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Atividades de Animação de idosos II

Book · January 2012

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Luis Jacob
Polytechnic Institute of Santarém and Polytechnic Institute of Bragança
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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Atividades de Animação de idosos II

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Rua Conde da Taipa / Portugal / www.rutis.pt

Titulo: Animação de idosos: Novas actividades


Autor: Luis Jacob

Direitos de autor: Luis Jacob

Colecção: RUTIS

Foto da capa: RUTIS

1ª Edição, Setembro de 2012

Depósito Legal: 342576/12


ISBN: 978-989-97524-4-3

Reprodução interdita, total ou parcial, sem autorização prévia e expressa do autor.


A cópia ilegal viola os direitos dos autores.
Os prejudicados somos todos nós.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Animação de Idosos – Novas atividades

Índice 4

Agradecimentos 7

Introdução 8

I - Fundamentos Teóricos 9

1 – Gerontologia e Respostas sociais para idosos 9

2 - Envelhecimento ativo 16

3 - A animação 19

4 - O animador 22

II - Características da Animação de Idosos 25

1 - Animação de Idosos 25

2 - O animador de idosos 30

3 - Animação em Instituições 31

4 - O que pode correr mal 36

Considerações: (Intergeracionalidade, meio urbano e meio rural, animais,


40
demências, apoio domiciliário e ar livre)

III - Guião da Animação de Idosos 42

1 - A animação pelo jogo 42

2 - Material 45

3 – Avaliação

4 – PDI (Plano de Desenvolvimento Individual)

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

5 - PAS (Plano de Atividades Socioculturais)

IV - Atividades

1 - Animação física, incluindo a animação motora sensorial 49

1.1 - 12 Exemplos de Exercícios de aquecimento 51

1.2 - 32 Exemplos de jogos e atividades 54

2 - Animação cognitiva (ou animação mental) 70

2.1 - 32 Exemplos de Jogos 71

3 - Animação através da expressão plástica 86

4 - Animação através da expressão e da comunicação 89

5 - Animação promotora do desenvolvimento pessoal e social 95

6 - Animação lúdica 101

7 - Animação comunitária 112

Conclusão 114

Glossário 115

Bibliografia e webgrafia 122

Anexos 130

Autor 140

4
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Introdução

Este trabalho intitulado “Atividades de Animação de Idosos” é uma reedição do


livro “Animação de idosos – Atividades” e, mais do que nunca, pretende ser um
documento sobre animação de, para e com os idosos.
Esperamos com este novo livro ir ao encontro dos desejos dos leitores e sugerir
ainda mais atividades e ideias para desenvolver com os mais velhos. Tentámos fugir das
mais análises académicas e teóricas e centrar-nos na implementação de atividades de
animação de idosos. Este livro é principalmente um manual e tendo por base alguns
modelos teóricos, assenta sobretudo na experiencia profissional do autor.
O livro está mais vocacionado para os idosos institucionalizados, mas devemos
ter em atenção também aqueles que ainda não estão nas instituições e que representam
88,5% dos maiores de 65 anos em Portugal (INE, 2012) e que necessitam de programas
de animação específicos.
O livro está dividido em quatro partes; Nas três primeiras é feita uma introdução a
alguns conceitos e na quarta parte são apresentados exemplos de exercícios.
Além disso adicionámos ao longo de texto algumas pistas bibliográficas. Sempre
que achamos necessário indicamos livros (de fácil acesso no nosso país) ou sites onde o
tema em causa é abordado e aprofundado.
No final colocamos:
- Um glossário. Lista dos conceitos mais importantes apresentados durante o livro.
- Instrumentos. Nos anexos disponibilizamos alguns dos documentos de trabalho
que referimos no texto.
.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

I - Fundamentos Teóricos

1 – Gerontologia e as respostas sociais para idosos


O envelhecimento da população é um dos maiores êxitos da humanidade, porém
é também um dos seus maiores desafios, devido às suas consequências sociais,
económicas e políticas. Segundo Gro Brundtland, antigo Director-Geral da Organização
Mundial da Saúde “O envelhecimento da população é, antes de tudo, uma história de
sucesso para as políticas de saúde pública, assim como para o desenvolvimento social e
económico do mundo” (OMS, 2005, p. 8).
Em 1960 a população portuguesa com menos de 15 anos representava 28.8% da
população total e os idosos representavam 8.1% dessa população. Em 2004 o panorama
alterou-se completamente e os idosos representavam 15.2% de população e o grupo dos
menores de 15 anos 16.8%. Os concelhos mais envelhecidos do país (Penamacor, Vila
Velha de Ródão, Alcoutim e Oleiros) tem cinco vezes mais idosos que jovens. O índice
de envelhecimento passou de 20 em 1940 para os actuais 118. Em 2060 poderá ser de
270. Em 2011 e de acordo com os Censos, já quase 20% (2.023.000 pessoas) de
população portuguesa tem mais de 65 anos e desta 60% vive só. Se acrescentarmos a
esta perspectiva os cálculos do Eurostat para Portugal, o cenário ainda é mais
impressionante. Segundo estas previsões, em 2020 a percentagem de idosos será de
20.6% e a de jovens 12.6%. (Ver www.ine.pt ou www.pordata.pt)
A Gerontologia (do grego gero: envelhecimento + logia: estudo) é a ciência que
estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social.
A gerontologia trata-se de um “campo multi e interdisciplinar que visa à descrição e à
explicação das mudanças típicas do processo de envelhecimento e de seus
determinantes genético-biológicos, psicológicos e socioculturais. A gerontologia é o
campo de estudos que investiga as experiências da velhice e do envelhecimento em
diferentes contextos socioculturais e históricos, abrangendo aspectos do envelhecimento
normal e patológico (Neri, 2008).
Para Alkema e Alley (2006) a Gerontologia estuda os processos associados à
idade, ao envelhecimento e à velhice, sendo uma área de convergência entre a biologia,
sociologia e a psicologia do envelhecimento. O envelhecimento, nesse sentido,
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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

representa a dinâmica de passagem do tempo e a velhice inclui como a sociedade define


as pessoas idosas. A biologia do envelhecimento estuda o impacto da passagem do
tempo nos processos fisiológicos ao longo do curso de vida e na velhice. A psicologia do
envelhecimento, por sua vez, se concentra nos aspectos cognitivos, afectivos e
emocionais relacionados à idade e ao envelhecimento, com ênfase no processo de
desenvolvimento humano. A sociologia baseia-se em períodos específicos do ciclo de
vida e concentra-se nas circunstâncias socioculturais que afectam o envelhecimento e as
pessoas idosas. Por sua vez a Geriatria é a ciência que estuda a influência, as causas e
as consequências do envelhecimento no corpo humano.
Existem várias teorias sobre o envelhecimento psicossocial, tais como a Teoria da
Continuidade que encara este processo como normal e integrante do ciclo de vida
pessoa; a Teoria da Atividade que defende que o envelhecimento para ser bem
organizado e sucedido o idoso deve continuar a ter uma vida ativa e inserida na
sociedade; a Teoria da Desinserção que considera que com o envelhecimento vai
havendo um afastamento entre o idoso e a sociedade levando este a perder importância
e interesse no seio da comunidade; a Teoria do Meio Social segundo a qual o
comportamento, segundo esta teoria, que se verifica na velhice está dependente de um
leque de fatores biológicos, sociais e económicos, procurando fazer a articulação com os
aspetos estruturais, interativos e pessoais ou a Teoria da Sub-cultura em que a idade é
entendida como uma forma de subcultura, acabando esta por delimitar e encaminhar os
comportamentos dos indivíduos. Os senescentes compartilham entre si valores, normas,
comportamentos sendo possuidores de uma subcultura..
Perante o envelhecimento progressivo da população, a sociedade civil e o Estado
têm-se vindo a organizar e a criar condições para acolher um número crescente de
idosos.
Daí a emergência das respostas sociais institucionalizadas, local privilegiado para
a animação de idosos. Estas respostas podem ser:
- Serviços ao domicílio, que são a prestação de serviços diversificados
(alimentação, higiene, saúde, tratamento de roupa, outros) por parte de profissionais ou
voluntários especializados, em casa do idoso.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

- Instituições, que são a prestação de serviços de acolhimento e/ou tratamento


em instituições especializadas. Este serviço pode ser prestado de forma permanente
(lares, hospitais e residências) ou parcial (centros de dia, centros de convívio,
universidades ou academias para a terceira idade).
Idealmente estas duas estruturas e a família deviam coexistir e serem
desenvolvidas simultaneamente de forma a permitir ao idoso a escolha ideal. Mas na
realidade estas três entidades (instituições e família) funcionam isoladamente e como
resultado a resposta que o idoso tem não é a ideal, mas a que fica mais próxima ou a
que existe.
Aliás no que concerne à questão de que se as instituições de acolhimento dos
idosos são sociais ou médicas parece-nos que não há na actualidade qualquer dúvida
que os equipamentos sociais para idosos devem englobar as duas componentes, o apoio
social e o apoio sanitário (que incluirá os serviços de enfermagem, médicos e
terapêuticos).
Considera-se haver institucionalização do idoso quando este está durante todo o
dia ou parte deste entregue aos cuidados de uma instituição que não a sua família. Serão
em Portugal mais de 254.000 idosos (Carta Social, 2009). Idosos institucionalizados
residentes são os que vivem 24 horas por dia numa instituição, Lar ou Residência e são,
oficialmente, perto de 75.000 (Carta Social, 2009). Estes valores apenas contabilizam os
idosos em equipamentos legalizados.
A grande maioria (85% em 2009) das respostas sociais em Portugal para os
idosos é executada pelas IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social),
associações privadas sem fins lucrativos. Sendo os restantes 15% divididos entre o
Estado e os privados lucrativos.
Os primeiros equipamentos destinados a idosos foram os asilos ou albergues,
que existem desde o século XV. A partir das décadas de 50 e de 60 do século XX, houve
uma tentativa por parte da sociedade e do Estado em melhorar os asilos, que adquirem a
denominação de Lares de Idosos. Em 1974 estavam registados 154 Lares não lucrativos
e 39 lucrativos, existindo em 2009, mais de 1.700 Lares não lucrativos e 300 lucrativos
legais (DEPP, 2009).
Nos finais dos anos 60 surgem as primeiras valências de Centros de Dia (CD),

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

um equipamento aberto, meio caminho entre o domicílio e o internamento, e ao mesmo


tempo local de tratamento e de prevenção.
Por esta altura surgem também os Centros de Convívio (CC), com os mesmos
propósitos dos Centros de Dia, mas mais vocacionados para a animação e lazer dos
idosos. Em 1976 começou a elaboração de uma política, que ainda hoje se segue, de
prevenção e de manutenção das pessoas no seu domicílio o maior tempo possível.
No início dos anos 80 surgem com mais intensidade os Serviços de Apoio
Domiciliário (SAD), que têm por objetivo prestar serviços não no equipamento, mas no
domicílio do utente.
Esta é uma resposta que contínua a expandir-se (mais 91% do número de
valências entre 1998 e 2009) e se apresenta como a solução ideal para alguns
problemas dos idosos, porque, para além da qualidade do serviço, permite ao idoso ficar
mais tempo na sua própria casa e leva a uma diminuição dos custos do Estado.
Na década de 90 surgiu mais uma resposta social, o Acolhimento Familiar de
Idosos, que prevê o acolhimento em casa de famílias idóneas de idosos que necessitam
de apoio. Esta resposta ainda não tem expressão em Portugal devido à dificuldade em
angariar famílias.
Nos finais dos anos 90, o SAD é alargado para o domínio da saúde em conjunto
com os centros de saúde, o que origina o Apoio Domiciliário Integrado que une a
resposta social com a resposta de saúde. Também nesta altura são criados os Centros
de Noite, as Unidades de Apoio Integrado e os Acolhimentos Temporários de
Emergência para Idosos.
Em 2006 é criada a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI),
que não sendo exclusiva para idosos, serve essencialmente esta população.
Fora das respostas sociais tipificadas pela Segurança Social temos as
Universidades da Terceira Idade (UTIs) e o Turismo Sénior.
No início do século XXI, emergiu com grande força uma nova resposta social,
ainda não reconhecida pela Segurança Social, que são as Universidades da Terceira
Idade ou Universidades Seniores. Apesar das primeiras UTIs terem surgido em Portugal
nos anos 70, só a partir de 2000 é que o movimento tomou um dinamismo tal, que
permitiu passar de 15 Universidades e Academias Seniores em 1999 para as 185

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

actualmente existentes. As Universidades da Terceira Idade aparecem porque os


seniores precisam de ter espaços culturais e sociais adaptados aos seus gostos e
capacidades, nomeadamente à necessidade de se sentirem úteis, ativos e participativos.
A Universidade Sénior (ou Academia Sénior) é a resposta social, que visa criar e
dinamizar regularmente atividades culturais, sociais, educacionais e de convívio,
preferencialmente para e pelos maiores de 50 anos, em regime não-formal e sem fins de
certificação (in RUTIS, Associação Rede de Universidades da Terceira Idade).
O turismo é um acontecimento social de afastamento das pessoas do local de
trabalho e de residência para se dedicarem a atividades de recreio, descanso e lazer.
Turismo sénior é o turismo dirigido especialmente a mais velhos e que patenteia um
cuidado especial com as questões da acessibilidade e com a duração e intensidade das
viagens.

Quadro 1 - N.º de utentes e equipamentos nas principais respostas sociais


Valência Utentes Número
Centro de Convívio 25.320 511
Centro de Dia 62.472 1.973
Lares e Residências 75.844 2.075
SAD 90.570 2.485
TOTAL 254.206 7.004
Unidades de Cuidados Continuados* 5.595 253
Universidades Seniores ** 31.000 190
Fontes: Carta Social, 2009, RNCCI*, 2011 e RUTIS**, 2011

Da nossa experiência, prevemos o surgimento de novas respostas para os idosos,


assim como a evolução de algumas das respostas tradicionais. Esta evolução está
dependente obviamente dos factores económicos, políticos e sociais que surgirem. É
certa a necessidade, via da pressão demográfica, de mais e melhores respostas sociais,
de saúde e de educação/convívio para os idosos. Assim pensamos que:

 Que vai continuar a aumentar a procura destes serviços, devido ao


envelhecimento da população. Actualmente existe um elevado nível da procura expressa

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

não satisfeita (lista de espera) nas valências para idosos, nomeadamente em Lares. “Em
lista de espera para conseguir lugar num lar estão 18 mil pessoas, afirma o presidente da
Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade” (Público, 2009).
 Que os actuais CC tenderão a diminuir em quantidade. A Segurança Social há
algum tempo que não celebra novos acordos de cooperação para esta valência. Esta
valência apenas com serviços esporádicos de animação, já não corresponde às
expectativas dos actuais idosos e, como tal, a sua importância tende a esvanecer-se.
 Necessidade de criar programas e respostas sociais para os idosos, que não
estando dependentes, estão sós e isolados.
 O contínuo crescimento das Universidades Seniores, que correspondem aos
anseios dos idosos, no domínio da cultura, formação, convívio e aprendizagem ao longo
da vida. O número de UTIs e de alunos têm crescido gradualmente e constantemente.
 O turismo sénior é outra área com enorme potencial, a par do termalismo.
Segundo Santos, 2001, “O segmento do turismo sénior tem vindo a assumir uma
importância crescente no mercado do turismo à escala mundial. É previsível que continue
em crescimento nas próximas décadas. A sua evolução será determinada por dois
factores principais. O primeiro é o progressivo envelhecimento da população idosa
mundial, que ocorrerá com especial incidência nos principais países emissores de
turistas mais velhos. O outro factor corresponde à variação da propensão para viajar da
população sénior, em resultado de mudanças de natureza económica, sociológica,
cultural, etc., que influenciarão as sociedades futuras”.
 Que os CD tenderão a funcionar mais dias (fins de semana e nos meses das
férias) e em horário mais alargado. Com a crescente dependência dos utentes dos
centros de dia, estes tenderão a trabalhar mais a área da saúde e menos a de convívio.
 Que o número de utentes em SAD tenderá a aumentar (esta resposta é a que
mais tem crescido nos últimos 10 anos e já é a mais importante), assim como os mesmos
tenderão a funcionar todos os dias e, inclusive, alguns também à noite. Os serviços
prestados também serão mais alargados com ênfase nos serviços de saúde, de limpeza,
de animação e pequenas reparações na casa.
 Que os Lares tenderão a tornarem-se cada vez mais especializados, por exemplo
em grandes dependentes ou idosos com demências. O número de utentes por lar poderá

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

vir a aumentar de modo a criar economias de escala e dotar os serviços com mais
pessoal qualificado. Poderão surgir, cada vez mais, residências para idosos autónomos e
que queiram ainda manter uma vida independente.
 Haverá um reforço e uma evolução gradual da utilização dos meios tecnológicos
e de comunicação à distância, como a tele-assistência ou a tele-medicina.
 Por fim vão crescer as necessidades de pessoal técnico e não técnico mais
qualificado.

Aconselho:
 IDS - Instituto para o Desenvolvimento Social (2002). Guia para a intervenção
com maiores em situação de incapacidade. Lisboa.
 IDS - Instituto para o Desenvolvimento Social (2002). Prevenção da Violência
Institucional, perante pessoas idosas. Lisboa.
 Moura, Claudia et al (2012), Processos e estratégias do envelhecimento,
Euedito.
 Paúl, Constança; Ribeiro, Óscar (2012), Manual de gerontologia, Editora Lidel
 Pereira, Fernando et al, (2012), Teoria e prática em gerontologia, Editora
Psicossoma
 Vilar, Rui, et al (2010), Gestão de Organizações sem fins lucrativos, Impulso
Positivo.
 www.lares.socialgest.pt – Anuário de respostas sociais para idosos
 www.cartasocial.pt – Carta das respostas sociais em Portugal

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

2 - Envelhecimento Ativo
O termo “envelhecimento ativo” foi adotado pela Organização Mundial de Saúde,
no final dos anos 90, e procura transmitir uma mensagem mais abrangente do que a
designação “envelhecimento saudável”, reconhecendo que, para além dos cuidados com
a saúde, existem outros factores que afectam o modo como os indivíduos e as
populações envelhecem (Katache e Kickbush, 1997).
O conceito de envelhecimento ativo, há também quem o chame envelhecimento
positivo, aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais e permite que as
pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do
curso da vida e inclui a participação activa dos mais velhos nas questões económicas,
culturais, espirituais, cívicas e na definição das políticas sociais. Para Jester (2005)
“existem dificuldades no estudo do envelhecimento ativo porque não há qualquer acordo
sobre a nomenclatura, nem na definição e critérios para este conceito”1.
Outro termo recorrente é o envelhecimento “bem sucedido”, que foi usado pela
primeira vez por Rowe e Kahn em 1987 que indicaram quatro condições para se ter um
envelhecimento ativo: Baixo risco de doença; Baixo risco de doença incapacitante; Boas
funções físicas e mentais e uma participar ativamente na vida.2
Já a MacArthur Foundation Research Network on Successful Aging definiu-o
como “aqueles indivíduos idosos que apresentam um bom desempenho em testes
funcionais de cognição e capacidade física”.
O objetivo primordial do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma
vida saudável e de qualidade de vida. Ao tentar definir o conceito de qualidade de vida
para idosos, Donald (1997) formulou cinco classes gerais, que podem servir de referência
tanto para os mais velhos como para os profissionais que os atendem:
- A primeira categoria é a do bem-estar físico, cujos elementos são: a comodidade
em termos materiais, saúde, higiene e segurança.
- As relações interpessoais são a segunda categoria, que inclui as relações com
familiares, amigos e participação na comunidade.

1
No original: “there are difficulties in studying active aging; there is no agreement on the nomenclature, let alone the definition and criteria for this
entity.”
2
No original: “ Low risk of disease, Low risk of disease related disability, High mental and physical function, Active engagement in life”

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

- A terceira categoria tem a ver com o desenvolvimento pessoal, que representa


as oportunidades de desenvolvimento intelectual, auto-expressão e empowerment.
- As atividades recreativas compõem a quarta categoria que se subdivide em três
partes: socialização, entretenimento passivo e ativo.
- A última categoria são as atividades espirituais e transcendentais, que envolvem
a atividade simbólica, religiosa e o autoconhecimento.
Ainda segundo outros inquéritos 3 4 5 6 a qualidade de vida (ou a falta de) dos
idosos, institucionalizados ou não, depende dos seguintes factores:

 Possuir autonomia para executar as atividades do dia-a-dia;


 Manter uma relação familiar e/ou com o exterior regular;
 Ter recursos económicos suficientes;
e
 Realizar atividades lúdicas e recreativas constantemente.
O envelhecimento ativo é válido para as que ainda trabalham e para as que já
estão reformadas, sendo estas as pessoas que foram afastadas do circuito de produção
onde estavam envolvidas. Segundo Anne-Marie Guillemard (1972, pág. 21) “a reforma
assegura uma certa garantia contra a pobreza na velhice, mas institucionaliza a perda de
capacidade dos velhos trabalhadores e a sua desvalorização”.
Para os reformados, o envelhecimento ativo significa ter ainda objetivos de vida e
permanecer interessado na vida, nas questões sociais, no estreitar de relações e em
cuidar da saúde física e mental. Naturalmente, a depressão é menor nos reformados por
limite de idade do que nos pré-reformados (Fernandes, 2002).
Para aqueles que se aproximam da reforma, o envelhecimento ativo significa o
preparar de outra etapa da vida. São inúmeros os casos de pessoas reformadas que
estabeleceram excelentes objetivos de vida e ainda têm um papel importante na sua
comunidade, quer como dirigentes de associações, pais e avós, voluntários, guias,
professores, empresários, líderes, artistas, etc.

3 Inquérito de 1995, realizado a 2.137 indivíduos de ambos os sexos dos concelhos de Lamego, Moimenta da Beira, Almeirim, Cartaxo, Loures,
Graça (Lisboa), Serpa, Ourique e Loulé. (DGS, 1995)
4 Inquérito realizado em 1997 a 60 idosos (30 residentes no seu domicílio e 30 residentes em dois Lares) dos distritos de Lisboa e Santarém.

(Palhouto, 1997)
5 Inquérito realizado em 2000 a 230 idosos (200 residentes no seu domicílio e 30 institucionalizados) da área metropolitana de Lisboa.

(CIES/ISCTE, 2000)
6 Inquérito realizado em 2004 pela Associação Rede de Universidades da Terceira Idade a 150 seniores de Almeirim, Santarém e Lisboa

(Acessível em www.rutis.org).

14
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Neste sentido, consideramos que uma boa abordagem à reforma implica uma
continuidade da vida, não fazendo uma ruptura brusca com o passado nem
perspectivando um grande vazio em relação ao futuro, a continuação ou reavivamento
das relações sociais e humanas e a realização de alguma atividade útil. A perspectiva da
reforma como o fim ou o “arrumar de botas” definitivo é uma desvalorização desta fase
da nossa vida.
Era bom divulgar mais os projetos de preparação para a reforma, uma vez que
estes ajudam a preparar as pessoas para esta nova da fase da vida e alertam para
alguns dos problemas da reforma ou pré-reformas. Exemplo: Curso de preparação para a
reforma do Banco de Portugal.

O Parlamento Europeu aprovou em 2011 (Decisão n.° 940/2011/UE do


Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de Setembro de 2011) que 2012 seria o Ano
Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações (AEEASEG). Esta
nomeação permitirá a todos reflectir sobre a forma como os europeus estão a viver cada
vez mais anos e as oportunidades que daí decorrem. O envelhecimento ativo pode
significar para as pessoas mais velhas a oportunidade de continuarem a trabalhar e
partilharem as suas experiências, de continuarem a desempenhar um papel ativo na
sociedade e de viverem as suas vidas de maneira saudável, independente e preenchida.

Outros aspetos psicológicos que são adquiridos ao longo do curso da vida têm
uma grande influência no modo como as pessoas envelhecem, se a pessoa foi ativa e
otimista em jovem vai ser ativo e otimista em velho. Pessoas que se preparam para a
velhice e que se adaptam à mudança facilmente fazem uma vida melhor depois dos 65
anos, assim como as pessoas com mais formação académica. Aristóteles afirmou em
350 a.C. que “a cultura é o melhor conforto para a velhice”.

Para além da sensibilização para estas questões e outros desafios do


envelhecimento, o ano europeu apela à tomada de ações políticas em domínios como o
emprego, protecção social, educação e formação, saúde e serviços sociais, alojamento e
infra-estruturas públicas.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Aconselho:
 Chapman, Elwood, (2005), Guia para planear a reforma, Lisboa: Editora
Monitor.
 Couvaneiro, Conceição; Cabrera, José (2009), Este tempo de Ser,
Concepções de espaço e tempo para um envelhecimento positivo. Instituto
Piaget.
 Fonseca, A. (2012), Reforma e reformados, Livraria Almedina
 Jacob, Luis; Fernandes, Helder, (2011), Ideias para um envelhecimento ativo,
RUTIS.
 Jacob, Luis et al, (2012), Ideias para envelhecer bem, RUTIS.
 Paúl, Constança; Ribeiro, Óscar, (2011), Manual do envelhecimento ativo,
Lidel.
 www.envelhecimentoativo.pt – Site oficial do AEEASEG, 2012.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

3 - Animação
Segundo o dicionário (Porto Editora, 2010) animação significa animar, dar vida a,
vitalização, dar movimento ao que está parado, motivar. Neste sentido a animação é dar
vida ou movimento (pôr a funcionar ou a mexer) a um objecto, pessoa ou grupo. O
animador é quem põe o processo em movimento, é quem liga a chave, quem
desencadeia as alterações necessárias para que o que estava inerte se ponha em ação,
em atividade.
A animação nos nossos dias está no centro das prioridades de todas as
estruturas de acolhimento de pessoas idosas, que tomaram consciência da sua
importância enquanto elemento determinante da qualidade de vida em estabelecimentos
e que se integra no projeto de vida de uma instituição, preservando a autonomia dos
residentes.
Ao longo destas últimas décadas, a animação evoluiu de uma dimensão
ocupacional, sem objetivos reais precisos e, essencialmente, criados dentro das
atividades manuais ou de bricolagem, propostos aos residentes para lutarem contra a
monotonia. Passou a existir um significado mais global e filosófico, dar ânimo, um sentido,
um significado à vida em colectividade. Criar um clima, um dinamismo no seio do
estabelecimento visando o melhoramento da qualidade de vida das pessoas idosas,
facilitando a sua adaptação a uma vida comunitária imposta.
A animação passa a ser um suporte de comunicação dentro do qual o aspecto
relacional é privilegiado e faz da animação um elemento determinante da qualidade de
vida da instituição.
O dinamismo da estrutura de acolhimento, a qualidade de vida e o bem-estar dos
residentes e do pessoal são atualmente os três objetivos que dominam a animação das
pessoas idosas dentro de uma instituição.
Segundo Quintas e Castaño (1998) a animação é uma atividade interdisciplinar e
intergeracional que actua em diversas áreas e que influencia a vida do indivíduo e do

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

grupo. O objetivo das atividades de animação pode especificar-se por quatro


modalidades:
- Cultural, Educativa, Económica e Social.
Enquanto modalidade cultural a animação surge como entidade criadora, gestora
e construtora de um produto cultural, artístico ou criativo. Como educativa, a animação
surge como promotora da educação e formação, inicial e ao longo da vida. Na sua
dimensão económica, a animação aparece como atividade geradora de meios
económicos e financeiros, como sejam a criação do próprio emprego ou ela própria como
fonte de receitas. Por fim, na sua dimensão social, a animação e o animador renascem
como meios de superar as desigualdades sociais e motores de promoção da pessoa e da
comunidade.
A animação sociocultural, cujo conceito nasceu na Europa nos anos 60, pode ser
vista como uma intervenção dialéctica dos indivíduos e dos grupos com o seu meio e
sobre si mesmo, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida (Viché, 1989
referido em Quintas e Castanõ, 1998).
A animação também pode organizar-se em quatro categorias:
 Difusão cultural (Incentivar o gosto pelas formas culturais, científicas e do
conhecimento);
 Atividades artísticas não profissionais (Desenvolver os talentos e as
capacidades artísticas e criativas das pessoas através da sua prática);
 Atividades Lúdicas (A animação por divertimento, lazer, desporto ou convívio);
 Atividades Sociais (Promover a participação das pessoas nos movimentos
cívicos, sociais, políticos ou económicos);
De seguida apresentamos um modelo de classificação para a animação que se
pode resumir no seguinte quadro:

Quadro 2 - Categorização da Animação Sociocultural


Segundo o objecto Ação Cultural Ação Ação Social Económica
Educativa
Segundo o contexto Institucional Político Social Técnico
Segundo o campo Por idade Por Por sexo Por

18
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

de ação profissões conteúdos


Segundo a idade Infantil Juvenil Adultos Idosos
Segundo a pertença Pública Privado Privado não Informal
lucrativo lucrativo
Segundo o Centrada no Centrada na
conteúdo grupo ação
Segundo o Profissional Voluntário Informal
animador
Segundo a tarefa do Difusor Animador Gestor Vigilante
animador
Segundo o âmbito Local Regional Nacional Internacional
geográfico
Adaptado de Ander-Egg (2001)

Aconselho:
 Costa, Carlos (2011), Animação Sociocultural: Voluntariado e Cidadania Ativa,
LivPsic
 Lopes, Marcelino (2006). Animação sociocultural em Portugal, Chaves:
Editora Intervenção.
 Lopes, Marcelino; Pereira, José (2009), Animação Sociocultural na terceira
idade, Chaves, Editora Intervenção.
 Trilla, J. (2004), Animação Sociocultural, Teorias, Programas e Âmbitos,
Lisboa: Instituto Piaget.
 www.apdasc.com - Associação Portuguesa para o desenvolvimento da
Animação Sócio-cultural

19
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

4 - O Animador
O animador é aquele que realiza tarefas e atividades de animação, que é capaz
de estimular os outros para uma determinada ação. Actua como catalisador da sua
vontade, ou de terceiros, junto de um grupo ou de uma pessoa. O animador é um
mediador, um intermediário, um provocador, um gestor, um companheiro e um agente de
ligação entre um objetivo e um grupo alvo. Um animador não pode ser um homem só, ele
trabalha em e para o grupo. Para efeitos deste livro consideramos como animador não só
o técnico que teve formação específica nesta área, mas todos os técnicos profissionais
ou superiores que executam esta função.
Assim, ao animador compete criar movimento, vida e atividades. É necessário
que apresente propostas e sugestões, que seduza, que imagine, que desperte, que
suscite e que influencie, sem exercer qualquer tipo de obrigação ou criar um sentimento
de obrigatoriedade. O animador deve ser vivo, ativo, comunicador, encorajante e
destemido, entusiasta e optimista.
De referir que o trabalho de animação com idosos é substancialmente diferente
do trabalho com crianças e jovens, daí haver uma necessidade de competências
específicas por parte do animador perante o grupo etário com o qual está a trabalhar.
Os animadores podem ser:
 Animadores profissionais (Formados e com diploma, que através da sua
formação desempenham a função a tempo inteiro de animador).
 Animador eventual (Não tem formação específica mas exerce a atividade a
meio tempo, partilhando a função da animação com outras pessoas).
 Animadores voluntários (Podem ser parentes, amigos, reformados; podem
não ter uma responsabilidade na execução das atividades, mas prestam uma ajuda
preciosa).
 Animadores de passagem (Normalmente estagiários ou pessoal temporário,
que está durante pouco tempo na instituição).
Para um profissional ser competente (sobre o plano pedagógico, técnico e na
gestão de grupos, de modo a fazer progredir o seu grupo) tem que obedecer a três
condições:

20
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

- Tem que saber – O animador tem que saber e conhecer as técnicas, as teorias,
os instrumentos e as metodologias da animação dos idosos. Tem que ter conhecimentos
de Psicologia, Gerontologia, Animação, Motricidade, Artes Plásticas, etc.
- Tem que ter vontade – O animador tem que ter vontade de aprender, de agir, de
animar, de não se acomodar, de não ter medo da mudança, de ser ativo, de ser
persistente e de não de deixar desanimar. O técnico pode saber mas se não quiser, não
é competente.
- Tem que ter meios – O animador deve ter ao seu dispor os meios humanos,
materiais e financeiros adequados às suas funções, público-alvo (quantitativa e
qualitativamente) e objetivos.
O trabalho do animador não se pode resumir numa simples participação, numa
atividade pontual; é antes um trabalho de múltiplas facetas que o leva a exercer funções,
tanto de organizador ou de coordenador ou como guia, ou de conselheiro
Se quisermos enumerar as qualidades de um bom animador diríamos que tem
que ser:
 Organizado: ter simultaneamente atenção aos detalhes e capacidade de
planeamento.
 Favorável ao trabalho em equipa, discutir e exprimir as suas ideias, trocar,
debater e escutar.
 Atento ao grupo: escuta activa não apenas daquilo que se diz verbalmente
mas também aquilo que transparece nas atitudes e comportamentos.
 Justo: ser imparcial, não favorecer, nem desfavorecer nenhum elemento.
 Compreensivo: promover a compreensão e a empatia, não fazendo juízos de
valor.
 Confiante: dentro dos membros do grupo, deve-se respeitar as necessidades
e preferências de cada um.
 Atento e disponível: no desenrolar das atividades sem ser omnipresente.
 Responsável: levar o grupo a atingir os seus objetivos, com audácia e
perseverança.
 Bom observador: ver com clareza o que se passa ao nível da vida profunda
do grupo, e evitar a formação de subgrupos.

21
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Paciente e socorrista: ajudar os membros em dificuldade, distribuir conselhos,


encorajar o grupo.
 Mediador: não exigir mais do que aquilo que o grupo consegue fazer, mas
ajudando-o a progredir.
 Devoto, interessado: centrado sobre as pessoas de um grupo mas também as
isoladas.
 Dinâmico e entusiasta: ter sentido de humor, criar um bom ambiente de
trabalho.
 Ter uma personalidade afirmativa: tomar decisões quando necessário, ter
autoridade sem ser autoritário.

Aconselho:
 Estatuto do Animador Cultural – Acessível em
http://www.apdasc.com/pt/downloads/estatutos_final.pdf
 Código Deontológico do Animador Cultural – Acessível em
http://www.apdasc.com/pt/downloads/codigo_animador_sociocultural.pdf
 Costa, Carlos (2011), Animação Sociocultural, Profissão e profissionalização
dos animadores, LivcPsic.
 Galinha, Sónia; Lopes Marcelino; Loureiro, Joaquim (2010), Animação e Bem
- Estar Psicológico: Metodologias de Intervenção Sociocultural e Educativa,
LivcPsic.
 IAC, (2011), Guia do Animador, Ideias práticas para criar e inovar, Editora
Silabo.

22
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

II - Características da Animação de Idosos

1 - Animação de idosos
Podemos começar por colocar a questão se existe de facto uma animação
específica para idosos, entendendo isto como atividades de animação que só possam ser
realizadas por pessoas mais velhas. Por esse prisma não há uma animação de idosos,
porque a grande maioria das atividades aqui apresentadas são aplicáveis dos 5 aos 105
anos.
Mas, por outro lado o trabalho com idosos requer uma adaptação destas
atividades no que concerne à velocidade, à duração, aos locais e às referências culturais
e sociais destas (por ex: a criança corre, enquanto o idoso anda) e nesse sentido, já
podemos afirmar que existe realmente uma animação para mais velhos.
Podemos adaptar praticamente qualquer atividade de animação a um público
mais velho, desde que tenhamos em consideração os três seguintes factores:
a) O ritmo. O ritmo com os idosos é forçosamente mais lento. Uma atividade que
leva 10 minutos a completar com um grupo de jovens pode levar 30 minutos com
pessoas de maior idade.
b) Os interesses. As atividades devem ter em conta os gostos e os interesses
deste grupo específico. Deste modo os desenhos, as músicas, os filmes, os temas em
geral devem ser do agrado do grupo que estamos animar.
c) A acessibilidade. Considerando que a maioria dos mais velhos apresenta
alguma limitação física ou cognitiva, o planeamento da atividade tem que escolher ou
adaptar os jogos, os destinos e as práticas de modo que todos possam participar sem
grande esforço.
Uma característica da animação de idosos é que está comporta uma dimensão,
que outros grupos etários não possuem, que é o tempo. O tempo pode ser um amigo ou
um inimigo, de acordo com a utilização que se faz deste recurso. Infelizmente na maioria
das instituições, o tempo que os idosos têm desocupado é quase sempre demasiado.
Os reformados, têm mais tempo livre. Esta concepção permite perceber que o
ócio (entendendo este como o tempo livre a mais que os idosos tem) não pode ser

23
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

entendido como um tempo determinado (férias, fim de semana, etc.) ou uma série de
atividades concretas (ler, ir ao cinema, ver televisão, etc.), mas sim como uma
experiência pessoal e subjectiva, e é neste sentido que deve ser orientada a intervenção
pelos profissionais sociais e de saúde.
As múltiplas investigações sobre os benefícios do ócio justificam que este seja
considerado pelos profissionais como um recurso a utilizar nas intervenções com
pessoas idosas (Driver, Brown ey Peterson [1991] citados por Martínez e Gómez I. [2005,
p. 434]).
Também Vega e Bueno (2000), se referem aos benefícios das atividades de ócio
nas pessoas idosas, pois que têm muito mais tempo livre e podem desfrutar de novas
referências e significados que estas lhes proporcionam. Um trabalho realizado por Driver
y Bruns (1999) salientou os benefícios do ócio em quatro categorias: benefícios pessoais
(psicológicos e psicofisiológicos); benefícios sociais e culturais; benefícios económicos e
benefícios do meio -ambiente.
O conhecimento destas vantagens associadas ao desfrute do ócio pode
proporcionar ao profissional aspectos importantes para a sua intervenção e servir como
argumento para motivar a participação e reflexão dos indivíduos ou grupos que o
necessitem (Martínez e Gómez, I., 2005, p. 435).
O mesmo autor declara que, apesar de o ócio acarretar importantes benefícios
para as pessoas de qualquer idade melhorando a qualidade de vida e de constituir um
recurso de primeira importância no ajuste com êxito em situações vitais durante a velhice
(reforma, doença, luto, etc.), sabe-se através das estatísticas que, em geral, as práticas
de ócio são mais pobres, menos frequentes e menos variadas do que seria desejável.
Assim, o uso de atividades lúdicas e de ócio com pessoas idosas não pode ser
concebido de maneira nenhuma como um recurso para ter a pessoa entretida mas sim,
considerar o valor que têm para estimular o sujeito de várias formas, com a finalidade de
provocar o aparecimento de estados emocionais positivos e para se envolverem em
ações que mantenham a possibilidade de atividade, a integração no ambiente e que
proporcionem sentido à vida.
Importante introduzir nos programas de intervenção com idosos esta sensibilidade
para o ócio, pois que o desfrutar do ócio é um recurso fundamental para a vivência de

24
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

experiências positivas, óptimas, que favorecem estados afectivos positivos, que levam
por sua vez à melhoria das habilidades sociais, treino das funções cognitivas e funcionais
e estas são as bases para que a pessoa seja autónoma no treino e desenvolvimento das
suas faculdades físicas e psíquicas.
Em Portugal as atividades de lazer preferidas dos mais velhos são ver televisão,
passeios a pé, leitura, convívio com a família e amigos e ir ao café (QSP (2010) e Aga
Khan (2008)).
Gráfico 2 – Atividades de Lazer e Ocupação dos tempos livres dos idosos

Resposta do Barómetro Sénior QSP (Estudo realizado pela empresa


QSP Consultadoria Marketing, em colaboração com o autor, a 1500 seniores em 2010)

Uma parte dos inquiridos (44%) incluiu nas suas atividades de lazer os trabalhos
domésticos. As atividades culturais e desportivas são apenas residuais. Apenas 18% dos
seniores tem alguma relação de associativismo, menos de 16% dedicam ao voluntariado
e 1/3 costuma ir à igreja, pelo menos uma vez por semana.
A animação representa um conjunto de passos com vista a facilitar o acesso a
uma vida mais activa e mais criativa, à melhoria nas relações e na comunicação com os
outros, para uma melhor participação na vida da comunidade de que se faz parte,
desenvolvendo a autonomia pessoal. “A importância da animação social das pessoas
mais velhas é facilitar a sua inserção na sociedade, a sua participação na vida social e,

25
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

sobretudo, permitir-lhes desempenhar um papel, inclusive, reactivar papéis sociais.”


(Hervy, 2001, 11).
Definimos a animação de idosos como a maneira de actuar em todos os campos
do desenvolvimento da qualidade de vida dos mais velhos, sendo um estímulo
permanente da vida mental, física e afectiva da pessoa idosa.
A animação representa um conjunto de passos com vista a facilitar o acesso a
uma vida mais activa e mais criativa, à melhoria nas relações e comunicação com os
outros, para uma melhor participação na vida da comunidade de que se faz parte,
desenvolvendo a personalidade do indivíduo e a sua autonomia. “A importância da
animação social das pessoas mais velhas é facilitar a sua inserção na sociedade, a sua
participação na vida social e, sobretudo, permitir-lhes desempenhar um papel, inclusive,
reactivar papéis sociais.”7 (Hervy, 2001, 11).
A animação de idosos tem como objetivos atuais:
 Definir um modo de organização entre os diferentes actores de animação, para
darem dinamismo à instituição ou à comunidade;
 Criar um estado de espírito, um clima, uma dinâmica, dentro dos
estabelecimentos que permitam que cada residente e pessoal se associe numa jornada
global de animação;
 Centrar-se sobre as necessidades, os desejos e os problemas vividos por cada
membro do grupo;
 Favorecer a adesão de todos os objetivos de animação livremente elaborados;
 Suscitar o interesse direccionado a outras pessoas com a finalidade de viver em
harmonia aceitando e respeitando os valores, as crenças o meio e a vivência de cada um;
 Fazer renascer gostos e desejos dando a cada um a ocasião de se redescobrir,
de se situar no seio da instituição e de participar na vida do grupo, favorecer as relações,
promover as trocas e criar assim uma nova arte de viver baseada na relação/interação;
 Permitir às pessoas idosas de se reintegrarem na sociedade como membros
ativos, favorecendo os contactos e as trocas com o exterior da instituição;

7 No original: “The importance of social animation for elderly people is to facilitate their insertion into society, their participation in social life and
especially to allow them to play a role, even to reactivate social roles.” (Hervy, 2001, p. 11)

26
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Preservar ao máximo a autonomia dos residentes assim como manter as


relações dentro de uma dimensão lúdica da animação.
A animação deve solicitar a participação das pessoas e ao torná-los mais ativos e
interventivos, fazer com que eles se sintam mais úteis e pessoas de pleno direito.
A animação incentiva os idosos a empreender certas atividades que contribuem
para o seu desenvolvimento, dando-lhe o sentimento de pertencer a uma sociedade, para
cuja evolução podem continuar a contribuir.
Muitas vezes cai-se na tentação de “infantilizar” os idosos quando se faz
animação, ou seja colocam-se os mais velhos a ter atitudes e a fazer determinados
gestos/atitudes próprios das crianças. Apesar de algumas atividades para jovens
poderem e deverem ser utilizadas com os mais velhos, isto não é sinónimo do
comportamento dos funcionários e técnicos perante os idosos ser igual à postura em
frente a crianças, tais como falar “à bebé”, fazer uma festa enorme quando um idoso dá
um passo como se fosse o primeiro ou rir/gozar quando os idosos manifestam alguns
afectos por outros.
Outro perigo é de sobrevalorizar algumas situações, tornar um acontecimento
normal na vida da pessoa, em algo extraordinário. Os meios de comunicação têm caído
frequentemente neste erro ao enfatizar e promover comportamentos normais nos idosos,
como se fossem algo de estranho e excepcional. Estamos a lembrar-nos do “circo” que
os média fazem sempre que um casal de idosos se casa ou dá um beijo, quando alguém
faz 100 anos ou quando uma idosa anda de mota.
Antes de pensar num plano de atividades a pôr em prática, há que realizar uma
avaliação psicológica, social e física de cada um dos indivíduos, no sentido de perceber
quais as capacidades e motivações reais de cada idoso em relação a cada uma das
atividades propostas. O pressuposto subjacente é o da heterogeneidade do processo de
envelhecimento. Deve-se também dar oportunidade aos idosos para que eles próprios
possam propor outras atividades que sejam do seu agrado, bem como permitir que eles
participem nas atividades diárias da Instituição, por exemplo, fazendo as suas camas,
limpando o pó dos seus quartos, colaborando na elaboração e confecção das ementas,
regando as plantas, etc., desde que tal seja do seu agrado.
Assim, no trabalho com o idoso temos que ter em conta que:

27
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Iremos encontrar diversas reações às nossas propostas, desde o entusiasmo, à


indiferença e ao desprezo.
 O grupo “idoso” é bastante heterogéneo nos gostos, nas capacidades, nos
saberes e na recetividade às atividades.
 O trabalho com idosos institucionalizados é diferente do trabalho com idosos
que vivem em casa.
 O idoso e a idosa têm, na generalidade, gostos e expectativas marcadamente
diferentes, assim como os idosos rurais são diferentes dos urbanos
 O idoso, por se encontrar desinserido do seu meio identitário, pode tornar-se
uma pessoa muito ligada ao seu lugar, espaço e bens.

2 - O animador de idosos:
A especificidade do trabalho com o idoso carece de técnicos especialistas nesta
área, que por sua vez podem especializar-se em diversas áreas como:
- Animadores turísticos e culturais, animadores em educação e formação,
animadores ao domicílio ou em animadores para grandes dependentes e dementes.
A experiência na animação de idosos mostrou-nos que é preciso muito mais que
tudo o que vem escrito nos livros. De facto, só quem trabalha todos os dias no terreno
com idosos, se apercebe que ao animador (e aos funcionários e técnicos) lhes é exigido
(pelos próprios idosos) muito mais que atividades.
O animador é muitas vezes o confidente, o conselheiro, o amigo e com o decorrer
do tempo, alguém muito próximo do idoso. É necessário, de facto, os animadores terem
uma grande estabilidade afectiva e emocional para conseguirem desempenhar estas
funções. São muitas vezes, as pessoas que estão mais disponíveis e presentes na vida
do idoso e que lhes dão atenção e afecto.
Na animação em geral, fala-se muito do trabalho em grupo. Na animação de
idosos, claro que se dá importância e se trabalha em grupo, mas não é de menor
importância o idoso em si, enquanto pessoa individual. Logo, cabe ao animador
identificar o melhor método de trabalho, tendo em conta o grupo e o indivíduo com o qual
trabalha.

28
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Se, por exemplo, existir um único idoso numa instituição que goste muito de ler,
há que proporcionar e apoiar essa atividade. Alguns idosos gostam muito de falar, a sua
atividade preferida são as histórias antigas, as adivinhas, as anedotas, as receitas
culinárias de antigamente outros preferem a jardinagem, os passeios à praia, a pintura,
entre tantas outras atividades.
Ainda tendo em conta a nossa experiência, achamos que os propósitos da
animação de idosos só serão atingidos se o animador gostar muito do que faz e tiver
muita disponibilidade. Daí acharmos que o trabalho com idosos, apesar de ser mais
desgastante a nível psíquico do que físico, é também muito compensador. Os idosos são
uma grande fonte de sabedoria, adquirida pelas suas vivências e trabalho ao longo das
suas vidas.
Compete ao animador motivar os idosos:
 Criando condições que orientem a sua vontade para a participação nas
atividades propostas.
 Conhecendo muito bem todos os membros do grupo ao qual se dirige,
propondo atividades adaptadas aos desejos dos residentes.
 Sendo aceite por parte dos idosos, não se mostrando superior. Devendo
estabelecer um clima de confiança, ajudando-os a vencer os medos.
 Quebrando hábitos dos idosos, favorecendo o dinamismo, ajudando a renovar a
sua confiança e valorização. O animador tem, também, de perceber que a recusa de um
idoso revela muitas vezes medo ou insegurança. Porém, a partir do momento que se
sinta mais à vontade, participará com mais facilidade nas atividades.
 Utilizando um vocabulário adaptado e apresentando os seus projetos e
explorando os seus conteúdos e objetivos.
 Solicitando a participação. Cabe, por consequente, ao animador ir ao encontro
dos mais velhos.

3 - Animação em Instituições:
O trabalho de animação é ainda mais importante quando se trata de idosos
institucionalizados, em lares, centros de dia e centros de convívio. Uma das primeiras
funções do animador é fazer com que alguns dos idosos não se auto-excluam de viver,

29
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

devido às ideias pré-concebidas de que já não prestam para nada e que apenas lhes
resta a morte.
Para Golffman (citado por Santos e Encarnação, 1998, p. 239) «As instituições
totais ou permanentes (Lares ou Internatos) consistem em lugares de residência onde um
grupo numeroso de indivíduos em condições similares, levam uma vida fechada e
formalmente administrada por terceiros. Existe uma ruptura com o exterior, dado que
todos os aspectos da vida são regulados por uma única entidade».
A razão para esta situação poderá ser o reduzido número de atividades que os
idosos institucionalizados executam em relação aos que vivem em casa, o facto de
estarem sós no meio de tantos idosos e a reorganização que estes têm que fazer quando
ingressam numa instituição (Bromley, 1966).
Assistimos, mais vezes do que o desejável, a situações em que a participação do
utente na vida da instituição, e pior na sua própria vida, é quase nula dada a
omnipotência da organização sobre todos os aspectos da vida comunitária.
De acordo com Browling (1997, p. 36) os Lares e Residências de idosos são,
maioritariamente, locais depressivos, com uma vida rotineira, e uma estruturação que se
opõe às necessidades humanas de identidade, relação e afecto. Também Goffman (1961)
afirma que a monotonia, o isolamento e as regras em demasia são factores
omnipresentes, que tendem a exacerbar sintomas orgânicos e afectivos já existentes.
“A prevalência da depressão maior, em indivíduos que residem em lares de
terceira idade, é de 12-14% [Na população geriátrica, a prevalência de depressão major
varia de 1 a 4% e a de depressão menor varia de 8 a 16%], sendo que 17-35%
apresentam depressão menor ou sintomas clínicos significativos de depressão.”
(Medeiros, 2010)
Na maioria dos Lares para idosos, a vida destes é bastante pobre no que respeita
a acontecimentos de vida, pelo que uma das funções do animador ou das ajudantes de
lar passa pela elaboração e realização de programas de intervenção com o objetivo de
melhorar a qualidade de vida dos idosos institucionalizados, “ A animação em instituições
de apoio a idosos não é possível sem a existência de um projeto de vida8” (GAG, 2006).

8
No original: “L´animation dans les établissements gérontologiques n’est pas sans lien avec le projet de vie”, http://www.gag.affinitiz.com.

30
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A instituição deve responder às necessidades mais proeminentes do idoso, mas


estas não são só a alimentação, a higiene, os cuidados médicos e de enfermagem e a
guarda, igualmente importante a participação, a ocupação e a vida social dos utentes.
Afinal, se retirarmos as tarefas básicas (sono, higiene e alimentação) sobram em média 8
horas diárias. Estes tempos não devem ser de ocupação, o que tem por vezes uma
conotação negativa, mas tempos de lazer e de comunicação.
Se o utente idoso pudesse também sentir a instituição como sua e, desse modo,
tivesse a possibilidade de escolher o horário para se deitar e acordar, de ver o programa
de televisão que deseja, de poder ir ao café ou à rua quando quisesse, de participar na
elaboração das ementas, se poder ajudar na copa ou no jardim, etc. Se os utentes idosos
tivessem todas estas possibilidades na instituição, a animação em instituições estaria
feita a 80%. Os restantes 20% seriam ocupados com as atividades de animação
tradicionais.
Assim consideramos que a animação mais importante que se pode fazer com os
idosos, em particular nos institucionalizados, é o cumprimento dos seus direitos (anexo 3
e 4), tais como o:
 Direito à privacidade e intimidade
 Direito à escolha do seu futuro
 Direito à satisfação das suas necessidades básicas
 Direito à individualidade e confidencialidade
 Direito a entrar ou sair de uma instituição
Tendo em vista a defesa dos direitos dos idosos a ONU (1991) aprovou, em
Assembleia Geral, os Princípios das Nações Unidas para o Idoso. A União Europeia na
sua Carta dos Direitos Fundamentais indica no artigo 25 que «A União reconhece e
respeita o direito das pessoas idosas a uma existência condigna e independente e à sua
participação na vida social e cultural.» (UE, 2001).
Quantos idosos institucionalizados usufruem destes direitos? Quantos
escolheram viver num lar? Que privacidade e conforto tem um idoso quando dorme em
quartos com mais duas ou três pessoas que nunca viu na vida e que são tão diferentes
dele? Que peso tem a opinião dos utentes na escolha da ementa ou no estabelecimento
dos horários?

31
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Defendemos que a animação de idosos começa quando respeitamos os mais


elementares dos seus direitos, como sejam o direito à escolha, o direito à privacidade e o
direito à integração e à participação activa nos pormenores da sua vida. A qualidade de
vida do idoso numa instituição depende destes factores assim como de um
acompanhamento decente, cuidado e eficiente por parte dos trabalhadores das
instituições que os acolhem.
Mas animação é quase sempre o “parente pobre” das prioridades das instituições,
sejam públicas ou privadas com ou sem fins lucrativos. Estas dirigem os seus recursos
(humanos, materiais e financeiros) principalmente para a higiene, saúde e alimentação
do idoso, e só se sobrar tempo e alguns meios se preocupam com a animação. Esta é
sempre considerada secundária e sem grande validade. A maioria das organizações
limita-se a fazer alguns passeios, duas ou três festas anuais e a comemorar o aniversário
dos idosos, se tanto.
No entanto se a animação for encarada ao nível dos outros serviços pode
contribuir, e muito, para o cuidado do idoso e para a melhoria da sua qualidade de vida.
Analisemos, e apenas como exemplo, três situações que ocorrem nas instituições
de acolhimento de idosos:
 Conflito entre idosos – A conflitualidade entre os utentes com os outros ou com
as funcionárias surge na maioria dos casos por duas razões. Primeiro, pela falta de
“acontecimentos de vida” nas instituições. Não há nada que faça a diferença entre os
dias, estes são todos iguais marcados pelas rotinas diárias (levantar, tomar o pequeno-
almoço, sala de estar, almoçar, sala de estar, lanche, sala de estar, ceia, deitar) 9. Esta
“costumeira” faz com que os idosos tenham necessidade de criar “factos” e esses muitas
vezes surgem na forma de conflitos. Segundo, o hábito que os idosos têm de se sentar
sempre no mesmo sítio, quer na sala, quer à mesa, faz com que estejam sempre ao lado
da mesma pessoa o que origina incompatibilidade por cansaço. A animação ao criar
“acontecimentos de vida”, ao alterar a rotina diária e ao fazer as pessoas conviverem
umas com as outras, causa uma diminuição efectiva da conflitualidade.
 Imobilidade – Ao contrário do que seria desejável e até expectável, a maioria dos
utentes que utiliza os serviços de apoio a idosos não aumenta a sua autonomia e

9 Esta rotina é necessária, mas muitas vezes impõe-se fortemente sobre a vida dos utentes.

32
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

mobilidade. Ao ter pessoas que fazem os serviços por eles, os idosos tendem a tornar-se
ociosos e dependentes. Todos nós sabemos que um idoso que “caia” numa cadeira de
rodas num lar, raramente a deixa, até porque é mais cómodo para as funcionárias
empurrarem a cadeira do que ajudar o idoso a caminhar, pesarosa e lentamente. A
animação aliada à motricidade e às artes plásticas faz como que os idosos melhorem ou
mantenham a sua autonomia e capacidade de movimento.
 Indiferença – O papel dos idosos nas instituições é muito passivo e irrelevante
para a direcção ou administração. As instituições têm um formato de serviços sempre
igual, tipo “pronto-a-vestir”, que fornecem aos seus utentes, independentemente dos
gostos ou necessidades destes. Isto faz com que a participação destes na gestão dos
locais onde passam 24 ou 10 horas diárias seja nula, o que os torna indiferentes em
relação ao que os rodeia.
Algumas atividades de animação possíveis de realizar nas instituições são:
- Jornais de parede, decoração das instituições, idas ao jardim e/ou ao café,
leitura de livros, revistas ou jornais e depois comentar o que se leu, jardinagem,
pequenas tarefas da organização das instituições como ajudar na cozinha ou na
lavandaria, comemoração dos dias de aniversário e dos dias festivos, ouvir músicas ou
ver filmes, os mais aptos poderem ajudar os menos à hora das refeições e atividades
físicas, cognitivas ou de expressão (Ver capitulo IV).
O ideal seria que, em cada Lar, existisse um animador, que trabalhasse, em
colaboração com toda a equipa multidisciplinar (Direcção, médico, enfermeiro, ajudantes,
etc.) e com as próprias famílias dos idosos, no sentido de proporcionar uma vivência
digna e de qualidade a todos os seus utentes, naquela que será, muito provavelmente, a
última morada na sua passagem por esta vida.
Não podemos esquecer a animação ao domicílio, que praticamente não existe,
dado que os serviços de apoio ao domicílio centram-se no assistencialismo (alimentação,
higiene e tratamento de roupa). Quando existe um plano de animação resume-se a levar
os utentes para a instituição, para ai participarem nas atividades de animação, ou levar
estes utentes aos passeios da instituição.

33
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Era necessário criar atividades próprias para estes utentes, que têm um perfil
específico caracterizado pela dependência, pelo isolamento (parcial ou total), pela
ociosidade, pela dependência televisiva e pela desmotivação.
Apesar do serviço ao domicílio ser claramente melhor para os idosos do que a
sua institucionalização, não nos podemos esquecer que ficar em casa também causa
problemas ao utente e, é função das instituições minorar os esses problemas,
nomeadamente o isolamento dos mais dependentes.

4 - O que pode correr mal?


O que pode um animador fazer se os idosos que é suposto animar não
escolheram aquele sítio ou serviço para estar, ou se a rotina é tão rígida que não
possibilita a menor alteração ou se os funcionários consideram a animação uma perda de
tempo e um estorvo, “Que dificuldades … instituições que estão paralisadas e dominadas
por uma única perspectiva (cuidado ou gestão), formação e competências insuficientes
dos próprios organizadores ou animadores, condições incompatíveis” 10 (GAG, 2006).
De seguida passamos apresentar as principais dificuldades encontradas:
Dificuldades ligadas à instituição:
1.Situação geográfica: muitos centros de acolhimento estão situados fora das
localidades, a fim de favorecerem a tranquilidade dos residentes; por vezes o
distanciamento dificulta as saídas e atividades no exterior e acentua a tendência para o
sedentarismo e o isolamento.
2.Funcionamento da instituição: o regulamento interior rígido que impõe as regras
de vida e as condutas, acaba por tornar a vida dos residentes demasiado
regulada/programada, o que dificulta a execução de projetos de um(a) animador(a).
3.Direcção da instituição: a direcção pode condicionar a realização das atividades
de animação, não permitindo que esta alcance os seus objetivos, argumentando a
escassez de recursos económicos da instituição. O plano de atividades programadas
pela instituição é global; não se preocupa com as necessidades ou dificuldades dos

10 No original: “Difficulties… institutions which are paralysed and dominated a single view point (care or management), insufficient training and
skills of the organisers themselves, incompatible conditions,”

34
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

grupos existentes: Não tem em conta que existem, dentro da mesma instituição, idosos
que são ainda ativos, alguns semi-dependentes e outros totalmente dependentes.
4.A “Imobilidade”: na maioria das instituições não existem pessoas com
motivação e conhecimentos capazes de modificar as práticas e pôr em execução ações
que ponham em causa a realidade concreta do meio institucional em questão. Verifica-se
um estado vegetativo e uma vivência sobre um projeto de vida parado. A resistência à
mudança leva a uma imobilidade no seio da instituição, a um trabalho rotineiro,
impossibilitando a criatividade e a dinamização do espaço.
5.Os meios de uma Instituição: a execução de um projeto de animação pontual
exige meios materiais e financeiros, que são quase tão importantes como as atividades
propostas. Para além destes problemas, existe a arquitectura dos locais que pode
condicionar a finalidade das atividades e a participação dos idosos; por exemplo: acessos
difíceis, escadas; salas com mobiliário inadequado, salas pouco acolhedoras, com
aspecto austero e impessoal; má iluminação e aquecimento, etc.
6.Em muitos casos as instituições utilizam como argumento para a não realização
de novas atividades que proporcionem bem-estar aos idosos residentes o facto de os
seus recursos financeiros serem bastante limitados. Na visão da maior parte delas, a
animação não justifica o dinheiro que se gasta.
Dificuldades ligadas aos funcionários:
 A selecção dos funcionários é muito importante. A sua admissão deveria ter em
consideração o seu gosto e aptidão para trabalhar numa instituição de idosos. Deve ser-
lhes ministrada formação específica relacionada com o trato humano e, em especial, às
necessidades das pessoas idosas, bem como aos cuidados que se devem ter para com
elas.
 O pessoal estático; os funcionários não devem limitar-se a uma única função,
devem estar aptos a interagir, em todas as circunstâncias, com que o que se depararem.
Há funcionários que se recusam a conviver e a interagir com os idosos, não aceitando as
novas funções, responsabilidades e investimento na formação, constituindo assim um
entrave à mudança.
 Funcionários cépticos; têm pouca abertura e confiança, não acreditam nas reais
possibilidades e capacidades dos idosos, negando assim qualquer forma de animação.

35
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Funcionários “sem missão”; não acreditam nas capacidades dos idosos, nem
demonstram qualquer respeito ou afecto pelos mesmos. Condiciona todas as tentativas
por parte de outros profissionais de mudarem essa situação.
Dificuldades relacionadas com os idosos:
1) Cada vez mais velhos
 A população residente de uma instituição está cada vez mais envelhecida. A
idade média de um idoso (numa instituição) passou de 70-75 anos, para os actuais 82-87
anos (DEEP, 2009).
 Podemos concluir que se passou de uma população de terceira idade para uma
população de quarta idade.
 O tempo de permanência é mais curto, uma vez que os idosos quando entram
para o lar já têm uma idade muito avançada.
2) Cada vez mais incapacitados
 A entrada tardia dos idosos numa instituição faz com que o aparecimento de
incapacitados seja cada vez mais frequente. Este tipo de problema condiciona as
atividades propostas e pressupõe uma animação adaptada à perda de memória, das
capacidades físicas e sensoriais.
3) Cada vez mais cansados
 A importância do descanso nestas idades é cada vez mais sentida, os idosos
manifestam-se quando surge uma mudança de ritmo, uma vez que têm uma acentuada
tendência sedentária. Neste sentido, o animador tem como preocupação base propor um
ritmo adaptado aos seus problemas físicos e mentais, respeitando as suas necessidades.
 O cansaço é por vezes um pretexto utilizado pelos idosos para não participarem
nas atividades socioculturais.
4) Renitentes à mudança, por razões culturais de comodismo.
5) Renitentes à entrada e participação em grupos de grandes dimensões.
 Demonstram falta de confiança na sua pessoa e nas suas capacidades.
6) Isolados e introspectivos
 Mantêm uma atitude negativa, auto-excluindo-se do grupo ativo, fechados nos
seus pensamentos, e na perda progressiva da vontade de viver.
7) Tipos de comportamentos

36
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Agressivos, introvertidos e “casmurros”, são comportamentos frequentes nos


idosos institucionalizados (estes comportamentos surgem frequentemente pela solidão,
inação e monotonia que os utentes sentem).
8) Não se sentem à vontade dentro do grupo
 O facto de não existir uma homogeneidade nas idades, nos interesses e
percursos de vida dos residentes dificulta a sua união e a sua receptividade a uma
inclusão no grupo.

Dificuldades relacionadas com o animador


 As dificuldades podem estar ligadas com atitudes, competências, personalidade
ou até assiduidade do animador na instituição.
 O animador pode ser demasiado autoritário, pode ter poucos conhecimentos ou
formação; ser incompetente em relação ao grupo etário, nomeadamente ao nível cultural,
condição física e psíquica.
 Pode não ser criativo nas atividades propostas.
 O animador pode ser pouco amável e ferir a susceptibilidade de cada grupo; ter
um espírito de contradição, ser indulgente, pouco compreensivo o que provoca
sentimentos hostis e intimistas.
 O animador ser de “passagem” (surge na instituição através de um estágio ou
de um projeto de curta duração e depois desaparece). Dificilmente consegue integrar-se
num projeto global numa instituição devido à durabilidade da sua intervenção.
 Não adquire conhecimento suficiente, em relação aos idosos, para poder
executar com eficácia e profissionalismo qualquer tipo de atividade.

Assim, no trabalho com o idoso temos que ter em conta que:


 Iremos encontrar diversas reações às nossas propostas, desde o entusiasmo, à
indiferença e ao desprezo.
 O grupo “idoso” é bastante heterogéneo nos gostos, nas capacidades, nos
saberes e na recetividade às atividades.
 O trabalho com idosos institucionalizados é diferente do trabalho com idosos
que vivem em casa.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 O idoso e a idosa têm, na generalidade, gostos e expectativas marcadamente


diferentes.
 O idoso, por se encontrar desinserido do seu meio identitário, pode tornar-se
uma pessoa muito ligada ao seu lugar, espaço e bens.

Considerações:
a) Intergeracionalidade
O Consórcio Internacional para os Programas Intergeracionais (ICIP) (1999),
chegou a acordo na definição do que é um programa intergeracional: “ Os programas
Intergeracionais são o veículo para o intercâmbio assertivo e contínuo de recursos e
aprendizagem entre as gerações mais velhas e mais jovens, a fim de alcançar os
benefícios individuais e sociais”. Um programa intergeracional deve ser visto muito para
além do habitual crianças-idosos, porque há intergeracionalidade entre crianças-jovens,
jovens-adultos, jovens-idosos, idosos-grandesidosos (>80 anos), etc.
Os programas Intergeracionais são programas que envolvem várias gerações e
que tem de ter um conjunto de características essenciais e que se passam a descrever:
 Demonstrar benefícios mútuos para os participantes;
 Estabelecer novos papéis sociais e /ou novas perspectivas para as crianças,
jovens e idosos implicados;
 Envolver várias gerações, incluindo pelo menos duas gerações, não
adjacentes e sem laços familiares;
 Promover maior conhecimento e compreensão entre as gerações mais jovens
e as mais idosas, bem como o aumento da auto-estima para ambas as
gerações;
 Ocupar-se dos problemas sociais e das políticas mais apropriadas para as
gerações implicadas;
 Incluir os elementos necessários para uma boa planificação do programa;
 Proporcionar o desenvolvimento de relações intergeracionais.
Na nossa opinião os programas intergeracionais devem ter em conta os ritmos e
motivações dos idosos e dos jovens, assim como a duração que não deve ultrapassar

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

duas/três horas, caso contrário uma boa experiência pode-se tornar numa má
experiência. Por norma a relação mais forte com os netos é com a avó materna.
Aconselho:
 António, Stella (2010), Avós e netos, ISCSP/UTL
 MATES – Mainstreaming Solidariedade Intergeracional, (2009), Guia de
Ideias para Planear e Implementar Projectos Intergeracionais.

b) Envelhecimento rural e urbano


Por vezes existe a ideia que é melhor envelhecer no campo, porém dados de
investigações portuguesas indicam-nos que da comparação do envelhecimento entre
idosos rurais e urbanos resultam poucas diferenças (Fonseca A. et al, 2005, “Satisfação
e qualidade de vida em Idosos Portugueses” referido em Envelhecer em Portugal, pp. 75-
95), no entanto os índices de depressão são maiores nas cidades do que nos meios
rurais (Santos, 2008) e como afirmam Marques e Barbosa (2004) o “meio urbano, ao
gerar diferentes dinâmicas de relacionamento entre os indivíduos, tende a marginalizar
os mais fracos, incapazes de manter o seu ritmo e a apagá-los, retirando-lhes qualquer
visibilidade social”
Nos meios rurais as relações tendem a ser mais superficiais e com mais pessoas,
enquanto nos meios urbanos as relações tendem a ser com menos pessoas, mas mais
profundas. Nos meios rurais há mais relações humanas e menor acesso aos
equipamentos públicos, no meio urbano é o oposto. Por norma os mais velhos nas
cidades sentem mais a insegurança que nos meios rurais. De salientar a dificuldade de
hoje em dia, catalogar um sitio como rural ou urbano.

c) Animais:
Um aspecto que convém realçar é a permissão ou não, de animais de estimação
nas instituições. Recorro à nossa experiência pessoal para sugerir que um animal
(essencialmente um gato ou um cão) pode fazer muito bem aos idosos, quer no aspeto
afetivo, social e cognitivo, quer como companhia ou como estímulo para o exercício físico.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Há obviamente que ter sempre em atenção os cuidados com a higiene e saúde do animal,
nomeadamente com a vacinação e contraceção.
Os estudos mais recentes têm demonstrado que existem vários benefícios dos
animais de companhia no desenvolvimento psicológico, social e na qualidade de vida das
pessoas. Verificaram-se níveis de solidão, depressão e ansiedade mais baixos em
pessoas idosas que cuidam de animais de companhia, “…durante estes três anos,
verificou-se que a presença dos animais no lar e a sua relação com os idosos estimulou e
modificou diferentes aspetos afetivos, comunicativos e inclusivamente, em alguns casos,
cognitivos”11. Esta constatação levou ao aparecimento da AAA (Atividade Assistida por
Animais) que consiste num conceito que envolve a visita, recreação e distração por meio
do contacto dos animais com pessoas e da TAA (Terapia Assistida por Animais) que é
um método interventivo e/ou terapêutico em que se utiliza o animal (cão, gato, cavalo,
golfinhos) como objeto de terapia.
.
d) Animação para idosos com demência
Sobre a animação com idosos que tenham algum tipo de demência (senil,
Alzheimer ou Parkinson) podemos indicar que o mais importante é saber qual o grau da
doença e a partir dai estabelecer um plano de ação, porque é muito diferente trabalhar
com uma pessoa na fase inicial ou na fase terminal da doença. Sabemos que a
estimulação cognitiva e psicomotora é fundamental, não para curar a demência mas para
atenuar os seus efeitos. As ações apresentadas são desenvolvidas no capítulo IV.
Para simplificar podemos dividir os utentes em três grupos:
a) Fase inicial: Neste caso as atividades a desenvolver devem ser de estimulação
cognitiva (treino de memória, atenção, cálculo, percursos de obstáculos, etc.,) e
Atividades de Vida Diária (AVD) (recordar o nome das pessoas da família, fazer compras,
escolher a roupa que veste, preparar uma pequena refeição, etc.) Ver Fundação Maria
Wolff em Madrid
b) Fase intermédia: As atividades a desenvolver devem ser essencialmente
dirigidas para as AVD (saber que dia é, vestir a roupa, abrir e fechar portas ou torneiras,

11 Laura Anzizu i Furest, et al (2001) Avaliação de uma terapia assistida por animais de companhia (TAAC) em idosos institucionalizados a partir
da análise do seu discurso.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

saber o seu nome e onde está). Pode ser utilizado ainda a musicoterapia, a arte terapia e
os jardins terapêuticos.
c) Fase final: Quando a pessoa já está com um nível muito grande de demência
as melhores atividades são as de estimulação sensorial, como o snozelen.
O animador deve trabalhar essencialmente a estimulação cognitiva como forma
de prevenção, dado que a reabilitação cognitiva 12 terá que ser feita por técnicos
especializados. Exemplo: Cogweb, ferramenta validada cientificamente para o treino e
estimulação de pessoas com dificuldades cognitivas desenvolvida em Portugal.
.
e) Animação no Serviço de Apoio Domiciliário:
A animação em SAD pode ser feita de duas formas, no próprio domicílio do idoso
ou levando o idoso para uma instituição para participar em atividades de animação
juntamente com os outros idosos.
Na prática quase todas as atividades que estão referenciadas no capítulo IV
podem ser feitas no domicílio do utente, exceto claro aqueles que necessitam de um
grupo ou de equipamento base como piscinas ou ginásio, para isto basta arranjar uma
mala com os principais materiais e levar a animação a casa dos utentes.
Este tipo de animação tem dois contratempos: A falta de pessoal e o isolamento
da atividade.
- São poucas as instituições que podem disponibilizar um técnico para fazer
animação ao domicilio dado que é um serviço individualizado e no qual se “perde” muito
tempo com as deslocações. Ou seja apesar de ser um serviço necessário, torna-se caro
para a maioria das instituições. Uma forma de tornear esta situação é contar com o
apoio de voluntários, de vizinhos ou dos familiares.
- Ao fazer a animação em casa do idoso, numa relação utente-técnico, perde-se a
componente social da animação e reforça-se o isolamento do idoso.
Mesmo com estas condições, é importante que haja algum tipo de animação para
os utentes do SAD, para que o serviço não se resuma ao cuidado e á alimentação.

f) Animação ao ar livre

12
Programas de reabilitação neuropsicologia e cognitiva: Sohlberg e Matter (1993) ou Von Cramon.

41
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A maioria das atividades de animação fazem-se dentro de um estabelecimento,


mas quando o tempo permite é sempre preferível fazer atividades ao ar livre, tais como:
- Caminhadas, peddy-papers, ginástica, visitar os jardins e os parques, apanhar
flores ou frutos, viajar, fazer jogos com bolas, com o disco ou com paraquedas (ver jogos
cooperativos) no pátio ou na rua, ir á praia ou à piscina, acampar e andar de bicicleta.

III - Guião para a Animação de Idosos

1 - A animação pelo jogo


Ao longo das duas primeiras partes deste trabalho falámos de alguns aspectos
teóricos fulcrais na animação de idosos, nesta última parte iremos incidir nas atividades
que são possíveis de desenvolver com este público.
Para facilitar a organização das atividades dividimos os idosos em três grupos
(Autónomos, semi-autónomos e grandes dependentes) e a animação em sete partes:
1. Animação física ou motora.
2. Animação cognitiva ou mental, incluindo a animação sensorial.
3. Animação através da expressão plástica.
4. Animação através da expressão e da comunicação.
5. Animação promotora do desenvolvimento pessoal e social.
6. Animação lúdica.
7. Animação comunitária.

Basicamente as atividades físicas consistem em exercícios de motricidade,


coordenação e mobilidade de forma a manter ou melhorar os índices de independência
do idoso, as expressivas são atividades manuais e de expressão artística, as atividades
cognitivas são as atividades intelectuais e sensoriais que visam manter o cérebro e o
sistema nervoso do sénior ativo, as atividades de desenvolvimento pessoal e social
pressupõem o aumento das nossas capacidades de relacionamento, a animação lúdica é
o divertimento per si e as atividades comunitárias compõem-se de todas as ações que
criem e dinamizem as relações interpessoais e sociais dos mais velhos com a
comunidade.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Nas atividades propostas vamos usar fundamentalmente como recurso os jogos.


O jogo tem um papel primordial na educação e na animação, o papel do jogo no
desenvolvimento tem sido analisado exaustivamente por pensadores e investigadores
das ciências sociais e humanas. Todos admitem a importância enorme que o jogo tem
como factor de socialização e de desenvolvimento intelectual, social e motor.
O desejo de brincar acompanha-nos toda a vida, mas os nossos diferentes papéis
sociais assumidos distraem-nos da prática regular de brincar, o que não eliminou, no
entanto, o nosso desejo de o fazer. O jogo, quer em crianças, em adultos ou em idosos é
das melhores formas de transmitirmos uma mensagem, aprendermos e de nos
divertirmos.
Com o jogo conseguimos (Lorda, 2001):
 Aumentar o grau cultural e o compromisso colectivo;
 Aumentar o número de amizades e relacionamentos;
 Canalizar a nossa criatividade;
 Divertir-nos;
 Libertar tensões e emoções;
 Obter integração intergeracional;
 Orientar positivamente as angústias quotidianas;
 Reflectir;
 Ter predisposição para realizar outros afazeres.
O jogo concebe-se como um sistema fictício, com regras obrigatórias, porém
aceites livremente por todos. A sua prática traz ao participante múltiplos sentimentos e
experiências diferentes das que está habituado no dia-a-dia, e com uma clara função de
utilidade.
Segundo a sua função, o jogo é:
 Cultural: jogar permite satisfazer os ideais de expressão e de socialização.
 Estética: jogar significa, simultaneamente, construir, inventar, por conseguinte,
criar.
 Psicológica: o jogo combate o aborrecimento, estabelece novos contactos no
seio de uma equipe, incentiva o gosto pela ação e compensa a falta de atividade
profissional.

43
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Social: jogar é sentir o prazer em partilhar uma atividade comum que conviria
prolongar, além do espaço lúdico.
A maioria dos jogos que indicamos não pertencem apenas a uma categoria, o
usual é que as atividades juntem a componente motora com a cognitiva, ou a social com
a cognitiva ou até as três. De forma a simplificar nós optámos por classificar as atividades
de acordo com a componente principal do jogo.
Podemos dar um sentido mais competitivo, com prémios ou classificações, aos
jogos de forma a estimular a participação ou interesse dos idosos ou optar por uma
atitude mais solidária com os jogos cooperativos. Segundo Brotto (2001, p.27)
“cooperação: é um processo onde os objetivos são comuns, as ações são
compartilhadas e os resultados são benéficos a todos e Competição é um processo onde
os objetivos são mutuamente exclusivos, as ações são individualistas e somente alguns
se beneficiam dos resultados”
De seguida indicamos algumas diferentes entre jogos individuais, jogos
cooperativos e jogos de competição.
Perceção OMISSÃO COOPERAÇÃO COMPETIÇÃO
/ Ação (Individualismo) (Encontro) (Confronto)
Visão do jogo - Insuficiência. - Suficiência. - Abundância X
- É impossível. - Possível para Escassez.
- Separação. todos. - Parece possível só
- Inclusão. para um.
- Exclusão.
Objetivo - Ganhar sozinho. - Ganhar...juntos. - Ganhar...do outro.
“Tanto faz"
O outro - "Quem?" - Parceiro, amigo. - Adversário,
inimigo.
Relação - Independência. - Interdependência. - Dependência,
- “Cada um na sua” - Parceria e rivalidade e
Confiança. - Desconfiança
Ação - Jogar sozinho. - Jogar COM. - Jogar CONTRA
- Não jogar. - Troca e - Ataque e Defesa.
- “Ser jogado”. criatividade. - Habilidades de
- Habilidades de rendimento
relacionamento
Clima do Jogo - Monótono. - Ativação, atenção - Tensão, stress e
- Denso e descontração. contração.
- Leve. - Pesado.
Resultado - Ilusão de vitória - Sucesso - Vitória às custas
individual. Compartilhado dos outros.
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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Consequência - Alienação, - Vontade de - Acabar logo com o


- conformismo e continuar jogando... jogo.
indiferença.
Motivação -Isolamento - Amor - Medo

Sentimentos - Solidão. - Alegria (para - Diversão (para


- Opressão. muitos). alguns).
- Comunhão (entre - Realização (para
todos). poucos)
- Satisfação, - Insegurança, raiva,
cumplicidade e frustração.
harmonia.
Símbolo - Muralha - Ponte - Obstáculo

Adaptado de Brotto, Fábio (2001), Jogos cooperativos nas organizações. São Paulo:
SESC.

2 - Material
 Para as atividades de animação é
necessário dois tipos de material. O material base que
serve para todas as atividades (pode ser comprado ou
manufaturado) e o material de desgaste diário (Lãs,
tecidos, trapilho e desperdícios como garrafas de água
de plástico, balões, copos de iogurte, tampas, revistas,
etc.).
O material base é o seguinte:
 Tesouras, pincéis, canetas, x-ato, agulhas, etc.
 Triângulos ou cones.
 Bolas (de diferentes tamanhos e materiais,
algumas com “picos”).
 Cordas (para saltar com 1,5 m e de puxar com 3
a 5 m).
 Paraquedas coloridos (1,5 m a 6 m de diâmetro)
 Arcos (de plásticos, de diferentes tamanhos).
 Bastões (de madeira ou de plástico)

45
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Instrumentos musicais básicos (pandeiretas, ferrinhos, apitos, maracas, etc.)


Há atividades que exigem outro material e ferramentas específica. Também
existem no mercado caixas ou sacos com todo o equipamento necessário para a
animação e para jogos populares. Porém grande parte do material requerido pode ser
adquirido sem grandes custos ou recorrendo ao reaproveitamento do material.

2 – Avaliação inicial e contínua


Para criar grupos minimamente homogéneos, optamos neste livro por distribuir os
idosos por Autónomos (ativos e que normalmente vivem na sua casa), semi-autónomos
(têm algumas limitações, precisam de ajuda nalgumas tarefas e podem estar em cadeira
de rodas ou usar andarilho) e dependentes (estando normalmente acamados).
Algumas das situações crónicas entre as pessoas mais velhas da população
estão usualmente associadas a diferentes níveis de incapacidade que frequentemente as
tornam dependentes de alguém na realização das suas atividades de vida diária (AVD). A
independência dos idosos na execução das AVD (básicas, instrumentais e avançadas)
tem um impacto significativo na saúde e qualidade de vida dos mais velhos e a perca da
capacidade funcional pode ser a principal razão para o idoso entrar numa instituição.
As AVD integram as atividades relacionadas com o autocuidado (atividades
básicas de vida diária, ABVD), atividades inerentes à capacidade da pessoa interagir com
os outros e com o meio ambiente para manter a sua independência (atividades
Instrumentais de vida diária, AIVD) e ainda as designadas atividades avançadas de vida
diária (AAVD) que permitem ao individuo a sua participação em atos sociais, lúdicos e
laborais.
Mas como fazer essa avaliação e seleção?
Para podermos dividir os idosos nestes três grupos ou noutros, devemos sempre
aplicar algumas escalas ou testes, tais como a Escala de Atividades Básicas de Vida
Diária (ABVD) (Escala de Lawton ou a escala de Barthel), o míni-exame de estado
mental, a Escala Geriátrica de Depressão, (todos disponibilizados neste livro), o
Easycare©, o CLIFTON©, a escala POMA (Tinetti) para o equilíbrio e propensão para
quedas, os Testes de Rikli e Jones para a capacidade física e outros.

46
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A escolha e aplicação do(s) teste(s) é da responsabilidade do técnico ou da


equipa técnica que deve utilizar as escalas de acordo com os seus objetivos.
A avaliação dos utentes é fulcral no início do trabalho, mas também é
fundamental ir fazendo avaliações periódicas (mensais, trimestrais ou semestrais) para
acompanhar os progressos ou ausência destes nos idosos e adaptar os seus planos de
desenvolvimento individual.

3 – PDI (Plano de Desenvolvimento Individual)


A Segurança Social desenvolveu vários Manuais de Qualidade para as respostas
sociais que devem ser vistos como um referencial para que estas se organizem e
apliquem os procedimentos mais corretos nas várias situações do seu funcionamento
diário. Estes manuais pretendem igualmente que os serviços se constituam num contexto
humanizado, personalizado e que tenha em conta as efetivas necessidades específicas
dos utentes e que estes sejam o centro de toda a atuação.
Os manuais estão divididos em níveis (A, B ou C) que correspondem a 3 níveis
de exigências diferentes, permitindo uma implementação gradual, sendo o nível A o mais
elevado. O nível C é indispensável para realizar os acordos de cooperação entre a
Segurança Social e as IPSS. O Sistema de Gestão da Qualidade para as respostas
sociais está suportado num conjunto de exigências consolidados nos seguintes 8
critérios, do qual apenas o 4º critério difere face à resposta social, e que se enquadram
em dois grupos “Meios” e “Resultados”:
1) Liderança, planeamento e estratégia - Como a gestão desenvolve e prossegue
a missão, a visão e os valores da organização e como a organização formula,
implementa e revê a sua estratégia e a converte em planos e ações
2) Pessoas – como a organização gere, desenvolve e liberta o potencial dos seus
colaboradores
3) Parcerias e recursos – como a organização planeia e gere as suas parcerias
externas e os seus recursos internos de forma eficaz e eficiente
4) Processos – como a organização concebe, gere e melhora os seus processos
de modo a gerar valor para os seus clientes. Este processo está dividido em 8 processos-
chave: 1. Candidatura; 2. Admissão; 3. Plano de Desenvolvimento Individual (PDI); 4.

47
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Planeamento e Acompanhamento das Atividades Socioculturais (PAS); 5. Cuidados


Pessoais e de Saúde; 6. Nutrição e Alimentação; 7. Apoio Psicossocial e 8. Apoio nas
Atividades Instrumentais da Vida Quotidiana.
5) Resultados clientes – o que a organização está a alcançar relativamente à
satisfação dos seus clientes externos
6) Resultados pessoas – o que a organização está a alcançar relativamente à
satisfação dos seus colaboradores
7) Resultados sociedade – o que a organização está a alcançar relativamente à
satisfação das necessidades e expectativas da comunidade em que se insere
8) Resultados chave do desempenho – o que a organização está a alcançar
relativamente ao desempenho planeado
Como se pode constatar o PDI e o PAS são dois dos processos-chave do 4º
critério (Processos). O PDI é um instrumento que propõe que os serviços prestados ao
cliente, desenvolvam a sua autonomia e qualidade de vida, respeitando o projeto de vida,
hábitos, gostos, confidencialidade e privacidade da pessoa. A elaboração do PDI deve
ser adequada às necessidades, hábitos, interesses e expectativas de cada utente, em
que este deve ser único e individual.
Os objetivos do PDI são: conhecer o utente e definir áreas de intervenção a
desenvolver de acordo com as suas necessidades e vivências. Este plano é feito por uma
equipa multidisciplinar após uma avaliação inicial ao idoso. Ver exemplo em anexo.

4 - PAS (Plano de Acompanhamento das Atividades Socioculturais) e Plano


de sessão
O PAS é um instrumento constituído por atividades (estritamente ocupacionais, de
desenvolvimento pessoal e social ou lúdico-terapêuticas e socioculturais), que vão de
encontro às necessidades, expectativas e interesses dos utentes e que visam manter a
pessoa ativa e interessada, favorecendo o seu equilíbrio físico, emocional e social.
Para fazer cada atividade ou plano sociocultural projetado devem ser identificados os
seguintes elementos (todos ou alguns):
- Objetivo, descrição; local de realização; n.º de vezes a realizar; calendarização
semanal, anual e em que horários/períodos do dia deverá ser realizado; recursos

48
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

financeiros, humanos, materiais e parcerias a afetar; tarefas, com respectiva


calendarização e responsáveis internos e externos; responsáveis de execução e
supervisão; capacidade de clientes a abranger; n.º de clientes a abranger; estimativa de
custo.
O PAS deve ter como suporte os objetivos operacionais da resposta, as
necessidades, interesses e potencialidades dos utentes, os PDI, os recursos disponíveis
na comunidade, próxima e alargada e os recursos disponibilizados pelos parceiros,
formais e informais.
O PAS é monitorizado mensalmente através dos registos efetuados pelos técnicos
e/ou colaboradores nos instrumentos criados para o efeito. O PAS é avaliado e revisto
anualmente e/ou sempre que necessário, através do envolvimento de todos os
intervenientes (colaboradores diretos e indiretos, família, utente, outros), com vista a
melhorar a qualidade dos serviços e adequá-los às necessidades e expectativas dos
idosos. O PAS deve ter indicadores quantitativos (nº de ações realizadas, nº de pessoas
presentes, nº de jogos, etc.) e qualitativos (opinião dos técnicos, dos utentes, recortes de
jornais, recordações, etc.). Estes indicadores devem ser estabelecidos logo desde início.
O PAS pode ser dividido em planos de sessão para cada atividade em concreto.
Esta ficha deve conter os dados mais importantes relacionados com a animação (público,
objetivos, material e tempos).
Desta forma vamos seleccionar o público-alvo. Não é aconselhável juntar na
mesma ação idosos autónomos com idosos dependentes, por uma questão de gestão da
animação e para uma melhor interação entre eles. Isto não significa que não estejam os
mais independentes a fazer um jogo e os restantes a assistir ou vice-versa. Se tivermos
um grupo de 12 idosos é preferível dividi-los em grupos mais pequenos (6-6, 8-4 ou 7-5)
de acordo com as suas limitações e interesses.

Exemplo 1
Público-alvo Dependência Número Sexo Idades
Utentes do centro de dia Autónomos 9 2 Homens 64-78
(Grupo A) 7 Mulheres
Nomes: Carolina, André, António, Maria Celeste, Adosinda, Céu, Rosa, Lurdes e

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Elisa.
Obs: A D. Elisa entrou ontem no Centro de Dia. A D. Céu faz hoje 71 anos.

Exemplo 2
Público-alvo Dependência Número Sexo Idades
Utentes do centro de dia Semi- 7 3 Homens 72-81
A (Grupo B) autónomos 4 Mulheres
Nomes: Luís, Ramiro, Garcia, Ana, Maria do Amparo, Natércia e Amélia
Obs: O Sr. Ramiro veio do hospital no Domingo. A D. Amélia tem tido muitas
dificuldades em mexer a mão direita.

Após seleccionarmos os idosos que vão participar na animação, podemos


estabelecer os objetivos da animação, que podem ser contínuos (se fizerem parte de
plano de animação anual ou trimestral) ou pontuais (se forem para uma única atividade).

Tipo de animação Objetivo


Animação Motora Desenvolver os membros inferiores – Sessão 4 (Contínua)

Tipo de animação Objetivo


Animação social Decorar a sala para a Festa de Carnaval (Pontual)

Após delineados os objetivos, vamos selecionar as atividades a realizar, o


material necessário e a duração. Por vezes surge a questão e devemos escolher as
atividades de acordo com o material disponível ou, primeiro, escolhemos as atividades e,
a seguir, angariamos o material. Ambas as soluções são possíveis, tudo depende da
administração da instituição poder (ou querer) disponibilizar os meios necessários e da
capacidade criativa do animador.
Quando, infelizmente, os meios são o “desenrasque-se”, o animador deve fazer
primeiro o inventário. Quando tem os meios necessários o animador tem a possibilidade
de fazer atividades muito mais diversificadas e atraentes.

50
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

O tempo também é muito importante, porque não devemos deixar a animação


prolongar-se no tempo, nem ser demasiado curta. Por experiência própria, acho que
mesmo para grupos de idosos autónomos, uma sessão de animação deve durar entre 60
a 90 minutos. Em instituições, Centro de Dia ou Lares, o aconselhável serão três sessões
semanais para cada grupo. A animação deve ser desejada e ser um momento de lazer e
de quebra da rotina, mas não deve ser um obstáculo à organização pessoal do idoso e
da instituição, daí que estas três sessões normalmente são suficientes.
Partindo do princípio, de novo, que a rotina da instituição está centrada no idoso e
não no seu próprio funcionamento. Porque se o idoso participa regularmente na vida da
instituição, não precisa de mais de duas ou três sessões de animação.

Exemplo 3
Atividade Descrição Objetivo Material Tempo Hora
Roda Em pé, em roda, Motricidade das Bola 15 m 15 - 15.15
os jogadores mãos e dos
passam a bola braços
uns aos outros e Agilidade mental
dizem nomes de
alimentos
Corrida de Em grupos de 2, Motricidade das - Fio 30 m 15.15 -
Garrafas os idosos mãos e dos -Garrafas 15.45
puxam, através pulsos com água
de uma corda, ou areia
as garrafas. (Ver
Jogos)

Ou abreviando:
Atividade Descrição Objetivo Material Tempo

51
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Roda (Ver Jogos) Motricidade das Bola 15 m


mãos e dos braços
Agilidade mental

Corrida de (Ver Jogos) Motricidade das - Fio 30 m


Garrafas mãos e dos pulsos - Garrafas
com água
ou areia

Uma ficha de atividade, pode ser assim:


Centro de Dia Segunda-feira – 2/3/2011 Animadora Paula M.
Público-alvo Dependência Número Sexo Idades
Utentes do centro de dia Autónomos 9 2 Homens 64-78
(Grupo A) 7 Mulheres
Nomes: Carolina, André, António, Maria Celeste, Adosinda, Céu, Rosa, Lurdes e
Elisa.
Obs: A D. Elisa entrou ontem no Centro de Dia. A D. Céu faz hoje 71 anos.
Tipo de animação Objetivo
Animação Motora Desenvolver os membros inferiores – Sessão 4
Atividade Descrição Objetivo Material Tempo
Roda (Ver Jogos) - Motricidade das mãos e - Bola 15 m
dos braços
- Agilidade mental
Corrida de (Ver - Motricidade das mãos e - Fio 30 m
Garrafas Jogos) dos pulsos - Garrafas
com água
ou areia
Tipo de animação Objetivo
Animação Cognitiva Desenvolver o vocabulário

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Atividade Descrição Objetivo Material Tempo


Nome de Cidades (Ver Jogos) - Treino de memória Não é 15 m
necessário

Ou

Centro de Dia Andorinha Segunda-feira – 2/3/2011 Animadora Paula G.


Nomes: Carolina, André, António, Maria Celeste, Adosinda, Céu, Rosa, Lurdes e
Elisa.
Obs: A D. Elisa entrou ontem no Centro de Dia. A D. Céu faz hoje 71 anos.
Público-alvo Dependência Número Sexo Idades
Utentes do centro de dia Autónomos 9 2 Homens 64-78
Andorinha (Grupo A) 7 Mulheres

Tipo Atividade Descrição Objetivo Material Tempo


Animação Roda dos (Ver - Motricidade das - Bola 15 m
Motora alimentos Jogos) mãos e dos braços
- Agilidade mental
Animação Nomes de (Ver - Treino de Não tem 15 m
Cognitva cidades Jogos) memória

Aconselho:
 Manuais de Gestão da Qualidade das Respostas Sociais desenvolvidos pelo
Instituto da Segurança Social

53
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

IV – Atividades

1 - Animação física
Nota: Algumas atividades sugeridas neste capítulo estão muito relacionadas com
procedimentos terapêuticos e/ou de reabilitação e como tal devem ser executadas
por técnicos habilitados. No entanto, estas na sua forma mais simples e como são
apresentadas neste livro podem ser consideradas como atividades de animação.
O nosso corpo é, entre outras coisas, um veículo de sensações. É através dele
que vamos adquirindo a sensibilidade proprioceptiva, ou seja, a noção da nossa
colocação no espaço (ex: quando nos sentamos, sabemos sem olhar onde está a
cadeira).
Com a idade estas capacidades vão-se perdendo, chegando ao ponto de se
perder o próprio esquema corporal, assim como a quantidade de gordura aumenta e a
quantidade de músculos diminui É possível ajudar o idoso a readquirir estas
competências e a prevenir o seu declínio, com exercícios psicomotores, assim como com
atividades de estimulação sensorial.
Comprovadamente podemos diminuir a deterioração física (e, consequentemente,
os seus sinais e sintomas) através de medidas de prevenção de acidentes e da
manutenção da saúde e da realização de atividades mentais e físicas.
A manutenção da atividade física (e mental) representa um desafio e quase um
dever para todos. O exercício físico regular pode aumentar a força muscular e a
resistência muscular; aumentar a flexibilidade; aumentar o fluxo sanguíneo para os
músculos; diminuir lesões musculares; melhorar a coordenação e o equilíbrio, a digestão
e a excreção e, ainda, promover o convívio. Indivíduos com mais de 90 anos podem
conseguir ganhos de força durante um período de treino de 8 semanas (Fiatarone et
al.,1990).
O aumento da força e da capacidade funcional podem melhorar a qualidade de
vida até mesmo de indivíduos com doenças crónicas. Além da perda da força muscular, a
habilidade do músculo para exercer força rapidamente (potência) parece diminuir com a

54
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

idade, esta capacidade é vital e pode servir como um mecanismo protector, por exemplo,
nas quedas. De acordo com o American College of Sports Medicine (1998), a
musculação moderada tem sido prescrita como a atividade mais adequada à terceira
idade, fortalecendo integralmente músculos e ossos.
Para o desenvolvimento das capacidades físicas pode-se aplicar um esquema de
exercícios que visem o desenvolvimento da psicomotricidade. Esta está relacionada com
o processo evolutivo, sendo o corpo a origem das aprendizagens cognitivas, biológicas e
afectivas. É um processo relacional inteligível entre a situação e a ação, entre o estímulo
e a resposta, entre o movimento global e a motricidade fina.
A psicomotricidade, enquanto área de estudo do homem através do seu corpo em
movimento e na sua relação com o mundo, visa essencialmente:
 Mobilizar e reorganizar as funções mentais.
 Aperfeiçoar a conduta consciente e o acto mental.
 Elevar as sensações e percepções a níveis de consciencialização,
simbolização e conceptualização.
 Maximizar o potencial motor, afectivo-relacional e cognitivo.
 Fazer do corpo uma síntese integradora da personalidade.

As melhores atividades motoras, para pessoas mais velhas,


são:
- Marcha (no mínimo 45 minutos sem pausas), musculação
moderada, ginástica, natação, hidroginástica, bicicleta (normal ou
estática), hidrobike (bicicleta dentro de água), yoga, tai chi, pilates,
massagem (passiva e activa) e dança.
De recordar que quando se inicia uma atividade física mais vigorosa, deve-se
fazer alguns exercícios de aquecimento e de flexibilidade, assim como se deve terminar
com exercícios de relaxamento. É fundamental nunca esquecer a hidratação dos idosos.
Estes jogos e exercícios podem e devem ser acompanhados por música. Existem
no mercado cd’s com colectâneas do agrado dos idosos ou pode-se na internet adquirir
músicas e canções e ser o animador a criar a sua própria colecção.

55
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Existem já em muitas das nossas cidades e vilas os parques seniores, que são
espaços com equipamentos de exterior para os mais velhos fazerem ginástica e
exercícios de manutenção.
Outra atividade que alia o exercício físico ao contacto com a natureza é a
jardinagem e a agricultura.

1.1 - 12 Exemplos de exercícios de aquecimento


A maioria pode ser feita por idosos que estejam sentados.

Levantar os pés, para cima e para os lados, um de


cada vez.

Levantar o joelho para cima, levantar a perna para o


lado e equilibrar-se num pé.

Subir e descer uma escada ou um degrau.

Rodar o corpo, sem tirar os pés do chão.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Inclinar o corpo para os lados.

Inclinar o corpo para a frente e a para trás.

Abrir e fechar os braços.

Levantar o braço para a frente, para o lado e para


cima.

Mexer as mãos e os pulsos para a frente, para trás e


para o lado.
Abrir e fechar as mãos.

Mexer os antebraços para cima, para os lados.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Encolher e rodar os ombros.

Inclinar a cabeça para o lado, para a frente e para


cima.

Outros exercícios de aquecimento:

Movimentar o corpo de modos diferentes:


 Só o lado esquerdo.
 Só o lado direito.
 Só a parte superior.
 Só a parte inferior.
 Só algumas partes do corpo (braços, olhos.....).

Manifestar diferentes emoções:


 Alegre/ triste
 Quente/ frio
 Pisar lama
 Sentir a chuva

Simular situações do dia-a-dia (Exercícios de aumento de força):


 Puxar uma corda
 Puxar um carrinho de mão
 Tirar água de um poço.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

1.2 - 31 Exemplos de jogos e atividades


1 - Jogos com arcos
Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global e a agilidade)
Material: Sim (Arcos, pequenos e grandes)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Fazer passar o arco por todo o corpo, entrando pelos pés, subindo pelas pernas e saindo
pela cabeça. Pode-se fazer em círculo com vários participantes e vários arcos.
Variantes:
Pode-se fazer rodar o arco ou
passá-lo a um amigo.

Pode-se tentar enfiar um arco,


mais pequeno num pau ou atirar
estes para um arco maior.

2 - Jogo do pau
Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global e a agilidade)
Material: Sim (Pau, bastão ou vassoura)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Colocar o pau apoiado em dois suportes, passar por cima, saltando ou passando uma
perna de cada vez. A partir de uma certa altura pode-se passar por baixo (jogo do limbo).

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

3 - Corrida das garrafas


Objetivo: Motor (Desenvolver a agilidade e a força nos pulsos e antebraços)
Material: Sim (garrafas com água ou areia, pequeno pau e cordel)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Encher duas ou mais garrafas com água ou areia e fechá-
las. Atar uma ponta do cordel, com um mínimo de 2
metros, na parte de cima da garrafa e atar a outra parte a
um pequeno pau com 30 cm (pode ser uma régua ou uma
colher de pau). Colocar duas pessoas lado a lado e as
garrafas no chão a dois metros de distância. Começar a
enrolar o cordel com os pulsos, de modo a puxar as garrafas. Ganha quem conseguir
puxar a garrafa primeiro. Pode-se aumentar a dificuldade aumentando a distância ou o
peso das garrafas.

4 - Derrubar garrafas ou latas


Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual, Desenvolver a
concentração)
Material: Sim (Garrafas, latas, cheias ou vazias e bola, visga)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Atirar a bola, na tentativa de derrubar o maior número possível de garrafas ou latas, que
estão colocadas a uma distância de alguns metros, no chão (tipo bowling) ou em cima de
uma mesa. Pode-se tentar o mesmo com uma fisga.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

5 – Petanca
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual, Desenvolver a
concentração)
Material: Sim (Bolas especificas para o jogo)
Autonomia: Autónomos ou semi-autónomos
Grupo: Em grupo

Metodologia:
A petanca é um jogo de origem francesa, criado no princípio do século XX. O seu nome
deriva da expressão “pieds tanqués”, que significa pés juntos. Jogada um pouco por toda
a Europa, a petanca foi trazida para Portugal na década de 1980 pelos emigrantes.
É uma atividade de grupo, que se pratica em equipas de número variável de jogadores,
triplas (3x3, com 2 bolas cada um) e duplas (2x2, com 3 bolas cada um) ou
individualmente (1x1, com 3 bolas cada um). O jogo consiste no lançamento de uma
série de bolas metálicas, com o objetivo de ficar o mais próximo possível de uma
pequena bola de madeira (cochonette), lançada previamente por um jogador.

5 – Boccia
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual, Desenvolver a
concentração)
Material: Sim (Bolas especificas para o jogo e rampa)
Autonomia: Autónomos ou semi-autónomos
Grupo: Em grupo

O Boccia é um desporto misto (para homens e mulheres), que pode ser jogado
individualmente, por pares ou por equipas de três
jogadores. É praticado em cadeira de rodas e jogado
principalmente por deficientes ou pessoas com
grandes limitações. Este desporto requer dos
jogadores muita concentração, coordenação,
precisão, trabalho de equipa e estratégia.

61
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

O Boccia é jogado em pavilhão, com marcações próprias para o efeito. O jogo é


composto por dois conjuntos de 6 bolas cada, 1 conjunto de cor vermelha e outro de cor
azul e 1 bola branca (bola alvo). O objetivo do jogo é que o jogador, par ou equipa
coloque o maior número possível de bolas da sua cor o mais próximo da bola alvo. As
bolas podem ser arremessadas com mão, o pé, ou uma calha ou ponteiros (para os
atletas com maiores dificuldades em lançar a bola).
Este jogo é modalidade paraolímpica e Portugal tem alcançado bons resultados neste
desporto.

7 - Basquete
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual e a motricidade
global)
Material: Sim (Bola e cesto)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Atirar uma bola para dentro do cesto, que está colocado a uma distância razoável do
chão, de modo a entrar neste. Pode-se jogar sentado ou em pé.

8 - Baliza
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual e a motricidade
global)
Material: Sim (Bola e baliza, própria ou improvisada)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Atirar a bola para dentro da baliza de modo a entrar. Pode-se jogar sentado ou de pé,
com os pés ou com as mãos e com ou sem guarda-redes.

62
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

9 - Saltar à corda
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação e a capacidade respiratória)
Material: Sim (Corda com um 1,5m)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Individual

Metodologia:
Pegar nas pontas da corda com cada uma das mãos e tentar saltar fazendo a corda
passar por debaixo dos pés. Prender as pontas da corda a uma cadeira e saltar de um
lado para o outro.

10 - Pista de obstáculos ou de atividades


Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação, a motricidade e agilidade)
Material: Sim (Arcos, cordas, bolas, paus, cadeiras, formas, números, etc.)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Criar com os arcos, paus, cordas, bolas, uma pista de obstáculos que levem a pessoa a
fazer vários exercícios motores e ou cognitivos, como passar por cima dos paus, atirar
uma bola, saltar a corda, contornar uma cadeira, responder a perguntas, etc.
Este jogo pode ser utilizado de duas formas, com percursos lúdicos ou com percursos de
atividades de vida diária. Os percursos lúdicos têm por objetivo o desenvolvimento
psicomotor com tarefas divertidas, ou percursos de AVD têm como objetivo treinar ou
melhor as capacidades dos mais velhos em atividades do dia-a-dia como vestir, sair de
casa, fazer compras, abrir portas, subir escadas, etc.
Exemplos:
Percursos lúdicos: Percursos de AVD:
Inicio: Inicio:
1 – Seguir uma linha direita desenhada ou 1 – Levantar de uma cadeira
fita adesiva no chão 2 – Escrever/dizer num papel os

63
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

2 – Dar a volta a uma cadeira ingredientes para fazer uma sopa


3 - Atirar uma bola para dentro de um balde 3 – Abrir e fechar uma porta á chave.
4 – Passar por cima de um pau a 40 cm do 4 – Vestir um casaco.
solo 5 – Dizer as horas a olhar para um
5 – Apanhar do chão os objetos que o relógio
animador pedir 6 – Descascar uma maça
6 – Chutar uma bola para dentro de uma 7 – Comprar uma revista, dando o
baliza improvisada dinheiro certo
7 – Responder a perguntas do animador 8 – Marcar um número indicado no
sobre animais, pessoas, nomes, etc. telefone
8 – Passar o corpo por dentro de um arco

11 – Pegar o bastão
Objetivo: Motor
Material: Sim (Bastão)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual
Metodologia:
Duas pessoas uma em frente á outra com um mão no topo do bastão e a base deste no
chão. À ordem do animador, cada idoso larga o seu bastão e tenta apanhar o bastão do
colega.

12 - Uma mão
Objetivo: Identificação das diferentes partes do corpo. Reconhecer o esquema
corporal.
Material: Não
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Em pé, com a mão direita tocar na nuca, na testa, no nariz, no ombro, no peito, no
cotovelo, na anca, no joelho e no pé. Repetir com a mão esquerda.
Segundo as ordens do animador os idosos devem tocar em si ou nos outros.
- Tocar no nariz
- Tocar no olho esquerdo com a mão direita
- Tocar no joelho direito com o cotovelo esquerdo
- Puxar a orelha esquerda com a mão esquerda
- Tocar com o pulso direito na nuca
etc.

13 - Malha
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual, Desenvolver a
concentração)
Material: Sim (Malhas de ferro ou plástico ou madeira, base de madeira e pino)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo

Metodologia:
As regras da Malha (ou Chinquilho, Petisca ou Fito conforme a região), variam um pouco
de local para local. Aliás a grande dispersão regional de regras e materiais usados no
jogo tem dificultado a realização de torneios nacionais. Aqui apresentamos um exemplo
de regras simplificadas.
Cada equipa será constituída por duas ou mais pessoas. As malhas são normalmente de
ferro, mas podem ser de madeira ou pedra, e devem ter um diâmetro de 10,5 cm e um
peso de 320/330 gramas. Os pinos (ou bintes, chinos, fintos ou mecos) são de madeira e
devem ter uma altura de 20 cm. A distância entre os pinos deve ser de 25 metros. Para
jogar, os parceiros colocam-se cada um junto ao seu pino, de modo a ficarem lado a lado
dois adversários. Os dois primeiros jogadores (adversários) a iniciarem cada partida,
terão cada um duas malhas que lançarão alternadamente procurando derrubar o pino da
outra cabeceira e deixar a malha o mais próximo possível e assim sucessivamente.
Sempre que o pino é derrubado são contados 3 pontos. Depois das quatro malhas

65
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

jogadas, a que ficar mais próximo do pino ganha um ponto. A equipa que primeiro
concluir 20 pontos ganha a partida.

Nota: Existem à venda no mercado caixas com todo o


material necessário para realizar jogos populares ou
tradicionais. (Ex: Jogos do Grupo de Jogos Tradicionais
Alfageme de Santarém)

14 - Passar a bola
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual e mental)
Material: Sim (bola)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

Metodologia:
Uma bola para todo o grupo. O animador joga a bola, diz o seu nome (ou um país, um
fruto, etc.) e, depois, passa a bola com a mão para um colega. Assim, sucessivamente,
cada pessoa joga a bola, diz o seu nome e a passa. Quem deixar cair a bola ou não
disser um nome, perde. Uma variante é atirar a bola ao ar, dizer um nome, a seguir outro
nome, e tentar apanhar.

15 - Jogo do papel higiénico


Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação óculo-manual)
Material: Sim (Rolo de papel higiénico)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Metodologia:
Formar duas filas de pessoas sentadas no chão ou numa cadeira. Entregar ao primeiro
de cada fila um rolo de papel higiénico. Este passa-o por cima da cabeça, e os demais
levantam os braços. Os participantes devem ir desenrolando o papel, até que sobre
apenas o rolo de cartão, que servirá como prova. A fila que terminar primeiro vence.

16 - Fitas de papel
Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global e a agilidade)
Material: Sim (fitas de papel de sede)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Sentados em círculo é dada aos idosos uma fita de papel. De seguida é-lhes pedido que
façam algumas coreografias. Abanar os braços e as fitas com se fossem ramos de
árvores; irem ao centro do círculo (os que puderem) e dar uma volta; fazer uma onda
(levanta-se um idoso de cada vez, à medida que a onda percorre o circulo); etc.

17 - Jogo dos 4 cisnes


Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global e a agilidade)
Material: Sim (fitas de papel de sede)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo

Metodologia:
Cinco grupos. Fitas de papel de seda no centro da sala.
Quatro grupos ocupam os cantos da sala, e o último grupo coloca-se no centro. As pes-
soas deslocam-se em bloco, segurando-se pelos ombros e não pelas mãos. No início do
jogo os grupos estão todos no centro. Ao sinal do animador, cada grupo tenta andar para

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

um canto. O grupo que não conseguir deve posicionar-se no meio, e a cada pessoa do
grupo que ganhou oferece-se um colar ou outra prenda.

18 - Jogo da onda
Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global e a agilidade)
Material: Sim (fitas de papel de seda)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Duplas de frente, formando duas filas. Fitas de papel de cor azul ou branca (pode-se ter
vários tons de azul), simulando o mar. Duas fitas por dupla. Cada participante segura
uma ponta da fita e compartilha-a com o seu par, que se posiciona no outro extremo da
sala. As fitas ficam estendidas, formando "um pequeno oceano".
Fazem-se diferentes coreografias.
 Balanço.
 Marejada: sacudir as fitas, movimentos enérgicos.
 Maremoto: marulho, desenhar todo um círculo, mantendo a distância original
entre ambos os extremos, para a direita ou esquerda (amplitude de movimentos).
 A "onda": subir as fitas, uma a uma, de um extremo ao outro.
 Atirar-se na água: os participantes mantêm as fitas presas por cima da cabeça;
a partir de uma das pontas, as duplas passam por debaixo delas, sucessivamente,
colocando-se no outro extremo da sala.

19 - Jogo dos chapéus


Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade e a respiração)
Material: Sim (chapéus ou pratos)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:

68
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Exercício de respiração com chapéus. De pé, com os pés ligeiramente separados.


Manter o chapéu com as duas mãos, subi-lo até o peito, inspirando e baixá-lo. Voltar a
erguer o chapéu o mais alto possível, estendendo os braços por cima da cabeça. Baixar
os braços afastados, segurando o chapéu com uma das mãos. Voltar a subi-lo pela frente;
uma vez no alto, baixar os braços e o tronco pelo lado direito e subir pelo esquerdo.
Depois, fazer o mesmo começando pelo lado oposto.

20 - Jogo com leques


Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global e a
expressividade)
Material: Sim (leques)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Em duplas: Jogo de espelhos com o leque. Combinar movimentos com os leques
fechados, como se fossem varas, e os outros membros do par com os leques abertos.
Em duplas, com os leques abertos. Fazer passos aeróbicos simples com os leques.
Com o grupo em círculo. O primeiro faz uma proposta, o segundo copia e, depois, todo o
grupo.
Outra alternativa é manter o leque aberto na frente do rosto, mostrar a mão por cima
deste e fazer, com ela, propostas de movimento, como:
- Jogos de mímica.
- Acompanhar uma música divertida.
- Acompanhar sons ou ruídos gravados previamente.

21 - Jogo do anel
Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global)
Material: Sim (Anel e fio com 5 m)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo

69
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Metodologia:
Pega-se num anel e enfia-se no fio que utilizaremos para realizar o jogo.
Uma vez passado o anel, unem-se os dois extremos do fio com um nó, de modo a formar
um círculo suficientemente grande para que todos os participantes possam pegar nela
comodamente com as mãos.
Sorteia-se quem será o jogador que ficará no centro do círculo. Uma vez escolhido, este
ocupa o seu lugar e tapa os olhos, enquanto os restantes fazem deslizar o anel pelo fio.
Depois de fazer o anel deslizar e de o ocultar na mão de um dos jogadores, avisa-se o
companheiro do centro de que pode abrir os olhos.
O jogador que está no centro tentará adivinhar quem oculta o anel. Quando disser
«passem-no», todos fazem movimentos como se o estivessem a passar de uma mão
para a seguinte, contando o compasso até três.
Este jogador pode ordenar que se passe o anel no máximo três vezes, enquanto vigia
para ver quem o tem nesse momento. A cada passagem, pode tentar adivinhar uma vez
quem tem o anel.

22 - Enfiar a caneta na garrafa


Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade global e a agilidade)
Material: Sim (Caneta, cordel e garrafa)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Pegamos numa garrafa, de preferência de vidro grosso, e colocamo-la no solo. Em
seguida, atamos 1 m de cordel a um lápis. O jogador deve atar o cordel à cintura, de
modo que o lápis fique pendurado nas suas costas, à altura dos joelhos. A um sinal do
animador, o jogador tenta meter o lápis na garrafa, sem usar as mãos. Dispõe de dois
minutos para o fazer.
O jogador ganha um ponto cada vez que o conseguir no tempo fixado.

70
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

23 - Pé mágico
Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade dos membros inferiores)
Material: Sim (livro, caneta, pincel)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
Tentar com o pé virar a páginas de um livro ou tentar escrever ou
pintar.

24 - Mãos adivinhas
Objetivo: Motor (Desenvolver a sensibilidade motora)
Material: Não
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

Metodologia:
Colocar os 3 ou mais idosos em fila, de mãos estendidas. Depois um idoso toca nas
mãos dos colegas e tenta fixar os detalhes de cada mão. Em seguida, de olhos fechados
volta a tocar nas mãos dos colegas, que entretanto mudaram de posição, e tenta
adivinhar de quem são aquelas mãos.

25 – Hidroginástica
Objetivo: Motor (Desenvolver a sensibilidade e coordenação motora)
Material: Sim (Piscina, bolas e arcos)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

Metodologia:

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Numa piscina, com 1,5 de altura de água, podem-se fazer vários jogos, com as bolas e
com arcos de modo a exercitar os músculos e a coordenação motora; dançar, fazer
ginástica e ainda andar de bicicleta (hidrobike). A água é um meio excelente para os mais
velhos uma vez que dar uma grande sensação de leveza e permite realizar exercícios
que seriam difíceis no solo.

Hidrobike

26 – Balões
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação e a capacidade respiratória)
Material: Sim (balões e bomba de ar)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individualmente

Metodologia:
Primeiro encher os balões e posteriormente atá-los. Com os balões cheios pode-se fazer
inúmeros jogos tais como: Mexer nos balões com os pés descalços, rodar os balões nas
mãos, passar o balão por debaixo da perna, do braço ou tronco, rodar os pulsos sem
deixar cair os balões, etc. Pode ainda fazer modelagem de balões, com balões especiais
para o efeito.

27 – Força
Objetivo: Motor (Desenvolver a força motora)
Material: Sim (pesos, elásticos, garrafas de água ou areia)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos

72
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Grupo: Em grupo ou individualmente

Metodologia:
Fazer exercícios de treino de força com ou sem pesos e/ou através de repetições
(levantar/sentar numa cadeira, flexão das pernas, puxar elásticos, levantar os braços e
mantê-los assim durante um tempo). Estes exercícios podem ser feitos sentados ou em
pé.
Elevação Lateral dos Membros Extensão de Cotovelo
Superiores (força) (força)
1. Sente-se numa cadeira; 1. Sente-se numa cadeira;
2. Mantenha os pés em total contacto 2. Mantenha os pés totalmente apoiados no
com o chão e afastados na largura dos cão, separados na largura do ombro;
ombros; 3. Levante um braço com o cotovelo curvado,
3. Os braços devem estar estendidos até este ficar apontando para o teto (e a mão
ao lado do corpo; deve estar próxima ao ombro);
4. Eleve os braços lateralmente até a 4. Apoie a mão do braço oposto logo abaixo
altura dos ombros; do cotovelo para dar suporte para o exercício;
5. Mantenha a posição um pouco; 5. Estenda o cotovelo lentamente;
6. Lentamente retorne à posição 6. Mantenha a posição um pouco;
inicial. 7. Flexione o cotovelo lentamente, voltando à
posição inicial;
8. Repita o exercício com o outro braço após
terminar as séries;

28 – Dentro e fora
Objetivo: Motor (Desenvolver a força motora)
Material: Sim (giz)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Individualmente

Metodologia:
Com um giz o animador deve desenhar no chão um quadrado, um círculo, uma linha e
um triângulo de modo que cada figura geométrica acolha todos os idosos. Os idosos
colocam-se atrás da linha e quando o animador dizer “dentro do triângulo” todos vão para

73
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

o triângulo. Pode dividir as pessoas em grupos, “os mais altos para dentro do círculo e os
outros para dentro do quadrado” ou “os mais altos fora do quadrado e os outros dentro”.

29 – Equilibro
Objetivo: Motor (Desenvolver o equilibro)
Material: Sim (diverso)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Individualmente

Metodologia:
Flexão plantar: Mantenha o corpo ereto, segurando-se num apoio para manter o
equilíbrio; Lentamente fique nas pontas dos pés, o mais alto que conseguir (expirando);
Mantenha a posição um pouco; Lentamente desça os calcanhares até o chão
(inspirando).
Percurso do equilíbrio: Montar um percurso com vários obstáculos de equilibro,
exemplos: Andar em cima de colchões, subir escadas sem apoio, andar num trave,
“saltitar” entre espaços (podem ser desenhados no chão ou com arcos), andar sobre
pequenas andas, andar sobre uma linha, fazer o “quatro”, equilibrar-se nas pontas dos
pés, equilibrar-se de cócoras, equilibrar-se num joelho, equilibrar-se num banco baixo,
saltar sobre uma corda ou bastão com 30 cm de altura, etc.
Alguns destes exercícios podem ser feitos de olhos fechados.

30 – Palhinhas
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação e a respiração)
Material: Sim (Palhinhas)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Individualmente

Metodologia:
A soprar nas palhinhas pode fazer os seguintes jogos:
- Soprar um balão no ar para não cair.

74
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

- Empurrar uma pequena bola de plástico até marcar um golo.


- Atirar bolinhas de papel para dentro de um copo.

31 – Fazer nós
Objetivo: Motor (Desenvolver a motricidade fina)
Material: Sim (cordéis)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Individualmente

Metodologia:
Com cordéis ou fios tentar fazer diversos tipos de nós:
Nó corrediço Nó volta-redonda Nó direito

32 – Tocar
Objetivo: Motor (Desenvolver a coordenação)
Material: Não
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Individualmente ou em grupo

Metodologia:

Aconselho:
 Hermógenes, (2002), Saúde na terceira idade, Brasil, Pergaminho
 Lorda, Raul (2001). Recreação na Terceira Idade, Brasil: Editora Sprint.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Neto Francisco, (2009), Manual de avaliação motora para a terceira idade,


Brasil, Artmed.
 Simões, Regina (2007). Hidroginástica, Propostas de exercícios para idosos.
Brasil: Phorte Editora
 Westcott, Wayne, Baechle, Thomas (2001). Treinamento de força para a
terceira idade, Brasil: Editora Manole.

2 - Animação cognitiva (ou animação mental), inclui animação sensorial


Apesar de existirem perdas de capacidades cognitivas com o envelhecimento
esses efeitos podem ser bastante atenuados se o idoso mantiver uma boa atividade
cognitiva e contactos sociais regulares. Em geral, os idosos não diferem muito dos jovens
no que se refere à capacidade de solucionar problemas (OMS, 2005). O declínio das
nossas aptidões cognitivas pode ser prevenido com treino frequente e alguns exercícios
simples.
O exercício mental regular pode aumentar a atividade cerebral, retardar os efeitos
da perda de memória e da acuidade e velocidade perceptiva e prevenir o surgimento de
doenças degenerativas. Inclusive estudos demonstraram que realizar atividades
intelectualmente estimulantes reduz em 47% a possibilidade dos idosos desenvolverem a
doença de Alzheimer13. O consumo de cafeína é também um indutor do aparecimento
desta doença (Maia, 2006).
São mais frequentes os declínios no funcionamento cognitivo provocados pelo
desuso das atividades cerebrais, das doenças (como a depressão e demência), da
medicação e do álcool, dos factores psicológicos e sociais (como a falta de motivação, a
solidão ou a ausência de objetivos), do que do envelhecimento em si.
A animação cerebral tem por objetivo manter a mente ativa, desenvolver algumas
atividades cognitivas e prevenir algumas das consequências do “sedentarismo” metal. Tal
como na animação motora, iremos em seguida apresentar alguns jogos que se podem
utilizar, nomeadamente no treino do vocabulário, da percepção espacial, do cálculo
matemático e abstracto, da memória de curta e longa duração e da memória visual e

13 Estudo realizado entre 1994 e 2001 a 801 idosos, divididos em 40 grupos, nos EUA.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

auditiva. Uma parte importante da estimulação cognitiva é o treino das Atividades de Vida
Diária que pode ajudar o idoso na execução das tarefas diárias em que tem mais
dificuldade.

Exemplos de exercícios para o cérebro:


Individualmente: ler e escrever, desenvolver novas capacidades (pintar,
informática, música, línguas, etc.), jogos de computador, tentar escrever com a mão
contrária, andar de olhos fechados em casa, ir por novos caminhos para casa, etc. Em
grupo podem também ser utilizados jogos de estratégia.
Todos os jogos aqui apresentados podem e devem ser desenvolvidos pelos
animadores, de modo a aumentar ou diminuir a sua dificuldade e espectacularidade.

2.1 - 32 Exemplos de jogos


1 - Lógica
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a agilidade mental)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Diga qual seria a combinação lógica para completar a sequência
ABOP CDQR EFST _____ IJXZ
34D12 45F20 56H30 67J42 ____

Resposta: GHUV e 78M56

2 - Contagem de fonemas
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a agilidade mental e o vocabulário)
Material: Não

Metodologia:
Conta as sílabas das frases. Faça isto de cabeça, sem usar os dedos, em menos de 45
segundos.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

“Há mar e mar, há ir e voltar” (Instituto Socorro a Náufragos)


“Se pudéssemos parar os ponteiros, ao mostrador que marca as horas da vida.” (Berthe
Sylva)
“A maneira segundo a qual nós envelhecemos vai depender da maneira segundo a qual
vivemos”. (Aristóteles)
Variante:
Tentar ler uma frase “O melão e a melancia são frutas do verão” com as sílabas trocadas
“Ome lãoe ame lanci asãofr utasdo ve rão” ou com as letras ao contrário “oãrev od saturf
oãs aicnalem a e oãlem o” ou mais difícil ambos os casos “oã revod saturfoãs aic nalema
eoã lemo”.

3 - Operações aritméticas rápidas


Objetivo: Cognitivo (Desenvolver o raciocínio abstracto)
Material: Não

Metodologia:
Resolva estas 10 equações em 45 segundos, sem escrever ou usar a máquina de
calcular.
4x6 15-6 8+3 2-8 6:3 7x3 14-8 12:4 9+5 10-3

Resposta: 24, 11, 11, -6, 2, 21, 6, 3, 14, 7.

4 - Triângulo matemático
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver o raciocínio abstracto)
Material: Não

Metodologia:
Some o primeiro e o segundo número, e depois o segundo e o terceiro. Some os dois
resultados.

4 + 5 + 3 10 + 12 + 6 8 + 10 + 4

78
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

9 + 8 ____ + _____ _____ + _____


17 ______ _______

5 - Diferenças
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a agilidade mental e perceptiva)
Material: Sim (figuras)

Metodologia:
Descubra as cinco diferenças entre estes dois desenhos:

Resposta: Tamanho dos apoios, desenho na parte da frente, pega, fumo das torradas e
riscos na parte lateral.

6 - Labirinto
Objetivo: Cognitiva (Desenvolver a percepção espacial)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Descubra o caminho mais rápido para sair do labirinto.

79
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

7 - Contar formas
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a agilidade mental)
Material: Sim (figuras)

Metodologia:
Conte em 20 segundos o número de quadrados na figura.

Resposta: 9

8 - Descobrir a cidade
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a percepção espacial)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Escolha as letras que estão na junção das palavras e descubra o nome de uma cidade
europeia.
M
S A L A T E N A S

80
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

U C
T I R O S A
S A C
B O L O
Ã
O

Resposta: Lisboa

9 - Palavras ao contrário
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a agilidade mental e o vocabulário)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Descubra quais são as seguintes palavras, que estão escritas ao contrário:
Olemram, Etsixe; Oãiva, Atsinipla, Arbmioc, Rotcart
Resposta: Marmelo, Existe, Avião, Alpinista, Coimbra, Tractor.

10 - Texto em falta
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a memória)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Leia o texto e passados dois minutos tente completar o texto.
Texto integral: “No dia seguinte, na estação de Santa Apolónia, Ega, que viera
cedo com o Vilaça, acabava de despachar a sua bagagem para o Douro, quando avistou
Maria, que entrava trazendo Rosa pela mão. Vinha toda envolta numa grande peliça
escura, com um véu dobrado, espesso como uma máscara: e a mesma gaze de luto
escondia o rostozinho da pequena, fazendo-lhe um laço sobre a touca. Miss Sara, numa
ulster clara de quadrados, sobraçava um maço de livros.

81
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Atrás o Domingos, com os olhos muito vermelhos, segurava um rolo de mantas,


ao lado de Melanie carregada de preto, que levava "Niniche" ao colo. Ega correu para
Maria Eduarda, conduziu-a pelo braço, em silêncio, ao vagão, que tinha todas as cortinas
cerradas. Junto do estribo ela tirou devagar a luva. E muda, estendeu-lhe a mão.
- Ainda nos vemos no Entroncamento - murmurou Ega. - Eu sigo também para o
Norte.
Alguns sujeitos pararam, com curiosidade, ao ver sumir-se naquela carruagem de
luxo, fechada, misteriosa, uma senhora que parecia tão bela, de ar tão triste, coberta de
negro. E apenas Ega fechou a portinhola, o Neves, o d' "A Tarde" e do Tribunal de
Contas, rompeu de entre um rancho, arrebatou-lhe o braço com sofreguidão!” in Os
Maias de Eça de Queiroz.

Texto com espaços: “No dia seguinte, na estação de Santa Apolónia, Ega, que
viera cedo com o _________, acabava de despachar a sua bagagem para o Douro,
quando avistou Maria, que entrava trazendo Rosa pela mão. Vinha toda envolta numa
grande peliça escura, com um véu dobrado, espesso como uma máscara: e a mesma
gaze de luto escondia o rostozinho da pequena, fazendo-lhe um laço sobre a touca. Miss
Sara, numa ulster clara de quadrados, sobraçava um maço de ________.
Atrás o Domingos, com os ________ muito vermelhos, segurava um rolo de
mantas, ao lado de Melanie carregada de preto, que levava "Niniche" ao colo. Ega correu
para ________ Eduarda, conduziu-a pelo braço, em silêncio, ao vagão, que tinha todas
as cortinas cerradas. Junto do estribo ela tirou devagar a luva. E muda, estendeu-lhe a
mão: - Ainda nos vemos no ____________ - murmurou Ega. - Eu sigo também para o
Norte.
Alguns sujeitos pararam, com curiosidade, ao ver sumir-se naquela carruagem de
luxo, fechada, misteriosa, uma senhora que parecia tão bela, de ar tão triste, coberta de
negro. E apenas Ega fechou a portinhola, o Neves, o d' "A Tarde" e do Tribunal
________, rompeu de entre um rancho, arrebatou-lhe o braço com sofreguidão!” in Os
Maias de Eça de Queiroz.

11 - Jogo dos sons

82
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a memória auditiva.)


Material: Sim (gravador e leitor)

Metodologia:
Distribua o texto pelas pessoas e a seguir faça os sons para que as pessoas consigam
completar o texto.
Texto para o idoso: “Chegou a casa de ____________. A _________ abriu-se e
a Sr. Emília colocou o saco de compras em __________. Pegou numa faca e começou a
_________ os legumes para o jantar, mas deixou cair a ________ e perdeu-se o jantar.
Ficou triste.
De repente, ____________, era a sua amiga Ana a convidá-la para jantar. Que
sorte. Vai para a casa de banho e ____________ . Toma banho.
Desce as escadas e ouve uma ___________. Sai de casa e vai ter com a amiga,
quando se lembra que deixou a ____________ ligada. Volta atrás apaga a luz e dás
umas festinhas no ____________ e finalmente vai jantar.”
Texto para o animador: “Chegou a casa de (som de um carro). A (som da porta)
abriu-se e a Sr. Emília colocou o saco de compras em (cima da bancada). Pegou numa
faca e começou a (cortar) os legumes para o jantar, mas deixou cair a (panela) e perdeu-
se o jantar. Ficou triste.
De repente, (toca o telefone), era a sua amiga Ana a convidá-la para jantar. Que
sorte. Vai para a casa de banho e (som da água). Toma banho.
Desce as escadas e ouve uma (buzina). Sai de casa e vai ter com a amiga,
quando se lembra que deixou a (televisão) ligada. Volta atrás apaga a luz e dás umas
festinhas no (gato) e finalmente vai jantar.”

12 - Escola de música
Objetivo: Cognitiva (Desenvolver o raciocínio abstracto e a memória)
Material: Sim (papel)

Metodologia:

83
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Atribua um som (ex: palmas) ou música a um símbolo, por exemplo: um triângulo (). E,
depois, outro som (sino) a outro símbolo, um circulo () e, de seguida, outro som (Piu-
piu) a outro símbolo, cruz (X) e assim sucessivamente.
Depois escreva, no quadro ou num papel uma “música” com os símbolos, ex:
XXX. Os idosos devem tentar ler a música e reproduzir os sons. Pode
também fazer o jogo ao contrário. O animador faz os sons e os idosos tentam escrever
os símbolos, de imediato ou após 2 minutos.

13 - Carta de amor
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver o vocabulário)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Escreva uma carta de amor sem utilizar as seguintes palavras ou palavras da mesma
família:
- Amor, paixão, coração, emoção, saudade, sexo, sentimento, enamorado, amantes,

namorados, peito, corpo, fantasia, sensual, mulher, homem, rapaz, rapariga, alma, desejo,

prazer, ilusão, alegria, doce, doçura, querida, felicidade, carinho, afecto, querido e

tristeza.

Variante: Escrever uma pequena história, 10 linhas, que contenha algumas palavras
obrigatoriamente. Por exemplo, uma carta sobre o mar que tenha as palavras: Motor,
açúcar, maçãs, ternura e impressora.

14 - Memorizar a roupa
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a memória visual)
Material: Não

Metodologia:
84
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Coloque dois idosos (ou quatro, seis, etc.) frente a frente. Cada um deve observar bem o
outro, a seguir vire-os costas com costas, de modo que não possam ver-se e faça-lhe
perguntas sobre a roupa (de que cor é a camisa, se tem cinto ou não, se tem brincos, se
tem atacadores, etc.). Ganha o que acertar mais perguntas.

15 - Sudoko
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver o raciocínio abstracto)
Material: Sim (papel)
Metodologia:
Jogo de origem japonesa. Deve preencher todos os quadrados da grelha fazendo com
que cada fila, cada coluna e cada um dos quadrados de três casas por três contenha
todos os números de 1 a 9, sem repetições ou omissões.
9 1 3 7 8 5
7 1 2 8 3
8 6 3 9 7 2 1
7 5 6 3 1 4
1 7 4 5 2
9 4 5 1 8 3
4 6 7 2 1 8
8 6 1 5
2 9 4 8 5 6 7

Resposta:
9 4 2 1 3 6 7 8 5
5 7 1 2 4 8 3 9 6
8 6 3 9 5 7 4 2 1
7 2 5 8 6 3 1 4 9
1 3 8 7 9 4 5 6 2
6 9 4 5 2 1 8 7 3
4 5 6 3 7 2 9 1 8

85
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

3 8 7 6 1 9 2 5 4
2 1 9 4 8 5 6 3 7

Outros quebra-cabeças japoneses: Hitori, Kakuro, Katuvu e Hanjie.

16 - Palavras cruzadas
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver o raciocínio abstracto e o vocabulário)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
As palavras cruzadas foram inventadas no século XIX e publicadas pela primeira vez,
num jornal, a 21 de Dezembro de 1913 no New York World (EUA). Descubra as letras e
palavras que faltam no quadro, de acordo com as sugestões indicadas:
1 2 3 4 5 6
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11

Horizontais: 1 - Catres; 2 - Conjunção de alternativa; 3 - Período de tempo; 5 - Produzir


sons; 6 - Objecto para dormir; 7 - Soltam pios; 8 - Arrasa; 9 - Magoa; 10 - Protelar; 11 -
Parte dura do corpo (pl.).
Verticais: 1 - Calosidade (pl.), recompensa; 2 - Irado; 3 - Retirar; 4 - Latadas; 5 - Dormitar,
liquido que se extrai do sangue; 6 - Expressão de dor.

Resposta:

86
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

1 2 3 4 5 6
C A M A S 1
A U O 2
L A N O 3
O S O 4
S O A R 5
C A M A 6
P I A M 7
A R R A S A 8
G A D O I 9
A D I A R 10
O S S O S 11

17 - Sopa de letras
Objetivo: Cognitiva (Desenvolver a agilidade mental)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Procure e marque na diagonal, horizontal ou vertical as seguintes palavras:
- Avestruz, Leão, Pato, Formiga, Rato, Asa, Gaio.

A T Y A B U I O J L
T A V E S T R U Z E
D F A F E A H D U A
L O P E C L X S A M
I E N F O R M I G A
A R Ã D E A U A A I
O G C O C T A O I S
P O P A T O C P O B

Resposta:
87
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A T Y A B U I O J L
T A V E S T R U Z E
D F A F E A H D U A
L O P E C L X S A M
I E N F O R M I G A
A R Ã D E A U A A I
O G C O C T A O I S
P O P A T O C P O B

Resposta: Marmelo, Existe, Avião, Alpinista, Coimbra, Tractor.

18 - Stop
Objetivo: Cognitiva (Desenvolver a memória e o vocabulário)
Material: Sim (papel)

Metodologia:
Descubra, antes dos outros, nomes ou objectos dos seguintes itens, que se iniciam todos
pela mesma letra. Cada jogador ou equipa deve ter um quadro igual. O animador vai
dizendo a letra pela qual começa o jogo. Quando a primeira equipa terminar o jogo, este
acaba para todos. Quem acertar recebe 10 pontos, quem tiver o mesmo nome que outro
jogador recebe só 5 pontos e se só um jogador ou equipa acertar num item ganha 20
pontos. A equipa que após algumas sessões tiver mais pontos ganha.

Letra Pessoas Cidades Animais Plantas Objectos Cores


B Ex: Beatriz Braga Barata Begónia Brinco Branco
P Ex: Paulo Porto ------ Pepino Prego Preto

19 - Sinónimos

88
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Objetivo: Cognitivo (Desenvolver o vocabulário)


Material: Não

Metodologia:
Dê uma lista de palavras e os idosos têm que dizer outras palavras sinónimas ou opostas.

Alto Grande Pequeno


Glorioso Nobre Fracasso
Fulminante Rápido Lento

Variante:
Dê aos idosos algumas palavras menos frequentes (ex: Debelar, Expedir, Cingel, Pecúlio)
e peça para escreverem um pequeno texto. No fim revele o verdadeiro significado das
palavras (ex: Combater, Enviar, Junta de Bois, Poupança) e leia os textos.

20 - Fila de objectos
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a memória visual)
Material: Sim (vários)

Metodologia:
Coloque em cima da mesa, vários objectos (ex: livro, maça, vaso, chapéu, relógio, etc.).
Deixe os idosos observarem bem a disposição destes. Depois sem eles verem mude a
ordem dos objectos ou retire alguns e pergunte qual a diferença.

21 – Fotocópia / Espelho
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a memória visual)
Material: Sim (papel e caneta)

Faça um desenho ou apresente um e peça para os idosos reproduzirem o mesmo


desenho, sem o verem. Veja as diferenças entre o original e a cópia.
Variantes:

89
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

a)Peça a uma pessoa para descrever o desenho e os outros desenham de acordo com
as pistas.
b) Um idoso faz um gesto e o(s) outro(s) imitam-no. Pode-se jogar com objetos como
livros, balões ou bolas.

22 - Mapa
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a percepção espacial)
Material: Sim (Mapas)

Consiga um mapa da Europa, de Portugal, do concelho ou da cidade e peça aos idosos


para encontrarem um país, uma cidade, uma rua, um lago ou um rio.

23 - Nim
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a agilidade mental)
Material: Não

Faça diversas perguntas a uma pessoa, num determinado período de tempo, e durante
este tempo ela não pode responder nem sim nem não.

24 - Puzzle
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a agilidade mental e a percepção espacial )
Material: Sim (Cartões, puzzles, jogos de encaixe 1 ou 2 Tangram)

Recorte em cartolina ou cartão um quadrado, rectângulo ou um triângulo em várias


partes (quanto mais partes, mais difícil se torna) e peça aos idosos para reconstruírem a
figura original. Pode ter ou não uma imagem associada (ver exemplo).
Podem-se usar jogos de encaixe, jogos de construções, jogos de lógica e usar puzzles já
feitos incluísse o “Tangram” (puzzle chinês muito antigo, constituído apenas por sete
polígonos (cinco triângulos, um
quadrado e um paralelogramo) e com

90
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

o qual se podem fazer milhares de figuras.


Tangram

25 – Estórias loucas
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a criatividade e vocabulário)
Material: Não

Comece a contar uma estória e peça a cada idoso para a continuar, oralmente ou por
escrito, de modo a que todos participem na construção do conto.
Variante: Escolha uma letra e invente uma estória em que tudo começa por essa letra. Ex:
C – O Carlos, que era cantor, vivia em Cascais e era casado com a Carla e tinham um
carro Citroën castanho.

26 – Desenhos criativos
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver a criatividade e o desenho)
Material: Sim (Papel)

Faça uns rabiscos numa folha e peça aos idosos para que a partir desse desenho façam
uma figura livre ou relacionada com um tema (Ex: de dois riscos fazer uma mapa).

27 – Parque geriátrico ou terapêutico


Objetivo: Cognitivo (Desenvolver os sentidos do tato, audição, olfato e
orientação)
Material: Sim (equipamento diverso)

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Os jardins sempre foram um local de eleição para passear, descansar, estar em contacto
com a natureza e realizar atividades lúdicas ou desportivas. Ultimamente tem surgido
jardins e parques com fins terapêuticos para ajudar doentes e/ou idosos.
As principais características desses espaços são os pisos serem antiderrapantes, lisos e
fáceis de caminhar e os passeios largos e com espaço para caminhar lado-a-lado.
Também devem ter pontos para descanso ou meditação, de preferência perto de uma
fonte ou outro lugar de água corrente. Devem conter uma mistura de plantas medicinais,
aromáticas e ornamentais, assim como áreas de atração para pequenos animais
(pássaros, borboletas, abelhas, peixes, etc.). O objetivo é desenhar um ambiente capaz
de despertar os sentidos, onde o canto dos pássaros e o som da água corrente,
despertem a visão, a audição e o olfato, provocando o que os especialistas chamam de
distração positiva. A ideia de criar estes espaços surgiu da observação de que a saúde
física e mental é influenciada por aspetos do ambiente físico, como sua luz natural,
espaço ou som. Podem ter outros equipamentos e ornamentos.
Podemos elencar alguns desses tipos de jardim:
- Parques seniores: São constituídos por um conjunto de
equipamentos de exterior para uso lúdico e desportivo,
semelhantes aos parques infantis, adaptados para adultos e que
permitem o seu uso durante todo o ano. Costumam estar
colocados em jardins ou parque públicos. Ver foto.
- Jardins urbanos ou de casa: Pequenos jardins ou hortas que
são criados em vasos ou outro recipientes em pequenos espaços
urbanos (pátios, varandas, marquises), que mesmo sendo
limitados no espaço podem produzir muitas flores, ervas aromáticas ou legumes. Podem
servir como espaços de convívio, de decoração ou para alimentação.
- Jardim geriátrico: Jardim,
normalmente situado num lar ou centro
de dia, onde os idosos podem andar á
vontade e usufruir da natureza do
espaço. Normalmente estão equipados
com equipamento de terapia ou

92
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

reabilitação e estimuladores sensoriais (vasos com flores e ervas aromáticas,


normalmente a 1,5 m de altura para facilitar o toque (canteiros sobrelevados); jogos
musicais e de água; pisos com texturas diferentes, etc. Ex: Unidade de Cuidados
Continuados da Santa Casa da Misericórdia de Mora ou do Complexo Geriátrico “La
Milagrosa” na Corunha (Espanha).
- Healing Gardens (jardins de cura ou terapêutico): Estes jardins são construídos ao
ar livre ou em átrios e solários dos hospitais ou clínicas, para serem frequentados pelos
técnicos, doentes e familiares. Nestes jardins, enfermeiros, médicos e terapeutas
ocupacionais orientam seus pacientes no uso terapêutico do jardim, que pode ser mais
vocacionado para o recolhimento/ meditação ou para a fisioterapia ou ambos, inclusive
as consultas podem ser feitas nestes espaços. Ex: Jardim Terapêutico Sensorial do
Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva no Hospital Garcia de Orta em
Almada.
- Jardim dos sentidos: Jardim ou percursos na natureza que estimulam os sentidos e
provocam diferentes sensações. Ex: Percurso Ecosensorial da Pia do Urso na Batalha.
- Hortas pedagógicas: Espaço onde são cultivadas plantas alimentares e outras e
criados animais domésticos com o intuito de aproximar as pessoas da natureza e de
divulgar as ciências da natureza, a biologia e as tradições rurais. Normalmente são
suportadas por um projeto científico e pedagógico. Espaço excelente para atividades
intergeracionais. Ex: Horta Pedagógica de Guimarães ou a Quinta Pedagógica dos
Olivais em Lisboa

28 - Animação sensorial
Objetivo: Cognitivo (Desenvolver os sentidos do tacto, audição e olfacto)
Material: Sim (Vários)
Autonomia: Semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individualmente

Metodologia:

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Jogo Objetivo Material


Cubo de encaixe  Desenvolver o tacto  Cubo
 Estimular a noção de forma
Identificar cheiros e  Desenvolver o olfacto e o  Açúcar
sabores paladar  Canela em pau
 Dar a conhecer o mundo de  Canela em pó
outra forma  Erva doce
 Farinha
 Pimenta
 Sal

Identificação de sons  Identificar sons do dia-a-dia  CD


 Conhecer o mundo através da  Leitor de CD e rádio
audição
 Desenvolver a audição

Dominó táctil  Desenvolver o tacto  Jogo de


 Dar a conhecer o mundo descriminação
através do tacto sensorial, em que
cada textura
diferente está
associada a uma cor.

Identificação de objetos  Identificar através do tacto,  Botão


objectos utilizados no dia-a-dia  Caneca
 Estimular a independência  Caneta
 Copo
 Escova
 Faca
 Garfo
 Jornal
 Prato

29 - Animação sensorial (snoezelen)


Objetivo: Relaxamento e estimulação sensorial

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Material: Sim (Vários)


Autonomia: Dependentes
Grupo: Individualmente

A técnica de Snoezelen (Estimulação multi-sensorial) refere-se à interação com


indivíduos, como idosos com demências e grandes dependentes, cujas capacidades
cognitivas se encontram francamente diminuídas, através da estimulação e integração
sensorial.
Com o Snoezelen pretende-se “tocar” os indivíduos através da estimulação dos cinco
sentidos e das emoções que desperta. Luzes psicadélicas, bola de cristal, lâmpada
aromática, camas de água e colunas borbulhantes, num ambiente "Chill Out" (de
relaxamento), são alguns dos componentes de uma sala para despertar os sentidos.
Para os jogos existem as piscinas de bolas e um mural tátil, coberto de objetos em
diferentes materiais e formas destina-se a estimular o toque. Um puff de microbolas, um
colchão de massagens, uma cama de água e almofadões proporcionam o máximo
conforto.
Requer a criação de um ambiente agradável e isolado das atrações exteriores, bem
como de uma relação empática e segura entre o idoso e o técnico que o acompanha. A
duração e qualidade do estímulo varia de indivíduo para indivíduo e tem de ser
permanentemente monitorizada.
Neste ambiente é possível verificar que o indivíduo com demência se acalma,
demonstrando menos receios em relação ao que o rodeia. Tal como em todas as
atividades desenvolvidas com pessoas com demência, a história de cada um, os seus
interesses, o seu percurso, são extremamente importantes, não só para a relação
terapêutica que se estabelece, mas também para a selecção dos estímulos adequados
ao longo de cada sessão.
O Snoezelen foi inicialmente desenvolvido para deficientes, mas actualmente é também
utilizado com outras pessoas, nomeadamente idosos, e deve ser realizado por técnicos
especializados.

30 - Animação sensorial (aromaterapia)

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Objetivo: Estimulação sensorial


Material: Sim (Vários)
Autonomia: Semi-autónomos e Dependentes
Grupo: Grupo ou Individualmente

A Aromaterapia, termo atribuído pelo seu fundador, o químico francês René-Maurice


Gatefosse, consiste na utilização de essências de óleos extraídos de plantas, tendo em
vista melhorar a nossa saúde e bem-estar.
Assim, como cada planta possui propriedades específicas para o tratamento de
determinadas doenças, as essências de óleos também têm o seu aroma e propriedades
terapêuticas específicas. Existem óleos para todos os fins: calmantes e relaxantes e
outros, pelo contrário, estimulantes e revigorantes.
A aromaterapia pode ser usada como estimuladora do olfacto dos mais velhos,
principalmente daqueles que têm dificuldade de locomoção e/ou de visão.

31 - Animação sensorial (cromoterapia)


Objetivo: Estimulação sensorial
Material: Sim (Vários)
Autonomia: Semi-autónomos e Dependentes
Grupo: Grupo ou Individualmente

A cromoterapia envolve o envolvimento da pessoa em raios coloridos de modo a


provocar diversas sensações. Nós estamos constantemente rodeados pela cor, nas suas
múltiplas manifestações. Estas têm o poder de evocar os nossos sentimentos e as
nossas recordações, possuindo uma linguagem própria. Usada como uma energia, a cor
tem o poder de acalmar, excitar, inspirar, equilibrar, manipular, criar um estado de
harmonia e curar. Actua sobre os três níveis do nosso ser - corpo, mente e espírito.
De uma forma geral o vermelho é uma cor energizante, viva, quente; O laranja é uma cor
alegre e funciona com anti-depressivo; O amarelo é uma cor positiva, excitante e
estimulante; o verde é uma cor que transmite equilíbrio e harmonia e o azul é uma cor
relaxante, fria e calma e o violeta é calmante e purificadora.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A animação pela cor pode ser realizada através de lâmpadas coloridas, roupas ou
desenhos e pinturas com determinadas cores.

32 - Animação sensorial (musicoterapia)


Objetivo: Estimulação sensorial
Material: Sim (Vários)
Autonomia: Semi-autónomos e Dependentes
Grupo: Grupo ou Individualmente

De acordo com a definição da Federação Mundial de Musicoterapia, "a Musicoterapia é a


utilização da música e/ou de seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um
musicoterapeuta qualificado, num processo sistematizado de forma a facilitar e promover
a comunicação, o relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressão, e
organização de processos psíquicos de um ou mais indivíduos para que ele(s) recupere
as suas funções, desenvolva(m) o seu potencial e adquira (m) melhor qualidade de vida”.
A intervenção envolve atividades musicais que podem ser podem ser feitas
individualmente ou em grupo, num processo planificado e continuado no tempo, levado a
cabo por profissionais com formação específica.
A Musicoterapia é uma terapia auto expressiva com forte incidência nas funções
cognitivas e proporciona aos idosos o contacto com o seu poder criativo, com as suas
potencialidades, memórias e histórias de vida, fortalecendo assim a identidade de cada
indivíduo. Contribui também para conservar a estabilidade emocional/ factos dolorosos
da vida (perda de familiares e amigos), evita o aparecimento de quadros depressivos e
retarda a evolução de processos demenciais, “Henry, que sofre de Alzheimer, é
primeiramente visto na sua cadeira de rodas sem responder a nenhuma questão.
Contudo, depois de lhe ser entregue um iPod cheio de músicas e grandes êxitos dos
seus tempos de juventude, Henry rejuvenesce14.”

14
Documentário “Alive inside” de Michael Rossato-Bennett (2012) in
www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2416297&page=-1

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Algumas atividades que podem ser desenvolvidas na musicoterapia são Ritmos com
instrumentos; Improvisações rítmicas, Repetições rítmicas; Memorização rítmica; Sons e
voz.
Simplesmente ouvir música é uma excelente forma de estimulação cognitiva e pode ser
associado ainda á educação musical se o animador for apresentado aos idosos diversos
tipos de música com os quais eles não estão familiarizados.

Aconselho:
 Jacob, Luis et al (2012), Estimulação cognitiva para idosos, RUTIS.
 Martins, Amélia (2011), Snoezelen com idosos, Sitio do Livro
 Nunes, Belina; Pais, Joana (2007), Doença de Alzheimer, I e II. Exercícios de
estimulação, Lidel.
 Poncin, Monique (2005). Ginástica cerebral para um cérebro novo, Arte de
Viver, Mem Martins: Editora Europa-América.
 Ricci, M. (2010). 1000 Testes e jogos de inteligência, Sintra: Editora Girrasol.
 Vários, (2010), Treina o teu cérebro, Livraria Civilização Editora
 Revistas de jogos e quebra-cabeças que se podem encontrar em qualquer
livraria ou quiosque.
 Conjunto de três caixas de Jogos Seniores (Só
por gestos, Cubos Lógicos e Quem sabe, sabe) de Rita
Teles produzido pela Majora.
 www.snoezelen-idosos.com

3 - Animação através da expressão plástica


A animação expressiva plástica visa proporcionar ao idoso a possibilidade de se
exprimir através das artes plásticas e dos trabalhos manuais.
Com este tipo de animação pretende-se que o idoso possa dar largas à sua
imaginação e criatividade através das várias formas de expressão, como sejam a pintura,
escultura, desenho, etc. As atividades de expressão têm ainda a vantagem de
desenvolverem a motricidade fina, a precisão manual e a coordenação psicomotora.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Por requerer algum tipo de equipamento específico, nem sempre é dado a


possibilidade aos idosos de poderem experimentar estas técnicas, no entanto é possível
realizar quase todas as atividades recorrendo a materiais simples e mais acessíveis.

Exemplos de atividades:
3.1 - Escultura
Objetivo: Expressão
Material: Sim (Barro, plasticina, gesso, madeira, pasta de papel*, massa de
biscuit**, massas polímeras e instrumentos)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individualmente

Metodologia:
Utilizando estes materiais deve-se começar por ensinar aos idosos alguns cuidados e
técnicas básicas do uso destes, de seguida os “artistas” começam a trabalhar livremente
ou seguindo um plano estabelecido pelo animador. O trabalho em barro ou em cerâmica
tem, por vezes necessidade de ser cozido num forno ou numa mufla.

* Fazer pasta de papel:


Material necessário: Folhas de papel ou de jornal, Cola para papel-de-parede ou cola
branca, água, tintas/corante (facultativo) e alguidar.
Procedimento: Cortam-se pedacinhos de papel e cartão (de embalagens fininhas) para
dentro de um alguidar. Junta-se água quente e deixa-se de molho até o papel se
desfazer. (Se houver ainda pedaços muito grandes, triturar.) Com a mão, retira-se o
papel amolecido para dentro de um pano. Aperta-se bem o pano para que toda a água
saia. Coa-se a água do alguidar com um passador, aproveitando-se assim todos os
pedacinhos de papel. Coloca-se a massa de papel num recipiente e junta-se um pouco
de cola de madeira (branca). Amassa-se bem e utiliza-se de imediato.
Dica: depois de moldada, mas ainda húmida, cubra a pasta de papel com um pouco de
pó de gesso. Desta forma, a superfície ficará mais macia e obterá um acabamento mais
perfeito. Pode juntar-se tinta ou corante a mistura se quisermos dar cor à pasta.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

** Fazer Massa de biscuit, esta massa é também conhecida por porcelana fria (pelo
facto de secar muito rápido em contacto com o ar e não precisar de ser cozida no forno)
é usada geralmente para a confecção de jóias, brindes e artesanato em geral.
Procedimento: 2 chávenas de chá de amido de milho; 1 chávena de chá de cola branca;
1 colher de sopa de vaselina líquida ou óleo de cozinha; 1 colher de sopa de sumo de
limão ou vinagre branco; 1 colher de sopa de creme para as mãos (não gorduroso).
Misture tudo e está pronto. Use o creme de mãos para amassar a massa. Durabilidade
da massa: 1 mês num saco plástico sem ar.

3.2 - Pintura
Objetivo: Expressão
Material: Sim (Tintas, papel, canetas, tela, pincéis, modelos, etc.)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual
Metodologia:
A pintura pode ser realizada com e em diversos meios:
- Em tela com pincéis e tintas de óleo, acrílicas ou de esmalte.
- Em parede ou muros com pincéis e tintas plásticas ou de água.
- Em tecido com pincéis e tintas para têxteis.
- Em vidro, com tintas e pigmentos próprios para vitrais.
- Em azulejo com pincéis e tinta para cerâmica.
- Em papel ou tela com pincéis, canetas ou lápis de carvão ou cera.
- Em papel seguindo um molde (Pintura por números)
- Em modelos de barro, gesso, pasta de papel, madeira, etc. com pincéis e tintas.

3.3 - Tapeçaria e bordados


Objetivo: Expressão
Material: Sim (lã, algodão, feltro, trapilho, agulha, tear, tecido, etc.)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Metodologia:
A tapeçaria e os bordados podem ser executados com diversos materiais:
- Com lãs, de diferentes tamanhos e cores, agulhas, tecidos (Sarja, lã, sintéticos) e com
ou sem tear. O trabalho mais frequente é a tapeçaria tipo de “Arraiolos”.
- Para os bordados e rendas podem-se utilizar bastantes técnicas (Ponto cruz, de Nisa,
de Castelo Branco, com 3 ou 5 agulhas, etc.).
- Pode-se também fazer vários trabalhos como sacos, bolsas ou tapetes com “trapilho”.
- O feltro é uma material fácil de utilizar e que permite várias aplicações e efeitos,
inclusive existem vários modelos pré-recortados que podem utilizados.
Este tipo de atividade deve ser feito em locais bem iluminados.

3.4 – Colagens e recortes


Objetivo: Expressão
Material: Sim (cola, moldes, tesouras e todo o tipo de material)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individualmente

Metodologia:
As colagens podem ser realizadas com os vários materiais e superfícies, tendo em conta
que cada cola tem uma finalidade própria (cola de madeira, cola branca, cola super-forte,
etc):
- Colagens com recortes de revistas, livros e jornais.
- Colagens com massas alimentícias secas e leguminosas cruas (feijão, grão, etc.).
- Colagens com restos de madeira, botões, serradura, lãs, tecidos, etc.
- Colagens com guardanapos / Découpage
- Stickers (imagens em vinil autocolantes) ou stencil (moldes ou estampas de imagens)

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Há máquinas que permitem cortar, moldar e criar


texturas em vários tipos de papel, esponja, feltro, tecido,
couro, magnet em folha, plástico, vinyl, estanho, folhas
de alumínio, madeira de balsa, etc, até 4mm de
espessura. São máquinas manuais, pequenas e de fácil
utilização. Na foto a Sizzix Big Shot Machine.
Também se pode utilizar um pirografador para gravar desenhos ou letras em madeira.

3.5 – Dobragens / Origami


Objetivo: Expressão
Material: Sim (vários tipo s de papel)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individualmente

Metodologia:
Todos nos lembramos de fazer “aviõezinhos” ou “barquinhos” de papel, que não eram
mais do que dobragens em folhas de papel. Esta atividade é semelhante e permite
realizar várias figuras apenas com papel e dobras, sem cola ou agrafos. Podem-se fazer
figuras muito simples até verdadeiras obras de arte.
Origami (do japonês “oru” - "dobrar", e “kami” - "papel") é a arte tradicional e secular
japonesa de dobrar o papel, criando representações de determinados seres ou objectos
com as dobras geométricas de uma peça de papel, sem cortá-la ou colá-la.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Fonte: www.coracaodeovelha.net

Aconselho:
 Ferraz, Marcelli et al (2009), Terapias expressivas integradas, Tuttirév.
 Ferraz, Marcelli et al (2011), Educação Expressiva, Tuttirév.
 Revistas de artes decorativas, bricolagem, artesanato ou artes, como a “Faça
Fácil”, “Belas ideias”, “Crochet” ou “Arte Nova” todas da Tuttirev Editorial; “Passo
a Passo” de Paula Mendes; “Artes decorativas” da Editorial Nascimentos, “Mãos à
arte” da Escola Editora ou “Pinceladas” e “Cortar&coser” da Magnaterra.

4 - Animação através da expressão e da comunicação


A animação expressiva através da comunicação oral e corporal é uma das
principais formas de dar movimento e sentido às necessidades de ocupação dos idosos.
Enquanto na animação expressiva plástica os animados exprimem-se através de
objectos, na animação expressiva de comunicação eles transmitem os seus sentimentos
e emoções através da voz, do comportamento, da postura e do movimento.

4.1 - Dança
Objetivo: Expressão corporal
Material: Sim (Instrumentos musicais ou de reprodução, adereços)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

A dança é uma forma de animação que pode e deve ser desenvolvida com os mais
velhos, uma vez que para estes a dança está muitas vezes associada a memórias e
experiências importantes na sua vida.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A dança pode-se traduzir em diversos estilos:


- Dança livre, em que cada um dança da forma que quiser ao som da música.
- Dança Sincronizada (Aeróbica, Step, Jazz, etc.), em que se segue um plano de
movimento pré-estabelecido, igual para todos os participantes e de forma sincronizada.
- Danças de salão (Valsa, rumba, tango, samba, cha-cha, etc), em que cada par de
dançarinos executa movimentos típicos de cada estilo de dança, iguais em todo o mundo.
- Dança folclórica ou tradicional, em que o grupo e cada par executam movimentos de
dança típicos de uma determinada região. Normalmente os dançarinos e cantores
vestem-se de acordo com as roupas da região que estão a representar.
- Dança de roda, em que o grupo executa diversos movimentos sempre em círculo ou em
roda, podendo inclusive ter uma corda a fazer de roda no centro.

4.2 - Expressão Dramática


Objetivo: Expressão corporal, facial, vocal e orientação espacial.
Material: Sim (Instrumentos musicais ou de reprodução, adereços)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

A expressão dramática pode-se traduzir pela reprodução, verbal e/ou não verbal, de
diferentes emoções ou situações do dia, tais como:
- Exprimir individualmente sentimentos como a tristeza, alegria, felicidade, fúria, etc., com
o corpo todo ou com apenas a face.
- Exprimir, com o grupo, sentimentos como a indiferença, a alegria, agressão, mágoa,
luto, etc.
- Reproduzir situações diárias como o trabalho, os jogos, o lazer, a família, o lar, a vida
no campo ou no mar, etc.
- Reproduzir comportamentos e/ou sons de outras pessoas ou de animais.
- Imitar um animal, uma profissão, um filme com gestos para os colegas adivinharem.
- Pegar num objecto (Ex. chapéu, jornal) e mostrar várias utilizações para o mesmo.
- Declamar ou ler um texto com diferentes entoações (alta, baixo, nervoso, excitado,
formal, a rir, a chorar, etc.)

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Aconselho:
 APPC, (2003), Expressão Dramática e Atividades Teatrais
 Costa, Elisabeth, (2005), Gerontodrama - A Velhice em Cena, Estudos
clínicos e psicodramáticos sobre o envelhecimento e a terceira idade, Ágora
Editora

4.3 - Teatro
Objetivo: Expressão corporal, facial, vocal, memorização e orientação espacial.
Material: Sim (cenário e adereços)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

O teatro, e quando falamos de teatro estamos a referir-nos desde as obras de


Shakespeare ou Gil Vicente até às rábulas mais populares e simples, é um veículo por
excelência da animação, uma vez que junta obrigatoriamente várias pessoas (os actores,
o encenador, os responsáveis pelos cenários, adereços, som e luz), necessita de uma
organização, obriga a ensaios, estabelece uma ordem e disciplina, desenvolve a postura
corporal, a expressividade e a memorização e estabelece uma ligação entre actores e o
público.
Para realizar uma peça de teatro, existem cinco fases:
1. Escolher o grupo de actores e encenador.
2. Seleccionar o tema e a obra a representar.
3. Criar a estrutura organizativa.
4. Fazer os ensaios.
5. Estrear.
Na primeira fase compete escolher as pessoas que querem participar na peça e quem as
vai orientar; Na segunda fase deve-se escolher a peça que o grupo irá representar (este
processo deve ter em conta o tipo de actores, a duração da peça, os objetivos desta
atividade, o público a quem se destina, os meios existentes, etc.); Na terceira fase é
necessário distribuir os papéis e funções, fazer uma lista dos materiais, adereços e
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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

cenários precisos, assim como estabelecer prazos e horários para os ensaios; Na quarta
fase treinam-se as falas, as posturas, as posições, a interação entre as
personagens/atores, os tempos, a utilização dos adereços, etc; por fim, na quinta e última
fase, é a estreia da peça e posteriores (ou não) sessões. Nesta fase é importante o grupo
conhecer previamente o local onde vai decorrer a peça para saber onde colocar e utilizar
todo o material necessário, assim como antever a relação público/actores.
Existem no mercado vários livros com peças de teatro, mais ou menos elaboradas.

4.4 - Música
Objetivo: Expressão
Material: Sim (instrumentos e equipamento de reprodução)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo e individualmente

A música acompanha o homem desde a origem dos tempos e desde os primeiros dias da
vida de cada pessoa.
Tal como no teatro para realizar um grupo musical ou de cantares, existem cinco fases:
1. Escolher o grupo de músicos/cantores e o maestro.
2. Seleccionar o tema e a obra a apresentar.
3. Criar a estrutura organizativa.
4. Fazer os ensaios.
5. Estrear.
Na primeira fase compete escolher as pessoas que querem tocar e/ou cantar no grupo e
quem as vai orientar; Na segunda fase deve-se escolher o reportório de músicas e/ou
canções que o grupo irá apresentar (este processo deve ter em conta a composição do
grupo, a duração da atuação, os objetivos desta atividade, o público a quem se destina,
os meios existentes, etc,); Na terceira fase é necessário distribuir os instrumentos ou tons
(baixo, contrabaixo, tenor, etc.), assim como estabelecer prazos e horários para os
ensaios; Na quarta fase tocam-se os instrumentos e/ou canta-se até se atingir um nível
que possa ser apresentado ao público; por fim, na quinta e última fase, é a estreia da
obra e posteriores (ou não) sessões. Nesta fase é importante o grupo conhecer

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

previamente o local onde vai decorrer a peça para saber a acústica do local, assim como
antever a relação público/actores.
Existem no mercado vários livros com letras (cancioneiros) e músicas de vários estilos.
Da música ao canto as atividades que se podem fazer dentro da animação
musical são muito variadas. A saber:
- Canto - É a forma mais simples de expressar as emoções através da música. O
canto pode ser espontâneo ou organizado, individual ou em grupo, com ou sem música.
O animador deve adaptar as letras e as vozes ao grupo que tem disponível.
- Instrumentos - Aprender a tocar um instrumento é um exercício que demora
muito tempo e necessita de muita prática. No entanto a utilização de instrumentos mais
simples e que requerem menos tempo de aprendizagem, como os ferrinhos, pandeireta,
sinos, caixa-de-ressonância, guizos, apitos, pratos, reco-recos, marracas, cavaquinhos,
pode proporcionar igualmente excelentes momentos de diversão e convívio.
Jogos musicais: Existe uma possibilidade grande de realizar jogos a partir da
música, como: Passar músicas e perguntar o nome do cantor e/ou da música ou que
acontecimento está relacionado com esta; Pôr o som de um instrumento e perguntar qual
é; Associar uma música ou canção a um período da história (anos 50, 20 ou 80); Tocar
vários instrumentos e perguntar quais são os mais graves ou mais agudos; Inventar
novos instrumentos como o Tijelofone.

Aconselho:
 Storms, Jerry (2004). 101 Jogos musicais, Porto: Editora Asa.
 Vilão, João (2010), Expressão musical, Impala

4.5 - Fotografia
Objetivo: Expressão
Material: Sim (máquina fotográfica e impressora)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Embora não seja uma atividade muito usual, depois de comprar o material base (+/- por
150 euros) e apreender as técnicas básicas, pode ser uma excelente forma de animação
para idosos devido aos resultados que apresenta, pela oportunidade de ver o mundo
através da lente e pela técnica que é necessária alcançar e apurar.
Duas atividades simples que se podem fazer é simplesmente dar aos idosos a máquina
fotográfica e pedir que tirem fotos ao que mais gostarem (após algumas fotos, consegue-
se descobrir um padrão e saber o que ele mais gosta de fotografar) ou dar um tema e
pedir que representem esse tema como uma foto.
Inclusive com os resultados finais pode-se fazer uma exposição de fotografias.

4.6 – Risoterapia / Yoga do riso


Objetivo: Expressão
Material: Não
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo ou individual

Metodologia:
É uma técnica mental que ensina a recuperar a nossa capacidade inata de rir e ser
felizes e é uma fonte inesgotável de saúde e bem-estar. Na verdade a risoterapia como
método terapêutico, já existe há muitos anos e nasceu na Índia, com Madan Kataria, mas
só agora chegou ao nosso país.
Uma sessão começa normalmente com alongamentos, exercícios de respiração e
exercícios de simulação do som da gargalhada: a gargalhada do macaco, a gargalhada
da pulga, a gargalhada do “passou-bem”… Por vezes incluem-se jogos, dança,
percussão, adereços... No início, os participantes só precisam de emitir o som do riso,
mas gradual e espontaneamente, o riso natural começa a aflorar. Depois o contágio é
inevitável. Todos circulam pela sala repetindo os diferentes tipos de gargalhadas que o
líder exemplifica e o riso vai-se aprofundando cada vez mais, até ao ponto de o grupo
chegar em conjunto à catarse desejada. A sessão termina com outros exercícios de
descontração.

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Aconselho:
 Banana, Ana (2010), Ria agora, Editora Ariana
 www.escoladoriso.com - Risoterapia

5 - Animação promotora do desenvolvimento pessoal e social


Esta animação tem por objetivo desenvolver as competências pessoais e sociais
da pessoa e da pessoa como elemento de um grupo. Com esta animação estimula-se o
autoconhecimento, a interação entre a pessoa e o grupo/mundo..

5.1 - Desenvolvimento pessoal e gestão emocional


Objetivo: Autoconhecimento
Material: Sim (papel e caneta)
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo e individualmente

Jogo 1 - Pensamento Positivo.


Dizer: "Vamos fazer um jogo sobre pensamentos positivos". Começar por uma
ponta do grupo e pedir a essa pessoa para dizer um acontecimento negativo. O
colega do lado deve dizer um pensamento positivo sobre o referido acontecimento.
Jogo 2 - Brasão Familiar
O objetivo deste jogo é fazer com que a pessoa se conheça melhor.
Assim no espaço 1 desenha um animal que gostaria de ser; no 2
desenhar o maior fracasso que teve; no 3 escrever o seu lema de vida;
no 4 desenha o maior sucesso que já obteve; no 5 desenhar os objetivos
para os próximos 10 anos; no 6 o que gostaria de ver escrito na sua lápide e no 7
desenhar o que ninguém sabe a seu respeito.
Jogo 3 - Objetivos pessoais

110
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Pedir a cada elemento do grupo para apresentar uma meta ou objetivo pessoal
a curto prazo em poucas palavras: "Que coisas querem e podem fazer agora ou
daqui a um mês?". Dar um minuto para as pessoas pensarem.
Depois de escutar as metas de todas as pessoas dividir, os idosos em grupos, em
função dos assuntos escolhidos (por ex., família, amigos, atividades, etc.) e colocá-los a
partilhar as suas experiências.

Jogo 4 - Os outros
Pede-se aos membros do grupo que andem pela sala e tomem consciência
de como se sentem neste momento na sua vida. Depois devem formar uma roda e
pedir a um dos idosos para caminhar da forma com se sente (descontraído,
preocupado, agitado, etc.), os outros devem observar. Quando este termina de
caminhar, todos imitam o seu andar colocando-se na pele daquela pessoa enquanto
esta, por sua vez, está parada a observar. Após a observação, escutar as
impressões dos outros elementos do grupo sobre o que sentiram ao andar como ela.
É importante que todos caminhem e façam a sua observação. No fim, o elemento
que foi imitado deve dizer o que sentiu ao ver os outros a andar como ele.

5.1.2 - Jogos de Apresentação


Objetivo: Conhecer o grupo e o grupo conhecer os seus elementos.
Material: Não
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

Estes jogos são utilizados, usualmente, na génese do grupo para os membros do grupo
se identificarem e conhecerem melhor os restantes elementos. Também são muito
utilizadas quando se pretende que o grupo seja mais unido.

A) Identificação individual formal


- Cada elemento fala um pouco de si, nome, idade, profissão, expectativas, etc. (Eu sou o
Rogério, tenho 83 anos, sou reformado, etc.)

111
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

B) Gostos e Desgostos
- Os membros do grupo dizem o que gostam e não gostam (Eu gosto da cor azul, mar e
viajar. Não gosto de andar de avião, de acordar cedo nem do Inverno).

C) Objecto
- Cada elemento escolhe um objecto ou animal e diz qual foi e uma característica deste.
Em seguida diz o seu nome e adapta a característica do objecto ou animal a si mesmo.
(Eu escolhi uma pedra, que é dura. Eu sou o Nuno e sou duro; Eu sou uma galinha e
ponho ovos. Eu sou a Carla e ponho ovos).
D) Apresentação mútua
- Dois elementos apresentam-se reciprocamente e depois contam o que descobriram do
outro ao grupo (Ele é o Rui e faz ... . Ela é a Ana, tem 79 anos e gosta de ... .)
E) Novelo de lã
- Forma-se uma roda, um elemento passa um novelo de lã para outro, sem largar a ponta,
e assim, sucessivamente até passar por todos. Quando lançam o novelo dizem o nome
próprio e uma característica pessoal. Quando o novelo tiver passado por todos, a última
pessoa que ficou com este deve lançá-lo para a pessoa que o mandou até o novelo ficar
como no início.
F) Gestos
- Cada indivíduo faz um gesto enquanto passeia pela sala com os restantes membros.
Depois estes têm que tentar dizer os gestos dos outros (O Pedro punha a mão na cabeça
enquanto andava, a Teresa dava passos pequenos, a Rita tinha as mãos ao peito,...)

5.1.3 - Jogos de Seleção


Objetivo: Dividir o grupo em grupos mais pequenos
Material: Não
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

Estes jogos servem para escolher algumas pessoas para uma atividade ou para dividir
um grupo grande em grupos mais pequenos.

112
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A) Escolhas pré-definidas.
A1 - Pergunta-se quem quer participar (Há um voluntário para...?) .
A2 - Escolhem-se as pessoas desejadas (O Carlos que avance).
A3 - Escolhem-se as pessoas segundo a altura, a idade, os gostos.
(Quero todas as pessoas com mais de 1,70 m para uma tarefa).
A4 - Pede-se a um elemento para escolher o(s) voluntário(s).
(Ernesto escolha três pessoas).
B) Subgrupos
B1 - As pessoas circulam na sala e pede-se que façam grupos com um número variável
de elementos até se atingir os subgrupos pretendidos (Façam grupos de quatro
elementos. Agora de seis. Agora de dois. ...)
B2 - As pessoas circulam na sala e pede-se que escolham um de quatro (depende do
número de grupos que queremos) frutos (cores, números, países, etc.). Assim vão-se
formar alguns grupos.

5.1.4 - Jogos de Confiança


Objetivo: Confiar no grupo e nos outros.
Material: Não
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

São objetivos dos jogos de confiança:


a) Acelerar o processo de conhecimento mútuo do grupo.
b) Apreender com as nossas próprias experiências.
c) Desenvolver a autenticidade no grupo.
d) Dar a todos a oportunidade de falar e de escutar.

A) Segredos

113
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

- Cada elemento conta ao grupo uma experiência, um segredo, um medo ou uma


emoção. No fim trocam opiniões (Eu tive medo da escuridão e tenho problemas devido a
isso).

B) Obstáculos
- Uma pessoa irá conduzir outra através de obstáculos. A pessoa que for conduzida pelo
colega fica com os olhos fechados. Quem conduzir coloca os seus braços sobre o ombro
do colega e durante alguns minutos conduzirá, em silêncio o seu parceiro, por entre os
obstáculos previamente colocados na sala. Decorrido um certo tempo revezam os papéis
e o exercício prossegue.

Aconselho:
 Carvalho, Noeme (2010), Dinâmicas para Idosos, 125 jogos e brincadeiras
adaptados. Brasil. Editora Vozes.
 Lima, Margarida (2005). Posso participar? Atividades de desenvolvimento
pessoal para idosos, Coleção Idade do Saber, Porto: Âmbar
 Miranda, S. (2003). Novas dinâmicas para grupos. A aprendência do conviver.
Edições ASA.
 Ribeiro, Oliveira; Ferreira, Randdy, Lima, Margarida (2012) Positividade –
Intervenção com Pessoas Idosas, Positivagenda

5.2 - Desenvolvimento espiritual e religioso


Objetivo: Desenvolver o lado espiritual e místico
Material: Não
Autonomia: Autónomos, semi-autónomos e dependentes
Grupo: Individualmente ou em grupo

Na última etapa da vida, em que os objetivos de vida já foram ou não alcançados, as


pessoas tem tendência a procurar o lado mais espiritual e filosófico da vida, numa
tentativa de procurar entender o que fizeram durante a sua vida e o que lhes irá

114
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

acontecer após a morte. Existe nesta fase um surgimento da fé, em pessoas que
nunca se sentiram atraídas pela religião anteriormente e um incrementar da fé ou de
um outro credo em pessoas que já tinham esse sentimento. A procura de algum
conforto ou de explicações, uma maior disponibilidade interior e de tempo são as
principais razões para o desenvolvimento espiritual e religioso nos idosos. Há
também espaço para aprofundar a logoterapia, que é um sistema teórico – prático da
psicologia e que significa "cuidar do sentido". Sentido como significado, meta ou
finalidade, sendo esta a principal força motivadora no ser humano. Assim, a logoterapia
baseia-se no confronto da pessoa com o sentido de sua vida e o reorienta para o mesmo.
A palavra "espírito" deriva do hebraico ruah, que significa "sopro". Sopro está associada
com vida; assim, literalmente, espiritualidade é "o sopro de vida". De um ponto de vista
existencial, espírito é o que nos move para fora de nós mesmos para encontrar sentido
de vida. Espiritualidade é definida como uma tendência inata em direção a Deus ou a
urna força Superior. É um termo muito mais amplo que "religiosidade”, esta deriva da
palavra latina religare, significando "religar", e diz respeito a determinadas tradições
espirituais, enquanto ganham expressão concreta em ritos e celebrações codificadas,
cultural e historicamente.
“No final, a busca por um sentido diante de uma doença muito grave ou da
morte e subsequente perda é algo critico. Alguns idosos verão as suas
preocupações fortalecidas e reafirmadas. Outros podem ser incapazes de
encontrar sentido, caminhado para um duro sentimento de desespero. Tal
resultado lembra-nos que uma espiritualidade não-desenvolvida pode ser um
fator crítico quando lutamos com uma doença terminal. O não ter refletido
sobre os mistérios da vida, pelo menos ainda que num nível básico, deixa a
pessoa despreparada para enfrentar a morte. Mas para outras pessoas esse
momento é um evento transformador que lhes oferece um novo sentido para
compreender a vida, doença e morte. Essas redescobertas, ou
reconstituições de sentidos, permitem aos idosos, mesmo no meio de uma
crise devastadora e perante uma consciência alarmante da própria
mortalidade, experimentar novas descobertas, encontrar forças renovadas e

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

sentir um crescimento pessoal.” in Guide to end-of-life care for seniors


(2000). Universidade de Toronto e de Otava (Canadá).
As atividades de animação religiosa mais frequentes são rezar o terço, assistir às
cerimónias religiosas (ao vivo, pela televisão ou pela rádio), ir a peregrinações, ler
livros sobre o tema e ajudar em algumas tarefas na igreja. Ultimamente tem tido
alguma aceitação pelos idosos, as práticas orientais como o yoga ou o reiki.
Como em todas as outras atividades de animação, mas nesta em especial, tem que
se ter em atenção que nem todas as pessoas partilham da fé ou mesma crença.
Aconselho:
 Martins, Amélia, (2012), Sou feliz assim, o sentido da vida, Sitio do livro

5.3 – Gerontogogia ou gerontologia educativa


Objetivo: Adquirir novos conhecimentos e partilhar saber
Material: Sim (papel, quadro, livros, computador e caneta)
Autonomia: Autónomos
Grupo: Em grupo e individualmente
Aprender é sempre bom e útil em qualquer idade, de modo que esta nunca
deve ser impeditiva de se começar ou continuar a estudar e a aprender. Podemos ver a
Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) como “toda e qualquer atividade de
aprendizagem, com um objetivo, empreendida numa base contínua e visando melhorar
conhecimentos, aptidões e competências, e os seus principais objetivos são a promoção
da cidadania e o fomento da empregabilidade.” (Pires, 2002, p. 54) e segundo Magalhães
(2011), a “gerontologia educativa centra-se na análise das mudanças psicossociais,
afetivas e cognitivas que ocorrem nas últimas fases do ciclo vital, para a partir daí poder
potenciar os aspetos positivos dessas mudanças e mesmo se possível diminuir os seus
efeitos negativos. Um dos princípios básicos assumidos pela gerontologia educativa está
relacionado com o objetivo de tornar positivo o envelhecimento e a velhice, acentuando
as potencialidades do ser humano, seja qual for a sua idade vital. Sendo necessário dar
ênfase à potencialidade cognitiva, à aprendizagem ao longo do ciclo vital e à noção de
envelhecimento ativo.”

116
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Atualmente já são várias as soluções que os seniores e idosos têm para utilizar e
partilhar os seus saberes.

Destas destacamos:

- O programa “Maiores de 23” que visa facilitar o ingresso no ensino superior de


pessoas com mais de 23 anos.

- O programa “Novas oportunidades e (Reconhecimento, Validação e Certificação de


Competências) RVCC” que pretende reconhecer e validar as competências adquiridas ao
longo da vida e com isto receber novas habilitações (4º ano, 9º ano ou 12º ano). Dentro
deste âmbito existe também o programa EFA (Educação e Formação de Adultos)

- Os programas “universitários para seniores” dos politécnicos e universidades oficiais,


como o Programa de Estudos Universitários para Seniores da Faculdade de Letras da
Universidade do Porto, o curso Curso Sénior de Ciência, Tecnologia e Cidadania da
Universidade Técnica de Lisboa, o 50+ da Universidade Católica Portuguesa ou o
programa “60 Mais” do Instituto Politécnico de Leiria.

- As UTIs são um espaço de aprendizagem não formal para maiores de 50 anos, no


seio de uma estrutura organizada (normalmente uma associação ou uma autarquia) onde
estes podem partilhar os seus conhecimentos, adquirir mais competências e experienciar
novas atividades como a pintura, a informática, as línguas, a gastronomia, o desporto, a
arte, a cultura, etc. As aulas duram normalmente 1 ou 2 horas por semana, em horário
laboral, não há avaliações nem certificados, a assiduidade não é controlada e a
frequência das atividades é livre, mediante uma inscrição. os professores são
essencialmente voluntários. Há mais de 190 em Portugal com 30.000 alunos. Ver
www.rutis.pt

Aconselho:
 Jacob, Luis (2012), A educação sénior em Portugal, RUTIS.
 Associação Direito a apreender

117
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

5.4 – Informática, internet e gerontotecnologia


Objetivo: Comunicar, explorar, conhecer e aprender
Material: Computador e ligação à internet
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo e individualmente

A utilização da informática, e da internet em particular, pelos idosos pode abrir


novas possibilidades de contacto com outras pessoas e realidades, nomeadamente aos
idosos que por vários motivos tem dificuldade de locomoção. O surgimento dos
programas de comunicação gratuita como o Messenger ou o Skipe possibilita
atualmente que os idosos com alguma formação inicial (existem cursos específicos para
os mais velhos) e investimento possam, na sua casa, estar em permanente ligação com
o mundo exterior, para além da internet ser é um mundo infinito de informações. Os
idosos podem ainda desenvolver sites ou blogues, fazer compras e em alguns casos criar
pequenos negócios.
Em 1980, Jan A.M. Graafmans e Wiebo H. Brower introduziram a palavra
gerontotecnologia que se divide em duas: gerontologia – o estudo científico do
envelhecimento e dos idosos, e tecnologia – pesquisa e desenvolvimento de várias
técnicas e produtos. Gerontotecnologia é definido como o estudo multidisciplinar do
processo e necessidades provenientes do envelhecimento e a procura de soluções da
tecnologia para melhorar a vida diária dos idosos tanto doméstica como nos ambientes
de trabalho e também adaptar o auxílio médico para os idosos e seus cuidadores para
promover a sua independência e participação na sociedade, como é o caso da
teleassistência ou a deteção por GPS de idosos com alguma demência.
Com estes avanços tecnológicos recentes e o aumento das aplicações robóticas,
em particular na área dos serviços e do entretenimento, surgiram robots antropomórficos
(com formas de animais) inteligentes e sensíveis para o apoio a idosos, normalmente
oriundos do Japão.
Nomeadamente o AIBO da Sony, que tem esse nome por sugerir que é um robô
com inteligência artificial (AIBO = “Artificial Intelligence roBOt”), a foca PARO

118
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

(desenvolvida pelo National Institute of Advanced Industrial Science and Technology de


Tóquio), o Robopet da WowWee e o gato Necoro da Omron Corporacion.
Estes animais robóticos, criados no final da década de 90 e já com várias versões,
são robôs que reagem a incentivos externos, podem ouvir, ver, sentir e caminhar e
decidir com agir de acordo com o estímulo. Têm sensores de tacto e de som para poder
responder ao mundo exterior e tem a capacidade de expressar emoções como alegria e
tristeza e com isso proporcionar grande interação com as pessoas. Eles são capazes de
aprenderem com o seu dono, o que pressupõe uma tecnologia complexa de Inteligência
Artificial (AI).
O PARO, por exemplo, tem 7 mecanismos para mover os olhos, o pescoço, as
barbatanas dianteiras e traseiras. Os sensores de tacto estão nos bigodes e espalhados
por todo o corpo, debaixo da pele artificial, semelhante à das focas. Com base nos dados
adquiridos pelos seus sensores de tacto e de som e por um sistema de IA, o PARO
manifesta diversos tipos de comportamentos (piscar os olhos, abanar as barbatanas,
abanar a cabeça, emitir sons, virar a cabeça para a direção do som e aprender com o
dono) de acordo com a sua “experiência”.
Estes robots fazem de animais domésticos artificiais e têm sido usados como um
meio de terapia social em lares de idosos japoneses.

AIBO, o cão robot da Sony e idosos japoneses a brincarem com o PARO, o robot foca.

Outro exemplo de gerontotecnologia é a cadeira de rodas


omnidireccional Enigma desenvolvida pela Universidade do Minho.
Esta tem a possibilidade de realizar simultaneamente movimentos
lineares (directos, laterais ou diagonais) e rotacionais e constitui
uma revolução na mobilidade das cadeiras de rodas ou o

119
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

computador Sénior Virtual criado pela RUTIS, pela Inforlândia e pela Microsoft
exclusivamente para os seniores portugueses15.
Ultimamente tem-se assistido à utilização de videojogos para a animação com os
idosos, com bons resultados, nomeadamente com a Wii da Nintendo. Estes jogos
“podem melhorar o equilíbrio dos idosos e ajudá-los a evitar quedas”, segundo
investigadores da Universidade de Essex, na Grã-Bretanha 16 ou uma pesquisa do
Instituto Sam e Rose Stein para a pesquisa do envelhecimento da Universidade da
Califórnia revelou que os videojogos que combinam jogos com exercícios podem
diminuir bastante os sintomas de depressão em pessoas idosas 17.
Aconselho:
 www.espacosinternet.pt – A rede nacional de espaços de internet ou pode
apreender informática ou consultar a internet
 www.seniorvirtual.net – Universidade Sénior Virtual
 www.acessibilidade.net

5.5 – Afectividade e sexualidade


Objetivo: Autoconhecimento e conhecimento do outro
Material: Não
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: individualmente

A atividade sexual e afetiva nos idosos é facilmente alvo de gozo ou de


desconfiança por parte dos mais novos e dos próprios idosos. Para a maioria das
pessoas o sexo na terceira idade é algo inimaginável, para uns uma “vergonha” e para
uma minoria algo perfeitamente natural. A crença de que o avançar da idade e o declinar
da atividade sexual estejam inexoravelmente ligados tem sido responsável pelo facto de
não se prestar atenção suficiente a uma das atividades mais fortemente associadas à
qualidade de vida, como é a sexualidade.

15
http://pcvirtual.inforlandia.pt/FrontOffice/index.php?page=FrontOffice/MainPage.php
16
http://www1.ionline.pt/conteudo/51194-wii-pode-ajudar-idosos-evitar-quedas
17
http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/wii-diminui-depressao-em-idosos-20100225.html

120
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

A vida sexual das pessoas nem sempre é igual durante a vida, embora seja
ponto assente que a sexualidade está presente desde o nascimento até à velhice,
«Enquanto o homem viver, seja qual for a sua idade, é capaz de sentir impulsos eróticos
não existindo nenhuma idade em que a atividade sexual, os pensamentos sobre sexo ou
o desejo acabem» (Lopes, 1993).
Na idade maior, o desejo sexual não desaparece, apenas há uma menor
vitalidade física do indivíduo que o impede de ser tão ativo sexualmente. A frequência
das atividades sexuais é menor e menos intensa, mas mais sensível. Passa-se do
domínio essencialmente físico para um domínio mais afetivo. E ao contrário do senso
comum os idosos mantêm uma atividade sexual regular.
Um dos grandes tabus ainda é a sexualidade dos idosos nas instituições, onde
grosso modo é fortemente castrada e castigada. Estamos ainda muito distantes de
países como a Dinamarca ou Nova Zelândia onde a sexualidade faz parte do programa
de atividades das instituições de idosos.
De modo geral a afetividade e a intimidade é fundamental para o bem estar das
pessoas, independente da idade, e o melhor que o animador pode fazer é encarar as
situações que possam surgir neste domínio com naturalidade.

Aconselho:
 Jacob, Luis (2012), Sexualidade Sénior, RUTIS
 Associação Sentidos e sensações

6 - Animação lúdica e cultural


A animação lúdica, como o seu nome indica, é a animação que tem por Objetivo
divertir as pessoas e o grupo, ocupar o tempo, promover o convívio e divulgar os
conhecimentos, artes e saberes.
Na sua essência toda a animação tem estes objetivos, mas a animação lúdica é
vocacionada principalmente para a essência da animação: O lazer, o entretenimento e a
brincadeira. A animação cultural é a animação que envolve a promoção do conhecimento
e a prática nas várias áreas da cultura (espectáculos, história, artes, etc).

121
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

6.1 - Desporto
A animação desportiva engloba as atividades físicas que pressupõem a aceitação de
regras e normas específicas desse desporto e que pode ser praticado em equipa ou
individualmente, com ou sem fins competitivos. Para os idosos os desportos mais
aconselháveis são o atletismo, os jogos tradicionais como a malha ou a petanca, a
natação, o ténis, a pesca, o golfe e a marcha. Existem torneios ou escalões desportivos
específicos para os mais velhos, alguns denominados de torneios de veteranos,
nomeadamente de futebol, de ténis, de atletismo e de golfe. Como exemplo temos a
Associação Nacional de Atletismo Veterano.

6.2 - Turismo Sénior


Objetivo: Conhecer novos locais e culturas
Material: Meio de Transporte
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo e individualmente

Dado o tempo de ócio que a maioria dos idosos tem o turismo e as visitas culturais
impõe-se naturalmente como uma das principais formas de animação lúdica. A animação
turística sénior deve ser entendida como “um conjunto de atividades, que transformam o
ver em envolver, o viver no conviver, desafiando o turista numa estratégia de
desenvolvimento pessoal e humano numa determinada fase do seu percurso de vida”
(Peres, 2003, in Lopes, 2006, p. 334).
Quando se planeia uma viagem com idosos devemos ter em conta se o local para onde
vamos e onde vamos ficar instalados está preparado para acolher pessoas com
dificuldades de locomoção. Podemos incluir no turismo sénior também as colónias de
férias e o termalismo.
Com idosos que estão institucionalizados há o (bom) hábito de organizar viagens a sítios
de interesse que normalmente são afastados do equipamento sede. Mas também é bom
organizar viagens mais curtas a locais que os idosos conheceram e viveram, mas que
por via de estarem institucionalizados, já não os podem visitar como a sua antiga casa, a

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Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

praça principal da vila, a antiga escola primária ou a novas atratividades como o centro
comercial, o museu local ou o pavilhão desportivo.

6.3 - Gastronomia
Objetivo: Aprender e ensinar as técnicas da culinária.
Material: Vários
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo e individualmente

A gastronomia assume na vida dos mais velhos um papel primordial, quer como
consumidores, quer como executantes. Relembremo-nos que o paladar é o sentido que
os idosos conservam durante mais tempo.
Na arte culinária é possível:
- Apreender a distinguir ervas aromáticas, bebidas, molhos, no fundo cheiros e
sabores.
- Estimular a criatividade na preparação dos alimentos.
- Manter e transmitir receitas ancestrais e tradicionais, como doces, licores,
compotas, enchidos, pães, etc.
- Aproveitar e reutilizar diversos alimentos.
Aconselho também a levar os idosos a experimentarem novos sabores, como
comida chinesa, pizzas ou hambúrgueres. Mesmo que não gostem, sempre provam os
sabores que os jovens apreciam.

6.4 - Atividades de Ciência


Objetivo: Aprender segredos simples da ciência.
Material: Vários
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo e individualmente

Não sendo uma forma muito vulgar de animação de idosos, as atividades de ciência
podem proporcionar momentos muito interessantes e didácticos. Muitas vezes ao

123
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

apresentarmos algumas experiências científicas, os idosos manifestam a sua surpresa ao


descobrirem como acontecimentos com que lidaram a vida toda, têm explicações muito
simples.
1 - Sobe e desce
Material: (Água gasificada, copo de vidro e pão)
Metodologia:
1. Verter água com gás para o copo de vidro até preencher cerca de três quartos
do seu volume total.
2. Fazer bolinhas de pão com um diâmetro igual a cerca de 4 mm.
3. Deitar as bolas de pão no copo com água gasificada.
4. Esperar algum tempo e observar o que acontece. Aparece alguma coisa a
subir e a descer?
Explicação:
As bolinhas de pão começam a subir e a descer na água com gás. A água
gaseificada é uma solução sobresaturada de dióxido de carbono e isso irá implicar a
formação de bolhas de gás na superfície das bolas de pão. O ciclo só acaba por ser
quebrado quando não existir suficiente gás dissolvido na água para elevar novamente a
bola de pão.

2 - Esferas de óleo que flutuam


Material: (Copo de vidro fundo, Conta-gotas, Água, Óleo, Groselha e Álcool
etílico)
Metodologia:
1. Deitar groselha na água, para esta ficar corada de vermelho.
2. Verter a água corada para um copo fundo.
3. Adicionar, cuidadosamente, o álcool etílico (pode-se adicionar o álcool com a
ajuda do cabo de uma colher de sopa. Procura adicionar o álcool devagar, para que este
não se misture com a água).
4. Com a ajuda de um conta-gotas, adicionar gotas de óleo ao sistema (tentar
dispersar as gotas, de maneira a tornar o efeito mais evidente).
Explicação:

124
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

O álcool etílico é mais leve do que a água. Ao adicionar o álcool, este forma uma
fase distinta que flutua na água. Por sua vez, o óleo ao ser adicionado deposita-se na
superfície que separa o álcool e a água, isto porque se trata de um líquido mais leve do
que a água e mais pesado do que o álcool.

3 - Balão à prova de fogo


Material: (Dois balões, Fósforos e água)
Metodologia:
1 - Encher um balão de ar e dar um nó a sua abertura.
2. Acender um fósforo e coloca-o debaixo do balão cheio de ar.
3. O que aconteceu? (o balão rebenta instantaneamente).
4. Pegar noutro balão e deita um pouco de água para o seu interior (pode-se
deitar meio copo de água).
5. Encher o balão de ar e dar um nó na sua abertura.
6. Acender outro fósforo e colocá-lo debaixo do balão (deve-se colocar a chama
do fósforo sob a parte do balão que tem água).
7. O que aconteceu? (Um balão rebenta mais rapidamente do que o outro).
Explicação:
A água no interior do balão "absorve" a maior parte do calor fornecido pela
chama não deixando que a temperatura da borracha aumente muito. Assim, a borracha
não enfraquece o suficiente para não aguentar a pressão exercida pelo ar. A água é uma
boa "armazenadora" de calor porque tem uma elevada capacidade calorífica.

Aconselho:
 Arnold, Nick (2005), O Enorme Livro dos Jogos, Testes e Atividades de
Ciência. Europa-américa.

6.5 - Jogos de magia


Objetivo: Aprender pequenos truques de magia
Material: Vários
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos

125
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Grupo: Em grupo e individualmente

Os jogos de magia são outra forma de animação, não muito usual, mas que a exemplo
da anterior pode proporcionar bons momentos de entretenimento. Existem truques muito
simples com cartas, cordas ou moedas, que qualquer idoso pode aprender para
posteriormente apresentar aos colegas numa festa ou num passeio.

Número mágico
Escrever num papel o resultado duma soma, sem que ninguém veja. De seguida
dobrar o papel, que entrega a um dos espectadores para que o guarde. Depois disto
pedir a outro amigo para escrever noutro papel, uma quantidade de três algarismos
diferentes. Por baixo, pede-lhe que inverta os mesmos algarismos. Em seguida, pedir
que subtraia a parcela menor pela parcela maior.

Exemplo:

Soma de três algarismos: 761

Os algarismos invertidos: - 167

Resultado da Subtração: 594

Depois do colaborador efetuar esta subtração, pedir-lhe que volte a escrever o resultado
e que o inverta.

EXEMPLO:

Resultado da subtração: 594

Resultado invertido: + 495

Resultado da soma: 1089

É muito importante que durante estas operações, esteja de costas para o colaborador,
para que se torne mais real o adivinhar da soma. Depois da soma encontrada, pedir á
pessoa que tinha guardado o papel com a sua previsão da soma), que o desdobre e que
leia o resultado em voz alta. E eis que, perante a admiração de todos, o resultado é: 1089

126
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Adivinhe uma carta


O animador “mágico” pede a um idoso para pensar num número de 10 a 20.
Somar os dois dígitos e subtrair o resultado ao valor pensado. Ao resultado da conta,
deve ser retirado em números de carta do baralho pelo espectador, quando chegar na
carta o mágico já sabe qual carta é sem mesmo ver a mesma.
Truque: Ex: O idoso pensou 14, somando-se 1 + 4 dá 5 e subtraindo o número
pensado que é 14 (14 - 5 = 9) o resultado sempre será nove. Depois é decorar sempre a
carta na posição nove.

Carta Escondida
Um idoso escolhe uma carta de um baralho e coloca-a no topo do baralho. O
animador descobre a carta.
Truque: Deve-se baralhar as cartas normalmente. Antes de dar as cartas para o
idoso tirar, o animador deve olhar para a última carta sem que ninguém veja. Depois, a
pessoa escolhe uma carta e coloca-a em cima do baralho e logo de seguida parte o
baralho. Como localizar a carta? É muito simples, virar as cartas todas para cima e agora
procurar a carta que o animador viu em baixo, a carta escolhida pelo idoso é a que está à
frente dessa (ou seja, a que está por baixo dessa que o animador viu).

Magia com uma moeda


Peça a um idoso uma moeda. O animador volta as costas ao público e pede ao
idoso que agarre a moeda com a mão direita ou a esquerda fechada, levante a mão com
a moeda bem no ar para todos a poderem ver e pense intensamente nela. Ao fim de
cerca de cinco segundos, o idoso baixa outra vez o braço e você volta-se para o público.
Fica voltado para o espectador, toca na mão em causa e acerta. Volte a repetir o truque.
Truque: Assim que se volta novamente para o público, olha para a cor da pele
das duas mãos. A mão que o espectador levantou está sempre ligeiramente mais pálida
que a outra, pois a irrigação foi mais fraca. Depois de ter percebido em que mão está a
moeda, espera um instante até que a mão regresse à cor normal. Só então aponta para o
punho fechado.

127
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Telepatia
Peça a um idoso para pensar num número de 1 a 5. De seguida diga que vai
adivinhar o número em que ele pensou. Depois peça para ele dizer o número que pensou
(5). Diga que já sabia e que escreveu esse número. Peça para ele ir ver o que está
debaixo da sua cadeira. O idoso retira um papel com o nº 5 escrito.
Truque: Escreva em cinco papéis, os números de 1 a 5 e coloque-os antes da
sessão em vários sítios da sala. Assim quando o idoso disser o número e só dizer para
ele ir buscar o número.
Existem à venda alguns utensílios de magia (cartas, cordas, caixas, etc.), de
baixo custo, que podem ajudar nesta animação.

Aconselho:
 Eldin, P. (2002). O Livro dos truques de magia, Lisboa: Editora Presença.
 Vários, (2011), Truques de magia, Porto Editora

6.6 – Jogos e rábulas


Objetivo: Entretenimento
Material: Vários
Autonomia: Autónomos e semi-autónomos
Grupo: Em grupo

As atividades recreativas são aquelas, que realizadas em e para o grupo, têm por
objetivo o recreio, o convívio, a solidificação das relações sociais e o desenvolvimento
comunitário. São exemplos os bailes (como os de Carnaval, de final de ano, da “pinha”,
etc.), os torneios de jogos de cartas (essencialmente de ”sueca” ou de “bridge”), os
desfiles de moda, as marchas populares, as festas de aniversário e dos santos populares,
as procissões, os jornais de parede, os piqueniques, a feitura de doces e enchidos, a
decoração de casas ou ruas com flores e outros adereços de papel, concursos de poesia,
prosa ou fotografia, “rally papers”, concursos de talentos, etc.

128
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Os jogos de mesa e as rábulas ou paródias são um excelente veículo de entretenimento


e lazer entre as pessoas, promovendo bastante o convívio e a interação.

1 - Jogos
As damas, o Pictionary® (Jogo em que é necessário adivinhar uma palavra
através de desenhos), o dominó, o xadrez, o Monopólio® (jogo em que o objetivo é
ganhar dinheiro através da compra e venda de imóveis), o Mastermind® (jogo em que
tem que se adivinhar uma combinação de cores), o Trivial Pursuit® (jogo de cultura geral),
o Scrablle® (jogo de construção de palavras), o Galo ou 3 em Linha, e todos os jogos de
cartas (dos quais destaco o jogo com cartas de UNO® pela sua simplicidade e
emotividade).

2 - As rábulas e paródias
Nestas atividades incluímos o contar de anedotas e de histórias; Pequenos actos
teatrais; A mímica para adivinhar palavras ou conceitos; Truques e partidas divertidas;
Dizer o início de provérbios para os colegas os terminarem, etc.

3 – Jogos de cooperação
O conceito de jogos cooperativos tem como elementos primordiais a cooperação, a
aceitação, o envolvimento e a diversão. Nos jogos cooperativos o confronto é eliminado e
joga-se uns COM os outros, ao inverso de uns CONTRA outros. A comunicação e a
criatividade são estimuladas. Neste tipo de jogos existe cooperação, que significa agir em
conjunto para superar um desafio ou alcançar uma meta,
Exemplos:

Levantar balões
Depois de encher um conjunto de balões, pede-se aos participantes para formarem um
grupo de três elementos. O objetivo é que os jogadores mantenham fora do chão o maior
número possível de balões quando soar uma campainha (2 ou 3 minutos depois do jogo
começar). A estratégia pode ser dinâmica, tocando continuamente nos balões para que
se mantenham no ar, ou mais estática, encontrando uma forma de os segurar entre os

129
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

participantes.

Nós humanos
Todos os participantes formam um círc ulo dando as mãos. Cada um verifica quem está à
sua direita e à sua esquerda. Isto é muito importante! Peça que cada um fale alto
para si e para os outros: "António está à minha direita e Adelaide, à minha esquerda", etc
Diga para soltarem as mãos e caminharem pelo espaço, aleatoriamente, até ouvirem um
sinal (palma ou assobio). Ao ouvi-lo, todos param onde estão. Sem sair de suas posições,
deverão dar sua mão direita para quem estava à sua direita e sua mão esquerda para
quem estava à esquerda. Vai se formar um nó de pessoas que deverá ser desfeito,
voltando o círculo à posição inicial, sem que ninguém solte as mãos.

Faz como eu
Divida as pessoas em grupos de cinco, colocando-os sentadas no chão ou em cadeiras.
Cada grupo terá como tarefa desenhar um barco utilizando uma folha de papel e um lápis,
sendo que cada idoso só poderá fazer uma ação de cada vez, passando em seguida o
lápis para outro participante. Os idosos terão também de obedecer as seguintes
características individuais:
· Membro 1 - é cego e só tem o braço direito;
· Membro 2 - é cego e só tem o braço esquerdo;
· Membro 3 - é cego e surdo;
· Membro 4 - é cego e mudo;
· Membro 5 - não tem os braços.
A tarefa de desenhar o barco deve ser feita em cinco minutos. Após o jogo o grupo deve
debater as dificuldades encontradas, os desafios superados e as formas de cooperação
utilizadas.

Atravessar a ponte
Colocar uma tábua de 35 cm de largura com 4 ou 5 metros de comprimento a pouco
centímetros do chão, apoiada em bocados de madeira ou tijolos. Distribuir os 4 ou 6
idosos de pé sobre a tábua. Dividi-los ao meio em dois grupos: os do lado direito e os do

130
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

lado esquerdo da ponte. Pedir para que, sem pôr os pés no chão, os idosos se
desloquem sobre a ponte de modo a que, os que estão no lado esquerdo passem a
ocupar o lado direito e vice-versa.

Paraquedas (pano redondo colorido em nylon que vai do 1,5 m aos 6 m de diâmetro)
Colocam-se as pessoas á volta do paraquedas, cada uma segurando uma parte.
a) Atira-se uma bola para o centro do
paraquedas e tenta-se atirar a bola o mais alto
possível.
b) Levanta-se o balão ao ar e determinadas
pessoas (os homens, as mulheres, os mais
velhos) correm para debaixo do paraquedas
antes que este caia e dão um abraço em grupo.
c) Num circulo com 2 m de diâmetro, o grupo ao
mesmo tempo levanta o paraquedas e depois dá cinco passos à frente e segura o
paraquedas como se fosse uma grande boa.
Aconselho:
 Jares, Xerús, (2007), Técnicas e jogos cooperativos para todas as idades,
Editora ASA.
 Lamas, Sónia (2009), Jogos e atividades para idosos, Editora Livpsic.
 Lamas, Sónia (2010), Livro dos jogos educativos, Editora Livpsic.
 Soler, Reinaldo (2009), 210 novos jogos cooperativos para todas as idades,
Sprint.

7 - Animação Comunitária
A animação comunitária é aquela em que o idoso participa activamente no seio
da comunidade como elemento válido, ativo e útil. Esta animação destina-se
essencialmente a idosos autónomos que ainda querem e podem ter uma voz activa na
comunidade onde vivem.

131
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Nesta área o voluntariado assume um papel principal, visto que a grande maioria
das atividades executadas pelos idosos na comunidade é embutida de um espírito
voluntário.

Exemplos de voluntariado sénior:


1 - Contadores de estórias: Os idosos podem assumir um papel muito importante
na transmissão de conhecimentos, lendas e saberes aos mais novos. Ao contar estórias,
não só os contos tradicionais para crianças, mas principalmente estórias de vida, da
região, dos hábitos antigos, lendas populares, os mais velhos reassumem o lugar de
sábios e transmissores de cultura.
2 - Orientadores em cidades - Ao saberem pormenores riquíssimos e
interessantíssimos sobre o local onde vivem, para além do que está nos livros turísticos,
os seniores podem ser excelentes orientadores de grupos em cidades ou vilas (Ex:
Câmara Municipal de Santarém e a Universidade da Terceira Idade da mesma cidade).
3 - Orientadores em museus - Com alguma formação, os seniores podem assumir
um papel muito importante nos museus como conselheiros ou orientadores de grupos ou
indivíduos (Ex: Fundação Cupertino Miranda no Porto e alunos da Universidade Sénior
da Foz no Porto).
4 - Dirigentes - Os idosos podem assumir, pela sua disponibilidade e experiência,
cargos de direcção em associações sem fins lucrativos.
5 - Animadores e visitadores - Os idosos podem fazer de animadores de idosos
mais dependentes que residam em instituições, nomeadamente visitando e fazendo
companhia aos idosos que beneficiam de apoio domiciliário.
6 - Professores e alunos - Os mais velhos podem transmitir todos os seus
conhecimentos e ao mesmo tempo desenvolver novas competências como professores e
alunos nas Universidades da Terceira Idade.
7 - Dinamizadores de tradições ancestrais - Os idosos podem ajudar a manter e
avivar as tradições e memórias de um local ou comunidade, contribuindo com a sua
experiencia e labor para que os mais novos não as deixem terminar ou perder.
Fora do voluntariado:

132
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

7 - Consultores - Ao contrário de que era comum até à pouco tempo, as empresas


estão a voltar a recorrer aos seus colaboradores mais experientes, mesmo reformados,
como consultores externos.
8 - Vigilantes de parques e jardins - Algumas autarquias utilizam os idosos,
durante algumas horas por semana, como vigilantes dos parques e jardins públicos como
forma de preservar esses espaços e dos idosos poderem ter uma fonte de receita extra.

133
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Conclusão

Ao longo deste livro foram indicadas mais de 80 atividades de animação que se


podem fazer com os mais velhos.
Tivemos o cuidado de escolher atividades que requeressem o mínimo de material
e que já tenham sido experimentadas com este público. Tentámos apresentar sugestões
relativamente comuns e outros menos frequentes no trabalho com idosos.
O nosso trabalho não se esgota aqui, porque felizmente vão surgindo outras
formas de animação mais adaptadas aos idosos e porque, de uma maneira geral, o idoso
está a voltar a ter uma voz activa na sociedade.

134
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Glossário

 Ação social - “É como um sistema de protecção social próprio, embora


estritamente interligado com o sistema da segurança social, dada a sua interdependência,
tanto em termos de objetivos, como de técnicas de intervenção” (Neves, 2001, p. 36).
 Acolhimento familiar - “É a resposta social que consiste na integração,
temporária ou permanente, em famílias consideradas idóneas ou tecnicamente
enquadradas, de pessoas idosas” (DEEP, 2004, p. 48).
 Ancianismo - Discriminação etária aos idosos, uma vez que vários direitos são
negados ao idoso tendo por base unicamente a sua idade, como por exemplo o direito ao
trabalho e o acesso a alguns seguros (Luís Jacob, 2006). O termo original ageism foi
apresentado por Robert Butter, durante a 1ª Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento
que decorreu em Viena de Áustria em 1982.
 Animação cognitiva - É a animação que tem por objetivo estimular a atividade
cerebral e mental através de jogos e atividades (Luís Jacob, 2006).
 Animação comunitária - “É um âmbito da animação sociocultural que assenta a
sua estratégia na promoção e apoio a organizações de base empenhadas no
desenvolvimento comunitário com a preocupação central de fortalecer o tecido social,
mediante a participação individual e coletiva” (Lopes, 2006, p. 372).
 Animação de idosos - É a maneira de atuar em todos os campos do
desenvolvimento da qualidade de vida dos mais velhos, sendo um estímulo permanente
da vida mental, física e afetiva da pessoa idosa, assim como da sua interação com a
comunidade (Luís Jacob, 2006).
 Animação motora - É a animação que tem por objetivo estimular a motricidade,
o movimento e a atividade física através de jogos e atividades (Luís Jacob, 2006).
 Animação sociocultural - “É o conjunto de práticas desenvolvidas a partir do
conhecimento de uma determinada realidade, que visa estimular os indivíduos, para a
sua participação com a vista a tornarem-se agentes do seu próprio desenvolvimento e
das comunidades em que se inserem” (ANASC referido em Lopes, 2006, p. 149).
 Animação socioeducativa - “Entendemos a animação socioeducativa como um
trabalho específico, fora do contexto escolar institucional, contribuindo para o seu

135
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

desenvolvimento bio-psico-social através de atividades em que seja feito apelo à


criatividade, afirmação pessoal e inserção na realidade próxima” (Lopes, 2006, p. 385).
 Animador sociocultural - “É todo aquele que, sendo possuidor de uma formação
adequada, é capaz de elaborar e/ou executar um plano de intervenção, numa
comunidade, instituição ou organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, educativas,
desportivas, recreativas e lúdicas (ANASC, 1999, Preâmbulo).
 Arte terapia - A Arte-Terapia distingue-se como método de tratamento para o
desenvolvimento pessoal, integrando no contexto psicoterapêutico mediadores artísticos.
Tal origina uma relação terapêutica particular, assente na interação entre o sujeito
(criador), o objeto de arte (criação) e o terapeuta (recetor). O recurso à imaginação, ao
simbolismo e a metáforas enriquece e incrementa o processo. (SPAT)
 Atividade Assistida por Animais - Conceito que envolve a visita, recreação e
distração por meio do contacto dos animais com pessoas.
 Atividades de Vida Diária - “São as tarefas de desempenho ocupacional que o
indivíduo realiza diariamente. Não se resume somente aos auto – cuidados de vestir-se,
alimentar-se, arrumar-se, tomar banho, e pentear-se, mas engloba também as
habilidades de usar telefone, escrever, manipular livros, etc. além da capacidade de virar-
se na cama, sentar-se, mover-se e transferir-se de um lugar à outro.” (Trombly, 1989).
 Centro de acolhimento temporário de emergência para idosos - “É a resposta
social desenvolvida em equipamento, de preferência a partir de uma estrutura já
existente, que consiste no acolhimento temporário a idosos em situação de emergência
social, perspectivando-se, mediante a especificidade de cada situação, o
encaminhamento do idoso ou para a família ou para outra resposta social de caráter
permanente” (DEEP, 2004, p. 49).
 Centro de convívio - “É a resposta social, desenvolvida em equipamento de
apoio a atividades sócio-recreativas e culturais, organizadas e dinamizadas pelos idosos
de uma comunidade” (DEEP, 2004, p. 48).
 Centro de dia - “É a resposta social, desenvolvida em equipamento que consiste
na prestação de um conjunto de serviços que contribuem para a manutenção dos idosos
no seu meio sócio-familiar” (DEEP, 2004, p. 48).

136
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Centro de noite - “É a resposta social desenvolvida em equipamento, de


preferência a partir de uma estrutura já existente, dirigida a idosos com autonomia que
desenvolvem as suas atividades da vida diária no domicilio mas que durante a noite, por
motivos de isolamento necessitam de algum suporte de acompanhamento” (DEEP, 2004,
p. 49).
 Comunidade - “É uma aglomeração de pessoas relacionadas entre si, que
contam com recursos físicos, pessoas, de conhecimento, de vontade, de instituições, de
tradições, etc.“ (Ware, 1986 referido por Lopes, 2006, p. 373).
 Cuidados continuados integrados - “É o conjunto de intervenções sequenciais
de saúde e ou de apoio social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na
recuperação global entendida como o processo terapêutico e de apoio social, ativo e
contínuo, que visa promover a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em
situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e
social”, referido no artigo nº 3 da Lei 101/2006 de 6 de Junho da Rede Nacional de
Cuidados Continuados Integrados.
 Cuidados paliativos: São os apoios prestados à pessoa portadora de uma
doença grave, evolutiva e terminal e cujos objetivos são de aliviar as dores físicas assim
como os sintomas e de aliviar o sofrimento psicológico, social e espiritual (Luís Jacob,
2006).
 Dependência - “É a situação em que se encontra a pessoa que, por falta ou
perda de autonomia física, psíquica ou intelectual, resultante ou agravada por doença
crónica, demência orgânica, sequelas pós-traumáticas, deficiência, doença severa e ou
incurável em fase avançada, ausência ou escassez de apoio familiar ou de outra
natureza, não consegue, por si só, realizar as atividades da vida diária” referido no artigo
nº 3 da Lei 101/2006 de 6 de Junho da Rede Nacional de Cuidados Continuados
Integrados.
 Doença crónica - “É a doença de curso prolongado, com evolução gradual dos
sintomas e com aspectos multidimensionais, potencialmente incapacitante, que afecta,
de forma prolongada, as funções psicológica, fisiológica ou anatómica, com limitações
acentuadas nas possibilidades de resposta a tratamento curativo, mas com eventual
potencial de correcção ou compensação e que se repercute de forma acentuadamente

137
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

negativa no contexto social da pessoa por ela afectada” referido no artigo nº 3 da Lei
101/2006 de 6 de Junho da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
 Domicílio - “É a residência particular, o estabelecimento ou a instituição onde
habitualmente reside a pessoa em situação de dependência” referido no artigo nº 3 da
Lei 101/2006 de 6 de Junho da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
 Economia social - Sumariamente é a economia desenvolvida pelas
organizações privadas sem fins lucrativos, também chamada de Terceiro Sector (Luís
Jacob, 2006).
 Envelhecimento - “O envelhecimento é considerado um processo, universal
lento e gradual que ocorre em diferentes ritmos para diferentes pessoas e grupos
conforme actuam sobre essas pessoas e grupos as influências genéticas, sociais,
históricas e psicológicas do curso de vida” (Vitta, 2000, p. 18).
 Envelhecimento ativo - “É o processo de maximização das oportunidades que
surgem para a saúde, educação, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem” (Direcção Geral de Saúde,
2004, p. 6).
 Envelhecimento demográfico - “É o processo caracterizado pelo crescimento
ténue da população, pela concentração humana nos espaços urbanos, e pelo baixo nível
de mortalidade e natalidade” (Machado, 1993, p. 24).
 Equipamentos sociais - Edifícios onde se alojam as valências sociais, tenham
estas uma natureza residencial, ambulatória ou mista (DEEP, 2004, p. 10).
 Expressão dramática - “É uma prática que põe em ação a totalidade da pessoa
no espaço-tempo e no grupo e que tanto solicita o físico como a afectividade ou o
intelecto, que recorre a todas as formas de expressão alternadas, cruzadas ou
integradas” (Landier, 1994, p. 52).
 Família - É a conjunto alargado de parentes (que podem ser de sangue, de
direito, de aliança ou de facto) com quem o idoso mantém ligações intensas (Luís Jacob,
2006).
 Funcionalidade - “É a capacidade que uma pessoa possui, em cada momento,
para realizar tarefas de subsistência, para se relacionar com o meio envolvente e para

138
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

participar socialmente” referido no artigo nº 3 da Lei 101/2006 de 6 de Junho da Rede


Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
 Geriatria - É a ciência que estuda a velhice em termos médico-sanitários. Do
grego: Geras: velho, Iatrikos: tratamento (Nascher, 1909 referido em
http://www.unati.uerj.br, acedido a 18 de Julho de 2006).
 Gerontologia - É a ciência que estuda o envelhecimento. Do grego: Geras: velho,
Logia: estudo, descrição (Metchinikoff, 1908 referido em http://www.unati.uerj.br, acedido
a 18 de Julho de 2006).
 Gerontecnologia - “O termo foi cunhado em 1980 por Jan A.M. Graafmans e
Wiebo H. Brower da Universidade Técnica de Eindhoven na Holanda. Gerontecnologia é
definido como o estudo do processo e necessidades provenientes do envelhecimento
buscando soluções da tecnologia para melhorar a vida diária dos idosos (Bouma,1992)
tanto doméstica como nos ambientes de trabalho e também adaptar o auxilio médico
para os idosos e seus cuidadores (Vercruyssen et al., 1996).” (Referido em
http://www.acessibilidade.net, acedido a 18 de Julho de 2011).
 Geragogia – É a ciência que tem como objecto a educação dos mais velhos,
procurando aplicar os novos conhecimentos sobre o envelhecimento e da velhice, ao
ensino e à aprendizagem das pessoas idosas. Outros termos semelhantes:
Gerontopedagogia, Gerontologia educativa ou gerontogogia.
 Grande idoso - Pessoa com mais de 80 anos. Igual a “quarta-idade” (Luís Jacob,
2006).
 Idoso - Pessoa com mais de 65 anos. Igual a velho, terceira idade ou geronte
(Luís Jacob, 2006).
 Institucionalização - É quando alguém está durante quase todo o dia ou parte
deste entregue aos cuidados de uma instituição que não a sua família (Luís Jacob, 2006).
 Institucionalizados residentes - É quando alguém está durante as 24 horas
entregue aos cuidados de uma instituição que não a sua família (Luís Jacob, 2006).
 Instituições Particulares de Solidariedade Social - “São entidades jurídicas
constituídas sem finalidade lucrativa, por iniciativa privada, com o propósito de dar
expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos e

139
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

desde que não sejam administradas pelo Estado ou por um corpo autárquico” referido no
artigo nº 1 do Decreto-Lei nº 119/83 de 25 de Fevereiro.
 Jogo - É uma atividade fictícia de lazer, com regras próprias, obrigatórias e
aceites livremente por todos, que visa divertir, educar e estreitar relações pessoais e
sociais (Luís Jacob, 2006).
 Jogos cooperativos – São jogos onde os objetivos são comuns, as ações são
compartilhados e os resultados são benéficos a todos (Brotto, 2001). O contrário de jogos
de competição.
 Lares para idosos - “São estabelecimentos em que são desenvolvidas
atividades de apoio social a pessoas idosas através do alojamento colectivo, de utilização
temporária ou permanente, fornecimento de alimentação, cuidados de saúde, higiene,
conforto, fomentando o convívio e a ocupação dos tempos livres dos utentes” (DEEP,
2004, p. 48).
 Psicomotricidade - “É a ciência que tem por objeto o estudo do homem através
do seu corpo em movimento, nas relações com o seu mundo interno e externo,
reflectindo sobre a organização neurológica que serve de base a todas as
aprendizagens” (Referido em http://www.psicomotricidade.com.br/apsicomotricidade.htm,
acedido a 18 de Julho de 2006).
 Programa de Desenvolvimento Individual – É um instrumento que propõe que
os serviços prestados ao cliente, desenvolvam a sua autonomia e qualidade de vida,
respeitando o projeto de vida, hábitos, gostos, confidencialidade e privacidade da pessoa.
É um dos processos-chave do 4º critério dos manuais de gestão da qualidade.
 Programas Intergeracionais: São o veículo para o intercâmbio assertivo e
contínuo de recursos e aprendizagem entre as gerações mais velhas e mais jovens, a fim
de alcançar os benefícios individuais e sociais. Consórcio Internacional para os
Programas Intergeracionais (1999),
 Qualidade de vida - “É o nível óptimo de funcionamento físico, mental, social e
de desempenho, incluindo as relações sociais, percepções da saúde, bom nível de
condição física e satisfação com a vida e bem-estar” (Bowling, 1995, p. 3).
 Reformados - “São as pessoas que foram afastadas do circuito de produção
onde estavam envolvidas” (Guillemard, 1972, p. 72).

140
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Residência - “É a resposta social desenvolvida em equipamento constituído por


um conjunto de apartamento, com serviços de utilização comum, para idosos com
autonomia total ou parcial” (DEEP, 2004, p. 48).
 Sénior - Pessoa com mais de 50 anos (Luís Jacob, 2006).
 Serviço de apoio domiciliário - “É uma resposta social que consiste na
prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio, a indivíduos e
famílias quando, por motivo de doença, deficiência, velhice ou outro impedimento, não
possam assegurar temporariamente ou permanentemente, a satisfação das suas
necessidades básicas e/ou atividades da vida diária” (DEEP, 2004, p. 48).
 Snoezelen - A palavra Snoezelen é holandesa e foi criada por Hulseggee e
Verheul nos anos 60. Resulta da junção de duas palavras com significados semelhantes
de “som anazalado”, “sono leve”, “sonolência”. É um espaço devidamente equipado que
ajuda à interação com indivíduos cujas capacidades cognitivas se encontram diminuídas,
através da estimulação e integração sensorial (Luís Jacob, 2006).
 Terapia Assistida por Animais - Método interventivo e/ou terapêutico em que
se utiliza o animal (cão, gato, cavalo, golfinhos) como objeto de terapia.
 Turismo sénior - “É o turismo dirigido especialmente a mais velhos e que
patenteiam um cuidado especial com as questões da acessibilidade e com a duração e
intensidade das viagens” (Calçada, 2001, p. 41).
 Universidades da terceira idade (ou Universidade sénior ou Academia
sénior) - “É a resposta social, que visa criar e dinamizar regularmente atividades sociais,
culturais, educacionais e de convívio, preferencialmente para e pelos maiores de 50
anos” (RUTIS, 2011).
 Valência - “É a resposta social desenvolvida no interior ou a partir de um
equipamento social” (DEEP, 2004, p. 10).
 Velhice - “É um processo inelutável caracterizado por um conjunto complexo de
factores fisiológicos, psicológicos, sociais específicos em cada individuo, podendo ser
considerada o coroamento das etapas da vida” (Fernandes, 2002, p. 24).
 Voluntariado - “Voluntariado é o conjunto de ações de interesse social e
comunitário realizadas de forma desinteressada por pessoas, no âmbito de projetos,
programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da

141
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

comunidade desenvolvidos sem fins lucrativos por entidades públicas ou privadas”


referido no artigo nº 2 da Lei n.° 71/98 de 3 de Novembro do Voluntariado.

142
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Bibliografia

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22. Portal da Saúde do Ministério da Saúde - www.min-saude.pt
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27. RUTIS (Associação Rede de Universidades da Terceira Idade) - www.rutis.pt
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31. Sociedade Portuguesa de Arte Terapia - www.arte-terapia.com
32. Socialgest (Site sobre o envelhecimento) - www.socialgest.pt
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34. Universidade Sénior virtual – www.seniorvirtual.net

154
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Anexo 1

Escalas de Atividades Básica de Vida Diária - Escala de Lawton*


Legenda: 1 - Dependente 2 - Semi-autónomo 3 - dependente
1. Telefone
 Recebe e faz ligações sem assistência (3)
 Assistência para ligações ou telefone especial (2)
 Incapaz de usar telefone (1)

2. Viagens
 Viaja sozinho (3)
 Viaja exclusivamente acompanhado (2)
 Incapaz de viajar (1)

3. Compras
 Faz compras, se fornecido transporte (3)
 Faz compras acompanhado (2)
 Incapaz de fazer compras (1)

4. Preparo de refeições
 Planeja e cozinha refeições completas (3)
 Prepara só pequenas refeições (2)
 Incapaz (1)

5. Trabalho Doméstico
 Tarefas pesadas (3)
 Tarefas leves, com ajuda nas pesadas (2)
 Incapaz (1)

6. Medicações
 Toma remédios sem assistência (3)
 Necessita de lembretes ou de assistência (2)
 Incapaz de tomar sozinho (1)

7. Dinheiro
 Preenche cheques e paga contas (3)

155
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Assistência para cheques e contas (2)


 Incapaz (1)

Adaptado de Lawton, M. P. & Brody, E. M. Gerontologist, 1969, 9: 179-8


Escala de Barthel

Evacuar
0 = Incontinente (ou precisa que lhe façam um enema);
1 = Acidente Ocasional (uma vez por semana);
2 = Continente
Urinar
0 = Incontinente ou cateterizado e incapacitado para o fazer
1 = Acidente Ocasional (máximo uma vez em 24 horas);
2 = Continente (por mais de 7 dias)
Higiene Pessoal
0 = Necessita de ajuda com o cuidado pessoal
1 = Independente no barbear, dentes, rosto e cabelo (utensílios fornecidos)
Ir à casa de banho
0 = Dependente
1 = Precisa de ajuda mas consegue fazer algumas coisas sozinho
2 = Independente
Alimentar-se
0 = Incapaz
1 = Precisa de ajuda para cortar, barrar a manteiga, etc..
2 = Independente ( a comida é providenciada)
Deslocações
0 = Incapaz – não tem equilíbrio ao sentar-se
1 = Grande ajuda física ( uma ou duas pessoas), mas consegue sentar-se
2 = Pequena ajuda (verbal ou física)
3 = Independente
Mobilidade
0 = Imobilizado

156
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

1 = Independente na cadeira de rodas incluindo cantos, etc…


2 = Anda com ajuda de uma pessoa (verbal ou física)
3 = Independente (alguns tem a ajuda de uma bengala)
Vestir-se
0 = dependente
1 = Precisa de ajuda, mas faz cerca de metade sem ajuda
2 = Independente (incluindo botões, fechos e atacadores)
Escadas
0 = Incapaz
1 = Precisa de ajuda (verbal, física, ajuda carregando)
2 = Independente para subir e descer
Tomar banho
0 = Dependente
1 = Independente (ou no chuveiro)

Classificação:
0 - 04 – Muito Grave
05 -09 – Grave
10-14 – Moderado
15-19 – Ligeiro
20 - Independente

A escala de Barthel foi validada e adaptada á população portuguesa, em 1995 e 1998, pelos
Fisioterapeuta Paulo Lima e pelo Fisioterapeuta Ricardo Loução, respetivamente (Alcoitão).

157
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Míni Exame do Estado Mental

Orientação – 10 pontos
Identificar:
Ano/ Estação do Ano/ Dia da Semana ou Mês / Dia do Mês/ Local

Registo – 3 pontos
Memorizar : “copo, mala, carro”

Atenção e Cálculo – 5 pontos


Subtrair 7 de 100, e sucessivamente por 5 vezes
Soletrar “mundo” de trás para a frente

Memória de Evocação – 3 pontos


Repetir : “copo, mala, carro”

Linguagem
Nomear “lápis e relógio” – 2 pontos
Repetir : “nem aqui, nem ali, nem lá” – 1 ponto
Seguir comando em 3 etapas: “pegue este papel com a mão direita, dobre ao meio, e
ponha no chão” – 3 pontos
Seguir comando escrito: “feche os olhos” – 1 ponto
Escrever sentença com sujeito, verbo e predicado – 1 ponto
Copiar o desenho – 1 ponto

158
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Máximo de 30 pontos.
Adaptado de: Folstein, M. et al. J. Psychiat. Res. 1975; 12:189-198.

Escala de Depressão Geriátrica

Responda Sim ou Não consoante se tem sentido de há uma semana para cá:

1.* Está satisfeito(a) com a sua vida?


2.* Pôs de lado muitas das suas atividades e interesses?
3.* Sente a sua vida vazia?
4.* Fica muitas vezes aborrecido(a)?
5. Tem esperança no futuro?
6. Anda incomodado(a) com pensamentos que não consegue afastar?
7.* Está bem disposto(a) a maior parte do tempo?
8.* Tem medo que lhe vá acontecer alguma coisa de mal?
9.* Sente-se feliz a maior parte do tempo?
10.*Sente-se muitas vezes desamparado(a)?
11. Fica muitas vezes inquieto(a) e nervoso(a)?
12.*Prefere ficar em casa, em vez de sair e fazer coisas novas?
13. Preocupa-se muitas vezes com o futuro?
14.* Acha que tem mais problemas de memória do que as outras pessoas?
15.*Pensa que é bom estar vivo(a)?
16. Sente-se muitas vezes desanimado(a) e abatido(a)?
17.*Sente-se inútil?
18. Preocupa-se muito com o passado?
19. Acha a vida interessante?
20. É difícil para si começar novas atividades?
21. *Sente-se cheio(a) de energia?
22. *Sente que a sua situação é desesperada?
23. *Pensa que a situação da maioria das pessoas é melhor que a sua?
24. Aflige-se muitas vezes com pequenas coisas?
25. Sente muitas vezes vontade de chorar?
26. Tem dificuldade em se concentrar?
27. Gosta de se levantar de manhã?

Yesavage e tal (1983) “Development and validation of geriatric depression scale´ J. Psychiatric
Res. 17:37-49

159
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

160
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Exemplo de um PDI
Nome do Utente: António Cunha Tratar o utente por: Sr. António
Colaborador de referência: Ana Idade: 80 anos Data de aniversário: 15-12-1932
Resultados atingidos
Objectivos gerais da Data de Indicador(es)
Diagnóstico* Domínios Datas de monitorização
atividade definição
Definição Fonte ----/ --/ -- ---/ ---/
Taxa de execução semestral da Livro de ocorrências Médico e
Garantir, semestralmente
1. 18-01-2011 prestação de consultas de Registos Médicos
Ajudar a esposa a consultas de oftalmologia
Habilidades sensoriais oftalmologia
se deslocar
2.
Garantir, semanalmente, a
Taxa de execução semanal da Livro de ocorrências
4. prestação de cuidados de 18-01-2011
prestação de cuidados de higiene Folhas de registo do banho
Necessita de ajuda higiene
para o banho e para Autonomia Garantir, diariamente a tarefa Taxa de execução diária da tarefa
5. 18-01-2011 Contacto Verbal
calçar as meias de calçar as meias. de calçar as meias
6.
Garantir, diariamente o
respeito mútuo entre Taxa de execução diária do Contactos Verbal e Visual
Atividades passadas, 7. 18-01-2011
Medo de não ser colaboradores, utentes e respeito mútuo Livro de Ocorrências
presentes e futuras
respeitado visitas
8.
Garantir, diariamente o Taxa de execução diária do Contactos Verbal e Visual
10. 18-01-2011
Estar com a contacto com o exterior contacto com o exterior Livro de Ocorrências
família, sair do lar Participação Social Contactos Verbal e Visual
Garantir, semanalmente o Taxa de execução semanal do
em atividades 11. 18-01-2011 Livro de Ocorrências
contacto com os familiares contacto com os familiares

161
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Resultados atingidos
Objectivos gerais da Data de Indicador(es)
Diagnóstico* Domínios Datas de monitorização
atividade definição
Definição Fonte ----/ --/ -- ---/ ---/ -
Garantir, diariamente o apoio
Taxa de execução diária da
Medo da própria espiritual através da recitação Contactos Verbal e Visual
12. 18-01-2011 recitação do terço e semanal da
morte e da morte Conclusão do Ciclo de do terço e semanalmente da
celebração Eucarística
dos familiares mais Vida celebração Eucarística.
próximos Garantir, semanalmente o Taxa de execução semanal do Contactos Verbal e Visual
13. 18-01-2011
contacto com os familiares contacto com os familiares
Garantir, diariamente Taxa de execução diária da Contactos Verbal e Visual
14. 18-01-2011
Atividade sexual privacidade com a esposa privacidade com a esposa
Intimidade
activa
15.
*Necessidades, expectativas, serviços contratualizados, competências e potencialidades do Utente

162
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Indicadore(s) de
Atividades tipo Assinalar as atividades de desenvolvimento a implementar Objetivos) específicos) Indicador(es)
avaliação

Julh

Ago
Mar
Fev

Mai
Jan

Jun
Abr

Set
Implicar, o utente diariamente
Taxa de execução Livro de ocorrências,
nas atividades de higiene
Higiene Pessoal Lavar-se, tomar banho, desfazer a barba e cortar o cabelo diária da higiene Contactos Verbal e Visual X X X X X X
pessoal e imagem, ao longo do
pessoal e de imagem
1º semestre
Implicar, o utente diariamente
nas atividades de escolha de Taxa de execução Livro de ocorrências,
Vestir-se em conformidade com a estação do ano, manter-se limpo
Imagem Pessoal roupa e na forma como se diária da forma como o Contactos Verbal e Visual X X X X X X
e arranjado
apresenta, ao longo do 1º utente se arranja
semestre
Implicar, o utente diariamente Taxa de execução Livro de ocorrências,
Pequeno-Almoço, Almoço, Lanche, Jantar e Ceia
Refeições nas refeições, ao longo do 1º diária da forma como o Contactos Verbal e Visual X X X X X X
semestre utente se alimenta
Taxa de execução
Implicar, o utente diariamente Livro de ocorrências,
Assistência diária da forma como o
na toma dos medicamentos ao Contactos Verbal e Visual X X X X X X
Medicamentosa Administração da medicação nos horários prescritos utente toma a
longo do 1º semestre
medicação
Implicar, o utente diariamente Ficha de Registo da
Taxa de execução
na muda de roupa interior e Lavandaria, Livro de
diária e semanal da
Tratamento de Roupa Lavagem adequada dos diferentes tipos de roupa semanalmente na muda de ocorrências, Contactos X X X X X X
forma como o utente se
roupa exterior, ao longo do 1º Verbal e Visual
veste
semestre
Reabilitação
Taxa de execução
Ações de promoção e apoio ao efetivo acesso a direitos, bens e Implicar, o utente e familiares
semestral na
serviços; semestralmente nas ações de Livro de ocorrências,
participação de ações
Apoio Psicossocial Ações de informação, orientação e formação ao utente e promoção, informação, Contactos Verbal e Visual X X X X X X
de promoção,
familiares, no sentido de se adaptarem e compreenderem a nova orientação e formação, ao
informação, orientação
situação do utente longo do 1º semestre
e formação
Taxa de execução
Implicar, o utente diariamente diária e semanal da
na prática de trabalhos forma como utente Livro de ocorrências,
Lúdico-recreativas Trabalhos Manuais, Jogos e atividades Recreativas manuais, jogos e atividades participa na execução Contactos Verbal e Visual X X X X X X
recreativas ao longo do 1º de trabalhos manuais,
semestre jogos e atividades
recreativas
Implicar, o utente Taxa de execução
semanalmente na prática de diária e semanal da Livro de ocorrências,
Desportivas Prática de exercício físico X X X X X X
exercício físico ao longo do 1º forma como o utente se Contactos Verbal e Visual
semestre veste

163
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Implicar, o utente diariamente


receção ou execução de Taxa de execução
visitas, quer no interior, quer no diária e semanal da Livro de ocorrências,
Sociais X X X X X X
Receber ou fazer visitas e efetuar pequenos passeios exterior das instalações da forma como o utente Contactos Verbal e Visual
organização, ao longo do 1º interage socialmente
semestre
Implicar, o utente Taxa de execução
Ler jornais e revistas, ver televisão, leitura e discussão de temas, ir semanalmente em tarefas que semanal da forma como Livro de ocorrências,
Culturais X X X X X X
ao teatro e ao cinema. o valorizem culturalmente, ao o utente se valoriza Contactos Verbal e Visual
longo do 1º semestre culturalmente

Intelectuais/formativas

Taxa de execução
Implicar, o utente diariamente
diária da forma como o
no auxílio das deslocações da Livro de ocorrências,
Quotidianas Acompanhamento da esposa nas deslocações para o refeitório utente se auxilia a X X X X X X
esposa, ao longo do 1º Contactos Verbal e Visual
esposa nas suas
semestre
deslocações
Taxa de execução
Implicar, o utente diariamente e
diária e semanal da
Recitar o terço diário através da rádio e assistir á missa dominical semanalmente nos cultos
Espirituais/religiosas forma como o utente Contactos Verbal e Visual X X X X X X
através da televisão religiosos, ao longo do 1º
participa nos cultos
semestre
religiosos
Taxa de execução
Auxiliar, o utente nas saídas diária e semanal para
Livro de ocorrências,
Transportes Transportar o utente para diversos locais sempre que necessário sempre que necessário, ao que o utente se posse X X X X X X
Contactos Verbal e Visual
longo do 1º semestre deslocar sempre que
necessário
Implicar, o utente diariamente Taxa de execução
Acompanhamento ao nas saídas e acompanhá-lo diária de forma a que o
Acompanhar o utente ao exterior sempre que a situação o Livro de ocorrências,
exterior sempre que a situação o utente se sinta X X X X X X
justifique Contactos Verbal e Visual
justifique, ao longo do 1º acompanhado nas suas
semestre saídas para o exterior
Taxa de execução
diária de forma a que o
Implicar, o utente diariamente
Apoio na aquisição de utente se sinta
na aquisição e escolha de bens Livro de ocorrências,
bens e serviços Acompanhar o utente e apoiá-lo na aquisição de bens ou serviços acompanhado na X X X X X X
e serviços, ao longo do 1º Contactos Verbal e Visual
tomada de decisões
semestre
referentes a aquisição
de bens ou serviços.
Implicar, o utente diariamente Taxa de execução
na organização e manutenção diária de forma a que o Registo de Higienização
Organização e higiene
Organizar e manter limpo o espaço individual do utente da limpeza do espaço utente sinta se útil na de quartos X X X X X X
do espaço individual
individual, ao longo do 1º organização e limpeza Contactos Verbal e Visual
semestre do seu próprio espaço.

164
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Anexo 2 - Perfil profissional do Animador Sociocultural

I - REFERENCIAL DE ATIVIDADES

 Designação Animador(a) Sociocultural

 Outras designações utilizadas / Profissões ou empregos agregados:


Animador(a) Sociocomunitário; Animador(a) Cultural; Animador Social

 Missão: Promove o desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades,


organizando, coordenando e/ou desenvolvendo atividades de animação (de
carácter cultural, educativo, social, lúdico e recreativo).

 Local de exercício da atividade: Estabelecimentos e Serviços de Apoio Social,


de carácter público e privado com ou sem fins lucrativos; Associações
profissionais, sociais e culturais; Centros Culturais e/ou Recreativos; Museus;
Ginásios, Pavilhões e Parques Desportivos; Autarquias locais (Juntas de
Freguesia e Câmaras Municipais); Escolas de Ensino Básico e Secundário;
Serviços públicos e privados, nomeadamente: Hospitais, Centros de Saúde,
Centros de Atendimento a pessoas com toxicodependência, Clínicas e Termos,
Centros de Colónias de Férias, Clubes, Cooperativas, empresas de animação
turística, unidades hoteleiras e empresas de organização de eventos, entre
outros, e ainda, nos domicílios dos clientes.

 Condições de exercício: As atividades desenvolvem-se muitas vezes em


horários prolongados ou atípicos. Exigem alguma resistência física e psicológica.
Esta atividade pode ser exercida a tempo parcial.
 Área funcional: Animação / prestação do serviço.

 Atividades: Estuda, integrado em equipas multidisciplinares, o grupo alvo e o


seu meio envolvente, diagnosticando e analisando situações de risco e áreas de
intervenção sob as quais actuar: Planeia e implementa em conjunto com a

165
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

equipa técnica multidisciplinar, projecos de intervenção sócio-comunitária.


Planeia, organiza e promove/desenvolve atividades de carácter educativo,
cultural, desportivo, social, lúdico, turístico e recreativo, em contexto institucional,
no comunidade ou ao domicílio, tendo em conta o serviço em que está integrada
e os necessidades do grupo e dos indivíduos, com vista o melhorar a sua
qualidade de vida e o qualidade da sua inserção e interação social. Promove a
integração grupal e social. Incentiva, fomenta e estimula as iniciativas dos
indivíduos de forma o que estes organizem e decidam o seu projeto lúdico ou
social, dependendo do grupo-alvo e dos objetivos da intervenção. Fomenta a
interação entre os vários actores sociais da comunidade. Acompanha as
alterações que se verifiquem na situação dos clientes/utilizadores que afectem o
seu bem-estar e actua de forma a ultrapassar possíveis situações de Isolamento,
solidão e outras. Informa a equipa técnica caso se verifique a ocorrência de
alguma situação anomalia. Articula a sua intervenção com os actores
institucionais nos quais o grupo ou o indivíduo se insere. Pode gerir um espaço
de ATL. Elabora relatórios de atividades.

II - REFERENCIAL DE COMPETÊNCIAS MOBILIZÁVEIS

 Saberes - fazer técnicos: Ler e interpretar diagnósticos sociais da


comunidade e relatórios psicológicos e sociais dos clientes/utilizadores, ou
programas de animação identificando as principais áreas de intervenção.
Observar, através de instrumentos vários, a comunidade, o grupo e o indivíduo
de forma a realizar o seu diagnóstico social e identificar as suas carências,
necessidades e potencialidades. Identificar e seleccionar as técnicas e
práticos de animação tendo em conta o tipo de programas de animação, e as
características dos clientes/utilizadores, dos grupos e dos comunidades e os
objetivos que pretende alcançar. Identificar os recursos necessários para a
concretização de projetos de intervenção sócio-comunitária e de animação.
Observar e caracterizar a população alvo, bem como os fenómenos grupais,
recolhendo informações necessárias, utilizando técnicas de observação,

166
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

entrevistas e questionários. Identificar as necessidades e as motivações


individuais e do grupo. Desenvolver atividades diversas, nomeadamente
ateliers, visitas aos museus e exposições, encontros desportivos, culturais e
recreativos, encontros intergeracionais, atividades de expressão corporal,
dramática, animação de rua, exercício físico ligeiro, leitura de contos e
poemas, visionamento de filmes e posterior discussão, debate de temas,
trabalhos manuais, com posterior exposição dos trabalhos realizados,
culinária, passeios ao ar livre. Conceber os materiais necessários para o
desenvolvimento das atividades de animação, nomeadamente criar e produzir
fantoches, gigantones, esculturas, trabalhos de cerâmica, máscaras, adereços
e pinturas. Incentivar os clientes/utilizadores a organizarem a sua vida no seu
meio envolvente e a integrarem-se na sociedade, participando activamente,
construindo o seu projeto de vida e demonstrando através da realização de
diversas atividades quais as capacidades e as competências de cada um.
Sensibilizar e envolver a comunidade no acompanhamento deste tipo de
grupos, de forma a fomentar a sua integração. Envolver as famílias nas
atividades desenvolvidas, fomentando a sua participação. Despistar situações
de risco, encaminhando-as para as equipas técnicas especializadas.
Seleccionar, organizar, sistematizar e manter actualizada informação relativa
às atividades desenvolvidas.

 Saberes

 Conhecimentos profundos de técnicas de animação.


 Conhecimentos profundos sobre a comunidade/grupo na qual actua.
Conhecimentos sólidos de técnicas de socorrismo.
 Conhecimentos fundamentais de expressões corporais, dramática, musical e
plástica.
 Conhecimentos fundamentais de educação física, desporto e equipamentos
desportivos.
 Conhecimentos fundamentais sobre intervenção social.
 Conhecimentos fundamentais de artes e atividades recreativas.
167
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

 Conhecimentos fundamentais de político social.


 Conhecimentos fundamentais de normas de segurança, higiene e saúde no
trabalha.
 Conhecimentos de qualidade.
 Conhecimentos básicos de gerontologia.
 Conhecimentos básicos de psicologia.
 Conhecimentos básicos de sociologia.
 Conhecimentos básicos de antropologia.
 Conhecimentos básicos tecnologias da informação.
 Conhecimentos básicos de psicossociologia .
 Conhecimentos básicos de psicopatologia da adolescência e da juventude.

 Saberes-fazer sociais e relacionais


 Trabalhar em equipas multidisciplinares.
 Adaptar-se às diferenças individuais, situacionais e socioculturais e a
ambientes diversos. Comunicar de forma clara, precisa, persuasiva e
assertiva.
 Estabelecer relações interpessoais empáticas.
 Demonstrar autonomia e criatividade na resolução das situações. Motivar e
valorizar os clientes/utilizadores.
 Distanciar-se em relação aos problemas dos clientes/utilizadores. Demonstrar
estabilidade emocional e auto-controlo.
 Gerir conflitos.
 Demonstrar segurança e confiança.
 Demonstrar capacidade de observação.
 Motivar e valorizar os clientes/utilizadores. Demonstrar persistência na sua
atividade profissional. Demonstrar compreensão e sensibilidade.
 Lidar com situações de insucesso e dar valor aos pequenos progressos.
Adaptar-se a situações imprevistas.
 Estabelecer relações de cooperação dentro de equipas multidisciplinares.
 Agir em conformidade com as normas de higiene, segurança e saúde no
168
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

trabalho.

III - FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA

 Formação: Este emprego é acessível a partir de uma formação


correspondente ao 12º ano de escolaridade na área técnica de animação
social, uma formação de qualificação inicial de nível III no domínio da animação
sociocultural, ou licenciatura em animação sociocultural.

IV - ESPECIFICIDADES DO MERCADO DE TRABALHO


 Variabilidade do emprego: Este profissional pode estar integrado em
organismos de apoio social e cultural autárquico. É crescente o número de
animadores socioculturais que exercem a sua atividade enquanto freelancers e
associados a empresas de produção de festas, de eventos culturais,
desportivos, turísticos ou outros.
 Especialização em domínios de intervenção: A especialização depende dos
domínios de intervenção da entidade e do público que esta abrange, pelo que
se considera importante possuir formação específica ou complementar na área
de intervenção. Consoante o tipo de entidade, o animador sociocultural pode
especializar-se numa ou várias das atividades da sua profissão.

V - ELEMENTOS DE PROSPECTIVA
 Cenário: Um cenário implica o crescimento deste emprego, bem como uma
menor polivalência e maior especialização por público-alvo de intervenção, ou
por tipo de intervenção (lúdica, desportiva ou turística) nas competências
relacionadas com a qualidade, o direito dos clientes/utilizadores o trabalho em
equipa.
Fonte: INOFOR (2005)

169
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Anexo 3

Direitos dos Idosos


Princípios das Nações Unidas para o Idoso

Resolução 46/91 - Aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas


16/12/1991

INDEPENDÊNCIA
1. Ter acesso à alimentação, à água, à habitação, ao vestuário, à saúde, a ter apoio
familiar e comunitário.
2. Ter oportunidade de trabalhar ou ter acesso a outras formas de geração de
rendimentos.
3. Poder determinar em que momento se deve afastar do mercado de trabalho.
4. Ter acesso à educação permanente e a programas de qualificação e requalificação
profissional.
5. Poder viver em ambientes seguros adaptáveis à sua preferência pessoal, que sejam
passíveis de mudanças.
6. Poder viver em sua casa pelo tempo que for viável.

PARTICIPAÇÃO
7. Permanecer integrado na sociedade, participar activamente na formulação e
implementação de políticas que afectam directamente o seu bem-estar e transmitir
aos mais jovens conhecimentos e habilidades.
8. Aproveitar as oportunidades para prestar serviços à comunidade, trabalhando como
voluntário, de acordo com seus interesses e capacidades.
9. Poder formar movimentos ou associações de idosos.

ASSISTÊNCIA
10. Beneficiar da assistência e protecção da família e da comunidade, de acordo com os
seus valores culturais.
11. Ter acesso à assistência médica para manter ou adquirir o bem-estar físico, mental e
emocional, prevenindo a incidência de doenças.
12. Ter acesso a meios apropriados de atenção institucional que lhe proporcionem
protecção, reabilitação, estimulação mental e desenvolvimento social, num ambiente
humano e seguro.
13. Ter acesso a serviços sociais e jurídicos que lhe assegurem melhores níveis de
autonomia, protecção e assistência
14. Desfrutar os direitos e liberdades fundamentais, quando residente em instituições que
lhe proporcionem os cuidados necessários, respeitando-o na sua dignidade, crença e
intimidade. Deve desfrutar ainda do direito de tomar decisões quanto à assistência
170
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

prestada pela instituição e à qualidade da sua vida.

AUTO-REALIZAÇÃO
15. Aproveitar as oportunidades para o total desenvolvimento de suas potencialidades.
16. Ter acesso aos recursos educacionais, culturais, espirituais e de lazer da sociedade.

DIGNIDADE
17. Poder viver com dignidade e segurança, sem ser objecto de exploração e maus-tratos
físicos e/ou mentais.
18. Ser tratado com justiça, independentemente da idade, sexo, raça, etnia, deficiências,
condições económicas ou outros factores .

171
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Anexo 4
Os 12 mandamentos da Geriatria
De Hugonot de Grenoble, 1968, adaptado por Luís Jacob

 1º Mandamento: Um organismo central nacional de coordenação é um preliminar


indispensável.
 2º Mandamento: Devem haver sectores de ação social intermédios com relativa
autonomia.
 3º Mandamento: A mistura de idade é obrigatória.
 4ª Mandamento: Deve-se manter a pessoa no ambiente habitual.
 5º Mandamento: A manutenção de uma atividade é indispensável para a
preservação da saúde psíquica e mental.
 6º Mandamento: Deve-se incentivar o enquadramento e a participação do idoso na
comunidade.
 7º Mandamento: Quando a habitação própria já não apresentar condições, deve-se
procurar um local seguro e agradável para o idoso.
 8º Mandamento: Os equipamentos colectivos devem assegurar a subsistência normal
do idoso.
 9º Mandamento: O serviço hospitalar de geriatria impõe-se com serviço de reinserção
social.
 10º Mandamento: Deve-se manter os laços entre os diferentes serviços (família,
domicilio, lar, hospital).
 11º Mandamento: Impõe-se uma preparação para a reforma.
 12º Mandamento: As pessoas que cuidam dos idosos devem ser formadas.

172
Atividades de Animação de Idosos II de Luis Jacob

Autor: Luís Jacob

 Mestre em Gestão de Recursos Humanos pelo ISCTE.


 Licenciado em Educação Social pela Escola Superior de Educação de Santarém e
Universidade de Vigo (Espanha).
 Especialização em “Educação Sexual” pela Universidade Pontifica de Salamanca
(Espanha).
 Presidente-fundador da RUTIS desde 2005.
 Conselheiro do Conselho Económico e Social da República Portuguesa.
 Coordenador de vários projetos europeus e investigador do IPCDVS da UC.
 Professor do ensino superior.
 Director Técnico de uma IPSS durante 8 anos.
 Director da Socialgest, Consultadoria de Economia Social, Lda.
 Autor de vários livros e artigos sobre a temática do envelhecimento

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