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Carolina Pretti – TXIV A

Semiologia e Propedêutica 3
RACIOCÍNIO CLÍNICO ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 2
PROPEDÊUTICA PEDIÁTRICA........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 3
PROPEDÊUTICA ABDOMINAL E DO SISTEMA DIGESTÓRIO ......................................................................................................................................................................................................................................................... 3
PROPEDÊUTICA CARDÍACA .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 4
PROPEDÊUTICA PULMONAR........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 5
PROPEDÊUTICA VASCULAR ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 6
PROPEDÊUTICA NEUROLÓGICA DO PACIENTE INCONSCIENTE.................................................................................................................................................................................................................................................. 7
PROPEDÊUTICA DE MEMBROS E COLUNA .................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 9
PROPEDÊUTICA GERIÁTRICA .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................10
PROPEDÊUTICA OBSTÉTRICA........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 11

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Carolina Pretti – TXIV A
Raciocínio clínico
Para a execução do raciocínio clínico é necessário conhecimento, habilidade e com- serem feitas, de manobras semiológicas a realizar no exame físico e de testes labo-
petência. ratoriais a solicitar para definir a hipótese correta.
A partir das histórias que compõem as narrativas dos pacientes (a anamnese) e da Elimina-se as hipóteses em competição que são menos prováveis e seleção das que
observação e anotação de sinais de adoecimento em seus corpos (o exame físico) é são consideradas em diagnósticos diferenciais. A prescrição e aplicação de interven-
que os médicos interpretam e criam a própria narrativa médica. ções terapêuticas consideradas benéficas para o doente, a luz da evidência cientifica
O processo solução depende de uma base de conhecimento rica e extensa que disponível.
reside na memória do médico, além do método de aplicação do conhecimento, utilizado A dedução é a análise e síntese dos dados usados para fortalecer e suportar ou
pelo médico na busca de uma solução do problema do paciente. enfraquecer e refutar uma hipótese. O rastreamento é a estratégia de avaliação não
O raciocínio clínico é uma função essencial da atividade médica. A eficiência do aten- diretamente orientada pela hipótese. Procuram-se fatos, sintomas e achados semio-
dimento médico é altamente dependente da análise e síntese adequadas dos dados lógicos que possam estar relacionados com o problema ou possam representar um
clínicos e da qualidade das decisões envolvendo riscos e benefícios dos testes diagnós- outro problema que também precise ser investigado.
ticos e do tratamento. Você deve reduzir as hipóteses para que se chegue em um O estabelecimento de uma relação médico-paciente que informe das dificuldades do
diagnóstico mais preciso. processo, do risco e da incerteza da prática clínica. Capacitações dos doentes parti-
O sucesso na resolução do problema do paciente é a obtenção de um Diagnóstico ciparem nas decisões sobre os seus cuidados, com decisão dos benefícios e riscos
correto e de um tratamento efetivo. Deve-se Seleção de que perguntas fazer, decidir potenciais do tratamento.
quais respostas são confiáveis, interpretar um sinal físico, selecionar um ou mais O diagnóstico constitui idealmente uma explicação (casual, de preferência) de uma
testes de laboratório, escolher formas alternativas de tratamento. alteração de uma função. Isto implica o reconhecimento inicial de uma anormalidade,
Na primeira consulta, após uma ou duas perguntas abertas, o paciente descreve com um plano para o esclarecimento das suas causas, o conjunto constitui o processo
seus sintomas ou suas preocupações, porém é necessário verificar a aparência, idade, diagnóstico.
sexo, postura, expressão facial, linguagem e aflições deste. Através dos dados iniciais O método hipotético-dedutivo necessita de dois passos essenciais, a geração de um
(anamnese) o médico percebe que há um problema. Esse é o ponto de partida na número limitado de hipótese e ou de formulação de problemas e da coleção de dados
procura de outras informações na busca da solução. confirmatórios. Cada hipótese é utilizada para previsão, caso se esteja na via certa,
Frequentemente, a culpa de um diagnóstico mal feito recai sobre a história clínica, de quais os achados adicionais que deverão estar presentes sendo que o plano básico
e muitas vezes ouve-se a expressão “o paciente informa mal” quando na verdade é constitui como que um guia de pesquisa destes achados.
o médico que não realiza uma boa anamnese. Na prática o que p perito faz é gerar um conjunto limitado de hipóteses estrutu-
A formulação de hipóteses diagnósticas (HDX) é uma declaração afirmativa relacio- rantes do problema e que habitualmente são de alta qualidade, já que na maioria das
nada a uma situação que pode ser verdadeira ou falsa. A maioria das hipóteses suge- vezes incluem o diagnóstico final confirmado.
ridas pelo problema. Determinando exatamente quais informações são necessárias A interpretação dos dados serve para confirmação (ou anulação) da hipótese diag-
para deduzir a mais correta. nostica. Sob o ponto de vista da tomada de decisão alcançar um diagnóstico significa a
Hipóteses diagnósticas dependem do conceito inicia formulado pelo médico. Baseiam- atualização de uma opinião baseadas em informação imperfeita (constituída pelos da-
se em dado estatísticos de prevalência o conjunto de dados clínicos obtidos a partir dos do exame clínico.
da identificação do paciente, anamnese, exame físico e laboratoriais. A maioria dos médicos formula 3 a 5 hipótese diagnósticos que são produzidas
Na tomada de decisões temos uma ordem cronológica: problema, anamnese, exame através de heurísticas associações rápidas que os médicos fazem entre os dados
físico, exames médicos e hipóteses diagnósticas. O médico que levanta hipóteses di- obtidos e explicações potenciais, baseadas nas suas experiências pregressas. Elas são
agnósticas consistentes é o que escolhe e interpreta com mais acerto os exames essenciais para reduzir a necessidade de fazer muitas perguntas ou realizar exames
complementares, parte integrante da medicina moderna. laboratoriais desnecessários.
O olhar clínico é a maneira de correlacionar com precisão os dados clínicos com o As heurísticas de ancoragem reduzem a necessidade de muitas perguntas, ou tes-
exame físico, com os exames complementares – capacidade de valorizar os detalhes tes laboratoriais supérfluos e para tornar prática e eficiente a tarefa de analisar e
sem perder visão do conjunto do paciente. sintetizar dados.
Ao chegar a uma decisão diagnóstica deve-se estabelecer a síntese do problema. O As heurísticas de representação se dão pela comparativo entre a descrição da
médico deve decidir qual das hipóteses ativas tem maior poder explicativo para solu- história natural da doença e as manifestações apresentadas pelo paciente, pressu-
cionar o problema clínico. pondo que haja apenas um diagnóstico. Por exemplo, a Síndrome da Imunodeficiência
Temos dois caminhos que podemos seguir: conhecimento centrado no dado ou na Humana Adquirida.
doença. O conhecimento centrado no dado busca interpretar os sintomas e sinais e As heurísticas de disponibilidade se apoderam de dados epidemiológicos estatísticos
resultados de exames laboratoriais e de procedimentos de maneira individual e avaliar e de histórias semelhantes já presenciadas pelo profissional.
seus resultados nos termos das manifestações das doenças. O conhecimento cen- No viés de confirmação, o médico direciona sua investigação de forma inflexível
trado na doença, busca conhecer as manifestações clínicas que, tipicamente, carac- para a impressão diagnóstica inicial equivocada. Ele nunca faz questões que possam
terizam uma doença. O conhecimento para gerar hipóteses mais frequente utilizado enfraquecer a suspeita DX. Para estabelecer as hipóteses diagnósticas, o médico deve
pelos médicos é o centrado nos dados. escolher os dados mais relevantes do conceito inicial e se policiar continuamente, evi-
No processo diagnóstico devemos explorar adequadamente a queixa (ou as queixas) tando vieses.
principal e dessas queixas fazer uma história e um interrogatório detalhados. Utilizar O processamento de informação possui as formas automáticas (heurística) e ana-
um raciocínio, epidemiológico, importante sempre considera as doenças mais frequen- lítica. A automática é altamente eficaz na solução de casos rotineiros ou clássicos, no
tes, mais prevalentes. entanto, pode predispor a erros. A analítica é eficaz na solução de casos considerados
As tarefas do raciocínio clínico são a detecção e correto enquadramento dos com- complexos. É uma análise criteriosa e exaustiva dos diagnósticos diferenciais que fa-
ponentes do problema clínico (agudo, crônico, cirúrgico X clínico). voreçam ou refutem cada um deles
A geração de hipóteses diagnósticas relevantes que justificam a maioria (ou totali- Síndromes são conjunto de sinais, sintomas e muitas vezes de alterações genéticas,
dade) dos achados clínicos. Uso de linhas de raciocínio eficiente e focadas, para valida- fisiológicas e patológicas que pode ser secundário a várias etiologias.
ção das hipóteses diagnosticas inicialmente colocadas. Dados estatísticos de prevalên- O diagnóstico sindrômico refere-se ao diagnóstico realizado por médico a respeito
cia para cada um dado conjunto de dados clínicos. de doenças, a partir de um conjunto de sinais e sintomas, que podem abarcar uma ou
A interpretação correta dos dados, em relação com padrões de doenças previa- mais doenças, geralmente pertencentes a um mesmo grupo ou determinadas por
mente estabelecidas. A experiencia clínica aumenta a qualidade de hipóteses geradas. causa comum.
Um grande conhecimento das informações do livro é insuficiente para a geração de O diagnóstico topográfico refere-se onde está o problema, ou seja, qual a estrutura
hipóteses. e função/anatomia e fisiologia.
Devemos fazer um refinamento e reformulação das hipóteses. Decidir quais infor- O diagnóstico etiológico refere-se ao diagnóstico realizado por médico a respeito de
mações adicionais são necessárias a partir da história clínica, do exame físico e do uma determinada doença, a partir da comprovação de sua causa, seja por meio de
laboratório, para então tomar uma decisão diagnóstica. A sequência de perguntas a método clínico ou por exames laboratoriais, de imagem.

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Dessa forma, o processo de tomada de decisão na prática clínica e o pensamento que a leva ser alvo de processos pelos pacientes e para que haja redução das incer-
médico vem sendo pouco discutidos e valorizados. É de extrema importância para a tezas
classe médica adquirir uma autoconsciência de sua prática a fim de detectar os erros
Propedêutica pediátrica
De maneira geral, os sinais e sintomas mais comuns na pediatria são palidez, icterícia, 3. MASSA CERVICAL
massa cervical e tosse. Em um suposto caso de nódulos em região lateral do pescoço bilateral há 2 meses,
1. PALIDEZ de aumento gradual, com1,0 cm, consistência endurecida, dolorosos e alteração da
Em um suposto caso de empalidecimento generalizado há 3 meses, de início gradual pele ao redor. A criança vem apresentando febre diária, intensidade 38-39ºC, em
que vem se acentuando, negando fator desencadeante e fator de piora, referindo média 3 picos diários, em horários variados, sem fator desencadeante, melhora com
discreta melhora quando se expõe ao sol. E citando como sintoma associado astenia, antitérmico e negando fator de piora. Refere como sintoma associado emagrecimento
irritabilidade e geofagia (comer terra). Evacua a cada 2 dias, sendo as fezes endure- de 3kg nesse período, diminuição do apetite, adinamia e febre intermitente, um epi-
cidas, eliminadas com esforço, em cíbalas. Foi amamentado por apenas um mês, pois sódio diário, mensurada e 38ºC. Procurou serviço médico que prescreveu antibiótico
a mãe necessitou retornar ao trabalho. Aos 6 meses de idade foi introduzido frutas para infecção de garganta sem melhora. Ao exame físico apresentava FC de 84 bpm,
e papas de legumes com carne, no entanto, a criança sempre recusou outros alimen- FR de 24ipm, REG, febril (37,8ºC), palidez +/+4, acianótico, anictérico, hidratado,
tos que não o leite. Atualmente a sua alimentação é exclusivamente láctea. Ao exame eupneico, cadeias ganglionares cervicais anterior e posterior com diversos gânglios de
físico apresentou FC de 120bpm, palidez cutânea e BRNF em 2 tempos com sopro tamanho aumentado, coalescentes, aderidos a planos profundos, dolorosos, sem alte-
sistólico audível em todos os focos +3/+6 suave ração da pele local. Apresenta, também, um gânglio axilar direito, medindo aproxima-
Os exames laboratoriais mostraram concentração de hemoglobina diminuída (normal damente 2 cm, doloroso, livre, sem alteração da pele local, abdome plano e flácido,
no mínimo 12), morfologia das hemaceas (tamanho e coloração) com microcitose e fígado palpável a 2 cm CRD, borda romba, pouco doloroso e fibro elástico, baço pal-
hipocromia, ferro sérico diminuído e ferritina diminuída. pável a 2 cm RCE.
O diagnóstico sindrômico é de síndrome anêmico e o anatômico é sistema hemato- Os exames que devem ser solicitados são US ou TC de abdome para verificar a
poiético. presença de cadeias ganglionares, RX ou TC do tórax para verificar a presença de
Deve ser observado que a melanina contribui na coloração da pele, entretanto, a cadeias ganglionares em região perihilar e mediastinal, hemograma; ferritina DHL, ácido
mãe relata que quando toma sol ele fica corado. As hemácias contribuem para colo- úrico, anatomopatológico de gânglio, teste tuberculínico, sorologias de TORCHES e mie-
ração da pele, para um bom funcionamento das hemácias necessita-se ferro, entre- lograma
tanto a criança tinha uma restrição alimentar, o que contribui para uma menor inges- O diagnóstico sindrômico é de sistema linfoproliferativo e o anatômico é sistema
tão de ferro. A criança come terra, pois nela há ferro e o organismo pede o nutriente. reticuloendotelial (compõem a estrutura de gânglios, fígado e baço)
Quem tem anemia fica irritadiço, astenia por falta de energia, não há fibra para Deve ser observado que a desnutrição não é crônica, pois houve perda de peso,
formação de bolo fecal faz com que ela tenha fezes endurecidas. A criança tem uma mas a estatura não está normal. Está taquipneico e taquicardico devido a febre. As
alta frequência cardíaca para bombear mais oxigênio, há sopro pois não há fluxo lami- cadeias ganglionares cervicais anterior e posterior com diversos gânglios. Não é normal
nar devido à falta de hemácias fígado palpável a 2cm CRD e baço palpável em 2cm RCE. Suspeita-se de uma doença
2. ICTERÍCIA que atinge sistema linfoproliferativo. A falta de apetite se deve a substâncias que são
Em um suposto caso de icterícia generalizada desde o nascimento e que vem se liberadas que o diminuem. Deve ser solicitados exames para localizar gânglios intraca-
intensificando, negando fator desencadeante, fator de melhora e piora. Como sinto- vitários, gânglios aumentados na cadeia mediastinal e gânglios cervicais na tomografia
mas associados relata fezes pastosas esbranquiçadas e urina escura que mancha a 4. TOSSE
fralda. Quando exposto a banho de sol, não há melhora. Ao exame físico estava corado, Em um suposto caso de tosse há 3 semanas, que se mostra diária, predominante-
hidratado, com icterícia generalizada +3/+4 e acianótico. mente noturna, pouco produtiva, tendo como fator desencadeante um resfriado, sem
Os exames laboratoriais mostraram bilirrubina total de13mg/dl, bilirrubina indireta fator de melhora ou piora. Como fatores associados refere a presença de halitose,
de 3,0mg/dl, bilirrubina direta de 10mg/dl (conjugou, mas não excretou, aumentando fungação e coriza de coloração esverdeada. Refere a aplicação de solução fisiológica
a coloração da urina) nas narinas, sem melhora. Refere episódios de sibilância esporádicos, ter tido bronqui-
O diagnóstico sindrômico é de síndrome ictérico e o anatômico é sistema hepatobiliar. olite aos 6 meses de idade tratado no domicílio com inalações, tendo melhora. Ao exame
Em uma visão fisiológica, a bilirrubina é o produto de degradação da hemoglobina. A físico há presença de coriza de aspecto mucopurulento, na ausculta há presença de
hemoglobina é captada pelo sistema reticuloendotelial (macrófagos). Com a ação da roncos e raros sibilos em ambos hemitórax. Aos exames laboratoriais apresentou RX
heme-hemoglobina converte-se em biliverdina + monóxido de carbono + ferro. A bili- de seios da face com opacidade com ou sem nível líquido em seios da face, TC seios
verdina é metabolizada pela biliverdina-redutase em bilirrubina indireta sendo liberada da face e RX tórax com sinais de hiperinsuflação pulmonar
dos macrófagos para o plasma. A bilirrubina indireta (lipossolúvel) liga-se a proteína O diagnóstico sindrômico é de síndrome sinobronquial e o anatômico é aparelho res-
plasmática e transportada para o fígado. No fígado a conjugação com ácido glicurônico piratório.
pela ação da enzima glicuroniltransferase em bilirrubina direta. A bilirrubina direta Deve ser observado que a coloração normal da coriza é transparente/branca
(hidrossolúvel) é excretada pelas vias biliares na urina. No intestino por ação das bac- (parte superior do aparelho respiratório prejudicado), o paciente teve bronquiolite aos
térias forma-se urobilinogênio. No ciclo enterohepático retorna para o fígado e parte 6 meses, presença de roncos e raros sibilos (parte inferior do aparelho respiratório
(5%) é excretado pela urina. prejudicado). A tosse não é produtiva pois os brônquios só foram afetados secunda-
Deve ser observado que a criança está corada, portanto não há problemas na riamente devido a infecção na parte superior
hemácia e o sistema de produção da bilirrubina está prejudicado.
Propedêutica abdominal e do sistema digestório
Devemos obter uma história clínica precisa da enfermidade, interpretar correta- halitose, negando perda ponderal; o diagnóstico sindrômico é de síndrome dispéptica e
mente os principais sintomas da doença digestiva, realizar um exame físico minucioso o anatômico é trato gastrointestinal alto.
e fazer um uso inteligente dos exames laboratoriais e outros exames complementares. Os exames complementares que deveriam ser solicitados são endoscopia digestiva
No aparelho digestivo os principais sinais e sintomas são pirose, disfagia, odinofagia, alta para o diagnóstico e terapêutico (biopsia, cauterização), uma vez que diagnostica
dor abdominal, constipação, diarreia, gases, febre, vômitos, anorexia, regurgitação, complicação do refluxo e a esofagite, tomografia computadorizada de tórax, serio-
dor torácica, plenitude pós-prandial, desnutrição, anemia, icterícia, hepatomegalia, es- grafia esôfago-estômago-duodeno, ecoendoscopia esofágica, manometria e pHmetria
plenomegalia, massas abdominais, sangramentos, distensão abdominal, alterações dos esofágica, ambas para o diagnóstico de refluxo.
RHA, borborigmos, vascolejos, ascite e emagrecimento. 2. ESTÔMAGO
1. ESÔFAGO Os principais sintomas e sinais são pirose, epigastralgia, vômitos, perda de peso,
Os principais sintomas e sinais são pirose, disfagia, odinofagia, vômitos, regurgitação, massas abdominais, dor abdominal, emagrecimento, anorexia e plenitude pós-prandial.
desnutrição, anemia, eructação, sangramentos e halitose. Em um suposto caso de dor epigástrica tipo queimação há 06 meses sem irradiação
Em um suposto caso de dor retroesternal tipo queimação há 1 semana com piora e com piora com alimentos e sem fator de melhora, associada a astenia e perda pon-
melhora com uso de antiácidos associada a sensação de refluxo gastroesofágico e deral de 20Kg no período (15% do peso), com história de tabagismo importante e
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etilismo; o diagnóstico sindrômico é de síndrome consuptiva (maior importância) e o Os principais sintomas e sinais são gases, vascolejos, diarreia, disenteria, dor abdo-
anatômico é trato gastrointestinal alto ou epigástrio minal, RHA aumentados ou diminuídos, borborigmos, constipação intestinal, tenesmo e
Os exames complementares que deveriam ser solicitados são endoscopia digestiva prurido
alta, tomografia computadorizada de tórax e do abdome e seriografia esôfago-estô- Em um suposto caso de evacuação a cada 3 dias com fezes ressecadas, esforço
mago-duodeno evacuatório e manobras digitais vaginais há 15 anos com melhora parcial com laxantes
3. FÍGADO E VIAS BILIARES e piora com ingestão de farinha; o diagnóstico sindrômico é de síndrome defecatória
Os principais sintomas e sinais são icterícia, cólica biliar, dor abdominal, ascite, he- ou síndrome da constipação intestinal e o anatômico é trato gastrointestinal baixo/as-
patomegalia, náuseas e vômitos. soalho pélvico.
Em um suposto caso de dor em hipocôndrio direito há 10 dias com náuseas e vômitos Os exames complementares que deveriam ser solicitados são exame de fezes,
associado a colúria, acolia fecal e pele amarelada com prurido; o diagnóstico sindrômico pesquisa de leucócitos fecais, enema opaco, tomografia computadorizada de abdome
é de síndrome ictérica e o anatômico é vias biliares e fígado ou hipocôndrio direito e pelve, ressonância magnética de abdome e pelve, colonoscopia, colonoscopia virtual,
Os exames complementares que deveriam ser solicitados são colecistograma oral, manometria anorretal e tempo de trânsito colônico
ultrassonografia do abdome, tomografia computadorizada do abdome e pelve, resso- 7. ÂNUS
nância magnética do abdome, cintilografia, colangiopancreatografia endoscópica retró- Os principais sintomas e sinais são dor, prurido, abaulamento, sangramento, evacu-
grada, colangiorressonância e ecoendoscopia. ação obstruída e incontinência anal.
4. PÂNCREAS Em um suposto caso de perda de fezes e flatos há 03 anos com piora após reali-
Os principais sintomas e sinais são icterícia, dor abdominal, elitismo, ascite, náuseas, zação de parto transvaginal e menopausa; o diagnóstico sindrômico é de incontinência
vômitos, emagrecimento, etilismo e diarreia. anal e o anatômico é ânus ou complexo esfincteriano
Em um suposto caso de dor (geralmente em faixa) em andar superior do abdome Os exames complementares que deveriam ser solicitados são exame de fezes,
em faixa com vômitos incoersíveis há 1 dia, referindo etilismo crônico e diarreia asso- Swab anal, manometria anorretal, ultrassonografia endoanal, ressonância nuclear
ciado; o diagnóstico sindrômico é de síndrome álgica abdominal (menos específico) ou magnética, defecorressonância, eletroneuromiografia anal, defecograma e ecodefe-
abdômen agudo e o anatômico é abdome superior. cografia
Os exames complementares que deveriam ser solicitados são RX abdome (ruim, pois 8. ABDOME AGUDO
ele é retroperitoneal), ultrassonografia do abdome, tomografia computadorizada do Dor localizada na região abdominal que seja suficiente para fazer com que o paciente
abdome, ressonância magnética do abdome, colangiopancreatografia endoscópica re- procure auxílio médico e que não tenha diagnóstico prévio, com duração superior a 6-
trógrada-Wirsungrafia e ecoendoscopia. 24h.
5. INTESTINO DELGADO Síndrome dolorosa aguda de intensidade variável, que leva o paciente a procurar o
Os principais sintomas e sinais são náuseas, gases, borborigmos, RHA aumentado, médico e requer tratamento imediato clínico ou cirúrgico e que, se não tratado, evolui
vascolejo, diarreia, esteatorréia (fezes volumosas, espumosas, boiam e brilham), dor para piora e deterioração do estado geral.
abdominal e flatulência O não traumático ocorre por processo inflamatório, perfurativo, obstrutivo, he-
Em um suposto caso de história de diarreia fétida com fezes espumosas e volumo- morrágico e vascular.
sas há 01 mês associado a cólica abdominal e flatulência, com passado de etilismo; o O traumático ocorre ferimento por arma branca e ferimento por projétil de arma
diagnóstico sindrômico é de síndrome esteatorréica ou síndrome diarreica e o anatô- de fogo.
mico é trato gastrointestinal baixo O diagnóstico sindrômico é abdome agudo e o diagnóstico anatômico é o local do
Os exames complementares que deveriam ser solicitados são exame de fezes, abdome.
pesquisa de leucócitos fecais, trânsito de delgado, tomografia computadorizada de Os exames complementares que deverão ser solicitados são hemograma, RX do
abdome e pelve, ressonância magnética de abdome e pelve, enteroscopia e cápsula tórax e abdome, ultrassonografia abdome, ultrassonografia transvaginal, tomografia
endoscópica do abdome e da pelve, ressonância magnética e arteriografia.
6. INTESTINO GROSSO
Propedêutica cardíaca
A idade é um fator que influencia muito na análise da queixa. Para que possa ser Dispinéia
realizado o diagnóstico correto. Algumas doenças são mais comuns em certas idades. Pode ser classificada em aguda e crônica, em repouso e ao esforço. A aguda ocorre
Em crianças e jovens há mais casos de febre reumática, a doença de chagas é comum em embolia pulmonar, pneumotórax, edema, agudo de pulmão e obstrução de vias
no Nordeste e em idades entre 20-50 anos, as doenças cardiovasculares isquêmicas aéreas. A crônica ocorre em ICC, obesidade, gestação, derrame pleural bilateral e
são comuns em maiores de 50 anos. DPOC (dispneia crônica). No repouso ocorre em embolia pulmonar, pneumotórax e
Em algumas doenças há influência do sexo. Em mulheres temos lesões mitrais e edema agudo de pulmão. Aos esforços ocorrem em ICC.
sobretudo prolapso. Em homens temos coronoriopatias até os 45 anos de idade. Em Os sintomas acompanhantes são sibilos (ICC na asma cardíaca e asma brônquica),
ambos temos coronariopatias. dispinéia paroxística noturna (ICC no edema alveolar) e dor torácica (TEP e doenças
Em relação a raça, a população negra apresenta mais casos de anemia falciforme cardiovasculares)
que causa uma anemia crônica, onde o coração faz uma taquicardia continua podendo
dilatar o coração. A hipertensão arterial também é mais comum nesta população. Dor anginosa/cardíaca/torácica
Em relação a profissão e ocupação, o trabalhador braçal realiza exercício físico Ela é muito característica, porque toda a inervação tem relação com o lado esquerdo
extenuante a longo prazo e pode aumentar a probabilidade de hipertensão. O stress (braço esquerdo, ombro, pescoço e mandíbula). Na dor nos dois ombros há maior sen-
pode aumentar a chance de doenças cardiovasculares. sibilidade para identificação de doenças cardíacas.
Em relação a religião, jovens com uma DST pode desenvolver endocardite, testemu- No sinal de Levine, o paciente chega com a mão segurando o local do coração com
nha de Jeová não pode receber transfusão sanguínea, podendo gerar uma anemia, dor aguda e súbita.
que pode Tal dor indica angina em esforço, angina em repouso, prolapso mitral, reflexo eso-
desenvolver uma taquicardia (taquicardiomiopatia). fágico, espasmo esofágico, úlcera péptica, hiperventilação e embolia pulmonar
Em relação aos antecedentes pessoais, os fatores de risco para a doença corona- Outros sintomas são edema de MMII, dor epigástrica e sensação de plenitude, au-
riana são hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes mellitus. Em neoplasias, mento de volume abdominal, palpitações (constantes, intermitentes, tipo de início e
antecedente de quimio ou radioterapia pode causar lesão cardíaca. término), vertigens e síncopes (vertigens rotatórias ou não - mais frequentes)
Em relação aos antecedentes familiares, doenças cardiovasculares tem alto grau Exames complementares – propedêutica armada
de hereditariedade (destaque para aterosclerose). É importante questionar se pai e Utilização de elementos fora da anamnese e do exame físico para chegar a uma
mãe tiveram infarto ou AVC, além de questionar a idade, pois quanto mais cedo eles hipótese diagnóstica.
tiverem tido, mais cedo o paciente também pode ter. Doenças como HAS, doenças o Laboratorial:
coronarianas e morte súbita, possui grande hereditariedade. Quando a mãe é porta-  Marcadores de necrose: troponina (quando está elevada indica que a necrose
dora de Doença de Chagas, pode haver transmissão vertical. está localizada no coração, sendo a mais específica), CPK (creatinofosfoquinase

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– proteína muscular, pode ser no coração ou qualquer outro musculo, encon- totalmente compensatória) e isquemia miocárdica (elevação do intervalo ST, in-
tra-se aumentada em politrauma, rabidomiolise, injeção intramuscular) dividida versão da onda T ou infra desnivelamento do intervalo ST)
em CKMB (fração da CPK relacionada ao coração) e CKMB massa (se aumen-  Indicação: o eletrocardiograma é indicado como parte da análise de doenças
tada, indica lesão cardíaca) cardíacas (principalmente arritmias cardíacas) e no diagnóstico de IAM sendo
 BNP e pró BNP (peptídeo natriurético atrial): hormônio que aumenta a dilatação exame de escolha nas emergências juntamente com a dosagem das enzimas
das células cardíacas, quando está alto indica insuficiência cardíaca cardíacas.
 Perfil lipídico (triglicerídeos, LDL, HDL), glicemia, função renal (uréia e creatinina),
transaminases, coagulograma, eletrólitos e ácido úrico (marcadores de altera-
ções metabólicas)
o Eletrocardiograma: consegue-se registrar o funcionamento elétrico do coração.
A somatória de todos os impulsos elétricos é um vetor de ativação, sendo este
de cima para baixo, da direita para esquerda e de trás para frente.
 Ondas:
 Onda P: corresponde à despolarização atrial, sendo sua primeira componente DA SA DA
relativa à aurícula direita e a segunda à aurícula esquerda, a sobreposição DV SV DV
das duas componentes gera a morfologia arredondada (excepção de V1) com o Raio-X torácico: podemos identificar abaulamento de aorta. O tamanho de silhueta
amplitude máxima de 0,25 mV. Sua altura normal é de 2,5 mm e seu com- pode caracterizar ICC
primento de 3 mm, sendo avaliada em D2. A hipertrofia atrial causa um o Ecocardiograma com doppler: possui ampla disponibilidade e ótima relação custo-
aumento na atura e/ou duração da onda P. benefício. Excelente técnica para análise estrutural e funcional do coração. São
 Onda Q: representa a despolarização do septo interventricular. obtidas de forma rápida e fácil as dimensões cavitárias, espessuras das paredes,
 Onda R: corresponde ao seguimento do estímulo elétrico em direção ao ele- anatomia, mobilidade e competência das valvas, características do pericárdio e
trodo, apresentando-se como uma onda positiva.
dados para avaliação das funções sistólica e diastólica dos ventrículos.
 Onda S: corresponde ao seguimento do impulso pelas fibras de Purkinje que
irão ascender pelas paredes externas do ventrículo.  Mapeamento a cores: fluxos que se aproximam do transdutor são represen-
 Complexo QRS: corresponde a despolarização ventricular. é maior que a onda tados pela cor vermelha e fluxos que se afastam pela cor azul. Tonalidades e
P pois a massa muscular dos ventrículos é maior que a dos átrios. Anormali- brilhos diferentes significam variações de velocidade de fluxo.
dades no sistema de condução geram complexos QRS alargados. o Teste ergométrico: identifica doenças cardíacas aos esforços. Usado para detec-
 Onda T: corresponde a repolarização ventricular, sendo normalmente per- ção de arritmias, isquemia miocárdica, distúrbios hemodinâmicos induzidos pelo es-
pendicular e redonda. A inversão da onda T indica processo isquêmico, anor- forço. Necessário avaliar capacidade funcional e condição aeróbica, diagnosticar
malidade indica hipercalemia e a ausência indica arritmia não sinusal. e estabelecer prognóstico de determinadas doenças cardiovasculares, prescre-
 Onda U: a repolarização atrial não costuma ser registrada, pois é encoberta
ver exercícios, avaliar objetivamente os resultados de intervenções terapêuticas,
pela despolarização ventricular, evento elétrico concomitante e mais potente.
A onda U é oposta à onda P demonstrar ao paciente e aos seus familiares suas reais condições físicas e
 Intervalos: fornecer dados para perícia médica.
 Intervalo PR: é o intervalo entre o início da onda P e o início do complexo QRS. o Cintilografia cardíaca: administra-se radioisótopos por via oral ou injetável para
É um indicativo da velocidade de condução entre os átrios e ventrículos, cor- verificar a captação do coração
respondendo ao tempo de condução do impulso elétrico desde o nó atrioven- o Cateterismo (cinecoronariografia): é um exame invasivo usado para medir pres-
tricular até os ventrículos. sões e cavidades torácicas, a fim de avaliar as artérias
 Intervalo PP: é o intervalo entre duas ondas P. Corresponde a frequência de o Angiotomografia de coronárias: é possível analisar todas as artérias. O paciente
despolarização atrial, ou simplesmente frequência atrial. não pode estar taquicardíaco e só é possível ver vasos proximais
 Intervalo RR: é o intervalo entre duas ondas R. Corresponde a frequência de o Tomografia de tórax: visualiza-se o corpo do osso esterno, átrio direito, veia cava
despolarização ventricular ou simplesmente frequência ventricular. superior, cone arterial (início do tronco pulmonar, localizado na região de saída do
 Posição: posiciona-se os eletrodos formando o trígono de Einthoven (braço di- ventrículo direito, superiormente a crista supraventricular), parte ascendente da
reito, braço esquerdo e perna direita) aorta (local da valva aórtica, constituída por três válvulas semilunares - as válvulas
 Derivações: as derivadas de onde os eletrodos estão posicionadas são D1, D2, semilunares direita e esquerda estão relacionadas com os óstios das respectivas
D3, aVR, aVL, aVF, V1, V2, V3, V4, V5 e V6. Elas analisam ao mesmo tempo o artérias coronárias), átrio esquerdo, ventrículo esquerdo, veia pulmonar direita,
estímulo em posições distintas do coração. Quanto mais derivações, maior a
veia pulmonar esquerda, parte descendente torácica da aorta e parte torácica
sensibilidade de detecção de doenças cardíacas.
 Alterações: fibrilação atrial/flutter atrial (ausência de onda P, presença de do esôfago
ondas de fibrilação entre os complexos QRS e intervalos RR anormalmente o Ressonância nuclear magnética: é possível identificar falha na contração e cardi-
irregulares), fibrilação ventricular/flutter ventricular, extrassístole ventricular opatias congênitas
(complexo QRS largos, ausência onda P precedente e sucedido por pausa
Propedêutica pulmonar
Existem doenças pulmonares relacionadas a idade, como por exemplo nas crianças galinhas ou que visitaram grutas (histoplasmose), cabelereiros que usam frequente-
temos atrésias do esôfago, membrana hialina, bonquiolite, sarampo e coqueluche. Nos mente “spray” podem apresentar manifestações pulmonares podendo evoluir para
adultos temos carcinoma brônquico, bronquite crônica e enfisema fibrose intersticial.
Há doenças relacionadas ao sexo. Nas mulheres temos adenoma brônquico e lúpus Em relação aos antecedentes pessoais, infecções pulmonares graves e extensas
eritematoso. Nos homens eram mais comuns as doenças relacionadas ao tabaco (atu- na infância podem reduzir as reservas respiratórias por tecido cicatricial. Sarampo,
almente, as mulheres estão fumando mais). coqueluche podem facilitar o aparecimento de bronquiectasias. Traumas podem causar
Em relação a raça, estatisticamente a sarcoidose e a tuberculose predominam en- pneumotórax, hemotórax ou hérnias diafragmáticas. Perda da consciência e anestesia
tre indivíduos de raça negra e as colagenoses são mais comuns entre os brancos. podem estar associados a pneumonia aspirativa ou abscessos pulmonares. Indivíduos
Em relação a procedência, profissão e ocupação, em países mais industrializados, com passado alérgico, eczema, dermatite, podem apresentar rinite e asma. Diabéticos
as pneumoconioses são mais frequentes, em oposição aos mais agrícolas (paracocci- são mais vulneráveis a infecções. Pacientes com uso crônico de corticóides, imunos-
diodomicose.). Pacientes que exercem atividade ao ar livre ou ambiente fechado, tra- supressores, podem favorecer a presença de germes oportunistas.
balhadores de pedreira, escavações (silicose)., indivíduos que lidam com pássaros,
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Carolina Pretti – TXIV A
Em relação aos hábitos de vida, o tabagismo possui relações diretas com bronquite pulmonar o raio X se apresenta com padrão esbranquiçado. Na pneumonia. Em
e enfisema e carcinoma broncogênico. O alcoolismo possui relação com certos germes exames com o uso de contraste, os lugares em que o contraste não aparece, há
causadores de pneumonias. alteração
O interrogatório sintomatológico é necessário para que possamos esclarecer se o Tomografia do tórax: na dúvida pede-se ela para uma menor análise, já que po-
estamos diante de dor, uma doença pulmonar ou se o pulmão está funcionando como demos analisar por meio de cortes. É bom para ver coisas sólidas.
espelho de uma doença geral. Como por exemplo, rinite crônica e conjuntivite na asma o Ressonância magnética: é um padrão bom para ver vasos e mediastino. O ar não
alérgica, hemoptise na síndrome de Goodpasture (lesão glomerular), baqueteamento é visto nitidamente. As células tumorais são avidas por glicose e injeta-se fluorgli-
digital nas alterações crônicas pulmonares (hipoxemia crônica), obesidade e sonolência cose
na apnéia do sono, uso de medicamentos como nitrofurantoína (infecção urinária) e o Angiografia pulmonar: insere-se o cateter normalmente pela artéria femoral
sulfas (antibiótico) podem provocar infiltrados pulmonares e o amiodarona (anti-arriti- para chegar à artéria pulmonar. Pode-se ver falhas de enchimento. Utilizado para
mia) e bleomicina (quimioterápico) podem causar fibrose pulmonar. identifica embolia pulmonar. Usa-se em último em caso
Os principais sinais e sintomas são a dor torácica, tosse, expectoração, hemoptise, o Cintilografia pulmonar: exame que demanda tempo, por isso não é muito usado em
vômica (vem do pulmão; quantidade grande de secreção normalmente purulenta), dis- caso de suspeita de embolia pulmonar, por exemplo. As áreas mais vermelhas
pneia, sibilância e cornagem (estridor) ocorrem porque estão captando mais ar. Pode haver falso positivo.
Exames complementares o Ultrassonografia pulmonar: usado, exclusivamente, para identificar derrame pleu-
o Radiografia simples do tórax: é possível identificar traqueia, clavícula, arco aórtico, ral. Atualmente também é usado para diagnóstico de pneumonia.
espinha da escápula, primeira costela, costela posterior, costela anterior; artéria o Broncoscopia: ocorre invasão do doente via aérea. É necessário injetar líquido e
pulmonar direita, artéria pulmonar esquerda, corpo vertebral, esterno, aorta des- aspirar por um orifício. Também é possível realizar biopsia
cendente, aorta ascendente, coração. Há alguns padrões radiológicos. Artérias o Prova de função pulmonar-espirometria: Padrão obstrutivo ou padrão restritivo
grandes indicam hipertensão pulmonar, pede-se PA e perfil. Na neoplasia ou padrão misto. No asmático é obstrutivo.
o Gasometria arterial: colhe-se o sangue da artéria
Propedêutica vascular
Utiliza-se a inspeção, palpação, percussão e ausculta. Sendo que na inspeção deve- profundamente e rotacionar a cabeça em direção ao lado examinado. Quando
se aquecer as mãos. positivo, o pulso radial diminui ou desaparece com a inspiração e rotação da cabeça
Sistema arterial para o lado acometido.
O exame clínico das artérias compreende a anamnese e o exame físico com algumas As principais doenças arteriais são:
manobras especiais. o Arteriosclerose: envelhecimento das artérias.
As informações mais relevantes na anamnese ao se tratar do sistema arterial são o Tromboangeíte obliterante: causa uma deficiência arterial por espasmos devido
a idade, sexo, raça, antecedentes pessoais e uso de tabaco. Os fatores de risco são dificuldade de irrigação.
o tabagismo, obesidade, HAS, sedentarismo, DM e dislipidemia. o Aneurismas: saculações nas paredes dos vasos.
As principais queixas relacionadas com o sistema vascular são: o Fístulas arteriovenosas: normalmente são pós-traumáticas.
o Dor: formigamento, queimação, constrição ou aperto, cãibras, sensação de peso o Síndrome isquêmica aguda: é causada por interrupção aguda de um vaso. O paci-
ou de fadiga. Na claudicação intermitente, em exercício, a dor aparece e no re- ente apresenta dor, palidez distal, cianose, esfriamento, contratura muscular
pouso, desaparece; a dor é progressiva, aparecendo em exercícios menos inten- (Volkmann), bolhas (em áreas cianóticas) e ausência de pulsos.
sos, mas o tempo para regressão da dor é maior. A dor pode ser em repouso se o Síndrome Isquêmica Crônica: apresenta o mesmo quadro da síndrome aguda, mas
não tratado, perdendo da ação da gravidade. com aparecimento indicioso/gradativo. Os sinais e sintomas dependem do terri-
Alterações na coloração da pele: palidez, cianose, eritrocianose, rubor, Fenômeno tório acometido e geralmente, são menos intensos. Nesta, o paciente pode criar
de Raynaud (partes cianóticas e partes ruborizada) e Livedo Reticular (semelhante circulação colateral para auxiliar a circulação da parte acometida., assim os infar-
ao fenômeno de Reynaud, mas acomete o membro inteiro) tos em jovens são mais fatais que em idoso
o Alterações de temperatura: redução da temperatura da pele, a qual piora com o o Doença arterial obstrutiva periférica (DAOP): paciente apresenta claudicação in-
frio termitente
o Alterações tróficas: atrofia da pele, alterações ungueais, redução do tecido sub- Os exames complementares utilizados são Doppler (menos invasivo), USG Doppler,
cutâneo, lesões ulceradas, queda de pelos, úlceras (normalmente são dolorosas, USG abdome, tomografia abdome, arteriografia (“padrão-ouro”) e angiotomografia
de fundo pálido e rasas, normalmente as de membro inferior estão localizadas no Sistema venoso
maléolo medial) O fluxo venoso atinge o átrio direito em virtude de vários fatores, como a volemia,
Deve-se analisar e aferir o pulso das artérias carótida, temporal, subclávia, axilar, pressão venosa, bomba muscular, sistema de válvulas, batimentos arteriais, vis a tergo
braquial, ulnar, radial, femoral, poplítea, tibial posterior, tibial anterior e pediosa. (pressão residual da sístole ventricular nos capilares arteriais para os venosos) e vis
Durante a palpação são realizadas algumas manobras, são elas: a fronte (pressão do átrio direito, sucção cardíaca sobre as veias centrais, pressão
o Elevação das extremidades ou Prova de Buerger: deve-se elevar o membro infe- negativa).
rior a 45°-60º e aguardar 1 minuto. Posteriormente, deve-se pedir para o paci- As informações mais relevantes na anamnese ao se tratar do sistema venoso são
ente se sentar e apoiar o pé. O membro com aterosclerose ou obstrução crônica o número de gestações, cirurgias prévias, traumatismo, permanência prolongada no
fica mais pálido e ao voltar a posição normal há um retardo para retornar à leito, imobilização prolongada com gesso ou tração, uso de anticoncepcionais, estado
coloração normal e ocorre hiperemia reativa. de choque, desidratação, antecedentes de neoplasias, prática de esportes, heredita-
o Posição pendente: com o paciente em decúbito dorsal, deve-se elevar o membro riedade e profissões com longo tempo em pé
em grau variável por 1 minuto e, posteriormente, sentar o paciente com a perna As principais queixas, estão relacionadas a v. safena magna. São elas dor, alterações
pendente. Quando positivo, o membro isquêmico fica pálido e leva mais de 10 da cor da pele, alterações tróficas, edema, celulite, hiperpigmentação, eczema, pru-
segundos para recuperar a cor, quando pendente, adquirindo progressivamente rido, úlceras e hemorragias
cor ruborizada após alguns segundos (rubor pendente ou hiperemia reativa) A dor pode ser em peso, queimação, ardência, cansaço, câimbras, formigamento,
o Manobra de Addison: acarreta o diagnóstico de compressão da artéria subclávia picada ou ferroada, com piora no calor ou ao ficar em pé. A dor intensa, associada a
e do plexo braquial, podendo ser devido ao escaleno ou por uma alteração no edema e cianose, levanta a suspeita de trombose venosa profunda.
processo espinhoso da sétima vertebra. Com o paciente de pé e o examinador No exame físico, deve-se realizar inspeção, palpação, ausculta e manobras especiais.
localizado atrás, palpar o pulso radial do membro ipsilateral à artéria subclávia Deve-se analisar o panículo adiposo, temperatura, pele, cicatrizes e umidade. Deve
avaliada. Em seguida, realiza-se a abdução, extensão e rotação externa do mem- ser realizado, preferencialmente, com paciente em pé quando houver varizes e em
bro avaliado, sempre com o pulso palpado. Depois pedir para o paciente inspirar
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Carolina Pretti – TXIV A
decúbito dorsal em casos de suspeita de trombose venosa profunda, por conta da de 15 anos, ainda continuam sendo cumpridos em menos de 55%. Entre as com-
gravidade, que auxilia na visualização das varizes. plicações para as quais existem medidas profiláticas, a tromboembolia venosa é
Durante a palpação são realizadas algumas manobras, são elas: a mais frequente causa de morte em pacientes cirúrgicos. A aplicação das medi-
o Manobra de Brodie-Trendelenburg: utilizado para avaliar a válvula do óstio da sa- das farmacológicas de anticoagulação reduz em 75% o risco de tromboembolia
fena e das perfurantes. Posicionar o paciente em decúbito dorsal, elevando seus pulmonar entre pacientes cirúrgicos e em 57% entre pacientes clínicos. Pode
membros a 90º até esvaziar as veias superficiais. Passar um torniquete na raiz ser diagnosticada pelo sinal da bandeira. Os fatores de risco são imobilidade a mais
da coxa, solicitando que o paciente fique em pé rapidamente e se o enchimento de 3 dias, idade (após os 50 anos, o risco de tromboembolia venosa dobra a cada
for rápido de baixo para cima há alteração nas veias perfurantes (insuficientes). década), história prévia de tromboembolia venosa, varizes de membros inferiores,
Sem o torniquete, quando houver enchimento rápido de cima para baixo, a válvula obesidade, distúrbios hematológicos, gravidez e pós-parto, terapia de reposição
ostial é insuficiente e quando houver o enchimento rápido de baixo para cima, há hormonal e contracepção hormonal, insuficiência cardíaca congestiva, tabagismo,
apenas insuficiência das perfurantes. infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, lúpus eritematoso sistê-
o Manobra dos torniquetes múltiplos: com o paciente em decúbito, posicionar o mico, doença inflamatória intestinal, neoplasia, tabagismo e uso de cateter venoso
membro comprometido em posição elevada, esvaziando as varizes com manobra central
de compressão. Distribuir torniquetes nos terços superior, médio e inferior da o Tríade de Virchow: caracterizada por estase venosa, dano endotelial e hipercoa-
coxa e nos terços superior e médio da perna. Solicitar que o paciente se levante. gulação. O diagnóstico é realizado com USG dos membros inferiores e angiotomo-
O enchimento de varizes em qualquer lugar dos segmentos delimitados pelo tor- grafia. O tratamento é realizado com antigoagulantes.
niquete, indica a ocorrência de perfurantes insuficientes neste segmento. o Embolia pulmonar (EP): ocorre como consequência de um trombo, formado no
o Manobra de Perthes: utilizada para demonstrar a perviedade do sistema venoso sistema venoso profundo, que se desprende e, atravessando as cavidades direi-
profundo. Com o paciente em pé, coloca-se um torniquete no terço médio da coxa. tas do coração, obstrui a artéria pulmonar ou um de seus ramos. Geralmente
Pede-se, então, que ele caminha enquanto se observa o comportamento das va- acomete região dos gastrocnêmicos.
rizes situadas abaixo do torniquete. Se as varizes esvaziam com a deambulação, Sistema linfático
o sistema venoso profundo está pérvio até o nível do torniquete. Se as varizes Os principais sinais e sintomas das afecções dos linfáticos são edema, linfangite e
ficam mais evidentes, o sistema venoso profundo está ocluído e caso o paciente adenomegalias.
permaneça andando, este sentirá uma dor cada vez mais intensa. O edema linfático pode ser ocasionado por bloqueio ganglionar ou dos coletores
o Manobra de Homans: deve-se realizar a dorsiflexão forçada/passiva do pé. Se linfáticos como consequência de processo neoplásico, inflamatório (linfangite), parasi-
há trombose venosa das veias profundas da perna, o paciente sentira dor intensa tário (filariose) e após cirurgia de esvaziamento ganglionar.
da panturrilha O edema resultante do comprometimento de coletores linfáticos é de instalação
o Manobra de Olow: deve-se realizar compressão da musculatura da panturrilha insidiosa, iniciando-se pela extremidade do membro afetado, ascendendo lentamente
contra o plano ósseo. Se houver dor, é indicativo de tromboflebite. com o passar dos meses ou dos anos. É duro, não depressível, frio, leva à deformidade
o Manobra de Denecke-Payr: deve-se comprimir com o polegar a planta do pé. Se do membro e não diminui substancialmente com o repouso, mesmo com a elevação do
houver dor, indica trombose profunda das veias do pé. membro.
o Sinal da bandeira: com o paciente em decúbito dorsal e perna fletida sobre a coxa, As principais doenças relacionadas com o sistema linfático, são:
deve-se palpar a panturrilha, sendo positivo se esta estiver com a musculatura o Erisipela: é uma doença infecciosa produzida por estreptococo (Streptococcus
mais túrgida e empastada, havendo menor mobilidade pyogenes) do grupo A e raramente do grupo C. Caracteriza-se clinicamente por
As principais doenças relacionadas ao sistema venoso são: febre elevada, cefaleia, náusea e vômito, concomitantemente com sinais inflama-
o Varizes: são avaliadas de 0 a 6. Sendo, 0 - ausência de varizes, 1 - telangiectasias, tórios na área afetada (calor, rubor, edema e dor). Pode comprometer a pele e
2 - veias varicosas, 3 - edema, 4 - eczema ou dermatite ocre, 5 - úlcera venosa o tecido celular subcutâneo de qualquer parte do corpo, porém é mais frequente
cicatrizada e 6 - úlcera venosa aberta nos membros inferiores. Quase sempre se observa comprometimento de vasos
o Úlcera varicosa: localizada, em grande parte das vezes no maléolo. Apresenta-se linfáticos (linfangite) e de linfonodos (adenites). Na linfangite, observam-se faixa
pouco dolorosa, superficiais, com bordas irregulares, de fundo liso e avermelhado. avermelhada e dolorosa no trajeto linfático, adenomegalia inguinal dolorosa, acom-
Pode associar-se a hiperpigmentação da pele ou a dermatite ocre panhada quase sempre de febre elevada.
o Trombose venosa profunda: Os fatores mais importantes para o desenvolvimento o Linfedema: é o edema resultante do comprometimento do sistema linfático. Suas
de uma trombose venosa são aumento da coagulabilidade sanguínea, diminuição do características dependem da etiologia, do tempo de evolução e das complicações.
fluxo sanguíneo (estase) e lesão do endotélio vascular (tríade de Virchow). É ca- Em sua fase inicial, o linfedema é mole, depressível, frio, indolor e regride com o
racterizada por febrícula, taquicardia, mal-estar geral, dor de intensidade variá- repouso. O de longa duração costuma ser duro, não depressível, frio, indolor e
vel, edema e empastamento da musculatura. A trombose venosa profunda é a não regride com o repouso
maior causa de óbitos intra-hospitalares no mundo e, paradoxalmente, a mais
evitável. Embora os roteiros de profilaxia de trombose venosa existam por mais
Propedêutica neurológica do paciente inconsciente
A avaliação do estado de consciência é composta pela análise do nível e conteúdo Estado de coma
consciência A escala de coma de Glasgow auxilia na quantificação do nível de consciência, o qual
O nível de consciência diz respeito ao grau de alerta e depende, anatomicamente, varia de 3 a 15. Quando a somatória resulta em um número inferior a 8, a intubação
do sistema reticular ativador ascendente, o qual é atribuído uma função primitiva e orotraqueal é necessária, uma vez que não há proteção das vias aéreas. Quando a
está localizado em todo tronco encefálico, principalmente na ponte e mesencéfalo. A somatória resulta no número 3, o paciente encontra-se totalmente comatoso.
alteração do estado inicia-se como uma alteração do conteúdo e depois ele tem uma ABERTURA OCULAR
alteração no nível de consciência. É categorizado em vigil/alerta (acordado), sonolento 4 Espontânea
(desperta com estímulo verbal), letárgico (acorda com estímulo tátil), obnubilado (acorda 3 Estímulo verbal
com estímulo tátil mais vigoroso, mas cessa sua atenção ao cessar do estímulo), tor- 2 Estímulo doloroso
poroso (acorda com estímulo doloroso) e comatoso (não responde a estímulos) 1 Ausente
O conteúdo representa as funções cognitivas e afetivas, compreendidas por ori- MELHOR RESPOSTA MOTORA
entação temporal, espacial, autopsíquica, discurso com nexo, memória capacidade de 6 Obedece a comando
julgamento, atenção, linguagem, organização do pensamento, planejamento e execução 5 Localiza dor
de movimentos. Depende, anatomicamente, do córtex cerebral, o qual é atribuído uma 4 Retirada ao estímulo
função elaborada, podendo sofrer lesão difusa devido ao uso de drogas e hipoglicemia. 3 Flexão ao estímulo doloroso (decorticação)
Pode ser categorizado em lúcido ou confuso. O lúcido/orientado apresenta orientação 2 Extensão ao estímulo doloroso (descerebração)
temporo espacial e discurso com nexo, já o confuso apresenta alterações do conteúdo 1 Ausente
de consciência.
MELHOR RESPOSTA VERBAL

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5 Orientado Exame neurológico
4 Confuso Deve-se avaliar:
3 Palavras inapropriadas 1. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
2 Sons inespecíficos O nível de consciência deve ser descrito, tanto caracterizando-o em vigil/alerta,
1 Ausente sonolento, letárgico, obnubilado, torporoso ou comatoso, como utilizando a Escala de
O coma é o estado de consciência em que o indivíduo se encontra com olhos fecha- coma de Glasgow.
dos e não pode ser despertado para responder adequadamente aos estímulos mesmo A análise do nível de consciência deve ser realizada com observação passiva, reali-
com estimulação vigorosa. zando, se necessário, estímulos sonoros ou estímulos dolorosos.
O coma pode ter causa estrutural ou metabólica. Os estímulos dolorosos são realizados com fricção do esterno (não recomendada
Quando é estrutural pode ocorrer por lesões infratentorial e supratentorial. devido as marcas deixadas no paciente), pressão na extremidade dos dedos, pinça-
A lesão infratentorial mesmo que mínima, possui maior chance de destruir a for- mento do trapézio ou pressão na incisura supraorbitária (mais indicada, pois em caso
mação reticular. Esta pode se dar por tumores primários e metastáticos do tronco de lesão medular, utiliza-se o nervo craniano).
encefálico e cerebelo, infarto do tronco, hemorragia do tronco e cerebelo, infarto 2. TAMANHO E REFLEXO PUPILAR
cerebelar, encefalite de tronco cerebral e neurocisticercose. Realizar a avaliação pupilar, analisando e descrevendo a forma e tamanho (de 3 a 6
A lesão supratentorial necessita ser extensa para rebaixar o nível de consciência mm), presença de simetria e presença de reflexo oculomotor direto e indireto.
do indivíduo. Esta pode se dar por lesão cortical bilateral, lesão destrutiva subcortical Pupilas puntiformes (pequenas) reativas indicam lesão de encefálica, tais como in-
bilateral, hérnias transtentoriais, neoplasias (extensas ou muito difusa), traumas (lesão farto ou hemorragia, todavia, este padrão também é encontrado na intoxicação por
axonal difusa, vasoespasmo cerebral e hematomas intracranianos), vascular (hemor- opióides
ragia intracerebral, isquemia cerebral extensa, trombose de seio cerebral e isquemia Pupilas midriáticas (grandes) não reativas indicam intoxicação exógena (drogas anti-
talâmica bilateral), infecção (encefalite viral, meningoencefalite tuberculosa, meningi- colinérgicas, anfetamina) e lesões do teto mesencefálico.
tes, empiemas, abscessos, neurocisticercose e SIDA) e metabólico (encefalopatia de Pupilas médio-fixas indicam lesão mesencefálica e estão presentes em pacientes
Wernicke, encefalomielite disseminada aguda e leucoencefalopatia aguda). que foram a óbito.
A herniação uncal, promove insinuação do úncus do hipocampo através da tenda do Pupilas puntiformes não reativas indicam lesão pontina.
cerebelo comprimindo o mesencéfalo e, consequentemente, a formação reticular. As Pupilas simétricas são denominadas isocóricas. Pupilas assimétricas são denominadas
herniações uncais são causadas por lesões unilaterais de efeito progressivamente anisocóricas (deve-se descrever qual das pupilas está com midríase). A anisocoria no
expansivo levando ao deslocamento do úncus. São caracterizadas por anisocoria, por contexto emergencial indica lesão no lado em que há midríase, esta pode ocorrer por
atingirem o núcleo do nervo oculomotor e causar midríase no lado comprimido. herniação uncal, AVC, neoplasia, hemorragia, entre outros.
Quando é metabólica/sistêmica/tóxica, pode ocorrer por falência do metabolismo Com a avaliação dos reflexos pupilares, há a avaliação do nervo óptico (aferência) e
energético cerebral, desequilíbrio ácido-base, desequilíbrio hidroeletrolítico, distúrbio de oculomotor (eferência). Se o reflexo está normal, quando a luz é jogada em um olho,
osmolaridade, toxina endógena, intoxicação exógena, encefalopatia anóxica isquêmica, os dois devem contrair.
encefalopatia hipertensiva, coagulação intravascular disseminada, embolia gordurosa, Se o reflexo indireto for lesado, pode indicar lesão do oculomotor oposto onde a luz
púrpura trombocitopênica trombótica, encefalopatia séptica, vasculites do sistema foi jogada ou na comunicação entre esses nervos.
nervoso central, coma mixedematoso, encefalopatia urêmica, encefalopatia hepática, Se o olho que for jogada a luz não contrair, mas o olho oposto contrair, é provável
insuficiência adrenal, hipoglicemia, coma hiperosmolar, hipotermia, hipertermia maligna que o oclomotor do olho em que a luz foi jogada esteja lesado.
e síndrome serotoninérgica. Se ambas as pupilas não contraírem é provável que o nervo óptico do olho em que
A evolução clínica do estado de coma ocorre com: foi jogada a luz esteja lesado ou que ambos os oculomotores estejam lesados.
1. ESTADO MINIMAMENTE CONSCIENTE: 3. RESPOSTAS REFLEXAS DE TRONCO ENCEFÁLICO
Neste estado, o indivíduo apresenta prejuízo, mas apresenta evidência de autocons- Todos esses exames são usados para observar se há morte encefálica.
ciência e/ou do ambiente, e os pacientes tendem a melhorar. A motricidade ocular extrínseca avalia os nervos cranianos III, IV e VI. Deve-se rea-
Pode ser subdividido em estado confusional agudo e multismo acinético. lizar uma observação dos movimentos oculares espontâneos. O desvio do olhar conju-
O estado confusional agudo ou delírio é o grau mais leve. Nele o paciente não neces- gado indica lesão destrutiva no hemisfério do lado que estiver o olhar. O skew deviation
sariamente possuiu rebaixamento do nível de consciência. O paciente pode estar alerta /desvio obliquo do olhar indica lesão do fascículo longitudinal medial. O bobbing ocular
e apresentar apenas alteração no conteúdo, apresentando-se sonolento e acordado indica lesões pontinas externas.
O mutismo acinético é entendido como diversos estados patológicos em que a vigília O reflexo oculocefálico estabiliza as imagens na retina durante o movimento da
parece intacta, mas a comunicação com o ambiente está abolida ou seriamente difi- cabeça ao produzir um movimento ocular na direção oposta ao movimento da cabeça,
cultada. O paciente possui incapacidade de volição e apresenta-se abúlico (não tem desta maneira preservando a imagem no centro do campo visual. Possui como afe-
vontade de fazer as coisas). Não tem lesão das vias corticoespinais e cortico-bulbares rência o sistema vestibular e como eferência os nervos da motricidade ocular, princi-
e por ser normalmente em uma área frontal pré-motora, não consegue ativar as palmente o III e o VI.
áreas motoras. O paciente não terá atrofia e fraqueza. O reflexo oculovestibular ocorre com estimulação com água fria ou quente no sis-
2. LOCKED-IN: tema vestibular (membrana timpânica), analisando se o paciente ele mexe o olho. Com
Também chamado de síndrome do encarceramento. Ocorre, normalmente, quando água gelada, o paciente olha para o mesmo lado do estímulo e com água quente ele
há lesão bilateral na ponte, interrompendo a ligação entre o trato corticoespinhal e olha para o lado oposto ao estímulo. Se injeta água gelada nos dois ouvidos simultane-
corticobulbar e o corpo, logo, o sistema motor. O paciente tem consciência, mas não amente o paciente olha para baixo e se injeta água quente nos dois ouvidos simulta-
consegue realizar movimentos, exceto o movimento vertical do olhar, o de piscar de neamente o paciente olha para cima. Antes de realizar o teste verificar a permeabi-
olhos e os movimentos reflexos, como respirar. lidade da membrana. Pacientes com morte encefálica não apresentam esses reflexos.
É bastante comum na clínica, sendo normalmente causado por lesões isquêmicas Possui como aferência o sistema vestibular e como eferência os nervos da motricidade
pontinas bilaterais. ocular, principalmente o III e o VI.
3. ESTADO VEGETATIVO: O reflexo corneopalpebral ocorre com o contato de algodão na córnea do paciente,
O paciente possui capacidade de abrir e fechar o olho, apresenta ciclo sono vigília, esperando o fechamento da pálpebra. Possui como aferência o nervo trigêmeo e
mas não tem nenhuma consciência e interage com o meio. se durar mais de 30 dias como eferência o nervo facial.
ele é classificado como persistente. O reflexo de tosse ocorre por estímulo na Carina através do tubo ou cânula, resul-
É considerado estado vegetativo persistente quando dura mais de 30 dias e estado tando em tosse. Possui como aferência o nervo glossofaríngeo e como eferência os
vegetativo permanente quando dura mais de 3 meses. nervos vago e acessório
4. MORTE CEREBRAL: 4. RESPOSTAS MOTORA E PRESENÇA DE SINAIS FOCAIS
O paciente apresenta tecido cerebral, mas não há mais circulação devido à ausência Deve-se observar a postura em repouso, a movimentação espontânea (caso o pa-
de resposta motora e reflexa. Caso o paciente esteja em ventilação mecânica, há ciente esteja apenas rebaixado, mas não em coma) e a movimentação em resposta a
batimentos cardíacos. estímulos nociceptivos.

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Carolina Pretti – TXIV A
Na movimentação em resposta a estímulos nociceptivos, realiza-se pressão no leito amplitude - apnéia. Comum em lesões diencefálica, telencefálicas e em pacientes com
ungueal dos quatro membros, observando a simetria de retirada. insuficiência cardíaca, devido ao retardo na chegada de CO2 no centro respiratório
Quando o paciente apresenta decorticação (mão em direção ao coração) há indício bulbar
de lesão diencefálica. Quando o paciente apresenta descerebração (mãos estendidas) A hiperventilação neurogênica central é caracterizada por contínuas incursões res-
há indício de lesão mesencefálica piratórias rápidas e de alta amplitude. Comum em lesões mesencefálica baixar e pon-
Os reflexos ósteotendíneos independem no sistema nervoso central, sendo bem tinas altas
fidedignos. A respiração apnêustica é caracterizada por um ciclo de inspiração - pausa inspi-
5. PADRÃO RESPIRATÓRIO ratória - expiração - apnéia - inspiração. Comum em lesões pontinas baixas
O centro respiratório encontra-se no bulbo, porém lesões em outros locais do cé- A respiração atáxica ou ritmo de biot é caracterizada por ser irregular, intercalando
rebro podem levar a lesões respiratórias. momentos de apnéia, incursões respiratórias lentas e de baixa amplitude e incursões
Deve ser realizada observação passiva. respiratórias rápidas e de alta amplitude. Comum em lesões bulbares e transição bulbo-
Os padrões diferentes que podem ter poder localizatório. medular, também é considerada como uma respiração pré-morte
O ritmo de Cheyne-Stokes é caracterizado por um ciclo de apnéia - incursões res-
piratórias lentas e de baixa amplitude - incursões respiratórias rápidas e de alta
Propedêutica de membros e coluna
Em membros e colunas abrange ossos, articulações, músculos, tendões, ligamentos ISDA: coriza clara há 5 dias
e estruturas nervosas Antecedentes Pessoais Fisiológicos: nascido de parto normal, a termo, boa vitalidade,
As queixas mais comuns são dor, deformidades (tumefações e aspecto torto) e peso: 3kg e estatura: 49cm. Refere alteração no “Exame do Pézinho” ao nascimento.
incapacidade funcional. Ao exame físico, deve-se realizar a inspeção e palpação. Foi convocada para refazer o exame, no entanto, não atendeu a solicitação
As alterações dos membros e colunas, podem estar relacionadas com outras alte- Antecedentes Pessoais Patológicos: refere 3 internações anteriores devido quadro
rações e vice e versa. de anemia necessitando de transfusões sanguíneas.
→ Deformidade do palato e na postura de crianças decorrentes de respiração bucal. Constituição familiar: Pai - 40 anos de idade, ferramenteiro, saudável, fumante.
→ Lesão lítica da coluna vertebral devido metástase de tumor de próstata. Mãe: 38 anos de idade, Do Lar, saudável, nega hábitos e vícios
→ Lesão metastática pulmonar de osteossarcoma 1 irmão (6 anos de idade) com anemia e artralgia
→ Doenças renais e hepáticas alterando o estoque de vitamina D com consequente Contato com doentes: refere contato na escola com colegas gripados.
osteoporose. Exame físico: Peso:14Kg Estatura: 95 cm FC: 110bpm FR: 24 irpm PA: 80/50mmHg
1. CASO 1 Temp: 37,7º C
JSS, 30 anos, branco, natural de Salvador - BA e procedente de São Paulo, católico, Palidez +/+4, eupneico, hidratado, acianótico, ictérico +/+4
casado, pedreiro. Fácies: atípica
QPD: dor nas costas há 7 dias. Cabeça e pescoço: coriza hialina
HPMA: refere que há 7 dias após erguer material de construção durante sua ati- Abdome: Plano, RHA+, flácido, fígado palpável à 2 cm RCD, Baço palpável à 1 cm RCE
vidade profissional iniciou subitamente dor em região lombar, tipo fisgada, intensidade Membros: apresenta dor à manipulação e dificuldade de mobilização de articulações
8/10, com irradiação para região de membro inferior esquerdo, fator de melhora de joelhos e cotovelos que se encontraram edemaciados
repouso, fator de piora exercício físico. Como sintoma associado refere parestesia Marcha: claudicação
em membro inferior esquerdo. Procurou pronto-atendimento médico onde foi pres- Diagnóstico sindrômico é de síndrome artrítica e o anatômico é articulações
crito analgésico, sem melhora. Atualmente devido a persistência da dor procurou o Exames de imagem: rx de cotovelos e joelhos sem anormalidades
Hospital Santa Marcelina onde foi internado para investigação diagnóstica. Exames laboratoriais:
ISDA: nega queixas → Hemograma: hemáceas - 3,4 milhões (baixa), hemoglobina - 7g/dl (baixa), he-
Exame físico: Peso: 70Kg Estatura: 170 cm IMC: 20,5kg/m2 FC: 84bpm FR: 20 matócrito - 28% (alto e hemoconcentrado), VCM - 82, HCM - 26, RDW - 17%, reti-
irpm PA: 120/80mmHg Temperatura: 36,7º C culócitos - 7% (alto), plaquetas - 450.000, leucócitos - 15.400 (alto), segmentados -
Corado, eupneico, hidratado, acianótico, anictérico 70% (alto), linfócitos - 25%, monócitos - 5% e presença de drepanócitos
Fácies: expressão de dor → Bilirrubina: indireta - 2,4 (alta), direta - 0,8 e total - 3,2 (alta)
Apresenta contratura da musculatura paravertebral lombar esquerda e diminuição → Eletroforese de Hemoglobina: A1 - 0, A2 - 2%, F - 1% e hemoglobina S - 97%
da sensibilidade tátil e força muscular em MIE (indica anemia falciforme)
Marcha: apresenta claudicação devido a dificuldade de movimentação do MIE → Prova de falcização: positiva
Diagnóstico sindrômico é de síndrome álgica ou compressão radicular nervosa e o → Ferro sérico: 50mg/dl
anatômico é coluna vertebral lombar → Ferritina: 350 (alta)
Exames de imagem: rx de coluna lombar e ressonância magnética nuclear apresen- Deve ser observado que a anemia falciforme possui mais prevalência em negros e
tavam compressão do disco intervertebral e da medula espinhal é caracterizada por dor em pequenas articulações de mãos e pés
Deve ser observado que trabalho pesado e esportes podem acarretar ostealgia e 3. CASO 3
deformidades ósseas. Dores relacionadas aos membros e coluna possuem como de- ACM, 7 anos de idade, branco, natural e procedente de São Paulo, evangélico
sencadeante o trauma, movimento abrupto e erguer peso. A hérnia de disco apre- QPD: inchaço em perna direita há 2 semanas.
senta, geralmente, início súbito desencadeada por esforço físico, irradiação para os HPMA: refere que há 3 dias houve aparecimento de edema em perna esquerda de
membros superiores ou inferiores, dor de grande intensidade e em forma de agulhada, intensidade +/+4, de consistência amolecida, acompanhado de eritema, calor e dor
queimação, peso ou em choque elétrico, piora com movimentos e com o ato de tossir local. Associado ao edema refere febre diária de 38ºC, inapetência e adinamia. A mãe
e espirrar relata que há 2 semanas a criança iniciou dor em terço médio distal da perna esquerda,
2. CASO 2 tipo latejante, sem irradiação, de intensidade 6/10, fator de melhora o repouso e
ACM, 3 anos de idade, pardo, natural e procedente de São Paulo, católico fator de piora o exercício físico, tendo como fator desencadeante trauma ao jogar
QPD: dor em cotovelos e joelhos há 2 dias. futebol, causando claudicação desse membro ao deambular desde então. Procurou
HPMA: refere que há 2 dias iniciou dor em cotovelos e joelhos, de intensidade 4/10, serviço médico no início do quadro onde foi realizado Rx da perna direita que resultou
tipo latejante, sem irradiação, sem fator de melhora ou piora, desencadeada por um normal (sic), sendo prescrito voltarem, sem melhora. Devido intensificação do edema
quadro gripal. Refere como sintoma associado o aparecimento de 3 episódios de febre e da dor local procurou esse serviço
mensurada em 38ºC que cederam com o uso de antitérmico, palidez, diminuição do Exame físico: Peso: 24Kg Estatura:130 cm FC:110bpm FR:26 irpm PA: 90/60mmHg
apetite e edema nas articulações citadas. Refere episódios semelhantes no passado Temp: 38,7º C
necessitando de internações e transfusões sanguíneas. Devido a intensificação da dor Palidez +/+4, eupneico, hidratado, acianótico, anictérico, prostrado
articular procurou o pronto atendimento do Hospital Santa Marcelina. Atualmente man- Fácies: atípico
tem a dor na intensidade 7/10

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Carolina Pretti – TXIV A
Membros: apresenta dor, calor, rubor e edema em 1/3 médio distal da perna es- QPD: está ficando torta há 1 ano
querda. Articulações de joelhos e tornozelos sem limitação de mobilidade. HPMA: mãe refere que há 1 ano, durante o período de férias na praia, observou
Diagnóstico sindrômico é de síndrome inflamatória e o anatômico é membro inferior que a filha tinha uma deformidade no dorso que dificultava a utilização de roupa de
direito praia. Refere como sintomas associados dor em região de dorso, em coluna torácica,
Exame de imagem: observou-se que a tíbia do membro com a queixa apresentava há 6 meses, caracterizada como tipo pontada, intensidade 6/10, sem irradiação, que
reação periostal piora com a deambulação e melhora com o repouso. Nesse período procurou corrigir
Exames laboratoriais: a postura da adolescente, sem sucesso, pois persistia a deformidade e a dor. Nos
→ Hemograma: hemácias - 4,1 milhões (baixa), hemoglobina - 11g/dl (baixa), hema- últimos meses a deformidade vem se acentuando com piora da dor à movimentação
tócrito - 35% (alto), VCM - 82, HCM - 26, RDW - 17%, reticulócitos - 1%, plaquetas comprometendo as suas atividades diárias.
- 350.000, leucócitos - 25.400 (alta), meta - 2%, bastões -12%, segmentados - Constituição familiar:
68% (alto), linfócitos - 15% e monócitos - 3% Pai: 50 anos de idade, contador, tem deformidade na coluna, sem vícios
→ Hemocultura: Staphilococcus aureus Mãe: 39 anos de idade, professora, saudável, nega hábitos e vícios
→ VHS: 100 (alta) Irmãos: uma irmã de 10 anos de idade, saudável
→ PCR: 12 (alta) Exame físico: Peso:50kg Estatura:155cm FC:84bpm FR:16 irpm IMC:20,8 kg/m2
Deve ser observado que a osteomielite acomete mais o fêmur, tíbia e o úmeros; Temp: 36,7º
seu agente etiológico mais comum é o Staphylococcus aureus; seu quadro clínico é de Membros e coluna: extremidades sem deformidades com musculatura normotrófica
dor, febre, aumento do volume e da temperatura do membro acometido; no rx simples e normotônica
as alterações aparecem após 2-3 semanas, apresentando aumento de partes moles, Deformidade coronal da coluna torácica com convexidade a direita
reação periostal, sequestro e lesões osteolíticas. A osteomielite e o tumos ósseo aco- Triangulo do Talhe assimétrico
mete um segmento ósseo único. Doenças mieloproliferativa (leucemia) e metástases Assimetria das escapulas e da altura dos ombros (mais elevados à direita)
ósseas acometem múltiplos segmentos ósseos Na inclinação anterior observa-se gibosidade a direita da coluna torácica
4. CASO 4 Diagnóstico sindrômico é de deformidade óssea e o anatômico é coluna vertebral
I.R.A., sexo feminino, 13 anos, branca, natural e procedente de São Paulo, católica,
estudante
Propedêutica geriátrica
Atualmente, houve um aumento da expectativa de vida devido a uma transição de- muscular e força muscular), aumento da infiltração de tecido adiposo e conjuntivo,
mográfica, sendo essa de 75 anos. Assim, houve também o envelhecimento populaci- maior perda de massa muscular nos membros inferiores e as fibras tipo II são
onal. mais afetadas (contração rápida)
Segundo a OMS pacientes com 65 anos são considerados idosos. No Brasil são o Sistema nervoso: diminuição do peso, volume e número de células do córtex ce-
considerados idosos pacientes com 60 anos. De 65 a 74 anos são considerados idosos rebral, acúmulo de lipofucsina, depósito beta-amiloide na parede dos vasos e pla-
jovens, de 75 a 84 anos são considerados idosos velhos e maiores de 85 anos são cas senis em regiões como hipocampo, diminuição de acetilcolina e dopamina, me-
considerados muito idosos. nor duração e frequência do sono REM, lentidão no processamento e recupera-
O processo de envelhecimento é um processo biológico, dinâmico e progressivo, no ção de dados, dificuldade em aprender assuntos novos, resposta motora mais
qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determi- lenta e diminuição da capacidade de realizar tarefas complexas, tremores benig-
nam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando nos os quais são finos, rápidos, desaparecem em repouso e não apresentam
maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por rigidez muscular associada, perda de percepção vibratória nos pés e tornozelos,
levá-lo à morte. diminuição do reflexo faríngeo e abdominal e diminuição simétrica do reflexo aqui-
A senescência engloba alterações fisiológicas/normais, enquanto a senilidade diz leu
respeito a patologias que porventura podem surgir. o Sentidos especiais: presbiacusia (sons agudos), xeroftalmia (diminuição secreção
O envelhecimento bem-sucedido está associado com uma boa dieta, atividade física lacrimal), apresenta pupilas menores, catarata, presbiopia, degeneração macular
e condições psicossociais, favorecendo o envelhecimento saudável e garantindo o equi- senil, diminuição da secreção salivar e paladar, diminuição do olfato devido diminui-
líbrio dos sistemas. O envelhecimento usual ocorre quando há alterações fisiológicas ção dos receptores olfatórios, aumento da sensibilidade para alimentos salgados
de maneira precoce. e amargos devido atrofia das papilas gustativas.
As alterações fisiológicas estão compreendidas na senescência. Os fatores extrín- o Sistema cardiovascular: aumento do colágeno, diminuição das fibras elásticas e
secos estão associados ao surgimento de alterações patológicas e fisiológicas preco- depósito de cálcio, dilatação da aorta proximal e aumento do peso do coração,
ces. diminuição de células do nó sinusal e nó AV, diminuição do enchimento VE, diminuição
Os idosos apresentam diversas alterações fisiológicas, são elas: da resposta de frequência cardíaca, aumento da resistência periférica e aumento
o Gerais: diminuição da massa óssea, diminuição da massa muscular esquelética (1 a da pressão sistólica
2% ao ano), diminuição de altura (1cm por década após 40 anos), diminuição do o Sistema respiratório: enrijecimento e calcificação das cartilagens, menor elastici-
volume de água intracelular (15-20%), aumento da gordura (20-40%), diminuição dade dos bronquíolos, diminuição da elasticidade e complacência pulmonar, dilatação
da albumina (em até 0,9 g/dl), diminuição do metabolismo basal (10 a 20%), dimi- alveolar, aumento do volume residual, diminuição da capacidade vital, diminuição da
nuição da imunidade celular e anticorpos, alterações na regulação da temperatura PaO2 e PaCO2 inalterada
devido a menor resposta vasoconstritora ao frio e menor resposta vasodilata- o Sistema digestório: perda de dentes, reabsorção óssea e deslocamento da man-
dora ao calor díbula, menor elasticidade da mucosa, aumento da vulnerabilidade, glossodinia (quei-
o Pele e fâneros: alteração de colágeno e diminuição de fibras elásticas, diminuição mor da língua), atrofia do tubo digestivo e diminuição da motilidade
da espessura subcutânea (face e membros), aumento da flacidez/atrofia, apa- o Sistema urinário: diminuição da massa renal (perda cortical), diminuição do número
recimento de pregas e rugas, atrofia da gordura que envolve globo ocular (olhos de néfrons, diminuição dos níveis de creatinina (8-10 ml/min por década após 50
encovados), pele das pálpebras enrugadas, ptose senil (enfraquecimento dos mús- anos), incontinência até 80 anos, sendo mais comum em mulheres, diminuição da
culos levantadores da pálpebra), formação de bolsa em pálpebra inferior, ama- inervação do musculo detrusor, alterações cerebrais, diminuição da contratilidade
relecimento das escleras e arco senil, cútis romboidal (aumenta espessura da pele detrusor, diminuição da complacência vesical, aumento do volume residual, au-
da nuca), diminuição de glândulas sudoríparas e sebáceas, onicogrifose (unhas es- mento do risco de incontinência e infecção
pessas e curvas), melanose senil (diminuição de melanócitos), púrpura senil, pelo , o Sistema endócrino: atrofia da tireoide, paratireoide, hipófise e adrenal, resistência
caníce (cabelos brancos) e calvície à insulina, diminuição da tolerância a glicose e redução de 50% de secreção de HG
o Sistema osteoarticular e muscular: diminuição da altura (tronco), discos interver- o Sistema genital feminino: atrofia dos ovários causando esterilidade aos 50 anos
tebrais mais delgados e corpos vertebrais colapsados, flexão dos joelhos e qua- (aproximadamente), mamas flácidas, diminuição do comprimento uretral, resseca-
dris, cifose e aumento diâmetro anteroposterior, diminuição da massa óssea, di- mento, atrofia e perda de elasticidade vaginal causando urgência miccional e dis-
minuição da massa muscular (30 a 40%), sarcopenia (diminuição da massa pareunia e relaxamento de ligamentos uterinos e bexiga.

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Carolina Pretti – TXIV A
o Sistema genital masculino: diminuição dos testículos com posição mais baixa no de 500 metros, sobe escadas e sai de casa sozinho. Aqueles que dispendem mais de
escroto, diminuição das v. seminais e diminuição no tamanho do pênis, aumento do 20 segundos demonstram dificuldades para as tarefas da vida diária, dependendo das
volume prostático, atrofia glândulas, aumento da dependência estímulo tátil para diferentes situações que se apresentam ao indivíduo, as quais exigem bom equilíbrio,
ereção e diminuição da capacidade reprodutiva (não é estéril) velocidade da marcha adequada e capacidade funcional, este apresenta maior risco
Na anamnese o foco não é a doença e sim o doente. Possui como objetivo a melhora para queda
da qualidade de vida e manutenção ou recuperação da independência. É necessário O teste de alcance funcional determina o quanto o idoso é capaz de se deslocar
atendimento multiprofissional, local e tempo adequados e direcionamento a consulta, dentro do limite de estabilidade. É bastante utilizado para identificar o risco de queda.
sem deixar de ouvi-lo. É preciso ter calma, não gritar, olhar para o paciente, não se Uma fita métrica é presa à parede, paralela ao chão, e posicionada na altura do
referir a ele como vô ou vó, falar em tons graves e estar ciente de que não existe acrômio do paciente. O indivíduo, descalço, é posicionado com os pés confortáveis e
demência senil. paralelos entre si, perpendicularmente em relação à parede e próximo ao início da fita
Deve-se iniciar com uma com uma boa identificação, antecedentes pessoais, história métrica. Com punhos em posição neutra, cotovelos estendidos e ombro com flexão de
atual com interrogatório sobre aparelhos, antecedentes familiares e antecedentes 90º, o paciente é instruído a realizar a inclinação para frente sem tocar na fita e,
medicamentosos (Critérios de Beers) em seguida, deve-se verificar o deslocamento sobre ela. O resultado do teste é re-
No exame clínico é necessário avaliar as alterações patológicas, fisiológicas e sociais, presentado pela média, após três tentativas, da diferença entre a medida na posição
bem como a idade cronológica e o prognóstico. Nunca se deve desvalorizar queixas, inicial e a final registrada na régua. Deslocamentos menores que 25,4 cm indicam
uma vez que é comum doenças com apresentação clínica atípica. É necessário respei- fragilidade e risco de quedas
tar a independência e autonomia do idoso O short physical performance battery (SPPB) é um grupo de medidas que combina
No exame físico deve-se estar ciente das alterações fisiológicas, confirmando ou os resultados da velocidade da marcha, suporte da cadeira e testes de equilíbrio. Foi
não os dados da anamnese. Durante o exame, manter a cabeceira elevada. usado como uma ferramenta preditiva para possível incapacidade e pode auxiliar no
Deve-se realizar a ectoscopia, avaliar fácies, marcha senil, hidratação, pele, adelga- monitoramento da função em idosos. As pontuações variam de 0 (pior desempenho)
çamento, perda do turgor, elasticidade, enrugamento, ressecamento, descamação, a 12 (melhor desempenho). O SPPB foi mostrado ter validade mostrando um gradiente
espessamento, prurido (asteatose), lesões, úlceras de pressão de risco de mortalidade, internação em lar de idosos e incapacidade
o Exame da cabeça e pescoço: deve-se analisar a presença de prótese e nódulos. O teste de Tinetti/POMA é dividido em duas partes, uma avalia o equilíbrio e a outra,
o Exame do tórax: realizar a ausculta pulmonar. O murmúrio vesicular pode estar a marcha. A Escala de Tinetti consiste em uma escala de tarefas, sendo que parte
diminuído, mas ruídos adventícios não podem estar presentes delas fazem parte da escala de equilíbrio, e parte da avaliação da marcha que apre-
o Exame cardiovascular: o ictus é difícil de palpar devido a atrofia miocárdica e senta diversas tarefas representativas das atividades de vida diária, as quais são
aumento do volume residual pulmonar. A ausculta cardíaca das bulhas pode apre- avaliadas por meio da observação do examinador. As tarefas que avaliam o equilíbrio
sentar-se hipofonética, sendo a quarta bulha fisiológica devido a diminuição da são equilíbrio sentado, levantando-se da cadeira, equilíbrio de pé imediato, equilíbrio em
complacência do ventrículo esquerdo. Pode haver sopor ejeção (sistólico) no foco pé, equilíbrio com os olhos fechados, equilíbrio ao girar (360º), nadge test (empurrar
aórtico e sopro sistólico regurgitativo no foco mitral. O sopro diastólico é sempre o paciente na região esterno demonstrando a capacidade de resistir ao deslocamento),
patológico. Deve-se avaliar a pressão arterial (sinal de Osler) e a presença de virar o pescoço, equilíbrio em uma perna só, extensão da coluna (inclinar para trás),
hipotensão postural. alcançar um objeto acima (ficar na ponta dos pés), inclinar para frente e sentar. As
→ O sinal de Osler consiste em inflar o manguito até que ultrapasse a pressão tarefas que avaliam a marcha são iniciação da marcha, altura do passo, comprimento
sistólica. Caso a artéria do membro permaneça palpável, considera-se Osler positivo. do passo, simetria do passo, continuidade do passo, desvio da linha média (direção),
A positividade da manobra indica que o vaso é rígido e existe a possibilidade de estar- estabilidade do tronco, sustentação durante a marcha (distância dos tornozelos) e
mos diante de um caso de pseudo-hipertensão. A pressão do paciente deve ser ava- virar durante a marcha.
liada com o paciente em decúbito, sentado e em pé. Para avaliar as atividades básicas e instrumentais, utilizar as escalas de Katz,
→ A hipotensão postural é caracterizada pela diminuição abrupta da pressão arterial Barthel, Lawton e Pfeffer
quando o indivíduo assume a posição de pé ou quando realiza um alongamento. A pres- Para avaliar a cognição, realizar mini exame de estado mental (MEEM) e analisar a
são arterial sistólica apresenta queda de pelo menos 20 mmHg e a pressão arterial fluência verbal. O MEEM de Burcki avalia a orientação temporal e espacial, memória
diastólica apresenta queda de pelo menos 10 mmHg imediata, atenção, evocação e linguagem. Espera-se que a pontuação atingida de
o Exame do abdome: pode haver acúmulo de gordura na parte inferior do abdome acordo com a classificação, seja analfabeto (20), 1-4 anos (25), 5-8 anos (26), 9-11
próximo aos quadris, enfraquecimento da parede muscular, abdome protruso e anos (28) e maiores de 11 anos (29)
mole. Deve-se palpar e ausculta aorta avaliando a presença de bexigoma e realizar Para avaliar o humor, utilizar a escala de depressão geriátrica (GDS)
toque retal, avaliando a presença de fecalomas Para avaliar o estado nutricional, realizar uma miniavaliação nutricional de Guigóz a
o Exame das extremidades: atentar-se a doenças osteoarticulares, insuficiência qual é uma ferramenta de controle e avaliação que pode ser utilizada para identificar
venosa e doença arterial obstrutiva, observando se as alterações são simétricas pacientes idosos com risco de desnutrição. Deve-se atentar-se a diminuição da produ-
o Exame neurológico: avaliar a cognição, rigidez, reflexos e sensibilidades. ção de pepsina e ácido clorídrico, reduzindo absorção vitamina B12, folato, ferro, entre
A avaliação geriátrica ampla (AGA) é uma avaliação multidimensional e interdisciplinar outros.
da capacidade cognitiva e funcional do idoso, utilizando escalas e testes. Avaliando a Para avaliar o peso e a altura, analisar o IMC. Abaixo de 22 indica baixo peso, de 22
cognição, equilíbrio e marcha, humor, avaliação básica de vida (ABVD), avaliação instru- a 27 indica eutrofia e maior que 27 indica obesidade. Analisar a massa muscular a
mental de vida (AIVD), suporte familiar, social, ambiental e nutrição. Instrumentos co- partir da circunferência panturrilha. Analisar a circunferência abdominal para avaliar
mumente não validados em nosso meio o risco de complicações metabólicas e cardiovasculares (em homens acima de 94cm
Para avaliação da marcha e do equilíbrio, realizar o teste timed get up and go test, o risco é elevado e acima de 102cm o risco é muito elevado, já em mulheres acima de
teste de alcance funcional, POMA/Tinetti, SPPB e teste de Romberg 80cm o risco é elevado e acima de 88cm é muito elevado.
No timed get up and go test o idoso senta-se em uma cadeira com braços e recebe Para avaliar as condições sociais e ambientais, deve propiciar autonomia, mas com
ordem de levantar-se e caminhar para frente até uma marca no piso, girar de volta grau de especificidade e cuidado, o que impõe necessidade de planejamento e adapta-
e sentar-se na cadeira. O tempo dispendido é medido com cronômetro. Valores de ção dos espaços a depender da diminuição das capacidades físicas, sensoriais e fun-
temp0 de menos de 10 segundos sugerem indivíduos totalmente livre e independentes. cionais.
Os pacientes que realizam o teste entre 10 e 19 segundos são independentes, pois
têm razoável equilíbrio e velocidade de marcha e a maioria caminha livremente mais

Propedêutica obstétrica
Durante a anamnese deve-se colher a história clínica e examinar o paciente em O Ministério da Saúde caracteriza o perfil de risco de pacientes gravidas. São elas
busca de sinais. mulheres com idade inferior a 17 anos e superior a 35 anos; mulheres que realizam
atividades laborativas como esforço físico, carga horária alta, rotatividade de horário,

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Carolina Pretti – TXIV A
exposição a agentes físicos, químicos e biológicos e estresse; mulheres com altura a coxa. A situação é a relação entre o maior eixo longitudinal do feto com o eixo
inferior a 1,45 m; mulheres com peso inferior a 45 kg e superior a 75 kg e mulheres longitudinal da mãe, podendo ser longitudinal, transversal ou oblíqua. A apresentação é
com dependência de drogas. a região do feto que ocupa a área do estreito superior da pelve e que irá nela se
As doenças clínicas mais preocupantes ao se tratar de uma gestação, são cardio- insinuar, podendo ser cefálica, pélvica ou transversa/córmica. A posição é a relação
patias, pneumopatias, nefropatias, endocrinopatias, hipertensão arterial, epilepsia, do- do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo da mãe.
enças infecciosas e doenças autoimunes. As manobras de Leopold-Zweifel são divididas em quatro. Na primeira manobra
A história reprodutiva anterior é importante para avaliar os possíveis riscos. Ques- palpa-se o fundo do útero, verificando a situação do feto. Na segunda manobra palpa-
tionar se houve morte perinatal, recém-nascido com crescimento retardado, pré- se a lateral do útero, verificando a posição do feto. Na terceira manobra palpa-se o
termo ou má formação, abortamento habitual e cirurgias uterinas anteriores estreito superior da pelve, verificando a apresentação do feto. Na quarta manobra o
Ao suspeitar de uma gravidez, os sintomas presuntivos e subjetivos são náusea, médico posiciona-se posteriormente a paciente, e tenciona a apresentação para cima,
vômito, aumento do volume abdominal e movimentos fetais. Os sinais de probabilidade verificando o grau de penetração do feto na pelve.
que indicam gravidez o sinal de Godel, BHCG e atraso menstrual. Os sinais de certeza O sinal de Godel é o amolecimento do colo do útero. Em pacientes grávidas a consis-
são a ultrassonografia (USG) e BCF. tência do colo do útero se assemelha a mucosa, enquanto de pacientes não grávidas
Nos antecedentes obstétricos é necessário identificar e enumerar em números se assemelha a uma cartilagem
romanos as gestações (G), partos (P), abortos (A) e gestações ectópicas (E) → O sinal de Hegar é o amolecimento do istmo/corpo do útero.
G_P_A_E_. É possível a paciente estar grávida, mas não ter o parto (casos de aborto O sinal de Noblile Budin é o abaulamento do útero gravídico ao toque do fundo de
ou gravidez ectópica) saco
Cálculo da idade gestacional pela data da última menstruação (DUM) O sinal de Osiander é a percepção do pulso arterial vaginal nos fundos de saco
Conta-se os dias a partir da DUM até o dia atual e divide-se por 7 laterais e posterior da vagina
Por exemplo: a data da última menstruação foi dia 10/12/19. Hoje é dia A dilatação do colo do útero é avaliada com os dedos indicador e médio, sendo que
27/02/2020. Tem-se 79 dias entre as duas datas. Ao dividir 79 por 7, tem-se quando estiverem totalmente fechados tem-se 3 cm e totalmente abertos tem-se
11 semanas e 2 dias de gestação. 10 cm.
Na ausculta, é necessário avaliar os batimentos cardíacos fetais com o auxílio de
Cálculo da idade gestacional pela ultrassonografia (USG)
um sonar ou pinard (método mais antigo). Com 5 a 6 semanas gestacionais é possível
Conta-se os dias a partir da data da realização da USG até o dia atual, divide-se por auscultar com o ultrassom. A partir de 12 semanas gestacionais utiliza-se o sonar.
7 e soma-se a idade gestacional apresentada no ultrassom daquele dia A gestação pode durar até 42 semanas. Caso ultrapasse este tempo, é necessário
Por exemplo: a USG foi realizada no dia 10/12/19 e indicava 5 semanas gestacionais. um acompanhamento mais detalhado.
Hoje é dia 27/02/2020. Tem-se 79 dias entre as duas datas. Ao dividir 79 por 7, O parto pode ser normal, cesáreo, por fórceps e a vácuo. O parto por fórceps é
tem-se 11 semanas e 2 dias de gestação. Soma-se 5 semanas e tem-se 16 semanas indicado para período expulsivo prolongado. O parto a vácuo é indicado para período
e 2 dias de gestação expulsivo prolongado, caso houver o vácuo o utiliza primeiro e depois usa-se o fórceps
Cálculo da data provável do parto se necessário.
Data da última menstruação + 7 dias - 3 meses = Data provável do parto
Por exemplo: 14/05/2020 + 7 dias - 3 meses = 21/02/2021.
Na inspeção deve-se avaliar:
o Marcha: é a marcha anserina, caracterizada por alargamento da base e hiper-
lordose lombar. Esta marcha fornece equilíbrio a paciente.
o Face: pode apresentar hiperpigmentação (cloasma gravídico), devido ao hormônio
presente na gravidez possuir ação semelhante aos melanócitos estimuladores de
melanina.
o Mama: é um dos órgãos que mais sofrem modificações ao longo da gravidez, uma
vez que é muito receptiva a hormônios. As mulheres apresentam na aréola glân-
dulas de Morgagni e quando engravidam elas se hipertrofiam, sendo chamadas
de Tubérculo de Montgomery, as quais são responsáveis pela secreção. O sinal
de Hunter é uma hiperpigmentação ao redor da aréola, conhecida como aréola
secundária. O sinal de Haller é o intumescimento de todo o plexo venoso da mama.
o Abdome: apresenta estrias, bem como a linha nigra, hiperpigmentação central e
longitudinal (deve-se orientar a paciente em não se expor ao sol). O sinal de Pis-
kasek é uma sutil assimetria da parede abdominal, sendo que o lado mais proemi-
nente é o local de inserção da placenta no útero.
o Vagina e colo do útero: o sinal de Jacquemier-Chadwick ocorre quando a coloração
rosada se torna violácea ou azulada devido ao maior aporte sanguíneo
o Vulva: o sinal de Kludge ocorre quando a coloração rosada se torna violácea ou
azulada devido ao maior aporte sanguíneo
Na palpação é necessário avaliar a altura uterina, realizar a manobra de palpação
do feto (Manobra de Leopold) e realizar o toque vaginal (verificação da dilatação, sinal
de Godel, sinal de Noblile Budin, sinal de Hegar e sinal de Osiander)
A altura uterina é mensurada a partir da medida entre a margem superior da
sínfise púbica até o fundo do útero. A cada semana gestacional o útero cresce 1 cm
(até, aproximadamente, 35 semanas gestacionais), assim o valor numérico da semana
gestacional corresponde a altura do útero. Quando o útero ultrapassa a margem su-
perior da sínfise púbica estimasse que possua 10 cm e 10 semanas gestacionais.
Quando o útero alcança a cicatriz umbilical estimasse que possua 20 cm e 20 semanas
gestacionais
Antes de realizar a Manobra de Leopold estabelecer os conceitos de atitude, situ-
ação, apresentação e posição do feto. A atitude é a relação das diversas partes do
feto entre si, como a flexão generalizada, a cabeça fletida, o mento no esterno,
braços e antebraços sobre o tórax, coxa fletida sobre a bacia e pernas fletidas sobre

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