideradas como de prestação de 'serviços
hospitalares'.
A controvérsia observada na jurisprudência quanto ao âmbito de abrangência da
expressão 'serviços hospitalares', restou pacificada pela Primeira Seção do STJ, no
julgamento do REsp 951.251-PR, de relatoria do Ministro Castro Meira, sob o
entendimento de que envolvem atividades de promoção à saúde, que possuam custos
diferenciados do simples atendimento médico, sem, contudo, decorrerem estes
necessariamente da internação de pacientes.
[...]
Posteriormente, o Superior Tribunal de Justiça apreciou o REsp 1.116.399/BA, como
representativo da controvérsia, nos termos do art. 543-C, § 1.º, do CPC, e corroborou
o entendimento que já vinha sendo adotado, no sentido de que 'devem ser
considerados serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades
desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte
que, 'em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento
hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica
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com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos'.
[...]
Assim, a redução do tributo deve ter em conta a natureza do serviço, essencial à
população por estar ligado à garantia do direito fundamental à saúde.
Tal entendimento é perfeitamente aplicável na presente hipótese, uma vez que o
objeto social da autora está intimamente ligado à prestação de serviços hospitalares. O
fato de a demandante não realizar serviço de internação não descaracteriza a natureza
do serviço por ela prestado, qual seja, serviço vinculado à saúde humana.
No caso, as atividades desenvolvidas pela apelante se dirigem à promoção da saúde,
com custos e estrutura diferenciados do simples atendimento médico. O contrato
social juntado aos autos demonstra que a sociedade tem por objeto 'a prestação de
serviços de odontologia e medicina em geral.' (evento 2, ANEXOS DA PETIÇÃO
INICIAL 5).
Além disso, as atividades exercidas pela autora foram verificadas in loco. Retiro os
seguintes excertos da Certidão elaborada pelo oficial de justiça (evento 2,
MANDADO 12):
'(...) Trata-se de uma clínica de Odontologia pediátrica e Médica Oftalmológica. A
área de Odontologia é atendida pela Dra. Inês Midori Abe Sumikawa, e atua no
atendimento pediátrico de procedimentos gerais de odontologia, desde consultas,
tratamentos, restaurações, até cirurgias diversas de correção na cavidade oral. Não
atua na área de ortodontia. A área de medicina oftalmológica é atendida pelo Dr.
Jorge Hiroyuki Sumikawa, atuando no diagnóstico oftalmológico, como consultas,
indicações e tratamento, incluindo cirurgias de correção.'
Como se vê, são realizados procedimentos de odontologia e oftalmologia, incluindo
cirurgias.
No âmbito desta Corte, as Turmas de direito tributário vem reconhecendo que a
prestação de serviços odontológicos diferenciados, tais como realização de cirurgias
ortognáticas, ortodontia e ortopedia facial, faz jus à alíquota de 8% e 12%:
[...]
Assim, revendo meu posicionamento anterior quanto à prestação de serviços
odontológicos, no caso de serviços diferenciados, entendo que fazem jus à alíquota de
8% e 12%.
Assim, nos casos em que a empresa tenha por objeto serviços que por sua natureza
possuam custos diferenciados do simples atendimento médico, sem decorrerem estes
necessariamente da internação de pacientes (REsp 951.251), a base de cálculo do
Imposto de Renda deve ser de 8% e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
deve ser de 12%, conforme o estabelecido na Lei 9.249 de 1995.
Reitera-se que a jurisprudência do STJ consolidou-se no sentido de que a redução da
base de cálculo do IRPJ e da CSLL não inclui as consultas médicas. A extensão do
provimento limita-se à renda obtida com serviços que por sua natureza possam ser
equiparados a serviços hospitalares. A este respeito destaco o seguinte acórdão:
[...]
Dessa forma, os percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze
por cento), no caso de CSLL, somente tem incidência sobre a receita bruta auferida
pelas atividades que se enquadram no conceito de serviços hospitalares. Sobre o valor
das consultas a base de cálculo deve ser no percentual de 32%.
Alterações trazidas pela Lei 11.727 (DOU 24/06/2008)
A Lei 11.727/2008, que passou a produzir efeitos a partir de 01/01/2009, alterou o
artigo 15, III, 'a' da Lei nº 9.249, de 1995, ampliando as atividades sujeitas ao
recolhimento de IRPJ e CSLL calculados pelas alíquotas de 8% e 12 %, e passou-se a
exigir, para a aplicação do percentual reduzido, que a prestadora dos serviços seja
organizada sob a forma (e-STJ Fl.328) Documento recebido eletronicamente da
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origemde sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - Anvisa.
[..]
Conforme se depreende da legislação em vigor, somente as sociedades organizadas
sob a forma de sociedade empresária é que estão abrangidas pela base minorada.
Outrossim, não há falar na inconstitucionalidade da referida exigência, conforme
entendimento do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte.
[...]
A sociedade constituiu-se, inicialmente, como sociedade civil por quotas de
responsabilidade limitada, com contrato social datado de 26/03/1997 e registrado no
Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Ponta grossa/PR (evento 2, ANEXOS DA
PETIÇÃO INICIAL 5).
Posteriormente, o contrato social da autora foi alterado, em 2014, conforme se
verifica na 'Segunda Alteração do Contrato Social', constando na cláusula primeira 'A
sociedade, que era simples limitada, transforma sua natureza para sociedade
empresária do tipo limitada nos termos do art. 982 da Lei nº 10.406/2002, passando
todos os seus documentos e atos a ser registrados na Junta Comercial.' (evento 2,
CONTRATO SOCIAL 2).
Neste aspecto, comprova a autora que está organizada sob a forma de sociedade
empresária, com registro na Junta Comercial do Paraná em 28/01/2014, conforme
certificado no contrato.
Assim, observo que deve ser reconhecido à autora o direito ao recolhimento do IRPJ e
CSLL nos termos da Lei 9.249, entre 19/10/2004 (termo inicial considerando a
prescrição quinquenal ora reconhecida) até 1º de janeiro de 2009 (data em que a
redução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL passou a ficar restrita a sociedades
empresárias). E, tendo em vista a alteração contratual (evento 2, CONTRATO
SOCIAL 2), e considerando que a demandante está organizada sob a forma de
sociedade empresária, consoante estabelecido pela Lei nº 11.727/08, é reconhecido
também o direito a partir de 28/01/2014 (data do registro da alteração contratual na
Junta Comercial).
Por fim, no que se refere ao atendimento às normas da ANVISA, esta Corte tem se
posicionado no sentido de que a lei revela-se bastante genérica e não define
exatamente a quais normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o
contribuinte deve obedecer e, sendo assim, o julgador deve interpretar a exigência
levando em conta a finalidade da norma de garantir tributação privilegiada aos
estabelecimentos que prestam serviços voltados à promoção da saúde. Nesse sentido,
destaco trecho do voto proferido no julgamento da apelação nº
5000508-33.2011.404.7110/RS, de relatoria do Des. Federal Jorge Antônio Maurique,
em 12-12-2012:
Dessa forma, o acórdão recorrido não merece reforma, pois está em conformidade com
a jurisprudência desta Corte.
Ante o exposto, nego provimento aos recursos especiais.
Publique-se. Intimem-se.
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.571.598 - RS (2015/0306570-0)
DECISÃO
Vistos.
Trata-se de Recurso Especial interposto pela FAZENDA
NACIONAL, contra acórdão prolatado, por unanimidade, pela 2ª Turma
do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado (fl. 162e):
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ANVISA, cumpre referir que a lei revela-se bastante
genérica neste ponto e não estabelece, especificamente, as
quais normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o
contribuinte deve obedecer. Por outro lado, a empresa está
em pleno funcionamento e não há qualquer indicação nos
autos de que a autora não atenda às normas da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, de modo que considero
restar preenchido também este requisito.
7. A compensação deverá ser efetuada após o trânsito em
julgado da decisão (art. 170-A do CTN), na forma do
disposto no art. 74 da Lei n.º 9.430/96 e alterações
posteriores.
8. A atualização monetária do indébito incide desde a data
do pagamento indevido do tributo, nos termos da Súmula n.º
162 do STJ, até a sua efetiva restituição ou compensação,
mediante a aplicação da taxa SELIC, a qual engloba juros e
correção monetária.
9. Honorários fixados em 5% do valor da condenação, haja
vista a sucumbência significativa da parte autora, que teve o
direito vindicado limitado às receitas de serviços de
radiologia e aparelhos odontológicos.
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Por primeiro, consoante o decidido pelo Plenário desta
Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime recursal será
determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional
impugnado. Assim sendo, in casu, aplica-se o Código de Processo Civil
de 1973.
Nos termos do art. 557, caput , do Código de Processo Civil,
combinado com o art. 34, XVIII, do Regimento Interno desta Corte, o
Relator está autorizado, por meio de decisão monocrática, a negar
seguimento a recurso ou a pedido manifestamente inadmissível,
improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou
jurisprudência dominante da respectiva Corte ou Tribunal Superior.
Na hipótese, não verifico omissão acerca de questão
essencial ao deslinde da demanda e tampouco outro vício a impor a
revisão do julgado.
Depreende-se da leitura do acórdão recorrido que a
controvérsia foi examinada de forma satisfatória, mediante apreciação da
disciplina normativa e cotejo ao firme posicionamento jurisprudencial
aplicável ao caso.
Anoto que não ofende o art. 535, II, do Código de Processo
Civil, o acórdão com fundamentação adequada e suficiente, que decidiu
na íntegra a controvérsia submetida a julgamento, de forma clara e
coerente.
Nesse sentido:
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(AgRg no AREsp 398.824/RJ, Rel. Ministro SÉRGIO
KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/03/2014, DJe
28/03/2014)
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dos embargos de declaração com relação ao constante nos
autos.
4. Quanto à suspensão do recurso especial, tendo em vista
a admissão do REsp n. 1.144.382/AL como representativo
de controvérsia, tem-se que este recurso trata da
solidariedade passiva da União, dos Estados e dos
Municípios tão somente, e não, como no caso em exame,
sobre eventual chamamento ao processo de um dos entes.
5. Embargos de declaração rejeitados.
(EDcl no AgRg no Ag 1309607/SC, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/08/2012,
DJe 22/08/2012)
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legislação já estava constituída na forma de sociedade empresária,
promovendo alguns serviços de saúde que demanda pessoal e
maquinário específicos, com custos diferenciados, não se cingindo à
simples prestação de consultas médicas/odontológicas" (fl. 160e).
Rever o entendimento do Tribunal de origem, com o objetivo
de acolher a pretensão recursal acerca do não preenchimentos dos
requisitos exigidos para efeito de apuração da base de cálculo do IRPJ e
da CSLL pelas alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, demandaria
necessário revolvimento de matéria fática, o que é inviável em sede de
recurso especial, à luz do óbice contido na Súmula n. 07 desta Corte,
assim enunciada: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja
recurso especial”.
Isto posto, com fundamento no art. 557, caput, do Código de
Processo Civil, NEGO SEGUIMENTO ao Recurso Especial.
Publique-se e intimem-se.
Brasília (DF), 28 de junho de 2016.
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RECURSO ESPECIAL Nº 799.854 - PR (2005/0195517-4)
ACÓRDÃO
Documento: 623072 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 08/05/2006 Página 1 de 7
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RECURSO ESPECIAL Nº 799.854 - PR (2005/0195517-4)
RELATÓRIO
A Fazenda Nacional alega violação ao art. 15, § 1º, inciso III, alínea "a", e ao art. 20
da Lei n. 9.249/95. Sustenta que "a empresa recorrida não presta serviços na forma preconizada
para ser tratado como serviço hospitalar, mas, sim, presta serviços em geral, não sendo
atividade-fim, mas sim de meio, complementar, dependente de um procedimento médico já em
curso ou por iniciar" (fl. 216).
Defende que "a distinção criada pelo legislador não se deu por acaso: os hospitais,
sabidamente, tem custos operacionais maiores, que compreendem internação, alimentação,
enfermagem, lavanderia, comunicações, etc, enquanto que as clínicas médicas em geral não
incorrem em boa parte desses custos, tendo, por conseguinte, uma margem de lucro maior" (fl.
220).
Admitido o recurso (fl. 209), sem contra-razões (fl. 208), vieram-me os autos
conclusos.
É o relatório.
Documento: 623072 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 08/05/2006 Página 2 de 7
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RECURSO ESPECIAL Nº 799.854 - PR (2005/0195517-4)
EMENTA
VOTO
Passo ao mérito.
A Fazenda Nacional alega violação aos artigos 15, § 1º, III, "a", e 20 da Lei n.º
9.249/95, assim redigidos:
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A Primeira Turma não discrepa desse entendimento, nos termos dos precedentes a
seguir colacionados:
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pessoal ou instrumental em prol da saúde humana, está encartada no favor fiscal da
redução de alíquota.
6. Hipótese em que o Tribunal a quo, com ampla cognição fática, assentou
que os serviços de hemodiálise prestados pelo recorrido revestem-se de natureza de
prestação de serviços médico-hospitalares e que, portanto, estaria sujeito à alíquota
do Imposto de Renda de 8% sobre a receita bruta mensal (Precedentes das Turmas de
Direito Público do STJ: REsp 380.087/RS; Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, SEGUNDA TURMA, DJ de 07/06/2004; REsp 380.584/RS; Rel. Min.
GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA TURMA, DJ de 25/03/2002).
7. As empresas prestadoras de serviços médico-hospitalares de hemodiálise,
nos termos do art. 15, § 1º, inciso III, alínea 'a', segunda parte, da Lei n.º 9.249/95,
estão sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento) incidente sobre a receita bruta mensal
a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica.
8. Recurso Especial improvido" (STJ - 1ª Turma, REsp n.º 673.033/RS, Rel.
Min. Luiz Fux, DJU de 12.09.05).
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neste ponto.
3. A Lei 9.249/95, que dispõe sobre o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica,
assevera no seu art. 15 que: 'A base de cálculo do imposto, em cada mês, será
determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita
bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981,
de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este
artigo será de: (...) III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de
serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares.'
4. As empresas prestadoras de serviços de apoio a diagnóstico médico por
imagem (radiologia, ecografia e tomografia computadorizada) enquadram-se na
concepção de 'serviços hospitalares' inserta no art. 15, § 1º, inciso III, alínea 'a',
segunda parte, da Lei n.º 9.249/95, estando sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento)
sobre a receita bruta mensal a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica.
5. Recurso especial parcialmente conhecido e não-provido" (STJ - 1ª
Turma, REsp n.º 782.763/RS, Rel. Min. José Delgado, DJU de 05.12.05).
Como afirmado pelo Ministro Luiz Fux no voto condutor do REsp n.º 673.033/RS,
"é cediço que as normas tributárias admitem interpretação analógica, bem como teleológica, por
isso que, tributando a lei os 'serviços em geral' e excluindo os médico-hospitalares, torna estreme de
dúvida que toda e qualquer atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde humana,
está encartada no favor fiscal da redução de alíquota". E continua: "consectariamente, as empresas
prestadoras de serviços médico-hospitalares de hemodiálise, nos termos do art. 15, § 1º, inciso III,
alínea 'a', segunda parte, da Lei n.º 9.249/95, estão sujeitas à alíquota de 8% (oito por cento)
incidente sobre a receita bruta mensal a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica".
A razão social da impetrante revela o objeto de sua atividade, que abrange, além do
diagnóstico de enfermidades e desvios relacionados ao trato odontológico, a realização de cirurgias
maxilofaciais. São serviços que demandam rotinas e procedimentos tipicamente hospitalares, além
de espaço físico adequado para intervenções cirúrgicas e corpo técnico especializado, envolvendo
anestesistas e corpo de enfermagem. Na esteira do que têm decidido as Turmas de Direito Público
deste Tribunal, não há dúvida de que o serviço desempenhado pela impetrante enquadra-se no
conceito de "atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde humana" (REsp n.º
673.033/RS).
É como voto.
Documento: 623072 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 08/05/2006 Página 6 de 7
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 46
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro CASTRO MEIRA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL
PROCURADOR : RODRIGO PEREIRA DA SILVA FRANK E OUTROS
RECORRIDO : CENTRO DE DIAGNÓSTICO E CIRURGIA MAXILOFACIAL S/C LTDA
ADVOGADO : ALEXANDRE PELISSARI CIDADE E OUTRO
ASSUNTO: Tributário - Imposto de Renda - Pessoa Jurídica
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr.
Ministro-Relator."
Os Srs. Ministros Eliana Calmon e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro
Relator.
Documento: 623072 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 08/05/2006 Página 7 de 7
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
TRF
1ª REGIÃO
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 48
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
08/04/2022
Número: 1040216-39.2019.4.01.3400
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: 7ª Turma
Órgão julgador: Gab. 21 - DESEMBARGADORA FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS
Última distribuição : 02/02/2022
Valor da causa: R$ 70.000,00
Processo referência: 1040216-39.2019.4.01.3400
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Base de Cálculo, Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (APELANTE)
ORAL UNIC CAMPO GRANDE CLINICA ODONTOLOGICA EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
LTDA (APELADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
20387 08/04/2022 06:57 Acórdão Acórdão
1571
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 49
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
VOTO - VENCEDOR
Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 08/04/2022 06:57:53 Num. 203871571 - Pág. 1
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Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 50
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atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; (...)§2º No
caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade”Da
leitura do dispositivo, verifica-se que, excepcionalmente, foram excluídos da regra de índice geral
os serviços hospitalares, sobre os quais o IRPJ e a CSLL são calculados em percentuais
reduzidos. Posteriormente, a Lei n. 11.727/2008 trouxe nova redação ao artigo transcrito acima,
com vigência a partir de 01/01/2009. Vejamos:“Art. 15. (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia,
medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja
organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – Anvisa;” A autora comprovou exercer atividades de clínica odontológica
adequados à prestação de serviços de natureza hospitalar, não se restringindo a consultas
médicas, como pode-se observar no Alvará de Localização e Funcionamento Provisório e notas
fiscais relativas a cirurgias bucomaxilofaciais, implantodentia, exodontia, periodontia e colocação
de próteses em seus pacientes nas suas próprias instalações.Restou, ainda, demonstrado,
através do contrato de constituição societária, a forma de sociedade empresa (doc 185945076) e
alvará de licença sanitária nº 41887 (doc. 185945081).Para gozar do benefício da redução da
alíquota, a legislação exige da empresa a prestação de serviços hospitalares e que seja
obrigatoriamente constituída sob a forma de sociedade empresária. Dessa forma, entende este
TRF1:TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. IRPJ E CSLL. ALÍQUOTAS
REDUZIDAS. PRESTADORA DE "SERVIÇOS HOSPITALARES" (EXCLUSÃO DAS
CONSULTAS MÉDICAS) SOB A FORMA DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA. 1. O Superior Tribunal
de Justiça decidiu que o recolhimento do IRPJ e da CSLL com alíquotas reduzidas de 8% e 12%,
respectivamente, após a edição da Lei 11.727/2008, que alterou o art. 15, § 2º, da Lei
9.249/1995, exige da empresa a prestação de serviços hospitalares e seja obrigatoriamente
constituída sob a forma de sociedade empresária (REsp repetitivo 1.116.399-BA, r. Ministro
Benedito Gonçalves, 1ª Seção em 28.10.2009; AgRg no REsp 1.538.506/SC, r. Ministro
Humberto Martins, 2ª Turma em 15.09.2015). 2. A impetrante comprovou que preenche esses
requisitos, caso em que tem direito subjetivo às alíquotas reduzidas, excluídas as consultas
médicas. 3. Apelação da União desprovida. Remessa necessária parcialmente provida.(AMS
0037018-89.2011.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA, TRF1 -
OITAVA TURMA, PJe 25/10/2021 PAG.)PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL.
ALÍQUOTA REDUZIDA. LEI 9.245/95. REDAÇÃO DA LEI 11.727/2008. SERVIÇOS DE
NATUREZA HOSPITALAR. SOCIEDADE EMPRESÁRIA LIMITADA. PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS DE ODONTOLOGIA. CIRURGIAS ODONTOLÓGICAS, IMPLANTES DENTÁRIOS E
RADIOGRAFIAS. APELAÇÃO DA PARTE AUTORA PROVIDA. APELAÇÃO DA UNIÃO E
REMESSA OFICIAL NÃO PROVIDAS. 1. O inciso III da letra "a" do art. 15 da Lei 9.249/95, com a
redação dada pela Lei 11.727/2008, assegurou que a base de cálculo do imposto de renda e da
contribuição social sobre o lucro líquido, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, para as atividades
de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia,
anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas. 2. A
Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao apreciar o REsp 951.251/PR (Rel. Ministro
Castro Meira, DJe 03.06.2009), à unanimidade , firmou o entendimento de que "o art. 15, § 1º, III,
"a", da Lei nº 9.249/95 explicitamente concede o benefício fiscal de forma objetiva, com foco nos
serviços que são prestados, e não no contribuinte que os executa." 3. A análise da documentação
acostada aos autos permite inferir que é apropriado o enquadramento dos serviços prestados
pela parte autora como "serviços hospitalares", assim entendidos aqueles realizados em prol da
saúde humana. 4. A colocação de implante dentário demanda a utilização de técnicas cirúrgicas
específicas e segue orientações previstas para a especialidade de Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial, a qual já foi enquadrada pelo Superior Tribunal de Justiça como "atividade
hospitalar". (REsp 799.854/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em
Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 08/04/2022 06:57:53 Num. 203871571 - Pág. 2
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25/04/2006, DJ 08/05/2006, p. 187). 5. Apelação da parte autora provida. Apelação da UNIÃO e
remessa oficial não providas. (AC 0002550-02.2011.4.01.3400, DESEMBARGADOR FEDERAL
MARCOS AUGUSTO DE SOUSA, TRF1 - OITAVA TURMA, e-DJF1 27/03/2015 PAG
1180.)Portanto, a atividade empresarial exercida pela parte autora está inclusa no conceito de
“serviços hospitalares”, fazendo jus à incidência dos percentuais de 8% e 12% sobre a receita
bruta mensal, para fins de base de cálculo do imposto de renda e de contribuição social sobre o
lucro líquido, respectivamente.Ante o exposto, nego provimento à apelação da União. Mantenho a
condenação da apelante no pagamento de honorários advocatícios, fixados em 15% (dez por
cento) sobre o valor da condenação, com acréscimo de mais 1% de tal referencial (respeitado o
valor mínimo de R$1.000,00), a teor do §11 do art. 85 do CPC/2015.É o meu voto.Des(a). Fed.
GILDA SIGMARINGA SEIXASRelatora
DEMAIS VOTOS
Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 08/04/2022 06:57:53 Num. 203871571 - Pág. 3
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médicas. (AMS 0037018-89.2011.4.01.3400, TRF1 - OITAVA TURMA, PJe 25/10/2021
PAG.)5. Apelação da União não provida.ACÓRDÃODecide a Turma, por unanimidade, negar
provimento à apelação da União.Brasília/DF, na data da certificação digital.Des(a). Fed. GILDA
SIGMARINGA SEIXASRelatora
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Tribunal Regional Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
15/03/2022
Número: 0035750-05.2017.4.01.0000
Classe: AÇÃO RESCISÓRIA
Órgão julgador colegiado: 4ª Seção
Órgão julgador: Gab. 19 - DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ AMILCAR MACHADO
Última distribuição : 18/07/2017
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0035750-05.2017.4.01.0000
Assuntos: Retido na fonte
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FAZENDA NACIONAL (AUTOR)
LIMPDENTE CLINICA ODONTOLOGICA SC LTDA (REU) CAROLINA BARRETO LONGA DIAS (ADVOGADO)
SOBRAL ODONTOLOGIA SOCIEDADE SIMPLES LTDA - ME
(REU)
CANGUSSU ARTE EM REABILITACAO ORAL - ME (REU) CAROLINA BARRETO LONGA DIAS (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
18647 04/02/2022 12:17 Acórdão Acórdão
4032
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JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gabinete 19 - Desembargador Federal JOSÉ AMÍLCAR MACHADO
Processo Judicial eletrônico
RELATÓRIO
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IRPJ” (ID 62504060 - pp. 479/503 de 504).
Argumenta o ente público que 'De acordo com os contratos sociais acostados aos autos, a
descrição da atividade desenvolvida pelas sociedades requeridas, consistente na prestação de serviços
odontológicos em geral, não se confunde com serviços hospitalares'. Aduz, ainda, que "as normas de direito
tributário que preveem benefícios fiscais devem ser interpretadas de forma literal, conforme dispõe o art.111,
do Código Tribunal Nacional" (p. 494 de 504).
Acrescenta a União que "segundo jurisprudência pacífica no âmbito do STJ, REsp 11.16399/BA,
julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, somente os estabelecimentos que possuam custos
diferenciados do simples atendimento médico e que demandem equipamentos específicos possuiriam direito à
redução da base de cálculo", pelo que 'os serviços prestados pelas sociedades rés de natureza odontológica,
procedimentos mais simples, não se equiparam aos serviços de natureza hospitalar'.
Requer a rescisão do acórdão impugnado, e, em juízo rescisório, que seja negado provimento à
Apelação interposta pelas impetrantes, ora requeridas (pp. 494/503 de 504).
Distribuída a Rescisória à esta relatoria na Seção, foi dispensado, a teor do art. 127, caput, da
Constituição Federal, a intervenção do Ministério Público, pela ausência de interesse social ou individual
indisponível na causa, que versa exclusivamente sobre direito patrimonial.
Após múltiplas tentativas (pp. 11/133 de 504), foram citadas 03 (três) das 04
(quatro) sociedades empresárias requeridas na exordial (pp. 479 e 480 de 504), tendo apresentado
contestação apenas CANGUSSU ARTE EM REABILITAÇÃO ORAL - ME e LIMP'DENTE CLÍNICA
ODONTOLÓGICA SC LTDA (pp. 99/118 de 504).
É o relatório.
VOTO - VENCEDOR
Poder Judiciário
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Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gabinete 19 - Desembargador Federal JOSÉ AMÍLCAR MACHADO
Processo Judicial eletrônico
VOTO
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Decide a Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, por
unanimidade, dar provimento à apelação das impetrantes, nos termos do voto do
Relator."
Em linhas gerais, portanto, o aresto impugnado não infringe à norma jurídica indicada pela
autora – alínea ‘a’ do inciso III, § 1º, art. 15, da Lei 9.249/1995 (Altera a legislação do imposto de renda das
pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências) –, ponto
nodal da controvérsia sub examine. Ao contrário, adotou essa regra em suas razões de decidir, haja vista ter
prestigiado o critério objetivo de definição da pessoa jurídica beneficiária da redução tributária, fundamentação
coincidente com a orientação fixada por tribunal superior em sede de recurso repetitivo, como se extrai dos
seguintes trechos do julgado:
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O legislador ordinário não discriminou a natureza jurídica da sociedade, e
assim fazendo, os atos normativos que restringiram o conceito de serviços
hospitalares exorbitaram dos limites de sua atuação, haja vista que, como ato
hierarquicamente inferior a lei, não têm o poder de modificar disposições expressas
de texto legislativo, como no caso." (ID 62504063 - pp. 331/334 de 504 - grifos
nossos.)
A multicitada alínea ‘a’ do inciso III, § 1º do art. 15 da Lei 9.249/1995 passou a determinar, na
redação que lhe atribuiu o art. 29 da Lei 11.727, de 23.06.2008:
“Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante
a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto no art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de
dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei
no 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
III - trinta e dois por cento, para as atividades de:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e
atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa;” (grifos
nossos)
Na hipótese vertente a União alega que 'por prestarem serviços odontológicos em geral (fls. 19,
22, 25), procedimentos mais simples não equiparados aos serviços de natureza hospitalar, as
sociedades empresárias requeridas não fariam jus às alíquotas reduzidas dos tributos' (pp. 494/496 de 504).
Com efeito, conquanto não se desconheça a decisão da 1ª Turma do STJ no AgRg no REsp
1.168.663/RS (relatoria do Ministro Arnaldo Esteves Lima - DJe de 09/06/2011) no sentido de que "A atividade
de clínica odontológica não se enquadra no conceito de serviços hospitalares para efeitos do benefício fiscal",
há que se destacar a existência de outros precedentes exarados por ambas as Turmas daquela Corte
Superior, com conclusão diversa, entre os quais destaco:
Adotando esta mesma linha decisória, cito, também do STJ, os julgamentos do REsp
1.060.085/SC, em que a relatora, Ministra Denise Arruda, pontuando tratar-se de recursos interpostos,
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respectivamente, "pela Fazenda Nacional e por Dental Med", reconheceu o enquadramento das atividades
desenvolvidas pela empresa no conceito de serviços hospitalares para fins de tributação reduzida,
"excluídas as simples consultas médicas e as atividades de cunho administrativo" (publicação aos 04/02/2010),
bem como, do REsp 996.082/PR (DJe 21/09/2009), em que a 1ª Turma, pelo voto-condutor do
saudoso Ministro Teori Zavascki, analisando a alegação de que a recorrida, 'Ortodiagnose Odontologia e
Medicina S/S LTDA', não prestaria serviços hospitalares ""tendo em vista que esses "são (...) prestados por
hospitais ou pronto-socorros, não se incluindo, aí, as clínicas médicas e de outros serviços como
os desenvolvidos pela demandante"", destacou não mais ser acolhida referida orientação pelo STJ, sendo
excetuadas do benefício fiscal, tão-somente, as receitas auferidas com a prestação dos serviços de consultas.
Em suma, duas situações convergem para o direito ao benefício nas espécies como a em
presença: a) a prestação de 'serviços hospitalares'; e, b) por instituição que, no desenvolvimento de suas
atividades, tenha custos diferenciados da simples consulta médica, sem que decorram, necessariamente, da
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internação de pacientes, devendo ser ressaltada, todavia, a não-aplicação das modificações introduzidas
pela Lei 11.727/08 às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como, a não-abrangência
da redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 a toda a receita bruta da empresa contribuinte
genericamente considerada, mas, apenas, àquela parcela da receita proveniente unicamente da
atividade específica sujeita ao benefício fiscal, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei
9.249/95 ("No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade").
Do que se conclui que não contendo, no principal, o acórdão transitado em julgado, cuja
desconstituição pretende a União, a flagrante violação à norma jurídica alegada pela autora, haja vista
ter decidido a controvérsia em consonância com orientação firmada por tribunal superior em recurso
representativo de controvérsia (Tema Repetitivo 217), no sentido de que a redução de alíquota prevista no
artigo 15, § 1º, inciso III, alínea a, da Lei 9.249/95 deve ser interpretada objetivamente (sob a perspectiva da
atividade realizada pelo contribuinte), uma vez que a lei, ao conceder o benefício fiscal, não estipulou o tipo
de estrutura ou o local da prestação (critério subjetivo), mas sim, a natureza do serviço prestado (assistência à
saúde), procede apenas em parte, tão-somente para o ajuste do decisum rescindendo às limitações
supramencionadas, a pretensão rescisória da coisa julgada subjacente.
Assim, as requeridas fazem jus à alíquota reduzida de 8% (oito por cento) incidente sobre
a receita bruta auferida com a atividade específica de prestação de serviços odontológicos de
assistência à saúde relativamente ao IRPJ, devendo ser excetuadas do benefício, entretanto, as
consultas.
Vencido o ente público autor na maior parte da demanda e sendo muito baixo o valor atribuído
à causa rescisória [*R$988,07 (novecentos e oitenta e oito reais e sete centavos) – p. 503 de 504], fixo, por
apreciação equitativa, no valor de R$4.000,00 (quatro mil reais), pro rata, os honorários advocatícios de
sucumbência devidos às requeridas que contestaram o feito (Inteligência do art. 85, § 8º c/c § 2º, I a III, do
Código de Processo Civil).
Incabível na espécie a reversão do depósito prevista no art. 974, parágrafo único, do CPC/2015.
É como voto.
DEMAIS VOTOS
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Poder Judiciário
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
Gabinete 19 - Desembargador Federal JOSÉ AMILCAR MACHADO
Processo Judicial eletrônico
EMENTA
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diagnóstico odontológico e de cirurgias maxilofaciais demandam rotinas e procedimentos tipicamente
hospitalares, além de espaço físico adequado para intervenções cirúrgicas e corpo técnico especializado,
enquadrando-se no conceito de " atividade médica, pessoal ou instrumental em prol da saúde
humana" (REsp 673.033/RS, Rel. Min. Luiz Fux)"" (STJ: REsp 799.854/PR, 2ª Turma, unânime, de relatoria
do Ministro Castro Meira, DJ de 08/05/2006).
5. Em caso similar, analisando a alegação de que a recorrida, 'Ortodiagnose Odontologia e Medicina S/S
LTDA', não prestaria serviços hospitalares "tendo em vista que esses "são (...) prestados por hospitais
ou pronto-socorros, não se incluindo, aí, as clínicas médicas e de outros serviços como os desenvolvidos pela
demandante"", o voto-condutor de relatoria do saudoso Ministro Teori Zavascki destacou não mais ser
acolhida referida orientação pelo STJ, sendo excetuadas do benefício fiscal, tão-somente, as receitas auferidas
com a prestação dos serviços de consultas (STJ: REsp 996.082/PR, 1ª Turma, DJe 21/09/2009). Nesta mesma
linha decisória: REsp 1.060.085/SC, de relatoria da Ministra Denise Arruda, publicação aos 04/02/2010.
No TRF3: ApCív 0002206-85.2012.4.03.6130, 3ª Turma, na relatoria do Desembargador Federal Nelton
dos Santos, e-DJF3 de 02/06/2017.
6. Não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência as modificações introduzidas pela Lei
11.727/08, bem como, não abrange toda a receita bruta da empresa-contribuinte, genericamente considerada, a
redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95, mas, apenas, aquela parcela proveniente unicamente da atividade
específica sujeita ao benefício fiscal, nos exatos termos do art. 15, § 2º, da Lei 9.249/1995 ("No caso de
atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade").
7. Pedido rescisório da União acolhido parcialmente, para, desconstituindo-se em parte o acórdão rescindendo
e reexaminando-se a causa no particular, dar-se parcial provimento à Apelação interposta pelas impetrantes,
assegurando-lhes o direito ao recolhimento do IRPJ com a base de cálculo de 8% sobre as receitas auferidas
com a prestação de serviços, excetuadas as decorrentes das consultas, mantido, no mais, o aresto
rescindendo.
8. Prejudicado o Agravo Interno interposto ao indeferimento da tutela de urgência.
9. Vencido o ente público autor na maior parte da demanda e sendo baixo o valor atribuído à causa rescisória
[*R$988,07 (novecentos e oitenta e oito reais e sete centavos)], fixo, por apreciação equitativa, no valor de
R$4.000,00 (quatro mil reais), pro rata, os honorários advocatícios de sucumbência devidos às requeridas que
contestaram o feito (Inteligência do art. 85, § 8º c/c § 2º, I a III, do Código de Processo Civil).
10. Sem condenação em custas, por ser isenta a União. Incabível na espécie a reversão do depósito prevista
no art. 974, parágrafo único, do CPC/2015.
ACÓRDÃO
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Tribunal Regional Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
15/03/2022
Número: 0035750-05.2017.4.01.0000
Classe: AÇÃO RESCISÓRIA
Órgão julgador colegiado: 4ª Seção
Órgão julgador: Gab. 19 - DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ AMILCAR MACHADO
Última distribuição : 18/07/2017
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0035750-05.2017.4.01.0000
Assuntos: Retido na fonte
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FAZENDA NACIONAL (AUTOR)
LIMPDENTE CLINICA ODONTOLOGICA SC LTDA (REU) CAROLINA BARRETO LONGA DIAS (ADVOGADO)
SOBRAL ODONTOLOGIA SOCIEDADE SIMPLES LTDA - ME
(REU)
CANGUSSU ARTE EM REABILITACAO ORAL - ME (REU) CAROLINA BARRETO LONGA DIAS (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
18541 01/02/2022 13:45 Certidão de julgamento Certidão de julgamento
1048
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 64
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01/02/2022 09:21
Certidão de julgamento
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Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 65
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Justiça Federal da 1ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
28/05/2022
Número: 1017028-46.2021.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO COMUM CÍVEL
Órgão julgador: 5ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 26/03/2021
Valor da causa: R$ 70.000,00
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ORAL UNIC ODONTOLOGIA ITU LTDA (AUTOR) EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA (ADVOGADO)
UNIAO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) (REU)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
97547 16/12/2021 14:21 Acórdão Acórdão
6042
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 66
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JUSTIÇA FEDERAL
Tribunal Regional Federal da 1ª Região
VOTO - VENCEDOR
Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 16/12/2021 14:21:41 Num. 975476042 - Pág. 1
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Número do documento: 21121614214100000000966591725
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 67
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373745930
Número do documento: 22110714591540700001373745930
46.2021.4.01.3400
VOTOPara fins de apuração mensal do IRPJ e da CSLL, o art. 15 da Lei n. 9.249/95 fixou o
percentual de 32% como base de cálculo geral para todas as empresas prestadoras de serviço.
Confira-se:Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado
o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.§1º Nas seguintes
atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; (...)§2º No
caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade”Da
leitura do dispositivo, verifica-se que, excepcionalmente, foram excluídos da regra de índice geral
os serviços hospitalares, sobre os quais o IRPJ e a CSLL são calculados em percentuais
reduzidos. Posteriormente, a Lei n. 11.727/2008 trouxe nova redação ao artigo transcrito acima,
com vigência a partir de 01/01/2009. Vejamos:“Art. 15. (...)III - trinta e dois por cento, para as
atividades de:a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio
diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia,
medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja
organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária – Anvisa;”Consta no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, a empresa autora
detém natureza jurídica de “sociedade empresária limitada”, cuja atividade econômica principal é
descrita como “atividade médica ambulatorial com recursos para realização de procedimentos
cirúrgicos” e como atividade secundária “realização de exames complementares” e
“consultas”.Consta ainda, no documento de ID 1633414 a licença de alvará sanitário concedido
pela prefeitura municipal de Ítu - SP, estando, portanto, em cumprimento dos requisitos legais
para a redução das alíquotas requeridas, conforme jurisprudência deste TRF1:TRIBUTÁRIO.
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL. IRPJ E CSLL. ALÍQUOTAS REDUZIDAS.
PRESTADORA DE "SERVIÇOS HOSPITALARES" (EXCLUSÃO DAS CONSULTAS MÉDICAS)
SOB A FORMA DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA. 1. O Superior Tribunal de Justiça decidiu que o
recolhimento do IRPJ e da CSLL com alíquotas reduzidas de 8% e 12%, respectivamente, após a
edição da Lei 11.727/2008, que alterou o art. 15, § 2º, da Lei 9.249/1995, exige da empresa a
prestação de serviços hospitalares e seja obrigatoriamente constituída sob a forma de sociedade
empresária (REsp repetitivo 1.116.399-BA, r. Ministro Benedito Gonçalves, 1ª Seção em
28.10.2009; AgRg no REsp 1.538.506/SC, r. Ministro Humberto Martins, 2ª Turma em
15.09.2015). 2. A impetrante comprovou que preenche esses requisitos, caso em que tem direito
subjetivo às alíquotas reduzidas, excluídas as consultas médicas. 3. Apelação da União
desprovida. Remessa necessária parcialmente provida.(AMS 0037018-89.2011.4.01.3400,
DESEMBARGADOR FEDERAL NOVÉLY VILANOVA, TRF1 - OITAVA TURMA, PJe 25/10/2021
PAG.)PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO MANDADO DE SEGURANÇA - ADOÇÃO DAS
BASES DE CÁLCULOS REDUZIDAS DO IRPJ (8%) E DA CSLL (12%) QUANTO ÀS RECEITAS
DE SERVIÇOS HOSPITALARES - REPET-RESP. 1 - Trata-se de remessa oficial em face da
sentença (CPC/2015) que, concedendo a segurança, assegurou à empresa/impetrante
(prestadora de serviços odontológicos ditos de "alta complexidade" para além do "simples
atendimento ambulatorial, "o direito de recolher o IRPJ e a CSLL, com bases de cálculo reduzidas
de 8% e 12%, respectivamente", com atenção, se o caso, aos ulteriores requisitos da Lei
9.249/92, limitando-se tal redução só às "receitas decorrentes da prestação de serviços
hospitalares", nos termos do REPET-REsp nº 1.116.399/BA. 1.1 - Vem-se - "per relationem" -
confirmar a sentença, por sua ampla e adequada fundamentação, retratando a jurisprudência
pacificada de então, em nível de recurso repetitivo, e a legislação específica de regência, até
porque o Fisco, de modo expresso, evidenciou autorização e desinteresse em não recorrer, não
havendo qualquer resíduo fático e jurídico controverso que, pois, a desabone, o que enseja,
assim, sua confirmação, até pelo comando de observância do art. 926 e art. 927 do CPC/2015. 2
- Remessa oficial não provida. (REOMS 1000080-70.2019.4.01.3700, DESEMBARGADORA
FEDERAL GILDA SIGMARINGA SEIXAS, TRF1 - PRIMEIRA TURMA, PJe 26/07/2021
PAG.)Quanto aos horários advocatícios, tendo sido reconhecido à parte autora o direito à
Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 16/12/2021 14:21:41 Num. 975476042 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21121614214100000000966591725
Número do documento: 21121614214100000000966591725
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http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373745930
Número do documento: 22110714591540700001373745930
restituição/compensação dos valores recolhidos a maior, deve a verba de advogado ser apurada
tendo como base de cálculo o valor da condenação ou do proveito econômico obtido, conforme a
disciplina do art. 85 do CPC. De acordo com o § 4º, III, do referido artigo, a utilização do valor
atualizado da causa somente deve ocorrer nos casos em que não há condenação principal ou
quando não é possível mensurar o proveito econômico obtido, situação que não ocorre no caso
em apreço.Ante o exposto, nego provimento à apelação da União e dou provimento ao recurso
da parte autora para determinar a apuração dos honorários advocatícios com base no valor da
condenação, devendo os percentuais serem definidos no momento da liquidação do julgado,
conforme dispõe o art. 85, 4º, II, do CPC.É o meu voto.Des(a). Fed. GILDA SIGMARINGA
SEIXASRelatora
DEMAIS VOTOS
Assinado eletronicamente por: GILDA MARIA CARNEIRO SIGMARINGA SEIXAS - 16/12/2021 14:21:41 Num. 975476042 - Pág. 3
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Número do documento: 21121614214100000000966591725
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PJe 25/10/2021 PAG.)6. Tendo sido reconhecido à parte autora o direito à
restituição/compensação dos valores recolhidos a maior, deve a verba de advogado ser apurada
tendo como base de cálculo o valor da condenação ou do proveito econômico obtido, conforme a
disciplina do art. 85 do CPC. De acordo com o § 4º, III, do referido artigo, a utilização do valor
atualizado da causa somente deve ocorrer nos casos em que não há condenação principal ou
quando não é possível mensurar o proveito econômico obtido, situação que não ocorre no caso
em apreço.7. Apelação da União não provida. Apelação da parte autora provida para determinar a
apuração dos honorários advocatícios com base no valor da condenação, com definição dos
percentuais no momento da liquidação do julgado (CPC, art. 85, 4º, II).ACÓRDÃODecide a
Turma, por unanimidade, negar provimento à apelação da União e dar provimento à apelação da
parte autora.Brasília/DF, na data da certificação digital.Des(a). Fed. GILDA SIGMARINGA
SEIXASRelatora
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
EMENTA
ACÓRDÃO
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO 0002550-02.2011.4.01.3400/DF fls.2/4
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO 0002550-02.2011.4.01.3400/DF fls.3/4
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO 0002550-02.2011.4.01.3400/DF fls.4/4
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1a. REGIÃO
SECRETARIA JUDICIÁRIA
SECRETARIA JUDICIÁRIA
Sustentação Oral
Sustentação oral: Rafael Santos B. Silva.
Certidão
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO (20ÃN09ãH)
Numeração Única: 0009849-49.2005.4.01.3300
APELAÇÃO CÍVEL N. 2005.33.00.009852-4/BA
EMENTA
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.2/10
ACÓRDÃO
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.3/10
RELATÓRIO
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.4/10
É o relatório.
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.5/10
VOTO
A PRESCRIÇÃO:
O MÉRITO:
A natureza dos serviços é definida pela sua modalidade, não pelo local
onde são prestados.
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.6/10
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.7/10
A Lei 9.249/1995 preceitua, no art. 15, com a redação dada pela Lei
11.727/2008, as hipóteses e respectivas alíquotas quanto à natureza dos serviços,
nos seguintes termos:
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.8/10
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.9/10
algo a quem quer que seja. Vale dizer, não lhe é possível expedir regulamento,
instrução, resolução, portaria ou seja lá que ato for para coartar a liberdade dos
administrados. (MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 14
ed., São Paulo: Malheiros, 2002, p. 86).
A COMPENSAÇÃO:
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO fls.10/10
A CORREÇÃO MONETÁRIA:
Em razão da aplicação da taxa SELIC, não mais tem eficácia o art. 161
combinado com o art. 167, parágrafo único, do CTN. Dessa forma, não há de se
falar na estipulação dos juros de mora, diante da impossibilidade de cumulação.
O DISPOSITIVO:
É como voto.
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1a. REGIÃO
SECRETARIA JUDICIÁRIA
SECRETARIA JUDICIÁRIA
Sustentação Oral
Certidão
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
(BÊ=Â0\1R0)
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Numeração Única: 0018601-35.2004.4.01.3400
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL N. 2004.34.00.018642-8/DF
EMENTA
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Numeração Única: 0018601-35.2004.4.01.3400
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL N. 2004.34.00.018642-8/DF
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
(BÊ=Â0\1R0)
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Numeração Única: 0018601-35.2004.4.01.3400
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL N. 2004.34.00.018642-8/DF
RELATÓRIO
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Numeração Única: 0018601-35.2004.4.01.3400
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL N. 2004.34.00.018642-8/DF
VOTO
Para esse fim, importa mencionar que, conforme contrato social de fls.
45/48, a atividade da sociedade empresária, ora embargada, é de prestação de serviços
odontológicos.
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Numeração Única: 0018601-35.2004.4.01.3400
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL N. 2004.34.00.018642-8/DF
definição de serviços hospitalares, foi decidido de forma fundamentada, que "A nova
redação da Lei 9.249/1995 deixou claro que a norma, no caso, é ampliativa, não restritiva,
de acordo com o art. 106 do CTN" (fl. 231), concluindo, o v. acórdão, ao final, que "In
casu, a autora presta serviço médico na área de odontologia (fl. 45-48). Enquadra-se,
pois, nas hipóteses da Lei 9.249/1995 e tem direito à aplicação do percentual de 8% para
apuração do IRPJ" (fl. 232).
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
Numeração Única: 0018601-35.2004.4.01.3400
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL N. 2004.34.00.018642-8/DF
É o voto.
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 92
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373745930
Número do documento: 22110714591540700001373745930
TRF
2ª REGIÃO
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462748 - Pág. 93
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373745930
Número do documento: 22110714591540700001373745930
IV - APELACAO CIVEL 560869 2009.51.01.025321-0
Nº CNJ : 002532153.2009.4.02.5101
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL FERREIRA NEVES
APELANTE : CRIANÇA 24 HORAS ATENDIMENTO INTEGRADO À
CRIANÇA E AO ADOLESCENTE LTDA
ADVOGADO : ALINE MENDES PEREIRA LOUZADA DE SOUZA E
OUTROS
APELADO : UNIÃO FEDERAL / FAZENDA NACIONAL
ORIGEM : DÉCIMA PRIMEIRA VARA FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO (200951010253210)
R E L A T Ó R I O
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IV - APELACAO CIVEL 560869 2009.51.01.025321-0
interior de um hospital, excetuandose desse conceito apenas as consultas
médicas. Requer a reforma da sentença (fls. 181194).
Contrarrazões às fls. 200205.
O Representante do Ministério Público Federal opinou pelo
provimento da apelação (fls. 210218).
É o relatório. Peço dia para julgamento.
FERREIRA NEVES
DESEMBARGADOR FEDERAL
RELATOR
V O T O
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RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO
ARTIGO 543C DO CPC.
1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da
expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei
9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota
do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a
despeito da generalidade da expressão contida na lei,
poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no
conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles
estabelecimentos destinados ao atendimento global ao
paciente, mediante internação e assistência médica
integral.
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da
relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª
Seção, modificando orientação anterior, decidiu que,
para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas
reduzidas, a expressão "serviços hospitalares",
constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95,
deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a
perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte),
porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não
considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza
do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na
mesma oportunidade, ficou consignado que os
regulamentos emanados da Receita Federal referentes
aos dispositivos legais acima mencionados não
poderiam exigir que os contribuintes cumprissem
requisitos não previstos em lei (a exemplo da
necessidade de manter estrutura que permita a
internação de pacientes) para a obtenção do benefício.
Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de
internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei
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9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento
as disposições constantes em atos regulamentares".
3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares
"aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas
pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da
saúde", de sorte que, "em regra, mas não
necessariamente, são prestados no interior do
estabelecimento hospitalar, excluindose as simples
consultas médicas, atividade que não se identifica com
as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios
médicos".
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela
Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas
anteriormente à sua vigência, bem como de que a
redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se
refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte
genericamente considerada, mas sim àquela parcela da
receita proveniente unicamente da atividade específica
sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo
contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da
Lei 9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que
a empresa recorrida presta serviços médicos
laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à
promoção da saúde, que demanda maquinário
específico, podendo ser realizada em ambientes
hospitalares ou similares, não se assemelhando a
simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o
novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em
discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por
cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no
caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela
atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais).
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6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de
controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do
CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido.
(STJ, REsp 1.116.399BA. Rel. Min. BENEDITO
GONÇALVES. Dj de 28.10.2009) (destaquei)
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REABILITAÇÃO. INCLUSÃO NO CONCEITO DE
SERVIÇO HOSPITALAR. PRECEDENTE DA
PRIMEIRA SEÇÃO.
1. Acórdão proferido antes do advento das alterações
introduzidas pela Lei nº 11.727, de 2008. Os arts. 15, §
1º, III, "a", e 20 da Lei nº 9.249/95 explicitamente
concedem o benefício fiscal de forma objetiva, com foco
nos serviços que são prestados, e não no contribuinte
que os executa.
2. Independentemente da forma de interpretação
aplicada, ao intérprete não é dado alterar a mens legis.
Assim, a pretexto de adotar uma interpretação restritiva
do dispositivo legal, não se pode alterar sua natureza
para transmudar o incentivo fiscal de objetivo para
subjetivo.
3. A redução do tributo, nos termos da lei, não teve em
conta os custos arcados pelo contribuinte, mas, sim, a
natureza do serviço, essencial à população por estar
ligado à garantia do direito fundamental à saúde, nos
termos do art. 6º da Constituição Federal.
4. Qualquer imposto, direto ou indireto, pode, em maior
ou menor grau, ser utilizado para atingir fim que não se
resuma à arrecadação de recursos para o cofre do
Estado. Ainda que o Imposto de Renda se caracterize
como um tributo direto, com objetivo
preponderantemente fiscal, pode o legislador dele se
utilizar para a obtenção de uma finalidade extrafiscal.
5. Devese entender como “serviços hospitalares"
aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas
pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da
saúde. Em regra, mas não necessariamente, são
prestados no interior do estabelecimento hospitalar,
excluindose as simples consultas médicas, atividade
que não se identifica com as prestadas no âmbito
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IV - APELACAO CIVEL 560869 2009.51.01.025321-0
hospitalar, mas nos consultórios médicos. Precedente
da Primeira Seção.
6. No caso, tratase de entidade que presta serviços de
fisioterapia e reabilitação. Não se está diante de simples
consulta médica, mas de atividade que se insere,
indubitavelmente, no conceito de "serviços
hospitalares”, já que demanda maquinário específico.
7. A redução da base de cálculo somente deve favorecer
a atividade tipicamente hospitalar desempenhada pela
recorrente, excluídas as simples consultas e atividades
de cunho administrativo.
8. Embargos de divergência providos em parte.
(STJ, EREsp 931004/SC, Rel. para Acórdão Min.
CASTRO MEIRA, DJe 28/09/2009)
FERREIRA NEVES
DESEMBARGADOR FEDERA
RELATOR
E M E N T A
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TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSLL. LEI 9.249/95. INTERPRETAÇÃO DA
EXPRESSÃO “SERVIÇOS HOSPITALARES”. MATÉRIA SUMETIDA
AO RITO DO ART. 543C, DO CPC. RECURSO ESPECIAL
1.116.399/BA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
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IV - APELACAO CIVEL 560869 2009.51.01.025321-0
cálculo, respectivamente, do IRPJ e da CSLL, cingindose o benefício em
apreço às receitas de serviços tipicamente hospitalares, ou seja, excluindose
simples consultas médicas, até a vigência das modificações introduzidas pela
Lei nº 11.727/2008.
7. Honorários advocatícios fixados em R$ 2.000,00 (dois mil reais), nos
termos do art. 20, § 4º, do CPC.
8. Recurso parcialmete provido.
A C Ó R D Ã O
FERREIRA NEVES
DESEMBARGADOR FEDERAL
RELATOR
10
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TRF
3ª REGIÃO
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30/11/2018 Inteiro Teor (7176485)
PODER JUDICIÁRIO
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DECLARATÓRIA. AGRAVO RETIDO IMPROVIDO. IRPJ E CSLL. RECOLHIMENTO SOB
REGIME DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL. ALÍQUOTAS REDUZIDAS. ARTIGOS 15, § 1º, III, "A", E 20, AMBOS DA LEI 9.249/95.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES OU CORRELATOS. CLÍNICA ODONTOLÓGICA. REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS
CIRÚRGICOS EM HOSPITAIS. COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL. DIREITO AO BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO PLEITEADO. PRECEDENTES DO
STJ E DESTA CORTE REGIONAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. MANUTENÇÃO DA VERBA HONORÁRIA. APELAÇÃO
PROVIDA.
1 - Inicialmente, conheço do agravo retido para negar-lhe provimento, uma vez que os documentos trazidos aos autos são suficientes para o
esclarecimento da questão posta, de modo a dispensar a produção de prova oral ou pericial.
2 - Nos termos da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, em seus artigos 15, § 1º, III, "a", e 20, as empresas prestadoras de serviços médicos
hospitalares e cirúrgicos enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares" insertos nos artigos 15 e 20 da Lei nº 9.249/95, estando sujeitas às
alíquotas de 8% e 12% sobre a receita bruta mensal a título de IRPJ e CSLL, respectivamente, sob o regime de apuração do lucro presumido.
3 - Após múltiplas discussões acerca do alcance da expressão "serviços hospitalares", constante da Lei n. 9.249/95, a matéria restou pacificada pelo
Egrégio Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 1.116.399/BA, sob o regime do art. 543-C, do Código de Processo Civil.
4 - Dessa forma, o STJ, alterando orientação anterior, firmou entendimento de que a expressão "serviços hospitalares" constante do art. 15, §1º, III, "a", da
Lei n. 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva, levando-se em conta, não o contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do serviço
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30/11/2018 Inteiro Teor (7176485)
prestado, independentemente da capacidade de internação ou estrutura do estabelecimento, de forma a compreender os serviços normalmente, mas não
necessariamente, prestados em hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde, excluindo-se as simples consultas médicas, próprias dos consultórios
médicos, ainda que prestadas no interior do estabelecimento hospitalar.
5 - Nessa linha, entende-se como compreendidos entre os serviços hospitalares, dentre outros, os serviços de auxílio diagnóstico e terapia, imagenologia,
anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, ainda que realizados fora do estabelecimento hospitalar, ficando
excluídas da base de cálculo reduzida do IRPJ e da CSLL as receitas decorrentes de consultas médicas.
6 - A propósito, com base na atual orientação, o Superior Tribunal de Justiça decidiu, como compreendidas no conceito de "serviços hospitalares", para
fins de aplicação da alíquota reduzida do IRPJ, a receita proveniente dentre outros, dos serviços de análises clínicas laboratoriais (EREsp 1.019.548/SC,
DJe 18.03.2010), de radioterapia e oncologia (REsp 1.219.674/RJ, DJe 04.02.2011), de análises, exames anatomo-patológicos, citológicos e de patologia
clínica (EDcl no REsp 987.684/PR, DJe 23.04.2010), de videoendoscopia, (EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1.140.907/PR, DJe 06.10.2010), de
anestesiologia, excluídas as simples consultas e atividades de cunho administrativo (EDcl no AgRg no REsp 891953/RS, DJe 06.04.2010).
7 - Precedentes desta Corte Regional e precedente específico do Superior Tribunal de Justiça (REsp 799.854/PR).
8 - Da análise dos autos, verifica-se que a autora "tem por objeto a atividade clínica odontológica e a participação em outras sociedades, de qualquer tipo e
natureza, como acionista ou quotista, observadas as prescrições legais" (fls. 21/31). Consultando-se os documentos juntados às fls. 116/183, constata-se
que a autora promove a realização de cirurgias ortognáticas em diversos hospitais de São Paulo, utilizando-se para tanto de instalações e instrumental
apropriados, com aplicação de anestesia geral e fazendo ainda uso de exames de imagem e tratamento pós-operatório, restando assim caracterizada a
prestação de serviços hospitalares, de modo a fazer jus ao benefício tributário pleiteado.
9 - Demonstrado o direito da autora à apuração do lucro presumido na qualidade de prestadora de serviços hospitalares e correlatos, para o fim de
recolhimento do IRPJ sob a alíquota de 8% e a CSLL sob a alíquota de 12%, nos termos dos artigos 15, § 1º, III, "a", e 20, ambos da Lei nº 9.249/1995, na
redação conferida pela Lei nº 11.727/2008, impõe-se a reforma do julgado, com a inversão do ônus da sucumbência.
10 - Mantida a verba honorária tal como fixada pelo Juízo de Primeiro Grau, ante a ausência de impugnação específica.
11 - Agravo retido improvido. Apelação provida.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por
unanimidade, negar provimento ao agravo retido e dar provimento à apelação, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-
Brasil, por:
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30/11/2018 Inteiro Teor (7176485)
RELATÓRIO
Trata-se de ação declaratória proposta por CLINICA ODONTOLÓGICA ELEVE PAULISTA LTDA. em face da União Federal com o fim de ver
reconhecido o direito à apuração do lucro presumido na qualidade de prestadora de serviços hospitalares e correlatos, e, em decorrência disso, possa
recolher o IRPJ em 8% e a CSLL em 12%, nos termos dos artigos 15, § 1º, III, "a", e 20, ambos da Lei nº 9.249/1995, na redação conferida pela Lei nº
11.727/2008.
Indeferida a produção de prova pericial (fl. 228), a autora interpôs agravo retido, na forma do art. 523 do CPC/73.
Sobreveio decisão que julgou improcedente o pedido, ao fundamento de que, de acordo com os critérios legais, consideram-se serviços hospitalares
aqueles prestados por pessoas jurídicas relacionadas à área da saúde e que possuam estrutura física condizente com tal tipo de atividade, sendo que no
caso dos autos ficou constatado pela prova documental apresentada que a autora faz uso de hospitais para execução dos procedimentos cirúrgicos que
realiza, sem que possua estrutura própria para tanto, de forma a impossibilitar sua equiparação a uma entidade hospitalar. Por fim, condenou a autora ao
pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa.
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30/11/2018 Inteiro Teor (7176485)
Em suas razões recursais, a autora pugna pela apreciação do agravo retido, e sustenta que exerce atividade equiparada à médico-hospitalar, além de
possuir estrutura própria e de suportar os custos dos procedimentos cirúrgicos que realiza, de modo a fazer jus ao benefício tributário pleiteado. Requer,
por fim, seja dado integral provimento ao recurso.
É o relatório.
ANTONIO CEDENHO
Desembargador Federal Relator
Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-
Brasil, por:
Signatário (a): ANTONIO CARLOS CEDENHO:10061
Nº de Série do Certificado: 11A21704266AF7E7
Data e Hora: 15/10/2018 12:55:58
VOTO
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30/11/2018 Inteiro Teor (7176485)
Inicialmente, conheço do agravo retido, visto que reiterado nas razões de apelação, e nego-lhe provimento, uma vez que os documentos trazidos aos autos
são suficientes para o esclarecimento da questão posta, de modo a dispensar a produção de prova oral ou pericial.
Dispõe a Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, em seus artigos 15, § 1º, III, "a", e 20, verbis:
Art. 15 - A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta
auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
(...)
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...)
III - trinta e dois por cento, para as atividades de:
prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares".
Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral
a que se referem os arts. 2º, 25 e 27 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá a 12% (doze por cento) sobre a receita bruta definida
pelo art. 12 do Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferida no período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos
incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual
corresponderá a 32% (trinta e dois por cento).
Assim, as empresas prestadoras de serviços médicos hospitalares e cirúrgicos, enquadram-se na concepção de "serviços hospitalares" insertos nos artigos
15 e 20 da Lei nº 9.249/95, estando sujeitas às alíquotas de 8% e 12% sobre a receita bruta mensal a título de IRPJ e CSLL, respectivamente, sob o regime
de apuração do lucro presumido.
Após múltiplas discussões acerca do alcance da expressão "serviços hospitalares", constante da Lei nº 9.249/95, a matéria restou pacificada pelo Egrégio
Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 1.116.399/BA, sob o regime do art. 543-C do CPC/73, em acórdão assim ementado:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO
CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES".
INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA
PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543-C DO CPC.
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1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão" serviços hospitalar es " prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução
de alíquota do IRPJ e CSLL. Discute-se a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poder-se restringir o benefício fiscal,
incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e
assistência médica integral.
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251-PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior,
decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III,
da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao
conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço
prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos
legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter
estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação
hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos
regulamentares".
3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à
promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples
consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos".
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de
que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim
àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do
§ 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada
à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a
simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de
8% (oito por cento), no caso do IRPJ , e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação
de serviços médicos laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido.
(REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) grifos nossos
Dessa forma, o STJ, alterando orientação anterior, firmou entendimento de que a expressão "serviços hospitalares" constante do art. 15, §1º, III, "a", da
Lei n. 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva, levando-se em conta, não o contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do serviço
prestado, independentemente da capacidade de internação ou estrutura do estabelecimento, de forma a compreender os serviços normalmente, mas não
necessariamente, prestados em hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde, excluindo-se as simples consultas médicas, próprias dos consultórios
médicos, ainda que prestadas no interior do estabelecimento hospitalar (cf.: EDcl no próprio REsp nº 1.116.399/BA, DJe 29.09.2010).
Nessa linha, entende-se como compreendidos entre os serviços hospitalares, dentre outros, os serviços de auxílio diagnóstico e terapia, imagenologia,
anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, ainda que realizados fora do estabelecimento hospitalar, ficando
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excluídas da base de cálculo reduzida do IRPJ e da CSLL as receitas decorrentes de consultas médicas (cf.: STJ, EDcl no REsp nº 903.095/RS, Segunda
Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe 25/05/2010).
A propósito, com base na atual orientação, o Superior Tribunal de Justiça decidiu, como compreendidas no conceito de "serviços hospitalares", para fins
de aplicação da alíquota reduzida do IRPJ e da CSLL, a receita proveniente dentre outros, dos serviços de análises clínicas laboratoriais (EREsp
1.019.548/SC, DJe 18.03.2010), de radioterapia e oncologia (REsp 1.219.674/RJ, DJe 04.02.2011), de análises, exames anatomo-patológicos, citológicos
e de patologia clínica (EDcl no REsp 987.684/PR, DJe 23.04.2010), de videoendoscopia, (EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1.140.907/PR, DJe
06.10.2010), de anestesiologia, excluídas as simples consultas e atividades de cunho administrativo (EDcl no AgRg no REsp 891953/RS, DJe
06.04.2010).
Esta Corte Regional, por seu turno, assim se posicionou quanto ao tema:
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IRPJ E CSLL. BASE DE CÁLCULO. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. LEI Nº 9.249/95, ART. 15, § 1º,
INCISO III, "A". CONCEITO DE SERVIÇO HOSPITALAR. ENTENDIMENTO DO E. STJ. AGRAVO RETIDO.
I - Improcede o agravo retido, uma vez que, de fato, a matéria em questão é eminentemente de direito, sendo dispensada a produção de prova oral ou
pericial.
II - A Lei nº 9.249/95 estabelece diferentes alíquotas conforme a natureza da prestação de serviço, sendo a base de cálculo do imposto, em cada mês, de
oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, sendo, todavia, de trinta e dois por cento, na hipótese de serviços gerais, exceto os serviços
hospitalares.
III - O contrato social da impetrante reza que o objeto social é "prestação de serviços de atendimento e apoio ao diagnóstico, na atividade de
imagenologia" (fl. 58).
IV - O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a expressão "serviços hospitalares" constante do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei n. 9.249/95,
deve ser interpretada de forma objetiva, considerando-se a natureza do serviço prestado, independentemente da capacidade de internação ou estrutura
do estabelecimento, de forma a compreender os serviços normalmente, mas não necessariamente, prestados em hospitais, voltados diretamente à
promoção da saúde, excluindo-se as simples consultas médicas, próprias dos consultórios médicos, ainda que prestadas no interior do estabelecimento
hospitalar (cf.: EDcl no próprio REsp nº 1.116.399/BA, DJe 29.09.2010.
V - Agravo retido não provido. Apelação provida.
(TRF 3ª Região, TERCEIRA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2008089 - 0002713-66.2013.4.03.6112, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL ANTONIO
CEDENHO, julgado em 07/02/2018, e-DJF3 Judicial 1 DATA:16/02/2018 )
DIREITO CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO INOMINADO. APELAÇÃO CÍVEL. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSSL. ARTIGO 15, § 1º,
INCISO III, ALÍNEA "A", DA LEI Nº 9.249/95. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALAR ES . REDUÇÃO DE ALÍQUOTAS. AGRAVO DESPROVIDO.
1. Consolidada a jurisprudência, firme no sentido de que o fator objetivo a distinguir a aplicação da alíquota de 8% ( irpj ) e 12% (CSSL), em vez de
32%, vincula-se à definição do objeto e da natureza jurídica da prestação do serviço: se hospitalar , a tributação é sensivelmente reduzida (8% ou 12%)
e, no caso contrário, tem incidência a alíquota geral de 32% para a estimativa a partir da receita bruta mensal.
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2. O Superior Tribunal de Justiça, na linha do qual decidiu a Turma, aplicava interpretação estrita ao conceito de entidade hospitalar , não permitindo
que clínicas e outras unidades médicas, em que não estivesse presente o serviço de internação, fossem equiparadas para efeito do benefício fiscal de
redução de alíquota do irpj /CSsL. Todavia, a Corte Superior alterou a interpretação do artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249/95, no
sentido de que "a expressão ' serviços hospitalar es ', constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou
seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a
estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde)" (RESP 1.116.399, Rel. Min.
BENEDITO GONÇALVES, DJE de 24.02.10, julgado no regime do artigo 543-C, do Código de Processo Civil).
3. Caso em que o contrato social que instruiu a presente ação revela que a autora teve, a partir de 29/10/2001, por objeto social, conforme revela a
cláusula 1.2, a "prestação de serviços de análises clínicas em geral a pessoas físicas e jurídicas", posteriormente, verifica-se que ocorreram alterações
do contrato social sem que se viesse a ser alterado o objeto social. No entanto, houve, em 02/01/2007, alteração do contrato social, o qual expõe, em sua
cláusula segunda, que a autora passou a ter por objetivo social "prestação de serviços de consultoria de análises clínicas em estabelecimentos
exclusivamente de terceiros". Seguiu-se, em 02/05/2007, nova alteração do contrato social que trouxe alteração do objeto social para "prestação de
serviços de análises clínicas à pessoas jurídicas exclusivamente em estabelecimentos de terceiros", sendo que alteração do contrato social, em
01/10/2008, manteve tal objetivo social. Disto se conclui que a autora se incluía, conforme jurisprudência destacada, na categoria de serviços hospitalar
es , para efeito do gozo do direito à redução de alíquota do IRPJ /CSL, em todo o período mencionado, exceto no interregno de 02/01/2007 a 01/05/2007,
quando o objeto social passou a ser consultoria de análises clínicas em estabelecimentos exclusivamente de terceiros, hipótese não acobertada para
efeitos de redução das alíquotas de IR e CSLL, como corretamente entendeu a r. sentença recorrida.
4. Faz jus a parte autora ao benefício de redução de alíquota de 12% e 8%, para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e para o imposto sobre a
renda de Pessoa Jurídica, respectivamente, da data do recolhimento a maior de 01/07/2005 até 01/01/2007 e de 02/05/2007 até 1º de janeiro de 2009,
data estabelecida pela Lei nº 11.727/2008, para a nova redação do artigo 15, § 1º, III, "a", bem como com fundamento no artigo 20, ambos da Lei nº
9.249/95.
5. A decisão agravada foi fartamente motivada, com exame de aspectos fáticos do caso concreto e aplicação da legislação específica e jurisprudência
consolidada, sendo que o agravo inominado da apelante ataca a natureza societária diversa da empresária da autora, olvida que por este fato, somado à
natureza do objeto social da sociedade, é que faz jus a autora ao benefício da redução da alíquota, o que havia sido antes deduzido, e já enfrentado e
vencido no julgamento monocrático, não restando, portanto, espaço para a reforma postulada
6. Agravo inominado desprovido."
(TRF 3ª Região, TERCEIRA TURMA, APELREEX 0013175-26.2010.4.03.6100, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS MUTA, julgado em
17/07/2014, e-DJF3 Judicial 1 DATA:22/07/2014)
TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. BASE DE CÁLCULO REDUÇÃO DA ALÍQUOTA . LEI Nº 9.249/95, ART. 15, § 1º, INCISO III, "A". CONCEITO DE
SERVIÇO HOSPITALAR . ENTENDIMENTO DO E. STJ. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO.
1 - No caso em exame, o cerne da controvérsia consiste em verificar se o impetrante se enquadra na exceção prevista no art. 15 da Lei 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, para efeito de redução do percentual a ser aplicado sobre a base de cálculo para recolhimento do IRPJ e consequente CSLL.
2 - No que tange ao alcance do benefício fiscal previsto no art. 15, § 1º, inciso III, "a", da Lei 9.249/95, a Primeira Seção do E. Superior Tribunal de
Justiça, ao apreciar o REsp 1.116.399/BA (Relator Min. Benedito Gonçalves, DJe de 24.02.2010) pacificou a matéria, firmando o entendimento de que a
concessão do benefício fiscal se dá de forma objetiva, com foco nos serviços prestados, e não na pessoa do contribuinte que executa a prestação dos
chamados serviços hospitalar es , sob pena de se desfigurar a própria natureza da norma legal, transmudando-se o incentivo fiscal de objetivo para
subjetivo e, por conseguinte, restringindo sua aplicação apenas aos estabelecimentos hospitalar es .
3 - Conforme se infere do julgado acima mencionado, a expressão " serviços hospitalar es ", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, "a", da Lei 9.249/95,
deve ser interpretada sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte, sendo irrelevante, para a concessão do benefício fiscal, a característica
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ou a estrutura do contribuinte, nos termos do que dispôs o art. 1º, caput, do Ato Declaratório Interpretativo da Secretaria da Receita Federal - SRF nº
18/2003.
4 - Compulsando os autos, verifica-se à vista do Contrato Social do impetrante, que sua atividade econômica principal consiste na prestação de serviços
de fisioterapia e reabilitação, serviços esses compreendidos dentre aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, nos termos da
Lei 9.249/95, voltados diretamente à promoção da saúde. Por tal razão, o impetrante faz jus ao benefício pleiteado, na esteira do entendimento firmado
pelo E. STJ, tendo direito ao recolhimento do IRPJ e da CSLL, pela aplicação, respectivamente, das alíquotas reduzidas de 8% e 12% sobre a base de
cálculo. E, por conseguinte, é devida a compensação dos valores recolhidos a maior pelo impetrante, nos termos explanados.
5 - Tendo em vista que o ajuizamento da ação mandamental foi anterior a 9 de junho de 2005, data em que passou a surtir efeitos a Lei Complementar nº
118/2005, adiro ao entendimento firmado pelo C. STF que, no âmbito do RE nº 566.621, em regime de repercussão geral, decidiu que as ações propostas
antes de tal data ficam sujeitas ao prazo prescricional de 5 anos, contado este da homologação expressa ou tácita, considerando esta última ocorrida
após 5 anos do fato gerador, o que implica no prazo de prescrição de 10 anos.
6 - No que tange ao regime normativo aplicado à compensação pleiteada, tendo em vista assentada jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça,
considerando a data da propositura da ação (25 de outubro de 2004), é o da Lei n.º 10.637/02, então vigente. Precedentes do E. STJ e desta Corte (STJ,
ERESP - 488992, 1ª Seção, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, j. 26/05/2004, v.u., DJ DATA: 07/06/2004, p. 156; Processo nº 2004.61.00.021070-0,
ams 290030, 3ª Turma, Relator Desembargador Federal Carlos Muta, j. 10/06/2010, v.u., DJF3 CJ1 DATA: 06/07/2010, p. 420).
7 - Ademais, quanto à atualização monetária, é devida a aplicação da taxa SELIC (art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250/95) a créditos tributários federais a
partir de 1º de janeiro de 1996, não devendo a mesma ser cumulada com outro índice de correção monetária ou outra taxa de juros de mora, vez que no
cálculo da taxa SELIC já está compreendida a correção monetária (Manual de Procedimentos para cálculos na Justiça Federal).
8 - Apelação e remessa oficial não providas."
(TRF3, AMS 271610/SP, Terceira Turma, Rel. Des. Fed. Nery Júnior, DJe 12.09.2011)
TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. BASE DE CÁLCULO. ARTS. 15, § 1º,
III, "A", E 20 DA LEI N.º 9.249/95. ATIVIDADES HOSPITALARES. SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS. ENQUADRAMENTO.
1. As sociedades civis prestadoras de serviços odontológicos e de intervenções cirúrgicas maxilofaciais enquadram-se no conceito de "atividades
hospitalares" a que alude o art. 15, § 1º, inciso III, "a", da Lei n.º 9.249/95, de modo que a base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social
sobre o lucro será obtida mediante a aplicação das alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta.
2. Os serviços de diagnóstico odontológico e de cirurgias maxilofaciais demandam rotinas e procedimentos tipicamente hospitalares, além de espaço
físico adequado para intervenções cirúrgicas e corpo técnico especializado, enquadrando-se no conceito de "atividade médica, pessoal ou instrumental
em prol da saúde humana" (REsp n.º 673.033/RS, Rel. Min. Luiz Fux).
3. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público.
4. Recurso especial improvido.
(REsp 799.854/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/04/2006, DJ 08/05/2006, p. 187)
Da análise dos autos, verifica-se que a autora "tem por objeto a atividade clínica odontológica e a participação em outras sociedades, de qualquer tipo e
natureza, como acionista ou quotista, observadas as prescrições legais" (fls. 21/31). Consultando-se os documentos juntados às fls. 116/183, constata-se
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que a autora promove a realização de cirurgias ortognáticas em diversos hospitais de São Paulo, utilizando-se para tanto de instalações e instrumental
apropriados, com aplicação de anestesia geral e fazendo ainda uso de exames de imagem e tratamento pós-operatório, restando assim caracterizada a
prestação de serviços hospitalares, de modo a fazer jus ao benefício tributário pleiteado.
Assim, demonstrado o direito da autora à apuração do lucro presumido na qualidade de prestadora de serviços hospitalares e correlatos, para o fim de
recolhimento do IRPJ sob a alíquota de 8% e a CSLL sob a alíquota de 12%, nos termos dos artigos 15, § 1º, III, "a", e 20, ambos da Lei nº 9.249/1995, na
redação conferida pela Lei nº 11.727/2008, impõe-se a reforma do julgado, com a inversão do ônus da sucumbência.
Mantida a verba honorária tal como fixada pelo Juízo de Primeiro Grau, ante a ausência de impugnação específica.
É como voto.
ANTONIO CEDENHO
Desembargador Federal
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11/12/2018 Inteiro Teor (3944092)
PODER JUDICIÁRIO
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO LEGAL. ART. 557, § 1º, CPC. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR CONCEDIDA. PRESTADORA
DE SERVIÇOS HOSPITALARES. IMPOSTO DE RENDA DE 8% SOBRE O FATURAMENTO
E CSLL DE 12% SOBRE A RECEITA BRUTA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. A decisão agravada foi prolatada a teor do disposto no artigo 557 do Código de Processo Civil, bem
como em conformidade com a legislação aplicável à espécie e amparado em súmula ou jurisprudência
dominante do Tribunal ou dos Tribunais Superiores.
2. A Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp 1.116.399/BA, pela
sistemática do artigo 543-C do CPC, firmou entendimento no sentido de que devem ser considerados
serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados
diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no
interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se
identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos".
3. Consoante assinalado no julgado, citando a decisão agravada: " verifico que a autora oferece serviços de
realização de cirurgia buco-maxilo-facial, com realização de exames de imagem e tratamento pós-operatório.
Esses procedimentos são realizados em ambiente hospitalar, com uso de anestesia geral."
4. Entendeu o agravante que se a empresa exerce diversas atividades e deve segregar as receitas para fins de
apuração da base de cálculo do lucro presumido, cabe a aplicação do § 2º do artigo 15 da Lei nº 9249/95,
segundo o qual "no caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada
atividade".
5. O agravante não trouxe nenhum elemento capaz de ensejar a reforma do decisum, limitando-se a mera
reiteração do quanto já expedido nos autos, sendo certo que não aduziu qualquer argumento apto a modificar
o entendimento esposado na decisão ora agravada.
6. Agravo desprovido.
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11/12/2018 Inteiro Teor (3944092)
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Terceira Turma do
Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo, nos termos do
relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Documento eletrônico assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que instituiu a Infra-
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Data e Hora: 18/12/2014 17:06:27
RELATÓRIO
Sustenta a agravante, em síntese, que somente as receitas do serviço qualificado como "serviços hospitalares"
devem ser computadas aos percentuais de 8% e de 12% para apuração da base de cálculo do Imposto de
Renda (IRPJ) e da CSLL, a atividade de clínica odontológica não se enquadra no conceito de serviços
hospitalares, como dispõe o artigo 15, inciso III, da Lei 9249/95.
Requer o acolhimento do presente agravo, em juízo de retratação, ou, caso assim não entenda, sua
apresentação em mesa para julgamento, provendo integralmente o agravo interposto.
É o relatório.
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Data e Hora: 18/12/2014 17:06:23
VOTO
"EMENTA"
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO LEGAL. ART. 557, § 1º, CPC. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR CONCEDIDA. PRESTADORA DE
SERVIÇOS HOSPITALARES. IMPOSTO DE RENDA DE 8% SOBRE O FATURAMENTO E CSLL DE
12% SOBRE A RECEITA BRUTA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. A decisão agravada foi prolatada a teor do disposto no artigo 557 do Código de Processo Civil,
bem como em conformidade com a legislação aplicável à espécie e amparado em súmula ou
jurisprudência dominante do Tribunal ou dos Tribunais Superiores.
2. A Primeira Seção do C. Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp 1.116.399/BA, pela
sistemática do artigo 543-C do CPC, firmou entendimento no sentido de que devem ser considerados
serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados
diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados
no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que
não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos".
3. Consoante assinalado no julgado, citando a decisão agravada: " verifico que a autora oferece
serviços de realização de cirurgia buco-maxilo-facial, com realização de exames de imagem e
tratamento pós-operatório. Esses procedimentos são realizados em ambiente hospitalar, com uso de
anestesia geral."
4. Entendeu o agravante que se a empresa exerce diversas atividades e deve segregar as receitas para
fins de apuração da base de cálculo do lucro presumido, cabe a aplicação do § 2º do artigo 15 da Lei
nº 9249/95, segundo o qual "no caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual
correspondente a cada atividade".
5. O agravante não trouxe nenhum elemento capaz de ensejar a reforma do decisum, limitando-se a
mera reiteração do quanto já expedido nos autos, sendo certo que não aduziu qualquer argumento
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11/12/2018 Inteiro Teor (3944092)
A decisão agravada foi prolatada a teor do disposto no artigo 557 do Código de Processo Civil, bem como
em conformidade com a legislação aplicável à espécie e amparado em súmula ou jurisprudência dominante do
Tribunal ou dos Tribunais Superiores.
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11/12/2018 Inteiro Teor (3944092)
Acresce-se que o agravante não trouxe nenhum elemento capaz de ensejar a reforma do decisum, limitando-
se a mera reiteração do quanto já expedido nos autos, sendo certo que não aduziu qualquer argumento apto a
modificar o entendimento esposado na decisão ora agravada.
A autora realiza cirurgia buco-maxilo-facial, com realização de exames de imagem e tratamento pós-
operatório, utilizando anestesia geral feito portanto em ambiente hospitalar.
É como voto.
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Tribunal Regional Federal da 3ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
31/03/2021
Número: 5014972-68.2018.4.03.6100
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: Vice Presidência
Órgão julgador: Gab. Vice Presidência
Última distribuição : 15/10/2019
Valor da causa: R$ 75.193,08
Processo referência: 5014972-68.2018.4.03.6100
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL (APELANTE)
CLINICA AGGIO ODONTOLOGIA MODERNA INTEGRADA HENRIQUE DEMOLINARI ARRIGHI JUNIOR (ADVOGADO)
LTDA (APELADO) MICHELLE APARECIDA RANGEL (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
14023 24/08/2020 09:15 Acórdão Acórdão
4048
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 5014972-68.2018.4.03.6100
RELATOR: Gab. 08 - DES. FED. CARLOS MUTA
APELANTE: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
APELADO: CLINICA AGGIO ODONTOLOGIA MODERNA INTEGRADA LTDA
Advogados do(a) APELADO: HENRIQUE DEMOLINARI ARRIGHI JUNIOR - MG114183-A, MICHELLE APARECIDA
RANGEL - MG126983-A
OUTROS PARTICIPANTES:
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RELATÓRIO
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Número do documento: 20082409153211500000139414582
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respectivamente, nos percentuais de 8 e 12%, nos serviços tipicamente hospitalares,
conforme Lei 9.249/1995, excluídas consultas e outras atuações desprovidas de
natureza hospitalar, bem como repetição/compensação dos recolhimentos efetuados a
maior, respeitado o prazo prescricional de cinco anos, fixada verba honorária nos
percentuais mínimos do § 3º do artigo 85, CPC, sobre o valor do proveito econômico
obtido.
Alegou-se, em síntese, que a atividade de clínica odontológica não se
enquadra no conceito de serviços hospitalares para fins de reconhecimento do benefício
fiscal concedido pela Lei 9.249/1995.
Houve contrarrazões.
É o relatório.
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Número do documento: 20082409153211500000139414582
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
APELANTE: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
APELADO: CLINICA AGGIO ODONTOLOGIA MODERNA INTEGRADA LTDA
Advogados do(a) APELADO: HENRIQUE DEMOLINARI ARRIGHI JUNIOR - MG114183-A, MICHELLE APARECIDA
RANGEL - MG126983-A
OUTROS PARTICIPANTES:
VOTO
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benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço
prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado
que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos
dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os
contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da
necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes)
para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que 'a dispensa da
capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei
9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições
constantes em atos regulamentares'. 3. Assim, devem ser considerados
serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades
desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da
saúde', de sorte que, 'em regra, mas não necessariamente, são prestados
no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples
consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no
âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos'. 4. Ressalva de que as
modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas
decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de
alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da
empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela
da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao
benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º
do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem
consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais
(fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda
maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares
ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo
pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício
em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso
do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita
bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos
laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de
controvérsia, submetido ao regime do artigo 543-C do CPC e da Resolução
8/STJ. 7. Recurso especial não provido." (g.n.)
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SOCIEDADE EMPRESÁRIA. COMPROVAÇÃO DO ATENDIMENTO
DAS NORMAS DA ANVISA. ALVARÁ DE FUNCIONAMENTO
EXPEDIDO PELA VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTADUAL OU
MUNICIPAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. RECURSO DE
APELAÇÃO DESPROVIDO. REEXAME NECESSÁRIO PROVIDO. 1. Nos
termos do quanto o E. Superior Tribunal de Justiça, em julgamento sobre o
rito do artigo 543-C, do vetusto Código de Processo Civil, delimitou que a
verificação para o reconhecimento do direito às alíquotas minoradas para
as sociedades empresárias prestadoras de serviços hospitalares deve
ocorrer de forma objetiva. 2. Destarte, conforme documentos constantes
dos autos, a apelada tem como objeto social: "A sociedade tem como
objetivo a exploração ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR E
DOMICÍLIO (HOME CARE)”(f. 20, dos autos físicos). 3. Ainda, no
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda - CNPJ,
trazido com a inicial (fl. 27, dos autos físicos), consta como atividades
econômicas da sociedade: fornecimento de infra-estrutura de apoio e
assistência a paciente no domicílio; atividades de enfermagem; e, outras
atividades de atenção à saúde humana não especificadas anteriormente. 4.
Ressalto, conforme a jurisprudência já transcrita nesta decisão, o
benefício fiscal de redução de alíquotas do IRPJ e CSLL são atinentes
apenas às rendas e lucro oriundos dos atos considerados como serviços
hospitalares, restando excluídas do benefício fiscal aquelas provenientes
de consultas médicas. 5. Quanto aos demais requisitos constantes no
artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249/95, alterada pelo
artigo 29, da Lei nº 11.727/08, quais sejam: que seja organizada sob a
forma empresária e, que atenda às normas da ANVISA. 6. Dos autos,
verifica-se que a autora atendeu ao primeiro requisito de ser sociedade
empresária até a data da propositura da ação (f. 18-27, dos autos físicos).
7. Quanto ao segundo requisito, a comprovação deve se dar através de
alvará de funcionamento, expedido pela vigilância sanitária estadual ou
municipal, conforme o caso, nos termos do próprio entendimento da
administração tributária, constante na IN RFB nº 1.700/17, artigo 33, § 3º.
8. As provas dos autos, mais especificamente às f. 29-31, dos autos físicos,
demonstram que a apelada possui os alvarás de funcionamento expedidos
pelas duas esferas de governo (mesmo que seja necessária apenas uma),
demonstrando respeitar o segundo requisito constante na lei. 9. No que
tange à condenação dos honorários advocatícios, deve-se levantar as
seguintes considerações: um pleito formulado é de natureza declaratória,
no que se refere aos efeitos prospectivos, para reduzir as alíquotas do IRPJ
e da CSLL incidentes sobre a prestação de serviços hospitalares; o outro
pedido tem natureza condenatória, ao requerer que a União seja
condenada a devolver os valores recolhidos indevidamente pelo
contribuinte, nos cinco anos anteriores ao ajuizamento da demanda. 10.
Sendo assim, o pedido condenatório pode ser aferido através da
liquidação, porém o pleito de cunho declaratório, repita-se, por ter efeitos
que se protraem futuramente, torna-se de mensuração do proveito
econômico impossível, razão pela qual a condenação em honorários
advocatícios deve ser fixada com base no valor atualizado da causa, nos
termos do artigo 85, § 2º, do Código de Processo Civil. 11. No caso dos
autos, a matéria de mérito tratada é corriqueira e já sedimentada na
jurisprudência, inclusive através do julgamento de casos repetitivos pelo C.
Superior Tribunal de Justiça, ainda, verifica-se que não houve necessidade
de dilação probatória com acompanhamento de perícia ou audiência, o que
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
de dilação probatória com acompanhamento de perícia ou audiência, o que
enseja o reconhecimento do diminuto trabalho realizado em relação ao
pedido reconhecido em favor da autora. 12. Neste diapasão, é de rigor a
condenação da União nos honorários advocatícios, fixados nos patamares
mínimos dispostos no artigo 85, § 3º, do Código de Processo Civil,
observando-se a faixa de valores e o quanto delimitado no § 5º, do mesmo
dispositivo legal, em respeito aos princípios da proporcionalidade,
razoabilidade e causalidade. 13. Recurso de apelação desprovido e
reexame necessário parcialmente provido.” (g.n.)
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CORRELATOS. CLÍNICA ODONTOLÓGICA. REALIZAÇÃO DE
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS EM HOSPITAIS. COMPROVAÇÃO
DOCUMENTAL. DIREITO AO BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO PLEITEADO.
PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE REGIONAL. INVERSÃO DO
ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. MANUTENÇÃO DA VERBA HONORÁRIA.
APELAÇÃO PROVIDA. 1 - Inicialmente, conheço do agravo retido para
negar-lhe provimento, uma vez que os documentos trazidos aos autos são
suficientes para o esclarecimento da questão posta, de modo a dispensar a
produção de prova oral ou pericial. 2 - Nos termos da Lei nº 9.249, de 26
de dezembro de 1995, em seus artigos 15, § 1º, III, "a", e 20, as empresas
prestadoras de serviços médicos hospitalares e cirúrgicos enquadram-se
na concepção de "serviços hospitalares" insertos nos artigos 15 e 20 da Lei
nº 9.249/95, estando sujeitas às alíquotas de 8% e 12% sobre a receita
bruta mensal a título de IRPJ e CSLL, respectivamente, sob o regime de
apuração do lucro presumido. 3 - Após múltiplas discussões acerca do
alcance da expressão "serviços hospitalares", constante da Lei n. 9.249/95,
a matéria restou pacificada pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, no
julgamento do REsp nº 1.116.399/BA, sob o regime do art. 543-C, do
Código de Processo Civil. 4 - Dessa forma, o STJ, alterando orientação
anterior, firmou entendimento de que a expressão "serviços hospitalares"
constante do art. 15, §1º, III, "a", da Lei n. 9.249/95, deve ser interpretada
de forma objetiva, levando-se em conta, não o contribuinte em si (critério
subjetivo), mas a natureza do serviço prestado, independentemente da
capacidade de internação ou estrutura do estabelecimento, de forma a
compreender os serviços normalmente, mas não necessariamente,
prestados em hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde,
excluindo-se as simples consultas médicas, próprias dos consultórios
médicos, ainda que prestadas no interior do estabelecimento hospitalar. 5 -
Nessa linha, entende-se como compreendidos entre os serviços
hospitalares, dentre outros, os serviços de auxílio diagnóstico e terapia,
imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e
análises e patologias clínicas, ainda que realizados fora do
estabelecimento hospitalar, ficando excluídas da base de cálculo reduzida
do IRPJ e da CSLL as receitas decorrentes de consultas médicas. 6 - A
propósito, com base na atual orientação, o Superior Tribunal de Justiça
decidiu, como compreendidas no conceito de "serviços hospitalares", para
fins de aplicação da alíquota reduzida do IRPJ, a receita proveniente
dentre outros, dos serviços de análises clínicas laboratoriais (EREsp
1.019.548/SC, DJe 18.03.2010), de radioterapia e oncologia (REsp
1.219.674/RJ, DJe 04.02.2011), de análises, exames anatomo-patológicos,
citológicos e de patologia clínica (EDcl no REsp 987.684/PR, DJe
23.04.2010), de videoendoscopia, (EDcl nos EDcl no AgRg no REsp
1.140.907/PR, DJe 06.10.2010), de anestesiologia, excluídas as simples
consultas e atividades de cunho administrativo (EDcl no AgRg no REsp
891953/RS, DJe 06.04.2010). 7 - Precedentes desta Corte Regional e
precedente específico do Superior Tribunal de Justiça (REsp 799.854/PR).
8 - Da análise dos autos, verifica-se que a autora "tem por objeto a
atividade clínica odontológica e a participação em outras sociedades, de
qualquer tipo e natureza, como acionista ou quotista, observadas as
prescrições legais" (fls. 21/31). Consultando-se os documentos juntados
às fls. 116/183, constata-se que a autora promove a realização de
cirurgias ortognáticas em diversos hospitais de São Paulo, utilizando-se
para tanto de instalações e instrumental apropriados, com aplicação de
anestesia geral e fazendo ainda uso de exames de imagem e tratamento
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anestesia geral e fazendo ainda uso de exames de imagem e tratamento
pós-operatório, restando assim caracterizada a prestação de serviços
hospitalares, de modo a fazer jus ao benefício tributário pleiteado. 9 -
Demonstrado o direito da autora à apuração do lucro presumido na
qualidade de prestadora de serviços hospitalares e correlatos, para o fim
de recolhimento do IRPJ sob a alíquota de 8% e a CSLL sob a alíquota de
12%, nos termos dos artigos 15, § 1º, III, "a", e 20, ambos da Lei nº
9.249/1995, na redação conferida pela Lei nº 11.727/2008, impõe-se a
reforma do julgado, com a inversão do ônus da sucumbência. 10 -
Mantida a verba honorária tal como fixada pelo Juízo de Primeiro Grau,
ante a ausência de impugnação específica. 11 - Agravo retido improvido.
Apelação provida.” (g.n.)
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detrimento do sistema de precatório já foi reconhecido, inclusive, como
inconstitucional pela Suprema Corte que, por semelhança, aplicou a solução expressa
no Tema 831 da sistemática de repercussão geral (RE 1.069.065, Rel. Min. GILMAR
MENDES, DJe 19/12/2019).
Partindo de tais premissas, o ressarcimento do contribuinte em razão de
indébito fiscal, quando judicial a condenação (título judicial condenatório), apenas é
possível através de compensação ou repetição, vedada, assim, a restituição
administrativa, salvo quando os procedimentos sejam originariamente administrativos.
Afastada a possibilidade de restituição administrativa, na hipótese de optar
pela repetição, nos termos da Súmula 461/STJ, a partir do trânsito em julgado e com
observância da prescrição quinquenal, os valores recolhidos a maior, conforme apurado
em liquidação, devem ser acrescidos, desde cada pagamento, da taxa SELIC,
exclusivamente.
Em face da sucumbência mínima da autora, fica mantida a verba
honorária fixada na origem, nos termos do artigo 86, parágrafo único, CPC.
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EMENTA
5. No site eletrônico da autora informa-se que são prestados serviços típicos de clínicas
odontológicas e a realização de procedimentos cirúrgicos como cirurgia ortognática e
cirurgia buco-maxilo facial.
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exclusivamente quanto a estes últimos, direito aos benefícios fiscais nos termos do
artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249/95.
9. A respeito da restituição administrativa, que tem sido deferida com base na Súmula
461 do Superior Tribunal de Justiça, é importante observar que o enunciado respectivo,
ao fazer referência expressa a "precatório", registra o entendimento de que não é
possível que o ressarcimento de indébito fiscal, em espécie, reconhecido judicialmente,
possa gerar condenação a pagamento fora do regime constitucional do precatório
(artigo 100, CF). De fato, o regime de precatório busca preservar a ordem cronológica
das requisições e, sobretudo, as preferências alimentares, o que não se verifica possível
ou garantido na via administrativa, até porque, nela, não concorrem, de forma conjunta
e simultânea, as variadas cobranças em dinheiro contra a Fazenda Pública, ao contrário
do que ocorre com requisições judiciais de precatórios que, inclusive, são todas
globalmente organizadas e inseridas cronologicamente na previsão orçamentária anual
para execução no exercício financeiro posterior. Permitir que o contribuinte utilize a via
administrativa para receber pagamento de indébito fiscal em detrimento do sistema de
precatório já foi reconhecido, inclusive, como inconstitucional pela Suprema Corte que,
por semelhança, aplicou a solução contida no Tema 831 da sistemática de repercussão
geral (RE 1.069.065, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe 19/12/2019). Partindo de tais
premissas, o ressarcimento do contribuinte em razão de indébito fiscal, quando judicial
a condenação (título judicial condenatório), apenas é possível através de compensação
ou repetição, vedada, assim, a restituição administrativa, salvo quando os
procedimentos sejam originariamente administrativos.
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11. Apelação parcialmente provida.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Terceira Turma, por
unanimidade, deu parcial provimento à apelação, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo
parte integrante do presente julgado.
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Tribunal Regional Federal da 3ª Região
PJe - Processo Judicial Eletrônico
31/03/2021
Número: 5014972-68.2018.4.03.6100
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: Vice Presidência
Órgão julgador: Gab. Vice Presidência
Última distribuição : 15/10/2019
Valor da causa: R$ 75.193,08
Processo referência: 5014972-68.2018.4.03.6100
Assuntos: IRPJ/Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL (APELANTE)
CLINICA AGGIO ODONTOLOGIA MODERNA INTEGRADA HENRIQUE DEMOLINARI ARRIGHI JUNIOR (ADVOGADO)
LTDA (APELADO) MICHELLE APARECIDA RANGEL (ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
14543 27/10/2020 16:34 Acórdão Acórdão
1069
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 5014972-68.2018.4.03.6100
RELATOR: Gab. 08 - DES. FED. CARLOS MUTA
APELANTE: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
APELADO: CLINICA AGGIO ODONTOLOGIA MODERNA INTEGRADA LTDA
Advogados do(a) APELADO: HENRIQUE DEMOLINARI ARRIGHI JUNIOR - MG114183-A, MICHELLE APARECIDA
RANGEL - MG126983-A
OUTROS PARTICIPANTES:
p{text-align: justify;}
RELATÓRIO
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
"DIREITO TRIBUTÁRIO. BASE DE CÁLCULO DO IRPJ E CSL.
ARTIGOS 15, § 1º, INCISO III, "A", e 20 DA LEI 9.249/1995.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES. ODONTOLOGIA.
DIAGNÓSTICO POR IMAGENS E PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS.
REDUÇÃO DE ALÍQUOTAS DEVIDA. CRITÉRIOS. SUCUMBÊNCIA
MÍNIMA.
1. Consolidada a jurisprudência, firme no sentido de que o fator objetivo a
distinguir a aplicação da alíquota de 8% (IRPJ) e 12% (CSSL), em vez de
32%, vincula-se à definição do objeto e da natureza jurídica da prestação
do serviço: se hospitalar, a tributação é sensivelmente reduzida (8% ou
12%) e, no caso contrário, tem incidência a alíquota geral de 32% para a
estimativa a partir da receita bruta mensal.
2. O Superior Tribunal de Justiça firmou a orientação, em recurso especial
repetitivo, de que a redução de alíquota prevista no artigo 15, § 1º, inciso
III, alínea "a", da Lei nº 9.249/95, “deve ser interpretada de forma objetiva
(ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte),
porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a
característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas
a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde)" (RESP
1.116.399, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJE de 24/02/2010,
julgado no regime do artigo 543-C, do Código de Processo Civil).
3. No caso, no contrato social da autora, além da natureza empresarial,
constam as seguintes atividades: “a) a realização de intervenções
cirúrgicas odontológicas buco-maxilo faciais; b) a realização de
intervenções cirúrgicas odontológicas em geral, notadamente a
implantodontia; c) a realização de procedimentos de ortodontia e
ortopedia facial; d) realização de diagnósticos; e) atividades
odontológicas; f) a prestação de serviços de raio-x e radiodiagnóstico; e g)
cursos, treinamentos e palestras”.
4. O CNPJ enquadra a atividade no código CNAE “86.30-5-04 - atividade
odontológica”, com atividades secundárias em “85.99-6-04 - treinamento
em desenvolvimento profissional e gerencial” e “86.40-2-05 - serviços de
diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante, exceto
tomografia”, constando, ainda, cópia do diário oficial estadual,
registrando o deferimento de cadastro municipal junto à vigilância em
saúde em atividade de “consultório odontológico Tipo I”.
5. No site eletrônico da autora informa-se que são prestados serviços
típicos de clínicas odontológicas e a realização de procedimentos
cirúrgicos como cirurgia ortognática e cirurgia buco-maxilo facial.
6. Comprovado que a autora contempla serviços clínico-odontológicos, ao
mesmo tempo em que realiza diagnóstico por imagens e procedimentos
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
cirúrgicos, tem, exclusivamente quanto a estes últimos, direito aos
benefícios fiscais nos termos do artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei
nº 9.249/95.
7. Cabe, porém, limitar temporalmente os efeitos da
restituição/compensação, considerando que, embora cadastrada no CNPJ
desde 2014, somente a partir do registro da alteração do contrato social,
em 25/04/2018, houve transformação do tipo societário de sociedade
simples para sociedade empresária, devendo este ser o termo inicial para o
exercício do direito, quando, então, com o depósito do ato no RCPJ a
demandante preencheu o requisito específico.
8. Reconhecido o indébito fiscal, na forma acima especificada, os critérios
para exercício do direito à compensação, na via administrativa mediante
procedimento específico, inclusive com a própria comprovação e
liquidação de valores indevidos a serem compensados, são os definidos nos
artigos 168 (prescrição quinquenal), observando-se a limitação do termo
inicial conforme acima apontado, e 170-A (trânsito em julgado), ambos do
Código Tributário Nacional; artigo 74 da Lei 9.430/1996 e demais textos
legais de regência, incluindo o artigo 26-A da Lei 11.457/2007 na redação
da Lei 13.670/2018, desde que vigente o regime legal respectivo ao tempo
da propositura da ação, pois este o critério determinante na jurisprudência
consolidada, ainda que posteriormente alterada a legislação; e artigo 39, §
4º da Lei 9.250/1995 (incidência exclusiva da Taxa SELIC).
9. A respeito da restituição administrativa, que tem sido deferida com base
na Súmula 461 do Superior Tribunal de Justiça, é importante observar que
o enunciado respectivo, ao fazer referência expressa a "precatório",
registra o entendimento de que não é possível que o ressarcimento de
indébito fiscal, em espécie, reconhecido judicialmente, possa gerar
condenação a pagamento fora do regime constitucional do precatório
(artigo 100, CF). De fato, o regime de precatório busca preservar a ordem
cronológica das requisições e, sobretudo, as preferências alimentares, o
que não se verifica possível ou garantido na via administrativa, até porque,
nela, não concorrem, de forma conjunta e simultânea, as variadas
cobranças em dinheiro contra a Fazenda Pública, ao contrário do que
ocorre com requisições judiciais de precatórios que, inclusive, são todas
globalmente organizadas e inseridas cronologicamente na previsão
orçamentária anual para execução no exercício financeiro posterior.
Permitir que o contribuinte utilize a via administrativa para receber
pagamento de indébito fiscal em detrimento do sistema de precatório já foi
reconhecido, inclusive, como inconstitucional pela Suprema Corte que, por
semelhança, aplicou a solução contida no Tema 831 da sistemática de
repercussão geral (RE 1.069.065, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe
19/12/2019). Partindo de tais premissas, o ressarcimento do contribuinte
em razão de indébito fiscal, quando judicial a condenação (título judicial
condenatório), apenas é possível através de compensação ou
repetição, vedada, assim, a restituição administrativa, salvo quando os
procedimentos sejam originariamente administrativos.
Assinado eletronicamente por: LUIS CARLOS HIROKI MUTA - 27/10/2020 16:34:40 Num. 145431069 - Pág. 3
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10. Em face da sucumbência mínima da autora, fica mantida a verba
honorária fixada na origem, nos termos do artigo 86, parágrafo único,
CPC.
11. Apelação parcialmente provida."
É o relatório.
p{text-align: justify;}
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Advogados do(a) APELADO: HENRIQUE DEMOLINARI ARRIGHI JUNIOR - MG114183-A,
MICHELLE APARECIDA RANGEL - MG126983-A
VOTO
Assinado eletronicamente por: LUIS CARLOS HIROKI MUTA - 27/10/2020 16:34:40 Num. 145431069 - Pág. 5
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Número do documento: 22110714591540700001373745930
ANVISA. Existe Alvará da Vigilância Sanitária local. Preenchido, portanto,
de forma cristalina, o requisito objetivo da Lei 9.249/05. Aliás, o
entendimento do Egrégio Tribunal Regional Federal é exatamente neste
sentido.
Finalmente, as atividades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA são descentralizadas, razão pela qual existem os órgãos estaduais
e municipais competentes para inspeção e fiscalização dos
estabelecimentos em saúde e, consequentemente, pela emissão dos
competentes alvarás sanitários. Aliás, se a empresa está em funcionamento,
conclui-se, por conseguinte, o atendimento às normas sanitárias. Caso
contrário, não existiria alvará pertinente.
Portanto, cumpridas as exigências taxativas da Lei 9249/95, ou seja: ser
sociedade empresaria limitada e atender as normas da ANVISA. Assim, cai
por terra e por completo a argumentação da Fazenda Nacional em tal
sentido."
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intervenções cirúrgicas odontológicas em geral, notadamente a
implantodontia; c) a realização de procedimentos de ortodontia e
ortopedia facial; d) realização de diagnósticos; e) atividades
odontológicas; f) a prestação de serviços de raio-x e radiodiagnóstico; e g)
cursos, treinamentos e palestras” (ID 69805686, f. 1).
O CNPJ enquadra-se no código CNAE “86.30-5-04 - atividade
odontológica”, com atividades secundárias em “85.99-6-04 - treinamento
em desenvolvimento profissional e gerencial” e “86.40-2-05 - serviços de
diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante, exceto
tomografia”. (ID 69805687, f. 1).
Foi juntado, ainda, cópia do diário oficial estadual, constando deferimento
de cadastro municipal junto à vigilância em saúde, identificando a autora
como “consultório odontológico Tipo I” (ID 69805690, f. 1).
Por fim, no site eletrônico da autora menciona-se a prestação de serviços
típicos de clínicas odontológicas e realização de procedimentos cirúrgicos
do tipo: cirurgia ortognática e cirurgia buco-maxilo facial (ID 69805691).
Assim, comprovado que a autora contempla serviços clínico-odontológicos,
ao mesmo tempo em que realiza diagnóstico por imagens e procedimentos
cirúrgicos, tem, exclusivamente quanto a estes últimos, direito aos
benefícios fiscais nos termos do artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei
nº 9.249/95."
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EMENTA
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embargante nas razões recursais, não se cogitando, portanto, de qualquer contradição
sanável pela via dos embargos do devedor.
5. Por fim, embora tratados todos os pontos invocados nos embargos declaratórios, de
relevância e pertinência à demonstração de que não houve qualquer vício no
julgamento, é expresso o artigo 1.025 do Código de Processo Civil em enfatizar que se
consideram incluídos no acórdão os elementos suscitados pela embargante, ainda que
inadmitido ou rejeitado o recurso, para efeito de pré-questionamento, pelo que
aperfeiçoado, com os apontados destacados, o julgamento cabível no âmbito da Turma.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Terceira Turma, por
unanimidade, rejeitou os embargos de declaração, nos termos do relatório e voto que ficam
fazendo parte integrante do presente julgado.
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TRF
4ª REGIÃO
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11/08/2017 Evento 8 - RELVOTO1
RELATÓRIO
O processo foi assim relatado na origem:
Cuidase de ação de mandado de segurança preventivo, com pedido liminar, proposta inicialmente
perante o Juízo Federal da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Tubarão/SJSC, em que a
impetrante pretende obter tutela jurisdicional que lhe assegure o direito de continuar a aplicar a base
de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica sobre o lucro presumido no percentual de 8% (oito
por cento), e a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido no percentual de 12%
(doze por cento), dado que os serviços por ela prestados se incluem no conceito de 'serviço hospitalar',
previsto no artigo 20 e no artigo 15, III 'a', da Lei nº 9.249/95, com a redação dada pela Lei nº
11727/2008, excetuadas as receitas decorrentes de consultas médicas.
A impetrante narra ser pessoa jurídica constituída atuando na prestação de serviço médico hospitalar
de anestesiologia, nos termos da Cláusula 2ª de seu Contrato Social. Aduz que diante das atividades
que executa é contribuinte de diversos tributos federais, dentre eles o imposto de renda da pessoa
jurídica (IRPJ) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), cuja apuração se norteia pelo
regime de lucro presumido.
Menciona que o provimento dos meios necessários para o monitoramento e prevenção dos riscos de
natureza química, física e biológica inerentes ao procedimento implica na adoção de equipamentos,
instalações e procedimentos adequados à natureza do serviço prestado, necessitando efetuar
constantemente a compra de equipamentos novos e sofisticados, além de precisar submetêlos a
revisões, objetivando atenuar o risco de seus pacientes.
Assinala que por intermédio da Ação Ordinária nº 500599717.2012.404.7207/SC, ajuizada em 2012,
obteve provimento jurisdicional que reconheceu sua atividade como de natureza hospitalar, fazendo
jus, portanto, à redução prevista nos artigos 15, § 1º, III, 'a', e 20, da Lei nº 9.249/95, sendolhe
permitido recolher o IRPJ e a CSLL com base em alíquotas diferenciadas (8% e 12%).
Refere que com a edição da Lei nº 11.727/2008, novos requisitos foram introduzidos no ordenamento
jurídico em relação ao aludido benefício tributário, quais sejam, que a sociedade fosse organizada sob
a forma de empresária e que atendesse às normas da Anvisa. Diz haver efeutado Consulta Fiscal junto
à Receita Federal questionando se ela se enquadraria no disposto no artigo 29 do referido diploma
legal, cuja resposta foi positiva, sendo então reconhecido o seu enquadramento como prestadora de
serviço hospitalar, ficando autorizada a proceder ao recolhimento do IRPJ com base de cálculo de 8%
(oito por cento) e a CSLL com base de cálculo de 12% (doze por cento), com base na Lei nº
11.727/2008.
Assevera que, no entanto, com o advento da Instrução Normativa nº 1.556/2015 da RFB, ficou
instituído que o benefício fiscal em referência não se aplica aos serviços prestados com a utilização de
ambiente de terceiro; ou seja, surgiu novo requisito para o referido enquadramento tributário, não
previsto em lei, sendo, por conseguinte ilegal.
Assim, por prestar serviço em ambiente de terceiro (hospital), defende que justificada está a
impetração do presente mandamus.
Finaliza postulando:
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11/08/2017 Evento 8 - RELVOTO1
a) O deferimento do pedido preliminar de depósito judicial sobre débitos vincendos, da
diferença de alíquota entre 32% e 8% (ou seja 24%) no tocante ao IRPJ e entre 32% e 12% (ou
seja 20%) no tocante à CSLL, excetuadas as receitas de consultas médicas, independentemente
da concessão de tutela ser deferida, conforme previsão do artigo 151, II do CTN, para
suspender a exigibilidade do crédito tributário;
b) a concessão de medida liminar, independentemente de manifestação da parte contrária,
determinando à autoridade coatora que se abstenha de exigir a diferença de 32% para 8% (ou
seja, 24%) da base de cálculo presumida do IRPJ, bem como da diferença de 32% para 12% (ou
seja, 20%) da base de cálculo presumida da CSLL, dado que os serviços por ela prestados se
incluem no conceito de 'serviço hospitalar' (artigo 20, e no artigo 15, III 'a' da Lei nº 9.249/95,
com a redação dada pela Lei 11727/2008), de forma a suspender a exigibilidade de créditos
tributários relativos à referida diferença. Excetuadas as receitas de consultas médicas;
(...)
e) seja, ao final, concedida a segurança para assegurar à Impetrante o direito líquido e certo de
continuar a aplicar a base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica sobre o lucro
presumido no percentual de 8% (oito por cento), e a base de cálculo da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido no percentual de 12% (doze por cento), dado que os serviços por ela
prestados se incluem no conceito de 'serviço hospitalar', plasmado no artigo 20, e no artigo 15,
III 'a' da Lei nº 9.249/95, com a redação dada pela Lei 11727/2008. Excetuadas as receitas
decorrentes de consultas médicas;
f) seja, ainda, determinado que a autoridade coatora abstenhase de praticar qualquer ato
contrário ao exercício do direito assegurado por meio do presente Mandado, inclusive com a
edição de novas Instruções Normativas contrárias à Lei.
(...)
Junta documentos.
O Juiz Federal da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Tubarão/SJSC declinou da competência
em favor de uma das Varas desta Subseção Judiciária de Florianópolis (evento 3).
Redistribuídos os autos a esta 4ª Vara Federal, a parte impetrante foi instada a se manifestar a respeito
da eventual existência de coisa julgada no processo nº 500599717.2012.404.7207, tendo a impetrante
esclarecido que o objto referente aos autos do processo n. 500599717.2012.404.7207/SC se referia a
Lei 9.249/95, com a redação vigente até 12/2008, enquanto a questão posta nos presentes autos refere
se à Lei 11.727/2008, com início de vigência a partir de 01/2009 (eventos 12 e 15).
Foi indeferido o pedido liminar e ressaltado ser uma faculdade da parte interessada o depósito judicial
da exação impugnada, o qual somente suspende a sua exigibilidade na exata proporção do valor
depositado, nos termos do disposto no art.151, II, do CTN (evento 17).
A União Fazenda Nacional requereu seu ingresso no feito (evento 22).
Nas petições anexadas nos eventos 25, 31 e 32 a impetrante requereu a juntada das guias de
pagamento, via depósito judicial, da CSLL e do IRPJ, do 2º, 3º e 4º trimestres de 2015.
Notificada, a autoridade impetrada prestou informações, rechaçando os argumentos expendidos pela
impetrante em sua petição inicial (evento 26).
O Ministério Público Federal emitiu parecer e, sem adentrar no mérito da causa, pugnou pelo
prosseguimento do feito, à míngua de interesse público que fundamente sua intervenção (evento 29).
Sobreveio sentença com o seguinte dispositivo, em 15 de julho de 2016:
Ante o exposto, concedo em parte a segurança e julgo extinto o processo com resolução do mérito, com
fundamento no artigo 487, I, do NCPC, para o fim de reconhecer à impetrante o direito de, a partir de
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11/08/2017 Evento 8 - RELVOTO1
17/07/2013 (data do registro na JUCESC da alteração contratual em que houve a modificação da sua
natureza social de sociedade simples para sociedade empresária, continuar recolhendo o IRPJ e da
CSLL nos percentuais de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta auferida pela atividade
específica de prestação de serviços hospitalares, exceto quanto à receita decorrente de consultas
médicas e de atividades administrativas, considerando que os serviços por ela prestados se incluem no
conceito de 'serviço hospitalar', nos termos do disposto no artigo 20, e no artigo 15, III 'a' da Lei nº
9.249/95, com a redação dada pela Lei nº 11.727/2008., enquanto atendidos os requisitos previstos em
lei: atendimento às normas da Anvisa e constituição sob a forma de sociedade empresária, ficando
afastada a exigência prevista no art. 4º, § 10, inciso II, da Instrução Normativa RFB nº 1.515, de
24/11/2014 (com redação incluída pela Instrução Normativa RFB nº 1.556, de 31/03/2015).
Custas ex lege.
Sem condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº. 12.016/2009 e Súmulas nº 105 do STJ
e 512 do STF).
Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição (art. 14, §1º, da Lei nº 12.016/2009).
A apelante alegou a ausência de natureza empresarial na atividade desenvolvida pela
apelada. Ressaltou que o ordenamento jurídico caracteriza a empresa de acordo com a natureza da
sua atividade de modo que não são relevantes as formalidades registrais. Frisou que o registro na
Junta Comercial é um ato meramente declaratório e não constitutivo. Sustentou que a atividade
desenvolvida pela apelada é meramente intelectual, não gozando de validade o ato que a registrou
como sociedade empresária. Afirmou que o serviço prestado se enquadra na exceção prevista no
parágrafo único do art. 966 do CC. Aduziu que a empresa não comprovou se atende a todas aas
determinações da ANVISA de modo que se torna impreterível a apresentação de alvarás dos órgãos
competentes, sejam estaduais ou municipais.
Com contrarrazões e por força de reexame necessário, os autos vieram a esta Corte.
Atribuiuse à causa o valor de: R$ 377.746,71.
É o relatório.
VOTO
A sentença da lavra do eminente Juiz Federal na Titularidade Plena Adriano José
Pinheiro deve ser mantida por seus próprios fundamentos, os quais adoto como razões de decidir:
Fundamentação
A impetrante objetiva, por meio da presente ação, seja declarado o seu direito de recolher IRPJ e
CSLL com base em alíquotas diferenciadas (8% e 12%), sem a incidência da previsão contida no
artigo 4º, §10, II, da Instrução Normativa RFB nº 1.515, de 24/11/2014 (com redação incluída pela
Instrução Normativa RFB nº 1.556, de 31/03/2015).
Nos autos da ação ordinária nº 500599717.2012.404.7207, ajuizada pela ora impetrante em face da
União Fazenda Nacional, que tramitou perante o Juízo Federal Substituto da 1ª Vara Federal da
Subseção Judiciária de Santa Catarina, em que ela objetivou a condenação da ré a restituir os tributos
pagos a maior nos últimos cinco anos, referente à redução da base de cálculo de 32% para 8% no
IRPJ e 12% na CSLL, excetuadas as consultas médicas, referentes às atividades de anestesiologia, até
a data da entrada em vigor da Lei nº 11.727/2008, corrigido pela Taxa Selic, foi prolatada sentença de
procedência, nos seguintes termos (evento 21 dos referidos autos):
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11/08/2017 Evento 8 - RELVOTO1
(...)
A questão de fundo é incontroversa nos autos. Amparada em dispensa de contestação/recurso
pela PGFN, a ré concordou integralmente com o pedido da autora. Requereu tão somente sejam
excetuadas as simples consultas, a receita oriunda de serviços administrativos, bem como da
exploração da atividade de compra venda e locação de bens imóveis, administração de bens
móveis e imóveis e empreiteira de mão de obra, para o período de 27/11/2007 a 31/12/2008; e, a
partir de 7/2/12, data do ALVARÁ SANITÁRIO até a data de sua expiração, em 30/12/2012,
'evento 1, alv4'. Tais rubricas extrapolam o pedido, não sendo necessária qualquer manifestação
do juízo em relação a elas.
Em relação ao cálculo do indébito, a ré destacou a existência de notas fiscais ilegíveis e em
relação aos extratos do SUS, da Unimed e de outros convênios, pontificou que caberia
verificação de valores trimestrais em relação ao que a interessada apresentou de forma
consolidada (Evento 19 INF1).
Desta forma, tendo em vista a ilegibilidade de diversos documentos acostados à inicial, a
necessidade de verificação mais apurada dos valores apontados, e a complexidade da tarefa, a
quantificação indébito deverá ser realizada em regular cumprimento de sentença.
Considerando que o pedido poderia ser atendido diretamente na via administrativa, deve a parte
autora arcar com os ônus decorrentes do ajuizamento indevido da presente ação, em
decorrência do princípio da causalidade.
III DISPOSITIVO
Ante o exposto, condeno a ré a restituir os tributos pagos pela parte autora a maior nos últimos
cinco anos, referente à redução da base de cálculo de 32% para 8% no IRPJ e 12% na CSLL, no
que tange às atividades de anestesiologia (excetuadas as consultas médicas), até a data da
entrada em vigor da Lei nº 11.727/2008, corrigido pela Taxa Selic, com fundamento no art. 269,
II, do CPC.
(...)
O referido título judicial transitou em julgado em 17/10/2013 (evento 27 dos aludidos autos).
No âmbito administrativo, a impetrante formulou, em 01/11/2013, consulta nos termos do Decreto nº
70.235/72, nos artigos 48 e 49 da Lei nº 9.430/96 e da Instrução Normativa RFB nº 740/2007, tendo, a
autoridade fazendária competente aprovado a Solução de Consulta nº 270 COSIT, de 26/09/2014,
elaborada nos seguintes termos (evento 1, OUT8):
Relatório
Tratase de consulta formulada em 1 de novembro de 2013 nos termos do Decreto nº 70.235, de
1972, arts. 48 e 49 da Lei nº 9430, de 1996 e da Instrução Normativa (IN) RFB nº 740, de 2007.
02. A consulente, pessoa jurídica, esclarece que é constituída sob a forma de sociedade
empresária e que exerce a prestação de serviço médico hospitalar na área de anestesiologia,
conforme contrato social.
03. Informa que antes da edição da Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008 ajuizou ação
ordinária de Repetição de Indébito visando à redução da alíquota para 8% (oito por cento) na
apuração da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e 12% (doze por cento)
na apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicáveis sobre
os procedimentos de anestesiologia, por se enquadrar no conceito de serviço hospitalar
plasmado no art. 15, §1º, III, 'a' e 20 da Lei nº 9.249, de 1995. Que referida ação foi julgada
procedente cuja sentença enquandrou suas atividades de anestesiologia no conceito de serviço
hospitalar, transitada em julgado em outubro de 2013. Que conseqüentemente ela, consulente,
teve sua atividade de anestesiologia reconhecida judicialmente como de natureza hospitalar.
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11/08/2017 Evento 8 - RELVOTO1
04. Que entretanto, em 2008 foi editada nova legislação sobre o tema com a alteração do art.
15, § 1º, inc. III ,alínea 'a' e art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995, promovida pelo art. 29 da Lei nº
11.727, de 23 de junho de 2008, do qual faz citação.
05. Isto posto, a consulente aduz que a dúvida que surge é se ela, pessoa jurídica de direito
privado, constituída sob a forma de sociedade empresária, tendo sua atividade reconhecida
judicialmente como de natureza hospitalar, que atende as normas da Anvisa, faz jus à redução
da base de cálculo do IRPJ para 8% (oito por cento) e da CSLL para 12% (doze por cento). com
fulcro na Lei nº 11.727 de 2008. Aduz serem os requisitos praticamente os mesmos, cuja única
exigência da lei nova seria que a sociedade seja empresarial e que atenda às normas da Anvisa,
requisitos que informa cumpridos, indagando por questão de segurança conforme alega.
06. Argumenta que a presente consulta busca o entendimento da RFB acerca de seu
enquadramento no art. 29 da Lei nº 11727, de 2008, fazendo jus a apurar o Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica IRPJ com base de cálculo de 8% (oito por cento) e a Contribuição Social
sobre o Lucro Lìquido CSLL com base de cálculo de 12% (doze por cento), com exceção das
consultas médicas. Isto porque, ela consulente atende aos requisitos da lei nova, quais sejam: é
constituída sob a forma de sociedade empresária, atende as normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária Anvisa, exerce atividade médica hospitalar na área de anestesiologia,
sendo inclusive sua atividade reconhecida judicialmente como de natureza hospitalar.
07. Ao fim a consulente pergunta:
7.1 'A ora consulente pessoa jurídica de direito privado, prestadora de serviço hospitalar,
atividade esta já reconhecida judicialmente, constituída sob a forma de sociedade empresária,
que atende às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa, se enquadra no art.
29 da Lei nº 11.727, de 2008, fazendo jus à redução de base de cálculo do IRPJ para 8% e da
CSLL para 12%, com exclusão é obvio das consultas médicas?'
08. Em resumo, este é o relatório.
Fundamentos
09. O objetivo da consulta é dar segurança jurídica ao sujeito passivo que apresenta à
Administração Pública dúvida sobre dispositivo da legislação tributária aplicável a fato
determinado de sua atividade, propiciandolhe correto cumprimento das obrigações tributárias,
principais e acessórias, de forma a evitar eventuais sanções. Constitui, assim, instrumento à
disposição do sujeito passivo para lhe possibilitar acesso à interpretação dada pela Fazenda
Pública a um fato determinado.
10. A consulta, corretamente formulada, configura orientação oficial e produz efeitos legais,
como a proibição de se instaurar procedimentos fiscais contra o interessado e a não aplicação
de multa ou juros de mora, relativamente à matéria consultada, desde a data de apresentação da
consulta até o trigésimo dia subseqüente à ciência da solução da consulta.
11. A Solução de Consulta não se presta a verificar a exatidão dos fatos apresentados pelo
interessado, uma vez que se limita a apresentar a interpretação da legislação tributária
conferida a tais fatos, partindo da premissa de que há conformidade entre os fatos narrados e a
realidade factual. Nesse sentido, não convalida nem invalida quaisquer informações,
interpretações, ações ou classificações fiscais procedidas pela Consulente e não gera qualquer
efeito caso se constate, a qualquer tempo, que não foram descritos, adequadamente, os fatos,
aos quais, em tese, se aplica a Solução de Consulta.
12. Feitas essas considerações, passase, a seguir, a analisar a presente consulta a qual
preenche os requisitos para ser considerada eficaz.
13. A base de cálculo do IRPJ devido pelas empresas optantes pelo lucro presumido é
determinada pela soma das seguintes parcelas (art. 25 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de
1996):
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11/08/2017 Evento 8 - RELVOTO1
a) o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26
de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 31 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, auferida no período de apuração (trimestre);
b) os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras,
as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo item
anterior e demais valores determinados na legislação, auferidos nesse mesmo período.
14. A determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL pelo regime do lucro presumido está
estabelecida no art. 15, § 1º, inciso III, alínea 'a' e art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995, com a
alteração introduzida pelo art. 29 da Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008, que determinam os
percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta para fins de apuração do lucro presumido, a
seguir transcritos:
'Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto
nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
[...];
III trinta e dois por cento, para as atividades de:
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e
terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear
e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a
forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Anvisa.
[...];
§ 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada
atividade.
[....
Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas
jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei nº
8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração
contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação
vigente, auferida em cada mês do anocalendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam
as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15, cujo percentual corresponderá a
trinta e dois por cento.'
15. O art. 29 da Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008, promoveu alteração na alínea 'a' do
inciso III do § 1º do art. 15 da Lei nº 9.249, de 1995, de modo a acrescentar como exceção
constante dessa alínea, além dos serviços hospitalares, os serviços 'de auxílio diagnóstico e
terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear
e análises e patologias clínicas'. desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a
forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Anvisa'. Essa alteração entrou em vigor, segundo disposto no art. 41, inciso VI, da Lei nº
11.727, de 2008, a partir de 1º de janeiro de 2009.
16. A consulente informa que teve sua atividade de anestesiologia reconhecida judicialmente
como de natureza hospitalar, cuja petição foi anterior à alteração promovida pela Lei nº 11.727,
de 2008. Assim questiona, se ela, prestadora de serviço hospitalar, atividade esta já reconhecida
judicialmente, constituída sob a forma de sociedade empresária, que atende às normas da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa, enquadrase no art. 29 da Lei nº 11.727, de
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2008, fazendo jus à redução de base de cálculo do IRPJ para 8% e da CSLL para 12%, com
exclusão das consultas médicas
17. Com a edição da Lei nº 11.727, de 2008, tanto nas atividades ali citadas , como no caso dos
serviços hospitalares, há duas condições para a utilização dos percentuais reduzidos: que a
prestadora desses serviços seja organizadas sob a forma de sociedade empresária e que atenda
às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa.
18. Quanto ao atendimento às normas da Anvisa os serviços devem ser prestados em ambientes
desenvolvidos de acordo com a Parte II Programação Físico Funcional dos Estabelecimentos
de Saúde, item 3 Dimensionamento, Quantificação e Instalações Prediais dos Ambientes, da
RDC nº 50, de 2002, cuja comprovação deve ser feita mediante alvará da vigilância sanitária
estadual ou municipal.
19. Além do atendimento à estrutura física exigida, há a necessidade da prestadora de serviços
ser organizada sob a forma de sociedade empresária.
20 A definição legal dos termos 'empresário' e 'sociedade empresária' é obtida no Código Civil
(Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002):
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa.
[...]
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considerase empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
21. Tais conceitos respeitam, respectivamente, à pessoa física que emprega seu dinheiro e
organiza a empresa individualmente (empresário) e à pessoa jurídica, nascida da união de
esforços de seus integrantes (sociedade empresária).
22. Assim, a lei requer, para ser considerado empresário, que haja o exercício profissional de
atividade organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços, excluindo
expressamente do conceito o exercício de determinadas atividades que não são consideradas
empresárias: são as profissões intelectuais, de natureza científica, literária ou artística, salvo se
o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
23 Esse elemento de empresa, referido no texto legal, diz respeito ao agrupamento de fatores
materiais e humanos de diversas qualificações, desenvolvendo um conjunto de atividades
organizadas, que buscam atingir os objetivos sociais da organização.
24 Não constitui, portanto, elemento de empresa a simples prestação de serviços profissionais na
área médica, sendo necessário que haja uma organização econômica da atividade.
25 Quanto à sua constituição, não deve estar organizada como sociedade simples, e sim ser
constituída como sociedade empresária, com seu registro na Junta Comercial. Em suma, a
pessoa jurídica precisa ter , de direito e de fato, um caráter empresarial.
26. Entretanto, o gozo do benefício somente será possivel a partir do momento em que a pessoa
jurídica passar a cumprir as exigências previstas no dispositivo legal, quais sejam, ser
organizada sob a forma de sociedade empresária e atender às normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária Anvisa.
Conclusão
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27. Diante do exposto, concluise que, se a consulente se enquadra como prestadora de serviço
hospitalar, nos termos da decisão judicial que lhe é favorável, a partir de 1º de janeiro de 2009,
poderá utilizar os percentuais de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento) para apuração da
base de cálculo do IRPJ e da CSLL pela sistemática do Lucro Presumido, desde que seja
organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Anvisa. (sublinhei).
(...)
Ordem de Intimação
Aprovo a Solução de Consulta. Divulguese e publiquese nos termos do art. 27 da Instrução
Normativa RFB nº 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dêse ciência à consulente.
Assinado digitalmente
FERNANDO MOMBELLI
AuditorFiscal da RFB CoordenadorGeral da Cosit
Conforme ressaltado pela autoridade impetrada em suas informações, a a resposta à Consulta por ela
formulada à Secretaria da Receita Federal do Brasil com o fito de obter a confirmação de que
preenchia os requisitos estabelecidos na Lei 11.727/2008 para seguir gozando no benefício tributário
sob análise não foi afirmativa deste preenchimento, mas sim advertidora de que para se enquadrar
como prestadora de serviço hospitalar nos termos da decisão judicial que lhe era favorável e utilizar
os percentuais de 8 e 12% na apuração do IRPJ e da CSLL pela sistemática do lucro presumido esta
pessoa jurídica deveria comprovar que seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda
às normas da Anvisa.
A autoridade impetrada afirma que, para tanto, deve ser observado o seguinte: (i) sua existência como
sociedade empresária, ou seja, que nos termos do que preveem o caput e parágrafo único do art. 966
do Código Civil não pratica atividade eminentemente relativa a profissão intelectual, de natureza
científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, e (ii) que
seus serviços são prestados em ambientes hospitalares desenvolvidos de acordo com a Resolução n°
50/2002 da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA, mais
precisamente, de acordo com os padrões de dimensionamento, quantificação e instalações prediais
estabelecidos para a programação físico funcional dos estabelecimentos de saúde na Parte II da
referida Norma Técnica.
Consigna, outrossim, o seguinte (evento 26, INF_MAND_SEG1, p. 5):
(...)
Então, de primeiro, tenho a colocar que as atividades que esta empresa informa serem seu
objeto social são todas de caráter exclusivamente intelectual, cuja execução tende a ser efetuada
pelos próprios componentes de seu quadro de sócios, todos com formação profissional em
medicina (ver, a qualificação dos sócios da impetrnte no documento anexado à inicial sob a
denominação de 'CONTRSOCIAL3'), do que se retira que ela não pode ser considerada
sociedade empresária para efeito de cumprimento do requisito estabelecido na Lei n°
11.727/2008 com vista ao exercício do direito de calcular IRPJ e CSLL às respectivas alíquotas
de 8 e 12% no regime de apuração do lucro presumido.
A lei requer, para ser considerado empresário, que haja o exercício profissional de atividade
organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços, excluindo expressamente do
conceito o exercício de determinadas atividades que não são consideradas empresárias,
figurando entre ela as profissões intelectuais.
Esse elemento de empresa, referido no texto legal, diz respeito ao agrupamento de fatores
materiais e humanos (de diversas qualificações), desenvolvendo um conjunto de atividades
organizadas, que buscam atingir os objetivos sociais da organização.
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Não constitui, portanto, elemento de empresa a simples prestação de serviços profissionais na
área de saúde, sendo necessário que haja uma organização econômica da atividade, o que não
está a ocorrer no caso da impetrante.
Por outro lado, aponto ainda que não há nos autos nenhum elemento que permita sequer gerar a
presunção de que a impetrante presta os serviços previstos como seu objeto social em ambientes
hospitalares que atendem às especificidades exigidas pela ANVISA na RDC n° 50/2002. Quanto
ao atendimento a esta Norma, é necessário que ele seja comprovado por meio de certificado
expedido por órgão municipal ou estadual responsável pela vigilância sanitária. E, com efeito, o
Alvará Sanitário e a Licença para Funcionamento emitidos por órgãos da Prefeitura de Tubarão
SC endereçados à empresa autora e juntados por ela aos autos como documento 'ALV5' não
comprovam a alegação lançada na inicial de que nas atividades que a mesma desenvolve são
adotados 'equipamentos, instalações e procedimentos adequados à natureza do serviço'.
A bem da verdade, esta comprovação fica impossível de ser procedida pela prestadora de
serviços da área de saúde que os efetiva em ambientes cuja propriedade são de terceiro, daí a
razão para o estabelecimento do requisito contido no art. 4°, § 10, inciso II, da Instrução
Normativa RFB n° 1.515/2014 para o exercício do direito concedido às empresas de prestação
de serviços hospitalares e afins de apurar o IRPJ e a CSLL às alíquotas de 8 e 12%,
respectivamente, na sistemática do lucro presumido.
Passo a análise da questão controvertida.
Período posterior à vigência da Lei nº 11.727/08
Com relação ao período posterior à Lei nº 11.727, de 23/06/2008, que entrou em vigor em 01/01/2009,
em face da superveniente alteração na redação do inciso II, alínea 'a', do artigo 15 da Lei nº 9.249/95,
por força da referida lei, passouse a exigir, para a aplicação do percentual reduzido, que 'a
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa'. Confirase a redação da Lei nº 9.249/1995,
dada pela Lei nº 11.727/2008 e pela Lei nº 12.973/2014:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o
disposto no art. 12 do DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deduzida das
devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, sem prejuízo do
disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Redação dada
pela Lei nº 12.973, de 2014)
§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:
(...)
III trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004)
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e
terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear
e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a
forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008)
Assim, após a edição da Lei nº 11.727/2008, somente as sociedades que prestam serviços em geral,
exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia,
anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, organizadas
sob a forma de sociedade empresária e que atendam às normas da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária Anvisa estão abrangidas pela base minorada.
Logo, para ter direito ao benefício postulado quanto aos fatos geradores ocorridos a partir de
01/01/2009, o contribuinte deve comprovar os requisitos introduzidos pela Lei nº 11.727/08.
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Quanto à matéria, o Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso repetitivo, nos termos do art.
543C do CPC, nos autos do REsp 1.116.399/BA, em acórdão publicado no dia 24/02/2010, assim
decidiu:
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro
Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos
tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão 'serviços hospitalares', constante do artigo 15,
§ 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a
perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício
fiscal, não considerou a característica ou a estruturado contribuinte em si (critério subjetivo),
mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou
consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais
acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não
previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de
pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que 'a dispensa da capacidade de
internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra
irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares'.
3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares 'aqueles que se vinculam às atividades
desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde', de sorte que, 'em
regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar,
excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no
âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos'.
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas
decididas anteriormente à sua vigência,bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei
9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente
considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica
sujeita ao benefício fiscal , desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo
15 da Lei 9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços
médicos laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que
demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares,
não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel
entendimento desta Corte, faz jus aobenefício em discussão (incidência dos percentuais de 8%
(oito porcento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL,sobre a receita
bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia,submetido ao regime do
artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido.
(STJ, REsp 1116399/BA, Primeira Seção, Ministro Benedito Gonçalves, julgado em 28/10/2009,
publicado em 24/02/2010).
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A Instrução Normativa RFB nº 1.515, de 24/11/2014 (com redação incluída pela Instrução Normativa
RFB nº 1.556, de 31/03/2015), ora combatida pela impetrante, assim determina:
Art. 4º À opção da pessoa jurídica, o imposto poderá ser pago sobre base de cálculo estimada,
observado o disposto no § 6º do art. 2º.
§ 1º A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta definida pelo art. 3º, auferida na
atividade, deduzida das devoluções e vendas canceladas e dos descontos incondicionais
concedidos.
§ 2º Nas seguintes atividades o percentual de que trata este artigo será de:
I 1,6% (um inteiro e seis décimos por cento) sobre a receita bruta auferida na revenda, para
consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;
II 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida:
a) na prestação de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, fisioterapia e terapia
ocupacional, fonoaudiologia, patologia clínica, imagenologia, radiologia, anatomia patológica
e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, exames por métodos gráficos,
procedimentos endoscópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica,
desde que a prestadora desses serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e
atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
(...)
§ 10. O disposto na alínea 'a' do inciso II do § 2º não se aplica, inclusive: (Redação dada
pelo(a)Instrução NormativaRFBnº1556,de31 de março de 2015)
II aos serviços prestados com utilização de ambiente de terceiro; e (Incluído(a)
pelo(a)Instrução NormativaRFB nº1556,de31 de março de 2015)
III à pessoa jurídica prestadora de serviço médico ambulatorial com recursos para realização
de exames complementares e serviços médicos prestados em residência, sejam eles coletivos ou
particulares (home care). (Incluído(a) pelo(a)Instrução NormativaRFB nº1556,de31 de março
de 2015)
(...)
Como visto, o ato normativo acima transcrito acrescentou um requisito a mais a ser preenchido para a
concessão do benefício ora postulado, pois impôs a demonstração da não utilização de ambiente de
terceiros para a realização das atividades, o que não estava previsto na Lei nº 9.249/95, recaindo em
ilegalidade.
No caso dos autos, a Décima Segunda Alteração Contratual da impetrante define seu objeto social
como a prestação de serviço médico hospitalar de anestesiologia (evento 1, CONTRSOCIAL3, p. 5
Cláusula Segunda), atividade que se insere no conceito de serviços hospitalares segundo entendimento
aqui manifestado. A proósito, cito os seguintes precedentes, emanados do TRF da 4ª Região:
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a CSLL, respectivamente, no percentual de 8% e 12% sobre a receita bruta. 4. Hipótese em que
a autora comprovou se inserir na categoria das sociedades empresárias somente a partir de 17
082011. (...) (grifo) (AC nº 501267421.2011.404.7200/SC, Rel. Des. Federal LUCIANE
AMARAL CORRÊA MÜNCH, 2ª T., un, j. 24/04/2012)
TRIBUTÁRIO IRPJ BASE DE CÁLCULO SERVIÇOS HOSPITALARES ABRANGÊNCIA
ART. 15, § 1º, III, 'A', e ARTIGO 20 DA LEI Nº 9.249/95 ANESTESIA. 1 Entendese por
serviços hospitalares aqueles que estão relacionados às atividades desenvolvidas nos hospitais,
ligados diretamente à promoção da saúde, essencial à população, nos termos do art. 6º da
Constituição Federal, podendo ser prestados no interior do estabelecimento hospitalar, mas não
havendo esta obrigatoriedade. Precedentes da Primeira Seção do STJ. 2 Hipótese em que a
autora pode ser equiparada à prestadora de serviços médicos hospitalares. (grifos) (AC nº
5000.94371.2010.404.7003, Rel. Des. Federal LUCIANE AMARAL C. MÜNCH, 2ª T., un,
j.14/06/2011)
Conforme consta da indigitada alteração contratual, verificase que houve a alteração da natureza
jurídica da sociedade de simples para empresária em 17/07/2013, data do registro do documento na
Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (evento 1, CONTRSOCIAL3, p. 2 e 10).
O Código Civil divide as sociedades em duas categorias, as sociedades empresárias e as sociedades
simples (não empresárias). A sociedade empresária é a que exerce atividade econômica organizada e
habitual, para a produção ou a circulação de bens ou serviços. Já a sociedade simples é a que exerce
atividade econômica de natureza intelectual, científica, literária ou artística (arts. 966 e 982 do CC).
Como visto, a impetrante comprovou estar organizada sob a forma de sociedade empresária desde
17/07/2013, de modo que preenche um dos requisitos estabelecidos pelas alterações da Lei n.º
11.727/2008. De outro lado, não há nos autos prova de que a impetrante atenda às normas da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa.
No entanto, quanto a esse requisito, cumpre gizar que o TRF da 4ª Região, em caso análogo ao
presente, em voto de relatoria da Juíza Federal Cláudia Maria Dadico, proferido em 21/06/2016,
manifestou o entendimento no sentido de que quanto ao atendimento às normas da ANVISA, a lei
revelase bastante genérica e não estabelece, especificamente, as quais normas da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária o contribuinte deve obedecer. E, quanto à Resolução RDC nº 50, de
21/02/2002, assim se pronuncia: Cumpre ressaltar que a Resolução RDC n° 50, de 21/02/2002, que
dispõe sobre o Regulamento Técnico para Planejamento, Programação, Elaboração e Avaliação de
Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, não tem aplicação no caso em tela, vez
que tais normas gerais de funcionamento de estabelecimentos de saúde não podem restringir a norma
legal. Tal resolução extrapola o limite estabelecido pela norma tributária, a qual permite
interpretações mais benéficas para o contribuinte, pois se encontram dissociados do objetivo que
norteou todo o processo legislativo que era exatamente desonerar, no âmbito tributário, o prestador de
serviços de saúde nos casos em que se exige qualificação dos trabalhadores, espaço físico adequado e
materiais e equipamentos de alto custo, visando, evidentemente, ao barateamento do serviço, com o
consequente aumento do acesso da população a tais serviços.' (TRF4 500603976.2015.404.7202,
SEGUNDA TURMA, Relator CLÁUDIA MARIA DADICO, juntado aos autos em 23/06/2016).
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11/08/2017 Evento 8 - RELVOTO1
Por fim, no que tange ao pedido constante do item 'f' da petição inicial, é de ser acolhido apenas em
parte o postulado, apenas para o fim de determinar à autoridade impetrada impetrada que se abstenha
de praticar qualquer ato contrário ao exercício do direito assegurado por meio deste decisum, já que
não cabe ao Poder Judiciário vedar a Administração pública de editar novas instruções normativas,
mesmo contrárias à lei; cabendo, tão somente, julgar, a cada caso concreto, a legalidade dos atos
normativos combatidos por meio de ações judiciais, como ocorrido no presente caso.
Por conseguinte, é de ser concedida em parte a segurança pleiteada apenas para o fim de reconhecer à
impetrante o direito de, a partir de 17/07/2013 (data do registro na JUCESC da alteração contratual
em que houve a modificação da sua natureza social de sociedade simples para sociedade empresária,
continuar recolhendo o IRPJ e da CSLL nos percentuais de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita
bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços hospitalares, exceto quanto à receita
decorrente de consultas médicas e de atividades administrativas, considerando que os serviços por ela
prestados se incluem no conceito de 'serviço hospitalar', nos termos do disposto no artigo 20, e no
artigo 15, III 'a' da Lei nº 9.249/95, com a redação dada pela Lei nº 11.727/2008.
Dispositivo
Ante o exposto, concedo em parte a segurança e julgo extinto o processo com resolução do mérito, com
fundamento no artigo 487, I, do NCPC, para o fim de reconhecer à impetrante o direito de, a partir de
17/07/2013 (data do registro na JUCESC da alteração contratual em que houve a modificação da sua
natureza social de sociedade simples para sociedade empresária, continuar recolhendo o IRPJ e da
CSLL nos percentuais de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita bruta auferida pela atividade
específica de prestação de serviços hospitalares, exceto quanto à receita decorrente de consultas
médicas e de atividades administrativas, considerando que os serviços por ela prestados se incluem no
conceito de 'serviço hospitalar', nos termos do disposto no artigo 20, e no artigo 15, III 'a' da Lei nº
9.249/95, com a redação dada pela Lei nº 11.727/2008., enquanto atendidos os requisitos previstos em
lei: atendimento às normas da Anvisa e constituição sob a forma de sociedade empresária, ficando
afastada a exigência prevista no art. 4º, § 10, inciso II, da Instrução Normativa RFB nº 1.515, de
24/11/2014 (com redação incluída pela Instrução Normativa RFB nº 1.556, de 31/03/2015).
Custas ex lege.
Sem condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº. 12.016/2009 e Súmulas nº 105 do STJ
e 512 do STF).
Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição (art. 14, §1º, da Lei nº 12.016/2009).
A decisão foi proferida com apoio nas seguintes jurisprudências:
TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSLL. REDUÇÃO DE ALÍQUOTAS. LEI Nº 9.249/95. LEI 11.727/98.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES. 1. Os artigos 15, § 1º, III, a e 20, da Lei nº
9.249/1995, prevêem a redução da base de cálculo do IRPJ e da CSSL para as prestadoras de
serviços hospitalares. 2. O Superior Tribunal de Justiça pronunciouse no sentido de que o
benefício fiscal previsto na Lei nº 9.249/95 deve ser concedido de forma objetiva, a
empreendimentos relacionados às atividades desenvolvidas nos hospitais, ligados diretamente à
promoção da saúde, podendo ser prestados no interior do estabelecimento hospitalar, mas não
havendo esta obrigatoriedade (RESP nº 951.251). 3. A jurisprudência do STJ consolidouse no
sentido de que a redução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL não inclui as consultas médicas,
visto que somente os serviços especializados de saúde, com custos diferenciados, inseremse no
conceito de serviços hospitalares. 4. A partir da data da vidência da Lei 11.727, de 2008, apenas
as sociedades empresarias fazem jus ao benefício previsto na Lei 9.249/95. (TRF4, AC 5017575
84.2010.404.7000, PRIMEIRA TURMA, Relatora MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE,
juntado aos autos em 12/12/2014)
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IRPJ. CSSL. BASE DE CÁLCULO. REDUÇÃO.
SERVIÇOS HOSPITALARES. ART. 15, § 1º, III, A DA LEI Nº 9.249/95. LEI N° 11.727/08.
SOCIEDADE EMPRESÁRIA. 1. As empresas que prestam serviços hospitalares têm direito a
recolher o Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ no percentual de 8% e a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido CSLL no percentual de 12% sobre a renda bruta auferida na
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atividade específica de prestação de serviços de tratamento, nos termos do artigo 15, § 1º, III,
alínea a, da Lei nº 9.249/95, inclusive com a alteração introduzida pela Lei nº 11.727/2008. 2.
Entendese por serviços hospitalares aqueles que estão relacionados às atividades desenvolvidas
nos hospitais, ligados diretamente à promoção da saúde, essencial à população, nos termos do
art. 6º da Constituição Federal, podendo ser prestados no interior do estabelecimento
hospitalar, mas sem esta obrigatoriedade. Precedentes da Primeira Seção do STJ. 3. Em face da
superveniente alteração na redação do inciso II, alínea a, do artigo 15 da Lei nº 9.249/95, por
força da Lei nº 11.727/08, passouse a exigir, para a aplicação do percentual reduzido, que a
prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às
normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa. 4. Hipótese em que a autora
comprovou inserirse no conceito de prestadora de serviço hospitalar. Ainda, a autora está
identificada como sociedade empresária limitada, enquadrandose na categoria de sociedade
empresária, com inscrição na Junta Comercial, na forma da Lei nº 11.727/2008. (TRF4
500603976.2015.404.7202, SEGUNDA TURMA, Relator CLÁUDIA MARIA DADICO, juntado
aos autos em 23/06/2016)
Dispositivo
Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação e à remessa oficial.
Juiz Federal LUIZ ANTÔNIO BONAT
Relator
Documento eletrônico assinado por Juiz Federal LUIZ ANTÔNIO BONAT, Relator, na forma do artigo
1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março
de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador
8660264v4 e, se solicitado, do código CRC 8CD0448F.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): Luiz Antônio Bonat
Data e Hora: 12/11/2016 08:15
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08/11/2018 Inteiro Teor (9064655)
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 1ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação e
à remessa oficial, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 06 de setembro de 2017.
Des. Federal ROGER RAUPP RIOS
Relator
Documento eletrônico assinado por Des. Federal ROGER RAUPP RIOS, Relator, na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de
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08/11/2018 Inteiro Teor (9064655)
RELATÓRIO
Clínica Odontológica Sorrir Ltda. impetrou mandado de segurança objetivando lhe
fosse assegurado o direito de recolher Imposto de Renda Pessoa Jurídica no percentual de 8% e
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido no percentual de 12% por entender se enquadrar no
conceito de serviços hospitalares, nos termos estabelecidos no art. 15, § 1º, III, "a", da Lei n.
9.249/95.
Na sentença (evento 20), foi concedida a segurança com o seguinte dispositivo:
Ante o exposto, concedo a segurança para declarar o direito da impetrante de apurar e recolher a
CSLL e o IRPJ nos percentuais respectivos de 12% e 8% sobre a receita bruta decorrente da prestação
de serviços odontológicos (excluídas as atividades administrativas e consultas), consoante os arts. 15,
§ 1º, III, "a" e 20, ambos da Lei n. 9.249/95, bem como o direito da impetrante restituir ou compensar,
após o trânsito em julgado desta sentença e em procedimento administrativo perante a Receita Federal
do Brasil, os valores recolhidos indevidamente a esse título desde o registro de seu contrato social na
Junta Comercial (14/07/2016), acrescidos da Taxa SELIC, sem acúmulo com os juros de mora, nos
termos da fundamentação.
Custas ex lege.
Sem condenação em honorários advocatícios.
Sentença sujeita ao reexame necessário.
P. R. I.
A União apelou sustentando, em síntese, que a interpretação da expressão "serviços
hospitalares" deve ser restritiva, não cabendo a aplicação analógica e/ou extensiva e defendendo que,
no caso, a parte autora não comprovou que se enquadra no referido conceito. Afirmou que, a partir
da vigência da Lei n. 11.727/2008, em 01/01/2009, além de se enquadrar nos serviços especificados
no artigo 15, § 1º, III, "a", da Lei n. 9.249/95, deve ser organizada sob a forma de sociedade
empresária e atender às normas da ANVISA para ter direito à alíquota reduzida. Alegou que a
impetrante presta serviços odontológicos, conceito de ampla natureza, os quais não se equiparam a
serviços hospitalares.
Presentes as contrarrazões.
É o relatório.
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08/11/2018 Inteiro Teor (9064655)
VOTO
Alíquotas de IRPJ e CSLL incidentes sobre receitas de prestação de serviços
hospitalares
A tributação favorecida no que toca ao IRPJ e à CSLL incidentes sobre receitas de
prestação de serviços hospitalares justificase pelo custo diferenciado de tais atividades, dada sua
complexidade e necessidade de alto investimento tecnológico e de pessoal.
A determinação da extensão do conceito "serviços hospitalares" foi objeto de grande
controvérsia nos Tribunais pátrios, que ora tendiam a privilegiar interpretações mais restritivas, ora
mais flexíveis, acerca das atividades equiparáveis a atividades hospitalares.
A Secretaria da Receita Federal editou diversas instruções normativas procurando
definir o conteúdo da expressão, elaboradas a partir de parâmetros fixados em Resoluções da
ANVISA acerca de exigências a serem respeitadas pelas instituições hospitalares, concluindo que o
critério para auferir o benefício de redução de alíquota dependeria da estrutura física da empresa
prestadora de serviços, que deveria ser equiparável a estrutura de hospitais, inclusive com
possibilidade de internação de pacientes.
Esta interpretação restritiva da norma foi afastada pela 1ª Seção do STJ, a partir do
julgamento do REsp n. 951.251/PR (DJe 03/06/2009), de Relatoria do Ilustre Ministro Castro Meira,
que firmou entendimento sobre a abrangência da expressão "serviços hospitalares", de que trata o
art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, de modo que abrangessem aquelas atividades voltadas à
promoção da saúde e que tivessem custo diferenciado das simples consultas médicas,
independentemente de serem desenvolvidas dentro de instalações hospitalares ou de possuírem
capacidade de internação de pacientes.
Esse entendimento foi reafirmado em sede de recurso especial representativo da
controvérsia, nos seguintes termos:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS
535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE
CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES".
INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADEDE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA
INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO
REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC.
1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na
Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a
possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o
benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos
destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral.
2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a
1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as
alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei
9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada
pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou
a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado
(assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da
Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os
contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter
estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de
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08/11/2018 Inteiro Teor (9064655)
que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95,
pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares".
3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades
desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra,
mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as
simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar,
mas nos consultórios médicos".
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas
decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei
9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas
sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício
fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos
laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário
específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a
simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao
benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12%
(doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de
prestação de serviços médicos laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543
C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido. (grifos meus)
(REsp 1.116.399/BA, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Seção, DJe 24/02/2010).
A partir desses precedentes, o critério eleito passou a ser objetivo e concerne tão
somente à natureza do serviço prestado, bastando que seja voltado à promoção da saúde e que possua
custo diferenciado de atividades de simples consultas médicas.
Da análise do contrato social juntado aos autos verificase que a sociedade tem por
objeto "a execução de trabalhos odontológicos" (evento 3, CONTRSOCIAL2).
Embora o objeto social não seja propriamente revelador das atividades desenvolvidas,
verificase da nota fiscal de prestação de serviços eletrônica juntada (evento 1, NFISCAL 10) que
esta, de fato, oferece serviços de colocação de próteses dentárias.
Cumpre ressaltar que os serviços odontológicos em geral, em especial aqueles que
envolvem a colocação de implantes e próteses dentárias, como é o caso dos autos, por óbvio,
demandam rotinas e procedimentos tipicamente hospitalares, além de espaço físico adequado para
intervenções cirúrgicas e corpo técnico especializado.
Esta Corte vem reconhecendo que a prestação de serviços odontológicos diferenciados,
tais como realização de cirurgias para colocação de próteses dentárias, inseremse no conceito de
serviços hospitalares, verbis:
TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSLL. LUCRO PRESUMIDO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES.
CLÍNICA ODONTOLÓGICA. SERVIÇOS COM CUSTOS DIFERENCIADOS. 1. A lei escolheu como
único critério distintivo a natureza da atividade prestada, excetuando a incidência da base de cálculo
de 32% sobre as atividades consideradas como de prestação de serviços hospitalares. Assim, o
enquadramento na condição de instituição prestadora de serviços hospitalares sustentase unicamente
na natureza dos serviços prestados, circunstância de cunho objetivo.
2. A jurisprudência do STJ consolidouse no sentido de que a redução da base de cálculo do IRPJ e da
CSLL não inclui as consultas médicas e as atividades de cunho administrativo, visto que somente os
serviços especializados de saúde, com custos diferenciados, inseremse no conceito de serviços
hospitalares.
3. A impetrante comprova que presta serviços que possuem custos diferenciados do simples
atendimento odontológico, tais como cirurgias bucomaxilofaciais, ortodontia, colocação de
próteses dentárias e endodontia, fazendo jus à alíquota de 8% e 12%. 4. Uma vez que a impetrante
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08/11/2018 Inteiro Teor (9064655)
está organizada sob a forma de sociedade empresária, tem direito o direito à redução da base de
cálculo após a edição da Lei nº 11.727/2008.
(TRF4, APELAÇÃO CÍVEL Nº 500743269.2011.404.7107, 1ª TURMA, Des. Federal JOEL ILAN
PACIORNIK, POR MAIORIA, VENCIDA A RELATORA, JUNTADO AOS AUTOS EM 16/06/2014)
(grifei)
TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSLL. LUCRO PRESUMIDO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS HOSPITALARES.
CLÍNICA ODONTOLÓGICA.
1. A lei escolheu como único critério distintivo a natureza da atividade prestada, excetuando a
incidência da base de cálculo de 32% sobre as atividades consideradas como de prestação de serviços
hospitalares. Assim, o enquadramento na condição de instituição prestadora de serviços hospitalares
sustentase unicamente na natureza dos serviços prestados, circunstância de cunho objetivo.
2. A base de cálculo reduzida do IRPJ e da CSLL é legítima em relação apenas aos serviços prestados
pela autora.
3. A jurisprudência do STJ consolidouse no sentido de que a redução da base de cálculo do IRPJ e da
CSLL não inclui as consultas médicas e as atividades de cunho administrativo, visto que somente os
serviços especializados de saúde, com custos diferenciados, inseremse no conceito de serviços
hospitalares.
4. A impetrante comprova que presta serviços que possuem custos diferenciados do simples
atendimento odontológico, tais como cirurgias bucomaxilofaciais, ortodontia, ortopedia facial,
periodontia, fazendo jus à alíquota de 8% e 12%.
5. Reconhecido à impetrante o direito à redução da base de cálculo até 1º de janeiro de 2009 (data em
que a redução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL passou a ficar restrita a sociedades empresárias),
visto que a autora não está organizada sob a forma de sociedade empresária, mas de sociedade
simples.
(TRF4, AC500980247.2013.404.7108/RS, Primeira Turma, Relator Des. Federal JOEL ILAN
PACIORNIK, julgado em 26/06/2014) (grifei)
Assim, resta comprovado que a impetrante faz jus à aplicação das alíquotas
reduzidas para apuração do IRPJ e da CSLL, excluídas as receitas das simples consultas
médicas ou de atividades administrativas até 31122008, a partir de quando passou a viger a
nova legislação, restando, ainda, examinar se está apta também no que toca ao período posterior.
Das modificações trazidas pela Lei nº 11.727/2008
Confirase a atual redação dos dispositivos aplicáveis à matéria:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do
percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos
arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995
[...]
b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de
1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida Lei;
III trinta e dois por cento, para as atividades de
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia,
patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e
patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade
empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa; (Redação
dada pela Lei nº 11.727, de 2008) .
[...]
Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas
que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a
doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano
calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do §
1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento.
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Assim, as modificações legislativas trazidas à matéria pelo artigo 29 da Lei nº
11.727/2008, se por um lado promoveram a extensão do benefício também a outras atividades
equiparadas a "serviços hospitalares", por outro impuseram mais dois requisitos além da prestação
de serviços voltados à promoção da saúde: i) estar constituída como sociedade empresária; ii)
atender às normas da ANVISA.
O artigo 29 da Lei 11.717/2008 passou a vigorar a partir de 01/01/2009, nos termos do
artigo 41, VI, do mesmo diploma.
O Código Civil de 2002 trouxe distinção essencial entre sociedade simples e sociedade
empresária. A sociedade simples foi introduzida em substituição às sociedades civis, constituindo
pessoa jurídica que realiza atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda
que como o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa (artigo 966, § único), contrapondose às atividades empresárias, as quais se
enquadram no conceito de empresa conjunto organizado de meios com vista a exercer uma
atividade quer produz e oferece bens/serviços, visando atender alguma necessidade humana. As
sociedades empresárias devem ter seu ato constitutivo inscrito no Registro Público das empresas
Mercantis (Junta Comercial) do Estado em que se encontram estabelecidas.
Restou comprovado nos autos que a parte autora está constituída na forma de
"sociedade empresária" desde 14/07/2016, quando do registro na Junta Comercial do Estado de
Santa Catarina (evento 3, CONTRSOCIAL2).
No que diz respeito ao segundo requisito, a saber, a atenção às normas expedidas pela
ANVISA, tenho que deve ser flexibilizado. É que a regra constante da nova redação do artigo 15 da
Lei nº 9.249/95 foi redigida de forma geral, deixando de especificar a quais normas está se referindo.
Assim, deve o julgador interpretar essa exigência levando em conta a finalidade da norma que
consiste em garantir tributação privilegiada aos estabelecimentos que, em razão da natureza dos
serviços prestados voltados à promoção da saúde, incorrem em maiores custos na sua atividade.
Nesse contexto, não é legítimo exigir que a empresa comprove atender às normas da
ANVISA. Uma vez que está em exercício regular de sua atividade e detém o alvará de
funcionamento, há presunção relativa de que está adequada às regras da vigilância sanitária. Caberia,
desta forma, ao Fisco trazer elementos que indiquem o descumprimento de tais regras.
No mesmo sentido, tem decidido a 2ª Turma desta Corte Regional: APELREEX
500300465.2011.404.7003, 2ª T., Relatora p/ Acórdão Luciane Amaral Corrêa Münch, D.E.
29/06/2012; APELREEX 500467086.2011.404.7105, 2ª T., Relator p/ Acórdão Rômulo Pizzolatti,
D.E. 07/11/2012.
De qualquer forma, como consta na sentença, a impetrante atende às normas da
ANVISA, tendo em vista que os locais onde presta seus serviços possuem alvará sanitário (evento 1,
OUT9).
Conclusão:
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A compensação do indébito poderá ser efetuada com débitos próprios de quaisquer
tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, nos termos do
artigo 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pelo artigo 49 da Lei nº 10.637/2002, e deverá
atender ao disposto no artigo 170A do CTN, que veda o encontro de contas antes do trânsito em
julgado da ação judicial em que se discute o tributo.
O valor do crédito apurado deverá ser atualizado pela taxa SELIC, a contar do
recolhimento indevido, nos termos do § 4° do art. 39 da Lei nº 9.250/1995.
Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação e à remessa oficial.
Des. Federal ROGER RAUPP RIOS
Relator
Documento eletrônico assinado por Des. Federal ROGER RAUPP RIOS, Relator, na forma do artigo 1º,
inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de
2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço eletrônico
http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador
9064654v4 e, se solicitado, do código CRC B872F007.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): Roger Raupp Rios
Data e Hora: 08/09/2017 14:27
Certifico que este processo foi incluído na Pauta do dia 06/09/2017, na seqüência 410,
disponibilizada no DE de 22/08/2017, da qual foi intimado(a) UNIÃO FAZENDA NACIONAL, o
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA e as demais
PROCURADORIAS FEDERAIS.
Certifico que o(a) 1ª Turma, ao apreciar os autos do processo em epígrafe, em sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A TURMA, POR UNANIMIDADE, DECIDIU NEGAR PROVIMENTO À
APELAÇÃO E À REMESSA OFICIAL.
RELATOR
: Des. Federal ROGER RAUPP RIOS
ACÓRDÃO
VOTANTE(S) : Des. Federal ROGER RAUPP RIOS
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08/11/2018 Inteiro Teor (9064655)
MARIA CECÍLIA DRESCH DA SILVEIRA
Diretora de Secretaria
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08/11/2018 Documento:40000616871
Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
APELAÇÃO CÍVEL Nº 501222007.2017.4.04.7208/SC
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS
APELANTE: UNIÃO FAZENDA NACIONAL (RÉU)
APELADO: ORTOFACE CLINICA ODONTOLOGICA LTDA ME (AUTOR)
RELATÓRIO
Tratase de apelação interposta em face de sentença que afastou a
preliminar de falta de interesse de agir, julgou procedente em parte o pedido e
extinguiu o processo com resolução do mérito art. 487, inciso I, CPC para o
fim de: a) declarar o direito da autora de apurar e recolher o IRPJ e
a CSLL aplicando as alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, sobre a receita
bruta, nos termos do art. 15, III, "a", da Lei n. 9.249/95, excluídas as receitas
oriundas de consultas médicas e atividades de cunho administrativo; b)
condenar a União a restituir os valores indevidamente recolhidos, com
atualização e juros pela taxa SELIC, respeitada a prescrição quinquenal, a
contar dos respectivos pagamentos indevidos. A União foi condenada ao
pagamento das custas adiantadas pela parte autora e honorários advocatícios que
serão definidos quando da liquidação da sentença, nos termos do inciso II do §4º
do art. 85 do CPC.
Em suas razões de apelação, a União sustenta que: a) em casos
semelhantes, o TRF4 vem entendendo que o benefício fiscal somente se aplica
aos serviços odontológicos que comprovadamente possuam custos diferenciados,
tais como cirurgias bucomaxilofaciais, ortodontia, ortopedia facial e
periodontia; b) a autora alega, de forma totalmente genérica, que realizaria
procedimentos cirúrgicos de alta complexidade e com custos elevados, mas não
trouxe aos autos provas dessas alegações, ônus que lhe cabia. Postula a reforma
da sentença para julgar improcedentes os pedidos formulados pela parte autora
no que tange aos serviços odontológicos por ela prestados.
Apresentadas contrarrazões.
É o relatório.
VOTO
Juízo de Admissibilidade do Recurso
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08/11/2018 Documento:40000616871
A tributação favorecida no que toca ao IRPJ e à CSLL incidentes
sobre receitas de prestação de serviços hospitalares justificase pelo custo
diferenciado de tais atividades, dada sua complexidade e necessidade de alto
investimento tecnológico e de pessoal.
A determinação da extensão do conceito "serviços hospitalares" foi
objeto de grande controvérsia nos Tribunais pátrios, que ora tendiam a
privilegiar interpretações mais restritivas, ora mais flexíveis, acerca das
atividades equiparáveis a atividades hospitalares.
Esta interpretação restritiva da norma foi afastada pela 1ª Seção do
STJ, a partir do julgamento do REsp n. 951.251/PR (DJe 03/06/2009), de
Relatoria do Ilustre Ministro Castro Meira, que firmou entendimento sobre a
abrangência da expressão "serviços hospitalares", de que trata o art. 15, § 1º, III,
"a", da Lei nº 9.249/95, de modo que abrangessem aquelas atividades voltadas à
promoção da saúde e que tivessem custo diferenciado das simples consultas
médicas, independentemente de serem desenvolvidas dentro de instalações
hospitalares ou de possuírem capacidade de internação de pacientes.
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2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente
Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu
que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a
expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da
Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a
perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao
conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do
contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço
prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que
os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos
legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes
cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de
manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do
benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação
hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra
irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares".
4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se
aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que
a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita
bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela
parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao
benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do
artigo 15 da Lei9.249/95.
5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida
presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à
promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser
realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a
simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento
desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de
8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de
CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de
serviços médicos laboratoriais).
6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido
ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ.
7. Recurso especial não provido. (grifos meus)
(REsp 1.116.399/BA, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 1ª Seção, DJe 24/02/2010).
A partir desses precedentes, o critério eleito passou a ser objetivo e
concerne tãosomente à natureza do serviço prestado, bastando que seja voltado
à promoção da saúde e que possua custo diferenciado de atividades de simples
consultas médicas.
Da análise do contrato social juntado aos autos verificase que a
sociedade tem por objeto "serviços de atividade odontológica, serviços de
diagnóstico por imagem e serviços de prótese dentária" (evento 1,
CONTRSOCIAL3).
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08/11/2018 Documento:40000616871
TRIBUTÁRIO. IRPJ. CSLL. LEI N.º 9.249/95. SERVIÇOS HOSPITALARES.
ABRANGÊNCIA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA
ODONTOLÓGICA. PRESCRIÇÃO. LEI Nº 11.727/08. SOCIEDADE
EMPRESÁRIA. REQUISITO PREENCHIDO. SELIC. SUCUMBÊNCIA. 1.
Segundo entendimento atual do egrégio STJ, serviços hospitalares são aqueles
que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados
diretamente à promoção da saúde. Em regra, mas não necessariamente, são
prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples
consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito
hospitalar, mas nos consultórios médicos. 2. O contrato social da empresa
indica a prestação de serviços de assistência odontológica, compreendendo
cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, Endodontia, Odontopediatria,
Periodontia, Prótese Dentária, Implantodontia, Estomatologia, Dentística,
Ortodontia, Radiologia Odontológica e Imagiologia, Disfunção Têmporo
https://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/inteiro_teor.php?orgao=1&numero_gproc=40000616872&versao_gproc=3&crc_gproc=7275d3e9&termosPesquisado… 4/10
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08/11/2018 Documento:40000616871
mandibular e Dor Orofacial, Odontogeriatria e Ortopedia Funcional dos
Maxilares, prestação de serviços de apoio ao diagnóstico por imagem e
prestação de serviços ambulatoriais. 3. Assim, nos termos da decisão
proferida no REsp n.º 951.251/PR, faz jus a demandante ao recolhimento do
IRPJ e da CSLL às alíquotas de 8% e 12%, respectivamente, nos termos da
Lei n.º 9.249/95 (arts. 15, § 1º, inciso III, alínea a, e 20, caput). 4. Em face da
superveniente alteração na redação do inciso II, alínea a, do artigo 15 da Lei
9.249/95, por força da Lei nº 11.727/08, passouse a exigir, para a aplicação do
percentual reduzido, que a "prestadora destes serviços seja organizada sob a
forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária Anvisa". 6. Hipótese em que a autora comprovou se
inserir na categoria das sociedades empresárias. 7. A atualização monetária do
indébito incide desde a data do pagamento indevido do tributo, nos termos da
Súmula n.º 162 do STJ, até a sua efetiva restituição ou compensação, mediante
a aplicação da taxa SELIC, a qual engloba juros e correção monetária. 8. Ônus
sucumbências mantidos, conforme fixados na sentença, uma vez em
consonância com o entendimento da Turma. (TRF4, AC 5009194
74.2012.4.04.7208, SEGUNDA TURMA, Relator OTÁVIO ROBERTO
PAMPLONA, juntado aos autos em 19/03/2014)
Das modificações trazidas pela Lei nº 11.727/2008
Confirase a atual redação dos dispositivos aplicáveis à matéria:
Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante
a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995
[...]
b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº
8.981, de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29
da referida Lei;
III trinta e dois por cento, para as atividades de
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de
auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia
patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas,
desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de
sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) .
[...]
Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida
pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os
arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas
jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por
cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em
https://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/inteiro_teor.php?orgao=1&numero_gproc=40000616872&versao_gproc=3&crc_gproc=7275d3e9&termosPesquisado… 5/10
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08/11/2018 Documento:40000616871
cada mês do anocalendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as
atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual
corresponderá a trinta e dois por cento.
O Código Civil de 2002 trouxe distinção essencial entre sociedade
simples e sociedade empresária. A sociedade simples foi introduzida em
substituição às sociedades civis, constituindo pessoa jurídica que realiza
atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão
constituir elemento de empresa (artigo 966, § único), contrapondose às
atividades empresárias, as quais se enquadram no conceito de empresa
conjunto organizado de meios com vista a exercer uma atividade quer produz e
oferece bens/serviços, visando atender alguma necessidade humana. As
sociedades empresárias devem ter seu ato constitutivo inscrito no Registro
Público das empresas Mercantis (Junta Comercial) do Estado em que se
encontram estabelecidas.
Restou comprovado nos autos que a parte autora está constituída na
forma de "Sociedade Empresária" desde 11/06/2010, quando do registro na Junta
Comercial do Estado de Santa Catarina (evento 1, CONTRSOCIAL3).
No mesmo sentido, tem decidido a 2ª Turma desta Corte Regional:
APELREEX 500300465.2011.404.7003, 2ª T., Relatora p/ Acórdão Luciane
Amaral Corrêa Münch, D.E. 29/06/2012; APELREEX 5004670
86.2011.404.7105, 2ª T., Relator p/ Acórdão Rômulo Pizzolatti, D.E.
07/11/2012.
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08/11/2018 Documento:40000616871
Mantenho, pois, a sentença recorrida.
Honorários Recursais
Nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015, "o tribunal, ao julgar
recurso, majorará os honorários fixados anteriormente levando em conta o
trabalho adicional realizado em grau recursal, observando, conforme o caso, o
disposto nos §§ 2o a 6o, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação
de honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos
limites estabelecidos nos §§ 2o e 3o para a fase de conhecimento".
Tratase de inovação do Código de Processo Civil que tem por
objetivo, não só remunerar o advogado pelo trabalho adicional realizado em grau
recursal, como também desestimular a interposição de recursos pela parte
vencida, já que verá aumentada a verba sucumbencial.
Cabe esclarecer, porém, que não será toda a atuação do advogado
em grau recursal que ensejará a aplicação do referido dispositivo. Isso porque, ao
mencionar "honorários fixados anteriormente", a regra em questão pressupõe
que a parte vencedora em grau recursal já tenha honorários advocatícios fixados
em favor de seu advogado na sentença.
No caso, quanto aos honorários advocatícios, a sentença condenou
a parte ré ao pagamento de honorários advocatícios que serão definidos quando
da liquidação da sentença, nos termos do inciso II do §4º do art. 85 do CPC, o
que restou mantido, na forma da fundamentação.
Vencida, portanto, a parte ré na fase recursal, devem ser majorados
os honorários advocatícios, nos termos do art. 85, §11, do CPC/2015. Tendo a
fixação dos honorários advocatícios sido postergada para a fase de execução, nos
termos do art. 85, § 4º, II, do CPC, caberá ao juízo de origem observar a
necessidade de majoração recursal.
Conclusão
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Desprovido o apelo.
Dispositivo
Ante o exposto, voto por negar provimento à apelação.
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Poder Judiciário
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
APELAÇÃO CÍVEL Nº 501222007.2017.4.04.7208/SC
RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGER RAUPP RIOS
APELANTE: UNIÃO FAZENDA NACIONAL (RÉU)
APELADO: ORTOFACE CLINICA ODONTOLOGICA LTDA ME (AUTOR)
EMENTA
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da estrutura física do local de prestação do serviço e se este possuiu, ou não,
capacidade para internação de pacientes (REsp 1.116.399/BA, Rel. Min.
Benedito Gonçalves, 1ª Seção, DJe24/02/2010).
2. Os serviços odontológicos em geral, em especial aqueles que
envolvem a colocação de implantes e próteses dentárias, como é o caso dos
autos, por óbvio, demandam rotinas e procedimentos tipicamente hospitalares,
além de espaço físico adequado para intervenções cirúrgicas e corpo técnico
especializado.
3. A Lei nº 11.727/2008 impôs alterações ao artigo 15, § 1º, III,
"a", da Lei nº 9.249/1995, que passaram a viger a partir de 01012009. Além do
enquadramento da atividade como de natureza hospitalar, outros dois requisitos
passaram a ser exigidos, a saber: i) estar constituída como sociedade empresária;
ii) atender às normas da ANVISA.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,
a Egrégia 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade,
decidiu negar provimento à apelação, nos termos do relatório, votos e notas de
julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 10 de outubro de 2018.
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13/10/2022 14:40 https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru_novosite/gerarHTML.asp?tb=I
Gerado a partir de https://portal.trf1.jus.br/
SR. CONTRIBUINTE: ESTA GUIA NÃO PODERÁ SER LIQUIDADA COM CHEQUE
Código de
Recolhimento 18740-2
MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Número do
Processo 0
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL
Guia de Recolhimento da União Competência 10/2022
GRU JUDICIAL
Vencimento 31/10/2022
Nome
do Contribuinte / Recolhedor : CNPJ ou CPF do Contribuinte 38.251.116/0001-76
ORAL UNIC ODONTOLOGIA SÃO PAULO LTDA
Nome
da Unidade Favorecida:
UG / Gestão 090023 / 00001
JUSTICA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU - DF
Nome do Requerente / Autor: ORAL UNIC ODONTOLOGIA SÃO PAULO (=) Valor do
Principal 400,00
LTDA
CNPJ/CPF do Requerente / Autor: 38.251.116/0001-76 (-) Desconto/Abatimento
Seção Judiciária: Vara: Classe: (-) Outras
deduções
SR. CONTRIBUINTE: ESTA GUIA NÃO PODERÁ SER LIQUIDADA COM CHEQUE
Código de
Recolhimento 18740-2
MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Número do
Processo 0
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL
Guia de Recolhimento da União Competência 10/2022
GRU JUDICIAL
Vencimento 31/10/2022
Nome
do Contribuinte / Recolhedor: CNPJ ou CPF do
Contribuinte 38.251.116/0001-76
ORAL UNIC ODONTOLOGIA SÃO PAULO LTDA
Nome
da Unidade Favorecida:
UG / Gestão 090023 / 00001
JUSTICA FEDERAL DE PRIMEIRO GRAU - DF
Nome do Requerente / Autor:
ORAL UNIC ODONTOLOGIA SÃO PAULO (=) Valor do
Principal 400,00
LTDA
CNPJ/CPF do Requerente / Autor: 38.251.116/0001-76 (-) Desconto/Abatimento
Seção Judiciária: Vara: Classe: (-) Outras
deduções
https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru_novosite/gerarHTML.asp?tb=I 1/1
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http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373745932
Número do documento: 22110714591540700001373745932
Assinado eletronicamente por: EDUARDO ELIAS DE OLIVEIRA - 07/11/2022 15:04:22 Num. 1385462750 - Pág. 2
http://pje1g.trf1.jus.br:80/consultapublica/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22110714591540700001373745932
Número do documento: 22110714591540700001373745932