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APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Os autores
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Marciel Peinado
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Margarida - E-mail: margarida@editorajotacê.com.br
<mailto:margarida@editorajotacê.com.br>
-TÍTULO I-
BASES DOUTRINÁRIAS DO PLANEJAMENTO HOSPITALAR
-SUMÁRIO - TÍTULO I-
1. INTRODUÇÃO
2. O PAPEL DO CONSULTOR HOSPITALAR
3. DETERMINAÇÃO DE LEITOS PARA UMA COMUNIDADE
4. CONCLUSÃO
1. INTRODUÇÃO - TÍTULO I
Trata-se de uma figura bastante rara, mesmo porque, não se constrói tantos hospitais
como antigamente.
E qual o perfil de um consultor hospitalar?
Antes de mais nada, este perfil só se aplica a quem vivencia o hospital. Não importa a
sua formação acadêmica (médico, arquiteto, administrador). Quanto maior a sua vivência na
atividade hospitalar, melhor conhecimento de situações concretas na sua dinâmica. Um médico
especialista em qualquer atividade profissional no campo da medicina, na prática, não significa um
amealhamento dos fatores determinando a complexidade de um hospital como um todo. Existe até
possibilidade de aquele especialista entendê-lo como idéia ampliada de seu esquema vivencial. Se
forem escolhidos dez médicos altamente especializados em campos diferentes da medicina e
atribuída a eles a incumbência de traçar um programa hospitalar com o objetivo de orientar um
arquiteto, certamente, obter-se-á uma reedição da babel bíblica. Mesmo um arquiteto bem
sucedido em projetos residenciais, industriais e em áreas de lazer, poderá ter dificuldades
adicionais quando tiver a sua atenção voltada para o planejamento arquitetônico de um hospital.
Certa ocasião, fomos convidados para prestar assessoria, na qualidade de consultor, a um projeto
de Centro Cirúrgico para um importante hospital no norte do Paraná. O Centro Cirúrgico existente,
tinha duas salas cirúrgicas em meia lua. Não era a primeira vez que víamos uma concepção
arquitetônica daquele tipo. O Diretor Clínico da instituição, por sinal, o mais antigo cirurgião da
comunidade, justifica aquele formato dizendo haver sido ele mesmo, cinqüenta anos antes, o autor
de tal projeto, conforme tinha visto um hospital onde estagiara. Anotamos o nome do hospital para
satisfação de nossa curiosidade.
Tempos depois, visitamos a instituição que havia servido de campo de estágio para
aquele Diretor Clínico e que desejava modificar, também, a forma de suas salas de cirurgia
(também em meia lua). Com a curiosidade mais aguçada ainda, procuramos um antigo médico da
cidade, retirado da clínica, mas totalmente lúcido e lhe pedimos maiores esclarecimentos quanto a
concepção arquitetônica das salas cirúrgicas.
Quando terminei o curso de Medicina, o meu pai resolveu me enviar para a França a
fim de cumprir um estágio cirúrgico. Em Paris, as vagas estavam todas preenchidas. Restava-me
Marselha. Para lá me dirigi e permaneci por dois anos. Ao retornar, o Provedor do Hospital me
pediu ajuda para planejar as salas de operações. Como em Marselha o hospital onde estagiara
tinha uma sala de operações em meia lua, entendia ser aquela a melhor forma. Finalmente eu
trouxera esta experiência do Primeiro Mundo. Contou-me o médico.
O tempo foi passando, até sermos contratados para um trabalho de planejamento na
Argélia. Ex-Colônia da França. A Argélia, como não poderia deixar de acontecer, recebeu uma
grande influência cultural do colonizador francês. Assim, qualquer proposta de mudança no
Sistema Hospitalar Argelino relacionava-se com a sua cultura original. E como a formação
profissional do médico argelino tinha muito a ver com Marselha, para lá nos dirigimos. Em lá
chegando, lembramo-nos daquele hospital com a Sala Cirúrgica em meia lua e resolvemos visitá-
lo. Realmente, havia uma sala Cirúrgica com aquela forma e, coincidentemente, passava por
radical reforma. A explicação para tal morfologia, era simples: em certa fase histórica o hospital
necessitou de uma ampliação no número de salas de cirurgia. A única opção possível, foi uma
meia lua, motivo: o terreno onde seria edificada a sala, terminada em meia lua. Da irregularidade
do terreno saiu o projeto da sala cirúrgica de um hospital de Marselha, projeto este, inspirador de
dezenas de salas cirúrgicas de hospitais tupiniquins.
As discrepâncias arquitetônicas, não ficam só nisso.
No dia da inauguração do Hospital do IPASE do Rio de Janeiro, qual não foi a
surpresa das autoridades, ao ficarem privadas do tradicional cafezinho, pois, a obra estava sendo
inaugurada sem cozinha.
No Hospital Distrital de Brasília, no início, muitas cirurgias fora suspensas em razão do
excesso de poeira na ferida operatória. Justificativa - O Centro Cirúrgico havia sido instalado no
sub-solo e teria suprimento de ar condicionado central. Como o Presidente Jânio Quadros vetara a
importação do equipamento de ar condicionado, por considerá-lo produto supérfluo, as cirurgias
eram realizadas em salas com as janelas abertas e em volta do hospital, não havia calçamento. O
chão era de barro batido. Qualquer ventania levantava poeira. Resultado: cirurgias suspensas.
Neste mesmo hospital, todo o aparelhamento do ambulatório de oftalmologia se aposentou antes
do início das atividades. Mofo nas lentes de todos os equipamento. Não havia sequer janelas nos
consultórios.
No quarto andar, onde foi instalado o Centro Obstétrico os partos normais, por fórceps
e por cesariana eram facilmente assistidos por pessoas postadas nas janelas dos escritórios do
Edifício JK (bem na frente do Hospital Distrital) pois, em decorrência do Plano Piloto, as janelas
deveriam ser de vidro transparente. E os pacientes internados na Unidade de Psiquiatria (9o
andar), muitas vezes, iam a êxito letal porque tinham pressa ou não gostavam de andar de
elevador, preferindo saltar pela janela, aterrizando mais rapidamente. Isto porque, o Plano Piloto
não permitia a colocação de travas de proteção nas janelas. A Clínica Ortopédica e Traumatológica
do Hospital das Clínicas de São Paulo, tem a sua cozinha no 8o andar e as caldeiras produtoras de
vapor ficam no sub-solo. Imagine o leitor quando há um vazamento nos condutores de vapor
durante o percurso? Num hospital de ensino médico da Faculdade de Medicina importante, o MEC
exigiu a implantação de uma Unidade de Doenças infecto-contagiosas.
A Direção do Nosocômio não deixou por menos. Sob a alegação do Município ter um
perfeito serviço de velório, fechou-o e instalou a Unidade de Moléstias Infecto-contagiosas no
recinto.
Era uma sala de 7x3, com cinco camas, dispostas paralelamente. Como o espaço
ficasse exíguo demais, a rotina de ocupação dos leitos incluía um sistema de rodízio. Cada
paciente novo ocupava sempre a cama próxima da porta, por sinal, a primeira. O problema maior
ocorria quando havia algum óbito na unidade, aliás, fato bastante comum, face às circunstâncias e,
se agravava, quando o ex-paciente utilizava os últimos lugares da sala.
Tais fatos somente poderiam ocorrer, diante de uma circunstância óbvia:
planejamento sem a colaboração de um Consultor Hospitalar.
Evidentemente, um Consultor Hospitalar com um perfil adequado não se atreverá a
elaborar projetos hospitalares, atribuição específica de profissional da área de arquitetura, mas
orientará qual a melhor disposição para um Centro Cirúrgico, uma UTI ou outro setor, sabendo
inclusive, adequar a disposição funcional dos diversos setores de maneira a assegurar uma
operacionalidade eficaz e eficiente.
Tudo isto, para evitar uma situação vexatória vivenciada por nós, em Lisboa, quando
analisando um projeto de Centro Cirúrgico, observamos uma privada, diretamente ligada a uma
sala de operações. Ao ser solicitado a justificar tal disparate, o arquiteto responsável pelo projeto
saiu-se com esta:
- Se o Doutor sentir-se mal durante o ato cirúrgico?
- No caso, a equipe de cirurgia deve iniciar o ato operatório usando fraldas - respondi-
lhe.
3.1. Introdução
4. CONCLUSÃO - TÍTULO I
-TÍTULO II-
ARQUITETURA HOSPITALAR E LEGISLAÇÃO
SUMÁRIO - TÍTULO II
FOTO MARCIEL
1. O PROJETO HOSPITALAR E SUAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES
2. PROGRAMA FÍSICO-FUNCIONAL
3. CONDICIONANTES LEGAIS DO PROJETO HOSPITALAR
4. CONDICIONANTES FÍSICAS DO PROJETO HOSPITALAR
FIGURA 1
FIGURA 2
FIGURA 3
5. SISTEMAS CONSTRUTIVOS
6. MATERIAIS E ACABAMENTOS: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
7. COMUNICAÇÃO VISUAL
8. MANUTENÇÃO
9. PLANOS DIRETORES
PLANO DIRETOR DO HOSPITAL HELIÓPOLIS/SP
10. REFERÊNCIAS HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E
MORFOLÓGICO DA EDIFICAÇÃO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE:
11. MODELOS DIVERSOS
FIGURA GUARUJÁ
FIGURA HELIÓPO
FIGURA HELIOPOL
FIGURA P. S. SANTOS
FOTO - MARCIEL
1. O PROJETO HOSPITALAR E SUAS PRINCIPAIS CONDICIONANTES - TÍTULO
II
4.1. Terreno
4.1.1. Restrições Municipais/Estaduais/Federais
4.1.1.1. Taxa de Ocupação
É a relação existente entre a área (m2) de projeção horizontal da construção do
estabelecimento assistencial de saúde e a área (m2) total do terreno. (figura 1)
FIGURA 1
Critérios diferenciados de interpretação, apontam o total da área de projeção,
incluindo-se a previsão de futuras ampliações do complexo de saúde, pois o projeto arquitetônico
elaborado, deverá contemplar critérios claros para futuras ampliações, tendo em vista a
complexidade do programa funcional.
Se as posturas municipais definirem que para determinado terreno, inserido em
específico setor do município, a taxa de ocupação é de 0,50, a projeção da construção não poderá
exceder cinqüenta por cento da área total do terreno.
O exemplo abaixo mostra que, para um terreno de 10 000 m2 o perímetro total
representado pela projeção em um único plano horizontal das áreas construídas não poderá
ultrapassar 5 000m2.
É importante registrar que as áreas remanescentes e não construídas serão objeto de
ocupação no agenciamento de espaços para a organização dos diversos tipos de circulação e
estacionamento de veículos para público, pacientes, ambulâncias, abastecimento e coleta de lixo,
assim como a implantação de equipamentos produtores ou armazenadores de energia, gases,
água para consumo ou combate a incêndio, e ainda áreas reservadas para futuras ampliações.
4.1.1.2. Coeficiente de Aproveitamento
É a relação existente entre a área (m2) total construída do estabelecimento
assistencial de saúde e a área total do terreno. (figura 2)
FIGURA 2
Se aquelas posturas municipais definirem para o terreno do exemplo acima, inserido
em setor específico do município, o coeficiente de aproveitamento é 3, a totalidade da construção
em seus vários pavimentos não poderá exceder 30 000m2, isto é, o índice 3 multiplicado pela área
total do terreno.
4.1.1.3. Recuos Obrigatórios
São representados por valores unitários expressos em metros lineares, que definem
as distâncias mínimas de afastamento da construção em relação às divisas do terreno, às vias
públicas (ruas, avenidas, praças), em relação às divisas dos lotes vizinhos, e ainda, aos vários
blocos existentes ou a construir na mesma área do complexo de saúde. (figura 3)
FIGURA 3
Para o mesmo terreno nos exemplos acima, e intercalando-se as restrições municipais
apontadas, podemos concluir que a unidade assistencial de saúde viável para aquele terreno
ocuparia uma área de construção máxima de 30 000m2, (definido pelo coeficiente de
aproveitamento) com pavimentos com limite máximo de construção de 5 000m2, (definido pela taxa
de ocupação), o que levaria à conclusão imediata de uma edificação com 6 pavimentos.
Evidentemente que, a simplicidade do raciocínio não impede de imaginar-se
alternativa viável para aquela edificação com uma solução representada, por exemplo, por uma
construção com 12 pavimentos e laje tipo com 2500 m2 cada, e assim sucessivamente.
4.1.2. Inserção no Contexto Urbano
2.2.1. Sistema Viário.
2.2.2. Fontes de Ruídos.
2.2.3. Acessibilidade do usuário.
2.2.4. Acessibilidade do funcionário.
2.2.5. Infra-estrutura de instalações.
4.1.3. Geometria
Representada pelo formato do terreno, terá suas características registradas a partir da
definição de uma poligonal elaborada com equipamento de precisão por profissional especializado.
Esta etapa terá sua origem em documento legal de posse da área devidamente registrado em
cartório de imóveis.
4.1.4. Declividades
Representadas pela diferença de nível entre os diversos setores do terreno,
apresenta-se como condicionante fundamental na determinação do partido arquitetônico adotado.
Terrenos pequenos, irregulares e acentuada declividade levam a soluções compactas, nem
sempre adequadas ao desenvolvimento das atividades de saúde, exigindo da equipe de projetistas
criteriosa avaliação do ponto de vista da flexibilidade e reais possibilidades de ampliações futuras,
sem interferência com o cotidiano da vida hospitalar.
Amplos terrenos, com topografia regular, possibilitam ocupações capazes de
favorecer a integração espacial adequada do conjunto e racionalização dos diversos e
incompatíveis fluxos gerados no interior da unidade de assistência à saúde.
Soluções horizontais evitam os excessivos custos de elevadores e despesas de
manutenção que se caracterizam como um peso significativo na composição final de custos
gerados. Soluções em rampa exigem desenvolvimento criterioso e têm sua utilização
regulamentada pela legislação em vigor.
4.1.5. Tipo de Solo
Caracterizada a partir de perfuração e coleta de amostra do subsolo existente, poderá
condicionar o agrupamento distribuído horizontalmente da construção ou concentrado
verticalmente, tendo em vista a condição de resistência do solo local.
4.1.6. Insolação
É representada pelas condições objetivas de exposição aos raios solares na
determinação da distribuição e posicionamento dos vários setores do complexo de saúde.
4.1.7. Ventos Dominantes
Trata-se de condicionante fundamental na caracterização da qualidade de ventilação
e conforto dos diversos ambientes, podendo constituir um elemento decisório na escolha do
terreno tendo em vista o contexto urbano local nas áreas próximas a indústrias, aterros sanitários
ou outras fontes de odores urbanos indesejáveis.
4.1.8. Vegetação Existente
As áreas representativas de vegetação existentes, cadastradas quando da elaboração
do levantamento cadastral e planialtimétrico, poderão condicionar o partido arquitetônico,
incorporando-se naturalmente as áreas construídas em seus diversos setores, mais
especificamente, naqueles caracterizados por atividades de bem estar e terapia de recuperação do
paciente.
• Durabilidade
• Facilidade de manutenção e limpeza
• Disponibilidade de aquisição
• Efeito estético representado pelas alternativas de cores, texturas, formas e
acabamentos.
• Desempenho acústico e térmico
• Facilidade de aplicação e reposição
• Facilidade de reposição
• Resistência ao fogo e a produtos químicos
6.1. Pisos:
6.1.1. Pisos em Borracha.
Produzido no país a partir da borracha sintética, resinas de estireno, plastificantes e
pigmentos, este material antiderrapante e com características acústicas bastante relevantes,
apresenta elevada resistência ao desgaste e à abrasão, não sendo afetado pelos reagentes de
limpeza álcali ou ácidos suaves. Fornecido em placas com dimensões de aproximadamente de 50
cm x 50 cm ou 60 cm x 60 cm, estas não apresentam desenvolvimento ou mesmo sustentação de
mofos ou fungos. Dificuldades no processo de limpeza em função das diversas texturas e relevos
apresentados, e o descolamento nas superfícies com presença de água, deverão ser avaliados
com maior rigor na determinação das áreas de utilização.
Os produtos importados, compostos de borracha natural, e acusticamente
recomendados, apresentam-se mais adequados e compatíveis com o uso hospitalar, muito embora
exijam, avaliações rigorosas do ponto de vista do custo final e reposição futura.
6.1.2. Pisos em Pedra.
Devido às características estéticas e à acentuada durabilidade, os granitos e
mármores têm sido utilizados como materiais de acabamento, principalmente em áreas nobres ou
pontos de significativa concentração de pessoas.
Granitos polidos, levigados ou apicoados apresentam alto custo de material e de mão
de obra de assentamento, alta resistência ao desgaste por abrasão e fácil manutenção, sempre
dependendo criteriosa utilização.
Faixas diferenciadas de preços se devem às características técnicas como resistência
ao desgaste, grau de absorção de água e outros fluídos, além do aspecto decorativo de maior ou
menor impacto visual.
Investimentos iniciais de maior valor, poderão ser compensados pela durabilidade,
inconveniente apresentado pelos mármores que apresentam desvantagem face ao significativo e
acelerado desgaste nas áreas com volumes de tráfego acentuados, como, degraus de escada e
hall de elevadores.
6.1.3. Pisos em Argamassa de Alta Resistência.
Pisos de alta resistência, são revestimentos que aplicados sobre substrato
adequadamente dimensionado e executado, apresentam uma superfície que resiste às solicitações
a que estarão expostas, tendo em vista, sua excelente durabilidade, facilidade de limpeza e
manutenção, aliadas ao baixo custo.
Integram a composição agregados rochosos de natureza e granulometria
rigorosamente estudadas para oferecerem, simultaneamente, alta resistência aos esforços de
abrasão e agradável aspecto visual.
Para os locais onde a utilização de gases anestésicos inflamáveis trazem riscos de
explosão, deverão ser executados pisos em argamassa de alta resistência, condutivos, utilizando-
se aditivos condutores específicos, tipo carvão acetileno, e malha aterrada de fios de cobre.
Sua característica altamente conveniente para utilização em estabelecimentos de
assistência à saúde é o fato de apresentar-se como piso monobloco, único, sem juntas
acentuadas, e viabilidade da execução de rodapés boleados, facilitando sua limpeza e remoção da
sujeira ali depositada.
6.1.4. Pisos em Laminados Plásticos Melamínicos.
Os laminados plásticos melamínicos de alta resistência, popularmente chamados de
fórmica, utilizados para revestimentos de pisos, paredes e mobiliários, constituem material
adequado tendo em vista os vários itens de desempenho inicialmente relacionados, associados à
conveniência do produto apresentar-se em dimensões padronizadas eliminando as juntas de
assentamento, que são focos depositários incompatíveis com os níveis de assepsia determinados
para instalações hospitalares.
Estudos específicos de pós-utilização, têm apontado para restrições deste material em
áreas que utilizam desinfetantes à base de iodo, devido ao aparecimento progressivo de manchas
e marcas.
6.1.5. Pisos Vinílicos.
Como alternativa para os laminados plásticos melamínicos aplicados nos
revestimentos de pisos e rodapés, preferencialmente chanfrados ou mesmo boleados, podemos
registrar com bom desempenho de qualidade as mantas vinílicas produzidas em PVC, que se
apresentam em rolos de comprimento aproximado de 15 m. e largura de 1,25 m. reduzindo a
excessiva quantidade de juntas exigidas pelo material quando apresentadas em placas de 30 cm x
30 cm, inconveniente apresentado, também, pelo elementos cerâmicos.
Apresentam-se em diversas cores e texturas, e obtêm-se no mercado brasileiro pisos
para ambientes de alto tráfego, pisos antiestáticos, semi-condutivos para salas limpas ou presença
de equipamentos eletrônicos, e ainda, os pisos condutivos utilizados, principalmente, em centros
cirúrgicos e obstétricos, porém, inconvenientes para utilização em áreas externas.
6.1.6. Pisos Cerâmicos.
Os revestimentos cerâmicos extrudidos antiderrapantes para pisos apresentam alta
resistência aos ataques mecânicos, corrosivos, óleos, graxas, produtos químicos, fungos, germes,
bactérias e variações térmicas, facilidade de manutenção, alternativas de cores e texturas,
facilidade de reposição, porém em função da quantidade inconveniente de juntas de
assentamento, deverão ser criteriosamente utilizados.
6.1.7. Pisos em Carpete.
Com características acústicas adequadas para o ambiente hospitalar e utilizados
apenas para áreas administrativas, deverão ser especificados após rigorosa avaliação das
características do local, face ao rápido desgaste, retenção da sujeira, alto custo de manutenção e
dificuldade de reposição nos padrões originais.
Produtos importados modulados, com base bactericida e fungicida reduzindo a
proliferação de fungos, aplicados por sobreposição em bases rigorosamente niveladas por de
microventosas têm encontrado cenário mais propício em algumas unidades hospitalares, mas
exigem técnicas de limpeza adequadas e sofisticadas por se tratar de superfície absorvente.
6.2. Revestimentos de Parede:
6.2.1. Revestimentos em Laminado Plástico Melamínico
Chapas compostas de material fibroso celulósico e impregnadas com resinas
termoestáveis, melamínicas e fenólicas, são prensadas sob condições de calor e alta pressão,
apresentando acabamento semi-fosco, fosco ou texturizado e, menos conveniente para ambientes
hospitalares: os brilhantes.
Os laminados plásticos melamínicos de alta resistência utilizados para os
revestimentos de pisos, paredes e mobiliários constituem material adequado em função dos itens
de desempenho acima relacionados, associados a conveniência do produto apresentar-se em
dimensões padronizadas eliminando as juntas de assentamento, que são focos depositários
incompatíveis com os níveis de assepsia para instalações hospitalares.
6.2.2. Revestimentos em Azulejos.
Deverão ser evitados em função de sua característica fragmentada, 15 cm x 15 cm
aproximadamente, a exigir uma excessiva quantidade de juntas de assentamento, inconveniente
apontado em produtos de características dimensionais similares.
6.2.3. Revestimentos Cerâmicos.
Deverão ser criteriosamente utilizados, apresentando-se com mais vantagens para
utilização em áreas externas e confecção de murais e painéis decorativos tendo em vista a
variedade de cores, texturas e tamanhos oferecidos pelo mercado.
6.2.4. Revestimentos em Massa de PVA e Pintura Gel-o-Plast.
Material adequado para aplicação em centros cirúrgicos e obstétricos, tem-se
caracterizado pelo alto desempenho devido a inexistência de juntas por tratar-se de elemento
monolítico, facilidade de higienização e limpeza, viabilidade de execução de cantos chanfrados ou
arredondados e custo acessível.
Encontra, alguma resistência por parte dos construtores, face as dificuldades de
execução que exige mão de obra qualificada.
6.3. Forros:
Disponíveis no mercado em diversos materiais e acabamentos, a especificação do
tipo de forro adequado deverá contemplar seu desempenho acústico, térmico, não propagador de
chamas e flexibilidade quanto a remoção para acesso ás instalações e posterior reposição.
Nas áreas com assepsia mais rigorosa, recomenda-se a utilização de luminárias
embutidas pela facilidade de limpeza e evitando-se cantos e detalhes indesejáveis.
6.3.1. Forros em Gesso Acartonado
As peças autocortantes, estruturadas na face não exposta, vencem vão até 1,50 m
sem sustentação intermediária, podendo ser fixas ou removíveis, facilitando os serviços de
manutenção e acesso às instalações sobrepostas.
O sistema é composto por uma estrutura em perfis de alumínio, ou chapa dobrada de
ferro, que abriga placas pré-moldadas em gesso e aditivos especiais anti-trincas e anti-umidade.
A utilização de placas solidárias, sem remoção, deverá ser especificada apenas em
áreas sem instalações incorporadas, ou que não comprometam a assepsia do ambiente.
6.3.2. Outras alternativas
• Forros metálicos em aço ou alumínio.
• Forros em P.V.C.
• Forros em madeira e derivados
• Forros em isopor ou styrofom
• Forros em fibra de vidro e resinas sintéticas
6.4. Painéis de Vedação e Divisórias:
Constituídos por núcleo e revestimentos diversos, são montados por sistemas de
encaixes sobre perfis metálicos em aço ou alumínio e apresentam, como característica principal,
sua flexibilidade, versatilidade e fácil adaptação para elaboração e execução dos diversos
ambientes.
Face às diversas alternativas apresentadas pelo mercado, a sua deverá basear-se
nas características específicas do ambiente a ser construído, e potenciais futuros de remoção e
reutilização em outras condições.
De qualquer forma, critérios referentes à resistência mínima ao impacto, credibilidade
do fabricante através de testes de desempenho, desempenho termo-acústico, facilidade de
montagem e desmontagem, limpeza e manutenção, aliados ao aspecto estético deverão constar
na avaliação para sua especificação.
6.4.1. Tipos de núcleos e miolos:
• Madeira aglomerada
• Gesso maciço
• Isolantes de fibras de madeira
• Chapas de vermiculita expandida
• Compensado naval
• Gesso nervurado
• Lã de vidro
6.4.2. Tipos de revestimentos e acabamentos:
• Lâminas de madeira natural
• Laminas de plástico melamínico
• Pintura
• Resina alquídica
• Pintura epóxi sobre chapas em cimento amianto
• Tecidos
• Carpetes
6.5. Portas, Balcões e Bancadas.
Para melhor desempenho e durabilidade as portas, balcões e bancadas deverão ser
executados em compensado naval ou virola e revestidos com laminados plásticos melamínicos
foscos texturizados e encabeçados por peças boleadas em madeira maciça, evitando-se o
aparecimento de quebras e lascas em suas respectivas bordas e cantos vivos.
Os batentes de portas deverão ser executados em chapas dobradas de aço evitando-
se deformações provocadas pelo impacto das macas, cadeiras de rodas e carrinhos de
abastecimento.
As bancadas previstas para laboratório, copa, cozinha e ambientes com presença de
água ou produtos de manipulação especial, poderão utilizar o aço inoxidável estruturado por
enchimentos em concreto.
8. MANUTENÇÃO - TÍTULO II
-TÍTULO III-
NORMAS PARA PROJETOS FÍSICOS DE ESTABELECIMENTOS
ASSISTENCIAIS DE SAÚDE
FIGURAS:
SETOR ADMINISTRATIVO - ARQUIVOS
CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO
VESTIÁRIO DE FUNCIONÁRIO - SANITÁRIO PESSOAL
COMUNICAÇÃO
CONSULTÓRIO
POSTO DE ENFERMAGEM
ARQUIVO - INTERPRETAÇÃO E RELATÓRIO
SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
ENFERMARIA DE 3 LEITOS
QUARTO DE 2 LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
ENFERMARIA DE QUATRO LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
PROJETO FÍSICO DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
CRONOGRAMA DO PROJETO DE EAS
FLUXOGRAMA DO PROJETO DE EAS
COPA - DISPENSA - CONTROLE
LACTÁRIO
UNIDADE DE BERÇÁRIO
ACLINICO
ENFER
LAVAND
MANUT
QUARTO
RAIOX
UBS-1
ULTRA
UTI
UNIDADES FUNCIONAIS:
DIAGRAMA -
1.1. Atribuições de Estabelecimentos Assistenciais:
1. Realização de ações básicas de saúde- atenção à saúde incluindo atividades de
promoção, prevenção e vigilância à saúde da comunidade;
2. Prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial -
atendimento a pacientes externos, programado e continuado;
3. Prestação de atendimento imediato de assistência à saúde - atendimento a
pacientes externos em situações de sofrimento, sem risco de vida (urgência) ou com risco de vida
(emergência);
4. Prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação-
atendimento a pacientes que necessitam de assistência direta programada por período superior a
24 horas (pacientes internos);
5. Prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia-atendimento a
pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do
estado da saúde (contato direto);
6. Prestação de serviços de apoio técnico-atendimento direto a assistência à saúde
em funções de apoio (contato indireto);
7. Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa- atendimento
direta ou indiretamente relacionado à atenção e assistência à saúde em funções de ensino e
pesquisa;
8. Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa- atendimento
ao estabelecimento em funções administrativas;
9. Prestação de serviços de apoio logístico - atendimento ao estabelecimento em
funções de suporte operacional.
As cinco primeiras são atribuições fim, isto é, constituem funções diretamente ligadas
à atenção e assistência à saúde. As quatro últimas são atribuições meio para o desenvolvimento
das primeiras e de si próprias.
2. LISTAGEM DE ATIVIDADES - TÍTULO III
São apresentadas a seguir a listagem das atividades e sub-atividades do EAS,
desdobramentos das atribuições listadas anteriormente.
Em cada caso estão listadas apenas as atividades e sub-atividades próprias ou
pertinentes a cada atribuição.
Evidentemente, cada listagem não vai definir por si uma unidade funcional
perfeitamente auto-suficiente; esta só será possível com a agregação de atividades e sub-
atividades próprias ou pertinentes a outras atribuições.
A partir da determinação das atribuições centrais e de apoio, para o objeto em estudo,
a equipe de programação funcional comporá seu modelo funcional (tipológico), adequado às suas
necessidades.
ATRIBUIÇÃO 1: REALIZAÇÃO DE AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE
ATIVIDADES:
1.1. Realizar ações individuais ou coletivas de prevenção à saúde tais como:
imunizações, primeiro atendimento, controle de doenças transmissíveis, visita domiciliar, coleta de
material para exame e outros;
1.2. Realizar vigilância epidemiológica através de coleta e análise sistemática de
dados, investigação epidemiológica, informação sobre doenças e outros;
1.3. Promover ações de educação para a saúde, através de palestras, demonstrações
e treinamento “in loco”, campanha e outros;
1.4. Orientar as ações em saneamento básico através da instalação e manutenção de
melhorias sanitárias domiciliares relacionadas com água, dejetos e lixo;
1.5. Realizar vigilância nutricional através das atividades continuadas e rotineiras de
observação, coleta e análise de dados e disseminação da informação referente ao estado
nutricional, desde a ingestão de alimentos à sua utilização biológica; e
1.6. Realizar vigilância sanitária através de fiscalização e controle que garantam a
qualidade aos produtos, serviços e do meio ambiente.
ATIVIDADES:
2.1. Recepcionar, registrar e fazer marcação de consultas;
2.2. Realizar procedimentos de enfermagem;
2.3. Proceder à consulta médica, odontológica, psicológica, de assistência social, de
nutrição, de fisioterapia, de terapia ocupacional, de fonoaudiologia e de enfermagem;
2.4. Realizar cirurgias e exames endoscópicos que invadam tratos estéreis em regime
ambulatorial:
2.5. realizar curetagens com anestesia local (AMIU - aspiração manual intra-uterina);
ATIVIDADES:
3.1. Nos casos sem risco de vida (urgência de baixa e média complexidade):
3.2. Nos casos com risco de vida (emergência) e nos casos sem risco de vida
(urgências de alta complexidade):
ATIVIDADES:
4.1. Internação de pacientes adultos e infantis:
4.2. Internação de recém-nascidos até 28 dias (neonatologia):
4.3. Internação de pacientes em regime de terapia intensiva:
4.4. Internação de pacientes em regime de terapia semi-intensiva:
4.5. Internação de pacientes queimados:
ATIVIDADES:
5.1. Patologia clínica:
5.2. Imagenologia:
5.3. Métodos gráficos:
5.4. Anatomia patológica:
5.5. Desenvolvimento de atividades de medicina nuclear:
5.6. Realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos que invadam tratos
estéreis:
5.7. Realização de partos normais e cirúrgicos:
5.8. Desenvolvimento de atividades de reabilitação em pacientes externos e internos:
5.9. Desenvolvimento de atividades hemoterápicas:
5.10. Desenvolvimento de atividades de radioterapia:
5.11. Desenvolvimento de atividades de quimioterapia:
5.12. Desenvolvimento de atividades de diálise:
5.13. Desenvolvimento de atividades relacionadas ao leite humano
ATIVIDADES:
6.1. Proporcionar condições de alimentação e nutrição aos pacientes, funcionários e
público *:
6.2. Proporcionar assistência farmacêutica:
6.2.8. Preparar e diluir germicidas;
6.3. Proporcionar condições de esterilização de material médico, de enfermagem,
laboratorial, cirúrgico e roupas:
ATIVIDADES:
7.1. Promover o treinamento em serviço dos funcionários;
7.2. Promover o ensino técnico, de graduação e de pós-graduação; e
7.3. Promover o desenvolvimento de pesquisas na área de saúde.*
ATIVIDADES:
8.1. Realizar os serviços administrativos do estabelecimento:
8.2. Realizar os serviços de planejamento clínico, de enfermagem e técnico:
8.3. Realizar serviços de documentação e informação em saúde:
ATIVIDADES:
9.1. Proporcionar condições de lavagem das roupas
9.2. Executar serviços de armazenagem de materiais e equipamentos:
9.3. Proporcionar condições técnicas para revelação, impressão e guarda de chapas e
filmes:
9.4. Executar a manutenção do estabelecimento:
eletro-mecânica, ótica, gasotécnica, usinagem, refrigeração, serralharia, pintura, mar.
9.5. Proporcionar condições de guarda, conservação, velório e retirada de cadáveres.
9.6. Proporcionar condições de conforto e higiene .
9.7. Zelar pela limpeza e higiene do edifício, instalações e áreas externas e materiais
e instrumentais assistenciais.
9.8. Proporcionar condições de segurança e vigilância do edifício, instalações e áreas
externas.
9.9. Proporcionar condições de infra-estrutura predial:
AMBIENTES DO EAS
A partir de estudos que definem nível de iluminamento mínimo a ser obtido para
melhor execução das tarefas, estabeleceram-se diversas orientações técnicas: NR-15, Anexo 4,
Portaria de 08/06/78 do Ministério do Trabalho/Níveis mínimos de iluminamento em lux por
atividade. Todos esses relacionam-se com a condição de trabalho e referem-se à categoria do
funcionário dos estabelecimentos assistenciais de saúde.
Há demandas específicas dos diferentes ambientes funcionais dos EAS quanto a
sistemas de controle de suas condições de conforto luminoso, seja pelas características dos
grupos populacionais que os utilizam, seja pelo tipo de atividades ou ainda pelos equipamentos
neles localizados.
• AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS COMUNS
DE CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS LUMINOSAS.
• AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS DE
CONTROLE NATURAL DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS LUMINOSAS.
• AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM SISTEMAS DE
CONTROLE ARTIFICIAL DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS LUMINOSAS.
• AMBIENTES FUNCIONAIS DOS EAS QUE DEMANDAM OBSCURIDADE.
A. ESTUDO PRELIMINAR
A.1 - Acessibilidade
O acesso dos veículos do serviço de extinção de incêndio tem de estar livre de
congestionamento e permitir alcançar, ao menos, duas fachadas opostas. As vias de aproximação
devem ter largura mínima de 3,20m, altura livre de 5,00m, raio de curvatura mínima de 21,30m e
largura de operação mínima junto às fachadas de 4,50m.
A.2 - Setorização e compartimentação
Entende-se por setorização para fins de segurança contra incêndio, a divisão das
unidades funcionais e ambientes do EAS, em setores com características específicas em relação à
população, instalações físicas e função, tendo em vista subsidiar o zoneamento de incêndios.
B. PROJETO BÁSICO
B.1 - Materiais construtivos estruturais
A opção pelo sistema estrutural e, portanto, dos materiais, deve ser feita com base no
comportamento dos elementos constantes da edificação sob o fogo, especificamente, sua
resistência à temperatura de ordem de 850º C, valor este que usualmente ocorre no centro de um
incêndio.
Todo material utilizado na estrutura dos EAS tem de receber tratamento de
ignifugação, de modo a suportar às temperaturas estimadas em um incêndio.
B.2 - Aberturas
B.2.1 - Portas
B.3 - Vias de Escape
B.3.1 - Escada
B.3.2 - Elevadores
C. PROJETO EXECUTIVO
C.1. Sinalização de Segurança
D. INSTALAÇÕES DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO
Os sistemas de detecção são constituídos pelos seguintes elementos:
1 - Dispositivos de entrada - Detetores automáticos, acionadores automáticos e
acionadores manuais;
2 - Centrais de alarme - Painéis de controle individualizados, no mínimo, por setor de
incêndio;
3 - Dispositivos de saída - Indicadores sonoros, indicadores visuais, painéis
repetidores, discagem telefônica automática, desativadores de instalações, válvulas de disparo de
agentes extintores, fechamento de portas CORTA-FOGO e monitores;
4 - Rede de interligação - Conjunto de circuitos que interligam a central com os
dispositivos de entrada, saída e as fontes de energia do sistema.
FIGURAS:
SETOR ADMINISTRATIVO - ARQUIVOS
CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO
VESTIÁRIO DE FUNCIONÁRIO - SANITÁRIO PESSOAL
COMUNICAÇÃO
CONSULTÓRIO
POSTO DE ENFERMAGEM
ARQUIVO - INTERPRETAÇÃO E RELATÓRIO
SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
ENFERMARIA DE 3 LEITOS
QUARTO DE 2 LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
ENFERMARIA DE QUATRO LEITOS COM ALOJAMENTO CONJUNTO
PROJETO FÍSICO DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
CRONOGRAMA DO PROJETO DE EAS
FLUXOGRAMA DO PROJETO DE EAS
COPA - DISPENSA - CONTROLE
LACTÁRIO
UNIDADE DE BERÇÁRIO
ACLÍNICO
ENFER
LAVAND
MANUT
QUARTO
RAIOX
UBS-1
ULTRA
UTI
UNIDADES FUNCIONAIS:
-TÍTULO IV-
COMENTÁRIOS ADICIONAIS À PORTARIA 1884
FOTO - MÁRCIA
SUMÁRIO - TÍTULO IV
1. ANÁLISE DA PORTARIA 1884
2. PLANEJAMENTO DO PROJETO DE EAS
3. PLANEJAMENTO DA MANUTENÇÃO PREDITIVA DE UM EAS
SETOR DE MANUTENÇÃO (ADMINISTRAÇÃO)
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
A Portaria 1884/94/GM de 11/11/94 aprova as normas para análise e aprovação de
Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (E.A.S.) apresentadas no Anexo I da
referida Portaria. Faz citação para as normas serem observadas em todo território nacional, na
área pública ou privada e para construções novas, ampliações e reformas de áreas existentes,
inclusive, as Secretarias Estaduais e Municipais poderão estabelecer normas de caráter supletivo
ou complementar atendendo assim às especificidades locais.
A aprovação de projetos físicos de um E.A.S. requer paciência e tempo disponível.
Muitos arquitetos apontam a demora das análises dos projetos pelos profissionais dos Órgãos
Públicos, o atendimento por parte dos funcionários e técnicos desses órgãos, muitas vezes
insatisfatórios, alguns dos motivos do início da construção antes da aprovação do projeto e da
obtenção do respectivo alvará de construção, isto é, levanta-se o edifício e depois protocola-se
plantas e memoriais nos Órgãos Públicos para análise e aprovação.
Essa situação ocorre pela deficiência e falta de infra-estrutura no setor de aprovação e
fiscalização de órgãos e conselhos de classe combinado à falta de recursos das instituições,
quando munidos de verba se apressam em utilizá-las, para atender uma população carente em
serviços de saúde e ainda, outros motivos favorecem tal atitude.
Outro fator é a falta de familiaridade, por parte dos profissionais, com as legislações,
desde a fase do curso de graduação onde recebe pouco enfoque no desenvolvimento de projetos
ou trabalhos.
Devido a verba destinada para a fase de projeto e aprovação ser mínima e/ou a falta
de hábito de se trabalhar em equipe multidisciplinar, por parte de muitos arquitetos, e ainda, talvez
por inexperiência em realização de projetos de serviços de saúde demostrando desconhecimento
da complexidade de alguns tipos de EAS, os projetos apresentados para análise e aprovação
muitas vezes não são acompanhados dos projetos de instalações prediais.
Para minimizar as várias dificuldades encontradas pelos arquitetos na elaboração e
aprovação de projetos serão abordados os tópicos da Portaria 1884/94 de suma importância na
elaboração de um projeto físico de EAS.
Quanto à apresentação da Portaria 1884/94:
A Portaria 1884/94 é dividida em três partes:
A Parte I aborda as legislações a serem observadas, terminologia, fases do projeto
(estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo), responsabilidades, apresentação de
desenhos e documentos, formato das folhas de desenho, padronização gráfica de desenhos,
memoriais descritivos acompanhados de especificações, memórias de cálculo, quantificações e
orçamento, tipos e siglas adotadas (legenda), aprovação de projetos.
A Parte II apresenta a Programação Físico-Funcional dos Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde com a Organização Físico-Funcional (atribuições e listagem das atividades)
e os ambientes dos EAS quanto ao dimensionamento, quantificação e instalações.
As informações estão apresentadas na forma de tabelas e as instalações em legenda,
com as respectivas referências no início do capítulo, assim como as instruções para uso das
tabelas.
A Parte III apresenta os critérios para projetos de EAS. São eles: circulações externas
e internas, condições ambientais de conforto, condições ambientais de controle de infecção
hospitalar, instalações prediais ordinárias e especiais e condições de segurança contra incêndio.
Muitas vezes, na ânsia de atender as solicitações do cliente ou na pressa da
aprovação por parte do mesmo, o profissional acaba comprometendo outros fatores ou até mesmo
não dedicando mais atenção às barreiras físicas para controle de infecção hospitalar, condições
ambientais de conforto entre outros.
Metodologia apresentada pela Portaria 1884/94:
Atualmente os arquitetos possuem uma legislação bem elaborada e principalmente,
com uma metodologia indicando o caminho a ser percorrido para um bom planejamento e
desenvolvimento do projeto. Isto não evita as várias dificuldades e interrogações a serem
enfrentadas pelo profissional mas, facilita a compreensão de muitas exigências técnicas solicitadas
pelos técnicos de Órgãos Públicos, como por exemplo, do Setor de Vigilância Sanitária da
Secretaria da Saúde, trazendo benefícios para ambas as partes: o profissional do Órgão Público e
o responsável técnico do projeto e/ou proprietário.
Projetando dentro das normas os erros serão diminuídos pois a Portaria 1884 orienta
em todas as etapas e a primeira citação refere-se aos documentos legais a serem observados
(normas, códigos, leis, entre outras). É de vital importância que o profissional faça a leitura das
legislações pertinentes ao projeto do EAS para posteriormente, junto aos técnicos do respectivo
Órgão Público, eliminar dúvidas e questionar algumas colocações com as quais não concorde.
PARTE I - Projeto de EAS
Capítulo 1: Elaboração de Projetos Físicos
A Portaria 1884/94 apresenta a terminologia adotada e divide o desenvolvimento do
projeto em 3 fases: Estudo Preliminar, Projeto Básico e Projeto Executivo.
Estudo Preliminar: surgirá após a elaboração do Programa de Necessidades, o qual
auxiliará na definição de espaços, atividades e equipamentos básicos (médico - hospitalares e de
infra-estrutura). Na maioria das vezes, o profissional passa a desenvolver o projeto (estudo
preliminar) sem o programa de necessidades, talvez por falta de conhecimento de sua importância
faz utilização de sua observação, algumas informações fornecidas pelo interessado e pelo técnico
do Órgão Público, leitura superficial das legislações e, é claro, de sua intuição. Desconhecendo ou
ignorando as informações contidas nesta etapa constante na referida Portaria, verifica-se muitos
erros e posteriormente novos gastos para reformas.
Nesta fase abordam-se a implantação da edificação ou edificações no terreno,
acessos, estacionamentos e outros, possíveis expansões, número de edificações, o uso e
locações aproximadas, número de pavimentos, esquemas de zoneamento do conjunto de
atividades, as circulações e organização volumétrica, esquemas de infra-estrutura de serviços e
atendimento às normas de uso e ocupação do solo.
Os desenhos devem ser acompanhados de um relatório contendo: memorial
justificativo do partido adotado e da solução escolhida, sua descrição e características principais,
as demandas a serem atendidas e o pré dimensionamento da edificação.
Ao iniciar o Estudo Preliminar convém observar as orientações contidas, isto evitará
erros como: zoneamento inadequado, acesso que prejudica outras circulações ou atividades,
locação inadequada de equipamentos de infra-estrutura, vagas de estacionamento onde há poste,
hidrante ou árvore, interferência no entorno urbano, entre outros.
Ao desenvolver um Programa Básico das Instalações: elétrica e eletrônica,
climatização, hidráulica e fluido mecânica, provavelmente muitas propostas serão repensadas após
verificar outras necessidades no projeto físico para assim comportar estas instalações.
Quanto às instalações: desenvolve-se um Programa Básico com o objetivo de
compatibilizar as diretrizes básicas das instalações com o estudo preliminar arquitetônico.
Projeto Básico: a solução adotada no Estudo Preliminar recebe elaboração e
apresentação técnica. Representa-se graficamente com plantas, cortes e fachadas em escalas não
inferior a 1:100, indicando materiais de construção, acabamento e dimensões, locação de
equipamentos fixos (louças sanitárias, balcões e armários, equipamentos médico - hospitalares de
maior porte e de infra-estrutura), posição dos leitos, onde for o caso.
Acompanha um relatório técnico contendo o memorial descritivo do partido adotado,
atividades que irão ocorrer no interior do EAS, quadro do número de leitos discriminando-os
(internação, observação, tratamento intensivo), especificação básica de materiais e equipamentos
de infra-estrutura.
Quanto às instalações: baseado no projeto arquitetônico e de estrutura elabora-se o
projeto básico das instalações.
Fica difícil a análise do projeto, por parte do técnico do Órgão Público, quando da
aprovação, se as informações não forem completas. A apresentação dos materiais de
revestimento, acabamento de superfícies e indicações sobre lavatórios da equipe de saúde com
fechamento automático da torneira para avaliar a questão da otimização do controle de infecção
hospitalar, notas referentes às sinalizações de segurança (material radioativo, resíduo infectante,
acesso restrito) locação de equipamentos fixos para verificar espaço de manutenção, operação,
circulação, abertura das portas entre outros, pode comprometer o conforto dos funcionários e
usuários, a locação dos leitos respeitando as distâncias estabelecidas na norma auxilia no
atendimento, recepção, remoção e transporte do paciente.
Os memoriais descritivo e de atividades deverão conter as informações detalhadas
para verificar se atende as legislações pertinentes e não apresenta incompatibilidade com o
projeto. Os procedimentos descritos detalhadamente facilita a verificação da complexidade dos
mesmos e a necessidade na definição de salas adequadas e de ambientes de apoio.
Projeto Executivo: deverá apresentar as informações gráficas necessárias para a
implantação da edificação ou edificações no terreno, orçamento, interpretação dos elementos,
fixação de prazos e execução das obras.
Quanto às instalações: deverá ser executado o projeto executivo em consonância com
o projeto arquitetônico e de estrutura para a execução das obras de acordo com os padrões.
Após a abordagem das três (3) fases de desenvolvimento do projeto, memoriais e
projeto de instalações, o arquiteto encontra esclarecimentos sobre:
• Responsabilidades;
• Apresentação de desenhos e documentos (formato das folhas de desenho;
padronização gráfica de desenhos; memoriais descritivos, especificações, memórias de cálculo,
quantificações e orçamento;
• Tipos e siglas adotadas;
• Avaliação de projetos com parecer técnico descrevendo: adequação ao programa
arquitetônico às atividades propostas pelo EAS, funcionalidade do edifício, dimensionamento dos
ambientes, instalações ordinárias e especiais, especificação básica dos materiais;
• Procedimentos quando a edificação é objeto de reforma ou adequações,
privilegiando-se os fluxos de trabalho/material/paciente; e
• Obras financiadas pelo Ministério da Saúde: documentação, parecer técnico,
orçamento analítico, tabela resumo do orçamento do estabelecimento.
PARTE II - Programação Físico-Funcional dos EAS
Capítulo 2: Organização Físico-Funcional
Apresenta as atribuições em número de nove (9) e a listagem de atividades de cada
atribuição. São nove (9) as atribuições:
1. Realização básica de ações de saúde;
2. Prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial;
3. Prestação de atendimento imediato de assistência à saúde;
4. Prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação;
5. Prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia;
6. Prestação de serviços de apoio técnico;
7. Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa;
8. Prestação de serviços de apoio à gestão e execução administrativa; e
9. Prestação de serviços de apoio logístico.
Esta parte auxilia o profissional a listar as atividades para a elaboração do memorial
de atividades e de serviços a ser apresentado nos Órgãos Públicos.
A listagem de atividades, das nove atribuições acima apresentadas, devem ser
detalhadas junto com a equipe de saúde antes de apresentar aos técnicos do órgão competente de
análise e aprovação o que promoverá uma análise mais eficiente e rápida.
A Portaria facilita a compreensão do arquiteto em relação às várias Unidades -
Funcionais de um EAS, o enquadramento do seu projeto de acordo com as atribuições e atividades
que nele serão desenvolvidas.
Capítulo 3: Dimensionamento, Quantificação e Instalações prediais dos Ambientes
Este capítulo, otimiza a continuidade do projeto abordando os seguintes itens:
• Dimensionamento, quantificação e instalações prediais dos ambientes;
• Ambientes do EAS;
• Instruções para uso das tabelas de ambientes;
• Legenda; e
• Tabela dos ambientes por atribuição ou unidade - funcional.
A tabela apresentada demonstra a quantificação mínima de ambientes para cada
unidade funcional e a área mínima necessária para cada ambiente. No entanto, é comum o projeto
apresentado para análise e aprovação não conseguir atingir as exigências contidas na Norma,
sendo estas duas referências as mais difíceis de serem atendidas por parte do arquiteto junto com
as exigências das barreiras físicas e de fluxos adequados de serviços e materiais.
PARTE III - Critérios para projetos de EAS
Capítulo 4: Circulações externas e internas
• Acessos;
• Estacionamentos;
• Circulações horizontais; e
• Circulações verticais.
As informações sobre os itens acima são imprescindíveis para o conforto, a
funcionalidade, a agilidade no atendimento, a relação de contiguidade e flexibilidade, as quais
devem ser observadas no projeto.
Capítulo 5: Condições Ambientais de Conforto
• Conforto higrotérmico e qualidade do ar;
• Conforto acústico; e
• Conforto luminoso a partir de fonte natural.
O usuário do EAS, o funcionário (observar legislação pertinente à Saúde do
trabalhador) e alguns equipamentos devem estar em ambientes com condições de conforto.
Capítulo 6: Condições Ambientais de Controle de Infecção Hospitalar abordando:
1.1. Conceituação básica
1.2. Critérios de projeto constando de:
1.2.1. Estudo Preliminar, considerando:
• Localização do EAS;
• Zoneamento das unidades e ambientes funcionais, segundo sua sensibilidade a
risco de transmissão de infecção: áreas críticas, semi - críticas e não - críticas; e
• Circulações, quanto a elementos limpos e sujos.
1.2.2. Projeto Básico, considerando:
• Barreiras físicas: vestiários de barreira nos compartimentos destinados à
realização de procedimentos assépticos, ao preparo e cocção, proporcionar condições de
processamento de roupas;
• Processamento de roupas;
• Quarto privativo de isolamento;
• Fluxos de trabalho (processamento de roupa, nutrição e dietética, central de
material esterilizado);
• Distribuição de água;
• Colocação de lavatórios (compartimentos destinado à internação de pacientes
adultos e infantis, destinados ao preparo e cocção de alimentos e mamadeiras e à realização de
procedimentos cirúrgicos e de parto;
• Ralos; e
• Localização das salas de utilidades.
Esta parte deve ser atendida no projeto e apresentada com todas as informações
necessárias para promover as Precauções Universais (P.U.) em ambientes adequados.
1.2.3. Projeto Executivo, especificando:
• Acabamentos de paredes, pisos e tetos;
• Forros;
• Lâmpadas germicidas;
• Banheiras terapêuticas;
• Elevadores, monta - cargas e tubulões;
• Bidês;
• Renovação de ar em áreas críticas; e
• Animais sinantrópicos (insetos, pombos, roedores, baratas, pulgas, aqueles
animais que coabitam com o Homem).
Para o setor de limpeza e higiene operar em condições favoráveis, visando economia,
tempo disponível, facilidade de manutenção, redução de mão-de-obra, entre outros, deve-se
observar os itens acima no projeto e prever em pontos estratégicos ou em cada unidade funcional,
sala de utilidades com tanque e depósito de material de limpeza com tanque, favorecendo as
atividades de limpeza.
Capítulo 7: Instalações Prediais Ordinárias e Especiais:
• Hidro - sanitárias;
• Elétricas e eletrônicas;
• Fluido - mecânicas;
• Consumo de oxigênio, ar comprimido, vácuo e óxido nitroso; e
• Instalação de climatização.
Os projetos e dimensionamentos deverão ser elaborados por profissionais habilitados.
Capítulo 8: Condições de Segurança contra Incêndio:
• Estudo preliminar: acessibilidade, setorização e compartimentação, setores de
risco especial;
• Projeto básico: materiais construtivos estruturais, aberturas, portas, vias de escape
(escada, elevadores,);
• Projeto executivo: sinalização de segurança, instalações de proteção contra
incêndio;
• Normas Brasileiras referentes à Segurança contra Incêndio em Edificações
urbanas a serem observadas; e
• Glossário
Esta introdução visa apresentar o conteúdo resumido da Portaria 1884/94 para facilitar
sua consulta e, ressaltar a importância desta Norma fornecendo subsídios para elaboração de
projetos físicos.
PARTE I - INTRODUÇÃO
Sabemos das dificuldades para o hospital apresentar uma manutenção que atenda,
pelo menos, os requisitos mínimos para funcionar com qualidade nos serviços de saúde. O Serviço
de Manutenção Hospitalar enfrenta a complexidade da instituição, a falta de verba e o despreparo
de profissionais na gestão deste setor. Em geral, o ponto de referência, o escritório da
manutenção, quando existe, encontra-se em porões, subsolos, compartimentos enclausurados ou
ainda, barracões provisórios construídos de madeira. Essa apresentação do setor já demonstra a
falta de conhecimento sobre a importância de uma gestão planejada e programada da
Manutenção.
É comum encontrarmos na chefia da manutenção profissionais não habilitados, sem a
apresentação de curso técnico ou nível superior. Dessa forma, fica difícil o hospital apresentar
planejamento do setor de manutenção com programas de treinamento aos funcionários, rotinas
escritas, setor de cadastro de plantas, equipamentos e outros devidamente organizado. Enquanto
os administradores continuarem ignorando o setor de manutenção sendo este relacionado
diretamente com a qualidade dos serviços de saúde, os hospitais continuarão doentes e distantes
do objetivo: assistir pessoas, prevenir doenças, tratar e reabilitar pacientes, escola prática para
elevação do padrão profissional e centro de pesquisas.
PARTE II - ETAPAS DA MANUTENÇÃO
O serviço de manutenção deve ser planejado com programas de manutenção, os
quais devem incluir as etapas de: Arquitetura de Manutenção ou Manutenção Preditiva,
Manutenção Operacional e Continuidade Operacional.
1. Arquitetura de Manutenção ou Manutenção Preditiva: o arquiteto ao elaborar o
projeto do Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) deve considerar, na fase dos estudos
preliminares, as instalações prediais necessárias, em conformidade com as normas e legislações
pertinentes, para prever locais para a instalação desses equipamentos, de forma a viabilizar o
projeto da área física e da respectiva instalação considerando as várias condicionantes, entre elas,
a funcionalidade, economia e segurança.
Para atender no futuro, a Manutenção Operacional é necessário prever também os
acessos para realizar os serviços de manutenção das várias instalações sem prejudicar o
andamento dos serviços de saúde, portanto a Arquitetura de Manutenção ou Manutenção Preditiva
deve promover condições para realização desses serviços.
2. Manutenção Operacional: um projeto de EAS, elaborado de forma a considerar o
desempenho dos serviços nessa fase, determinará a Manutenção Operacional, a qual deverá
abranger a Manutenção Administrativa, Manutenção Preventiva e a Manutenção Corretiva.
2.1. Manutenção Administrativa: trata-se da manutenção programada e para o
planejamento dessa programação considera fatores, de segurança, de eficiência, custo/benefício,
entre outros. Engloba a Manutenção Preventiva e a Manutenção Corretiva.
2.2. Manutenção Preventiva: se realiza através de serviços antes do aparecimento
de falhas, com visitas periódicas programadas para vistoria de locais e equipamentos no intuito de
mantê-los em condições adequadas de uso e ainda atingir o limite de vida útil do equipamento ou
material. Nesta etapa, incluem-se as manutenções de: rotina e a preventiva condicionada.
2.2.1. Manutenção de Rotina (limpeza periódica de bueiros, calhas, filtros de ar
condicionado, caixas d’água, apertos de parafusos, revisão elétrica, inspeção do telhado, portas,
esquadrias, entre outros) visando atender todas as unidades funcionais do EAS através da visita
periódica programada.
2.2.2. Manutenção Preventiva Condicionada aplicada nos equipamentos, máquinas
e aparelhos, com instrumentos de detecção de falhas, apropriados, para assim mantê-los
regulados e verificar pequenas falhas seja no aparelho ou nos itens que o compõe.
2.3. Manutenção Corretiva: se realiza na operação de consertos, trocas e
substituições. É necessária incluí-la na programação mas, com a presença da manutenção
preventiva e administrativa bem operadas a manutenção corretiva fica menos onerosa e freqüente.
2.3.1. Manutenção Vigilante: faz parte desta etapa e requer um funcionário
encarregado deste serviço para realizar reparos e consertos freqüentes, com conhecimento de
serviços gerais, para atender às solicitações de válvula de descarga disparada, vazamento de
torneiras, lâmpadas que não acendem, tomadas que não funcionam, entre outros.
3. Continuidade Operacional: Um EAS está sujeito a modificações como acréscimo
de área física, aquisição de novos equipamentos ou novas instalações prediais. Estas operações
não devem comprometer o funcionamento do EAS existente e o aumento dos custos.
PARTE III - ESTRUTURA DO PROGRAMA DE MANUTENÇÃO
Para elaborar um programa de manutenção é necessário organizar o setor e o
primeiro passo é obter todas as informações necessárias para o desenvolvimento do programa de
manutenção de forma a facilitar as tarefas e o controle. Para tanto torna-se imprescindível:
1. CADASTRO DO PATRIMÔNIO:
• Edifícios;
• Benfeitorias;
• Instalações;
• Equipamentos e aparelhos;
• Áreas externas;
• Projetos atualizados (“as built”) e,
• Outros.
1.1. cadastro de edifícios: projeto completo dos edifícios constando:
• identificação de cada edifício;
• localização;
• uso e atribuições;
• locação de equipamentos fixos;
• cortes, fachadas e detalhamentos.
1.2. benfeitorias: trata-se da listagem de benfeitorias realizadas e suas
características devidamente especificadas e a serem executadas por ordem de prioridades com
cálculo do recurso financeiro a ser dispensado.
1.3. instalações prediais: relação das instalações, plantas, detalhamentos e
dimensionamento.
1.4. cadastro de equipamentos e aparelhos: trata-se da listagem de todos os
equipamentos, aparelhos, máquinas, constando:
• nome, identificação, marca, modelo, data de aquisição, tempo de garantia;
• função;
• número de referência;
• características elétricas, eletrônicas, mecânicas e hidráulicas;
• localização;
• instruções e recomendações;
• medidas de segurança;
• vida útil: tempo de uso, procedência, produção, conservação, solicitações a que se
encontra submetido;
• estoque mínimo, controle de prazos para obtenção de componente de reposição,
inclusive de importados;
• peças vitais: reposição automática de estoque;
• cotejo entre equipamento instalado e equipamento de última geração;
• avaliação conserto/substituição (equipamento existente por novo ou atualizado)
em função do custo, eficiência, progresso e despesas de conservação;
• aquisições - acompanhamento na especificação, fabricação e recebimento;
• colocação de etiquetas nos equipamentos, constando data de inspeção,
lubrificação, substituição, responsável e outras indicações;
• outras conforme necessidade.
1.5. áreas externas:
• muros;
• estacionamento;
• jardins;
• pavimentação;
• instalações de telefone público, caixas eletrônicos e outros;
• rampas e escadas;
• postes;
• hidrantes e outros.
1.6. projetos atualizados (‘as built”):
• planta da área física (projeto completo e atualizado);
• planta detalhada das instalações e o respectivo dimensionamento;
• planta com locação dos equipamentos fixos.
PARTE IV - ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA DE MANUTENÇÃO
Atualmente, encontra-se no mercado programas para a organização do setor de
manutenção, específicos para computadores. Trata-se de um recurso da informática que não deve
ser desprezado pelos administradores pela agilidade, segurança e economia no decorrer do
tempo, facilitando posteriormente um planejamento confiável.
A Organização Geral deve estar a cargo da Manutenção Administrativa.
1. Competências da Manutenção Administrativa:
• definir o sistema de organização;
• detalhar o programa de manutenção (incluindo as etapas);
• cadastrar o pessoal do setor incluindo número, especialidades, qualificação,
treinamento;
• determinar as tarefas de responsabilidade por encarregado;
• definir áreas de atribuição por encarregado e responsabilidades por defeitos,
falhas e reclamações;
• determinar as tarefas de responsabilidade por encarregado;
• estabelecer a freqüência de inspeção e visitas às unidades;
• estabelecer freqüência de treinamentos;
• manter de forma organizada arquivo de manuais de instrução, catálogos de
equipamentos, projetos, roteiros e outros;
• registrar e controlar o número e a natureza de solicitações de emergências;
• estabelecer sistema de requisições e controle;
• proceder a contratação de serviços de terceiros;
• elaborar Programação orçamentária: avaliar dispêndios;
• levantar dados estatísticos, análise e interpretação;
• elaborar relatórios, resultados, informações e conclusões;
• planejar e executar os serviços de retirada de equipamentos e aparelhos para
revisão e/ou consertos mediante anuência das respectivas chefias;
• protocolar toda a retirada, saída ou devolução de materiais, aparelhos ou
equipamentos;
• informar ao requisitante o recebimento de material solicitado, tão logo cadastrado
pelo almoxarifado.
2. Normas, rotinas escritas e treinamento:
• Atribuições, obrigações e procedimentos escritos em número de vias necessárias,
sendo uma delas entregue ao funcionário;
• Programa de inspeção, lubrificação, vistoria e requisitos específicos;
• Cópia para o funcionário das recomendações dos fabricantes, particularidades do
equipamento e cuidados.
3. Arquivos:
• Arquivo de projetos atualizados;
• Relação de aparelhos, equipamentos, mobiliário, ferramentas e outros com suas
respectivas características;
• Arquivo de catálogos;
• Biblioteca técnica;
• Arquivo de instruções e de detalhes de montagem referentes a instalação,
conservação e operação;
• Normas, rotinas e instruções de uso;
• Cadastro de fabricantes, fornecedores, firmas de manutenção, de consertos e de
mão - de - obra especializada;
• Cadastro de estoque de peças e reposição estocadas no almoxarifado;
• Cadastro de cursos, de formação, especialização e de aperfeiçoamento em todas
as áreas pertinentes ao setor.
V - RECURSOS HUMANOS
O setor de manutenção pode ser formado com:
1. pessoal próprio: vantagem de estar sempre disponível, familiarizado com o local,
o pessoal, suas instalações e equipamentos e desvantagem da falta de especialização, ociosidade
ou falta do funcionário, diversificação de equipes, congestionamento de serviços.
2. contrato com terceiros: vantagem de evitar formação de diversas equipes,
solucionar acúmulos de serviços, pessoal e equipamentos especializados, maior eficácia e
flexibilidade e transferência de responsabilidade e desvantagem da rotatividade de pessoal,
dispêndio com treinamento e controle, presença de pessoal estranho no hospital e falta de vínculo.
3. equipe mista: os serviços gerais e de rotina ficam a cargo do pessoal próprio e os
serviços especializados a cargo de terceiros. A mais recomendável, se forem definidas as
atribuições.
4. lista de profissionais, especialidades e atribuições para atender as mais diversas
necessidades: profissionais com especialização, qualificação ou habilidade nas seguintes funções:
pedreiro, pintor, tapeceiro, mecânico, serralheiro, eletrecista, encanador, marceneiro, lustrador,
ferramenteiro, jardineiro, servente de limpeza, almoxarife, apontador, engenheiro nas diversas
especialidades, chefias e outros.
5. o Ministério do Trabalho estabelece normas sobre:
• movimentação, armazenagem e manuseio de materiais;
• máquinas e equipamentos;
• caldeiras, fornos e equipamentos sobre pressão;
• atividades insalubres ou perigosas;
• prevenção da fadiga; e
• dá outras medidas especiais de proteção.
O Setor de Manutenção deve observar os itens acima, demais legislações pertinentes
e prover de Equipamento de Proteção Individual (E.P.I.) e fiscalizar a obrigatoriedade do seu uso.
VI - ÁREA FÍSICA
O Setor de Manutenção deve ser projetado para desenvolver os trabalhos de forma
organizada, segura e confortável.
Quanto às edificações: apresentar requisitos técnicos que garantam perfeita
segurança aos que nela trabalham.
• pé-direito com altura mínima de 3,00m podendo ser reduzida desde que não
prejudique o conforto térmico e de iluminação e de acordo com a natureza do trabalho, em
concordância com o Órgão competente.
• Pisos: não podem possuir saliências ou depressões que prejudiquem a circulação
dos funcionários e visitantes, quando for o caso, ou o transporte de materiais.
• As aberturas nos pisos e paredes (ex.: monta - cargas) devem receber proteção
para impedir a queda de pessoas ou objetos.
• As paredes, pisos, escadas e rampas de acesso deverão apresentar higiene,
asseio, condições de segurança e manutenção.
• Prever iluminação adequada às atividades desenvolvidas, natural ou artificial,
distribuídas uniformemente evitando ofuscamentos.
• A ventilação deverá ser natural e estar em conformidade com a natureza do
trabalho, devendo possuir complementação da ventilação artificial quando a natural não for
suficiente.
• Quando for o caso, em ambientes desconfortáveis, o funcionário deve utilizar
vestimentas adequadas ou recursos de barreiras, capelas e outros.
Quanto aos ambientes necessários para a Unidade de Manutenção:
1. Área de recepção e inspeção de equipamentos, mobiliário e utensílios: as
dimensões deste ambiente de trabalho deve ser 10% da área das oficinas.
2. Almoxarifado: local para guarda e estoque de peças de reposição.
3. Oficinas: é interessante prever uma oficina de manutenção para reparos,
pequenos consertos e revisões periódicas de alguns equipamentos, utensílios ou mobiliário. Para
os diversos equipamentos utilizados são várias as oficinas para manutenção; são elas: serralheria,
marcenaria e carpintaria, pintura, elétrica, hidráulica, refrigeração, gasotécnica, mecânica,
eletrônica, eletromecânica, ótica, mecânica fina, usinagem estofaria.
Dependendo das atividades do EAS e da política administrativa adotada (no caso de
terceirização) não será necessário dotar a instituição de várias oficinas.
4. Depósitos: convém prever depósito de equipamentos, utensílios e mobiliário para
consertos ou reparos, em ambientes separados, ou ainda, organizados no mesmo local. A idéia é
evitar o entulho de móveis, aparelhos entre outros, nos locais de trabalho, vestiários, rouparia, sala
de utilidades e outros ambientes. Em visitas para vistoria é comum esta observação, não
recomendada pelos técnicos, pois dificulta a limpeza, ocupa espaço para o desenvolvimento do
trabalho dos funcionários e pode prejudicar o controle do setor de manutenção. Dessa forma,
esses equipamentos poderão aguardar o conserto em local apropriado.
O depósito de inservíveis não deve ser esquecido, pois, até definir destino dos
materiais não mais aproveitados pela instituição devem ser estocados em local próprio para não
comprometer a organização do setor de manutenção.
5. Sala de espera: o setor de manutenção deve possuir uma sala para recepcionar
fiscais, representantes de firmas, técnicos, funcionários, entre outros.
6. Escritório: para os serviços administrativos, com espaço suficiente para atender o
número de funcionários com conforto, considerando mobiliário e equipamentos (computadores, fax,
entre outros).
7. Sala de reunião: o setor de manutenção possui funcionários diferenciados em
vários graus de instrução, habilidades e qualificações. Isto requer um ambiente apropriado para
instruções de trabalho, realização da programação dos serviços, reuniões com funcionários, fiscais,
fornecedores entre outros, não sendo necessário apresentar grandes dimensões, atendendo
apenas as necessidades do setor.
8. Arquivo/biblioteca técnica: importante para consultas e na realização doa
programação dos serviços, evita falhas, diminui tempo de serviço e custos. Dificilmente encontra-
se nas instituições arquivo e biblioteca e quando possuem algum material pertinente não
apresentam um ambiente adequado e organizado, na maioria das vezes trata-se de alguns
catálogos, contratos, folhetos informativos em pastas em armário junto com outros documentos
não pertinentes ao Setor de Manutenção.
9. Local para guarda de ferramenta: para o encarregado dos serviços do dia a dia e
para os demais, este local devidamente organizado e controlado instrumentaliza o funcionário para
a realização dos serviços com precisão, evitando a demora na procura das ferramentas ou ainda
descobrir em momento inoportuno que a ferramenta não está em condições de uso. Este local
deve ser organizado e vistoriado periodicamente para reposições.
10. Instalações sanitárias: quando a Unidade de Manutenção estiver fora das
dependências do EAS deve-se prever instalações sanitárias próximas às oficinas e junto ao setor
administrativo da manutenção.
O leitor poderá acrescentar ou retirar ambientes da listagem acima sugerida, conforme
localização do Setor de Manutenção (dentro ou fora do EAS), atendendo da melhor forma às
necessidades, inclusive verificando o zoneamento das Unidades - Funcionais e a localização das
oficinas quando necessário existir no EAS, devido a ruídos, poeira, entre outros, e o
dimensionamento considerando o porte dos equipamentos e máquinas e o número de funcionários
no local.
-TÍTULO V-
CONFORTO AMBIENTAL DOS ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE
SAÚDE
Sônia D’Agosto Gorga
FOTO - SÔNIA
SUMÁRIO - TÍTULO V
1. INTRODUÇÃO
2. CONFORTO ACÚSTICO
QUADRO - NÍVEL DE RUÍDO
3. CONFORTO TÉRMICO
FIGURA 1 - ESQUEMA DE VENTILAÇÃO URBANA EM CLIMAS ÚMIDOS
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4 - DISTÂNCIA ENTRE OBSTÁCULO E EDIFICAÇÃO COM RELAÇÃO AO
SENTIDO DA VENTILAÇÃO INTERNA
FIGURA 5 - EXEMPLO DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS VAZIOS
FIGURA 6 - EXEMPLO DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS INTERNOS
VAZIOS
FIGURA 7 - EXEMPLOS DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS
PARCIALMENTE DIVIDIDOS
FIGURA 8 - EXEMPLOS DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE AMBIENTES QUE
DISPÕEM DE ABERTURAS LOCALIZADAS EM FACHADAS OPOSTAS
FIGURA 9 - EXEMPLOS DE INFLUÊNCIA FAVORÁVEL À VENTILAÇÃO QUE A
VEGETAÇÃO PODE PROPORCIONAR
4. ILUMINAÇÃO
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 15
5. COR
QUADRO - CORES
6. SINALIZAÇÃO VISUAL
7. ERGONOMIA
8. PROJETOS ARQUITETÔNICOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE
SAÚDE
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE1
CENTRO DE SAÚDE
CENTRO DE SAÚDE1
CENTRO DE SAÚDE2
CENTRO DE SAÚDE3
UNIDADE CORONARIANA
9. BIBLIOGRAFIA
1. INTRODUÇÃO - TÍTULO V
O homem é capaz de adaptar-se nas mais diversas condições ambientais, porém isto
exige muito esforço e energia.
Os edifícios destinados à saúde abrigam uma série de atividades e estas para serem
bem desenvolvidas, proporcionando ao paciente e ao profissional da saúde condições de conforto
ambiental, é necessário que os projetos arquitetônicos e de engenharia busquem no conceito do
planejamento do espaço; condições de conforto térmico, acústico, visual, luminoso, um bom estudo
ergonométrico dos ambientes, enfim, de modo holístico, através de soluções concretas, a
percepção sensível do conforto ambiental.
O grande desafio dos projetos arquitetônicos para a saúde está em trazer elementos,
símbolos e signos, que auxiliem na recuperação do paciente. O estresse ocasionado pela
ocorrência de situações, atendimento de pessoas em risco de vida ou em sofrimento é uma
constante, isto torna, principalmente o hospital, um espaço muito temido pelos seus usuários. Para
o paciente, o conforto ambiental representa a possibilidade de minimização do estresse
permanência; para os profissionais a possibilidade de realizar tarefas e procedimentos com maior
segurança e eficiência.
A percepção ambiental pode variar de acordo com as características do edifício,
ocasionando comportamentos e reações. A capacidade de concentração diminui, a atenção se
deteriora, dentro de faixas de conforto humano relacionados à temperatura, velocidade e umidade
do ar, som, e outros: assim como estes elementos podem ser benéficos e estimulantes quando o
projeto é fruto de um estudo dos fatores ambientais.
O conceito de projeto para os edifícios destinados à saúde foi mudando no decorrer
do tempo. Ao buscarmos na história pensamentos que influenciaram trabalhos de arquitetos,
chegamos ao tempo de Hipócrates, pai da medicina. Segundo Mumford, no livro A cidade na
História, quando descreve o funcionamento da rede de cidades gregas, articulada a Atenas, faz
atenção a cidade de Cós.
Cós foi o centro do qual um novo conceito de saúde se irradiou: ao mesmo tempo
Sanatório, Hospital e Centro de Pesquisas Médicas, onde amadureceu o pensamento médico.
Esse centro era apenas um conjunto de edificações utilitárias, como ocorre nos modernos
hospitais. O centro médico de Cós apresentava conceitualmente, em seu plano de organização, a
idéia de claustro, de retiro e de dedicação interior.
Munford acentua que os médicos de Cós conheciam as qualidades curativas da
reclusão e da beleza do espaço e da ordem. O centro médico ficava numa pequena ilha, célebre
por suas uvas e amoreiras e por sua seda delicada. Da ilha apontavam-se amplas vistas marinhas,
libertando os pacientes da opressão e desconforto da aglomeração, da desordem, dos odores e
ruídos da cidade grega.
Ao fazer uma análise reflexiva sobre a qualidade dos espaços para a saúde, e sua
influência positiva ou negativa na recuperação dos pacientes, apontar estes exemplos na história
são necessários. A cidade de Cós, levanta o questionamento de como implantar estes edifícios,
principalmente na malha urbana, dos grandes centros, levando em conta o conforto ambiental.
Os projetos arquitetônicos deveriam ter como uma das premissas de partido o estudo
de impactos da relação edifício e cidade, edifício e meio ambiente e as influências destas relações
para conforto do homem tanto no uso do edifício como da cidade.
O estudo do conforto ambiental, deve partir do estudo do ser humano do seu tempo,
comportamentos e tendências, a sua realidade econômica, social, cultural, geográfica, enfim
parâmetros que orientarão a definição de um partido arquitetônico, seja ele, de uma nova
construção, reforma e ampliação. Esta conceituação levará a respostas particulares de soluções
arquitetônicas.
Os edifícios para saúde, representam para os seus projetistas, sempre um grande
desafio, pois, compatibilizar critérios como funcionalidade, flexibilidade, conforto ambiental,
cumprimento de programas Físico-Funcionais, viabilidade econômica do empreendimento, enfim
uma série de necessidades, acompanhadas de restrições e facilidades.
Elencamos neste trabalho algumas características que podem ser discutidas para
avaliar as condições de conforto ambiental, num projeto ou em um edifício já construído na saúde,
incluem: conforto acústico; conforto térmico; iluminação; cor; sinalização visual; e ergonomia
2. CONFORTO ACÚSTICO - TÍTULO V
A complexidade funcional dos edifícios para a saúde tem modificado principalmente a
imagem do hospital, tornando-o um espaço acusticamente silencioso.
A proteção contra ruídos tem a finalidade de preservar o sossego, a saúde a
capacidade de trabalho e permitir sempre a boa audição.
A mecanização da vida moderna afetou os espaços urbanos e arquitetônicos com
uma intensidade e continuidade de ruído produzido. Este desconforto poderá somente ser
minimizado ou solucionado através do planejamento: ambiental, urbano e arquitetônico.
O plano diretor de uma cidade deveria prever no seu zoneamento um isolamento das
fontes de ruído para o bem-estar da população nos seus espaços de permanência. A rua é um dos
grandes exemplos, ocupada por veículos, o intenso trânsito, invade as edificações com seus
rumores. Os projetistas enfrentam grandes desafios, entre eles:
• implantar o edifício no terreno de tal forma que os recuos sirvam de barreiras e
filtros, minimizando o desconforto acústico
• na proposta de setorização das unidades hospitalares evitar localizar as áreas de
permanência prolongada, principalmente internação, para as faces mais barulhentas ou produtoras
de maior ruído (tráfego intenso, indústria, e outros)
• controlar o nível de ruído dentro do edifício; ocasionados por elevadores,
equipamentos, ventiladores, vozes humanas, impactos, e outros.
A arquitetura muda no decorrer do tempo o seu conjunto de prioridades. O controle de
ruídos deve entrar na base teórica do projeto, compatibilizando criação, tecnologia e condições
ambientais para a saúde e bem estar.
A qualidade do som ambiente, outra importante premissa do projeto, interfere na
percepção do espaço sensível, aliviando a monotonia ou a tensão dos ambientes hospitalares.
2.1. PROBLEMAS ACÚSTICOS
Qualquer problema acústico é resolvido com a aplicação sensata de princípios
básicos. Porém projetar espaços acusticamente bem resolvidos, representa um trabalho mais
complexo.
A boa acústica dos ambientes para a saúde deverá ser definida e planejada na fase
de projetação, pois a adaptação é quase sempre onerosa e difícil. Além do mais, certos ruídos e
vibrações danosas, não previstas no projeto, ou na escolha do terreno, ou na construção não terão
como ser eliminados posteriormente; somente poucos são passíveis de serem sanados.
O agrupamento barulhento, com por exemplo o agrupamento industrial de hospitais
requer localização específica, e sempre que possível apoiado em solo firme; esse agrupamento
abrange: casa de caldeiras, casa de força, grupo eletrógeno, transformadores, bombas de vácuo,
bombas de água, compressores de ar, equipamentos de ar-condicionado, torre de arrefecimento,
compressores de câmara frigorífica, lavandeira, oficinas de manutenção e outros.
Entre esse agrupamento, gerador de ruídos, incluem-se o acesso de caminhões, o
pátio de serviços, a doca de carga e descarga de suprimentos, inclusive de cilindros de oxigênio,
protóxido de nitrogênio e CO2; bujões de gás e “drewer” de gás hélio.
Interferem também para a elevação do nível de decibéis do recinto, os veículos
coletores de resíduos hospitalares, carros-pipa, carros de oxigênio líquido e de descarga de óleo
combustível.
Exemplo de Ruídos e Vibrações
Entre os vários ruídos e vibrações que afligem os hospitais, podem se apontados:
• ruídos transmitidos ao longo de forros falsos e “shafts”(efeito de tubo acústico);
• ruídos produzidos por descarga de bacia sanitária;
• por estação redutora de pressão de vapor, inadequadamente localizada e
instalada
• vibrações transmitidas às paredes por dutos não isolados (principalmente dutos
alimentadores de caixa d’água elevada);
• barulho característico de enchimento de reservatório de água, por inserção
insuficiente do duto de entrada na água;
• zunido de bomba elevatória de água, transmitido à parede por duto de
alimentação, por falta de intercalação de duto elástico de isolamento (borracha ou outro) junto à
saída de bomba;
• idem, quanto à vibração de dutos de insuflação de ar-condicionado e outros;
• motores e bombas instalados sem base antivibratória;
• gerador de eletricidade desprovido de adequado escapamento;
• ventilador de gerador elétrico direcionado e voltado contra o hospital;
• revestimento de piso de corredor de unidade de internação executado com
material refletor de som, ao invés de absorvente;
• sala espera acusticamente imprópria para a função de “Espera”, a ponto da
unidade de saúde ter de recorrer a cartazes exigindo silêncio, tolhendo a liberdade dos pacientes e
acompanhantes, normalmente apreensivos, angustiados e agitados;
• balança de precisão afetada por falta de apoio elástico, antivibratório.
Ruídos Preventíveis
Exemplos de ruídos incômodos que são possíveis de prevenção ou amenização pela
manutenção, decorrentes ou provocados por:
• ranger de rodízios de carrinhos, por falta de lubrificação ou manutenção;
• tilintar de frascos durante o transporte;
• batida de portas, por falta de mola amortecedora;
• batida de alça de balde de limpeza;
• reator de luminárias;
• zumbido de transformador do sistema de sinalização;
• bebedouro de água gelada;
• alto falante, campainha, telefone;
• brusca condensação de vapor em contato com água fria, não purgada em câmara
externa de autoclave e outros;
• batida de bandejas e panelas em copas;
• vibração ritmada do respirador Bird em UTI, por falta de divisórias envidraçadas;
• outros.
De mais difícil eliminação são os ruídos oriundos de:
• aspirador de pó;
• enceradeira elétrica;
• máquina de lavar e aspirar água de piso;
• exaustor;
• outros.
Exigências Humanas Quanto ao Conforto Acústico
O nível de ruído de um ambiente é medido em decibéis. Um decibel é igual a uma
pressão sonora de 0.0002 DINAS/cm2. Uma DINA é a força que se exercida durante um segundo,
moverá um grama um centímetro.
O quadro abaixo, extraído de “Modern Hospital” de Ervin Pusep, relaciona o nível de
ruídos com as exigências humanas quanto a conforto acústico.
QUADRO - NÍVEL DE RUÍDO
Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), os níveis de ruído
aceitáveis para os ambientes de saúde são:
Hospitais e Consultórios Médicos:
Enfermarias e quartos 40 Db
Recepção, sala de espera 60 Db
Sala de cirurgia 35 Db
Lavanderia 65 Db
Conclusão
O item conforto acústico é uma das premissas no desenvolvimento de projetos
humanizados para os estabelecimentos assistenciais de saúde. Proteger o pacientes de ruídos, de
sons que possam ser estressantes para a sua recuperação e proporcionar uma acústica agradável,
reconfortante, saudável; faz parte do partido arquitetônico a ser concebido.
3. CONFORTO TÉRMICO - TÍTULO V
As condições de conforto térmico são variáveis. Para esta avaliação é necessário
analisar se o indivíduo está devidamente vestido, o seu estado de saúde ou de aclimatização.
As condições de conforto térmico variam com as condições ambientais que
proporcionam a sensação de conforto; habitantes de um clima quente e úmido possuem uma
sensação de conforto diferente de habitantes de um clima temperado.
Ao estudar o conforto térmico dos diversos ambientes de um estabelecimento
assistencial de saúde é necessário identificar o tipo de atividade desenvolvida, sua vestimenta, as
variáveis do ambiente que proporcionam as trocas de calor com o meio ambiente. Além disso
devem ser consideradas variáveis como sexo, idade, raça, hábitos alimentares.
Para a arquitetura oferecer condições de conforto; deve se adequar ao clima local
aonde ela será implantada.
Dentre as varáveis climáticas que caracterizam uma região pode-se identificar as que
mais interferem nos espaços construídos:
• o oscilação diária e anual da temperatura e umidade relativa
• quantidade de radiação solar incidente
• grau de nebulosidade do céu
• predominância da época e sentido dos ventos e índices pluviométricos
Nas regiões predominantemente quentes do Brasil a arquitetura deve contribuir no
sentido de minimizar as diferenças entre as temperaturas externas e internas do ar. Buscar
soluções através de recursos naturais é uma grandes metas de projeto, logicamente que em
condições climáticas muito rígidas não poderá ser possível, mas mesmo nestes casos desenvolver
propostas que maximizem o desempenho térmico natural; reduzam a utilização de equipamentos
de refrigeração ou aquecimento; possibilitem a não utilização destes equipamentos em épocas em
que as condições climáticas são menores.
A escolha de um partido arquitetônico de um estabelecimento assistencial de saúde
voltado para o conforto térmico deve considerar o clima brasileiro. Tomamos neste estudo o
exemplo de dois climas extremos: o clima quente e seco e o quente úmido.
3.1. CLIMA QUENTE SECO E A ARQUITETURA
As diferenças quanto a umidade relativa do ar vão gerar partidos arquitetônicos
distintos em função da variação da temperatura diária, definindo as vantagens ou não da
ventilação interna.
Tomando-se como referência a amplitude climática de um clima seco, por exemplo, o
da cidade de Brasília, onde a mínima (noturna) é de 15,4 °C e a máxima (diurna) de 30,7°C; a
arquitetura nestes climas quentes e secos deveria possibilitar durante o dia temperaturas internas
abaixo das externas, e durante a noite, acima. A ventilação não seria útil, pois o vento externo
estaria, em um mesmo instante, ou mais frio ou mais quente que a temperatura do ar interno.
Neste sentido podem-se adotar partidos arquitetônicos que busquem :
• amortecer o calor recebido e atrasar o número de horas que este calor levará para
atravessar os vedos da edificação, atingindo o interior à noite, quando a temperatura externa está
em declínio. Escolher materiais construtivos capazes de armazenar o calor diurno, evitando ou
minimizando a penetração nos ambientes.
• considerar no projeto o tamanho das aberturas. Tomando como exemplo Brasília,
onde não há a conveniência da ventilação, pode-se ter pequenas aberturas, o que facilitará a
proteção da excessiva radiação solar direta. É também vantajoso propor soluções construtivas
mais compactas, possibilitando a menor exposição das superfícies à radiação solar e ao vento
portador de poeira em suspensão.
Ao estudar a implantação dos edifícios na cidade e no terreno podem ser pensadas
soluções que aproximem as construções de modo a fazerem sombras umas às outras.
Em clima quente e seco a vegetação deve funcionar como barreira aos ventos, além
de naturalmente reter parte da poeira em suspensão no ar.
Os espaços abertos nestes climas podem conter espelhos de água, chafarizes, e
outras soluções. A umidificação que esta água ao se evaporar trará ao ar próximo permitirá maior
sensação de conforto às pessoas. O uso da água incorporado às construções é um forte elemento
de alteração do microclima e de conforto ambiental.
3.2. CLIMA QUENTE E ÚMIDO E A ARQUITETURA
Com relação ao clima quente úmido, decisões quanto ao partido arquitetônico dos
estabelecimentos assistênciais de saúde são bastante distintas das adotadas para o clima quente
seco.
A variação da temperatura noturna não é tão significativa neste clima que cause
sensação de frio, mas suficiente para provocar alívio térmico; a ventilação noturna é bastante
desejável.
Com estas características climáticas podemos adotar partidos arquitetônicos que
busquem:
• prever aberturas suficientemente grandes para permitir a ventilação nas horas do
dia que a temperatura externa está mais baixa que a interna.
• proteger as aberturas da radiação solar direta, mas não fazer destas proteções
obstáculos dos ventos.
• não dificultar a retirada do calor interno armazenado durante o dia, prejudicando o
resfriamento da construção quando a temperatura externa noturna está mais agradável que a
interna. Nesse sentido devem ser escolhidos elementos isolantes nos vedos, para impedir grande
parte da penetração do calor da radiação solar pelos vedos, gerando calor interno em demasia.
• a cobertura deve seguir o mesmo tratamento dos vedos, com elementos isolantes
ou espaços de ar ventilado, os quais tem com característica retirar o calor que atravessa as telhas
e que deste modo não penetrará nos ambientes.
• utilizar a vegetação de modo não impedir a passagem dos ventos, o que dará a
limitação da altura mínima das copas, de modo a produzirem sombra, mas não servirem de
barreira quanto a circulação do ar.
Ao propor a implantação do edifício na cidade e no lote urbano, permitir que a
ventilação atinja todas as construções e possibilite a ventilação cruzada nos seus interiores. O
partido arquitetônico deve viabilizar construções alongadas no sentido perpendicular ao vento
dominante.
FIGURA 1 - ESQUEMA DE VENTILAÇÃO URBANA EM CLIMAS ÚMIDOS (figura
retirada do livro Manual de Conforto Térmico de Anésia Barros Frota)
3.3. CLIMAS QUENTES E AS CORES EXTERNAS
A pintura externa das construções em climas quentes deve ser de preferência em
cores claras, pois refletirão mais a radiação solar e portanto menos calor atravessará as vedações.
3.4. CLIMAS TEMPERADOS
Em climas temperados a decisão a ser adotada no partido arquitetônico deve analisar
a umidade relativa do ar, a variação de umidade relativa e diária e a quantidade de radiação
recebida nas estações do ano mais importante: o inverno e o verão, bem como índices de
pluviosidade.
Com o rigor tanto do frio como do calor buscar soluções que permitam tanto a
ventilação cruzada intensa, como o fechamento hermético das aberturas para ventos frios.
A proteção às aberturas devem ser móveis a fim de permitir a penetração da radiação
solar quando desejável.
A proposta de implantação da construção tanto no contexto urbano quanto do lote
devem favorecer às necessidades de insolação em relação às características dos rigores
climáticos locais.
3.5. CONTROLE DA RADIAÇÃO SOLAR
CLIMATIZAÇÃO NATURAL DAS EDIFICAÇÕES
A previsão da carga térmica a ser gerada no interior de um estabelecimento de saúde
é fundamental para definição do partido arquitetônico a ser adotado, sendo em função das
exigências funcionais e humanas, para os diferentes climas.
As fontes de carga térmica interna dos edifícios podem ser classificadas como:
1. presença humana
2. sistemas de iluminação artificial
3. motores e equipamentos
4. processos industriais
5. calor solar
1. Ganhos de Calor Devidos a Presença Humana
A quantidade de calor dissipada pelo organismo para o ambiente depende
essencialmente da sua atividade, quanto maior for esta atividade maior será a quantidade de calor
perdido, variando de 80 (repouso) a 1200 kilocalorias/h (competição ou trabalho pesado). Este
fenômeno é chamado metabolismo.
Existe conforto térmico quando as condições ambientais permitem que o metabolismo
(calor a ser emitido pelo corpo) ocorra normalmente.
2. Ganhos de Calor Devidos ao Sistema de Iluminação Artificial.
A conversão de energia elétrica em luz gera calor sensível. Este calor é dissipado por
radiação, para as superfícies circundantes, por condução, através dos materiais adjacentes, e por
convecção para o ar.
Lâmpadas incandescentes convertem apenas 10% de sua potência elétrica em luz,
90% se transforma em calor.
Lâmpadas fluorescentes convertem 25% da sua potência elétrica em luz, 75% se
transforma em calor. O reator da lâmpada fluorescente fornece mais 25% da potência nominal da
lâmpada, sob forma de calor para o ambiente.
3. Ganhos de Calor Devidos a Motores e Equipamentos
O calor dissipado por motores para o ambiente é em função de sua potência e de
suas características. Em geral, os motores de potência mais baixa tem menor rendimento.
No que se refere aos equipamentos, adota-se como calor cedido ao ambiente cerca
de 60% da potência nominal dos aparelhos elétricos. No caso de ambientes de saúde, é
importante verificar as especificações técnicas dos diversos equipamentos médico-hospitalares à
serem instalados quanto ao calor cedido aos ambientes.
4. Ganhos de Calor Advindos de Processos Industriais
Há alguns processos industriais que envolvem grandes cargas térmicas. Nos hospitais
o funcionamento de lavanderias e cozinhas, geram cargas térmicas para os ambientes. É
necessário um estudo específico destes, a fim de buscar mecanismos de trocas térmicas.
5. Ganhos de Calor Solar
O sol incidindo sobre o edifício irá representar um ganho de calor, sendo maior ou
menor em função da intensidade da radiação solar e das características térmicas dos materiais.
A radiação solar, como variável climática, deve ser medida. Porém a obtenção dessas
medições são complexas devido ao movimento do sol e a conversão dos dados. Os instrumentos
existentes registram dados referentes à incidência sobre plano normal aos raios e são necessários
dados relativos à radiação incidente sobre as fachadas e cobertura dos edifícios.
Os dados relativos à intensidade da radiação solar incidente sobre as superfícies
podem ser calculados por meio de fórmulas, e informações sobre latitude, da data, da altitude, da
nebulosidade, da poluição do ar, e outros, e também da orientação do plano de incidência. Estes
dados podem ser apresentados em forma de tabelas e gráficos.
3.6. VENTILAÇÃO NATURAL
A ventilação proporciona a renovação do ar dos ambientes, sendo fundamental para a
higiene e conforto térmico em regiões de clima temperado no verão e de clima quente e úmido.
A renovação do ar dos ambientes proporciona a dissipação de calor e a
desconcentração de vapores, fumaça, poeiras, de poluentes, e outros. A ventilação pode ser feita
por meios mecânicos, sistemas de climatização artificial, porém abordaremos neste trabalho
apenas a ventilação natural como um dos meios de controle térmico dos ambientes funcionais que
demandam de sistemas comuns de controle das condições ambientais quanto a renovação do ar.
A conservação de energia no ambiente hospitalar é um importante tema à ser
abordado no conceito do projeto, construção e manutenção, portanto a ênfase nos sistemas
naturais de conforto térmico.
A ventilação natural é feita através de aberturas no edifício, umas funcionando como
entrada e outras como saída. Assim, as aberturas deverão ser dimensionados e posicionados para
favorecer o melhor fluxo de ar no ambiente.
3.7. CRITÉRIOS DE VENTILAÇÃO DOS AMBIENTES
O primeiro critério de ventilação dos ambientes se baseia nas exigências humanas de
suprimento de oxigênio e diluição da concentração de gás carbônico.
A presença humana representa interferência nas condições térmico-higrométricas
ambientais que devem ser analisadas e consideradas no projeto.
Outra importante função da ventilação é a remoção do excesso de calor dos
ambientes.
3.8. VENTILAÇÃO POR AÇÃO DOS VENTOS
A diferença de pressões exercida sobre o edifício pode ser causada pela ação dos
ventos. O vento, considerado aqui como ar que se desloca paralelamente ao solo em movimento
lamelar, ao encontrar um obstáculo, o edifício, sofre um desvio de seus filetes e ultrapassando o
obstáculo, tende a retomar o regime lamelar.
A figura 2 mostra as paredes expostas ao vento e estarão sujeitas a pressões
positivas, enquanto as paredes não expostas ao vento e a superfície horizontal superior estarão
sujeitas a pressões negativas.
A figura 3 mostra uma situação de um ambiente ventilado pela abertura de vãos em
paredes sujeitas a pressões positivas para a entrada do ar, e em paredes sujeitas a pressões
negativas para a saída do ar.
A distribuição das pressões sobre o edifício depende da direção dos ventos com
relação ao edifício e ao fato de estar disposto às correntes de ar ou protegido por qualquer outra
construção ou obstáculo. Uma outra condicionante é a velocidade do vento e o seu ângulo de
incidência.
FIGURA 2
FIGURA 3
FIGURA 4 - DISTÂNCIA ENTRE OBSTÁCULO E EDIFICAÇÃO COM RELAÇÃO AO
SENTIDO DA VENTILAÇÃO INTERNA
FIGURA 5 - EXEMPLO DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS VAZIOS (em
planta)
FIGURA 6 - EXEMPLO DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS INTERNOS
VAZIOS (em planta)
FIGURA 7 - EXEMPLOS DE FLUXOS DE AR ATRAVÉS DE ESPAÇOS
PARCIALMENTE DIVIDIDOS (em planta)
FIGURA 8 - EXEMPLOS DE FLUXO DE AR ATRAVÉS DE AMBIENTES QUE
DISPÕEM DE ABERTURAS LOCALIZADAS EM FACHADAS OPOSTAS (em corte)
FIGURA 9 - EXEMPLOS DE INFLUÊNCIA FAVORÁVEL À VENTILAÇÃO QUE A
VEGETAÇÃO PODE PROPORCIONAR
Observação : as figuras 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 foram retirada do livro manual de conforto
térmico, Anésia Barros Frota.
3.9. ITENS DE VERIFICAÇÃO ENTRE ARQUITETURA E CLIMA
São enumerados procedimentos para elaboração de estabelecimentos assistênciais
de saúde adequados aos distintos climas. Estes podem ser elencados como itens de verificação,
segundo os principais fatores envolvidos neste processo:
A. Dados climáticos relativos ao mês de Estudo
• temperatura do ar média mensal
• temperatura do ar média mensal das máximas
• temperatura média mensal das mínimas
• umidade relativa do ar, média mensal
• radiação solar direta para céu limpo, para as diversas orientações
• porcentagem média de nebulosidade
• direção e velocidade dos ventos
• caracterização do clima local
• latitude
• altitude
B. Adoção do partido arquitetônico em função das características climáticas
• forma mais apropriada
• orientação e dimensionamento das aberturas
• localização dos diversos blocos no espaço físico
• determinação da sombra projetada das edificações
• determinação das máscaras produzidas por obstruções às aberturas
• indicação de elementos externos de proteção da radiação solar (construções,
vegetações, e outros)
C. Determinação dos materiais adequados
• coeficiente global de transmissão térmica de cada material
• cor externa e interna
D. Avaliação da temperatura máxima resultante
• cálculo da temperatura interna máxima para as diversas alternativas de projeto
• comparação da temperatura interna máxima obtida com os índices de conforto
• há alternativa possível dentro dos limites da climatização natural ?
4. ILUMINAÇÃO - TÍTULO V
A iluminação dos estabelecimentos assistenciais de saúde variam nas diferentes
áreas e dependem das condições visuais necessárias para o diversos usuários; pacientes,
enfermeiras, médicos, e outros. O projeto deve atender tanto o conforto do paciente quanto do
corpo médico.
Permitir as visuais externas, utilizar adequadamente a luz natural e a iluminação
artificial é um fator fundamental para a manutenção da produtividade e de conforto psicológico para
todos os usuários do edifício. O uso equilibrado da iluminação natural e artificial introduz benefícios
inclusive terapêuticos para o paciente.
A iluminação natural é fundamental para a manutenção do relógio biológico do ser
humano, minimizando o estresse permanência em unidades de saúde, portanto evitar ambientes
sem iluminação natural é aconselhável. Luz significa vida.
4.1. ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL
A cor da luz produzida pelas fontes de luz e refletida pelas superfícies internas, é
importante:
• Como fator que proporciona as melhores condições de tratamento- por exemplo
onde o diagnóstico do paciente relaciona-se com a cor ou modificação da cor da pele.
• Como fator psicológico, reduzindo a aparência institucional, principalmente do
hospital, e sugerindo uma atmosfera mais amiga, contribuindo assim para o restabelecimento do
paciente.
Poderá ser necessária uma iluminação livre de interferências nas áreas onde são
usados equipamentos eletrônicos, sensíveis a este tipo de radiação.
Iluminação de emergência deverá ser instalada em todas as áreas internas de
circulação, saídas e nas áreas onde a segurança e a vida possam ser colocadas em risco pela
ausência de luz.
4.1.1. Tipos De Fontes De Luz e Sua Manutenção
Lâmpadas Incandescentes
Circuitos de lâmpadas incandescentes sobrecarregados podem ser aliviados com a
substituição por lâmpadas fluorescentes, que consomem menos corrente para a mesma emissão
de luz (duas a quatro vezes mais lumens por W), porém de uma instalação inicial mais elevada.
Lâmpadas Fluorescente
Lâmpadas fluorescentes apresentam efeito estroboscópico minimizado quando
instalado aos pares e ligados a sistema elétrico tecnicamente correto com reatores de boa
qualidade e de alto fator de potência.
Em ambientes como de ressonância Magnética é vedada a instalação de luz
fluorescente.
A manutenção maior é feita a reatores e “starters”, a vida útil de lâmpadas é afetada
por excesso ou deficiência de tensão.
A manutenção deve certificar-se das condições dos “starters” e reatores na troca de
lâmpadas, para não afetar a sua duração. Reatores devem ter “alto fator de potência”.
Sempre que possível, deve-se optar por reatores de partida rápida, pois eles
possibilitam o acionamento imediato das lâmpadas, dispensando o uso de “starters”.
Lâmpadas descartadas não devem ser quebradas ou abandonadas, pois o vapor de
mercúrio e o pó, procedentes do revestimento interno do tubo, constituído por substância
fluorescente (composto fosforado) são prejudiciais à saúde.
Lâmpadas Germicidas
Lâmpadas ultravioleta, quando usadas, devem sê-lo com luminárias que assegurem
proteção à vista (prevenção de conjuntivite); porém pela sua limitada ação germicida e falso
sentimento de segurança, sua instalação em hospitais vem sendo descartada. O ministério da
Saúde não permite a utilização de radiação ultravioleta para a desinfecção ou esterilização de
superfícies ou artigos (Portaria num. 930, de 27 de agosto de 1992.
4.1.2. Controle
A substituição de lâmpadas, em geral, é mais bem executada, de forma mais direta e
menos burocrática, através de um giro diário da manutenção pelo hospital.
É importante a correta composição cromática, obtida por lâmpadas especiais ou pelo
conjunto de diferentes tipos de lâmpada, necessidade maior é sentida em especialidades como
dermatologia.
Iluminação excessiva onera a instituição e iluminação deficiente prejudica as
atividades. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) dispõem de normas que dão os
níveis recomendados de iluminância por ambiente específico (NBR - 5413).
4.1.3. Luminárias
Luminárias de teto (bem como forros removíveis, trilhos e outros) devem prevenir, em
ambientes limpos, queda de pó e detritos sobre campo operatório e outros; as luminárias de
ambientes não assépticos prescindem de protetores (acrílicos ou outros); em geral não são
eficientes por acumularem poeira e externamente por afetarem a iluminação, serem de difícil
manutenção, dispendiosos, volumosos e raramente estéticos.
4.1.4. Projeto de Iluminação nos Diversos Ambientes de Saúde
Quartos de pacientes
A iluminação desses quartos deverá ser feita de maneira a não causar um
ofuscamento desconfortável ao paciente, inclusive àqueles cujo campo de visão é somente o teto,
e para o corpo médico.
No caso de uso de lâmpadas fluorescentes, a cor da luz deverá ser escolhida com
cuidado.
Iluminação geral
A iluminação geral do quarto deverá ser suficiente para permitir trabalhos médicos e
domésticos de uma maneira mais adequada. Uma iluminação direta é preferida com esta finalidade
(fig. 10). A iluminância deverá ser entre 100 a 200 lux. O interruptor dessa iluminação deverá ser
situado na entrada.
Iluminação local sobre as camas
A iluminação local sobre as camas dos pacientes (fig. 11) deverá ser suficiente para
proporcionar boa iluminação para leitura, trabalhos manuais, e outros. Deverá ter uma iluminância
de 100 a 300 lux na parte superior, sobre a largura total da cama. O calor irradiado deverá ser o
menor possível. Deverá existir um interruptor ao alcance do paciente.
Iluminação para exames
No caso em que o exame ou tratamento do paciente não possa ser feito em um quarto
apropriado, poderão ser utilizadas luminárias complementares no quarto do paciente. Somente a
cama deverá ser iluminada com uma iluminância de no mínimo 1000 lux. A fonte de luz também
deverá ter as características de reprodução de cor adequadas.
Iluminação noturna
A iluminação noturna deverá ser suficiente para proporcionar a mínima iluminação
necessária para as enfermeiras e pacientes, a fim de que possam se locomover. Esta corresponde
a uma iluminância de 0,5 lux a altura do chão.
Iluminação noturna para observação
A iluminação noturna para a observação dos pacientes não deverá causar a mínima
perturbação aos outros pacientes. Uma iluminância entre 5 e 20 lux, restrito a cabeceira da cama é
recomendável. O interruptor colocado na cama não deverá ficar ao alcance do paciente.
Corredores
A iluminação nos corredores deverá estar relacionada à iluminação das áreas
adjacentes, de maneira que não exista diferença substancial nos iluminamentos. Isto, muitas vezes
significa que providências deverão ser tomadas para reduzir o luminamento do corredor durante a
noite.
Nos casos em que o corredor não recebe suficiente iluminação natural durante o dia,
a iluminação artificial deverá facilitar a adaptação visual, proporcionando uma luminância
relativamente elevada na parede oposta à porta do quarto iluminado pela luz do dia (fig. 12).
A distribuição assimétrica das luminária ao longo dos corredores é, ao mesmo tempo,
menos perturbadora para os pacientes que são transportados. A iluminância durante o dia deverá
ser de 200/300 lux. Esta deverá ser reduzida durante a noite para 3 a 5 lux, para corredores com
ligação direta aos quartos, 5 a 10 lux para corredores separados.
Quartos para exames
A iluminação para exame deverá ser planejada para possibilitar uma grande variedade
de tarefas visuais possíveis. Isto normalmente é obtido usando um sistema combinado de
iluminação geral e local. A iluminação geral e local deverão se igualar, tanto quanto possível, em
temperatura de cor (para lâmpadas fluorescentes 4000 K). A iluminância deverá ser entre 500 a
1000 lux.
Salas de operações
A iluminação da mesa de operações geralmente provém de uma unidade equipada
com um sistema óptico, com uma lâmpada incandescente de alta wattagem, ou um número de
pequenos refletores, cada um com uma lâmpada incandescente de baixa wattagem.
Usando-se somente uma lâmpada, esta deverá ser com um filamento duplo - o
filamento principal ligado à rede e o outro à rede de emergência, para proteção contra falha total.
Deverá ser possível a variação da intensidade dessa unidade em sincronismo com a
iluminação geral, para variar de conformidade com as necessidades.
A iluminância da mesa de operações é de 20000 / 30000 lux, no centro de uma área
de aproximadamente 500 cm2. A luz deverá atingir a mesa em um grande ângulo, para evitar
sombras indesejáveis causadas pelas mãos do cirurgião e pelos instrumentos.
A iluminância da iluminação geral (fig. 13) deverá ser, no mínimo, de 1000 lux. É óbvio
que não deverão existir dificuldades na adaptação visual, quando da passagem de áreas
adjacentes para a sala de operações. A iluminância nesses ambientes portanto, deverão ser de, no
mínimo 50% da iluminância da iluminação geral na sala: isto é, um mínimo de 500 lux. A cor da luz
deverá ser a mesma.
Quartos de tratamento intensivo
A iluminação deverá ser adequada a uma grande variedade de tarefas visuais.
Além disso, o sistema deverá incluir a possibilidade de modificar a iluminância de uma
maneira rápida, para satisfazer às condições de emergência.
A iluminação geral deverá poder variar de 300 lux a zero. Luminárias complementares
são necessárias para prover a iluminação local, usada para exame e tratamento. Luminárias
cirúrgicas portáteis deverão estar em disponibilidade.
São necessárias cortinas para protegerem os pacientes ao lado de iluminâncias
elevadas e perturbadoras.
Por razões psicológicas, a iluminação nessas áreas deverá ser, tanto quanto possível,
similar à iluminação do quarto do próprio paciente.
Salas de Raios-X
Para o posicionamento do paciente e para a manutenção do ambiente, uma
iluminação de 100 lux é suficiente, cujo fluxo luminoso possa ser regulado. Outras tarefas como
injeções, por exemplo, poderão necessitar de iluminação local.
Uma atmosfera institucional poderá ser evitada, complementando-se com luz
decorativa (por exemplo : uma luminária de parede proporcionando uma iluminação indireta,
confortável e de baixo nível).
Outros ambientes
Um hospital tem muitos outros recintos além dos mencionados. Provavelmente
existam laboratórios, escritórios, salas de conferência, áreas de recepção, quartos para terapia,
berçários, salas de incubação, cozinha, e uma variedade de áreas de serviço e comunicação.
Porém a iluminação é a mesma para em outros prédios.
FIGURA 10
FIGURA 11
FIGURA 12
Observação: As figuras 10, 11 e 12 foram retiradas do Manual de Iluminação Phillips
4.2. CONFORTO AMBIENTAL E A INTEGRAÇÃO DA LUZ, AR-CONDICIONADO E
ACÚSTICA
Existem uma série de requisitos a serem observados no ambiente a fim de atender as
respectivas funções para o qual o mesmo foi planejado. Esses requisitos são:
• O clima anterior
• A iluminação
• A acústica
O ar condicionado substitui a ventilação natural, a iluminação artificial complementa a
luz natural, ou a substitui totalmente, os melhoramentos acústico garantem a absorção dos ruídos
indesejáveis. Estas facilidades somente poderão ser eficientes se projetadas como um sistema
integrado coerente.
Ar-condicionado
A finalidade da instalação do ar-condicionado é para melhorar conforto, ou seja:
• Fornecer ar novo, extraindo o ar usado
• Resfriar e/ou aquecer um ambiente, de maneira que a temperatura exigida seja
mantida
• Manter a umidade relativa desejada
O clima interior deverá satisfazer os seguintes requisitos:
• Ar novo - mínimo 20 m3/h por pessoa
• Diferenças máximas de temperatura de ar na zona essencial
aquecimento - 2°C
resfriamento - 1,5°C
• Velocidade máxima de ar na zona essencial - 0,25 m / seg
• Umidade relativa - entre 35% e 70%
• Radiação máxima de calor W/ m2
O clima no interior é influenciado pelos fatores externos:
• Radiação solar - carga térmica dependendo da latitude, condições atmosféricas,
orientação do recinto, prédios vizinhos, tamanho das janelas, construção da fachada e eventual
proteção contra a luz solar.
• Convecção / Condução - carga térmica que depende da razão da superfície da
janela pela superfície da fachada e do tipo de material usado para as janelas, fachadas e piso.
E por fatores internos:
• Potência instalada para iluminação
• Número de pessoas por metro quadrado - carga térmica de aproximadamente 100
W por pessoa
• Potência instalada para máquinas de escritórios
Princípios de integração
O ar condicionado e a iluminação são combinados de maneira que o ar de retorno
seja exaurido através da luminária. Isto é principalmente feito para:
• Reduzir a radiação de calor das lâmpadas e luminárias;
• Reduzir a temperatura do ar em volta das lâmpadas, aumentando, desta maneira,
o fluxo luminoso e ,portanto, a eficiência das fontes de luz;
• Usar um elemento único para iluminação e ar condicionado (principalmente por
razões estéticas)
Existem três tipos de sistema integrado:
Exaustão através do “plenum” (fig. 14)
Nesse sistema, o ar condicionado é fornecido à zona essencial por meio de difusores
instalados no teto, ligados a um duto de suprimento de ar.
O “plenum”, que tem uma pressão inferior à do recinto, funciona como um duto para o
ar de retorno, que é extraído do recinto por meio de aberturas nas luminárias apropriadas. Uma
vez que o ar de retorno absorva uma quantidade apreciável do calor produzido pela iluminação, o
“plenum” ficará quente. Parte do calor absorvido pelo “plenum” será transferido para baixo, para o
recinto, através de um teto falso, e para cima, para o teto estrutural. A quantidade de calor
absorvida e transferida desta maneira, dependerá da eficiência da isolação do “plenum” e do
volume de ar de retorno.
Vantangem:
As luminárias não são ligadas a dutos. Isto significa que não são necessárias
unidades coletoras nas luminárias.
Desvantagens:
a. O teto falso não é hermeticamente fechado, o que significa que também o ar será
exaurido através de fendas no teto - quanto maior a diferença de pressão entre “plenum” e recinto,
maior a perda. Isto resulta em uma corrente menor de ar através das luminárias, e um aumento da
carga térmica.
b. O calor produzido pela iluminação não é reduzido ao mínimo
Aplicação:
O teto integrado com um “plenum” negativo (pressão inferior à do ambiente), somente
deverá ser escolhido se o número desejado de trocas de ar, por hora, não exceder a oito.
Sistema de duto simples (fig. 15)
Neste sistema, o “plenun” positivo (pressão superior à do ambiente) age como duto
para suprimir o ar condicionado para o ambiente, através de fendas de injeção no teto. O ar de
retorno é exaurido do ambiente através de aberturas nas luminárias específicas, ligadas ao duto do
ar de retorno.
Vantagens:
a. As fendas de injeção não são ligadas ao duto principal de fornecimento
b. A baixa de temperatura do “plenum” e o teto, reduzem a radiação das superfícies.
Desvantagens:
a. Haverá uma troca de calor entre o ar de retorno e o ar do “plenum” não for muito
bem isolado.
b. Qualquer falta de uniformidade da pressão no “plenum”, ou perdas através do teto
suspenso, resultará em uma distribuição desuniforme do ar para o ambiente.
Aplicação:
O “plenum” positivo deverá ser escolhido para uso em áreas que tenham um pé direito
baixo (distância entre piso e teto suspenso de aproximadamente 2,50 m).
Nessas áreas, usando-se unidades de indução, é difícil suprir o ar sem causar
turbulências.
Sistema de dois dutos (fig. 16)
Neste sistema o ar-condicionado é fornecido ao ambiente através de difusores ligados
a um duto de suprimento. O ar de retorno é extraído através de aberturas nas luminárias
apropriadas, ligadas a um duto de retorno do ar.
Vantagens:
a. Com o sistema de dois dutos, é possível se obter uma redução máxima do calor
produzido pela iluminação.
b. Tanto o ar fornecido como o ar de retorno, poderão facilmente ser controlados.
Desvantagens:
Um grande número de dutos é necessário, pois tanto as luminárias como os
elementos difusores deverão ser ligados ao duto principal.
Aplicação:
O sistema de dois dutos deverá ser escolhido quando se torna ineficiente o uso de um
dos outros dois sistemas. O calor térmico total máximo, que poderá ser reduzido por um teto
satisfazendo a requisitos de conforto, é de aproximadamente 150 W/m2.
FIGURA 13
FIGURA 14
FIGURA 15
Acústica
Cada deslocamento de ar é acompanhado por um ruído. Um sistema de ventilação ou
ar condicionado poderá ter um efeito adverso na situação acústica se não fossem tomadas
medidas para a conservação desse ruído em um nível aceitável. Porém, o nível de ruído que
poderá ser considerado aceitável, depende do nível geral de ruído, produzido por outras fontes no
ambiente.
O critério do projeto para um bom sistema de ar condicionado, portanto, somente
poderá ser estabelecido após um estudo dos aspectos acústicos e arquitetônicos do prédio.
Particularmente importante é o projeto das luminárias específicas e dos elementos de
suprimento de ar: o ruído causado pela passagem do ar através desses elementos penetrará
diretamente no ambiente.
5. COR - TÍTULO V
A cor é indispensável à vida. As relações de conforto são expressas através da
percepção da cor, da luz, das formas.
As cores são radiações visíveis do espectro eletromagnético, com diferentes
comprimentos de onda. As superfícies dos corpos exercem uma ação seletiva em relação aos raios
luminosos absorvendo-os ou refletindo-os. Um objeto é visto como branco quando reflete toda as
radiações luminosas que o alcança; neste caso, as diferentes longitudes de ondas chegam
simultaneamente ao olho.
Quando a superfície do objeto absorve totalmente as ondas, não refletindo nenhuma
delas, o olho não capta radiação alguma e o objeto é visto integralmente preto.
Quando só uma parte dos comprimentos de onda que compõem a luz branca
incidente for absorvida pela superfície do objeto, este refletirá uma ou algumas delas. As refletidas
são captadas pelo olho e o objeto é então percebido como vermelho, amarelo, e outros.
Cor não é matéria, nem luz, cor é uma sensação. Um evento psicológico.
É possível, com base nas experiências desenvolvidas até agora com percepção das
cores, compreender os efeitos terapêuticos e a forma como as cores atuam sobre os seres
humanos.
Existem uma série de trabalhos publicados sobre este tema, entretanto a ambientação
cromática ainda continua sendo tratada com bom senso e estética do que com informações
científicas precisas.
A percepção e preferências cromáticas variam com a idade. Os adultos idosos
preferem tonalidades escuras como lilás, roxo, azul; as crianças nos primeiros meses enxergam e
preferem o vermelho, o amarelo e o verde e depois o azul. O azul numa escala de preferências, vai
subindo proporcionalmente à idade do indivíduo.
Essas preferências podem talvez ser explicadas pelo fato do cristalino do olho
humano, com o passar dos anos, ir se tornando amarelo. Uma criança absorve 10% da luz,
enquanto um ancião absorve cerca de 57%.
Alguns pesquisadores tem concluído que a aparência visual agradável e positiva de
um ambiente interfere diretamente no estado psicológico e emocional de seu usuário. Nos
ambientes de saúde isto representa uma recuperação do paciente mais rápida e uma qualidade
maior do trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde.
Um exemplo interessante de aplicação dessas idéias, e principalmente a união da cor
com imagens significativas, é a enfermaria do Hospital Rocha Faria, zona norte do Rio de Janeiro,
aonde a Arquiteta Maria Amélia Fontes Trega, propõe para as paredes daquela unidade hospitalar
uma pintura, com finalidade terapêutica, de uma cena típica do Maracanã; e o resultado deste
trabalho na recuperação dos pacientes ali internados tem sido bastante positiva. Segundo a
Arquiteta os pacientes querem ficar bons logo para sair do hospital e poder assistir uma partida no
estádio. Juntamente com estas imagens há todo um trabalho de cromoterapia auxiliando na
recuperação dos pacientes.
Um fator técnico importante na aplicação da cor é o nível de desempenho exigido das
tintas nos ambientes de saúde. A necessidade de assepsia é absoluta e a manutenção dificultada
pela utilização contínua. Uma tinta acrílica de alta resistência se torna excelente opção para estes
locais devido aos atributos de durabilidade e rendimento, que tornam favorável a relação
custo/benefício. Outras características importantes na escolha da tinta estão no processo de
secagem acelerado bem como a eliminação de odor (tintas com solvente à base de água).
No quadro a seguir, baseado em alguns autores, resumem sensações produzidas por
algumas cores no teto, piso e forro
QUADRO - CORES
Cores quentes com alto grau de luminosidade, sob intensa iluminação, produzem uma
“ação centrífuga” direcionando a atenção para fora do ambiente ao passo que as cores frias, a
baixos níveis de iluminação produzem uma “ação centrípeta” estimulando a concentração,
direcionado a atenção para o interior.
5.1. Considerações Importantes no Uso da Cor nos Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde
A utilização da cor nos ambientes de saúde torna-se um trabalho bastante complexo.
Um fator complicador é o fato de existir vários tipos de usuários a serem
considerados:
• os funcionários, médicos, enfermeiras e demais profissionais ligados às atividades
de saúde
• os pacientes, que normalmente estão em estado psicológico abalado
• os parentes e amigos dos pacientes, que também quando se dirigem para um
hospital, principalmente, já o fazem com um certo abalo.
Outro fator a ser considerado é a diversidade das atividades desenvolvidas nestes
espaços, desde uma recepção até dormitórios, enfermarias, restaurantes, centro cirúrgicos,
maternidades, centro de exames, atividades administrativas, e outros.
O espaço precisa atender a todos e dar segurança e tranqüilidade. A imagem do
hospital, no passado, assustadora e monótona, com seus corredores longos e muitas vezes pouco
iluminados, criava uma atmosfera sombria. O hospital do presente, com sua tecnologia, passa uma
imagem fria devido a sua alta funcionalidade, a materiais utilizados, e outros.
Estas imagens não agradáveis podem ser reconstruídas com o uso das cores, através
dos materiais e texturas utilizadas criteriosamente, a fim de não descaracterizar e desacreditar o
serviço oferecido, porém elevando a qualidade ambiental através do conforto visual.
A primeira impressão ao entrar em edifício destinado à saúde, não considerando a
parte externa é o “lobby” e a recepção de pacientes. É importante que a pessoa sinta calor
humano, cuidados, segurança. A qualidade ambiental e o uso das cores poderão proporcionar
estas sensações.
Os corredores, além de funcionais, devem transmitir impressões favoráveis aos
usuários. Receber tratamentos diferenciados de acordo com os setores é medida coerente.
No caso das maternidade e pediatria o uso das cores mais quentes é recomendado,
assim como as cores mais frias podem ser usadas nas áreas de centro cirúrgico. Cores frias
refletem uma atmosfera mais séria e funcional, como verdes e verdes azulados. O importante é
que essas áreas reflitam uma atmosfera de calma.
Os sistemas de sinalização por faixas normalmente utilizados na indústria e
estacionamentos, devem ser evitados nos hospitais em função do seu caráter excessivamente
institucional.
Nos quartos é fundamental uma atmosfera suave e um campo visual relativamente
uniforme. O quarto deve ser confortável, otimista e tranqüilo.
Como a maioria dos pacientes fica a maior parte do tempo voltado para o teto este
pode receber um tom diferente do branco, mas com cautela, uma vez que o reflexo (e o contraste
simultâneo) na pele do paciente pode alterar o seu aspecto e portanto dificultar um diagnóstico
(principalmente no caso do verde). Pela mesma razão a parede de frente ao paciente não deve
receber tons excessivamente saturados sendo até aconselhável que esta parede seja de cor
diferente das demais, acrescentado uma quebra na monotonia do quarto.
Deve-se evitar o uso de tons uniformes, sejam eles frios ou quentes no quartos.
alguns tons devem predominar, dependendo do setor do hospital, mas sempre deve estar presente
os contrastes de cores de temperaturas opostas em áreas de destaque ou acessórias.
Devido ao estado psicológico do paciente, é interessante que o piso seja sempre mais
escuro em relação às paredes, psicologicamente dá a sensação de firmeza.
Nas áreas de tratamento intensivo é recomendado o uso de cores frias visando criar
ambientes mais relaxantes, sem serem monótonos ao mesmo tempo.
Nas áreas de recuperação pode se usar tanto cores frias ou cores ligeiramente
quentes.
Nas salas de cirurgias o importante é a otimização visual e controlar o brilho
provocado pelo tipo de iluminação utilizada. Os verdes e verdes azulados tem sido muito usados,
uma vez que é a cor oposta ao vermelho (sangue), neutralizando o produção do “afterimage”
provocado pela exposição prolongada.
O nível de refletância nas paredes não deve ser superior a 40%, no piso 15% e no
teto 80%. Os lençóis e roupas utilizados normalmente tem o mesmo índice das áreas operadas,
em torno de 8 a 10%.
Nas unidades pediátricas, onde as crianças são atendidas, é importante criar
ambientes aconchegantes, para reduzir a ansiedade, e criativos. Com cores leves, quentes, com
uma maior variedade de matizes, sem se tornarem confusos.
Nas maternidades uma atmosfera de alegria deve predominar. Evitar cores pesadas e
opacas. Frank H. Mahnke, em seus estudos recomenda a utilização nas salas de parto de azuis-
esverdeados como cor predominante, com contrastes leves de vermelhos-alaranjados. Dr. Heinrich
Frieling sustenta que esta composição auxilia nos trabalhos musculares, como no trabalho de
parto.
Paredes rosas e azuis devem ser evitadas pois podem influenciar diagnósticos e a
observação dos bebes. A pele dos recém-nascidos é altamente refletora de luz e afetada pela cor
do entorno.
As salas de exames, terapias e tratamentos devem ser analisadas individualmente.
Salas de eletrocardiogramas e eletroencefalogramas não devem ser estimulantes. Nesses casos, o
azul com baixa saturação ou mesmo o verde são recomendados. Como sempre a monotonia deve
ser evitada pois ela funciona como acelerador cardíaco e da atividade cerebral.
Nas salas de exame é importante considerar o estado psicológico do paciente, muitas
vezes frágil e invadido na sua intimidade.
Nas salas de tratamento o amarelo pode ser usado devido ao “efeito ativador”,
principalmente em tratamentos de recuperação muscular.
As salas de espera devem procurar reduzir a ansiedade das pessoas e ao mesmo
tempo fazer com que sintam o tempo passar mais rápido. Seria ideal que tivessem uma abertura
para o exterior de preferência para um jardim.
6. SINALIZAÇÃO VISUAL - TÍTULO V
A comunicação visual é um sistema organizado de mensagens e suportes; com
padronização de família tipográfica, materiais, desenho industrial, cores, signos.
A sensação de desorientação é inimiga do conforto e segurança dos usuários do
edifício destinado à saúde.
Um projeto de comunicação visual deve atender alguns objetivos essenciais:
• Criar um sistema capaz de resolver a complexidade dos problemas de
comunicação emergentes.
• Favorecer a segurança dos usuários (pacientes, visitantes, profissionais da
saúde), mediante a aplicação de um sistema capaz de orientar a circulação entre os diversos
espaços.
• Estruturar um sistema que permita identificar visualmente:
1. cada um dos setores do estabelecimento assistencial de saúde e suas
características espaciais
2. cada uma das unidades assistênciais
3. cada ambiente
• Orientar com precisão à todos os usuários a encontrar o espaço desejado com
economia de tempo.
• Projetar códigos com símbolos claros, legíveis e sintéticos, facilitando a
compreensão do usuário e contribuindo dessa forma para a sua segurança e bem-estar.
• Desenvolver um sistema flexível, facilmente adaptável as necessidades de
mudança e conectado com a dinâmica do planejamento.
• Desenvolver um sistema de mensagens que possa ser interpretado por todos os
usuários do estabelecimento assistencial de saúde
• Conceber uma comunicação visual com soluções construtivas que sejam ao
mesmo tempo racionais, econômicas, tanto na produção como na manutenção, e esteticamente
interessante.
A comunicação visual é desenvolvida principalmente para melhorar o padrão de
atendimento, proporcionando maior conforto aos usuários. Neste aspecto, o sistema passa a ser
um elemento de ligação e comunicação entre o hospital e seus usuários, diminuindo a distância
entre paciente e instituição.
7. ERGONOMIA - TÍTULO V
“Ergonomia é o conjunto de estudos que visam a organização metódica do trabalho
em função do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina.”
Os campos relacionados como a ergonomia influem fundamentalmente a
antropometria, psicologia ambiental, tempos e movimentos, organização e métodos.
Este ramo do conhecimento é um instrumento importante de planejamento em um
estabelecimento assistencial de saúde que abriga atividades e processos tão variados: de
procedimentos de limpeza à cirurgias que podem durar horas, do exame clínico ao preparo de
dietas, do ato de esperar à processos industriais.
Projetar um espaço, suas formas e dimensões, significa pensar em ergonomia, no
homem e suas características. A ergonomia aplicada a um projeto arquitetônico, envolve o estudo
de uma série de requisitos, entre eles: tarefa, segurança, conforto, postura, materiais, limpeza,
manutenção, arranjo espacial.
Tarefa
Define-se tarefa como sendo um conjunto de ações humanas que torna possível um
sistema atingir um objetivo. Ou seja, é o que faz funcionar um sistema, para se atingir um resultado
pretendido.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator, são os que trazem dificuldades ao
usuário em relação a utilização do espaço, em termos de suas características antropométricas,
experiência anterior, faixa etária, habilidades especiais.
As informações referindo-se às interações ao nível sensorial do usuário, envolvem os
canais auditivo, visual e cinestésico, tipos dos sinais; características dos sinais (intensidade, forma,
freqüência e duração), tipo e características dos dispositivos de informação. E o estudo das
atividades musculares, envolvendo tipo de postura corporal exigido, membros envolvidos no
movimento, alcances manuais, características dos movimentos.
Em síntese, o fator tarefa pode ser considerado de fundamental importância, porque é
a partir dele que se define as caraterísticas funcionais, operacionais, ergonômicas do espaço.
Segurança
Define-se o fator segurança, genericamente, como sendo uma condição daquilo que
se pode confiar. Conceitua-se segurança, neste trabalho, como a utilização segura do espaço
projetado, em relação as suas características funcionais, operacionais, perceptivas, e outras;
fundamentalmente, contra riscos e acidentes eventuais.
Conforto
Define-se conforto, genericamente, como sendo uma condição de comodidade e bem-
estar. Neste trabalho, conceitua-se conforto como a sensação de bem estar, comodidade e
segurança no nível físico, bem como, no nível dos outros sentidos da percepção.
Os problemas ergonômicos relacionam-se a espaços que possam provocar diversos
tipos de fadiga no organismo humano.
O fator de conforto também apresenta-se muitas vezes atrelado a condições
subjetivas.
Postura
Define-se a postura como “a organização dos segmentos corporais no espaço. A
atividade postural se expressa na imobilização de partes do esqueleto em posições determinadas,
solidárias uma às outras que conferem ao corpo uma atividade de conjunto”. (Pailard).
A postura submete-se às características anatômicas e fisiológicas do corpo humano,
ligando-se às limitações do equilíbrio e obedecendo às leis da Física e da Biomecânica. De outra
parte, mantém um estreito relacionamento com a atividade do indivíduo, uma mesma pessoa
adotará posturas diferentes praticando ações diferentes.
As posturas assumidas podem ser as mais variadas: em pé, reclinado, inclinado,
recostado, sentado, deitado e outras.
Más posturas geram a médio ou longo prazo problemas de fadiga muscular com
numerosos efeitos danosos, como sobrecarga imposta ao aparelho circulatório, afecções nas
articulações, deformação na coluna vertebral, entre outras. Obviamente, associados às condições
de uso quanto às suas exigências, como por exemplo, precisão de movimentos, exigências visuais,
força a ser exercida, outras.
Materiais
A escolha do tipo e natureza dos materiais deve levar em conta, sobretudo, a
adequação das características de uso, funcionais, operacionais, técnicas, tecnológicas, perceptivas
e estético-formais do espaço.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator, diz respeito à não especificação e
utilização correta de materiais adequados em termos de compatibilidade com as diversas
exigências técnicas e tecnológicas, de uso em termos de durabilidade, limpeza, proteção e de
segurança com relação à saúde do usuário no que se refere, por exemplo, aos aspectos de
inflamabilidade, toxidade e outros.
Limpeza
O edifício de saúde deve ser pensado de maneira a permitir facilidades de execução
das ações de limpeza.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator diz respeito ao acúmulo ou
aderência de sujeira, principalmente, em juntas, frestas, reentrâncias, texturas, superfícies, e
outros.
Na escolha dos materiais a serem utilizados tanto na edificação, como no mobiliário;
este critério é fundamental.
Arranjo Espacial
O arranjo espacial é a melhor organização espacial possível dos elementos que fazem
parte ou constituem um determinado espaço, em relação aos seus aspectos de uso, operacionais
e perceptivos.
A obtenção de um arranjo ideal está ligada a uma série de critérios conceituais onde
se destacam os que tem relação direta com a natureza dos elementos: importância, freqüência de
uso e agrupamento funcional e o que se referem às interações entre os elementos: seqüência de
uso, intensidade de fluxo e ligações preferenciais.
Os problemas ergonômicos em relação a este fator diz respeito, essencialmente, a
não obediência aos critérios citados acima, a má distribuição espacial dos elementos que
compõem o espaço; acarretando problemas de uso, operacionalidade e percepção.
8. PROJETOS ARQUITETÔNICOS DE ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE
SAÚDE - TÍTULO V
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
SANT VICENÇ DELS HORTS, ESPANHA
BACH & MORA E TORRES & MARTINEZ LAPENA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE1
CENTRO DE SAÚDE
CENTRO DE SAÚDE1
BETHNAL GREEN, LONDRES
AVANTI ARCHITECTS
CENTRO DE SAÚDE2
CENTRO DE SAÚDE3
MATERNIDADE GOTA E LEITE - MARÍLIA (SÃO PAULO)
ARQUITETOS:
SÔNIA D’AGOSTO GORGA
CECÍLIA K W YOSHIKAWA
MAKOTO YOSHIKAWA
CENTRO OBSTÉTRICO
ESPERA E CONSULTÓRIOS
ESTUDO PRELIMINAR - UNIDADE CORONARIANA
SANTA CASA DE ARARAQUARA
ARQUITETA SÔNIA D’AGOSTO GORGA
ESTUDO PRELIMINAR - UNIDADE DE DIAGNÓSTICO E TERAPIA
HOSPITAL NOSSA SENHORA D’ABADIA
QUIRINÓPOLIS - GOIÁS
ARQUITETA SÔNIA D’AGOSTO GORGA
9. BIBLIOGRAFIA - TÍTULO V
FROTA, A. B. Manual de Conforto Ambiental, Ed. Nobel, 1988
GONZALEZ, R. y Associados. Sistema de Senãlamiento Urbano y Edilio - Normas
Básicas, Buenos Aires, 1974
FILHO, J. G. Ergonomia Aplicada ao Design Industrial e aos Produtos de Uso, Tese
de Doutorado, FAUUSP, 1995
CESAR, J. C. O. O Uso e a Influência das Cores na Arquitetura de Interiores, Tese de
Mestrado, FAUUSP, 1997
FRANCO, M. A. R. Desenho Ambiental - Uma Introdução à Arquitetura da Paisagem
com o Paradigma Ecológico, São Paulo, Annablume, 1997
SPIRN, A. W. O jardim de Granito, A Natureza do Desenho da Cidade, São Paulo,
Editora Universidade de São Paulo, 1995
MIQUELIN, L. C. Anatomia dos Edifícios Hospitalares, São Paulo, Cedas. 1992
KARMAN, J. Manutenção Hospitalar Preditiva, São Paulo, Pini, 1994
PHILLIPS. Manual de Iluminação
Revista Review num. 1096/ junho 1988
Revista Projeto num 206 / março 1997
-TÍTULO VI-
AVALIAÇÃO PÓS - OCUPAÇÃO
Vivian L. Pollack Kutter
FOTO - VIVIAN
SUMÁRIO - TÍTULO VI
DEFINIÇÕES
1. OBJETIVOS
FIGURA 1
2. MÉTODOS E TÉCNICAS
FLUXOGRAMA - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
3. CONCLUSÕES
4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E RECOMENDADA
DEFINIÇÕES - TÍTULO VI
1. OBJETIVOS - TÍTULO VI
Nas grandes cidades como São Paulo o ser humano passa cerca de 80% de seu
tempo útil em edifícios fechados, e na maioria das vezes, os restantes 20%, se reservados ao
lazer, transcorrem em ambientes sem contato direto com o exterior.
Edifícios “inteligentes” totalmente isolados do exterior cujo conforto ambiental
(iluminação interior, circulação de ar, temperatura e umidade do ar, isolamento acústico) depende
de sistemas centralizados têm demostrado modificar sensivelmente o comportamento e a
sensação psicológica dos seus usuários. Sem contar com os efeitos físicos da “artificialidade” do
ambiente, traduzidos em doenças provenientes das mudanças bruscas de temperatura,
transmissão de doenças por meio do ar condicionado, o efeito dos níveis de iluminação na área de
trabalho sobre a produtividade dos usuários e do elevado número de pessoas em um mesmo
ambiente entre outros.
No Brasil, desde meados da década de 70, vêm sendo feitos estudos sobre o
desempenho das edificações, considerando-se em especial, certos itens destacáveis, como as
patologias de estruturas e vedações, as questões mais amplas de salubridade das edificações, o
conforto ambiental, incluindo aspectos técnicos, de iluminação e acústica e o dimensionamento de
ambientes mínimos necessários. Neste contexto inserem-se os diagnósticos e recomendações
resultantes de uma Avaliação Pós - Ocupação. Mais recentemente, foram iniciadas algumas
análises no plano específico das Relações Ambiente Comportamento no âmbito do conforto
sociológico. (Ornstein, 1995)
Trabalhos de médicos, psicólogos, microbiologistas, junto com arquitetos, em
pesquisas mais amplas, demostraram recentemente como um “edifício doente” atinge a saúde e o
comportamento dos usuários.
Variáveis físicas podem ser facilmente reconhecidas por técnicos da arquitetura com o
apoio de medições de temperatura e umidade do ar, nível acústico, nível de iluminação exterior e
interior entre outros. Há elementos mais difíceis de determinar tecnicamente mas tão importantes
quanto os primeiros. Trata-se de variáveis relacionadas ao conforto psicológico, ligado a questões
de privacidade e de domínio do território a ser oferecido pelo ambiente, diretamente relacionadas
aos aspectos culturais e ao comportamento individual do usuário.
É necessário compreender como o desempenho do ambiente construído atinge o
comportamento do usuário e como este adapta o ambiente no decorrer de seu uso, originando um
novo padrão de ambiente construído. Estas três áreas (ambiente construído, contexto e usuário) se
interrelacionam constantemente permitindo a evolução mútua:
FIGURA 1
Nos países desenvolvidos, arquitetos de diversas correntes e tendências há muito
tempo assimilaram a necessidade de estudos interdisciplinares em prol da maior compreensão do
comportamento, das necessidades e do repertório dos usuários para projetar bem. Ambientes
especiais como hospitais, penitenciárias e shopping - centers, ou aqueles produzidos em larga
escala, como escolas, habitações de interesse social e postos de saúde, devem ser concebidos
com base em APOs de ambientes semelhantes para os diagnósticos subsidiarem bancos de dados
consistentes não apenas sobre os materiais, componentes e sistemas construtivos, mas também
sobre os comportamentos, as necessidades mínimas e os níveis de satisfação dos usuários.
(Ornstein, Bruna, Romero, 1995).
Existe um processo recíproco entre o ambiente construído (espaço) e o usuário. O
objetivo da APO é avaliar este processo: 1) como o ambiente influi no comportamento dos usuários
e 2) como os usuários se adaptam ao ambiente físico.
Objetiva-se ainda constatar as necessidades e desejos dos funcionários em Centros
de Saúde e pacientes que utilizam o edifício. Em outras palavras, avaliar a qualidade do espaço
em suas relações com o ser humano, o seu comportamento no local de trabalho e o
comportamento e processo de recuperação dos pacientes.
3. CONCLUSÕES - TÍTULO VI
-TÍTULO VII-
CONFORTO AMBIENTAL E PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS FÍSICAS
Vivian L. Pollack Kutter
São Paulo ainda é uma fábrica de barreiras arquitetônicas: há buracos, faltam guias
rebaixadas, sobram degraus e obstáculos.
Andar pelas calçadas é difícil para qualquer pedestre, com raízes de árvores,
camelôs, tampas de bueiros quebradas, hidrantes, e outros obstáculos normais às vezes difíceis
de evitar. Se a estas dificuldades acrescentarmos as enfrentadas ao atravessar ruas, utilizar meios
de transporte públicos e chegar aos edifícios em busca de saúde, trabalho, educação, lazer,
comércio, e outros, para um portador de alguma deficiência física pode resultar uma verdadeira
façanha enfrentar as atividades no seu dia a dia. A conquista de uma vida independente é
fundamental para uma melhor integração à sociedade. Esta integração plena está longe de ser
realidade. Um dos principais impedimentos para a integração tem por base uma série de barreiras
físicas, superáveis com certa facilidade com algumas adaptações em edifícios, espaços e
equipamentos urbanos, eliminando riscos de acidentes e integrando melhor portadores de
deficiências, idosos, gestantes e crianças.
Simultaneamente, ao princípio de inclusão social defendido pelos direitos dos
portadores de deficiência, dissemina-se a idéia do desenho universal relativo à eliminação de
barreiras arquitetônicas e acessibilidade, como buracos, grandes desníveis, carros estacionados,
mesas e cadeiras, tambores ou sacos de lixo, objetos colocados no meio das circulações, sistema
de abertura de portas dificultando manipulação e sanitários não apropriados. Em alguns lugares as
dificuldades parecem não encontrar soluções, pelo menos por enquanto, como no caso dos
Bancos, onde as portas automáticas contra assaltos e degraus nos caixas eletrônicos deixam
pessoas em cadeira de rodas em situações constrangedoras, atrapalhando o movimento dos
usuários do Banco na entrada e na saída. Situações como esta, somadas à diferenciação de
localização da entrada aos edifícios (geralmente ao lado ou nos fundos) e, em muitas ocasiões, a
falta de equipamentos para o deslocamento destas pessoas sem a ajuda de terceiros junto com
uma falta total de informação sobre as normas vigentes, contribuem à segregação e à
discriminação deste grupo minoritário da população.
O âmbito da arquitetura hospitalar não escapa desta realidade. Em visita realizada a
um hospital particular inaugurado há pouco tempo, o sanitário para deficiente físico localizado no
andar térreo não contava com barras nem com os devidos acessórios. A justificativa dada pelo
hospital nesta ocasião foi, caso houvesse alguma pessoa portadora de deficiência física, esta
contaria com a ajuda de funcionários para utilizar o sanitário. Em outras palavras, o portador de
deficiência não poderia ter privacidade em uma ocasião como esta. A falta de informação supera,
muitas vezes, os obstáculos das barreiras arquitetônicas.
Neste tema, Brasil conta com uma serie de leis e normas visando garantir o acesso
aos edifícios, banheiros públicos e equipamento urbano em geral, válido para novas construções e
reformas nos âmbitos federal, estadual e municipal para pessoas portadoras de deficiências
físicas. A Norma 9050 publicada em setembro de 1994 e transformada em lei por alguns
municípios, tem como objetivo fixar os padrões e critérios para propiciar condições adequadas e
seguras de acessibilidade autônoma destas pessoas a edificações, espaço, mobiliário e
equipamento urbanos, de uso público ou de propriedade privada, nos âmbitos da saúde, educação,
esporte, lazer, serviços, comércio, indústria, hospedagem, trabalho, e outros.
Considerando os parâmetros antropométricos para pessoas em cadeira de rodas
(limites de ação e alcance manual e visual) são estabelecidos dimensionamento, quantidade e
localização e critérios de sinalização para acessos às edificações, circulação interna (corredores,
rampas, elevadores), sanitários e equipamento urbano (locais de reunião, piscinas, teatros e
cinemas, estacionamentos, postos de atendimento, e outros).
A norma estabelece para evitar a retenção das pontas de bengalas e muletas e das
rodas de cadeiras, no caso de desníveis até 1.5 cm a inserção de degrau.
Para áreas de circulação estabelece uma largura mínima de 1.20 m a 1.50 m para
circulação de cadeira de rodas.
Para rampas externas deve-se prever inclinação transversal, até o máximo de 2%,
sendo obrigatória a instalação de corrimãos e guarda - corpos nos dois lados.
As portas devem ter condições de ser abertas com um único movimento e suas
maçanetas do tipo alavanca. No caso dos sanitários devem ter barra horizontal para facilitar o
fechamento e um revestimento resistente a impactos na parte inferior até uma altura de 0.40 m do
piso.
Para os sanitários, são definidas as dimensões e localização de áreas de
transferência e barras de apoio de cada uma das peças e acessórios.
Os estacionamentos devem prever vagas para veículos dirigidos por portadores de
deficiência ambulatória. Estas devem ser sinalizadas e com um espaço adicional de circulação
com, no mínimo, 1.20 m de largura e rebaixamento do passeio junto à vaga. Para estacionamentos
com até 100 vagas deve existir uma vaga reservada para estes veículos e 1% do total quando
houver mais de 100 vagas.
Os balcões de atendimento devem permitir aproximação frontal de, pelo menos, uma
cadeira de rodas, com altura de 0.80 m do piso com altura livre mínima de 0.70 m do piso.
No caso dos caixas eletrônicos de bancos, deve-se garantir acessibilidade a um
mínimo de 5% do total dos terminais existentes.
A partir dos anos 60 nos Estados Unidos os portadores de deficiências físicas tiveram
suas primeiras conquistas com relação à acessibilidade. Criou-se uma legislação exigindo a
adaptação em prédios de uma estrutura capaz de facilitar o acesso destas pessoas. No Brasil
ainda hoje se luta para conseguir adaptações básicas, através do desenho acessível. Porém,
especialmente nas escolas de arquitetura a mobilização gira em torno do conceito de desenho
universal.
O arquiteto Edward Steinfeld da Universidade de Nova Iorque, um dos responsáveis
pelas normas de acessibilidade nos Estados Unidos, define o “desenho acessível como aquele
que trata dos produtos e edifícios acessíveis para pessoas portadoras de deficiências e o desenho
universal àquele que abrange produtos e edifícios acessíveis e utilizados por todos, inclusive, por
pessoas portadoras de deficiências e o desenho universal não é uma tecnologia direcionada
apenas aos que dele necessitam; é desenhado para todas as pessoas. Deve ser atraente, ter um
componente estético muito forte. A idéia do desenho universal é evitar a necessidade de
ambientes e produtos especiais para pessoas com deficiências, no sentido de assegurar que todos
possam utilizar todos os componentes do ambiente e todos os produtos”, diz aquele arquiteto ao
se referir às conseqüências de certas soluções de adaptabilidade contribuindo para a segregação
e a discriminação.
No Brasil, a NBR 9050 visa atender aos preceitos de desenho universal
estabelecendo padrões e critérios de dimensionamento e localização dos equipamentos
necessários para este fim.
Ao mesmo tempo, as adaptações representam custos questionados, porém os
técnicos afirmam os gastos com a acessibilidade serem inferiores aos imagináveis, sobretudo se
as adaptações forem incorporadas desde o projeto. Quando o projeto nasce adaptado o custo a
ser acrescentado normalmente não chega a 2%.
Desta forma, no futuro, no lugar de construir um edifício com entradas diferenciadas
para portadores de deficiência, teremos entradas acessíveis comuns, com rampas e corrimãos. Os
novos projetos contarão com as adaptações necessárias criando um ambiente acessível, mais
agradável e seguro para todos, incluídos portadores de deficiência, idosos e crianças.
Possibilitar o acesso a estas pessoas significa tornar a vida delas mais independente
e segura, liberando, ao mesmo tempo, as pessoas presas à atividade de assistir os portadores de
deficiências e os idosos.
-TÍTULO VIII-
ARQUITETURA PARA A SAÚDE
SUMÁRIO - TÍTULO VIII
1. INTRODUÇÃO
2. PROJETO SAUDÁVEL
-TÍTULO IX-
CRITÉRIOS PARA O DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DE PROJETO
ARQUITETÔNICO PARA ESTABELECIMENTO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE -
E.A.S.
SUMÁRIO - TÍTULO IX
1. INTRODUÇÃO
2. O PROJETO ARQUITETÔNICO
3. FATORES DETERMINANTES PARA BOA QUALIDADE DOS PROJETOS DOS
E.A.S.
4. CONCLUSÃO
1. INTRODUÇÃO - TÍTULO IX
3.1. Expansibilidade
3.2. Flexibilidade
3.3. Contigüidade
3.4. Racionalização
3.5. Humanização
4. CONCLUSÃO - TÍTULO IX
-TÍTULO X-
CONDICIONANTES PARA ADEQUAÇÃO DE EDIFÍCIOS PARA FINS DE
SERVIÇO DE SAÚDE.
SUMÁRIO - TÍTULO X
1. INTRODUÇÃO
2. PROGRAMA E DIAGNÓSTICO
3. ESTUDO PRELIMINAR
1. INTRODUÇÃO - TÍTULO X
Critérios espaciais:
Nestes aspectos, considerar-se conceitos como: o potencial de uso, flexibilidade e
capacidade de absorver ampliações e/ou modificações, garantidores do sucesso da intervenção.
Tudo deve para assegurar a não perturbação do funcionamento do estabelecimento pelas
ampliações. O problema de uso é muito sério. Toda intervenção, parte de um programa inicial
podendo com o tempo, sofrer alterações. A probabilidade de existirem ampliações ou modificações
é muito alta nos casos de E.A.S. como conseqüência da dinâmica hospitalar havendo um desgaste
do uso inicial.
Critérios de instalação
Com a finalidade de adequar espaços destinados a outras funções, os requisitos de
conforto para o desenvolvimento das atividades podem provocar transformações dos espaços
primitivos.
Devem ser atendidas no projeto as condições do programa, correspondente às
necessidades de hoje e possibilitando a evolução e integração de futuras unidades. Arquitetos
enfrentam grandes desafios ao procurar adequar novas instalações - condicionamento de ar,
instalação elétrica, eletrônica e hidráulica - a edifícios sem dutos, dimensões nem características
apropriadas.
Prédios construídos em concreto e aço oferecem maior flexibilidade, permitindo
instalar sistemas de redes de computadores, ar - condicionado, ventilação e hidráulica em forros
falsos, enquanto prédios mais antigos não projetados pensando em sistemas de instalações com
estas exigências, a maioria deles construídos com paredes de espessura considerável e estruturas
de madeira, oferecem, às vezes, a possibilidade de localizar novas instalações em coberturas e
subsolos.
Com a finalidade de viabilizar técnica e economicamente a atualização e/ou
modernização de um prédio deve-se considerar:
• o projeto das instalações em geral deve assegurar a flexibilidade necessária para
futuras adaptações e/ou modificações do sistema;
• os critérios de instalação devem estar de acordo com os do projeto de intervenção;
• a disponibilidade de espaço para distribuição horizontal e vertical das novas
instalações é limitada;
• diante da necessidade de atualizar um edifício sem modificação de suas funções,
as possibilidades de satisfazer as demandas e adequar novas instalações são maiores e as
existentes podem ainda ser apropriadas; e
• existindo uma modificação de função mantendo uma semelhança entre a original e
a proposta, as intervenções necessárias na estrutura original serão menores.
Os fatores econômicos serão determinantes na tomada de decisões, dela
dependendo o fracasso ou o sucesso da intervenção. Um estudo de viabilidade econômica
contemplará os custos iniciais de instalação, os de funcionamento e manutenção. Em termos de
consumo de energia, a grande espessura das paredes, na maioria dos prédios antigos,
proporciona um isolamento térmico, construções atuais podem apresentar melhor desempenho
neste aspecto. Projetos de prédios atuais contemplam desde as primeiras etapas aspectos como a
orientação para controle da exposição aos raios solares e instalações de ar condicionado. A
análise destes aspectos, em conjunto, fornecerá elementos relevantes ao estudo de viabilidade
econômica da intervenção.
A atualização ou modificação de uso com um custo mínimo, requer a análise dos
espaços internos à estrutura passíveis de aproveitamento para localização das instalações:
espaços entre estrutura e pisos, colunas e dutos verticais de ventilação e pluviais, espaços entre
cobertura e forros, subsolos e porões. A inserção de instalações numa estrutura exige a
combinação de imaginação e uso inovador dos sistemas atuais, aproveitando ao máximo, as
oportunidades oferecidas pelo edifício. O sucesso do projeto depende da ação coordenada entre o
arquiteto e o engenheiro especialista em instalações e as expectativas do cliente.
Critérios construtivos
O desenvolvimento de tecnologias, a tentativa de simplificar o abastecimento de
materiais e outros, aceleram as mudanças nos sistemas construtivos e do abandono dos
tradicionais. Pode-se encontrar no mercado produtos, como nos acabamentos especiais
(determinados aditivos no reboque, elementos pré-fabricados, industrializados e outros) de
excelente resultado diminuindo os tempos de execução e secagem e os custos.
É difícil para o arquiteto ter, desde as instâncias do diagnóstico, uma idéia clara do
resultado final. A seleção de técnicas construtivas e materiais exige pesquisa, paciência e
criatividade, conduzindo a soluções inéditas e, às vezes, únicas.
Critérios estruturais
Existem diferentes graus de utilização da estrutura:
• reutilização total ou parcial da estrutura;
• realização de uma estrutura totalmente independente; e
• uma estrutura mista onde se reutilizam elementos existentes, trabalhando com
componentes novos (combinação das anteriores).
Nas intervenções profundas e importantes, é necessário o reforço de estrutura e
fundações para suportar a carga maior de elevadores, escadas rolantes e lajes adicionais e
encontrar um caminho para transferir as cargas. A renovação das instalações, elevadores,
sistemas de ar condicionado, segurança contra incêndio e de alarme. As modificações implicando
na renovação de um edifício devem ser consideradas no momento de projetar a estrutura e tomar
decisões.
Nem sempre é possível contar com projeto estrutural do edifício e dados sobre
possíveis modificações. Nestes casos, deve-se testar os materiais extraindo corpos de prova para
analisar disfunções e avaliar a capacidade da estrutura. Estruturas metálicas são mais explícitas
quando comparadas as de concreto, sendo mais fácil de intervir sem conhecer o projeto porque,
pelo próprio dimensionamento, pode-se calcular sua capacidade. O critério a adotar dependerá do
programa e resultado estético procurados. Ao considerar alternativas para cada um dos aspectos
estudados, a confrontação dos custos confirmará uma tomada de decisões acertada.
Critérios econômicos
Existem diferentes graus de intervenção possíveis:
• leve: modificação nas instalações e acabamentos;
• média: além das modificações anteriores, intervenções importantes no interior do
imóvel e trabalhos leves nas áreas exteriores;
• profunda: inclui as duas anteriores e redistribuição dos espaços no interior do
imóvel, reparações de cobertura, caixilhos, paredes, e outros; e
• excepcional: considerada em edifícios de caráter histórico ou imóveis
apresentando interesse específico na preservação.
Para uma avaliação de custos ser clara e confiável, os valores devem ser definidos da
seguinte forma:
• estimado, calculado e unitário
Uma documentação de obra com os planos do projeto, levantamento de deterioração
e especificações técnicas, será fundamental na determinação do custo total. A avaliação de custos
em projetos de adequação de edifícios não é fácil de determinar devido a “elementos surpresa” e
tarefas essenciais não previstas; é importante levar em conta estar o custo total representado pelo
valor inicial da obra e pelos custos de manutenção e vida útil da solução.
Estes custos serão verificados com maior precisão quando o prédio estiver em
funcionamento. Uma avaliação considerando este aspecto responderá sobre a viabilidade
econômica da solução proposta.