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ONCOLOGIA
CLÍNICA
Edição 2022
Provas comentadas
Curso Preparatório para
Prova de Título de Especialista em
ONCOLOGIA
CLÍNICA
Edição 2022
Provas comentadas
RJ Estrada do Bananal, 56 - Jacarepaguá - Rio de Janeiro - RJ - (21) 2425-8878
SP (11) 97269-9516
w w w. u n i v e r s o d o c . c o m . b r | a t e n d i m e n t o @ u n i v e r s o d o c . c o m . b r
CEO
Renato Gregório
Gerente comercial
Sâmya Nascimento
Gerentes editoriais
Marcello Manes e Thamires Cardoso
Coordenador médico
Guilherme Sargentelli (CRM: 541480-RJ)
Coordenadora de Pró-DOC
Alice Selles
Marketing
Heryka Nascimento e Lucas Barroso
Revisora
Camila Morais
Designers gráficos
André Giordano, Douglas Almeida, Mariana Matos e Monica Mendes
Projetos Especiais
Bruno Aires e Thaís Novais
Gerentes de relacionamento
Fabiana Costa, Karina Maganhini e Thiago Garcia
Assistente comercial
Jessica Oliveira
Produção gráfica
Abraão Araújo, Sabrina Silva e Viviane Telles
Curso Preparatório para Prova de Título de Especialista em Oncologia Clínica - Provas comentadas / Pedro De Marchi, Carlos Gil
Ferreira, Bruno Ferrari et al. - Rio de Janeiro: DOC, 2022.
1. Curso Preparatório para Prova de Título de Especialista em Oncologia Clínica - Provas comentadas. I. Marchi, Pedro (ed.); II.
Ferreira, Carlos Gil (ed.); III. Ferrari, Bruno (ed.);
CDD-616.006
Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução ou duplicação deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios
(eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa dos autores. Direitos reservados aos autores.
EDITORES
Pedro De Marchi
Coordenador médico do Instituto Oncoclínicas; líder da especia-
lidade de Cabeça e Pescoço (CP) da Oncoclínicas; coordenador
adjunto do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Oncoclínicas;
médico oncologista de CP e tórax da Oncoclínicas RJ; mestre e
doutor em oncologia; membro diretor do GBCP (Grupo Brasilei-
ro de Câncer de Cabeça e Pescoço); membro fundador do GTOP
(Grupo Translacional de Oncologia Pulmonar); membro da SBOC
(Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), IALSC (International
Association for the Study of Lung Cancer), LACOG (Latin Ame-
rican Cooperative Oncology Group) e GBOT (Grupo Brasileiro de
Oncologia Torácica)
Bruno Ferrari
Presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclíni-
cas; médico oncologista do Oncocentro Belo Horizonte; membro
do Comitê de Clinical Guidelines da ASCO (American Society of
Clinical Oncology) e da Stanford Alumni Association (Stanford
University Graduate School of Business)
Bruno Lemos Ferrari
Fundador e Presidente do Conselho Administrativo do Grupo Oncoclínicas
Pedro De Marchi
Coordenador Médico do Instituto Oncoclínicas
Sérgio Azevedo
Coordenador do Comitê de Educação e Ensino (CEE) do Instituto Oncoclínicas
Eduardo Maluf
Gerente Executivo de Ensino do Instituto Oncoclínicas
Coordenação do curso
Pedro De Marchi
Coordenador geral do Curso OC-TEOC
56 Questões comentadas
Provas comentadas • 9
PARTE I
TEOC 2021
TEOC 2021 • 11
01. O perfil molecular é essencial para a definição da terapia-alvo em
câncer de pulmão. Além disso, é sabido que existem associações entre
subtipos histológicos e alterações moleculares ativadoras. Sobre essa
assertiva, assinale a associação correta.
(A) Carcinoma sarcomatoide – MET.
(B) Carcinoma lepídico – KRAS.
(C) Carcinoma mucinoso – ROS1.
(D) Carcinoma escamoso – RET.
TEOC 2021 • 13
baixo risco cirúrgico. Qual das seguintes estratégias recomenda-se
para esse paciente?
(A) Realização de PET-CT para avaliação de linfonodo-sentinela, seguido de
glossectomia parcial e biópsia excisional de qualquer linfonodo captante e exa-
me anatomopatológico de congelação.
(B) Não há necessidade de qualquer exame complementar; proceder com glos-
sectomia parcial e dissecção linfonodal cervical direita eletiva.
(C) Realização de PET-CT, seguido de glossectomia parcial; realizar dissecção
linfonodal cervical somente se PET-CT positivo nos linfonodos do pescoço.
(D) Não há necessidade de PET-CT; prosseguir com glossectomia parcial e re-
avaliação periódica dos linfonodos cervicais com ultrassonografia de pescoço
a cada três meses por dois anos.
TEOC 2021 • 15
(A) Pembrolizumabe isolado.
(B) Carboplatina-pemetrexede.
(C) Carboplatina-pemetrexede-pembrolizumabe.
(D) Carboplatina-paclitaxel-bevacizumabe-atezolizumabe.
TEOC 2021 • 17
14. Paciente do sexo feminino de 71 anos, diagnosticada há cerca de 15 me-
ses com carcinoma urotelial metastático para pulmão e ossos. A paciente
recebeu tratamento inicial com cisplatina e gencitabina por seis ciclos, se-
guido de observação. Após progressão, recebeu tratamento de segunda
linha com pembrolizumabe. Reestadiamento após o sexto ciclo de pem-
brolizumabe mostra nova progressão de doença em pulmão e linfonodos.
Qual alteração molecular deveria ser pesquisada com o intuito de oferecer
terapia-alvo para o carcinoma urotelial metastático politratado?
(A) Mutação do EGFR.
(B) Mutação do FGFR.
(C) Mutação do VEGFR.
(D) Mutação do PDGFR.
15. O câncer de pulmão é uma das neoplasias malignas com maior in-
cidência, maior mortalidade e maior letalidade no Brasil e no mundo.
Infelizmente, grande parte dos casos são diagnosticados em estágios
mais avançados, quando as possibilidades de tratamento curativo são
limitadas ou nulas. Nesse cenário, estratégias vêm sendo implemen-
tadas para diagnóstico mais precoce, com base nos resultados de im-
portantes estudos, tais como NELSON e NLST, que avaliam o papel da
prevenção secundária como meio de aumentar a chance de sobrevida
câncer-específica. Com base nesses estudos, qual paciente deve ser
incluído(a) em um programa de rastreamento com tomografia de tórax
com baixa dose de radiação?
(A) Mulher de 65 anos, sem comorbidades, tabagista ativa, 15 anos-maço.
(B) Homem de 82 anos, hipertenso e diabético, ex-tabagista há 15 anos, 40
anos-maço.
(C) Mulher de 70 anos, com câncer de intestino localizado e operado há quatro
anos, tabagista ativa, 40 anos-maço.
(D) Homem de 54 anos, hipertenso leve, tabagista ativo 30 anos-maço.
TEOC 2021 • 19
visível, principalmente, na sequência FLAIR. O caso foi levado à reunião
multidisciplinar para discussão. Qual a primeira hipótese diagnóstica?
(A) Metástases cerebrais, especialmente de câncer de pulmão e melanoma.
(B) Glioma de alto grau multicêntrico.
(C) Glioma de baixo grau multicêntrico.
(D) Metástases cerebrais, especialmente de câncer de próstata e laringe.
21. A dor crônica pode ser uma consequência negativa e séria da so-
brevivência ao câncer. Embora as estimativas variem, a prevalência de
dor em sobreviventes do câncer foi relatada como sendo de até 40%.
Em relação a essa situação, assinale a alternativa correta.
(A) É um problema relevante, mas altamente manejável graças à grande opção
de medicamentos efetivos.
(B) A terminologia, como tolerância, dependência, abuso e vício, não se aplica
a pacientes oncológicos.
(C) Deve-se ter cautela ao prescrever o uso concomitante de opioides e outros
medicamentos de ação central, particularmente os benzodiazepínicos.
(D) Não é pertinente, nessa população, dispender tempo abordando possíveis
mitos sobre o uso de opioides.
TEOC 2021 • 21
a esses fatores de risco, deverá iniciar tratamento, uma vez que apre-
senta disfagia para sólidos. O estadiamento evidencia acometimento
de linfonodos mediastinais regionais e ausência de lesões à distância.
Qual o próximo passo terapêutico?
(A) Inicialmente, passagem de prótese metálica para paliação da disfagia.
(B) Quimioterapia isolada.
(C) Radioterapia para paliação da disfagia.
(D) Quimioterapia e radioterapia concomitantes.
TEOC 2021 • 23
Visando ao tratamento local dessas lesões, qual a melhor opção de
tratamento?
(A) Radioterapia de crânio total.
(B) Radiocirurgia nas três lesões.
(C) Neurocirurgia seguida de radiocirurgia.
(D) Neurocirurgia seguida de radioterapia de crânio total.
30. Uma mãe comparece com seus dois filhos à Unidade Básica de
Saúde, para esclarecimentos em relação à vacinação contra o HPV. Sua
filha tem 13 anos e o seu filho, 12 anos. Ambos sadios e sem comorbida-
des. Assinale a alternativa correta sobre a prevenção de doenças HPV
associadas.
TEOC 2021 • 25
(A) Carcinoma metaplásico: receptores hormonais negativos, HER-2 positivo.
(B) Carcinoma papilífero: receptores hormonais com alta expressão, HER-2
negativo.
(C) Carcinoma secretório: receptores hormonais negativos, HER-2 positivo.
(D) Carcinoma apócrino: receptores hormonais com alta expressão, HER-2
negativo.
TEOC 2021 • 27
com ICIs é desejável. Assinale a alternativa que não descreve um predi-
tor de resposta favorável à imunoterapia com ICIs.
(A) Carga mutacional tumoral (tumor mutational burden – TMB) alta.
(B) Expressão alta de PDL-1 nas células tumorais.
(C) Presença de estabilidade de microssatélites.
(D) Alta expressão de genes relacionados ao interferon-gama.
TEOC 2021 • 29
(D) Caso a paciente seja estadiada como FIGO III/IV, em pacientes sem mu-
tação em BRCA, a pesquisa de deficiência de recombinação homóloga não
acrescenta no delineamento do tratamento adjuvante, sendo, portanto, desne-
cessária.
TEOC 2021 • 31
(C) A variante de significado incerto no gene BRCA-1 não deve ser utilizada
para ditar condutas clínicas e cirúrgicas. No entanto, é recomendado que a pa-
ciente siga acompanhamento regular até que essa variante seja reclassificada.
(D) Por tratar-se de uma variante de significado incerto no gene BRCA-1, de-
ve-se recomendar a mastectomia bilateral redutora de risco e salpingo-oofo-
rectomia bilateral redutora de risco.
TEOC 2021 • 33
episódios de vômitos volumosos, diários, na última semana. Uma endos-
copia foi realizada e descrevia: presença de resíduos e líquido de estase
gástrica mesmo com jejum prolongado; lesão elevada com componente
ulcerado na região pré-pilórica, com cerca de 3cm; elevação da mucosa
ao redor da lesão, com aspecto infiltrado que se estende para região piló-
rica, onde há subestenose da mesma, antro e pequena curvatura. Biópsia
profunda na mucosa gástrica revelou adenocarcinoma padrão anel de
sinete. Tomografias com contraste foram realizadas sem evidência de
metástases à distância e algumas imagens estão dispostas.
TEOC 2021 • 35
Com isso, poupa-se com segurança a paciente da indicação de salpingo-oofo-
rectomia bilateral, a qual está associada à redução de qualidade de vida.
TEOC 2021 • 37
60. Paciente do sexo masculino de 47 anos teve diagnóstico de adeno-
carcinoma de próstata de alto risco (T4, Gleason primário padrão 5 em
> 4 fragmentos). História familiar de câncer negativa. Foi encaminhado
para aconselhamento genético e submetido à avaliação molecular com
painel germinativo de câncer hereditário. Assinale a alternativa em que
todos os genes listados têm associação com o câncer de próstata he-
reditário.
(A) STK11, NF1, NEM1.
(B) BRCA-2, BRCA-1, HOXB13.
(C) PALB2, CDKN2A, NF1.
(D) ATM, APC, MUTYH.
TEOC 2021 • 39
não faz nenhuma atividade física há pelo menos uma década. Há dois
anos, foi diagnosticada com HAS e DM2. O médico objetiva informá-la
sobre estilo de vida e prevenção de câncer. Assinale a alternativa corre-
ta em relação a estilo de vida e câncer.
(A) Estima-se que o sedentarismo seja responsável por 40% da incidência e
20% das mortes por câncer.
(B) Nos últimos 30 anos, 50% dos cânceres diagnosticados podem ser atribuí-
dos a sobrepeso e obesidade.
(C) Inúmeros estudos, incluindo metanálises, demonstraram uma relação in-
versa entre atividade física e câncer de cólon.
(D) Suplementação de ômega-3 está associada à redução da incidência de 11
tipos de câncer.
66. A hipercalcemia pode ocorrer em até 30% dos pacientes com neo-
plasias malignas. Pode estar associada à disfunção neurocognitiva, assim
como desidratação e insuficiência renal. O risco individual de hipercalce-
mia depende do tipo e estágio da neoplasia, assim como de condições
concomitantes, como o uso de medicamentos que possam aumentar a
calcemia. Se um paciente desenvolvesse hipercalcemia maligna e esti-
vesse em uso de todas as medicações a seguir, qual dessas medicações
teria menor impacto negativo na hipercalcemia e, por consequência, não
precisaria ser obrigatoriamente descontinuada durante o tratamento?
(A) Cálcio.
(B) Vitamina D.
(C) Lítio.
(D) Corticoide.
TEOC 2021 • 41
luminal A (expressão de receptores de estrógeno e progesterona >
90%, HER-2 negativo e ki-67 10%). Foi submetida a exames de estadia-
mento, com estádio anatômico I (cT1c cN0 M0). Em meio a um novo pico
da pandemia da Covid-19, o caso foi apresentado em reunião multidis-
ciplinar para definição da estratégia terapêutica inicial dessa paciente.
Baseando-se em publicações recentes, como a do paper Breast Onco-
logy and the COVID-19 pandemic: recommendations from the Brazilian
Society of Clinical Oncology (SBOC), publicado em 2020, como pode
ser sugerido o manejo de pacientes pós-menopáusicas com diagnósti-
co de câncer de mama luminal durante a pandemia da Covid-19?
(A) Terapia endócrina neoadjuvante com inibidor de aromatase por até seis
meses, postergando a cirurgia para um momento mais adequado da pandemia.
(B) Quimioterapia neoadjuvante com esquema AC-T dose densa, uma vez que
o risco de Covid-19 é mínimo nessa paciente, e atrasos podem prejudicar o
prognóstico.
(C) Cirurgia conservadora e biópsia de linfonodo sentinela imediatas, seguidas
de radioterapia com fracionamento habitual, evitando quimioterapia adjuvante.
(D) Terapia endócrina neoadjuvante com inibidor de aromatase até controle
da pandemia, independentemente do tempo que levar para que a paciente pos-
sa ser operada.
TEOC 2021 • 43
(B) Pacientes com neoplasia de colo uterino operadas e com indicação de ra-
dioterapia adjuvante são tratadas com braquiterapia exclusiva, sendo a radiote-
rapia externa reservada para o resgate de possíveis recidivas.
(C) A radioterapia estereotáxica corpórea (SBRT) em tumores de pulmão es-
tádio I pode ser considerada uma alternativa à cirurgia em pacientes com alto
risco cirúrgico ou para aqueles que se recusam à cirurgia.
(D) Paciente portador de glioblastoma com boa performance; no caso de o
cirurgião conseguir a ressecção total da lesão, não há indicação de radioterapia
adjuvante.
TEOC 2021 • 45
79. Paciente do sexo masculino de 25 anos apresenta história de tosse
seca há 20 dias, sudorese noturna há 15 dias e ortopneia há quatro dias.
Após investigação inicial, foi identificada, por tomografia de tórax, uma
grande massa mediastinal com invasão óssea esternal e derrame pleu-
ral bilateral. Após realização de biópsia por mediastinoscopia, o resul-
tado final foi linfoma não Hodgkin (LNH) primário de mediastino. Sobre
esse subtipo de linfoma, é correto afirmar que o linfoma não Hodgkin
(LNH) primário de mediastino é uma doença de comportamento:
(A) Indolente, possui maior incidência em adultos jovens e deve ser tratado
com imunoquimioterapia. Radioterapia está indicada em casos de recidiva.
(B) Agressivo, possui maior incidência em mulheres jovens e deve ser tratado
com imunoquimioterapia com ou sem radioterapia de consolidação.
(C) Indolente ou agressivo, dependendo do índice de proliferação (ki-67), pos-
sui maior incidência em idosos e deve ser tratado com imunoquimioterapia e
radioterapia de consolidação.
(D) Indolente, possui maior incidência em mulheres jovens e deve ser tratado
com imunoquimioterapia. Radioterapia está indicada se for comprovada mas-
sa residual com metabolismo glicolítico aumentado (PET+).
TEOC 2021 • 47
(C) Anti-EGFR em monoterapia.
(D) FOLFIRI e anti-EGFR.
TEOC 2021 • 49
(B) Neoangiogênese.
(C) Reorganização de citoesqueleto.
(D) Síntese de lipídeos.
TEOC 2021 • 51
(A) Os estudos com cemiplimabe que levaram à aprovação dessa medicação
para o tratamento do CEC da pele incluíram apenas participantes com doença
metastática, não havendo indicação de seu uso no caso citado.
(B) O pembrolizumabe foi avaliado em um estudo de fase II para pacientes com
CEC de pele localmente avançado ou metastático, e a maioria dos participantes
já havia recebido algum tipo de tratamento sistêmico prévio ou radioterapia.
(C) Pacientes com CEC da pele localmente avançado ou metastático que não
são candidatos a tratamento cirúrgico ou radioterapia devem receber agentes
anti-PD-1, caso não tenham contraindicação.
(D) Os dados com quimioterapia sistêmica no tratamento do CEC de pele
avançado são limitados e vieram de adaptações de esquemas utilizados para o
tratamento de CEC primário de outros sítios.
97. Uma diretriz da Society for Integrative Oncology (SIO) aborda o uso
de terapias integrativas para o gerenciamento de sintomas e efeitos ad-
versos em pacientes com câncer. As recomendações feitas foram refe-
rendadas pela American Society of Clinical Oncology (ASCO) em 2018.
Qual das alternativas a seguir foi referendada pela ASCO?
(A) Musicoterapia, meditação, gerenciamento de estresse e ioga são recomen-
dados para redução de ansiedade e estresse.
(B) Aromaterapia, cromoterapia e meditação mindfulness são recomendadas
para depressão e transtornos de humor.
(C) Meditação e ioga são recomendadas para melhorar a qualidade de vida e o
intervalo livre de progressão de doença em pacientes com doença metastática.
(D) A acetil-L-carnitina é recomendada para prevenir a neuropatia periférica
induzida por quimioterapia.
TEOC 2021 • 53
imunomediados e causas infecciosas foram excluídas. Qual medicação
está mais indicada nesse momento para o manejo do paciente?
(A) Micofenolato mofetil.
(B) Sulfassalazina.
(C) Vedolizumabe.
(D) Metotrexato.
01 – A 02 – D 03 – C 04 – C 05 – B
06 – C 07 – D 08 – C 09 – A 10 – B
11 – B 12 – C 13 – D 14 – B 15 – D
16 – A 17 – B 18 – B 19 – A 20 – C
21 – C 22 – C 23 – B 24 – D 25 – C
26 – C 27 – A 28 – B 29 – B 30 – A
31 – B 32 – B 33 – C 34 – C 35 – C
36 – B 37 – C 38 – C 39 – D 40 – A
41 – C 42 – B 43 – D 44 – A 45 – D
46 – C 47 – D 48 – B 49 – B 50 – B
51 – C 52 – C 53 – A 54 – B 55 – C
56 – B 57 – A 58 – A 59 – B 60 – B
61 – D 62 – C 63 – C 64 – D 65 – C
66 – D 67 – C 68 – A 69 – D 70 – A
71 – A 72 – D 73 – D 74 – C 75 – C
76 – D 77 – A 78 – C 79 – B 80 – D
81 – A 82 – C 83 – B 84 – B 85 – C
86 – D 87 – B 88 – B 89 – D 90 – A
91 – D 92 – C 93 – A 94 – D 95 – C
96 – D 97 – A 98 – C 99 – C 100 – C
TEOC 2021 • 55
QUESTÕES COMENTADAS
Comentários
O carcinoma sarcomatoide é um subtipo raro (0,4%), agressivo
e pouco diferenciado de câncer de pulmão de não pequenas células
(CPNPC). Representa subtipo de prognóstico ruim e resistente à qui-
mioterapia baseada em platina. Mutações no éxon 14 do gene MET têm
sido identificadas nesse subtipo tumoral em cerca de 20% dos casos (em
relatos de séries). Hiperexpressão de PDL-1 também tem sido observa-
da nesse subtipo tumoral1,2.
Apesar de relacionado ao tabagismo e de apresentar diversas mu-
tações complexas, o carcinoma escamoso apresenta frequência muito
baixa de mutações acionáveis3. Os subtipos adenocarcinoma lepídico e
mucinoso são mais comumente associados a mutações dos genes EGFR
e KRAS, respectivamente3.
1. Yang Z, Xu J, Li L et al. Integrated molecular characterization reveals potential therapeutic strategies for
pulmonary sarcomatoid carcinoma. Nat Commun. 2020 Sep 28;11(1):4878.
2. Liu X, Jia Y, Stoopler MB et al. Next-generation sequencing of pulmonary sarcomatoid carcinoma reveals
high frequency of actionable MET gene mutations. J Clin Oncol. 2016 Mar 10;34(8):794-802.
3. Kashima J, Kitadai R, Okuma Y. Molecular and morphological profiling of lung cancer: a foundation for
“next-generation” pathologists and oncologists. Cancers (Basel). 2019 Apr 29;11(5):599.
Comentários
Paciente portador de carcinoma urotelial de bexiga ECIV ao diag-
nóstico com ótima performance, a princípio apto a receber quimiote-
rapia, porém com contraindicação à cisplatina devido ao clearance de
creatinina abaixo de 50ml por minuto. O estudo Javelin Bladder-100
incluiu pacientes elegíveis à quimioterapia para receber platina (car-
boplatina ou cisplatina) + gencitabina por quatro a seis ciclos. Aque-
les que tiveram benefício clínico (doença estável, resposta parcial ou
resposta completa) eram randomizados para receber o imunoterápico
avelumabe ou placebo até progressão ou intolerância. O resultado mos-
trou ganho de sobrevida global com efeitos colaterais aceitáveis. Vale
ressaltar que não usamos dosagem de PDL-1 para selecionar pacientes
candidatos à imunoterapia.
TEOC 2021 • 57
Comentários
O disgerminoma é um dos subtipos de tumores germinativos ovarianos
que correspondem a aproximadamente 5% de todas as neoplasias desse ór-
gão. O disgerminoma é o tumor germinativo mais comumente associado a
valores normais de AFP e beta-HCG e níveis elevados de LDH.
Por se tratar de uma paciente jovem (30 anos), nuligesta, a preserva-
ção da fertilidade é, sim, factível sem influenciar na chance de cura da
paciente. Dados do SEER mostram que a chance de comprometimento
bilateral é de 4,3% e estudo publicado demonstrou que a histerectomia
não influenciou a sobrevida1. Por se tratar de um ECIIB, o tratamento
adjuvante é composto de três a quatro ciclos de PEB (cisplatina + etopo-
sídeo + bleomicina) aos moldes do tratamento dos tumores de testículo.
1. Nasioudis D, Frey MK, Chapman-Davis E et al. Fertility-preserving surgery for advanced stage ovarian
germ cell tumors. Gynecol Oncol. 2017 Dec;147(3):493-6.
Comentários
No câncer de mama RH+/HER-2 negativo, a biologia tumoral pode
ser avaliada com maior acurácia em termos prognósticos e preditivos
com a utilização de assinaturas genômicas. Oncotype DX (assinatura
genômica de 21 genes) e MamaPrint (assinatura genômica de 70 ge-
nes) apresentam nível de evidência I no cenário adjuvante de câncer de
mama RH+/HER-2 negativo, por serem validadas em grandes estudos
prospectivos de fase III. O Oncotype DX se apresenta como a única as-
sinatura genômica, baseado em diretrizes como a do NCCN, com acu-
rácia para predizer benefício da quimioterapia adjuvante.
Comentários
Trata-se de CEC de cavidade oral T1 (tumor ≤ 2cm com profundi-
dade de invasão ≤ 5mm) N0M0 – EC I. A indicação clássica do uso do
PET-CT no estadiamento inicial do CEC de cabeça e pescoço é para
pacientes N2-3. Essa indicação foi flexibilizada para cenários de doença
mais inicial (pescoço negativo) após os resultados do estudo ACRIN
6685. Nesse estudo, PET-CT demonstrou melhor acurácia que tomo-
grafia ou ressonância na avaliação do pescoço e seu uso levou à altera-
ção do planejamento cirúrgico em 21% dos casos. No entanto, foram
incluídos apenas pacientes estádio T2-4N0 (T1 não incluído).
TEOC 2021 • 59
Ressecção cirúrgica com margens livres associada a esvaziamento
cervical eletivo ipsilateral é o tratamento de escolha para estádio clínico
I/II, sendo a observação do pescoço opção restrita a casos selecionados
(principalmente com r-DOI < 4mm). Ensaio clinico randomizado de
fase III, que incluiu quase 600 pacientes com CEC de cavidade oral T1-
T2N0, demonstrou maior sobrevida e sobrevida livre de doença a favor
do braço de esvaziamento eletivo versus observação.
Comentários
Este é um caso de agranulocitose induzida por drogas. Primeira-
mente, é um quadro mais comum em mulheres adultas. Segundo, temos
duas medicações (gentamicina e dipirona) que já foram descritas como
Comentários
O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) apre-
sentam a seguinte recomendação: “A mamografia de rastreamento –
exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama
– é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Fora
dessa faixa etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe
maior incerteza sobre benefícios”.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de
Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira
das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam
a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade, vi-
sando ao diagnóstico precoce e à redução da mortalidade.
TEOC 2021 • 61
08. Paciente do sexo feminino de 60 anos, ECOG-PS 0, é diagnosti-
cada com adenocarcinoma de pulmão, TTF1+, p40 negativo, por meio
de biópsia percutânea de nódulo pulmonar encontrado em exame de
check-up. Encontram-se também numerosos implantes pulmonares se-
cundários. Após testagem molecular, foi encontrada uma fusão EML-
4-ALK, sem outras mutações driver. O PDL-1 foi positivo, de 100%. Qual
a melhor opção de primeira linha?
Resposta correta: C
(C) Alectinibe.
Comentários
Mutações acionáveis devem ser testadas em todos os pacientes com
câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) de histologia não
escamosa. A análise do perfil molecular deve contemplar minimamente
a pesquisa de mutações dos seguintes genes: EGFR, ALK, ROS1 e BRAF,
idealmente antes do início do tratamento. Algumas sociedades reco-
mendam adicionalmente a análise dos genes NTRK, MET, RET, ERBB2
(HER-2) e KRAS1-3.
Dada a eficácia dos tratamentos alvo-dirigidos, quaisquer mutações
acionáveis identificadas são prioridade na decisão terapêutica. Embo-
ra pacientes com mutações acionáveis não sejam comumente incluídos
nos estudos que envolvem imunoterapia, há controvérsias em relação à
eficácia da imunoterapia nesse cenário, mesmo nos casos com PDL-1
positivo. Além disso, iniciar o tratamento com imunoterapia e poste-
riormente trocar para TKI acarreta risco de potencialização de toxici-
dades, especialmente pulmonar4.
No caso em questão, a primeira linha de tratamento deve ser dirigi-
da para a mutação ou fusão do gene ALK, atualmente representado por
TKI específico e de segunda ou terceira geração, superiores em sobrevi-
da livre de progressão (SLP) quando comparados ao crizotinibe5.
1. Kalemkerian GP, Narula N, Kennedy EB et al. Molecular testing guideline for the selection of patients
with lung cancer for treatment with targeted tyrosine kinase inhibitors: American Society of Clinical On-
cology endorsement of the College of American Pathologists/International Association for the Study of
Lung Cancer/Association for Molecular Pathology Clinical Practice guideline update. J Clin Oncol. 2018
Mar 20;36(9):911-9.
2. National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology (NCCN Gui-
delines) for Non-Small Cell Lung Cancer. V3.2022.
3. Lindeman NI, Cagle PT, Aisner DL et al. Updated molecular testing guideline for the selection of lung
cancer patients for treatment with targeted tyrosine kinase inhibitors: guideline from the College of Ameri-
can Pathologists, the International Association for the Study of Lung Cancer, and the Association for Mole-
cular Pathology. J Thorac On J Thorac Oncol. 2018;13(3):323- 58.
Comentários
A combinação pembrolizumabe, carboplatina e pemetrexede é tra-
tamento-padrão para pacientes com quaisquer níveis de expressão de
PDL-1 sem mutação acionável, baseada no estudo KEYONTE-1891. O
atezolizumabe também pode ser indicado para pacientes com quais-
quer níveis de expressão de PD-L1 em combinação com bevacizumabe,
carboplatina e paclitaxel ou em combinação com carboplatina e nab-pa-
clitaxel (estudos IMpower 150 e 130)2,3. Diversas comorbidades presen-
tes neste caso tornam as combinações de quimioterapia e imunoterapia
opções menos adequadas devido ao potencial de toxicidade. Além disso,
pemetrexede em combinação com agente platinante não deve ser roti-
neiramente administrado para pacientes com ClCr < 30ml por minuto4.
Em relação à imunoterapia como monoterapia, o atezolizumabe
em primeira linha não poderia ser indicado. De acordo com o estu-
do IMpower 110, o benefício de sobrevida global foi observado para
pacientes com altos níveis de expressão de PDL-1 (SP142)5. No estudo
KEYNOTE-0426, o pembrolizumabe em monoterapia conferiu ganho
em sobrevida global em relação à quimioterapia baseada em platina
para pacientes com PDL-1 ≥ 1%, PDL-1 ≥ 20% e PDL-1 ≥ 50%. Análise
exploratória, contudo, revelou que, entre os pacientes com PDL-1 = 1,
não houve diferença de sobrevida global em 49% deles.
TEOC 2021 • 63
Aparentemente, o benefício observado foi resultado da alta pre-
valência de hiperexpressão de PDL-1 no estudo: cerca de metade dos
pacientes no grupo PDL-1 ≥ 1% e 75% no grupo PDL-1 ≥ 20% apre-
sentavam PDL-1 ≥ 50%. Pacientes ECOG2 não foram incluídos. Mes-
mo assim, o pembrolizumabe pode ser uma opção para pacientes com
PDL-1 positivo e com contraindicações para o tratamento combinado
ou quimioterápico6.
Comentários
Os linfomas MALT gástricos estão fortemente associados com in-
fecção por Helicobacter pylori. Esse patógeno é o agente infeccioso mais
comum relacionado a cânceres (5,5% do total de cânceres). A ultras-
sonografia endoscópica ou ecoendoscopia é necessária para determi-
nar a infiltração da parede gástrica e o envolvimento dos linfonodos
regionais e também é usada no acompanhamento da remissão. Esse
Comentários
De acordo com a resolução normativa (RN) 439 de 2018 da ANS, na
proposição deverá constar a identificação e a descrição técnica detalha-
da da tecnologia proposta, a indicação de seu uso, a população-alvo, a
descrição do problema a que se aplica, a descrição de tecnologias alter-
nativas para a mesma indicação, a indicação dos impactos da tecnologia
em termos de benefícios clínicos para morbidade, para mortalidade e
TEOC 2021 • 65
para qualidade de vida, o registro na Anvisa quando aplicável, a apre-
sentação de estudo de avaliação econômica, o estudo de análise de im-
pacto orçamentário, a apresentação de evidências científicas com textos
completos dos estudos e as referências bibliográficas.
Comentários
A indicação de exames complementares para o estadiamento sistê-
mico inicial do câncer de mama é baseada no estadiamento locorregio-
nal e no planejamento terapêutico. Para pacientes com EC I e II, sem
clínica sugestiva de doença à distância e sem plano de neoadjuvância,
não são indicados exames de imagem complementares. Para pacientes
EC III ou pacientes EC I e II HER-2 positivos ou triplos-negativos com
planejamento de neoadjuvância, o uso de tomografia de tórax, tomo-
grafia ou ressonância de abdômen e cintilografia óssea são recomen-
dados pela diretriz do NCCN (v. 2.2022). O uso de PET-CT com FDG
é considerado opcional, podendo substituir os anteriores. No referido
caso, por ser paciente HER-2 positivo com neoplasia EC IIB, no qual o
planejamento padrão envolve terapia neoadjuvante, há recomendação
de estadiamento com os exames acima.
Comentários
Variantes provavelmente patogênicas (VPP) referem-se a alterações
muito raras, mas que em modelos matemáticos comportam uma pro-
babilidade acima de 99% de afetarem a função da proteína. Assim, pa-
cientes com VPP são conduzidos da mesma forma que pacientes com
variantes patogênicas. Os familiares de um portador de uma VPP em
BRCA-1 devem, portanto, discutir procedimentos redutores de risco
para câncer de mama e de ovário.
O risco para câncer de ovário nessas pacientes é maior na pré-me-
nopausa, por volta dos 40 anos, mas diagnósticos em idades mais avan-
çadas não são incomuns. Variantes patogênicas em BRCA-1 parecem
conferir melhor prognóstico, exclusivamente nos casos de câncer de
mama triplo-negativo1,2. Quanto ao câncer de ovário, a mortalidade em
curto prazo é menor nos portadores de mutação, mas essa vantagem
perde-se em follow-ups mais longos3.
Na questão, a resposta D é a mais correta sobre a condução do caso
com a filha da paciente, mas não temos nenhuma evidencia que uma
VPP em BRCA-1 possa se traduzir em ganho de sobrevida global, a não
ser que estudos futuros demonstrem que o tratamento com inibidores
da PARP possam prolongar a progressão de doença ou a recidiva.
TEOC 2021 • 67
1. Copson ER, Maishman TC, Tapper WJ et al. Germline BRCA mutation and outcome in young-onset
breast cancer (POSH): a prospective cohort study. Lancet Oncol. 2018 Feb;19(2):169-80.
2. Talhouet S, Peron J, Vuilleumier A et al. Clinical outcome of breast cancer in carriers of BRCA1 and
BRCA2 mutations according to molecular subtypes. Sci Rep. 2020 Apr 27;10(1):7073.
3. McLaughlin JR, Rosen B, Moody J et al. Long-term ovarian cancer survival associated with mutation in
BRCA1 or BRCA2. J Natl Cancer Inst. 2013 Jan 16;105(2):141-8.
Comentários
A presença de mutação ou de fusão dos genes FGFR-2 e 3 deve ser
testada em todos os pacientes com carcinoma urotelial metastático. A
primeira terapia-alvo para esses tumores foi aprovada após o estudo de
fase 2 BLC 2001, que mostrou ganho de sobrevida global com a medica-
ção erdafitinibe em relação à quimioterapia da escolha do investigador
para pacientes que progrediram após a primeira linha de tratamento
com platina. Pacientes que usaram imunoterapia também foram inclu-
ídos. Erdafitinibe é a primeira terapia-alvo aprovada para carcinoma
urotelial metastático.
15. O câncer de pulmão é uma das neoplasias malignas com maior in-
cidência, maior mortalidade e maior letalidade no Brasil e no mundo.
Infelizmente, grande parte dos casos são diagnosticados em estágios
mais avançados, quando as possibilidades de tratamento curativo são
limitadas ou nulas. Nesse cenário, estratégias vêm sendo implemen-
tadas para diagnóstico mais precoce, com base nos resultados de im-
portantes estudos, tais como NELSON e NLST, que avaliam o papel da
prevenção secundária como meio de aumentar a chance de sobrevida
Comentários
A carga tabágica mínima no estudo NELSON foi considerada como
> 15 anos-maço e, no estudo NLST, como ≥ 30 anos-maço. A faixa de
idade para inclusão nos estudos NELSON e NLST foi de 50 a 75 anos e
de 55 a 74 anos, respectivamente. A realização de tomografia computa-
dorizada torácica convencional no período de 12 a 18 meses antes do
início do rastreamento (12 meses no estudo NELSON e 18 meses no
estudo NLST) foi critério de exclusão para o rastreamento1,2. A paciente
da alternativa C provavelmente realizou tomografia de tórax até o ter-
ceiro ano do seguimento do câncer colorretal.
1. Koning HJ, van der Aalst CM, Jong PA et al. Reduced lung-cancer mortality with volume CT screening in
a randomized trial. N Engl J Med. 2020 Feb 6;382(6):503-13.
2. Dawson Q. NELSON trial: reduced lung cancer mortality with volume CT scanning. Lancet Respir Med.
2020; 8:236.
Comentários
O §8° do artigo 32 da lei 9.656, de 1998, determina que os valores
a serem ressarcidos não podem ser inferiores aos praticados pelo SUS,
TEOC 2021 • 69
e tampouco superiores aos praticados pelas operadoras de planos pri-
vados de atenção à saúde. Conforme previsto no §1° do mesmo artigo,
esses valores devem estar previstos em tabela de procedimentos apro-
vados pela ANS, a Tabela Única Nacional de Equivalência de Procedi-
mentos (TUNEP)1.
1. Tabela Única Nacional de Equivalência de Procedimentos – TUNEP. Site Agência Nacional de Saúde Su-
plementar (ANS). [Internet] Acessado em: 12 jun 2022. Disponível em: <www.ans.gov.br/planos-de-saude-
-e-operadoras/espaco-da-operadora/267-tabela-unica-nacional-de-equivalencia-de-procedimentos-tunep>.
Comentários
O uso de imunoterapia está associado a toxicidade hepática em to-
dos os graus, sendo mais comum nos graus 1 e 2. No entanto, tratamen-
tos com agentes anti-PD-1, anti-PDL-1 e anti-CTLA-4 demonstraram
ocorrência de toxicidade hepática de graus 3 e 4 em aproximadamente
2% e a associação de agentes anti-PD-1 e agentes anti-CTLA-4 produz
um aumento dessa toxicidade específica.
Comentários
Metástases cerebrais são os tumores do sistema nervoso central
(SNC) mais comuns encontrados no adulto. Geralmente, se localizam
na junção entre substância branca e cinzenta, topografia em que diâme-
tro dos vasos sanguíneos sofrem redução. A distribuição ocorre predo-
minantemente nos hemisférios cerebrais (80% dos casos)1. O método de
TEOC 2021 • 71
eleição para o diagnóstico é a ressonância magnética (RM) contrastada
com gadolínio, revelando lesões geralmente múltiplas, bordas definidas
que não infiltram o parênquima adjacente e com edema vasogênico ex-
tenso (desproporcional ao tamanho das lesões)2. Tumores primários do
SNC geralmente apresentam-se como lesões heterogêneas, com centro
necrótico e bordas que infiltram o parênquima adjacente, especialmente
os de alto grau3.
Cerca de 20% dos pacientes portadores de neoplasias sólidas de-
senvolvem metástases no sistema nervoso central. Os tumores que
mais comumente desenvolvem metastização para o SNC são: pul-
mão (20% a 56%), mama (5% a 20%) e melanoma (7% a 16%). Ou-
tras neoplasias apresentam crescente prevalência, como carcinoma
renal e adenocarcinoma colorretal, provavelmente devido ao apri-
moramento de diagnóstico e de tratamentos. Câncer de pulmão é
a neoplasia que mais acarreta risco de disseminação para o SNC,
independentemente do sexo. Em homens, o câncer de pulmão é a
primeira causa de metástases cerebrais. Para as mulheres, o câncer
de mama é a etiologia mais frequente4.
1. Delattre JY, Krol G, Thaler HT et al. Distribution of brain metastases. Arch Neurol. 1988 Jul;45(7):741-4.
2. Davis PC, Hudgins PA, Peterman SB et al. Diagnosis of cerebral metastases: double-dose delayed CT vs.
contrast-enhanced MR imaging. AJNR Am J Neuroradiol. 1991 Mar-Apr;12(2):293-300.
3. Pekmezci M, Perry A. Neuropathology of brain metastases. Surg Neurol Int. 2013 May 2;4(Suppl 4):S245-55.
4. Achrol AS, Rennert RC, Anders C et al. Brain metastases. Nat Rev Dis Primers. 2019 Jan 17;5(1):6.
21. A dor crônica pode ser uma consequência negativa e séria da sobre-
vivência ao câncer. Embora as estimativas variem, a prevalência de dor
em sobreviventes do câncer foi relatada como sendo de até 40%. Em
relação a essa situação, assinale a alternativa correta.
Resposta correta: C
(C) Deve-se ter cautela ao prescrever o uso concomitante de opioides e outros
medicamentos de ação central, particularmente os benzodiazepínicos.
Comentários
A alternativa A está incorreta porque, apesar do uso de medicamen-
tos não opioides, tais como antidepressivos, anticonvulsivantes e outras
classes, por pacientes sobreviventes, não há evidência de eficácia e efe-
tividade em uso prolongado. Além disso, os opioides devem ser reser-
vados a pacientes específicos que não responderam a outras medidas
farmacológicas e não farmacológicas.
A alternativa B está incorreta, pois tolerância, dependência, abuso e
vício também podem ocorrer com os pacientes oncológicos e os médi-
cos devem entender claramente essas terminologias relacionadas ao uso
de opioides para controle de dor.
A alternativa C é a opção correta, pois o uso concomitante dessas
classes, além do efeito sinérgico de ambos os medicamentos em aumen-
tar a potência quando utilizados em conjunto, pode induzir maior risco
de efeito colateral, como a sonolência.
TEOC 2021 • 73
A alternativa D está incorreta, pois é sempre muito importante des-
mitificar os estigmas e mitos sobre o uso de opioides aos pacientes.
Fonte: Paice JA, Portenoy R, Lacchetti C et al. Management of chronic pain in survivors of adult cancers:
American Society of Clinical Oncology Clinical practice guideline. J Clin Oncol. 2016 Sep 20;34(27):3325-45.
Comentários
A primeira etapa antes de planejar o tratamento ideal é o diagnósti-
co histopatológico da lesão. Pode-se tratar de carcinoma, linfoma, me-
tástases de melanoma etc. A depender do diagnóstico, programaremos
o melhor tratamento (cirurgia, quimioterapia etc.)
Comentários
Tabagismo e etilismo são os principais fatores de risco para carcino-
ma epidermoide de esôfago. Além disso, lesões a 14cm da arcada dentá-
ria (até 23cm da arcada dentária) são consideradas de esôfago superior
(cervical), nas quais é extremamente rara a presença de adenocarcino-
mas, sendo muito frequente a presença de carcinomas epidermoides.
Comentários
O tratamento padrão para carcinoma epidermoide de esôfago não
metastático é a quimiorradioterapia concomitante aos moldes do estu-
do CROSS, com carboplatina e paclitaxel semanais. Posteriormente, a
depender da resposta, discutir-se-ia a cirurgia.
TEOC 2021 • 75
25. Paciente do sexo masculino de 79 anos, economista, é diagnostica-
do com adenocarcinoma de pâncreas metastático para o fígado após
iniciar uma investigação por perda de peso e dor abdominal. Ele tem
HAS e psoríase controladas com captopril, hidroclorotiazida e corticoi-
de tópico. Tomografia computadorizada de tórax e abdômen total de-
monstrou uma lesão de 3cm de diâmetro no corpo do pâncreas com
invasão da veia esplênica e várias lesões hepáticas bilobares hipoden-
sas, medindo até 3,5cm de diâmetro. O CA 19-9 é 647U/ml, fosfatase al-
calina 254U/l, gama-GT 401U/l, mas demais exames laboratoriais, como
hemograma, função renal e transaminases e bilirrubinas, estão dentro
da normalidade. Ele apresenta mais fadiga do que o habitual, mas é
independente, faz serviços de casa, escritório e suas compras de super-
mercado. A melhor escolha de tratamento nesse momento é:
Resposta correta: C
(C) Quimioterapia com gencitabina e nab-paclitaxel.
Comentários
Para esse paciente de 79 anos, ECOG 1, o ideal é oferecer gencitabina
e nab-paclitaxel, baseando-se nos dados do estudo de fase III IMPACT,
que mostrou ganho de sobrevida global versus gencitabina isolada no
adenocarcinoma de pâncreas metastático. Esse estudo não limitou a in-
clusão de pacientes baseado na idade, enquanto o estudo PRODIGE,
que consolidou FOLFIRINOX como padrão de tratamento de primeira
linha, limitou a inclusão de pacientes até 75 anos de idade.
TEOC 2021 • 77
Solicitou-se biópsia transretal guiada por ultrassom, e foi diagnosticado
com adenocarcinoma acinar usual de próstata Gleason 7 (3+4), compro-
metendo três de 12 fragmentos, com até 40% de comprometimento em
um dos fragmentos. Após longa discussão sobre as possibilidades te-
rapêuticas, paciente optou por realizar prostatectomia radical robótica.
O procedimento ocorreu sem intercorrências e confirmou o diagnóstico
de câncer de próstata com risco intermediário baixo, T2N0M0, previa-
mente diagnosticado. O paciente permaneceu em seguimento, reali-
zando consultas semestrais com dosagens de PSA, que atingiu níveis
indetectáveis em sua primeira mensuração. No último controle de PSA,
apresentou elevação do PSA com níveis de 0,09ng/ml para 0,18ng/ml.
Assinale a alternativa que apresenta a conduta correta.
Resposta correta: A
(A) Seguir acompanhamento clínico com dosagens de PSA.
Comentários
A definição mais aceita de recidiva bioquímica pós-prostatectomia
radical é o aumento do PSA total ≥ 0,2ng/ml em três mensurações dife-
rentes, com intervalos de pelo menos duas semanas entre elas. Portanto,
o paciente não preenche critérios para recidiva bioquímica nesse mo-
mento, devendo, então, manter seguimento com PSA total.
1. Ammirati M, Nahed BV, Andrews D et al. Congress of neurological surgeons systematic review and evi-
dence-based guidelines on treatment options for adults with multiple metastatic brain tumors. Neurosur-
gery. 2019 Mar 1;84(3):E180-E182.
2. NCCN guidelines. Acessado em: 5 nov 2014. Disponível em: < www.nccn.org/professionals/physician_gl-
s/f_guidelines.asp>.
3. Soon YY, Tham IW, Lim KH et al. Surgery or radiosurgery plus whole brain radiotherapy versus surgery
or radiosurgery alone for brain metastases. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Mar 1;2014(3):CD009454.
4. Aoyama H, Shirato H, Tago M et al. Stereotactic radiosurgery plus whole-brain radiation therapy vs ste-
reotactic radiosurgery alone for treatment of brain metastases: a randomized controlled trial. JAMA. 2006
Jun 7;295(21):2483-91.
TEOC 2021 • 79
Comentários
Trata-se de paciente portador de câncer de próstata metastático re-
sistente à castração, com progressão de doença óssea e linfonodal após
uso de docetaxel. O olaparibe não é opção, visto que não temos a infor-
mação na questão sobre presença de mutação somática ou germinativa
nos genes de reparo de DNA BRCA-1, BRCA-2 e ATM. Além disso, o
estudo PROFOUND incluiu apenas pacientes que tinham feito uso de
um agente hormonal de “nova geração”. A dose de olaparibe também
está errada e deve ser iniciada com 300mg, duas vezes ao dia. O rá-
dio-223 não é uma boa opção devido à presença de linfonodomegalias,
além de lesões ósseas (estudo ALSYMPCA). Carboplatina + docetaxel
não é uma boa opção, já que o paciente acabou de receber docetaxel. A
melhor conduta seria, sem dúvida, o uso de abiraterona + prednisona,
que demonstrou ganho de sobrevida global em paciente após uso de
docetaxel (estudo COU-AA 301).
30. Uma mãe comparece com seus dois filhos à Unidade Básica de
Saúde, para esclarecimentos em relação à vacinação contra o HPV. Sua
filha tem 13 anos e o seu filho, 12 anos. Ambos sadios e sem comorbida-
des. Assinale a alternativa correta sobre a prevenção de doenças HPV
associadas.
Resposta correta: A
(A) Conforme recomendações do Ministério da Saúde, a vacinação anti-HPV
é recomendada em duas doses para meninas entre 9 e 14 anos e para meninos
entre 11 e 14 anos, imunocompetentes, sendo a segunda dose seis meses após
a primeira.
Comentários
(1) No Brasil, a vacina quadrivalente (tipos 6, 11, 16 e 18) está disponível
na rede pública de saúde e inclusive faz parte do calendário vacinal do
Ministério da Saúde (meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos).
(2) A resposta A é a recomendação formal do Ministério da Saúde vi-
gente atualmente no país. Por isso, é a opção correta. No Brasil, tam-
bém está disponível a vacina quadrivalente, que confere proteção contra
os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Essa vacina é a disponível no SUS
Comentários
Uma vez que se trata de paciente jovem, com boa performance e
com estádio III de baixo risco (pT3 pN1), o estudo IDEA mostrou não
inferioridade em termos de sobrevida livre de doença (SLD) entre três
e seis meses quando se usava CAPOX, mas não quando se usava FOL-
FOX. Portanto, para que possamos usar apenas três meses e reduzir o
risco de neuropatia, CAPOX é o regime indicado.
TEOC 2021 • 81
32. Entre os subtipos histológicos de câncer de mama invasivo, o mais
comum é o carcinoma invasivo de tipo não especial, que constitui, apro-
ximadamente, 75% de todos os cânceres de mama invasivos. Tipos es-
peciais de câncer de mama representam os demais 25% dos casos.
A diferenciação de subtipos moleculares, que orienta a proposta tera-
pêutica, ainda hoje é realizada utilizando-se o padrão da imuno-histo-
química, existindo padrões mais frequentes de correlação entre o tipo
histológico especial e a imuno-histoquímica. Assinale a alternativa que
apresenta a correta associação entre padrão de imuno-histoquímica ha-
bitual e tipo histológico.
Resposta correta: B
(B) Carcinoma papilífero: receptores hormonais com alta expressão, HER-2
negativo.
Comentários
Dentro dos subtipos histológicos especiais (raros) do câncer de
mama, temos os que se caracterizam por serem receptor hormonal po-
sitivo e aqueles que se caracterizam como receptor hormonal negativo
(triplo-negativo).
Subtipos histológicos raros RH+:
• Bom prognóstico: tubular, papilífero, mucinoso, cribiforme e lobular
clássico (prognóstico intermediário). Esses subtipos são em sua maioria
HER-2 negativos.
• Pior prognóstico: micropapilífero (HER-2 positivo, 35% a 50% dos ca-
sos) e lobular pleomórfico (HER-2 positivo, 20% a 25% dos casos).
Subtipos histológicos raros RH- (triplo-negativo):
• Bom prognóstico: adenoide cístico, carcinoma secretório.
• Pior prognóstico: metaplásico
Comentários
Trata-se de CEC de cavidade oral com recidiva sistêmica em inter-
valo de tempo menor que seis meses desde a última dose de cisplatina
utilizada no tratamento da doença locorregional avançada (doença pla-
tinorresistente). Nesse cenário, nivolumabe foi comparado a metotrexa-
to, docetaxel ou cetuximabe (à escolha do investigador), no estudo de
fase III CheckMate 141. Houve ganho de sobrevida a favor de nivolu-
mabe. Embora subanálise do estudo tenha demonstrado menor eficácia
nos pacientes PDL-1 negativos, a aprovação independe dessa análise e
não tem sido rotineiramente utilizada para seleção de tratamento.
Comentários
A história clínica e os aspectos observados sugerem um glioma
de baixo grau. A positividade para IDH1 pode ser observada em as-
trocitomas IDH-mutados e em oligodendrogliomas. Embora perda de
TEOC 2021 • 83
expressão de ATRX possa ser observada em astrocitomas IDH-muta-
dos, cerca de 20% destes têm expressão preservada de ATRX. Assim, o
diagnóstico diferencial entre essas duas possibilidades pode ser auxilia-
do pela pesquisa de codeleção 1p19q, presente no oligodendroglioma e
ausente no astrocitoma IDH-mutado. A pesquisa de metilação do pro-
motor do MGMT não é um teste de auxílio diagnóstico, sendo de au-
xílio preditivo de resposta terapêutica. O índice de proliferação celular
ki-67 não tem valor diagnóstico nesse cenário clínico.
Comentários
O NNT (número necessário de pacientes que precisam receber o
tratamento para que um paciente apresente o desfecho desejado) é cal-
culado dividindo 1 pela redução do risco absoluto: NNT=1/RRA. Nesse
caso, RRA=8,8%. Então, NNT=1/0.088; NNT=11.4 pacientes.
Comentários
(1) Apesar de os biomarcadores de resposta aos agentes inibidores de
checkpoint imunológicos não estarem totalmente definidos e poderem
variar entre neoplasias diferentes ou mesmo entre indicações diferentes
para a mesma patologia, alguns biomarcadores já estão minimamente
estabelecidos em alguns cenários. Por exemplo: TMB elevado, alta ex-
pressão de PDL-1 em células tumorais e alta expressão de genes relacio-
nados ao interferon-gama.
A presença de estabilidade de microssatélites, ao contrário, não está
ligada à resposta favorável ao uso de agentes inibidores de checkpoint
imunológicos. Pelo contrário: a presença de instabilidade de micros-
satélites ou de deficiência de mismatch repair é que foi associada ao
TEOC 2021 • 85
benefício do uso de drogas inibidoras de checkpoint imunológico, ini-
cialmente em um estudo de fase I (e que levou à aprovação do uso de
pembrolizumabe de modo agnóstico para neoplasias com MMR-d) e ,
após, em um estudo de fase III em pacientes com neoplasia colorretal
metastática em primeira linha de tratamento.
(2) Expressão de PDL-1 foi o primeiro marcador de resposta à imuno-
terapia a ser utilizado clinicamente. Apesar de suas limitações, hoje é
preditor essencial para a escolha do tratamento do câncer de pulmão de
não pequenas células (CPNPC) avançado sem mutação acionável. Car-
ga de mutação tumoral também é reconhecidamente um biomarcador
de resposta em cenários específicos1,2. Instabilidade de microssatélite foi
considerada inicialmente um biomarcador de resposta à imunoterapia
em estudos agnósticos e, mais recentemente, no tratamento do adeno-
carcinoma colorretal avançado como primeira linha3,4.
Plataformas que analisam transcriptomas de genes relacionados à
expressão do IFN-gama têm sido desenvolvidas como preditoras de
resposta à imunoterapia por representarem assinatura gênica ativadora
de células T1. No estudo POPLAR (de fase II), que comparou atezolizu-
mabe com docetaxel em pacientes previamente tratados, aqueles com
assinatura gênica favorável à resposta inflamatória ou à ativação de IN-
F-gama apresentaram maior taxa de reposta ao atezolizumabe, assim
como sobrevida global, quando comparados aos pacientes com assina-
tura gênica semelhante e que foram tratados com quimioterapia5.
Comentários
A reposta C é a correta. A reposta A e B estão incorretas, pois ECOG
e KPS não são avaliados no CARG SCORE, assim como também não
são avaliados PCR e VHS (como descrito na opção D).
Comentários
(A) Falsa. O padrão-ouro é o uso do corante azul patente.
(B) Falsa. Pesquisa de LN sentinela se tornou uma opção padrão (reconheci-
da pelo NCCN) para o tratamento de linfonodos retroperitoneais no carci-
noma de endométrio. Uma metanálise recente, com dados de 29 pacientes1,
identificou sensibilidade de 95% e taxa de falso-negativo de apenas 8%.
(C) Falsa. Segundo algoritmo publicado em 2012 e recomendado pelo
NCCN2, uma preocupação do mapeamento pela técnica do LN sentine-
la no câncer uterino é a taxa de falso-negativo. Dessa forma, segundo o
algoritmo, se o mapeamento pelo LN sentinela for negativo de um lado,
se faz necessário realizar uma linfadenectomia desse mesmo lado para
excluir a presença da doença.
(D) Verdadeira.
1. Marchocki Z, Cusimano MC, Clarfield L et al. Sentinel lymph node biopsy in high-grade endometrial
cancer: a systematic review and meta-analysis of performance characteristics. Am J Obstet Gynecol. 2021
Oct;225(4):367.e1-367.e39.
2. Barlin JN, Khoury-Collado F, Kim CH et al. The importance of applying a sentinel lymph node mapping al-
gorithm in endometrial cancer staging: beyond removal of blue nodes. Gynecol Oncol. 2012 Jun;125(3):531-5.
TEOC 2021 • 87
5,8cm por 4cm, além de linfonodomegalias mediastinais bilaterais. PET-
-CT confirmou os achados da tomografia, sem outras lesões suspeitas.
Submetido à mediastinoscopia, revela-se linfonodo paratraqueal à direita
positivo para carcinoma de pulmão de pequenas células. Ressonância
magnética de crânio mostrou apenas angiopatia discreta. Qual a melhor
opção de tratamento nesse cenário?
Resposta correta: A
(A) Etoposídeo e platina + RT concomitante.
Comentários
O tratamento padrão para o câncer de pulmão de pequenas células
(CPPC), doença limitada/ECIII, é quimioterapia com cisplatina e etopo-
sídeo (esquema EP) por quatro ciclos e radioterapia (RT) torácica con-
comitante1,2. A RT torácica aumenta a sobrevida global (SG) na doença
limitada, conforme observado em estudos randomizados e metanálises3.
A administração concomitante de doses plenas do esquema EP à RT re-
sulta em SG de 30 meses e sobrevida em dois anos superior a 50% e em
cinco anos de 20%4. Não há papel para a imunoterapia no tratamento do
CPPC doença-limitada. Estudos clínicos estão em andamento. Tratamen-
to de consolidação com nivolumabe e ipilimumabe foi testado no estudo
de fase II STIMULI, porém não foi observado ganho em sobrevida livre
de progressão (SLP) ou em SG em relação ao grupo observacional, além
de ter aumentado significativamente a toxicidade do tratamento5.
1. Wang Y, Zou S, Zhao Z et al. New insights into small-cell lung cancer development and therapy. Cell Biol
Int. 2020; 44(8):1564-76.
2. Mascaux C, Paesmans M, Berghmans T et al; European Lung Cancer Working Party (ELCWP). A sys-
tematic review of the role of etoposide and cisplatin in the chemotherapy of small cell lung cancer with
methodology assessment and meta-analysis. Lung Cancer. 2000 Oct;30(1):23-36.
3. Pignon JP, Arriagada R, Ihde DC et al. A meta-analysis of thoracic radiotherapy for small-cell lung cancer.
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4. Takada M, Kawahara M, Sugiura T et al. Phase III study of concurrent versus sequential thoracic radio-
therapy in combination with cisplatin and etoposide for limited-stage small-cell lung cancer: results of the
Japan Clinical Oncology Group Study 9104. J Clin Oncol. 2002 Jul 15;20(14):3054-60.
5. Peters S, Pujol J.L, Dafni U. Consolidation nivolumab and ipilimumab versus observation in limited-di-
sease small-cell lung cancer after chemo-radiotherapy - results from the randomised phase II ETOP/IFCT
4-12 STIMULI trial. Ann Oncol. 2022 Jan;33(1):67-79.
Comentários
A primeira conduta após uma primeira ressecção de lesão vesical por
meio de RTU de bexiga é repetir o exame para garantir que não ficou
nenhuma lesão intravesical. Após isso, pensaremos nos próximos passos.
Comentários
A questão A está incorreta, pois essa paciente não é um estádio II
(tumor invadindo um ou dois ovários com extensão para cavidade pél-
vica), visto que no enunciado há comprometimento peritoneal no andar
superior do abdômen. Ela pode, sim, ser avaliada por um cirurgião e, se
houver critérios de ressecabilidade, ir para citorredução primária com
intuito de citorredução completa.
TEOC 2021 • 89
A questão B é a correta, pois a quimioterapia neoadjuvante deve ser
ofertada quando não há possiblidade de ressecção primária do tumor.
Após três ciclos, a paciente deve ser reavaliada e proposta uma cirurgia
de intervalo (estudos EORTC-GCG 55971 e GOG-152), demonstrando
menor morbidade e sobrevida global semelhantes.
A questão C é incorreta desde a publicação do estudo LION, em
20191. Não houve diferença em realizar linfadenectomia nas pacientes
que possuíam linfonodos retroperitoneais macroscopicamente normais.
A pesquisa da deficiência de recombinação homóloga é extrema-
mente necessária nessa população, haja vista os resultados dos estudos
PAOLA, PRIMA e VELIA, que demonstraram ganho de sobrevida livre
de progressão ao uso de inibidores da PARP nas pacientes com essa al-
teração, não somente com a mutação de BRCA-1 ou BRCA-2.
1. Harter P, Sehouli J, Lorusso D et al. A randomized trial of lymphadenectomy in patients with advanced
ovarian neoplasms. N Engl J Med. 2019 Feb 28;380(9):822-32.
Comentários
A conduta padrão nesse caso seria realizar videolaparoscopia esta-
diadora, visto que os exames de imagem tradicionais podem falhar em
detectar aproximadamente 30% dos pacientes que apresentam implan-
tes peritoneais.
Comentários
Uma vez que se trata de paciente relativamente jovem, de boa per-
formance e com tumor de lado esquerdo, All-RAS e BRAF selvagem, ir-
ressecável, a conduta padrão mais aceitável é um doublet com anticorpo
anti-EGFR, baseando-se em análises exploratórias de vários estudos de
fase III, entre eles o FIRE-3 e o CALGB, além de metanálises que indi-
cam ganho de sobrevida global para pacientes com tumores do lado es-
querdo, All-RAS selvagem, com FOLFOX ou FOLFIRI com anti-EGFR.
TEOC 2021 • 91
Resposta correta: D
(D) O valor de DHL sérico dentro da normalidade permanece como fator
prognóstico favorável, mesmo para pacientes com doença metastática para lin-
fonodos de pulmão (doença M1B).
Comentários
A presença de mutação no gene BRAF não tem relação com a apre-
sentação, sendo presente em até 50% dos pacientes com melanomas
metastáticos. A mutação de KIT pode ocorrer em melanoma, estando
mais relacionada a lesões pode danos solares. Porém, o imatinibe não é
tratamento de escolha de primeira linha e não temos dados de estudos
associando esse agente com agentes anti-PD1.
O estudo CheckMate 067 não foi desenhado para permitir a com-
paração entre os braços de nivolumabe isolado contra a combinação
nivolumabe e ipilimumabe. Portanto, mesmo tendo aparente benefício
em sobrevida no braço da combinação, não podemos confirmar tal su-
perioridade. Por fim, o LDH é, sim, fator prognóstico muito importante
para pacientes com melanoma metastático.
Comentários
A questão refere-se a uma variante de significado incerto (VUS)
em BRCA-1. Na condução desses casos, a história familiar é muito
importante. A história de cânceres que pertencem ao fenótipo BRCA-
1 em familiares de primeiro grau torna esse caso bastante complicado.
Comentários
Cerca de 60% dos casos de pseudoprogressão ocorrem nos pri-
meiros três meses após o término do tratamento com quimioterapia
e radioterapia. A pseudoprogressão costuma ser diagnosticada quando
ocorre aumento do volume da lesão captante de contraste e/ou aumento
ou surgimento de captação de contraste no campo da radiação (dentro
da linha de isodose de 80%). A pseudoprogressão provavelmente resulta
TEOC 2021 • 93
do aumento transitório da permeabilidade da vasculatura tumoral e da
inflamação induzida pela radioterapia, que pode ser exacerbada pela te-
mozolomida.
Cerca de 45% a 65% das lesões com realce pelo meio de contraste
que aumentam de volume e/ou aumentam a captação de contraste após
o tratamento com quimioterapia e radioterapia podem ter pseudopro-
gressão. Esse aumento do realce de contraste e do edema diminuem
com o tempo. Portanto, recomenda-se seguir com o tratamento preco-
nizado e repetir exame de imagem com um intervalo de tempo menor
para avaliação.
Comentários
(1) O tamoxifeno é modulador seletivo do receptor do estrógeno não
hormonal, que é metabolizado em sua forma ativa pelas isoenzimas do
citocromo P-450, incluindo a CYP2D6. O exemestano é um inibidor
da aromatase esteroidal (enquanto letrozol e anastrozol são inibidores
não esteroidais), que apresenta maior especificidade e potencial menor
toxicidade. A bicalutamida é um antiandrogênio não esteroidal, desti-
tuído de qualquer outra atividade endócrina. Ela se liga aos receptores
androgênicos sem ativar a expressão gênica e, assim, inibe o estímulo
androgênico. A regressão dos tumores prostáticos resulta dessa inibição.
A abiraterona é um inibidor esteroidal da enzima CYP17A1, que inibe a
biossíntese de andrógenos no tecido testicular, adrenal e prostático por
Comentários
Conforme recomendações do Ministério da Saúde, a vacinação an-
ti-HPV é recomendada em duas doses para meninas entre 9 e 14 anos e
para meninos entre 11 e 14 anos, imunocompetentes, sendo a segunda
dose seis meses após a primeira. Também está indicada para homens e
mulheres entre 9 e 26 anos HIV positivos.
TEOC 2021 • 95
Resposta correta: B
(B) Sobrevivência na circulação sanguínea e colonização de sítios secundários.
Comentários
O processo para o acontecimento de metástases pode ser resumido
em algumas etapas:
• Invasão e infiltração de tecidos subjacentes por células tumorais (pe-
quenos vasos sanguíneos e linfáticos permeáveis);
• Liberação na circulação sanguínea de células neoplásicas isoladas ou
em êmbolos;
• Sobrevivência dessas células na circulação sanguínea;
• Retenção das células em leitos capilares sanguíneos;
• Extravasamento dos vasos linfáticos e sanguíneos, seguido de cresci-
mento das células tumorais naquele tecido.
Entre todos os requisitos necessários para o desenvolvimento das
metástases, não se inclui o remodelamento de cromatina. As células de
tumores malignos possuem teor de mitoses maiores que células de tu-
mores benignos, o que implica em crescimento mais acelerado. Porém,
não há necessariamente um fenótipo migratório, além do fato de que o
aumento da proliferação celular não é necessariamente uma das pre-
missas para o desenvolvimento de metástases. A maior parte das células
metastáticas é destruída por apoptose ou por células citotóxicas. Estima-
-se que, de todas as células que entram na circulação sanguínea, apenas
0,01% das mesmas sobrevivem e conseguem originar novos tumores.
Comentários
Para um paciente jovem e com sintomas suboclusivos alto, além da
ausência de metástases à distância documentada em imagens, a con-
duta mais aceita é proceder direto com cirurgia, visto que resolveria
também a incapacidade de se alimentar. Caso não haja carcinomatose
e o paciente se recupere bem da cirurgia, poder-se-ia indicar quimio-
terapia adjuvante com CAPOX ou FOLFOX, baseando-se nos dados
do estudo CLASSIC. No entanto, não estaria errado fazer derivação
cirúrgica ou passagem de jejunostomia, com posterior início de FLOT
perioperatório.
TEOC 2021 • 97
Comentários
Todos os pacientes com câncer de próstata localizado de alto ou
muito alto risco, localmente avançado ou metastático, devem receber
aconselhamento genético e pesquisa de mutações germinativas em gene
de reparo de DNA, segundo diretrizes do NCCN. Aproximadamente
10% a 12% dos pacientes possuem alterações germinativas nos genes de
reparo de DNA, enquanto de 20% a 30% possuem alterações somáticas
desses genes. No Brasil, a única medicação aprovada para pacientes com
câncer de próstata metastático resistente à castração, que possuem alte-
ração em gene de reparo de DNA tanto germinativo quanto somático,
é o olaparibe. Nesse momento, considerando que o paciente tem uma
doença localmente avançada, recomenda-se aconselhamento genético
para avaliação de mutações germinativas.
Comentários
A principal característica da alteração do gene VHL é, sem dúvida, a
indução da angiogênese, presente na maioria dos carcinomas de células
claras renais.
Comentários
Alelos com variantes patogênicas em BRCA-1 são herdados por pa-
drão mendeliano clássico e são autossômicos e dominantes. Portanto,
cada irmão e cada filho de uma portadora herda ou não o alelo com a
variante (50% de chance pré-teste). Assim, não há razão para realizar
cirurgias de redução de risco na ausência de uma testagem para a muta-
ção, já que os não portadores têm um risco estimado de câncer igual ao
da população geral. Portanto, não há razão, também, para um programa
intenso de rastreamento no caso de não portadoras de variantes patogê-
nicas (VP). Assim, as alternativas A e C estão incorretas.
A alternativa D sugere um programa de rastreamento ovariano com
marcadores tumorais e exames de imagem semestrais. Essas técnicas de-
tectam menos de 50% dos casos iniciais e não são seguras para substi-
tuir a salpingo-ooforectomia (SOF). Portanto, a alternativa D não contém
uma resposta apropriada. A alternativa B sugere a melhor estratégia para
o caso dado a idade da paciente: SOF inicialmente, com possível reposi-
ção hormonal e acompanhamento das mamas com ressonância magnéti-
ca, com possível intervenção cirúrgica a ser decidida futuramente.
TEOC 2021 • 99
captação em linfonodos mediastinais de até 2cm, com SUV máximo de
10. Na reunião multidisciplinar do serviço, defende-se a realização de bi-
ópsia de um dos linfonodos mediastinais por mediastinoscopia. Assina-
le a alternativa que apresenta a justificativa para a indicação da biópsia,
com base no desempenho do PET-CT em câncer de cabeça e pescoço.
Resposta correta: C
(C) Baixo valor preditivo positivo.
Comentários
Estudo de Kim SY et al, publicado em 2007 na Annals of Oncology,
avaliou o papel do FDG-PET-CT como método de triagem na detecção
de segundos tumores primários e metástases à distância em pacientes
com câncer de cabeça e pescoço. Dos 349 pacientes elegíveis (267 ho-
mens e 82 mulheres), 14 (4%) tinham segundo câncer primário e 26
(7,4%) tinham metástases à distância no estadiamento inicial ou duran-
te o seguimento médio de 15 meses após o tratamento. FDG-PET-CT
identificou corretamente o segundo câncer ou as metástases à distância
em 39 desses 40 pacientes. Houve um falso-negativo e 23 falsos-posi-
tivos FDG-PET-CT. Assim, FDG-PET-CT teve uma sensibilidade de
97,5%, uma especificidade de 92,6%, um valor preditivo positivo de
62,9% e um valor preditivo negativo de 99,7% na detecção de segundo
câncer primário e de metástases à distância.
Comentários
A descrição refere-se a um estudo clínico de fase II. Esses estudos
iniciam a avaliação de eficácia e mantém a avaliação continuada da
segurança. Os estudos de fase I têm como objetivo principal avaliar a
Comentários
Uso de ≥ 10mg de prednisona ao dia (ou equivalente) é associado à
eficácia reduzida da imunoterapia, representando critério de exclusão
para os estudos clínicos que envolvam tratamento com inibidores de
checkpoint1. Os demais itens citados são contraindicações relativas, que
devem ser consideradas em contexto clínico e discutidas com os pacien-
tes em decisão compartilhada.
1. Jove M, Vilariño N, Nadal E. Impact of baseline steroids on efficacy of programmed cell death-1 (PD-1)
and programmed death-ligand 1 (PD-L1) blockade in patients with advanced non-small cell lung cancer.
Transl Lung Cancer Res. 2019 Dec;8(Suppl 4):S364-S368.
Comentários
A afirmativa na opção A está incorreta, pois, apesar de inibidores
da aromatase, uso de corticoides e deprivação androgênica reduzirem a
perda óssea, há evidências de que o tamoxifeno tenha alguma proteção
contra a perda óssea.
Comentários
(A) Falsa. Para pacientes submetidos à prostatectomia radical, segun-
do critérios da Associação Americana de Urologia, a presença de PSA
≥ 0,2ng/ml (exame repetido e confirmado) define recidiva bioquímica.
No cenário de falha bioquímica na ausência de metástases à distância, a
radioterapia externa do leito prostático com ou sem bloqueio hormonal
deve ser utilizada como estratégia de resgate.
(B) Verdadeira. Essa paciente não tem indicação de radioterapia. No car-
cinoma invasor inicial (pT1-2 e pN0-N1mic) está formalmente indica-
do tratamento adjuvante após cirurgia conservadora, sem a inclusão das
drenagens linfáticas no volume de tratamento. Para pacientes submetidas
à mastectomia total nesse cenário, a radioterapia (RT) não deve ser indi-
cada. Pode-se considerar, entretanto, RT adjuvante após mastectomia em
cenário inicial se margens positivas não candidatas à ampliação cirúrgica.
Casos de margens exíguas devem ter seu manejo personalizado.
(C) Falsa. O tratamento padrão para pacientes com carcinoma espino-
celular (CEC) em colo uterino estádios IB2 a IVA envolve a combinação
de quimiorradioterapia concomitante, seguida de braquiterapia.
Comentários
Nenhum dos genes na alternativa A se associa com câncer de prós-
tata hereditário, mas sim com outras síndromes (respectivamente:
Peutz-Jeghers, neurofibromatose e neoplasia endócrina múltipla). O
mesmo ocorre com os genes CDKN2A (síndrome FAMMM ou mela-
noma astrocitoma familiar) e APC (polipose adenomatosa familial),
nas opções C e D.
Há relatos de excesso de casos de câncer de próstata em estudos re-
centes de famílias com mutação em PALB21, inclusive com repercussão
prognóstica, mas os demais genes da opção C foram observados com
mutação germinativa em raríssimos casos em grandes coortes de pa-
cientes com câncer de próstata2, não tendo acionabilidade demonstrada.
Na opção D, ATM e MUTYH estão entre os genes mais observados com
mutação germinativa em câncer de próstata. ATM possui acionabilida-
de demonstrada para câncer de próstata, mas não MUTYH, um gene
associado a uma forma de polipose familiar recessiva.
1. Wokolorczyk D, Kluzniak W, Stempa K et al. PALB2 mutations and prostate cancer risk and survival. Br J
Cancer. 2021 Aug;125(4):569-75.
2. Nicolosi P, Ledet E, Yang S et al. Prevalence of germline variants in prostate cancer and implications for
current genetic testing guidelines. JAMA Oncol. 2019 Apr 1;5(4):523-8.
Comentários
O tratamento do câncer de colo de útero estádio IIB é a quimiote-
rapia (cisplatina semanal) associada à radioterapia externa, seguida de
braquiterapia, conforme enunciado da alternativa D.
Se a paciente fosse um estádio IIA com histologia de adenocarcino-
ma, poderiam ser ofertados para ela histerectomia total com linfade-
nectomia pélvica bilateral com ou sem linfadenectomia para-aórtica
e tratamento adjuvante de acordo com os critérios de risco interme-
diário (invasão linfática ou vascular; invasão estromal; tamanho do
tumor) ou alto (comprometimento de linfonodos pélvicos; margens
comprometidas; comprometimento microscópico dos paramétrios).
Mesmo nesse cenário, o ideal é o tratamento definitivo de quimiotera-
pia com radioterapia, seguido de braquiterapia.
A quimioterapia neoadjuvante é um tratamento de exceção, de
acordo com o desejo da paciente de preservação de fertilidade, não
Comentários
A paciente em questão possui dois critérios pelo risco do IMDC
(tempo entre diagnóstico e tratamento menor do que um ano e dosa-
gem de hemoglobina menor do que o limite inferior de normalidade),
sendo assim classificada como risco intermediário. Para esses pacien-
tes, duas condutas são aceitáveis na primeira linha: combinação de an-
ti-PD-1 e anti-CTLA-4 (nivolumabe e ipilimumabe) ou combinação
de anti-PD-1 e inibidor de tirosina quinase.
Comentários
Para os estádios IIB (caso em questão) a IIIB ressecados, a quimio-
terapia adjuvante baseada em doublet de platina é recomendada, repre-
sentando a melhor alternativa entre as opções citadas1. Recentemente, o
atezolizumabe foi aprovado pela Anvisa como monoterapia para trata-
mento adjuvante após cirurgia curativa e quimioterapia para câncer de
pulmão de não pequenas células (CPNPC) estádio II a IIIA em pacien-
tes com expressão tumoral de PDL-1 ≥ 1%.
Essa aprovação baseou-se em estudo de fase III, IMpower010, em
que 1.005 pacientes com CPNPC estádio EC IB (tumores ≥ 4cm) a IIIA
e submetidos a ressecção completa e quimioterapia adjuvante foram
randomizados para observação ou atezolizumabe adjuvante. Apenas
12% dos pacientes do estudo apresentaram ECIB e 55% apresentaram
PDL-1 ≥ 1% (SP263). Seguindo modelo hierárquico de análise estatísti-
ca, pacientes com expressão de PDL-1 ≥ 1% e estádio II a IIIA apresen-
taram benefício em sobrevida livre de progressão (SLP) (HR 0,66; IC
95%; 0,50-0,88; p=0,0039). Para a população ECII a IIIA total do estudo
(incluindo pacientes com PDL-1 negativo), manteve-se observação de
benefício (HR 0,79). Porém, nesse grupo, a razão de risco foi de 0,97
para os pacientes PDL-1 negativos (sem significância estatística) e atin-
giu razão de 0,43 para pacientes com PDL-1 ≥ 50%. Para a população
com intenção de tratamento (incluindo os pacientes com EC IB, apenas
12% da amostra) não houve benefício estatisticamente relevante2.
No estudo IMpower010, em análise de subgrupos, não foi observado
benefício em SLP para os cerca de 3% dos pacientes ALK-positivos, ge-
rando necessidade de estudos mais dirigidos2.
Comentários
Trata-se de um caso típico de leucemia linfoide crônica (LLC). De-
vemos lembrar os critérios de tratamento do International Workshop
on CLL que incluem: anemia < 10g/dl; plaquetopenia < 100 mil; esple-
nomegalia maciça > 6cm abaixo de RCE ou sintomática; linfonodome-
galia maciça > 10cm ou progressiva; e sintomas B. Essa paciente não
apresenta nenhum desses critérios e, portanto, deve ser acompanhada
clínica e laboratorialmente.
1. Boyle T, Keegel T, Bull F et al. Physical activity and risks of proximal and distal colon cancers: a systematic
review and meta-analysis. J Natl Cancer Inst. 2012 Oct 17;104(20):1548-61.
2. MacLean CH, Newberry SJ, Mojica WA et al. Effects of omega-3 fatty acids on cancer risk: a systematic
review. JAMA. 2006 Jan 25;295(4):403-15.
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4. Matthews CE, Moore SC, Arem H et al. Amount and intensity of leisure-time physical activity and lower
cancer risk. J Clin Oncol. 2020 Mar 1;38(7):686-97.
66. A hipercalcemia pode ocorrer em até 30% dos pacientes com neo-
plasias malignas. Pode estar associada à disfunção neurocognitiva, assim
como desidratação e insuficiência renal. O risco individual de hipercalce-
mia depende do tipo e estágio da neoplasia, assim como de condições
concomitantes, como o uso de medicamentos que possam aumentar a
calcemia. Se um paciente desenvolvesse hipercalcemia maligna e esti-
vesse em uso de todas as medicações a seguir, qual dessas medicações
teria menor impacto negativo na hipercalcemia e, por consequência, não
precisaria ser obrigatoriamente descontinuada durante o tratamento?
Resposta correta: D
(D) Corticoide.
Comentários
O cálcio e a vitamina D devem ser suspensos imediatamente, pois
colaboram para a piora dos níveis de hipercalcemia. Valores elevados
Comentários
As recomendações, segundo as diretrizes do NCCN sobre margem
em melanoma, são:
Breslow Margem
Melanoma in situ 0,5cm a 1cm
≤ 1mm 1cm
> 1mm a 2mm 1cm a 2cm
> 2mm 2cm
Comentários
Como a paciente apresentou recidiva com doença peritoneal difusa
em março de 2021 e, após cinco ciclos de tratamento com carboplatina e
paclitaxel, houve progressão de doença, presume-se que não é possível a
realização de uma citorredução secundária para essa paciente (questões
B e C incorretas).
O tratamento de escolha para essa paciente platinorrefratária ba-
seia-se no estudo AURELIA, que avaliou a associação do bevacizumabe
com paclitaxel, topotecano ou doxorrubicina lipossomal em monote-
rapia. Houve ganho em termos de sobrevida livre de progressão (SLP)
favorável ao braço da associação com bevacizumabe (6,7 meses versus
3,4 meses) e maior taxa de resposta (30,9 meses versus 12,6 meses).
Não há estudos que demonstram eficácia dos inibidores da PARP
em pacientes sem mutação do BRCA germinativa ou somáticas plati-
norrefratárias. Nas pacientes platinossensíveis, temos dados dos estudos
SOLO-3, NOVA e ARIEL-3, independentemente do perfil de BRCA.
Comentários
As opções A, B e C são autoexplicativas e estão completamente cor-
retas. A D é a incorreta, pois, uma vez que foi tentada a preservação da
fertilidade e em umas de suas reavaliações houve progressão da doença,
deve-se informar para a paciente dos riscos que a continuidade dessa
estratégia pode levar e ofertar o tratamento oncológico indicado para
o estádio atual da doença (possivelmente HTA + SOOB com ou sem
linfadenectomia pélvica).
Comentários
O EBV participa da linfomagênese de alguns tipos de linfoma e
está presente em quase 100% dos casos de Burkitt endêmico. São eles:
difuso de grandes células B EBV positivo, SOE; alguns linfomas T ma-
duros e linfomas NK; e na doença linfoproliferativa pós-transplante.
Nessa última patologia, a imunossupressão severa do transplante é um
fator de risco.
O HHV8 é encontrado no linfoma de efusão, no Castleman mul-
ticêntrico e no difuso de grandes células B HHV8 positivo SOE. To-
dos esses casos são em quase sua totalidade em pacientes com HIV. O
HTLV-1 é o agente causador da leucemia e do linfoma de células T do
adulto. O vírus se integra clonalmente no genoma da célula T trans-
formada. O vírus da hepatite C tem sido implicado em alguns casos
de linfoma linfoplasmático associado com crioglobulinemia tipo II,
linfoma de zona marginal esplênico, linfoma de zona marginal nodal
e difuso de grandes células B.
Comentários
O paciente está apresentando um evento adverso grave, também
chamado de SAE (serious adverse event). Todo SAE, assim como os
eventos adversos de interesse especial daquele protocolo, devem ser
comunicados pelo investigador ao patrocinador do estudo dentro do
prazo máximo de 24 horas. A manutenção do paciente em tratamento
após a resolução do SAE dependerá de cada protocolo e do julgamento
clínico do investigador principal.
Comentários
(A) Falso. O critério de radioterapia (RT) adjuvante para pacientes
com carcinoma mamário invasor inicial (pT1-2 e pN0-N1mic) é ter
sido submetida à realização de cirurgia conservadora. Para pacien-
tes submetidas à mastectomia total, considera-se a indicação de RT
Comentários
De acordo com o consenso da European Society of Medical Onco-
logy (ESMO):
Alternativa B: com base nos resultados de ECRs e revisões sistemáticas,
o exercício físico pode ser recomendado em pacientes não caquéticos
com câncer. Exercícios físicos de intensidade moderada e exercícios ae-
róbicos e funcionais de resistência são recomendados em pacientes com
fadiga relacionada ao câncer (FRC) – nível de evidência I, B.
Alternativas A e C: informações e aconselhamento são recomendados
em pacientes com câncer e seus cuidadores para ajudá-los a compreen-
der a FRC e educá-los sobre formas de prevenir a fadiga, evitar que ela
se torne uma condição crônica ou gerenciá-la (II, B). Já a psicoeducação
é recomendada para o manejo da FRC (II, B).
Comentários
A paciente acima tem o diagnóstico de câncer de mama triplo-nega-
tivo. Devido ao fato de tratar-se de tumor de 3,5cm T2N0, deverá rece-
ber tratamento neoadjuvante. Apesar de atualmente algumas agências
de saúde fora do Brasil já terem aprovado o uso de imunoterapia para
neoadjuvância nesse grupo de pacientes baseado no estudo Keynote
522, no Brasil ainda não temos essa aprovação. Portanto, o tratamento
recomendado seria AC dose-densa seguido de taxano, com a possibili-
dade de incluir a carboplatina ao protocolo terapêutico com o objetivo
de aumentar a taxa de resposta patológica completa.
Os inibidores da PARP, como o olaparibe, estão aprovados fora do
Brasil para tratamento adjuvante em pacientes com câncer de mama
Comentários
(1) O risco para um novo tumor de mama em uma paciente com muta-
ção em BRCA-1 é consideravelmente alto em pacientes jovens. Portan-
to, os tratamentos indicados após a neoadjuvância são a mastectomia
na mama comprometida e a adenomastectomia na mama contralateral.
A paciente deve ser encorajada a submeter-se à salpingo-ooforectomia
bilateral por volta dos 40 anos, que é quando a curva de casos de câncer
de ovário atinge 7% das pacientes e inclina-se rapidamente. Portanto, as
alternativas A e D estão incorretas.
Comentários
O linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B primário do me-
diastino é um linfoma B agressivo supostamente originário de células B
tímicas. Os sintomas são relacionados a massa mediastinal, com frequen-
te sintoma de síndrome da veia cava superior. Ocorre predominantemen-
te em mulheres jovens (mediana de 35 anos) e corresponde a 2% a 3% dos
linfomas não Hodgkin. Não há consenso no tratamento até o momento.
No entanto, a quimioimunoterapia é o pilar e a radioterapia pode ou não
ser usada na primeira linha como consolidação de resposta. Na falha de
resposta à primeira linha, por se tratar de paciente jovem e elegível ao
transplante, o resgate seguido de transplante autólogo é a indicação.
Comentários
O gene BRCA-2 codifica uma proteína central em um complexo
polimérico com função de reparo de quebra de dupla-fita de DNA, uti-
lizando-se de recombinação homóloga (alternativa D). As alternativas
A, B e C referem-se a sistemas de reparo ativados por danos em bases
únicas ou em repetições homopoliméricas e que ocorrem em fita sim-
ples. Esses sistemas, portanto, utilizam-se de proteínas distintas para seu
funcionamento.
Comentários
Trata-se de um caso de carcinoma escamoso localizado, cT1cN0cM0.
Devido às dimensões e à localização do tumor primário, o tratamento
definitivo cirúrgico pode ser indicado sem estadiamento invasivo do
1. Senthi S, Lagerwaard FJ, Haasbeek CJ. Patterns of disease recurrence after stereotactic ablative radiothera-
py for early stage non-small-cell lung cancer: a retrospective analysis. Lancet Oncol. 2012 Aug;13(8):802-9.
2. Ball D, Mai GT, Vinod S et al. Stereotactic ablative radiotherapy versus standard radiotherapy in stage
1 non-small-cell lung cancer (TROG 09.02 CHISEL): a phase 3, open-label, randomised controlled trial.
Lancet Oncol. 2019 Apr;20(4):494-503.
Comentários
O PET-CT com FDG é o exame indicado nesse momento para com-
pletar o estadiamento, podendo inclusive ser útil na melhor definição
do campo de radioterapia, caso não haja doença à distância e o paciente
seja candidato à concomitância de quimioterapia com radioterapia.