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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Preservação Digital de Documentos Históricos

Albino Alberto Cumbana: 41231250

Maxixe, Março de 2023


Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Preservação Digital de Documentos Históricos

Trabalho de Carácter avaliativo,


desenvolvido no Campo a ser submetido
na Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de História da UnISCED.

Albino Alberto Cumbana: 41231250

Maxixe, Março de 2023


Índice

1.0 Introdução ............................................................................................................................. 1

1.1 Objectivos ............................................................................................................................. 1

1.1.1 Geral .................................................................................................................................. 1

1.1.2 Específicos ......................................................................................................................... 1

1.2 Metodologias ........................................................................................................................ 1

2.0 Desenvolvimento .................................................................................................................. 2

2.1 Definição dos conceitos ........................................................................................................ 2

2.1.1 Preservação digital ............................................................................................................. 2

2.1.2 Documento electrónico ...................................................................................................... 2

2.1.3 Documento digital ............................................................................................................. 2

2.2 Visão histórica da preservação digital .................................................................................. 3

2.2 Preservação digital de documentos ...................................................................................... 3

2.3 Preservação de fotografias .................................................................................................... 4

2.4 Preservação de suportes digitais ........................................................................................... 5

2.5 Estratégias de preservação de documentos históricos .......................................................... 5

2.6 Vantagens e Desvantagens da prevenção de documentos históricos ................................... 6

3.0 Conclusão ............................................................................................................................. 7

4.0 Referencias Bibliográficas .................................................................................................... 8


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1.0 Introdução

A questão da preservação de documentos históricos a longo prazo constitui-se em um


problema que tem recebido atenção em todo o mundo nos últimos anos e considerando o uso
intensivo de documentos digitais na sociedade moderna, a importância do assunto reside na
necessidade de preservar o património cultural e o saber da humanidade.
Não só, mas para fins institucionais e comerciais, existe a necessidade de manter documentos
autênticos e acessíveis por um longo período, de forma a garantir direitos de cidadãos.
A dificuldade em preservar documentos digitais diz respeito à volatilidade das mídias
utilizadas para registro dos dados e à rápida obsolescência da tecnologia. Por um lado, quando
se avaliam problemas inerentes à preservação de registros em papel, a mídia digital parece ter
características essenciais (Arellano, 2008).
Assim, desenvolveu-se este trabalho, com o objectivo de identificar as estratégias de
preservação digital, bem como os critérios e políticas de preservação digital e visa contribuir
para as discussões e questionamentos em torno da reservação de documentos históricos.

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral

Compreender preservação digital de documentos históricos

1.1.2 Específicos

a) Definir o conceito documento electrónico, documento digital e preservação digital;


b) Descrever as estratégias para a prevenção digital de documentos históricos;
c) Mencionar as vantagens e desvantagens da prevenção digital de documentos
históricos.

1.2 Metodologias
Para execução de qualquer actividade, é necessário ter o caminho e os procedimentos que o
guiarão ao alcance dos objectivos previamente traçados.
Contudo o trabalho em estudo não distancia-se do legado, assim sendo, para sua realização
recorrer-se-á pesquisa Bibliográfica quanto aos procedimentos, a estudo de caso quanto ao
método e pesquisa qualitativa quanto á abordagem.
Segundo Magibire (2019, p.62), pesquisa Bibliográfica é aquela desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente por livros e artigos científicos.
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2.0 Desenvolvimento

2.1 Definição dos conceitos

2.1.1 Preservação digital

A preservação digital consiste na actividade de garantir o acesso à informação em meio


digital, mantendo a sua autenticidade e integridade (Ferreira, 20011).

Para Rodrigues (2003), a preservação digital dependerá da solução tecnológica proposta e dos
seus respectivos custos, devendo levar em consideração o acesso contínuo as funcionalidades
e ao conteúdo do documento digital.

Assim, pode-se definir que a preservação digital como a actividade que garante o acesso
contínuo em longo prazo, visando à manutenção da integridade e da autenticidade dos
documentos digitais.

2.1.2 Documento electrónico

É a informação registrada, codificada em forma analógica ou em dígitos binários, acessível e


interpretável por meio de equipamento electrónico. Exemplos: filme em VHS, música em fita-
cassete (Rodrigues, 2003).

2.1.3 Documento digital

É a informação registrada, codificada em dígitos binários, acessível e interpretável por meio


de sistema computacional. Exemplos: texto em PDF, planilha de cálculo em Microsoft Excel,
áudio em MP3, filme em AVI (Rodrigues, 2003).

Assim, percebe-se que a diferença entre o documento electrónico e o digital é que um


documento electrónico é acessível e interpretável por meio de um equipamento electrónico
(aparelho de videocassete, filmadora, computador), podendo ser registrado e codificado em
forma analógica ou em dígitos binários, ao passo que um documento digital é um documento
electrónico caracterizado pela codificação em dígitos binários e acessado somente por meio
de sistema computacional.

Assim, todo documento digital é electrónico, mas nem todo documento electrónico é digital.
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2.2 Visão histórica da preservação digital

No processo histórico de disseminação da informação, a invenção da imprensa elevou


significativamente a quantidade de registros escritos e promoveu uma verdadeira revolução
social. O século XVIII assistiu à ascendência e ao domínio dos registros em papel, os quais
ganharam força e independência nesse período (Ferreira, 2011).

No final do século XX, de forma similar, a emergência da Internet promoveu a produção e a


disseminação em larga escala de registros digitais. Documentos digitais fazem parte do dia-a-
dia das instituições.

A maioria dos documentos digitais, entretanto, não tem recebido qualquer tipo de tratamento
visando à preservação. Isso ocorre mesmo considerando que parte significativa corresponde a
documentos científicos e de valor histórico (Rodrigues, 2003).

Os procedimentos necessários inerentes à preservação digital são, na verdade, parte de


políticas de informação, de gestão e de arquivo da instituição (Baggio, 2011).

De fato, a adopção de um conjunto de técnicas básicas visando à preservação é apenas o


primeiro passo de um longo processo, uma vez que a tecnologia é incapaz de proporcionar
solução definitiva e as técnicas para preservação digital consistem de mecanismos que, em
última instância, buscam combinar a estrutura lógica do registro ao seu suporte físico

2.2 Preservação digital de documentos

Segundo Baggio (2011), a conservação de documentos de arquivo é uma actividade que visa
minimizar ou reparar a deterioração química e/ou física dos documentos, retardando os efeitos
adversos que incidem sobre ele (ou até mesmo os impedindo), migando então a perda
informacional.

Para Thomaz (2004), as recomendações básicas de preservação de documentos têm o


objectivo de reduzir o impacto da degradação nos documentos, causada por agentes externos
ou internos, de forma a assegurar a integridade física dos suportes, das informações e do
acesso à documentação e adopção de medidas preventivas deve ser realizada desde a
produção do documento, a fim de se evitar danos ao longo de seu uso.

Assim, percebe-se que estudar a preservação de documentos arquivos digitais consiste na


análise de como esses sofrem alterações, ou virão a sofrer.
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É notório perceber que a preservação digital necessita de acções que resolvam sua
problemática, a de manter intacto o objecto original e seu significado; no entanto uma
proposta indubitável e que seja abrangente a todos os casos ainda não existe.

2.3 Preservação de fotografias

Segundo Zuñiga (2002), para preservar fotografias é essencial que sejam observadas as
recomendações a seguir:

a) Armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos e ópticos em


condições climáticas especiais, de baixa temperatura e baixa humidade relativa,
obtidas por meio de equipamentos mecânicos bem dimensionados, sobretudo para a
manutenção da estabilidade dessas condições, a saber: fotografias em preto e branco
(T 12 ºC ± 1 ºC e UR 35% ± 5%); fotografias em cor (T 5 ºC ± 1 ºC e UR 35% ± 5%);
filmes e registros magnéticos (T 18 ºC ± 1 ºC e UR 40% ± 5%).
b) Armazenar separadamente negativos, fotografias em papel, filmes em bases de nitrato
e de acetato de celulose, com o uso de invólucros individuais.
c) Devem ser confeccionadas em papel neutro as embalagens para fotografias (em papel
e negativos), filme, meios magnéticos e ópticos. Plásticos inertes podem ser utilizados,
tomando-se os devidos cuidados para se evitar problemas com a humidade.
d) Acondicionar as fotografias em mobiliário de metal com revestimento à base de
esmalte e tratado por fosfatação, para se evitar ferrugem.
e) Não colocar os dedos sobre a imagem fotográfica ou fílmica. A gordura natural
existente nas mãos resulta em “impressões digitais” de cor marrom, impossíveis de
serem removidas após alguns anos.
f) Usar, preferencialmente, luvas de algodão para o manuseio de fotografias e filmes.
g) Não fazer anotações a caneta na fotografia. Utilizar lápis macio e escrever no verso da
foto.
h) Não utilizar nenhum tipo de cola ou fita adesiva em contacto com a fotografia, filme e
meios magnéticos e ópticos.
i) Para fixar fotografias, recomenda-se usar cantoneiras.
j) Não utilizar clipes ou grampos de metal. Esses materiais enferrujam-se rapidamente e
danificam a imagem fotográfica ou fílmica.
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2.4 Preservação de suportes digitais

De acordo com Arellano (2004), os documentos digitais podem ser gerados por meio de três
formas:

a) Sistemas informatizados de dados contidos em sistemas de gerenciadores de bancos de


dados (SGDB);
b) Digitalização; e
c) Uso de software ou sistema específico.

Em todas essas formas, a visualização dos documentos e das informações contidas neles
depende directamente do uso de software e de computadores que nem sempre estão presentes
em todos os lugares ou nem sempre apresentam tecnologia compatível (Arellano, 2004).

Assim, cabe ressaltar a importância e a necessidade de uma política de preservação de


documentos arquivísticos que contemple os documentos convencionais e digitais, pois a
preservação digital perpassa um conjunto de medidas que podem incluir desde migrações ou
transferências periódicas dos suportes de armazenamentos até a conversão para outros
formatos digitais, bem como emulação ou actualização do ambiente tecnológico, hardware e
software.

Segundo Arellano (2004), para que os documentos arquivísticos digitais utilizados no âmbito
das funções e actividades se mantenham com a forma e o conteúdo estáveis,
independentemente do conjunto de metodologias e estratégias utilizadas para a preservação,
alguns cuidados de conservação devem ser adoptados já na fase de produção, como a
utilização de softwares livres (open source) e a elaboração de planilhas e documentos que
utilizem PDF/A, ISO 19005-1:2005 para imagens e formato ODT (open source) para textos.

2.5 Estratégias de preservação de documentos históricos

Segundo Ferreira (2011), as estratégias de preservação digital surgiram na segunda metade do


século XX por preocupações com recursos informáticos e tecnológicos que ficavam
obsoletos. Isso constitui um grave problema para a documentação gerada em meio
electrónico, pois ela estava sujeita ao risco de ter seu conteúdo violado, corrompido,
adulterado ou de ficar inacessível.
As principais estratégias de preservação são: a migração, a emulação, o encapsulamento, a
conservação de hardware ou software, a reprografia, o refrescamento, a actualização de
versões, a conversão para formatos concorrentes, a normalização, a arqueologia digital e a
Pedra de Rose a Digital (Ferreira, 2011).
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Uma estratégia de preservação digital pode ser entendida com um conjunto de objectivos e
métodos para efectuar a manutenção em longo prazo dos documentos digitais, contemplando
os seus respectivos objectos digitais e as suas informações relacionadas.

De acordo com Thomaz (2004), as estratégias compõem um grupo de possíveis alternativas de


acção, cada uma delas com objectivo de preservar integridade, autenticidade e fidedignidade
dos documentos, garantindo acesso contínuo em longo prazo e a implementação destas
estratégias visará minimizar e até mesmo evitar os problemas causados pela obsolescência
tecnológica, como por exemplo, dificuldades de leitura, incompatibilidade de versões e até
mesmo a perda de documentos.

Desta forma, percebe-se que as estratégias possibilitarão uma reconstrução fidedigna dos
documentos assim representados no futuro em um contexto tecnológico diferente do qual foi
originado, configurando uma acção de preservação em logo prazo.

2.6 Vantagens e Desvantagens da prevenção de documentos históricos

A identificação das especificidades dos documentos será determinante para a escolha das
estratégias de preservação digital a serem inseridas no plano de preservação.
Segundo Baggio e Flores (2013), o arquivista deve considerar as complexidades dos
documentos digitais, e assim identificar as vantagens e desvantagens das estratégias para
garantir a preservação e o acesso em longo prazo.
Desta feita, sua implementação tem como base a criação de “museus tecnológicos”, onde se
tem especificamente a plataforma considerada necessária para correta representação dos
objectos digitais.
Esta estratégia segundo Ferreira (2011) possui foco na preservação do objecto conceitual,
sendo considerada por diversos pesquisadores, a única estratégia de preservação capaz de
assegurar a fidedignidade dos documentos digitais.
De acordo com Arrelano (2004), na implementação desta estratégia não basta apenas salvar o
software capaz de interpretar correctamente o objecto digital, também é preciso manter o
hardware da máquina, caso contrário haverá possibilidade de falhas no plano de preservação
devido à incompatibilidade entre o hardware e o software utilizados. Obviamente, os objectos
digitais preservados em seu contexto tecnológico no qual os originou, poderão ser acessados
continuamente e interpretados correctamente.

De maneira geral, a preservação de tecnologia deverá ser implementada em curto prazo, como
uma estratégia de transição, minimizando os seus próprios custos e o seu risco eminente de
obsolescência.
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3.0 Conclusão

A preservação digital de documentos históricos manifesta diferentes significados de acordo


com o contexto utilizado, não sendo assumido para a Ciência da Informação o mesmo para a
Ciência da Computação ou a Tecnologia da Informação.

A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a informação digital permaneça


acessível, interpretável e autêntica, mesmo na presença de uma plataforma tecnológica
diferente.

Desta forma, a preservação digital se apresenta como uma série de procedimentos


sistematizados e sincronizados a fim de garantir o acesso contínuo aos documentos em longo
prazo.

Dentre as estratégias de preservação constam técnicas diversas, mas destaca-se a migração, a


emulação, o encapsulamento, a conservação de hardware ou software, a reprografia, o
refrescamento, a actualização de versões, a conversão para formatos concorrentes, a
normalização, a arqueologia digital e a Pedra de Rose a Digital.
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4.0 Referencias Bibliográficas

Arellano, M. A. (2004). Preservação de documentos digitais. Brasília.

Arellano, M. Á. M. (2008). Critérios para a preservação digital da informação científica.


Universidade de Brasília.

Baggio, C. C. (2011). Preservação de documentos digitais em arquivos: Desafios do século


XXI. São João: Brasil.

Baggio, C.A C. & Flores, D. (2013). Documentos Digitais: Preservação e Estratégias.


Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação

Ferreira, M. (2011). Introdução à preservação digital: Conceitos, estratégias e actuais


consensos. Guimarães, Portugal: Escola de Engenharia da Universidade de Minho.

Magibire, Z. M. (2019). Metodologias de Investigação Científica. ISCED


Rodrigues, M. L. T. S. (2003). Preservação digital a longo Prazo: Estado de Arte e Boas
práticas em repositórios. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa: Lisboa.

Thomaz, K. P. (2004). A preservação de documentos electrónicos de carácter arquivístico:


Novos desafios, velhos problemas. UFMG, Belo Horizonte.

Zuñiga, S. (2002). A Importância de um Programa de Preservação em Arquivos Públicos e


Privados. Brasil.

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