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ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.5863-50531-1-ED.

0805201413

Vital JS, Lins TH, Veríssimo RCSS et al. Estrutura física de centro de material e esterilização...

ARTIGO ORIGINAL
ESTRUTURA FÍSICA DE CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO EM UNIDADES
DE ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
PHYSICAL STRUCTURE OF MATERIAL AND STERILIZATION CENTER IN PRIMARY HEALTH
CARE UNITS
ESTRUCTURA FÍSICA DE CENTRO DE MATERIAL Y ESTERILIZACIÓN EN UNIDADES DE ATENCIÓN
BÁSICA DE SALUD
Jéssica Santos Vital1, Thaís Honório Lins2, Regina Célia Sales Santos Veríssimo 3, Elizabeth Moura Soares Souza4
RESUMO
Objetivo: descrever a adequação da estrutura física dos centros de material e esterilização de atenção básica
de saúde segundo as normas da ANVISA. Método: estudo descritivo, de abordagem quantitativa, realizado em
22 unidades de saúde. Os dados foram coletados utilizando observação sistemática e entrevista, analisados
por estatística descritiva e apresentados em tabelas com frequência simples e percentual. O projeto de
pesquisa teve a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, Protocolo 019178/2011-36. Resultados: em
86,36% a responsabilidade do CME era do enfermeiro; 77,27% possuem barreira física entre a área suja e
limpa; 40,9% possuem sala de lavagem e descontaminação com as dimensões mínimas preconizadas; em
22,72%, a sala de esterilização possui área mínima preconizada. Conclusão: muitas unidades ainda não estão
compatíveis com a Resolução de Diretoria Colegiada-RDC 50/2002 da ANVISA, em estrutura e dimensão,
dificultando o processo de esterilização dos materiais e a qualidade da assistência prestada à comunidade.
Descritores: Esterilização; Arquitetura de Instituições de Saúde; Centros de Saúde.
ABSTRACT
Objective: to describe the adequacy of the physical structure of the material and sterilization centers of
health primary care according to ANVISA standards. Method: descriptive study of a quantitative approach,
carried out in 22 health units. The data were collected using systematic observation and interview, analyzed
by descriptive statistics and presented in tables with simple frequency and percentage. The research project
had the approval by the Research Ethics Committee, Protocol 019178/2011-36. Results: in 86.36% the
responsibility of the MSC was the nurse; 77.27% possess physical barrier between the dirty and clean area;
40.9% have washing and decontamination room with the minimum dimensions required; in 22.72%,
sterilization room has minimum area recommended. Conclusion: many units are not yet compatible with the
Collegiate Board Resolution-CBR 50/2002 of ANVISA, in structure and dimension, hindering the process of
sterilization of materials and quality of assistance provided to the community. Descriptors: Sterilization;
Architecture of Health Institutions; Health Centers.
RESUMEN
Objetivo: describir la adecuación de la estructura física de los centros de material y esterilización de
atención básica de salud según las normas de la ANVISA. Método: estudio descriptivo, de enfoque
cuantitativo, realizado en 22 unidades de salud. Los datos fueron recogidos utilizando observación sistemática
y entrevista, analizados por estadística descriptiva y presentada en tabla con frecuencia simple y porcentual.
El proyecto de investigación fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación, Protocolo 019178/2011-36.
Resultados: en 86,36% la responsabilidad del CME era del enfermero; 77,27% posee barrera física entre el
área sucia y limpia; 40,9% posee sala de lavado y descontaminación con las dimensiones mínimas
preconizadas; en 22,72%, la sala de esterilización posee área mínima preconizada. Conclusion: muchas
unidades todavía no están compatibles con la Resolución de Directorio Colegiada-RDC 50/2002 de la ANVISA,
en estructura y dimensión, dificultando el proceso de esterilización de los materiales y la calidad de la
asistencia prestada a la comunidad. Descriptores: Esterilización; Arquitectura de Instituciones de Salud;
Centros de Salud.
1
Enfermeira egressa, Universidade Federal de Alagoas/UFAL. Maceió (AL), Brasil. E-mail: jessicasvital@hotmail.com; 2Enfermeira,
Maternidade Escola Santa Mônica, Professora doutoranda da Rede Nordeste de Biotecnologia-RENORBIO, Universidade Federal de
Alagoas/UFAL. Maceió (AL), Brasil. E-mail: honoriothais@gmail.com; 3Enfermeira, Professora Doutoranda, Rede Nordeste de
Biotecnologia, Universidade Federal de Alagoas/UFAL. Maceió (AL), Brasil. E-mail: salesregina@hotmail.com; 4Enfermeira, Professora,
Universidade Federal de Alagoas/UFAL. Doutoranda, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP. Ribeirão Preto (SP), Brasil. E-mail:
elmososo@gmail.com

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Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(5):1192-200, maio., 2014 1192
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Acerca dos recursos humanos do CME, a


INTRODUÇÃO
RDC 15/2012 preconiza que todas as etapas do
Este estudo trata da estrutura física de processamento de artigos da área de saúde
Centro de Material e Esterilização (CME) em devem ser realizadas por profissionais para os
Unidades de Atenção Básica de Saúde. O CME quais estas atividades estejam
é uma unidade de apoio técnico destinada à regulamentadas pelos conselhos de classe. O
recepção, expurgo, preparo, esterilização, CME deve possuir um profissional responsável
guarda e distribuição dos materiais para as de nível superior para a coordenação de todas
unidades de assistência à saúde.1 as atividades relacionadas com o
De acordo com a Resolução de Diretoria processamento de artigos, de acordo com
Colegiada - RDC 50/2002, o CME é composto competências profissionais definidas em
de: área de lavagem e descontaminação; área legislação específica.8
de preparo de materiais; área de Para o funcionamento de um CME, a
esterilização; área de armazenamento e presença do enfermeiro é de vital
distribuição de materiais e roupas importância. A função do enfermeiro tem
esterilizados.2 A RDC 307/2002 afirma que o início na fase de planejamento da unidade,
CME deve existir quando houver centro cabendo-lhe a escolha adequada tanto de
cirúrgico, centro obstétrico e/ou recursos materiais quanto humanos, bem
ambulatorial, hemodinâmica, emergência de como a seleção e o treinamento de pessoal,
alta complexidade e urgência. O CME levando-se em conta o perfil do setor. É ainda
simplificado só pode existir como apoio o responsável por atividades de coordenação,
técnico a procedimentos, que não exijam orientação e supervisão de todas as etapas do
ambiente cirúrgico para sua realização, reprocessamento dos produtos.9
frequente em unidades básicas de saúde.3 Dentro do complexo contexto do controle
O fluxo no CME deve ser prático e contínuo, de infecção relacionado com a assistência à
por isso a equipe e o material deverão seguir saúde (IRAS) e seus fatores determinantes, o
um fluxograma unidirecional, ou seja, a CME ocupa um papel relevante. O
direção é de uma região contaminada para planejamento desta unidade é de suma
uma limpa. A estrutura física dos importância, considerando-se as diferentes
Estabelecimentos de Assistência à Saúde e as etapas do processamento dos artigos odonto-
legislações sanitárias são questões de extrema médico-hospitalares até a sua distribuição às
importância e podem ser designadas como unidades consumidoras. Por isso, tal
elementos essenciais para a dinâmica de planejamento deve ser executado por uma
funcionamento do CME, pois uma planta física equipe multiprofissional, cuja atenção deve
adequada proporcionará um fluxo unilateral, estar voltada para a dinâmica de
10
que é exigido pelas leis sanitárias.4 funcionamento do setor.
Com as mudanças decorrentes do processo OBJETIVOS
de institucionalização do Sistema Único de
Saúde (SUS), os cuidados primários à saúde ● Descrever a adequação da estrutura física
vêm desenvolvendo práticas assistenciais mais dos Centros de Material e Esterilização de
eficientes e efetivas, aumentando a demanda unidades de Atenção Básica de Saúde segundo
de pequenos procedimentos invasivos as normas vigentes da ANVISA;
realizados nas unidades de saúde.5 Algumas ● Identificar se tais unidades de saúde
unidades municipais de saúde realizam o estão compatíveis com a RDC 50/2002 da
processo da esterilização de artigos e, para ANVISA;
isso, elas precisam ter um espaço reservado ● Analisar o fluxograma nos Centros de
para a realização adequada desse processo, Material e Esterilização de tais unidades;
devendo seguir o fluxo único.6 ● Averiguar condições organizacionais e
O CME constitui um ambiente de trabalho recursos humanos de acordo com a ANVISA.
que apresenta riscos ocupacionais, que
MÉTODO
expõem os profissionais da saúde a fluidos
corpóreos veiculadores de microorganismos, Estudo descritivo de coorte transversal e
substâncias orgânicas e inorgânicas abordagem quantitativa. Ao utilizar tal
contaminadas. Por isso, há a importância da método, foi possível analisar a estrutura física
utilização de equipamentos de proteção de CME’s em UBS, com início em agosto de
individual (EPI). O uso de EPI neste setor 2011 e término em agosto de 2012.
diminui o risco de contato direto da pele e
A pesquisa foi realizada em 22 unidades de
mucosas com qualquer material contaminado
atenção básica de saúde em um município no
e os produtos químicos necessários ao
estado de Alagoas, o que corresponde às
processo.7
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unidades que possuem CME, e um profissional enfermagem, pois o enfermeiro não se


de cada unidade. Respeitou-se a Resolução encontrava na unidade de saúde no momento
196/96 da Comissão Nacional de Ética em da pesquisa. Além disso, foi entrevistado um
Pesquisa ― CONEP. auxiliar de consultório dentário (4,55% da
A pesquisa foi iniciada após assinatura de população).
um termo de autorização da Secretaria Analisando o tempo de trabalho dos
Municipal de Saúde e autorização do Comitê funcionários entrevistados na unidade de
de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade saúde, foi constatado que 4,55% têm até dois
Federal de Alagoas com número de processo anos; 18,18% estão entre dois e cinco anos de
019178/2011-36. trabalho; de cinco a dez anos, a amostra é de
Os sujeitos voluntários da pesquisa foram 45,45%; 22,72% da população têm entre dez e
informados e esclarecidos sobre o estudo e quinze anos de trabalho; e 9,10% trabalham
assinaram o Termo de Consentimento Livre e de quinze a vinte anos na unidade de saúde.
Esclarecido (TCLE), conforme orienta a De acordo com a entrevista com os
resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de profissionais, os resultados encontrados sobre
Saúde. os recursos humanos e o processo de trabalho
A coleta de dados ocorreu por meio de na unidade municipal de saúde no que diz
observação sistemática com a aplicação de um respeito à esterilização foram: em 86,36% das
formulário estruturado e entrevista com os unidades, o CME era de responsabilidade do
profissionais das unidades, dirigida por enfermeiro; em 72,72% das unidades havia
questões elaboradas a partir de um auxiliar ou técnico de enfermagem com
Instrumento Nacional de Inspeção em Serviços capacitação específica para atuar no setor; e
de Saúde (INAISS) disponibilizado pela ANVISA em 45,45% das unidades, havia escala de
referente à estrutura física e recursos pessoal de enfermagem em local visível.
humanos dos CMEs e para o desenvolvimento Quanto à utilização de equipamentos de
da pesquisa. A análise dos dados foi realizada proteção individual pelos profissionais das
através da técnica estatística e descritiva. unidades durante o processamento de artigos,
foi constatado que 100% dos profissionais
RESULTADOS
utilizam luvas de procedimentos; 72,72%
O município pesquisado possui 69 unidades utilizam máscara ou protetor facial; os óculos
cadastradas, no entanto a amostra da são utilizados por 36,36% dos profissionais;
pesquisa consistiu de 22 unidades, pois são as 22,27% utilizam avental impermeável para
que possuem estrutura de centro de material área suja, enquanto 18,18% utilizam avental
e esterilização. Da população entrevistada, 21 para área limpa, e em menor proporção 9,09%
(95,45%) profissionais eram do sexo feminino e utilizam botas de borracha.
apenas um era do sexo masculino, Sobre a variável “condições organizacionais
correspondendo a 4,55% da população da unidade”, foram encontrados dados de
pesquisada. acordo com a condição da limpeza e
Com relação à idade dos profissionais, esterilização realizadas na unidade, como a
27,27% encontravam-se na faixa etária de 30 a condição das embalagens dos materiais, há
40 anos. A maioria dos profissionais (n=13), monitorização através de indicadores e testes,
representando 59,1% da população, forma de lavagem e desinfecção dos artigos,
encontrava-se na faixa etária de 40 a 50 anos, utilização de solução para desinfecção,
e a minoria, na faixa etária de 50 a 60 anos e armazenamento de material esterilizado e
constituiu uma amostra de 3 profissionais fluxograma que estão apresentados na tabela
(13,63%). 1.
A respeito da formação acadêmica, foram
entrevistados quinze enfermeiros (68,18%),
cinco técnicos de enfermagem, que
correspondem a 22,72% da população
estudada e um (4,55%) auxiliar de

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Tabela 1. Distribuição de unidades de acordo com as condições organizacionais (n=22). Alagoas, 2012.
Condições organizacionais n % IC (95%)
Invólucros íntegros e com rótulo padronizado 21 95,45 76,49 - 99,99
Monitorização visual através de indicador químico 10 45,45 26,91 - 65,35
Monitorização visual através de fita termosensível 21 95,45 76,49 - 99,99
Realização de controle biológico 6 27,27 12,88 - 48,43
Pressão interna e externa, pressão negativa e temperatura
Pressão interna e externa, pressão negativa e temperatura 10 45,45 26,91 – 65,35
Forma manual de lavagem e desinfecção do material 22 100 82,45 – 100,00
Forma automatizada de lavagem e desinfecção do material 0 0 0.00 - 17,55
Utilização de solução química para desinfecção 22 100 82,45 – 100,00
Utilização de solução química para esterilização 0 0 0,00 – 17,55
Manutenção preventiva e periódica dos equipamentos 3 13,63 3,90 – 34,18
Armazenamento de material esterilizado em local exclusivo 15 68,18 47,15 – 83,81
Controle de temperatura na área de guarda de material 2 9,09 1,34 - 29,00
Fluxo sequencial de procedimentos (barreira física) 15 68,18 47,15 - 83,81
Fluxo sequencial de procedimentos (barreira técnica) 6 27,27 12,88 – 48,43

Outro fato a ser analisado é a (tabela 2) apresenta os resultados observados


característica da área física dos centros de de acordo com essa variável.
esterilização das unidades. A tabela abaixo
Tabela 2. Distribuição das unidades de acordo com a área física das CME’s (n=22).
Alagoas, 2012.
Área Física n % IC (95%)
Setor centralizado 20 90,90 71,00 – 98,66
Acesso sem cruzamento e diferenciado (material) 17 77,27 56,15 – 90,29
Acesso exclusivo de pessoal do setor 19 86,36 65,82 – 96,10
Barreira física entre a área suja e a área limpa 17 77,27 56,15 – 90,29

Quanto à estrutura física dos CME’s, foram esterilização e estocagem de material, as


analisadas a sala de recepção, lavagem e dimensões e os equipamentos, informações
descontaminação (expurgo) e a sala de apresentadas na tabela a seguir (tabela 3).
Tabela 3. Distribuição das unidades de acordo com o expurgo (n=22). Alagoas, 2012.
Sala de recepção, lavagem e descontaminação n % IC (95%)
Local exclusivo para recebimento de material 16 72,72 51,57 – 87,12
Guichê de comunicação com a área de esterilização 11 50 30,72 – 69,28
Bancada com pia para lavagem de material 20 90,90 71,00 – 98,66
Pia para descarte de material orgânico 20 90,90 71,00 – 98,66
Ducha para lavagem 21 95,45 76,49 – 99,99
Lixeira com tampa e pedal 5 22,72 9,71 – 43,85
Área mínima de 4 m2 com dimensão mínima de 2,00m 9 40,90 23,21 – 61,31

Na sala de limpeza e desinfecção, pôde-se unidade de saúde não existia sala para o
observar que apenas 22,72% das unidades expurgo, e a lavagem do material era
possuem lixeira com tampa e pedal no realizada na sala de curativos.
expurgo. Além dessas, em dez unidades havia A respeito da sala de esterilização e
lixeira na sala de lavagem, porém elas estocagem de material, a tabela a seguir
estavam abertas e não tinham pedal. Um fator (tabela 4) apresenta os dados obtidos.
importante a ser apreciado é que em uma
Tabela 4. Distribuição das Unidades de acordo com a sala de esterilização (n=22). Alagoas, 2012.
Sala de esterilização e estocagem de material esterilizado n % IC (95%)
Guichê de comunicação com a sala de limpeza 11 50 30,72 – 69,28
Bancada de material de fácil limpeza e desinfecção 16 72,72 51,57 – 87,12
Dois bancos de altura compatível (bancada) 6 27,27 12,88 – 48,43
Armários sobre e/ou sob bancada 4 18,18 6,71 – 39,12
Prateleira 3 13,63 3,90 – 34,18
Lavatório 3 13,63 3,90 – 34,18
Dispensador com sabão líquido 3 13,63 3,90 – 34,18
Suporte com papel toalha 3 13,63 3,90 – 34,18
Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal 5 22,72 9,71- 43,85
Autoclave de porta única 20 90,90 71,00 – 98,66
Local exclusivo para saída de material 16 72,72 51,57 – 87,12
Guichê de distribuição de material 6 27,27 12,88 – 48,43
Ambiente com Área mínima de 7,50 m2 com dimensão mínima de 2,50m 5 22,72 9,71 – 43,85

Foi constatado que em duas unidades não havia uma máquina seladora para o
havia autoclave, sendo assim, a esterilização empacotamento dos materiais.
era realizada na unidade de referência. Ainda Sobre as condições de conservação e
na variável sobre sala de esterilização, em segurança dos Centros de Material das
uma unidade, a mesma sala servia para unidades de saúde, foram avaliados o teto,
expurgo, preparo e esterilização. Foi
observado que em três unidades de saúde,
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paredes, piso e climatização, como mostra a tabela a seguir (tabela 5).


Tabela 5. Distribuição das unidades de acordo com as condições de conservação (n=22).
Alagoas, 2012.

Condições de conservação e segurança N % IC (95%)


Teto íntegro/ fácil limpeza e desinfecção 19 86,36 65,82 – 96,10
Paredes íntegras/ fácil limpeza e desinfecção 17 77,27 56,15 – 90,29
Piso íntegro/impermeável/de fácil limpeza e desinfecção 21 95,45 76,49 – 99,99
Climatização e/ou ventilação Artificial ou Natural 14 63,63 42,86 – 80,36

Foi observado que em doze unidades do processamento de artigos. É necessário que


(54,54%) do CME as paredes eram revestidas os funcionários que trabalham no setor
de azulejo. Em 40,90%, as paredes eram de recebam treinamento condizente com a
alvenaria com acabamento em tinta, e apenas função, saibam planejar, organizar, ser
uma unidade (4,54%) era de PVC. atentos, ter postura profissional e manter a
cadeia asséptica12. Quando os profissionais são
DISCUSSÃO
capacitados, o processamento dos artigos é
Com o intuito de fornecer uma assistência realizado de maneira adequada, evitando a
de saúde de qualidade aos usuários das ocorrência de IRAS.
Unidades Básicas de Saúde, os artigos críticos, O uso apropriado de EPI no CME (luvas,
para serem processados de maneira adequada, máscaras, protetores para os olhos, aventais
necessitam de um sistema complexo e impermeáveis) é vital para assegurar a
sequencial, seguindo métodos e critérios, segurança e saúde dos funcionários. O
conforme as diretrizes norteadoras e legais.6 profissional responsável pelo CME deve
Esse processo exige estrutura física, recursos assegurar que os EPI’s estejam disponíveis e
tecnológicos e humanos que permitam as sejam utilizados pelos profissionais de
execuções de ações seguras fundamentadas maneira adequada.13
em critérios baseados em informações Em uma pesquisa no município de Ponta
científicas atualizadas.5 Grossa- Paraná em unidades básicas de saúde,
Conforme apresentado anteriormente sobre o resultado revelou os seguintes dados com
os recursos humanos, em 86,36% das unidades, relação à utilização pelos profissionais de
a responsabilidade da área de esterilização é EPI’s: 13% utilizavam máscara, 53% utilizavam
do enfermeiro. A presença do enfermeiro no luvas de procedimento, 47% utilizavam luvas
CME é de fundamental importância, pois de borracha, 20% utilizavam avental
exerce um conjunto de atividades que dirigem impermeável, 6% utilizavam botas de borracha
sua prática para a administração, a e 13% utilizavam óculos.14
organização e a gerência. Suas funções nesse As unidades de saúde foram analisadas
setor são classificadas em três grandes grupos: ainda de acordo com as condições
coordenação da unidade, atividades técnico- organizacionais de seus CME’s. Em 95,45% das
administrativas e administração de pessoal.11 unidades, os artigos eram preparados em
Em um estudo sobre o reprocessamento de invólucros íntegros e com rótulo padronizado.
artigos em Unidades Básicas de Saúde O propósito do empacotamento é manter a
realizado em São Paulo, foi encontrado que a esterilidade do material processado até o
categoria profissional dos responsáveis pela momento do uso.13
realização do reprocessamento nas unidades Em 95,45% das unidades, a monitorização
era quase na sua totalidade composta por visual do material era realizada através de
membros da equipe de enfermagem (97,0%). fita termossensível, enquanto o controle
Destes operadores, a maioria era composta biológico era realizado em somente 27,27%
por auxiliares de enfermagem (88,2%), das unidades de saúde. Da mesma forma, no
seguidos pelos técnicos de enfermagem estado do Paraná, 100% das unidades
(8,8%), que atuavam em apenas três unidades, utilizavam apenas o indicador químico, a fita
e um ocupacional da área odontológica (2,9 para autoclave, e não era utilizado o controle
%).5 Corroborando esse estudo, na coleta de bacteriológico com esporos resistentes para
dados, foi possível perceber que apesar de validação do processo, que deve ser realizada
responsáveis pelo processamento ou semanalmente.14 Os testes de validação de
reprocessamento dos materiais médico- esterilização consistem em formas de avaliar a
hospitalares, os enfermeiros não realizam esta eficácia do processo de esterilização dos
atividade em nenhuma das etapas.5 instrumentos, por isso é importante a sua
Dentre as unidades pesquisadas, em 72,72% prática no CME.
havia auxiliar ou técnico de enfermagem com Acerca da lavagem dos materiais, em todas
capacitação específica para realizar as etapas as unidades era realizada manualmente

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utilizando solução química para desinfecção. duas áreas para evitar que haja contaminação
A limpeza manual pode ser trabalhosa e dos artigos.
demandar bastante tempo, porém essa prática De acordo com a estrutura, os CME’s
pode ser recomendada para a limpeza de podem ser classificados em centralizados,
materiais delicados, complexos ou sensíveis a semicentralizados ou descentralizados. Um
altas temperaturas15. Este dado é similar ao estudo realizado nos hospitais de Goiânia
estudo realizado no interior do Paraná para a mostrou que a maioria dos hospitais (65,2%)
realização da limpeza dos materiais, 27% das ainda mantinha uma estrutura
unidades realizavam a limpeza apenas com semicentralizada. A centralização de material
água corrente, sabão ou detergente, e 73%, ocorria em apenas 34,8% dos CME’s10, dado
antes de realizarem a limpeza com água e que confronta com o atual estudo em que
sabão, deixavam o material imerso em água 90,90% das unidades o setor eram
por alguns minutos.14 centralizados, e em apenas 9,10% das
A solução química utilizada para limpeza unidades, a esterilização era realizada na
dos artigos em todas as unidades era o unidade de referência do município devido à
detergente enzimático, resultado similar ao falta de autoclave na unidade.
encontrado no estudo realizado em um Foi possível perceber que, na grande
hospital de Recife (2010), em que 100% da maioria das unidades pesquisadas, o CME
amostra estudada faziam uso de detergente consistia em um setor centralizado, possuindo
enzimático no processo de lavagem dos artigos inúmeras vantagens como: eficácia, pois há o
hospitalares.7 controle de todo o processo (lavagem,
Dentre as unidades pesquisadas, em empacotamento, esterilização e
nenhuma é realizada a esterilização química, armazenamento) pelo enfermeiro; favorece
cuja prática foi suspensa segundo a RDC uma melhor organização na gestão dos
8/2009 da ANVISA16, isso porque a recursos materiais e incentiva a realização de
esterilização de artigos por meio de imersão treinamento para toda a equipe de
em solução química é duvidosa, uma vez que funcionários.
apresenta várias desvantagens como ação O CME das UBS é considerado simplificado e
lenta, incompatibilidade com artigos, a área física deve conter a sala de lavagem e
impregnação de resíduos orgânicos, além descontaminação do material (expurgo) e a
disso, a manipulação é complexa e trabalhosa, sala de esterilização e estocagem.18 No que se
e o contato com a solução química expõe o diz respeito ao expurgo, foi observado que em
profissional a riscos. 72,72% das unidades há local exclusivo para
Para que haja um bom funcionamento do recebimento de material, o qual consiste na
processo de esterilização, é necessário um própria porta do setor. É importante que haja
fluxo contínuo entre os materiais e os local exclusivo para recepção dos artigos, pois
profissionais. Conforme visto anteriormente, é no momento antes de serem limpos que são
68,18% das unidades possuíam fluxo avaliados de acordo com sua integridade.
sequencial de procedimentos observando Notou-se, ainda, que em 90,90% há
barreira física. Em contrapartida, dentro do bancada com pia para lavagem do material.
contexto hospitalar, em um município do As pias para lavagem e descontaminação
interior de Goiás, foi observado que, em 77,2% devem ser projetadas de modo que facilitem a
dos hospitais, os CME’s não possuíam todas as imersão, lavagem e enxague do equipamento,
áreas preconizadas para o fluxo correto do devem estar a uma altura adequada para o
processamento dos artigos, o que tornou uso dos trabalhadores, ser grande o suficiente
evidente a socialização de áreas com para acomodar bandejas ou cestas de
diferentes níveis de contaminação. Apenas instrumentos, ser suficientemente profunda
22,8% dos hospitais apresentavam fluxo para permitir a imersão completa de
correto.17 dispositivos maiores.19
O fluxograma contínuo no CME é de Com relação ao material da bancada com
extrema importância para o adequado pia, das 20 unidades que possuem, 65% são
processamento de artigos. O material deve feitas de inox, 20% são, de granito e 15% de
seguir uma sequência de procedimentos, que mármore. Os materiais adequados, para
têm início na área considerada contaminada e bancadas de ambientes de áreas críticas e
termina na área limpa. Quando não há um semicríticas, devem ser resistentes à lavagem
fluxograma, nem barreira física separando as e ao uso de desinfetantes. Em menor
áreas, o material sujo pode contaminar o proporção, em uma pesquisa realizada nos
material que já foi esterilizado. O mesmo hospitais de Goiânia, as bancadas na área do
fluxo deve ser respeitado pelos profissionais expurgo eram: 34% feitas de granito; 25% de
do setor, que não devem transitar entre as inox; 11,3% de mármore; 6,9% de plástico
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PVC; 4,6% de cerâmica; 9,0% de madeira; 6,9% odontológicos nos próprios consultórios de
de fórmica; 2,2% de maca forrada com tecido. algumas das UBS, necessitando de melhor
Devido às características estéticas e à investigação.20
acentuada durabilidade, o granito e inox têm Segundo a RDC Nº 307/2002, o ambiente da
sido muito indicados e utilizados, pois são do sala de esterilização de CME simplificado deve
tipo laváveis, resistentes aos desinfetantes e ser no mínimo 7,5m² de área com dimensão
apresentam alta rigidez ao desgaste, por mínima de 2,5m. Todavia, através da coleta
abrasão.17 de dados, pôde-se perceber que somente
Em CME simplificado, a sala de limpeza 22,72% da amostra correspondem a esse
deve possuir área mínima de 4m² com critério.3
dimensão mínima de 2m. De acordo com a As unidades de saúde foram analisadas,
coleta de dados, apenas 40,90% das unidades ainda, de acordo com as condições de
possuíam a área preconizada. Em uma unidade conservação e segurança de seus CME’s. Em
de saúde (4,55% da amostra), não existia sala 86,36% das unidades, o teto do CME se
para o expurgo, e a lavagem do material era encontrava íntegro, de fácil limpeza e
realizada na sala de curativos. descontaminação, seguindo o Ministério da
Comparando tal resultado com o Saúde que determina que os forros das áreas
encontrado em um estudo realizado no críticas e semicríticas deverão ser contínuos.
Paraná, observou-se que apenas 13% da São contra indicados forros falsos removíveis
amostra possuem sala exclusiva para a que podem desprender poeiras e partículas.21
realização do processo de limpeza e Os materiais adequados para o
esterilização de materiais, nas demais UBS revestimento de paredes, pisos e tetos de
este processo é realizado em salas ambientes de áreas críticas e semicríticas
improvisadas, em que também se realizam devem ser resistentes à lavagem e ao uso de
outros procedimentos como coleta de sangue, desinfetantes. Devem ser sempre priorizados
curativos, injeções entre outros.14 para as áreas críticas e mesmo nas áreas
Na área de esterilização e estocagem de semicríticas materiais de acabamento que
material, 50% das unidades possuíam guichê tornem as superfícies monolíticas, com o
de comunicação com a sala de limpeza. Na menor número possível de ranhuras ou frestas,
rede hospitalar de Goiás, 21,1% dos expurgos mesmo após o uso e limpeza frequente.2
possuem guichês sem sistema de fechamento, Foi evidenciado durante a coleta de dados
podendo levar a mistura de ar aos diferentes que em grande parte da amostra (77,27%) as
tipos de áreas dos CME, 32,5% dos CME, os paredes das unidades de saúde eram íntegras
expurgos se comunicam através de portas e e de fácil limpeza, adequando-se à norma
em sete (16,2%) a comunicação é livre entre a vigente por ter revestimento de material
área suja e área limpa.17 lavável, durável e de cor clara para diminuir a
Em apenas 13,63% das unidades, estavam reverberação da luz.
presentes os lavatórios na sala de preparo e As paredes devem ser lisas e planas, sem
esterilização. Segundo a RDC 50/2002, esses saliências ou reentrâncias. Em 54,55% das
lavatórios/pias/lavabos cirúrgicos devem unidades, as paredes do CME eram revestidas
possuir torneiras ou comandos do tipo que de azulejo; em 40,90% as paredes eram de
dispensem o contato das mãos quando do alvenaria com acabamento em tinta, e em
fechamento da água. Junto a estes deve 4,55% era de PVC. Nas UBS no interior do
existir provisão de sabão líquido degermante, estado de São Paulo, verificou-se que 91,17%
além de recursos para secagem das mãos.2 eram revestidas por azulejos rejuntados,
O tipo de esterilização que ocorre nas 5,88% pintadas e 2,95% eram revestidas de
unidades de saúde pesquisadas é esterilização azulejo desde o piso até a área central e
física realizada em autoclaves. Dentre as depois, da área central até o teto, cobertas
unidades, 90,90% possuem autoclave de porta por tinta esmalte.20
única sobre a bancada, resultado este similar Com o objetivo de manter as condições de
a um estudo sobre o reprocessamento de ventilação necessárias para o correto
artigos em UBS realizado em um município do funcionamento das áreas de lavagem, preparo
interior de São Paulo, em cujas todas as UBS e esterilização, deve haver climatização
investigadas o método de esterilização natural (janelas) ou artificial (ar
utilizado foi o físico, seja pela esterilização condicionado), o que ocorreu em 63,63% das
por vapor saturado sob pressão (88,24%), por unidades. É importante salientar que o
calor seco (2,94%) ou pelos dois métodos acabamento de portas e janela deve ser
(8,82%). Encontrou-se, paralelamente aos planejado no sentido de evitar saliências que
processos físicos, a utilização do glutaraldeído possam dificultar a sua limpeza. Assim, de
a 2% aplicado isoladamente aos artigos acordo com o que foi apresentado, o processo
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de esterilização em unidades básicas de saúde


REFERÊNCIAS
necessita de vários fatores para que ocorra de
maneira adequada. É preciso que haja 1. Possari JF. Centro de Material e
condições favoráveis para os funcionários, que Esterilização: Planejamento e Gestão. 3ª
sejam fornecidos treinamentos, capacitações, edição, São Paulo: Iátria; 2007.
bem como mantimento de insumos para as 2. Brasil. Agência Nacional de Vigilância
unidades (materiais, invólucros, e soluções Sanitária. RDC nº50 de 21 de fevereiro de
para desinfecção), assim como uma estrutura 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico
organizacional adequada, como já dito. Além para planejamento, programação, elaboração
da atribuição do gestor, também é necessário e avaliação de projetos físicos de
que a contribuição da equipe de saúde, que estabelecimentos assistenciais de saúde.
trabalha em tais unidades, seja no aspecto Brasília: ANVISA; 2002.
organizacional como também no assistencial.
3. Brasil, Agência Nacional de Vigilância
CONCLUSÃO Sanitária. Resolução - RDC nº307 de 14 de
novembro de 2002. Altera a Resolução - RDC
Nos locais onde a pesquisa aconteceu, nº 50 de 21 de fevereiro de 2002 que dispõe
nota-se que as unidades em sua grande sobre o Regulamento Técnico para
maioria realizam limpeza dos materiais de planejamento, programação, elaboração e
forma adequada, porém, em se tratando da avaliação de projetos físicos de
estrutura e dimensão, nem todas possuem o estabelecimentos assistenciais de saúde.
ambiente mínimo recomendado. Ao se Brasília: ANVISA; 2002.
analisar a sala de preparo e esterilização das 4. Centenaro A, Piccoli M. Fluxograma de
unidades, foi observado que se encontrava pessoal e material na central de material
bastante diferente do preconizado, em termos esterilização. In: 2º Seminário Nacional Estado
de dimensão mínima. Além disso, em sua e Políticas Sociais no Brasil; [Internet]. 2005
grande maioria não havia os equipamentos [cited 2012 Oct 27]; Available from:
necessários. http://cacphp.unioeste.br/projetos/gpps/mid
Dentre as condições organizacionais dos ia/seminario2/trabalhos/saude/msau22.pdf
CME’s de unidades básicas, alguns critérios 5. Costa LFV, Freitas MIP. Reprocessamento
precisam ser ajustados, como o registro de de artigos críticos em unidades básicas de
manutenção preventiva dos equipamentos, saúde: perfil do operador e ações envolvidas.
bem como a validação do processo de Rev Bras Enferm [Internet].2009 [cited 2012
esterilização, principalmente a realização de Oct 28]; 62(6): 811-9. Available from:
controle biológico, itens de grande http://www.scielo.br/pdf/reben/v62n6/a02v
importância para a qualidade do serviço. Ao 62n6.pdf
se analisar os recursos humanos, evidencia-se
6. Brady CL, Moraes MUB, Coutinho BM, Lima
que nem todos os CME’s estão sob
RCA, Monteiro LCS, Monteiro, EMLM.
responsabilidade de enfermeiro, como é o
Elaboração de protocolo para esterilização de
preconizado. É recomendado, ainda, que
materiais em uma Unidade Básica de Saúde.
sejam realizados treinamentos, capacitações
In: 61º Congresso Brasileiro de Enfermagem
e cursos para os profissionais, favorecendo
[Internet]. 2009 [cited 2012 Oct 28]; Trabalho
aquisição de mais conhecimento sobre o
2003 - 1/4. Available from:
assunto.
http://www.abeneventos.com.br/anais_61cb
Deste modo, muitas unidades ainda não en/files/02357.pdf
estão compatíveis com a RDC 50/2002 da
7. Luckwü ÁDGV, Silva EL da, Araújo EC de.
ANVISA, dificultando assim não só o trabalho
Fatores de exposição do profissional da saúde
dos funcionários do setor, como o processo de
às substâncias químicas utilizadas nos
esterilização dos materiais e principalmente a
processos de lavagem e desinfecção no
qualidade da assistência prestada à
expurgo. Rev enferm UFPE on line [Internet].
comunidade.
2010 [cited 2012 Oct 30];4(1):254-6. Available
Além do exposto, observa-se que as from:
publicações e estudos sobre o tema são http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermage
escassos, o que impede o maior conhecimento m/index.php/revista/article/viewFile/750/pd
na área. Sugere-se que mais pesquisas sejam f_318
desenvolvidas para facilitar a avaliação do
8. Brasil, Agência Nacional de Vigilância
cumprimento das normas vigentes pelas
Sanitária. Resolução - RDC nº 15, de 15 de
unidades no processo de esterilização.
março de 2012. Dispõe sobre requisitos de
boas práticas para o processamento de

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Publicado: 01/05/2014
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Avaliação arquitetônica dos centros de
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CEP: 57312-520 ― Arapiraca (AL), Brasil
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