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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICA E FÍSICO-QUÍMICA

ROTEIRO EXPERIMENTAL
QUÍMICA ANALÍTICA

Curso: Engenharia Química

Versão elaborada por:

Profa. Dra. Maria Goretti de Vasconcelos Silva


Profa. Dra. Gisele Simone Lopes
Prof. Dr. Ronaldo Ferreira Nascimento

2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

2 MEDIDAS DE SEGURANÇA ..................................................................................... 2

3 TÉCNICAS DE ANÁLISE QUALITATIVA SEMIMICRO ..................................... 4

3.1 Praticando conceitos ...................................................................................................... 7

3.2 Análise Química Qualitativa de Cátions ..................................................................... 9

3.3 Análise Química Qualitativa de Ânions ...................................................................... 15

4 ANÁLISE QUÍMICA QUANTITATIVA CLÁSSICA ............................................. 30

4.1 Uso da Balança Analítica .............................................................................................. 38

4.2 Volumetria Ácido-Base ................................................................................................. 39

4.3 Volumetria de Precipitação .......................................................................................... 43

4.4 Volumetria de Complexação ......................................................................................... 46

4.5 Volumetria de Oxirredução .......................................................................................... 49

4.6 Análise gravimétrica ...................................................................................................... 52

5 Análise Química Quantitativa Instrumental .............................................................. 55

5.1 Potenciometria ................................................................................................................. 55

5.2 Espectrofotometria .......................................................................................................... 58

5.3 Cromatografia ................................................................................................................. 60

6 Reagentes mais utilizados na disciplina de Química Analítica ..................................... 66


1

1 INTRODUÇÃO
Este manual foi elaborado baseando-se na Química Analítica Clássica, mas
contemplando também alguns experimentos instrumentais objetivando sedimentar o conhecimento
teórico obtido em sala de aula, bem como apontar para os mais variados recursos da Química
Analítica para o aluno do Curso de Engenharia Química.

A metodologia é apresentada nas seguintes etapas:


1 - Técnicas Operacionais e Materiais Usados em Química Analítica
2 - Análise Química Qualitativa
3 - Análise Química Quantitativa Clássica
4 - Análise Química Quantitativa Instrumental
5 - Outras Técnicas Complementares

A Análise Química Qualitativa baseia-se no método de determinação de íons presentes


em soluções. Este tipo de análise abrange uma série de testes com métodos diferentes para cada
íon, favorecendo uma sequência de procedimentos simples, lógicos e eficientes para análises de
pequenas amostras com o máximo de sucesso. A análise de amostras com várias espécies de
cátions é realizada por meio de separação de íons, detecção e confirmação dos mesmos presentes
em solução aquosa.
A Análise Química Quantitativa tem como objetivo determinar quantitativamente as
espécies desejadas. Após a identificação da espécie, o método quantitativo adequado é escolhido
baseando-se na natureza da amostra, nos possíveis interferentes e nas quantidades existentes. Faz-
se uso neste roteiro principalmente dos métodos clássicos. Análise volumétrica em todas as suas
variações (neutralização, precipitação, oxirredução e complexação) e análise gravimétrica.
E, no final do manual, são demonstradas algumas técnicas clássicas de análise
instrumental. Tais como a potenciometria e a espectrofotometria.
2

2 MEDIDAS DE SEGURANÇA
 O trabalho com segurança no laboratório

No laboratório de química analítica, a limpeza e a organização são de fundamental


importância. Deve-se manter a bancada sempre limpa, organizada e os dados e resultados relativos
ao experimento devem ser cuidadosamente anotados em um caderno de laboratório. No texto
abaixo estão relacionados itens elementares para sua segurança no laboratório químico. Incorpore-
os em seu procedimento habitual ao enfrentar um dia de trabalho.

1. Usar sempre que possível, os óculos de segurança (custo de cerca de R$15,00) e avental (jaleco,
bata etc.), de preferência de algodão, longo e de mangas longas.
2. Não usar saias, bermudas ou calçados abertos. Pessoas que tenham cabelos longos devem
mantê-los presos enquanto estiverem no laboratório.
3. Não trabalhar sozinho, principalmente fora do horário de expediente.
4. Não fumar, comer ou beber nos laboratórios. Lavar bem as mãos ao deixar o recinto.
5. Ao ser designado para trabalhar em um determinado laboratório, é imprescindível o
conhecimento da localização dos acessórios de segurança.
6. Antes de usar reagentes que não conheça, consultar a bibliografia adequada e informar-se sobre
como manuseá-los e descartá-los.
7. Não retornar reagentes aos frascos originais, mesmo que não tenham sido usados. Evitar
circular com eles pelo laboratório.
8. Não usar nenhum equipamento em que não tenha sido treinado ou autorizado a utilizar.
9. Certificar-se da tensão de utilização da aparelhagem antes de conectá-la à rede elétrica. Quando
não estiverem em uso, os aparelhos devem permanecer desconectados.
10. Ao usar material de vidro, verificar sua condição. Lembre-se que o vidro quente pode ter a
mesma aparência que a do vidro frio. Qualquer material de vidro trincado deve ser rejeitado.
11. Nunca pipetar líquidos com a boca. Neste caso, usar bulbos de borracha ou trompas de vácuo.

LABORATÓRIO NÃO É LUGAR PARA BRINCADEIRAS!


CONCENTRE-SE NO QUE ESTIVER FAZENDO.

● A realização de experimentos
3

1. Nunca adicionar água sobre ácidos. Deve-se sempre adicionar ácidos sobre água.
2. Ao testar o odor de produtos químicos, nunca colocar o produto ou o frasco diretamente sob o
nariz. Puxe os vapores com a mão.
3. Quando estiver manipulando frascos ou tubos de ensaio, nunca dirigir a sua abertura na sua
direção ou na direção de outras pessoas.
4. Ficar atento às operações onde for necessário realizar aquecimento.
5. Ao trabalhar com reações perigosas (perigo de explosão, geração de material tóxico, etc.) ou
cuja periculosidade você desconheça, proceder da seguinte forma:
a. Avisar seus colegas de laboratório;
b. Trabalhar em capela com boa exaustão, retirando todo tipo de material inflamável.
c. Trabalhar com a área limpa.
d. Usar protetor acrílico;
e. Ter um extintor por perto, com o pino destravado.

● Os resíduos

1. Os resíduos de reações devem ser colocados em frascos apropriados para descarte,


devidamente rotulados. Evite misturar os solventes.

2. Os resíduos aquosos ácidos ou básicos devem ser neutralizados antes do descarte, e só então
descartados. Para o descarte de metais pesados, metais alcalinos e de outros resíduos, consulte
antecipadamente a bibliografia adequada.

3. O uso de solução sulfocrômica para limpeza vem sendo proibido na maioria dos laboratórios.
Caso precise utilizá-la, nunca faça o descarte diretamente na pia.

Lembre-se:
O seu primeiro acidente pode ser o último.
Os acidentes não acontecem, são causados.
Na dúvida, consulte os manuais ou a Comissão de Segurança.
Siga as normas de segurança estabelecidas.
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3 TÉCNICAS DE ANÁLISE QUALITATIVA SEMIMICRO


Algumas das técnicas apresentadas são convenientes para trabalhar usando
equipamentos de pequena dimensão, muitas delas são de aplicação geral e, com algumas
adaptações, usadas em outros cursos de química. Leia a descrição dessas técnicas antes e começar
o trabalho de laboratório. Releia-as então quando forem feitas referências nos processos analíticos.

● Amostragem
É essencial que a amostra tirada de uma grande quantidade de material para análise
seja representativa, isto é, deve conter todos os constituintes presentes no material. No caso de
uma solução, é necessário apenas que seja perfeitamente misturada antes de retirar a amostra. Se
ele contém matéria em suspensão, agite vigorosamente e retire a amostra rapidamente antes que os
sólidos tenham tempo de decantar. Materiais sólidos podem não ser homogêneos. Mesmo depois
de terem sido eles cuidadosamente misturados, a separação dos constituintes pode ocorrer depois
que a mistura for guardada caso os mesmos diferirem consideravelmente em densidade. Examine
o material com o auxílio de uma lente para evidenciar falta de homogeneização e nesse caso
misture completamente antes de separar uma amostra.

● Dissolução da amostra
O solvente mais desejado é a água. Teste a solubilidade de uma pequena quantidade
(menos que 20,0 mg) em água. Se a amostra não se dissolve rapidamente à temperatura ambiente
depois de agitação adequada, experimente aquecer por vários minutos em banho maria. Adicione
mais água se as primeiras gotas parecerem dissolver um pouco, mas não toda a mostra. Se
permanece um resíduo insolúvel na água, teste sua solubilidade em ácido nítrico ou clorídrico 6
M. Conceda bastante tempo para que a solução se faça. Alguns sais se hidrolisam extensivamente
em água formando precipitados. Muitas vezes é mais fácil dissolver a amostra no próprio acido do
que dissolver o precipitado formado pela hidrólise. Ácidos concentrados e água régia (3:1 HCl:
HNO3) podem algumas vezes serem usados com vantagem, mas devem ser evitados se possível,
pois o excesso de ácido teria de ser neutralizado ou removido por evaporação. Alguns sais são
notadamente insolúveis em ácidos concentrados.

● Medidas de Quantidade
As quantidades de soluções são medidas em gotas ou em mililitros. Uma gota padrão
corresponde a 0,05 mL. Na maioria das vezes é suficiente supor que os conta-gotas usados
deliberam gotas desse tamanho. Quando se requer uma medida mais precisa de volume, usam-se
pipetas capilares calibradas.
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As quantidades de sólidos são convenientemente medidas com uma balança analítica de


sensibilidade de 10,0 mg (0,01 g ou 0,1 cg) é satisfatória para a maioria do trabalho.

● Adição de Reagentes
Os reagentes devem ser preservados da contaminação. Conta-gotas de frascos de
reagentes devem ser mantidos acima dos tubos ou outros recipientes e não é permitido tocá-los.

● Mistura
Uma das primeiras regras da análise é misturar perfeitamente antes de tirar qualquer
conclusão. Misturar por agitação do tubo, fechando com o dedo ou com uma rolha sua
extremidade, muito provavelmente ocorrerá contaminação da solução. As técnicas seguintes são
indicadas.
1. Se a solução não enche mais da metade do tubo de ensaio pode ser misturada agarrando-se
firmemente o topo do tubo de ensaio entre o polegar e o indicador de uma mão e dando
piparotes no fundo com o indicador da outra mão.
2. Se o tubo de ensaio contém mais de 50 % de sua capacidade de solução, o melhor é
misturar entornando os conteúdos de um tubo para outro ou de um tubo para uma cápsula
de porcelana ou micro-béquer.
3. A mistura pode também ser feita sugando-se uma porção da solução com a pipeta e
expelindo-a no fundo do tubo. Repita pelo menos duas vezes.
4. A agitação pode ser feita com bastão de vidro em movimentos circulares para cima e para
baixo. Esta é a menos eficiente das quatro técnicas. Os bastões de vidro são mais úteis para
teste com papel de pH ou desagregação do precipitado do que para agitações.

● Aquecimento de Soluções
As soluções em cápsulas de porcelana que podem ser aquecidas diretamente sobre a
chama ou chapas de aquecimento. Para soluções em tubos de ensaio, devido à tendência a formar
bolhas, aquecimento deve ser feito em banho-maria.

● Evaporação de Soluções
Para evaporações de vários mililitros de uma solução os recipientes mais indicados são
cápsulas de porcelana. Para poucas gotas, micro-cadinhos são indicados e béquer pequenos para
poucos mL (5 – 10). Estes últimos não devem ser aquecidos diretamente sobre a chama.
Evaporações devem ser conduzidas de modo a que o material não se perca por projeções e,
normalmente, sem que ocorra secura completa.
6

● Centrifugação
Para separações em pequena quantidade a centrifugação é muita mais rápida que a
filtração. Os seguintes pontos devem ser observados no uso da centrífuga.
1. O cabeçote deve ser cuidadosamente equilibrado. Equilibre o tubo contendo a amostra com
outro tubo de igual volume em água, ponha-os em posições opostas no cabeçote.
Centrifugue apenas 1 ou 2 minutos a uma velocidade 2.
2. Tubos de ensaio são satisfatórios para a maioria das centrifugações e são preferencialmente
usados porque as soluções são facilmente misturadas em tubo de fundo maior.
3. Evite para a centrífuga com a mão ou outro dispositivo mecânico. Pois isso, se for feito
abruptamente, pode redispersar o precipitado na solução.

● Separação de Solução Sobrenadante de um Precipitado


A solução clara pode ser simplesmente separada do precipitado entornando-a. Alguns
precipitados aderem às paredes do tubo e não decantam. Não há inconveniente desde que ele
permaneça nas paredes durante a retirada da amostra. Uma separação mais completa é obtida
succionando o sobrenadante com pipeta.

● Lavagem de Precipitado
Mesmo após a remoção do líquido sobrenadante, todos os precipitados conterão ainda
uma pequena quantidade da solução. Para removê-la, faz-se uma lavagem. Normalmente usa-se
água, mas é mais vantajoso se for usada uma solução diluída do reagente usado para a
precipitação. A lavagem é mais eficiente quando o precipitado é lavado com duas porções
pequenas de líquido de lavagem em vez de uma porção de volume maior.

● Transferência de Precipitado
Para tal, adicione água a um precipitado, disperse-o na água com o auxílio de um
bastão de vidro e entorne-o rapidamente para outro tubo e centrifugue novamente desprezando a
água.

● Teste de Acidez
Papéis indicadores são os mais indicados. Há várias tipos, desde o clássico papel de
pH até papéis de larga faixa. Os indicadores podem em geral ser mergulhados diretamente na
solução, mas isso normalmente não é feito porque eles permanecem, com frequência, adsorvidos a
superfície do precipitado mascarando as cores dos mesmos. Para usar o papel indicador, mergulhe
um bastão de vidro na solução, retire-o cuidadosamente e toque com ele o papel.
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3.1 Praticando Conceitos

 Potencial hidrogeniônico (pH)

Adicionar 1 gota das soluções de ácido nitrico 6 mol/L, ácido acético 6 mol/L,
hidróxido de sódio 0,1 mol/L, amônia aquosa 0,1mol/L, cloreto de amônio 6 mol/L e acetato de
sódio 0,1 mol/L, em pedaços de papel de tornassol distintos e anotar os resultados obtido na tabela
abaixo. Pesquisar a força das soluções, anotar e completar a tabela com a fórmula química e as
espécies nas soluções. Comentar sobre o pH encontrado.

Fórmula Cor do Força do Espécies em


Eletrólito pH
química papel eletrólito Solução
Ácido nítrico
Ácido acético
Hidróxido de sódio
Amônia aquosa
Cloreto de amônio
Acetato de sódio

Reações com efeitos externos


Reação 1: Em um tubo de ensaio colocar 5 gotas da solução de cromato de potássio 0,5 mol/L e,
em seguida, 2 gotas da solução de ácido clorídrico 6 mol/L. Observar e explicar o ocorrido,
através de reação. Adicionar então 4 gotas de hidróxido de sódio 6 mol/L. Observar e explicar o
ocorrido, através de reação.

Reação 2: (a) Em um tubo de ensaio colocar 5 gotas da solução de tiocianato de amônio 0,1 mol/L
e, em seguida, 1 gota da solução de cloreto férrico 0,33 mol/L. Observar e explicar o ocorrido,
através de reação. (b) Repetir este procedimento usando uma solução de sulfato ferroso 0,1 mol/L
ao invés do cloreto férrico. Observar e explicar o ocorrido, através de reação.

Reação 3: Em um tubo de ensaio colocar 3 gotas da solução de permanganato de potássio 0,1


mol/L, 1 gota de ácido sulfúrico 6 mol/L e, em seguida, 5 gotas da solução de oxalato de amônio
0,2 mol/L. Agitar e aquecer. Observar e explicar o ocorrido, através de reação.

Reação 4: Em um vidro de relógio colocar ¼ de espátula de carbonato de sódio sólido e, em


seguida, algumas gotas de ácido clorídrico 6 mol/L. Observar e explicar o ocorrido, através de
reação.
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Análise sistemática e ensaios de precipitação


1. Colocar 0,5 mL (10 gotas) da solução amostra, contendo Ag+, Ba2+ e Al3+, em um tubo de
ensaio.
2. Adicionar 3 gotas de ácido clorídrico 6 mol/L. Agitar, centrifugar e separar. Observar o
precipitado 1 obtido. Reservar a solução 1.
3. Adicionar, na solução 1, amônia aquosa 6 mol/L até alcalino. Agitar, aquecer em banho-
maria por 2 minutos, centrifugar e separar. Observar o precipitado 2 obtido. Reservar a
solução 2.
4. Na solução 2, adicionar 5 gotas de ácido sulfúrico 6 mol/L. Agitar, centrifugar e separar.
Observar o precipitado 3 obtido.

Com base nas observações acima, construir um diagrama de blocos, identificando as


espécies em solução, o tipo e a cor dos precipitados. Explicar o ocorrido, em todas as etapas,
através de reações.
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3.2 Análise Química Qualitativa de Cátions


Análise sistemática de cátions

ÍONS DE TODOS OS GRUPOS

Reagente do primeiro grupo HCl diluído

PRECIPITADO SOLUÇÃO

1° Grupo de Cátions
Reagente do H2S em HCl 0,1 - 0,3 mol/L
O Grupo do Ácido Clorídrico 2° grupo
Ag+ ,Hg22+ e Pb2+

PRECIPITADO SOLUÇÃO

2° Grupo de Cátions
O Grupo do Sulfeto de
Hidrogênio Ácido Reagente do H2S na presenca de
Hg22+, Pb2+ ,Bi3+ ,Cu2+ ,Cd2+ 3° grupo NH3 + NH4Cl
As(III), As(V), Sb(III), Sb(V),
Sn(IV) e Sn ++ como sulfetos

PRECIPITADO SOLUÇÃO

3° Grupo de Cátions
O Grupo do sulfeto de
Hidrogênio Básico Reagente do NH3 + NH4Cl + (NH4)2CO3
2+ 2+ 2+
Ni ,Co ,Fe ,Mn ,Zn 2+ 2+ 4° grupo
como sulfetos
Al 3+ e Cr3+como hidróxidos

PRECIPITADO SOLUÇÃO

4° Grupo de Cátions 5° Grupo de Cátions


O Grupo do Carbonato de
Amônio O Grupo Solúvel
Ba+2, Sr2+ e Ca2+ como Na+, K+ , Mg2+ e NH4+
carbonatos
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Análise do 1º grupo de cátions

AMOSTRA
Ag+ , Pb2+
1- HCl 6 mol/L (adicionar gota a gota até a pptação ser completa e
2 gotas em excesso)

2- Agitar, .
Precipitação

AgCl , PbCl 2

1- Lavar com HCl diluído (1 gt de HCl 6 mol/L p/ 10 gts de água)


2- . rejeitar a solução
3- 10 gts de H2O quente
4- , . (4-5 min)
Precipitado 1 Solução 1

AgCl Pb2+, Cl‒


1- 10 gts de H2O quente
Precipitado 2 2- (5 min), .2 vezes
1- 1gota de CH3COOH 6 mol/L-
2- 5 gts de K2CrO4

AgCl livre de Pb PbCrO4


1- 6 gts de NH315 mol/L

Solucão 2
2- Agitar,. Precipitado amarelo

Ag(NH3)2+ , Cl‒ Pb2+


1- HNO3 6 mol/L até a formação
de precipitado branco
AgCl
Precipitado branco LEGENDA
. --aquecimento
centrifugar

Ag+
11

Análise do 2º grupo de cátions

AMOSTRA
Bi , Cu2+ , Sb3+, Sn2+
3+

1- pH 0,5
2- Tioacetamida (S-) 3 gts, , 5 min, .
Precipitado 1 Solução 1
Íons de outros grupos
Bi2S3, CuS , SnS2 , Sb2S3 Desprezar esta solucao

1-Lavar com 20 gts de H2O + 1 gt de NH4Cl 6 mol/L


2-10 gts de KOH 0,5 mol/L
SUBGRUPO DO COBRE 3- , . SUBGRUPO DO ARSÊNIO

Precipitado 2 Bi2S3 , CuS SbS33‒, SbO33‒, SnS32‒ , SnS2OH‒ Solução 4


1-10 gts de HNO3 6 mol/L
2- , . 1- Tioacetamida 2gts
2- HCl 6 mol/L até acidificar
Solução 2 Bi 3+, Cu2+ 3- , .
1-NH3 15 mol/L até tornar alcalino, . SnS2 , Sb2S3 Precipitado 4
Solução 3 Precipitado 3 1- 10 gts de HCl concentrado
Cu(NH3)42+ Bi(OH) 2- , .
2‒ ‒
1 - Adicionar ponta de espátula de SnCl2. SnCl6 , SbCl4 Solução 5
Solução azul 2 - Gotas de NaOH 6 mol/L 1- evaporar até metade do volume
2- colocar 0,5 mL de H2O
Bi0
2+ 3- dividir a solucão em 2 tubos
Cu
Precipitado preto
Tubo A Tubo B
Bi3+ 1- H2C2O4 ¼ de espátula 1- um pedaço de Al
2- Tioacetamida 3gts 2- HCL 6 mol/L 10gts
3- 3- até consumir todo Al
4- . desprezar pptado
Sb2S3
* Estanito de sódio Sn2+
SnCl2 + NaOH 6 mol/L → NaSn(OH)3 Precipitado laranja
1 - Colocar 5 gts HgCl2

Sb3+
Hg, HgCl2

Precipitado cinza

Sn2+

LEGENDA
- Centrifugar
- Aquecimento
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Análise do 3º grupo de cátions


AMOSTRA
Fe2+, Cr3+, Al3+, Ni2+
1- 6 gts NH4Cl 6 mol/L
2- NH3 15 mol/L até ficar alcalino
3- 4gts TA
Precipitado 1 4- 5 min . Solução 1

FeS , NiS , Al(OH)3 , Cr(OH)3 Íons de outros grupos


Desprezar a solucão
1- Lavar com 10gts H2O quente + 1gt NH4NO3 0,2 mol/L
2- 10 gts HNO3 16 mol/L, até dissolver o precipitado* .
2+ 3+ 3+ 2+
Fe , Cr , Al , Ni
1- 1/3 espátula de cristais de KClO3 , 5 min , .
Fe2+, Al3+, Ni2+, Cr2O72‒
1- NaOH 6 mol/L até ficar alcalino + 5gts em excesso
2- , .
Precipitado 2 Solução 2

Al(OH)4 , CrO42‒ Dividir em duas soluções
Fe(OH)3 , Ni(OH)2
1- Lavar com 10 gts H2O + 2gts NaOH 6 mol/L
2- . ( desprezar solução ) Solução A (Al ) Solução B (Cr )
3- 5 gts HCL 12 mol/L, 1- HCl 6 mol/L até ficar ácido 1- CH3COOH 6 mol/L até
4- 10 gts de H2O e dividir em dois tubos 2- 5 gts NH4Cl 6 mol/L acidificar
3- NH3 15 mol/L até ficar básico 2- Pb(C2H3O2) 0,2 mol/L
Solução A (Fe)
2+ 2+ 2+
Solução B (Ni)
2+
.
4- , desprezar a solução 3- .
Fe , Ni Fe , Ni PbCrO4
Al(OH)3
1- cristais de NH4SCN 1- NH3 15 mol/L até ficar
Solução A1(Fe) 2- .
alcalino
e rejeitar o precipitado 1- HCl 6 mol/L até dissolver
Fe(SCN) 2+ Solução B1(Ni) 3
Al Solução 3
Solução Ni(NH3)64+ + Cr6+
vermelho sangue 1- 5 gts de dimetilglioxima (DMG) 1- 2 gts de aluminon ou
Ni(DMG)2 2- 5 gts de NH4CH3COO
Cr3+
Fe2+
3- 5 gts de NH3 6 mol/L
Ni2+
Al(C22H13O9)3
precipitado rosa

* Transferir a solução para um cadinho, levar para


evaporar até quase secura.
Al3+
* Adicionar mais 10 gotas de HNO3 16 mol/L.

LEGENDA
- Aquecimento
- Centrifugar
- Aquecimento
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Análise do 4º e 5º grupo de cátions

Amostra
NH4+ 2+ 2+ + 2+ +
Ca , Ba , Na , Mg , NH4
1-1gt NH4Cl 6 mol/L
2- NH3 15 mol/L até ficar alcalino
3- 10 gts de (NH4)2CO3
Precipitado 1 4- 2 min
Solução 1
CaCO3 , BaCO3 Na , Mg2+
+
Dividir em dois tubos
,
1- CH3 COOH 6 mol/L até dissolver Tubo A Tubo B
2- . se necessário 1 - NH3 15 mol/L até ficar alcalino 1- 6 gts de acetato de Mg e uranila
2 – 3 gts de NH4Cl 6 mol/L
2- Friccionar com bastão
Ca2+ , Ba2+ 3 – 5 gts Na2HPO4 0,5 mol/L
4- Agitar , friccionar as paredes 3- Repouso 5 min
1- 5 gts CH3COONH4 do tubo
2- 10 gts H2O 5- Repouso de 5 min
3- 6 gts K2CrO4 6- . (desprezar a solução) NaMg(UO2)3(C2H3O2)9.3H2O
Precipitado 2 Solução 2 Precipitado amarelo
MgNH4PO4.6H2O
BaCrO4 Ca2+ , CrO42‒ esverdeado
1- Lavar com H2O, . 1- NaOH 6 mol/L até ficar alcalino Na+
2- HCl 6 mol/L até dissolver o 2 - Na2CO3 6 gts *(preparado na hora) 1- HCl 6 mol/L até dissolver
precipitado 3- , .despreza a solução
Mg2+ Solução 5
3- 10 gts de H2O 4- Lavar o precipitado 2 x com H2O
Ba2+ Solução 3 (desprezar liq. lavagem) 1- 2 gts de reagente S&O (p-nitrobenzenoazoresorcinol)

1- 8 gts de (NH4)2SO4
1 mol/L
3- .
2- NaOH até ficar alcalino

CaCO3 Precipitado 3 Mg(OH)2


BaSO4 1- HNO3 até dissolver precipitado
Laca azul
Precipitado branco Ca2+ Solução 4
1 - NH3 15 mol/L até ficar alcalino Mg2+ *Obs: Preparo na hora o (Na2CO3 6 gts)
2+ 2 - (NH4)2C2O4 0,2 mol/L
Ba 1/4 de espátula NaCO3 + 10 gts de H2O
CaC2O4
Precipitado branco
1- Umedecer a parte côncava de um Ca2+
vidro de relógio com H2O e
aderir um pedaço de papel de pH
nele.

2- Colocar outro papel de pH em


um cadinho. Adicionar sobre o LEGENDA
papel 15 gts da amostra e, em - Centrifugar
seguida, NaOH 6 mol/L na
solução até o papel de pH torna-
se azul.

3- Cobrir imediatamente o cadinho


com o vidro de relógio, com o
papel de pH voltado para dentro
do cadinho.

4- Verificar a cor do papel de pH,


após alguns segundos. Se o papel
ficar azul, constata-se a presença
do íon amônio.
NH4+
14

3.3 Análise Química Qualitativa de Ânions


ESTUDO DE ÂNIONS

I INTRODUÇÃO

Inúmeros métodos têm sido propostos para a determinação analítica de ânions mais
comuns, entretanto, na prática, não existem determinadas misturas de ânions devido as suas
incompatibilidades, como, por exemplo, a coexistência em uma amostra de ânions com
características oxidantes e redutoras. Assim sendo, uma sequência lógica para separá-los e
identificá-los.
Uma classificação foi proposta por alguns autores, baseada em algumas características
semelhantes em relação a determinados reagentes. Tais como: solubilidade, desprendimento de
gases e reações de precipitação ou oxi-redução em solução.

1. De acordo com as solubilidades

GRUPO I – Grupo do Sulfato


Pertencem a esse grupo os ânions que precipitam com cloretos de bário ou cálcio, em meio neutro
ou amoniacal.
Sulfatos – SO4-2 Arsenitos – AsO3-3
Carbonatos – CO3-2 Arseniatos – AsO4-3
Sulfitos – SO3-2 Boratos – BO3-3, BO2-, B4O7-2
Tiossulfatos – S2O3-2 Fluoretos – F-
Silicatos – SiO3-2 Oxalatos – C2O4-2
Cromatos – CrO4-2 Tartaratos – C2H4O6-2
Fosfatos – PO4-3

GRUPO II – Grupo do Cloreto


Ânions que precipitam com nitrato de prata em solução nítrica.
Cloretos – Cl- Cianetos – CN-
Brometos – Br- Tiocianatos – SCN-
Iodetos – I- Ferrocianetos – Fe(CN)6-4
Sulfetos – S-2 Ferricianetos – Fe(CN)6-3

GRUPO III – Grupo Solúvel


Ânions que não precipitam com cloreto de bário, cálcio ou nitrato de prata.
Nitratos – NO3- Cloratos – ClO3-
Nitritos – NO2- Acetatos – CH3COO-
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2. De acordo com o desprendimento de gases

CLASSE A1
Ânions que desprendem gases com ácido clorídrico ou sulfúrico diluídos.
Carbonatos – CO3-2 Sulfitos – SO3-2 Hipocloritos – ClO-
Bicarbonatos – HCO3- Tiossulfatos – S2O3-2 Cianetos – CN-
Nitritos – NO2- Sulfetos – S-2 Cianatos – CNO-

CLASSE A2
Ânions que despendem gases ou vapores ácidos com ácido sulfúrico concentrado.
Fluoretos – F- Nitratos – NO3- Bicarbonatos – HCO3-
Cloretos – Cl- Cloratos – ClO3- Percloratos – ClO4-
Brometos – Br- Bromatos – BrO3 -
Ferrocianetos – Fe(CN)6-4
Iodetos – I- Iodatos – IO3- Ferricianetos – Fe(CN)6-3
Tiocianatos – SCN- Acetatos – CH3COO -
Tartaratos – C2H4O6-2
Citratos – C6H5O7-2 Boratos – BO3-3, BO2-, B4O7-2

3. De acordo com a identificação através de reações em solução

CLASSE B1
Ânions que precipitam com cloreto de bário, cálcio ou nitrato de prata.
Sulfatos – SO42- Hipofosfitos – H2PO3- Silicatos – SiO32-
Persulfatos – S2O82- Arseniatos – AsO43- Fluorsilicatos – SiF62-
Fosfatos – PO43- Salicilatos – C7H6O3- Succinatos – C4H4O42-
Fosfitos – HPO32- Benzoatos – C7H5O2-

CLASSE B2
Ânions que participam de reações de oxiredução.
Cromatos – CrO42- Permanganatos – MnO4-
Dicromatos – Cr2O72- Manganatos – MnO42-

Observa-se que essa classificação não é muito rígida, pois se encontram alguns anions
pertencentes há diferentes classes e/ou grupos, dependendo das condições da reação (ex. SO4-2 –
Grupo I e Classe B1).
Na prática, a amostra é analisada através de setes testes prévios, chamados de TESTES DE
ELIMINAÇÃO (TE), com o objetivo de se eliminar alguns ânions, baseando-se na cor,
solubilidade, pH da solução, desprendimento de gases e reações específicas, para somente depois
confirmar a presença dos prováveis ânions presentes, através dos TESTES INDIVIDUAIS DE
IDENTIFICAÇÃO (TI).
A presença de metais deve ser testada com o ENSAIO, descrito abaixo, porque eles
interferem, formando precipitados ou dando reações coloridas, nos testes de eliminação; caso o
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ensaio dê positivo, proceder então a eliminação do metal, como descrito na TRANSPOSIÇÃO e,


com a solução resultante, proceder então a análise dos ânions através dos TE‟s e TI‟s.

ENSAIO – Teste para verificar a presença de metais interferentes.

Princípio do método – os metais são precipitados como hidróxidos ou carbonatos, através da


adição de carbonato de sódio, segundo as reações:

M = metal interferente e A = ânion


CO32- + MA → MCO3 (s) + A2-
CO32- + 2 H2O → H2CO3 + OH- M(OH)2 (s) + A2-

Procedimento – Tomar aproximadamente 0,5 mL (10 gotas) da solução amostra e adicionar 3


gotas da solução de carbonato de sódio 6 mol/L ou preparar na hora o reagente, pela dissolução de
um pouco de Na2CO3 em água. Aquecer brevemente. Se a solução amostra estiver ácida, colocar
carbonato até que a solução fique alcalina. A ocorrência de um precipitado, que pode ser
carbonato ou hidróxido do metal, confirma a presença de cátion interferente e o mesmo deve ser
eliminado através do procedimento de TRANSPOSIÇAO (ver abaixo). Caso não ocorra formação
de precipitado, o cátion presente deve ser o sódio, potássio ou íon amônio.

TRANSPOSIÇÃO – Eliminação dos metais presentes na amostra.

Procedimento – Se a amostra for sólida, colocar aproximadamente 0,1 g da amostra em um


cadinho de porcelana e 10 mL de água ou do reagente usado para a solubilização da amostra.
Adicionar cinco vezes mais (0,5 g) de carbonato de sódio. Atentar que a solução deve estar básica.
Agitar com bastão. Se a amostra for líquida, colocar aproximadamente 10 mL da solução amostra
em cadinho, adicionar 1 espátula de carbonato de sódio, agitar com bastão. Se a solução amostra
estiver ácida, colocar carbonato até que a solução fique alcalina. Em ambos os casos, aquecer até
ebulição e deixar por aproximadamente 10 minutos. Repor o volume perdido pela adição de água.
Transferir para tubos de ensaio, centrifugar, desprezar o precipitado e usar sobrenadante para os
testes TE e TI.
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II. TESTES DE ELIMINAÇÃO (TE)

TE – 1 – TESTE PARA ÂNIONS FORTEMENTE BÁSICOS OU ÁCIDOS

O teste baseia-se na hidrólise dos ânions provenientes de ácidos fracos, formação de ácidos livres
ou íons dissociados, através das seguintes reações:

Xa- + a H2O HaX + a OH- , onde X- representa o ânion pesquisado


H2SO4 H+ + HSO4-

Somente um pH alto é significativo (pH ≥ 10 – papel de tornassol verde ou azul) pois, em


soluções fracamente alcalinas estes ânions podem estar presentes em concentrações muito baixas
ou na forma HS- ou HCO3-. Metais pesados interferem neste teste.

Procedimento – Com o auxílio do bastão de vidro, medir o pH da solução amostra. A solução


amostra não deve conter metais interferentes e ter sido solubilizada SOMENTE com água.

Ânion Resultado positivo


HSO4- ou ácidos livres pH < 2
2- 3- 2-
SO3 , PO4 , CO3 pH ≥ 10
OBS: Este teste pode ser aplicado para os íons
arsenitos (AsO33-), arseniatos (AsO43-), sulfetos
(S-2) e boratos (B(OH)4-).

TE – 2 – TESTE PARA ÁCIDOS VOLÁTEIS E INSTÁVEIS

Este utiliza reações de transferência de prótons e oxirredução para conversa do ânion em algum
gás, com exceção do íon CrO4- que, em meio ácido fica na forma de Cr2O72-.

Procedimento – Colocar 1 mL da solução amostra em tubo de ensaio e adicionar 1 gota de H2SO4


6 mol/L, observando atentamente, com o tubo ao nível dos olhos. Misture, sempre observando.
Cheirar levemente o gás desprendido impelindo com a mão o ar, na direção do seu nariz. Aquecer
em banho-maria e ficar observando a ocorrência de qualquer reação.
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Ânion Resultado positivo


Cl- HCl Gás incolor com cheiro picante.
2 I- + 2 H+ I2 (g) + H2 Solução marrom com gás violeta.
-
Br Br2 Gás marrom.
SO32- + 2 H+ SO2 (g) + H2O Gás incolor com odor forte.
- + -2
2 NO2 + 2 H + SO4 2 NOg + SO3 + ½ O2 + Gás marrom com odor forte e picante.
2 H2O NO2 (g)
NO3- NO2 (g) Gás marrom com odor forte.
CO3 + 2 H + SO42-
2- +
CO2g + SO42- + Bolhas na solução, gás incolor e
H2O inodoro.
CrO42- Cr2O72- Solução amarela passando para cor
laranja.
OBS: Este teste também pode ser aplicado para os íons sulfetos (S2-), fluoretos (F-) e acetatos
(CH3COO-)

TE – 3 – TESTE PARA SUBSTÂNCIAS FORTEMENTE REDUTORAS

O teste baseia-se no descoramento do íon permanganato em meio ácido, por um íon redutor,
através da seguinte reação:

MnO4- (violeta) + 8 H+ + 5 e- (fornecido pelo redutor) Mn2+ (incolor) + 4 H2O


Exemplo: 10 I- + 2 MnO4- + 16 H+ 5 I2 + 2 Mn2+ + 8 H2O

Procedimento – Acidificar 0,5 mL da solução amostra com H2SO4 6 mol/L e adicionar, 1 gota da
solução de KMnO4 0,02 mol/L. Agitar, observar se o permanganato descora. Se não descorar após
a adição da primeira gota, aquecer por 1 minuto e observar novamente. Repetir o procedimento
pela adição de mais 1 gota de permanganato, sempre observando se o permanganato descora, após
a adição da gota.

Ânion Resultado positivo


Cl- Descoramento do permanganato
I- Descoramento do permanganato
Br- Descoramento do permanganato
2-
SO3 Descoramento do permanganato
NO2- Descoramento do permanganato
2-
C2O4 Descoramento do permanganato, mais rápido a quente.
OBS: Outros ânions tais como S2O32-, S2-, CN-, AsO33-, [Fe(CN)6]4-, HCO2- e
C4H4O62- também dão reação positiva para este teste.

TE – 4 – TESTE PARA SUBSTÂNCIAS FORTEMENTE OXIDANTES

O teste baseia-se na reação entre o íon iodeto, em meio levemente ácido, por um íon oxidante,
produzindo iodo, o qual reage com o amido do meio, formando uma cor azul. Se a solução de
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amido não for nova, extrai-se o iodo formado para a camada orgânica, produzindo assim uma cor
violeta na mesma.
2 I- + íon oxidante I2 (g) + 2 e-
Exemplo: 6 I- + 2 NO3- + 8 H+ 3 I2 (g) + 2 NO(g) + 4 H2O

Procedimento – Acidificar levemente 0,5 mL da amostra com H2SO4 6 mol/L e adicionar 3 gotas
da solução de amido 1 % e 3 gotas da solução de KI 0,1 mol/L. se uma cor azul aparecer em 10
segundos, a presença de substâncias oxidantes está confirmada. Continuar o teste adicionando 5
gotas de tetracloreto de carbono. Agitar o tubo. Uma coloração violeta na fase orgânica indica
teste positivo.

Ânion Resultado positivo


-
NO3 Solução azul ou camada orgânica violeta
CrO42- Solução azul ou camada orgânica violeta
OBS: (1) Outros ânions tais como OCl , MnO4-, AsO43-, [Fe(CN)6]3-, ClO3-, BrO3- e IO3-
-

também dão reação positiva para este teste.


(2) Em concentrações de oxidantes muito elevadas a coloração azul desaparece em
função da oxidação do iodo a iodato, segundo a reação:

3 I2 + 3 H2O IO3- + 5 I- + 6 H+

TE – 5 – TESTE PARA ÂNIONS QUE FORMAM SAIS DE PRATA POUCO SOLÚVEIS

Os halogênios bem como o íon tiocianato (SCN-) formam precipitados pouco solúveis com o íon
prata em água e em ácido nítrico diluído, segundo as reações:

Ag+ + X- AgXs, onde X- representa o ânion pesquisado.

Procedimento – num tubo de ensaio contendo 0,5 mL da solução amostra, adicionar 1 gota de
AgNO3 0,1 mol/L. Se houver formação de precipitado, adicionar mais 5 gotas. Observe a cor do
precipitado. Adicionar HNO3 6 mol/L até a solução se tornar ácida e mais 5 gotas de excesso. Se o
precipitado se dissolver, o teste é negativo, ou seja, os ânions em questão estão ausentes. Se
houver formação de muito precipitado e o volume de precipitado diminuir com a adição de HNO 3,
adicionar mais ácido e observar se o precipitado se dissolve.

Ânion Resultado positivo


SCN- e Cl- Precipitado branco
-
Br Precipitado amarelo pálido
-
I Precipitado amarelo pálido
OBS: O íon sulfeto (S2-) também produz em precipitado, preto, insolúvel em
ácido nítrico.
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TE – 6 – TESTE PARA ÂNIONS QUE FORMAM SAIS DE CÁLCIO POUCO SOLÚVEIS

Os íons oxalato (C2O42-) e metafosfato (HPO4-) precipitam com os íons de cálcio em meio básico,
segundo as reações:
Ca2+ + C2O42- CaC2O4 (s)
Ca2+ + HPO4- CaHPO42-

Procedimento – Colocar 0,5 mL da solução amostra em tubo de ensaio e adicionar 3 gotas de


Ca(NO3)2 0,2 mol/L. Adicionar NH3 6 mol/L até a solução se tornar alcalina. Verificar se houve
formação de precipitado.

Ânion Resultado positivo


2- 2-
C2O4 e HPO4 Precipitado branco
OBS: O íon fluoreto (F-) precipita com o
cálcio, em meio acido.

TE – 7– TESTE PARA ÂNIONS QUE FORMAM SAIS DE BÁRIO POUCO SOLÚVEIS

Os íons cromatos (CrO42-), sulfitos (SO32-) e sulfatos (SO42-) precipitam com os íons bário. Os
sulfatos e sulfitos de bário são pouco solúveis em HCl diluído, enquanto que o cromato de bário é
solúvel em ácidos minerais diluídos.

Ba2+ + SO32- BaSO3(s)


Ba2+ + SO42- BaSO4(s)
Ba2+ + CrO42- BaCrO4(s)
2 BaCrO4 (s) + 2 H+ 2 Ba + Cr2O72- + H2O
2+

Procedimento – Colocar 0,5 mL da solução amostra em tubo de ensaio e adicionar 3 gotas de


BaCl2 0,1 mol/L. Se houver formação de precipitado, centrifugar e rejeitar o sobrenadante.
Observar a cor do precipitado. Adicionar 6 gotas de HCl 6 mol/L ao precipitado e observar.

Ânion Resultado positivo


SO32- e SO42- Precipitado branco insolúvel em HCl
CrO42- Precipitado amarelo em HCl.

III. TABELA DE ELIMINAÇÃO

NOMENCLATURA DE PREENCHIMENTO DA TABELA:

P – Ânion presente no teste (somente se coloca P quando der positivo para um único ânion)
A – Ânion(s) ausente(s) no teste (o teste deu resultado negativo para um ou mais ânions); Nenhum
teste posterior é necessário, se no sumário sua ausência for confirmada.
? – O teste deu positivo para um determinado grupo de ânions. A presença do ânion precisa ser
confirmada pelos testes de identificação (TI).
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ÍONS NOME TE-1 TE-2 TE-3 TE-4 TE-5 TE-6 TE-7 Sumário Resultado
Cl- Cloreto
Br- Brometo
I- Iodeto
SO32- Sulfito
SO42- Sulfato
NO2- Nitrito
NO3- Nitrato
PO43- Fosfato
CO32- Carbonato
CrO42- Cromato
C2O42- Oxalato
SCN- Tiocianato

IV. TABELA DE IDENTIFICAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON CLORETO (Cl-)


Identificação preliminar
Teste TE – 2, formação de gás incolor com cheiro picante.
Teste TE – 3, descoramento do permanganato.
Teste TE – 5, precipitado branco de AgCl, insolúvel de HNO3.

Princípio do método
Se íons interferentes estiverem ausentes, o cloreto pode ser identificado através de sua
precipitação como cloreto de prata em meio ácido. O qual previne a formação de sais de prata de
ácidos fracos tais como Ag3PO4 ou Ag2CO3 porque mantém a concentração dos ânions fosfato e
carbonato tão baixos quanto possíveis. O cloreto de prata precipitado é pouco solúvel em ácido
nítrico e solúvel em excesso de amônia.

Ag+ + Cl- AgCl(s) (branco)


AgCl(s) + 2 NH3 [Ag(NH3)2]+ + Cl-
[Ag(NH3)2]+ + Cl- + 2 H+ AgCl (s) + 2 NH4+

Interferências
(a) Sulfito, tiocianato, brometo e iodeto formam sais de prata insolúveis em HNO3 diluído.
Tiocianato de prata e brometo de prata são parcialmente solúveis em solução de amônia e não
diferem suficientemente do AgCl para permitir uma distinção.
(b) Brometo e iodeto devem estar ausentes para que o testes seja conclusivo.
(c) Traços de cloreto estão geralmente presentes como impurezas ou são introduzidos
acidentalmente. Isto deve ser diferenciado da grande quantidade presente na amostra.
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Procedimento – Acidificar uma porção de 1 mL da solução amostra com HNO3 6 mol/L e


adicionar algumas gotas de AgNO3. Se um precipitado branco, em forma de coágulos, se formar,
pode ser AgCl. Centrifugar e rejeitar a solução sobrenadante. Adicionar NH3 6 mol/L até alcalino,
5 gotas de excesso e observar. Se o precipitado se dissolver, acidificar novamente a solução com
HNO3 6 mol/L e, se o precipitado branco voltar a se formar, constata-se a presença do cloreto.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON BROMETO (Br-)

Identificação preliminar
Teste TE – 2, formação de gás marrom.
Teste TE – 3, descoramento do permanganato.
Teste TE – 5, precipitado branco ou amarelo pálido de AgBr, insolúvel de HNO3.

Princípio do método
Os íons brometo são oxidados a bromo livre (Br2) por um agente oxidante forte como o
permanganato de potássio em solução de ácido nítrico. O bromo livre é mais solúvel em
tetracloreto de carbono (CCl4) do que em água e apresenta uma cor laranja a marrom-avermelhado
no tetracloreto de carbono.

2 MnO4- + 10 Br- + 16 H+ 5 Br2(g) + 8 H2O

Interferências
(a) Sulfito, tiocianato e brometo são oxidados. Um excesso do reagente deve ser adicionado para
que o brometo seja oxidado.
(b) Iodeto é oxidado pelo permanganato e uma cor violeta aparece na camada orgânica,
obscurecendo a cor laranja produzida pelo brometo.

Procedimento – Acidificar uma porção de 1 mL da solução amostra com HNO3 6 mol/L e


adicionar 4 gotas em excesso. Acrescente 2 gotas de tetracloreto de carbono não mais porque a cor
laranja é mais intensa num pequeno volume e, em seguida adicione, gota a gota, KMnO4 0,02
mol/L, agitando após cada adição, até ser obtida uma camada orgânica laranja e a solução aquosa
permanecer rosa durante pelo menos 1 minuto. A presença de brometo é indicada pela camada
orgânica inferior laranja.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON IODETO (I-)

Identificação preliminar
Teste TE – 2, formação de gás violeta.
Teste TE – 3, descoramento do permanganato.
Teste TE – 5, formação do iodeto de prata, precipitado amarelo e insolúvel em HNO3.
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Princípio do método
Os íons iodetos são agentes redutores ativos, facilmente oxidados a iodo ou ao íon tri-iodeto pelo
ácido nitroso, um reagente que não afeta brometo ou cloreto. Iodo molecular, I2, é mais solúvel em
tetracloreto de carbono, CCl4, do que em água e confere uma cor violeta ao solvente orgânico.

2 HNO2 + 2 I- + 2 H+ 2 NO (g) + I2 (g) + 2 H2O

Interferências
(a) O íon sulfeto, S-2, também é oxidado pelo ácido nitroso e, é necessário um excesso de reagente
se ele estiver presente. Sulfeto pode ser removido pela evaporação com ácido acético. Tiocianato
também reage com o acido nítrico mais é uma interferência mais branda.
(b) Cromatos ou dicromatos em solução ácida oxidam o iodeto. Estes íons devem ser separados
um dos outros, em soluções básicas ou neutras, antes de fazer o teste para o iodeto.

Procedimento – Acidificar algumas gotas de solução amostra com H2SO4 6 mol/L. Acrescentar
alguns cristais de NaNO2 e algumas gotas de clorofórmio. Agitar vigorosamente para extrair o
iodo e indicada pela cor violeta na camada orgânica.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON SULFITO (SO32-)

Identificação preliminar
Teste TE – 1, pH ≥ 10.
Teste TE – 2, evolução de SO2 com forte odor.
Teste TE – 3, descoramento do permanganato.
Teste TE – 7, formação de BaSO4, branco como resultado da oxidação do sulfito por HNO3 no TE
– 6.

Princípio do método
Os íons sulfito, em solução ácida são um ativo agente redutor e são oxidados a sulfato. Eles
reduzem o permanganato, intensamente púrpura, ao íon Mn+2 que é incolor.

SO32- + 2 H+ H2SO4 SO2(g) + H2O


2 MnO4- + 5 SO2 (g) + 2 H2O 5 SO42- + 2 Mn2+ + 4 H+

Interferências
(a) Outros agentes redutores tais como S2- ou NO2- também irão descolorir o permanganato.
Diferentemente do sulfito, eles não formam sais de bário que são insolúveis em meio neutro ou
solução alcalina e podem ser removidos através de lavagem do precipitado de sulfito de bário.
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(b) Agentes oxidantes tais como CrO42-, NO3- e NO2- converterão sulfito a sulfato em meio ácido.
Não ocorrerá o descoramento do permanganato mais um precipitado de sulfato de bário surgirá.
Cromato, diferentemente do nitrato ou nitrito, é solúvel em meio neutro ou alcalino.

Procedimento – Acidificar algumas gotas da solução amostra com HNO3 6 mol/L e acrescentar
10 gotas de água. Acrescente algumas gotas de Ba(NO3)2 0,1 mol/L. Observar se há formação de
um precipitado branco, caso positivo, centrifugar e transferir a solução para outro tubo limpo e
adicionar 1 gota de KMnO4 0,02 mol/L. Agitar, observar se o permanganato descora. Adicionar
mais 1 gota de permanganato, sempre observando se o permanganato descora, após a adição da
gota. Se houver a formação do precipitado branco e o descoramento do permanganato, sulfito está
presente.

OBS. Se a concentração de cloreto for elevada, o permanganato perderá a cor lentamente mais, se
o sulfito estiver ausente, não haverá a formação do precipitado de sulfato de bário.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON SULFATO (SO42-)

Identificação preliminar
Teste TE – 1, se a solução for fortemente ácida, HSO4- pode estar presente.
Teste TE – 7, formação de BaSO4, branco insolúvel em HNO3 6 mol/L. No entanto este
precipitado pode ser proveniente também da oxidação de sulfito a sulfato

(2 SO32- + O2 2 SO42-).

Princípio do método
De todos os ânions que formam sais de bário insolúveis, somente o sulfato é pouco básico e
somente o BaSO4 precipitará em soluções fortemente ácidas. Se um precipitado tiver sido obtido
no TE – 7 e a ausência de sulfito for provada, não se necessita de mais nenhum teste adicional
para sulfato.
Ba2+ + SO42- BaSO4(s) (branco)

Interferências
(a) Sulfato pode ser produzido pela oxidação do sulfito em solução ácida pelo NO3- e CrO42-. A
presença destes agentes oxidantes será indicada pelo TE – 4. Os efeitos dos nitritos e nitratos
podem ser eliminados pela precipitação do BaSO3 em meio neutro ou básico e lavando-se o
precipitado antes de se adicionar o ácido.
(b) Mesmo que a amostra não contenha agentes oxidantes, ema lenta oxidação do sulfito pelo ar
provoca o aparecimento de pequenas quantidades de sulfato.
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Procedimento – Recomenda-se fazer o teste para sulfito. Se houver formação de um precipitado


branco com a adição do Ba(NO3)2 e a solução não descorar com o KMnO4, a presença do sulfato
está confirmada. O teste a seguir também pode ser efetuado: Acidificar algumas gotas de solução
amostra com HCl 6 mol/L e adicionar algumas gotas de BaCl2 0,1 mol/L. A formação de um
precipitado branco, BaSO4, indica a presença de sulfato.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON NITRITO (NO2-)

Identificação preliminar
Teste TE – 2, pela evolução de NO2, vermelho escuro e odor forte.
Teste TE – 3, descoramento do permanganato.

Princípio do método
Em soluções ácidas, nitrito reage com o ácido sulfâmico para dar bolhas de nitrogênio e o íon
sulfato:
NO2- + NH2SO3- N2(g) + H2O + SO42-

O sulfato é detectado como BaSO4 insolúvel: Ba2+ + SO42- BaSO4(s) (branco)

Interferências
(a) Carbonato e sulfato interferem; o carbonato pro formar bolhas de CO2 em soluções ácidas e o
sulfato por precipitar com o bário. Ambos podem ser removidos por precipitação com BaCl2. A
evolução do CO2 pode ser retardada usando-se soluções diluídas pois o N2, por ser menos solúvel,
evolui mais rapidamente do que o CO2.
(b) Sulfito e sulfeto em meio ácido são oxidados por nitrito, portanto, reduzem a sensibilidade do
teste. Isto não é problema quando o ácido sulfâmico é adicionado imediatamente à amostra, pois o
nitrito reage mais rapidamente com ele do que com outros íons.
(c) Ácido sulfâmico em solução hidrolisa-se lentamente originando sulfato. Isto pode ser evitado
usando-se o reagente sólido que é mais estável.

H2O + HNH2SO3 NH4+ + H+ + SO42-

Procedimento – Adicionar alguns cristais de ácido sulfâmico a solução amostra e golpear a base
do tubo de ensaio com o dedo indicador. Observar se há liberação vigorosa de bolhas. Após parar
o desprendimento de bolhas, adicionar algumas gotas de BaCl2 0,1 mol/L e observar se há
formação de um precipitado branco. A obtenção de um precipitado branco e presença de bolhas
índia a presença de nitrito.
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IDENTIFICAÇÃO DO ÍON NITRATO (NO3-)

Identificação preliminar
Teste TE – 2, formação de gás marrom com odor forte.
Teste TE – 3, formação de uma cor azul ou camada orgânica violeta. Se este teste der positivo, e
os íons nitrito e cromato estiverem ausentes, certamente o íon nitrato estará presente.

Princípio do método
Nitrato em meio alcalino é reduzido à amônia por metais ativos. Alumínio ou zinco podem ser
usados mais a ligação de devarda (50 % de Cu, 45 % de Al, 5 % de Zn) dá uma reação mais suave.
3 NO3- + 8 Al + 5 OH- + 18 H2O 8 Al(OH)4- + 3 NH3 (g)
A amônia gasosa pode ser detectada por sua ação em um papel de tornassol umidificado com
água.
3 NH3(g) + H2O NH4+ + OH-

Interferências
(a) Íons nitrito dão a mesma reação e devem ser removidos com ácido sulfâmico.
(b) Tiocianato também é reduzido para amônia e deve ser removido como tiocianato de prata em
meio ácido.
(c) Sais de amônia formam amônia em meio básico. O íon amônio e removido por evaporação
com NaOH antes da adição do agente redutor.

Procedimento – Misturar várias gotas da solução amostra com igual volume de NaOH 6 mol/L.
Transferir esta mistura, com uma pipeta, para um tubo de ensaio seco e, com cuidado, para não
molhar as paredes do tubo com esta mistura. Adicionar um pedaço de papel de alumínio e
empurrar um pedaço de algodão até 1/3 do tubo de ensaio para aparar eventuais salpicos. Colocar
uma tira de papel de tornassol dobrada em V e previamente umedecida com água na boca do tubo,
aquecer ligeiramente em banho-maria para provocar uma reação vigorosa. Retirar do banho e
deixar o tubo em repouso alguns minutos. Se a parte umedecida do papel ficar azul, a presença de
nitrato está confirmada.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON CROMATO (CrO42-)

Identificação preliminar
Teste TE – 2, CrO42-, amarelo passando para Cr2O72-, laranja.
Teste TE – 4, formação de uma cor azul ou camada orgânica violeta.
Testes TE – 7, precipitado amarelo de BaCrO4, solúvel em HCl 6 mol/L.
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Princípio do método
Os íons cromatos (CrO42-) precipitam como PbCrO4, amarelo, em meio fracamente ácido.

CrO42- + Pb2+ PbCrO4(s) (amarelo)

Procedimento – Acidificar levemente a solução amostra com ácido acético 6 mol/L e adicionar
algumas gotas de acetato de chumbo. A formação de um precipitado amarelo indica a presença de
cromato.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON FOSFATO (PO43-)

Identificação preliminar
Teste TE – 1, solução fortemente básica caso o PO43- estiver presente na amostra mais que HPO42-
é menos fortemente básico e H2PO4- é ácido.
Teste TE – 5, haverá uma formação momentânea de nitrato de prata quando a solução é
acidificada. O Ag3PO4 é solúvel em amônia e HNO3.
Teste TE – 6, precipitado branco de CaHPO4 em meio alcalino.

Princípio do método
Quando um excesso de molibdato de amônio é adicionado a uma solução contendo fosfato com
HNO3 numa concentração de 5 a 10 % de volume, precipita o fosfomolibdato de amônio, amarelo.

HPO42- + 3 NH4+ + 12 MoO42- + 23 H+ (NH4)3[P(Mo3O10)4](s) (amarelo) + 12 H2O

Interferências
(a) O íon arsenato da uma reação similar e também retarda a precipitação do fosfato. Arsênio é
removido por precipitação como As2S3 em meio de HCl 6 mol/L.
(b) Altas concentrações de cloreto ou sulfato retardam a precipitação. Cloretos são eliminados por
evaporação com HNO3.
(c) Agentes redutores destroem o molibdato. Eles também são removidos por evaporação com
ácido nítrico.

Procedimento – Adicionar algumas gotas de HNO3 16 mol/L à solução amostra e aquecer em


banho-maria por alguns minutos. Retirar do banho e acrescentar algumas gotas de molibdato de
amônio. Deixar em repouso por 5 minutos. A formação de um precipitado amarelo brilhante
indica a presença de fósforo. Um precipitado branco de MoO3 pode se formar se o fosfato estiver
ausente ou se a solução for muito aquecida (T ≥ 40 °C).
28

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON OXALATO (C2O42-)

Identificação preliminar
Teste TE – 3, descoramento do permanganato.
Teste TE – 6, formação de CaC2O4, branco, solúvel em ácido nítrico.

Princípio do método
O oxalato presente na amostra é precipitado como oxalato de cálcio em meio de ácido acético,
onde é insolúvel:
C2O42- + Ca2+ CaC2O4 (s) (branco esfumaçado)

O oxalato de cálcio é dissolvido pelo ácido sulfúrico:


5 H2C2O4 + MnO4- + 5 H+ 10 CO2 (g) + 2 Mn2+ + 8 H2O

O ácido oxálico formado é oxidado pelo permanganato para dióxido de carbono resultando num
descoramento do permanganato.

Interferências
Outros ânions redutores tais como SO32-, NO22- também descoram o permanganato. Eles podem
ser eliminados pela precipitação do oxalato de cálcio em meio de ácido acético. Os outros ânions
que não formam sais de cálcio insolúveis, em solução, são facilmente eliminados pela lavagem de
precipitado.

Procedimento – Acidificar ligeiramente a solução amostra com ácido acético 6 mol/L e


acrescentar a mesma quantidade de ácido, usando para acidificar, em excesso. Adicionar algumas
gotas de Ca(NO3)2 0,2 mol/L a solução e deixar em repouso por 1 minutos. Centrifugar, lavar o
precipitado duas vezes com água quente e acrescentar ao precipitado, 4 gotas de água e 1 gota de
H2SO4 18 mol/L. Aquecer brevemente e banho-maria para dissolver o precipitado. Adicionar 1
gota de KMnO4 0,02 mol/L, agitar, observar e adicionar mais 1 gota de permanganato ao
precipitado dissolvido. A presença de oxalato é indicada pelo descoramento do permanganato.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON TIOCIANATO (SCN-)

Identificação preliminar
Teste TE – 3, complexo vermelho de FeSCN2+ com FeCl3.
Teste TE – 5, precipitado branco de AgSCN, insolúvel em HNO3.

Princípio do método
Em solução ligeiramente ácida, tiocianato reage com Fe3+ formando uma intensa coloração
vermelha, devido à formação de um complexo não dissociado de tiocianato de ferro (III).
29

Fe3+ + 3 SCN- Fe(SCN)3

Além disso, também se forma uma serie de complexos tais como: [Fe(SCN)]2+, [Fe(SCN)2]+,
[Fe(SCN)4]-, [Fe(SCN)5]2- e [Fe(SCN)6]3-. A composição do produto em solução aquosa depende
principalmente das quantidades relativas de ferro e de tiocianato presentes.

Interferências
(a) Iodeto e oxidado pelo FeCl3 para I3-, vermelho escuro, o qual pode ser confundido com o
[Fe(SCN)2]+.
(b) Fe (III) também oxida o S2-, SO32- e NO2-. É conveniente adicionar um grande excesso de
FeCl3.
(c) Os fluoretos descoram a cor do complexo FeSCN+ devido à formação do complexo FeF63- mais
estável.

Procedimento – Acidificar a solução amostra com HCl 6 mol/L e adicionar algumas gotas da
solução de FeCl3. A formação de uma cor vermelha intensa indica a presença do tiocianato.

IDENTIFICAÇÃO DO ÍON CARBONATO (CO32-)

Identificação preliminar
Teste TE – 1, solução fortemente básica por causa da hidrólise do CO32-.
Teste TE – 2, pela evolução do CO2 provocando bolhas, inodoro e incolor.

Princípio do método
O íon carbonato reage com o ácido clorídrico dando efervescência e surgindo a um gás inodoro e
incolor, que turva a água de cal ou de barita (solução saturada de hidróxido de cálcio ou bário).

CO32- + 2 H+ CO2(g) + H2O


CO2(g) + Ba(OH)2 BaCO3(s) + H2O

Procedimento – Observar a figura ao lado. Colocar no tubo de ensaio no tubo de ensaio A, 1 mL


da solução amostra e no tubo de ensaio B, 1 mL de água de barita. Colocar a mangueira conectada
ao tubo A dentro do tubo B. Adicionar 5 gotas de HCl 6 mol/L no tubo e IMEDIATAMENTE
fechar. Agitar o tubo A e observar o tubo B. o aparecimento de uma turvação na solução do tubo
B indica a presença de carbonato. Caso nada aconteça, aquecer o tubo A e observar novamente o
tubo B.
30

4 ANÁLISE QUÍMICA QUANTITATIVA CLÁSSICA

Nas múltiplas atividades de laboratório, o operador se defronta com a natureza química,


onde desenvolverá suas aptidões e intuição química. A seguir encontram-se algumas operações e
conhecimentos gerais para o êxito do operador na execução dos métodos analíticos.

MATERIAIS USADOS NA CONSTRUÇÃO DE UTENSÍLIOS DE LABORATÓRIO

A realização das análises quantitativas envolve quase sempre transformações físicas e


químicas das amostras. As operações são realizadas com o auxílio de diferentes tipos de aparelhos,
recipientes e utensílios.
Nos trabalhos de análise quantitativa, é sempre necessário precaver-se contra a introdução
de substâncias estranhas, que possam, direta ou indiretamente, atuar como causas de erros. O
material investigado somente deve entrar em contato com materiais que não cedem ou fixem
quantidades significativas de certas substâncias.
Os materiais clássicos mais importantes usados na construção de recipientes e utensílios
são: vidro, sílica fundida, porcelana, platina, plásticos. VER TABELA I.

EQUIPAMENTOS PARA AQUECIMENTO

Variados tipos de aparelhos são usados no laboratório para produção de temperaturas


baixas, médias e altas, bem como para outros usos distintos.

 Banhos de água: Os banhos a vapor são um meio de aquecimento muito usado para evaporação
de líquidos e a digestão de precipitados a uma temperatura próxima de 100 oC. São unidades
construídas de cobre ou aço inoxidável para aquecimento a gás ou elétrico. Os banhos
termostáticos são usados para experimentos que requeiram T constante.

 Lâmpadas de infravermelho: São apropriadas para evaporar líquidos, dessecar precipitados,


incinerar papel de filtro, etc.

 Estufas: São usadas para secar amostras a temperatura relativamente baixas e controladas. As
estufas são bem ventiladas para um aquecimento uniforme. Estufas de construção mais refinada
31

permitem trabalhar com controle automático de temperatura, pré-aquecimento do ar de


circulação ou mesmo operação sob pressão reduzida.

 Chapas de aquecimento: As chapas metálicas com aquecimento elétrico são usadas para efetuar
evaporações ou digestões. Alcançam uma temperatura superficial máxima de 400 ou 500 oC.
Existem chapas para operar associadas à agitadores magnéticos e munidas de termostato.

 Mantas de aquecimento: As mantas de aquecimento garantem uma aplicação de calor


uniformemente distribuído a frascos de fundo redondo. As espirais de aquecimento feitas de Ni-
Cr, completamente envolvidas por tecido de vidro isolante, tornam as mantas apropriadas para o
aquecimento de líquidos inflamáveis. O limite de temperatura de trabalho é de 400 oC.

 Fornos de mufla: São usados para (aquecer/incinerar) amostras a altas temperaturas. Um


controlador de temperatura permite selecionar temperaturas desde 150 oC até a máxima de
operação, a camada do forno é isolada com uma camada de tijolos refratários. Temperaturas
acima de 1200 oC podem ser alcançadas na mufla.
32

Tabela 1 - Propriedades dos materiais usados na construção de recipientes e utensílios de laboratório

TEMPERATURA SENSIBILIDADE AO
OBSERVAÇÕES
MATERIAL MÁXIMA DE CHOQUE TÉRMICO INÉRCIA QUÍMICA
TRABALHO (OC)
Vidro borossilicato 200 faixa 120oC Atacado somente por soluções Marcas tradicionais Pyrex, Kimax
alcalinas a quente
Sílica fundida (ou quartzo fundido) 1050 Excelente Resistente a maioria dos ácidos, Cadinhos de quartzo são usados
halogênios para fusões
Vidro com alto teor de sílica 1000 Excelente Mais resistente a álcalis do que os de Similar ao de quartzo fundido.
borossilicato Marca tradicional: Vycor
Porcelana 1100 (vidrada) Boa Excelente -
1400 (não vidrada)
Platina 1500 - Resistente a maioria dos ácidos, sais Usualmente ligado com Irídio ou
fundidos. Atacada por água régia, rádio aumenta sua dureza. Cadinhos
nitrato fundidos, cianetos, cloretos a T de platina são usados para fusões e
 1000oC. Liga-se com ouro, prata, tratamento com HF
metais
Níquel e Ferro - - Amostras fundidas são contaminadas Cadinhos de Ni e Fe são usados para
com metal fusões de peróxidos
Polietileno 150 - Não atacado por soluções de álcalis ou Plástico flexível
HF. Atacado por muitos solventes
orgânicos
Poliestireno 70 - Não é atacada por HF. Atacado por
muitos solventes orgânicos
Teflon 250 - Inerte a maioria dos materiais Útil para estocagem de soluções de
reagentes por análise de traços de
metal
33

MEIOS FILTRANTES

A filtração é uma operação que serve para separar dois materiais em diferentes estados
de agregação. Os meios filtrantes comumente usados na análise quantitativa são o papel de filtro e
os cadinhos filtrantes de fundo poroso. A filtração através de papel se dá por efeito de gravidade.
Na filtração através de cadinhos de fundo poroso, a operação é efetuada com o auxílio de sucção.

 Papel de filtro: Os papéis de filtro são propositadamente fabricados com vários graus de espessura
e capacidade de retenção. A graduação de um papel de filtro mais indicada para uma dada filtração
depende das características físicas da matéria sólida a reter. Os tipos de papel de filtro são
classificados conforme o fabricante.

TIPOS DE PAPEL DE FILTRO


PRECIPITADO WHATMAN SCHLIECHER and SCHUEL
o o
Muito fino (ex. BaSO4) N 42 N 589 faixa azul ou vermelha
Pequeno ou médio (ex. AgCl) No 40 No 549 faixa branca
o
Gelatinosos ou cristais grandes N 41 No 589 faixa preta
(ex. Fe2O3 x H2O)

 Cadinho de vidro sinterizado: O meio filtrante é construído de um disco de vidro sinterizado


(poroso) fundido ao corpo do cadinho. São muito indicados para o recolhimento de precipitados a
serem dessecados a temperaturas até 150 oC. Não devem ser usados com precipitados gelatinosos.
São levemente higroscópicos. Os fabricantes fornecem os cadinhos filtrantes de vidro com graus de
porosidade grossa, média e fina. São atacados por soluções alcalinas, especialmente quando
quentes. NH4OH não tem ação. Tmáx 500 oC. O aquecimento e o resfriamento devem ser graduais.

 Cadinhos de porcelana filtrantes: São cadinhos com corpo de porcelana vidrada que têm como
filtrante um disco de porcelana porosa. São fornecidos com porosidade grossa, média e fina. Podem
ser aquecidos a altas temperaturas em forno. Aquecimento e resfriamento devem ser graduais. São
atacados por soluções alcalinas e são levemente higroscópicos.

DESSECADORES E DESSECANTES

Os dessecadores são recipientes, geralmente de vidro moldado sob pressão, formados


por duas peças, a tampa e a base, com bordas esmerilhadas perfeitamente ajustáveis, que permitem
manter o conjunto hermeticamente fechado.
34

O dessecador é usado para manter amostras secas enquanto estão esfriando e antes de
serem pesadas e, em alguns casos, para secar uma amostra úmida. Um dessecante, tal como cloreto
de cálcio, é colocado na parte inferior da base para absorver a umidade. O dessecante deve ser
trocado periodicamente. Quando um objeto que foi aquecido, for colocado no dessecador, deve-se
esperar um pouco (60 seg.) antes de fechar com a tampa, caso contrário pode ocorrer um aumento
de pressão no interior do dessecador que pode ser suficiente para romper a vedação entre a tampa e
a base. Após o resfriamento pode ocorrer o efeito oposto, ou seja, o interior do dessecador fica sob
pressão reduzida, o que poderá ocasionar uma perda de amostra.
Alguns dos agentes dessecantes comumente usados são: óxido de alumínio, perclorato
de magnésio, óxido de cálcio, cloreto de cálcio e sílica gel. Todos podem ser regenerados por
aquecimento a 150, 240, 500, 275 e 150 oC, respectivamente.
Os agentes dessecantes podem ser classificados de acordo com sua capacidade de
absorção como:
Capacidade alta, ex: CaCl2 (anidro), MgClO4 (anidro)
Capacidade média, ex: CaSO4, CaO
Capacidade baixa, ex: Sílica gel, Al2O3, P2O5

REAGENTES

Os reagentes são encontrados com diferentes graus de pureza, nem sempre adequados para a
prática da análise.
Padrões primários e secundários de trabalho: são reagentes com alto grau de pureza
definidos pela seção de química analítica da união internacional de química pura e aplicada da
seguinte maneira:

(a) Padrão Primário: substância disponível comercialmente com pureza de 100  0,02 %.
(b) Padrão de Trabalho: substância disponível comercialmente com pureza de 100  0,05 %.
(c) Padrão Secundário: substância de menor pureza que pode ser padronizada contra um padrão
primário ou padrão secundário anteriormente padronizado.

Os fabricantes não fazem distinção entre padrão primário e secundário. Existem reagentes
com graus especiais para propósitos especiais. Por exemplo: grau espectral, grau cromatográfico.
Estes são especificamente purificadas para remover impurezas que podem interferir em uma
aplicação particular.
35

GRAU DE PUREZA DOS REAGENTES


GRAU PUREZA OBSERVAÇÕES
Padrão primário Mais alta pureza Requerido para análises
volumétricas precisas (para
soluções padrões)
Reagentes analisados Alta pureza São comumente usados em
(A.C.S.) química analítica conforme as
especificações mínimas
estabelecidas pelo comitê de
Reagentes Químicos da
Sociedade Norte-Americana de
Química
Comercial Qualidade indeterminada Pode ser usado somente na
preparação de soluções de
limpeza
Quimicamente pura Mais refinado, mais ainda Deve-se evitar seu uso em
de qualidade técnica trabalhos analíticos
Reagentes segundo a Encontram-se padrões com Atendem as especificações da
farmacopéia impurezas mínimas farmacopéia para contaminantes
nocivos à saúde

Manuseio dos reagentes: O rótulo do fabricante garante a qualidade do reagente apenas até o
momento em que é rompido o selo original do recipiente. Várias regras devem ser obedecidas para
evitar contaminação:
- Reconhecer a menor embalagem possível
- Somente deve ser aberto depois que a parte externa, particularmente tampa e gargalo, tenha
sido convenientemente limpa.
- Evitar introduzir a espátula nos recipientes que contenham o reagente (agitar o recipiente
para soltar o reagente e verter (para fora) apenas a quantidade requerida do reagente, recolocar a
tampa imediatamente, não retornar o excesso do reagente para o frasco).
- Não verter o regente diretamente para dentro de um recipiente que contenha uma solução da
qual se desprendam gases, vapores, etc.
- A tampa do reagente deve repousar sobre um vidro de relógio.

ÁGUA
Os trabalhos envolvem o consumo de quantidades consideráveis de água destilada na lavagem
de utensílios, preparação de soluções, extrações, lavagem de precipitados, etc. Em muitos casos, a
água destilada pode ser substituída por água desmineralizada, isto é, água purificada mediante
tratamento com resinas trocadoras de íons. É recomendável conservar a água destilada ou a
desmineralizada em recipientes de polietileno.
36

Água destilada: A purificação da água mediante destilação remove as espécies contaminantes não
voláteis, inorgânicas ou orgânicas; os gases dissolvidos na água original são livrados durante a
destilação junto com o vapor d‟água e, em parte, são eliminados por ventilação. A matéria em
suspensão é retida no pote de destilação. Outra fonte de contaminação são os materiais de
construção dos aparelhos de destilação. Estanho e quartzo são os melhores materiais para
construção dos condensadores e recipientes, mas são de custos elevados e, por isso, pouco usados.
Traços de cobre são encontrados, muito freqüentemente na água destilada, bem como outros metais
cuja presença dependa do material que a água condensada teve contato. Para avaliar a pureza de
uma água destilada, pode-se usar medida de condutância específica.

Água desmineralizada: O processo de desmineralização mais eficiente consiste em percolar a água


original através de uma coluna carregada com uma mistura estequiométrica da forma
hidrogeniônica de uma resina catiônica e da hidroxílica de uma resina aniônica fortemente básica. O
processo não remove não-eletrólitos, elimina todo material presente na água original em forma
ionizada, o que limita o interesse de seu uso em química analítica.

MATERIAIS VOLUMÉTRICOS
Em um laboratório são basicamente dois os tipos de calibração de frascos volumétricos
disponíveis.
 Aqueles calibrados para conter certo volume, o qual se transferido não o será totalmente
(TC = To contain).
 Aqueles calibrados para transferir um determinado volume (TD = to deliver) dentro de
certos limites de precisão.

Balão volumétrico: São usados na diluição de uma amostra ou solução para certo volume. Eles
existem em uma variedade de tamanho, de 1,0 L ou mais a 1,0 mL. São construídos para conter
(TC) exatamente certo volume de líquido, numa determinada temperatura (20 a 25 oC). Possuem a
forma de uma pêra, fundo chato e gargalo longo providos de tampa de vidro esmerilhada ou de
teflon.

Pipetas: A pipeta é usada para transferir um volume particular de solução de modo preciso, a
determinadas temperaturas. Existem dois tipos de pipetas TD (to deliver):
37

 Volumétrica ou de transferência - tem a marca de calibração de seu volume gravada na parte


superior acima do bulbo. Variam de 0,5 a 100,00 mL (Possuem medidas precisas por isso não
precisa soprar na ponta).
 Graduada - tubos cilíndricos com escala numerada do alto para baixo, até sua capacidade.
Obs: Pipetas com faixa dupla (anel duplo) gravado em sua parte superior devem ser sopradas.

Buretas: Basicamente são pipetas graduadas com controle de fluxo. São frascos volumétricos TD,
usadas para escoar volumes variados de líquidos e é empregada geralmente em titulações. A bureta
convencional para macro titulações é marcada com incrementos de 0,1 mL de 0 a 50,0 mL. Existem
também buretas com capacidade de 10, 25, 100,0 mL, onde o volume é marcado em incrementos de
0,01 mL.

Provetas: São equipamentos utilizados em medidas aproximadas de volume. São encontradas no


comércio provetas TC e TD de 5,0 mL até vários litros.

LIMPEZA DOS MATERIAIS

Todos os equipamentos volumétricos utilizados em uma análise quantitativa devem estar


perfeitamente limpos antes do uso, pois a presença de substâncias gordurosas nas suas paredes
internas pode introduzir erros nos resultados da análise.
Utilizam-se geralmente como soluções de limpeza: solução detergente, solução sulfocrômica
(dicromato de potássio ou sódio dissolvido em ácido sulfúrico concentrado, que vem sendo cada
vez menos utilizada) ou solução de etanolato de sódio ou potássio (hidróxido de sódio ou potássio
dissolvido em etanol).
Os materiais volumétricos devem ser limpos agitando-se uma pequena quantidade de solução de
detergente neles introduzida. Em seguida, deve-se enxaguar muito bem com água de torneira e com
água destilada.
Após a lavagem, o material é deixado em posição apropriada para facilitar o escoamento da água. A
secagem do equipamento pode ser também feita em estufa (becker, funil, erlenmeyer) ou por sucção
em trompa de vácuo (pipeta, bureta).
38

4.1 Uso da Balança Analítica


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Uso da balança analítica
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1. A balança deve ficar em lugar adequado. O melhor local é uma sala separada do laboratório,
protegida de vapores corrosivos e mantida em temperatura constante. Não deve ficar próximo à uma
janela, devendo estar fixada em um suporte para protegê-la o mais possível de vibrações. O
instrumento não deve receber raios solares diretos, devendo ficar suficientemente longe de
aquecedores (placa de aquecimento, bico de gás, etc.), e deve conter em seu interior um depósito
com sílica gel anidro cuja finalidade é reduzir a umidade relativa.
2. A balança deve permanecer nivelada. Caso contrário nivele-a.
3. Quando não estiver sendo usada, a balança deve permanecer desligada, travada, sem pesos, com
seu prato de pesagem limpo e não conter objeto algum sobre o mesmo, com as portinholas laterais
fechadas e cobertas com capa plástica.
4. Deve-se ajustar o zero antes de qualquer pesagem, a menos que esta seja feita por diferença entre
a última pesagem e outra recentemente efetuada.
5. Nenhum material em pó (pulverizado), de qualquer espécie deve ser colocado diretamente sobre
o prato. Toda e qualquer substância deve ser pesada em recipiente para evitar algum dano ao prato
da balança e imprecisão na pesagem. Os recipientes adequados para pesagem são: pesa-filtro,
béquer de 10-100 mL, cadinhos, vidro de relógio e em casos especiais pequenos frascos erlenmeyer
(de no máximo 100 mL). Cuidado especial deve ser tomado na pesagem de líquidos corrosivos e
sólidos (ou líquidos) voláteis, os quais devem ser pesados em recipientes hermeticamente fechados.
6. O recipiente e a substância submetidos à pesagem devem estar à mesma temperatura da balança,
pois, se a temperatura estiver elevada poderá haver dilatação do prato da balança, ocorrendo
pesagem grosseira e correndo-se o risco de danificar a balança.
7. A balança não deve ser sobrecarregada. Certifique-se da máxima carga a qual a mesma pode ser
seguramente usada, e como margem de segurança não efetue pesagens com massas acima de 10 g
aquém de sua capacidade máxima.
8. Mantenha a balança limpa. Se alguma substância cair sobre o prato ou em qualquer superfície da
balança, limpe-a imediatamente com uma escova de pêlos de camelo. Não use líquidos para efetuar
tal limpeza.
9. Se a balança apresentar algum defeito ou estiver necessitando de ajustes, não tente consertá-la.
39

4.2 Volumetria Ácido-Base

Preparação de Soluções: NaOH e HCl


1 - Preparo da solução de hidróxido de sódio (NaOH 0,1 mol/L)

O hidróxido de sódio (NaOH) tanto no estado sólido como em solução, absorve


rapidamente CO2 da atmosfera havendo produção de carbonato de sódio (Na2CO3):

2 NaOH + CO2 Na2CO3 + H2O

O carbonato de sódio pode ser eliminado da solução de hidróxido de sódio preparando-


se uma solução concentrada (45-50 g/L). O carbonato fica em solução e depois que a base for
dissolvida ele sedimentará muito lentamente e deverá ser filtrado através de cadinho de vidro
sinterizado. Essa solução deve ser padronizada.
1.1 Calcule a massa de NaOH necessária, para preparar 250,0 mL de uma solução de
concentração 0,1 mol/L. Pese uma massa equivalente a massa calculada, dissolva e dilua a 250,0
mL, usando água destilada e recentemente fervida e esfriada.
1.2 Guarde-a em frasco de polietileno ou vidro parafinado com rolha de borracha. Essa
solução será padronizada.

2 - Preparo da solução de HCl 0,1 mol/L

2.1 Procure no rótulo do frasco de ácido clorídrico (HCl) concentrado, sua densidade e sua
concentração expressa em peso e calcule a concentração em mols/L concentração deste ácido
concentrado.
2.2 Com base na concentração em mols/L do ácido concentrado, calcule o volume necessário do
mesmo para preparar, por diluição, 250,0 mL de uma solução de HCl 0,1 mol/L. prepare a solução
adicionando, em um béquer, o ácido concentrado sobre cerca de 50-100 mL de água destilada
(NUNCA ADICIONAR ÁGUA DIRETAMENTE SOBRE O ÁCIDO CONCENTRADO).
Após a diluição, transfira para um balão volumétrico de 250,0 mL e complete o volume com água
destilada.
2.3 Guarde esta solução em um frasco de vidro para ser padronizada na próxima prática.
40

Padronização de Soluções: NaOH


1 - Padronização da solução de hidróxido de sódio (NaOH)

1.1 Pese aproximadamente 0,4 g de biftalato ácido de potássio previamente dessecado


em estufa regulada à 105 º-110 ºC (nunca maior que 120ºC).
1.2.Dissolva com cerca de 25-50 mL de água destilada, de preferência recém fervida e
esfriada. Adicione 2 (duas) gotas de fenolftaleína 1 % (indicador ácido-base) e titule com a solução
de NaOH preparada na aula anterior, até que se observe uma coloração levemente rósea e que não
desapareça quando se agita a solução.
1.3.Anote o volume gasto da solução de NaOH. Calcule a concentração real, em mols
por litro, da solução de NaOH.

OBSERVAÇÕES:
1) Antes de qualquer titulação, a bureta deve ser previamente lavada e enxaguada com porções de
água destilada e da solução que será usada na titulação;
2) As titulações devem ser sempre conduzidas gota a gota e sob constante agitação;
3) As titulações devem ser sempre efetuadas em triplicatas, usando-se nos cálculos, o valor médio
entre os volumes gastos.

Aplicações da volumetria ácido-base

DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ACÉTICO NO VINAGRE


1. Pese 10,0 mL de vinagre (utilize pipeta de transferência na medida de volume). Transfira
quantitativamente para um balão volumétrico de 50,0 mL e complete o volume com água.
Homogeneíze.
2. Tome uma alíquota de 10,0 mL medida com pipeta de transferência e ponha num erlenmeyer. Junte
aproximadamente 20 mL de água 2 a 3 gotas de fenolftaleína 1 % e titule com solução de NaOH
que você preparou e de concentração conhecida, até obter uma coloração levemente rósea que não
desapareça quando se agita a solução.
3. Anote o volume de NaOH consumido e calcule a percentagem em peso (%p/p) de ácido acético no
vinagre e também em gramas de HC2H3O2 / mL de vinagre.
41

DETERMINAÇÃO DE CARBONATO DE SÓDIO E HIDRÓXIDO DE SÓDIO


NA SODA CÁUSTICA

1. Pese aproximadamente 1 g de soda cáustica e transfira quantitativamente com água para um


balão volumétrico de 250,0 mL. Complete o volume e homogeneíze.
2. Retire com auxílio de pipeta de transferência duas alíquotas de 25,0 mL e ponha em dois
erlenmeyers.
3. No primeiro erlenmeyer adicione de 2 a 3 gotas de fenolftaleína 1 % e titule com HCl que você
preparou, até descoramento da solução. Anote o volume gasto (vHCl).
4. No segundo erlenmeyer adicione 4 gotas de azul de bromofenol 0,1 % e titule com HCl até
aparecimento de coloração amarela. Anote o volume gasto (VHCl).
5. Para calcular a percentagem de hidróxido de sódio e carbonato de sódio observe as informações
dadas a seguir:

a) VHCl - 2(VHCl - vHCl) = volume de HCl necessário para reagir apenas com NaOH.
b) 2(VHCl - vHCl) = volume de HCl necessário para reagir apenas com Na2CO3.
42

SIMULAÇÃO DE ANÁLISES VOLUMÉTRICAS DE NEUTRALIZAÇÃO UTILIZANDO O


SOFTWARE EDUCACIONAL LIVRE VLAB (CHEMCOLLECTIVE).

Acessando o Virtual Lab

1) Carregue o Web browser programa.


2) Carregue o link http://chemcollective.org/vlab_download. Se necessário, consulte o tutorial
http://chemcollective.org/help/vlabUserGuide. (print abaixo). Disponível também em português.

OBJETIVO ESPECÍFICO:
Determinação de quatro espécies: ácido clorídrico, ácido acético, hidróxido de amônio e carbonato
de sódio por volumetria ácido-base.

1 PREPARAÇÃO DAS SOLUÇÕES

1.1 Transfira para sua bancada virtual: Água destilada, Erlenmeyer de 250 mL, Uma pipeta
volumétrica de volume adequado, um balão volumétrico de 100 mL, Sol de HCl 1 mol/L
1.2 Prepare por diluição 100 mL de solução de HCl 0,1 mol/L. ANOTE AS CONCENTRAÇÕES E
o pH DAS ESPÉCIES PRESENTES NO BALÃO VOLUMÉTRICO.
1.3 Retire da bancada, todos os materiais utilizados, COM EXCEÇÃO DO BALÃO CONTENDO
A SOLUÇÃO PREPARADA.
43

2 ANÁLISE DAS AMOSTRAS


2.1 Transfira para sua bancada virtual: Um Erlenmeyer de 250 mL, Uma pipeta volumétrica de 25
mL, Sol de NaOH 0,1 mol/L, Bureta de 50 mL, Indicador de vermelho de metila.
2.2 Retire com a pipeta volumétrica 25 mL de HCl da solução preparada e coloque em um
erlenmeyer de 250 mL.
2.3 Adicione 0,1 mL do indicador e ANOTE AS CONCENTRAÇÕES E o pH DAS ESPÉCIES
PRESENTES NO ERLENMEYER. ESTA MEDIDA CORRESPONDE AO V= 0,0 mL de
titulante.
2.4 Preencha a bureta com a solução NaOH e inicie a titulação adicionando 0,1 mL de cada vez.
ANOTE o pH DA MISTURA NO ERLENMEYER, a cada adição de NaOH.
2.5 ANOTE AS CONCENTRAÇÕES DAS ESPÉCIES PRESENTES NO ERLENMEYER EM
QUALQUER VOLUME ANTES DO P.E.; NO P.E. E EM QUALQUER VOLUME APÓS O
P.E.
2.6 Adicione o titulante até observar mudança da cor do indicador e variação brusca de pH no
peagâmetro. Adicione mais 2 mL após o final da reação.
2.7 Construa uma planilha de dados e um gráfico com os dados de Volume adicionado do titulante
X pH das espécies no erlenmeyer iniciando com o pH do V=0,0 mL. Utilize o Excel ou outro
software.
2.8 Repita o procedimento acima para as determinações de 25,0 mL de cada uma das seguintes
amostras: ácido clorídrico (ácido forte), ácido acético (ácido fraco), hidróxido de amônio (base
fraca) e carbonato de sódio (sal de ácido fraco e base forte). Selecione reagentes titulantes (sempre
eletrólito forte) e indicadores adequados.

4.3 Volumetria de Precipitação

Preparação de soluções: AgNO3 e NaCl

1 - Preparo da solução de AgNO3 0,1 mol/L


1.1 Prepare 100,0 mL de AgNO3 0,1 mol/L, usando ÁGUA DEIONIZADA e armazene essa
solução em frasco escuro para evitar a redução do íon Ag+. Essa solução deve ser padronizada.

2 - Preparo da solução de NaCl 0,1 mol/L


2.1 Prepare 50,0 mL de solução de NaCl 0,1 mol/L usando o sal previamente dessecado a 105 ºC.
Essa solução é PADRÃO, pois o NaCl é um padrão primário. Portanto deve ser cuidadosamente
preparada e sua concentração calculada a partir da massa pesada e do volume usado na diluição.
44

Padronização da solução de AgNO3 0,1 mol/L


1. Retire com uma pipeta de transferência uma alíquota de 10,0 mL da solução de NaCl, ponha num
erlenmeyer e acrescente 0,5 mL do indicador K2CrO4 5 %.
2. Adicione gota a gota com o auxílio de uma bureta, a solução de AgNO3 até observar uma leve
coloração castanho que não desapareça após uma forte agitação.
3. Anote o volume gasto na bureta e calcule a concentração da solução de AgNO3 em mols por litro.
Essa solução deve ser armazenada em frasco escuro. Rotule corretamente o frasco contendo essa
solução.
Ag+ + Cl- AgCl (s) (reação da titulação direta)
2 Ag+ + CrO42- Ag2CrO4 (s) (reação do ponto final)

OBSERVAÇÕES:
Faça um ensaio em branco: em outro erlenmeyer adicione 10,0 mL de água desionizada, 0,5 mL de
K2CrO4 5% e aproximadamente 0,2 g de carbonato de cálcio (livre de cloreto). Titule com solução
de nitrato de prata até obter a mesma coloração levemente castanho persistente. A adição de
carbonato de cálcio tem por objetivo facilitar a igualdade das cores já que desta maneira ambos os
recipientes contêm um precipitado branco. O volume do ensaio em branco (0,05 a 0,1 mL) deve ser
subtraído do volume de nitrato de prata gasto na titulação, ou seja:
V = V1 - V2 , onde :
V = volume de AgNO3 que reage apenas com o íon cloreto
V1 = volume de AgNO3 que reage com o íon cloreto e com o íon cromato
V2 = volume de AgNO3 que reage apenas com o íon cromato(ensaio em branco)

Método de Mohr (método direto)


Acesse o vídeo pelo QR code ou link:
Análise de cloreto
https://bit.ly/cloretoagua

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CLORETO NA ÁGUA POTÁVEL

1. Meça exatamente 100,0 mL de água potável. Transfira para um erlenmeyer e adicione 1 mL


de K2CrO4 5 %.
2. Titule com solução de AgNO3 0,1 mol/L, até que se observe uma leve coloração castanho que
não desaparece por agitação. Faça o teste em branco.
3. Calcule o teor de cloreto expressando-o em ppm (partes por milhão) e g/100mL.
45

OBSERVAÇÃO:De acordo com a OMS, a água potável deve conter até 250 ppm de cloreto (1ppm
= 1mg/L ou 10- 6 g/mL).

DETERMINAÇÃO DA PUREZA DO SAL DE COZINHA (% NaCl)

1. Pese cerca de 0,6 g do sal. Transfira quantitativamente para um balão volumétrico de 100,0 mL
com auxílio de água. Complete com água e homogeneíze.
2. Retire uma alíquota de 10,0 mL com pipeta de transferência, passa para um erlenmeyer e junte
0,5 mL de K2CrO4 5 %.
3. Titule com a solução de AgNO3 preparada de concentração conhecida, até que se observe uma
coloração castanho-avermelhado que não desapareça depois de forte agitação.
4. Anote o volume que você gastou na solução de AgNO3 e calcule a percentagem de pureza do
NaCl na amostra.

Preparo e padronização da solução: KSCN 0,1 mol/L

1. Prepare 50,0 mL de KSCN 0,1 mol/L.


2. Retire com o auxílio de uma pipeta de transferência 10,0 mL da solução de AgNO3 de
concentração conhecida junte 3mL de HNO3 5 mol/L e 0,5 mL de sulfato férrico amoniacal
(indicador).
3. Adicione com o auxílio de uma bureta a solução de KSCN que você preparou até observar o
aparecimento de uma leve coloração vermelho-alaranjado.
4. Deixe o precipitado sedimentar e observe se a solução sobrenadante tem realmente a coloração
alaranjada límpida.
5. Agite fortemente. Se a coloração não desapareceu o processo de titulação está terminado. Caso
contrário, continue a titulação.
6. Anote o volume gasto na bureta e calcule a concentração em mols por litro da solução de KSCN
preparada.
Ag+ + SCN- AgSCN (s) (reação da titulação direta)
SCN- + Fe3+ [FeSCN]2+ (reação no ponto final)

OBSERVAÇÃO: No início da precipitação se produz um precipitado branco que dá à solução uma


aparência leitosa e cada gota de tiocianato de potássio adicionado produzirá uma coloração castanha
vermelho-alaranjado que logo desaparece por agitação. Ao aproximar-se o ponto final, o precipitado
46

coagula e sedimenta. Finalmente, quando uma gota de tiocianato de potássio produzir uma leve
coloração vermelho-alaranjado que não desaparece por agitação, tem-se chegado ao ponto final da
titulação.

Método de Volhard (titulação por retorno)


DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE KI (% KI) EM XAROPES

1. Meça com pipeta volumétrica 5,0 mL da amostra de xarope e dilua para 50,0 mL em um balão
volumétrico.
2. Retire uma amostra de 10,0 mL desta solução e transfira para um erlenmeyer (adicione cerca de
25 mL de água se o xarope for muito colorido). Junte 2 mL de HNO3 6 mol/L e 10,0 mL (medidos
com pipeta de transferência) da solução de AgNO3 0,1 mol/L. Agite para coagular o precipitado
amarelo que se forma.
3. Adicione 1,0 mL de sulfato férrico amoniacal (indicador).
4. Titule com solução de KSCN e agite até aparecer uma coloração alaranjada, bem perceptível
quando o precipitado sedimenta.
5. Anote o volume de KSCN consumido nesta titulação e calcule a concentração de KI na amostra
analisada, expressando o resultado em mg/5,0 mL e g/100 mL.

Ag+ + I- AgI (s) + Ag+(exc.) (reação da precipitação do haleto)


Ag+(exc.) + SCN- AgSCN(s) (reação da titulação de retorno)
SCN- + Fe3+ [FeSCN]2+ (reação do ponto final)

4.4 Volumetria de Complexação – Titulação com EDTA


Preparação de soluções: EDTA e ZnO

 Solução padrão de EDTA 0,01 mol/L: Utilizar o sal disódico dihidratado, Na2H2Y.2H2O,
(C10H14N2Na2.2H2O ), P.M.= 372, 24, reagente quimicamente puro secado por duas horas em
estufa, a 130°-150° C e esfriado em dessecador. Dissolver o sal preferencialmente em água
bidestilada deionizada, completando o volume da solução com a mesma água.
 Solução padrão de zinco 0,10 mol/L: Calcinar o reagente óxido de zinco (ZnO) por 20
minutos a 900-100 °C e esfriar em dessecador até temperatura ambiente. Pesar exatamente 8,1370 g
de óxido de zinco dissolvendo-o no menor volume de ácido clorídrico concentrado para completar a
47

reação. Esfriar até a temperatura ambiente, adicionar um pouco de água bidestilada ou deionizada,
transferindo para um balão volumétrico de 1 litro e completando o volume com a mesma água.
 Solução padrão de zinco 0,01 mol/L: Obter por diluição (1:10) da solução padrão 0,1 mol/L.
 Solução tampão pH 10: Dissolver 70 g de NH4Cl em 570mL de amônia concentrada
(solução aquosa 15 mol/L), massa específica de 0,90 g/L e diluir com água bidestilada para 1 litro.
Transferir a solução para recipiente plástico ou frasco de vidro.

 Indicadores de metais:
Negro de eriocromo T em pó: pulverizar 100 mg do indicador com 10 g de NaCl até obter
um pó muito fino, estocando-o em frasco bem fechado (este procedimento é necessário para
uma boa visualização do ponto final).
Murexida em pó: pulverizar 500 mg do indicador com 10 g de NaCl até obter um pó muito
fino, estocando-o em frasco bem fechado (este procedimento é necessário para uma boa
visualização do ponto final).
 Estocagem de soluções padrões de EDTA:
Recipientes de vidro comum não são adequados para guardar soluções de EDTA, uma vez
que esses vidros possuem cátions que podem reagir com a solução. Referidas soluções devem ser
estocadas preferencialmente em frascos de polietileno, muito embora possam também ser mantidas
em recipientes de vidro “pyrex” (vidro borosilicato). Quando corretamente estocadas, soluções de
EDTA durante vários meses não apresentam variações nas suas concentrações.

Padronização de soluções: EDTA


1. Pipetar 10,0 mL de solução padrão de zinco, transferindo esse volume para um erlenmeyer de
250 ml.
2. Adicionar solução de amônia concentrada gota após gota, até que um precipitado branco recém
formado, de Zn(OH)2 se dissolva.
3. Adicionar cerca de 2 mL de amônia e alguns gramas do indicador Negro de ericromo T (ponta da
espátula) e titular com solução padrão de EDTA até aparecer uma mudança de coloração (vermelho
para azul claro).
4. Fazer os experimentos em duplicatas e calcular a concentração real da solução padrão de EDTA.
Obs.:Etiquetar e estocar em frasco de polietileno.
48

Aplicações da Complexiometria
DETERMINAÇÃO DA DUREZA TOTAL DE ÁGUA

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Dureza em água
https://bit.ly/durezaemagua

Experimento Preliminar

1. Colocar cerca de 10 mL da amostra de água em um erlenmeyer, adicionar 3 mL de solução


tampão pH 10, poucos cristais de KCN, um pouco de ácido ascórbico e indicador negro de
eriocromo T. Titular com solução padrão de EDTA 0,01mol/L, até ocorrer uma mudança de cor da
solução de vermelho para azul.

Determinação Final

1. Com base no experimento preliminar, calcular o volume da amostra de água necessário para
requerer cerca de 15-20 mL de solução padrão do EDTA 0,01 mol/L. Mediante utilização: de pipeta
volumétrica, meça o volume da amostra de água e proceda exatamente como indicado no
experimento preliminar.

1 DHº (grau alemão) = 10 mg de CaO / litro = 10 ppm CaO


1 DFº (grau francês) = 10 mg de CaCO3 / litro = 10 ppm CaCO3

ESCALA DE DUREZA DA ÁGUA EM GRAUS ALEMÃES


2 – 4 DHº Muito mole
o
4 – 8 DH Mole
8 – 12 DHº Ligeiramente dura
12 – 18 DHº Meio dura
18 – 30 DHº dura
> 30 DHº Muito dura

DETERMINAÇÃO COMPLEXIOMÉTRICA DE ALUMÍNIO POR


TITULAÇÃO DE RETORNO

1. 25,0 mL de uma solução de alumínio, transferindo-a para um erlenmeyer de 250 mL.


49

2. Adicionar, de uma bureta, um pequeno excesso de solução de EDTA 0,01 mol/L (~ 50,0 mL) e
com o auxílio de um potenciômetro ou papel pH de alta resolução, ajustar o pH para 7 – 8 por
adição de solução de amônia concentrada.
3. Aquecer a solução até ebulição, mantendo sob aquecimento pôr alguns minutos para assegurar
total complexão do alumínio, resfriar até temperatura ambiente e tornar a ajustar o pH para 7 – 8.
4. Adicionar 50 mg de negro de eriocromo T e titular rapidamente com solução padrão de sulfato de
zinco 0,01 mol/L até que a solução mude de cor, de azul para vermelho-vinho.
5. Decorridos alguns minutos do encerramento da titulação, a solução adquirirá uma coloração
violeta- amarelada decorrente da transformação do complexo Zn – Erio T em Al – Erio T. Esta
mudança é irreversível, razão pela qual se deve evitar que o ponto final seja ultrapassado.
6. Calcule o teor de alumínio na solução, e expressando em %p/v e em _mol/L.

DETERMINAÇÃO COMPLEXIOMÉTRICA DE NÍQUEL e COBRE POR


TITULAÇÃO DIRETA
1. Meça duas alíquotas de 20,0 mL da SOLUÇÃO de Níquel e transferir cada adicionar 50mL de
água destilada/deionizada.
2.Adicionar murexida (indicador) e titule com EDTA já padronizado.
3. REPITA O ÍTEM 1 (duplicata);
4. Repita os procedimentos dos itens 1 e 2 para a solução de cobre.
5. Calcule o teor de níquel e de cobre nas soluções, e expressando em %p/v e em mol/L.

2.5 Volumetria de Oxi-redução

Preparo e padronização da solução de KMnO4 0,02 mol/L


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Preparo e padronização KMnO4
https://bit.ly/ppkmno4

1. Preparação
Dissolva cerca de 0,8 g de permanganato de potássio em 250,0 mL de água destilada.
Aqueça a solução até a fervura e mantenha o aquecimento (abaixo do ponto de ebulição) por 1 hora.
Deixe a solução em temperatura ambiente por dois ou três dias. Filtre através de cadinho de vidro
sinterizado. Transfira para um frasco escuro e proteja a solução de vapores redutores e da ação da
50

luz. Se o dióxido de manganês se sedimenta depois de algum tempo, filtre e padronize novamente a
solução.

2. Padronização

Em meio ácido o íon oxalato (C2O4--) é oxidado pelo íon permanganato (MnO4--) a dióxido
de carbono e água:
5 C2O42- + 2 MnO4- + 16 H+ 10 CO2 + 2 Mn2+ + 8 H2O

1. Pese aproximadamente 0,15 g de oxalato de sódio (previamente dessecado em estufa regulada a


105ºC), transfira quantitativamente para um erlenmeyer (grande) e dissolva com aproximadamente
40-60 mL de água.
2. Junte 15 mL de H2SO4 1:8, aqueça a 80-90 ºC e titule à quente com KMnO4 até aparecimento de
cor rósea persistente.
3. Anote o volume gasto na bureta e calcule a concentração real da solução de KMnO4.
OBSERVAÇÕES:
a) A temperatura da solução deverá estar acima de 60 ºC no ponto final da titulação;
b) As primeiras gotas de permanganato reagem vagarosamente com o oxalato, devido a ausência de
Mn2+ no início da titulação.

Aplicações da Permanganimetria

DETERMINAÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO


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Determinação de H2O2
https://bit.ly/apaguaox

1. Retire 5,0 mL da água oxigenada comercial, transfira para um balão volumétrico de 100 mL,
complete o volume com água e homogeneíze.
2. Retire uma alíquota de 20,0 mL, transfira para um erlenmeyer e junte 10 mL de H2SO4 1:5.
3. Titule com KMnO4 0,02 mol/L até aparecimento de cor rósea persistente.
4. Anote o volume gasto na bureta e calcule a massa (g) de H2O2 por litro e a “força em volume” da
solução.
2 MnO4- + 5 H2O2 + 6 H+ 2 Mn2+ + 8 H2O + 5 O2

Reação de decomposição: 2 H2O2 2 H2O + O2


Força-volume: litros de O2 por litro de H2O2
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DETERMINAÇÃO DA PUREZA DO SAL DE MOHR (FeSO4 (NH4)2SO4 6H2O)

1. Pese aproximadamente 1,2 g do sal de Mohr. Dissolva com cerca de 50 mL de H2SO4 1 mol/L.
2. Junte 5 mL de H3PO4 85% e titule com a solução de KMnO4 de concentração conhecida até
aparecimento de uma leve coloração rósea persistente.
3. Anote o volume de KMnO4 gasto na bureta e calcule a pureza da amostra.
Equação de reação: 5Fe2+ + MnO4- + 8 H+ Fe3+ + Mn2+ + 4 H2O

Preparação de soluções: Na2S2O3.5H2O 0,1 mol/L e K2Cr2O7 0,0166 mol/L


1. Preparo da solução de K2Cr2O7 0,0166 mol/L

1. Prepare 50,0 mL de solução de K2Cr2O7 0,0166 mol/L (previamente dessecado a 150-200 ºC).
Essa solução é PADRÃO, pois o K2Cr2O7 é um padrão primário. Portanto deve ser cuidadosamente
preparada e sua concentração calculada a partir da massa pesada e do volume usado na diluição.
2. Preparo da solução de Na2S2O3.5H2O 0,1 mol/L

1. Prepare 100,0 mL de Na2S2O3.5H2O 0,1 mol/L. Essa solução deve ser padronizada.

2. Padronização da solução de Na2S2O3.5H2O 0,1 mol/L

1. Retire 10,0 mL da solução de K2Cr2O7, transfira para um erlenmeyer e junte 0,5 g de KI, 2,5 mL
de HCl 6mol/L e agite.
2. Lave as paredes do erlenmeyer com água destilada, feche com vidro de relógio e deixe em
repouso por 5 minutos.
3. Titule com a solução de Na2S2O3 0,1 mol/L até obter solução verde- amarelada.
4. Acrescente 0,5 mL de solução de amido 1 % como indicador e continue a titulação até mudança
brusca do azul para verde claro.
5. Anote o volume gasto na bureta e calcule a concentração real da solução de Na2S2O3.5H2O.

Cr2O72- + 14 H+ + 6 I- 2 Cr3+ + 3 I2 (g) + 7 H2O


I2 + 2 S2O3 2- 2 I- + S4O6 2-

APLICAÇÃO DA IODOMETRIA
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE CLORO ATIVO EM ÁGUA SANITÁRIA
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Determinação de cloro ativo
https://bit.ly/apcloroat

1. Meça 10,0 mL da amostra de água sanitária e dilua com água destilada para 100,0 mL, utilizando
balão volumétrico.
2. Retire uma alíquota de 20,0 mL da solução diluída da amostra e passe para um erlenmeyer.
Adicione 25 mL de uma solução 20 % em iodeto de potássio e acidifique o meio com 25 mL de
ácido acético 1:4.
3. Cubra o erlenmeyer com o vidro de relógio e aguarde pelo menos 5 minutos.
4. Titule o iodo liberado com a solução padrão de Na2S2O3, anteriormente padronizada, até que a
coloração se torne amarelada.
5. Adicione então, 50 mL de água destilada e 2 mL de uma solução de amido 1% recém preparada.
Continue a titulação até a solução tornar-se incolor.
6. Anote o volume gasto na titulação e calcule o teor de cloro ativo na amostra de água sanitária,
expressando o resultado em ppm (partes por milhão) e em percentagem (% P/V).
ClO- + 2 I- + 2 H+ Cl- + I2 + H2O
I2 + 2 S2O3-2 2 I- + S4O6-2

OBSERVAÇÃO (Ação alvejante): ClO- + 2H+ + Cl- Cl2 + H2O


Cl2 = cloro disponível ou cloro ativo.

4.6 Análise Gravimétrica

ANÁLISE GRAVIMÉTRICA POR PRECIPITAÇÃO

DETERMINAÇÃO DE FERRO EM XAROPES DE SULFATO FERROSO

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Determinação de ferro
https://bit.ly/gravferro

1. Pese aproximadamente 10,0 mL da amostra de xarope e transfira quantitativamente, com o


auxílio de 25 mL de água destilada, para um béquer de 250 mL. Junte 1,0 mL de HCl 1:1 e agite.
Aqueça até a fervura.
53

2. Adicione 1,5 mL de HNO3 concentrado (16 mol/L) gota a gota com agitação e mantendo a
solução sob moderada ebulição por uns 3-5 minutos para obtenção de uma solução de cor amarela.
3. Retire cuidadosamente com a ajuda de um bastão de vidro, uma gota da solução, transfira para
um tubo de ensaio e dilua com 5 gotas de água. Junte 3-4 gotas de uma solução 0,02 % de
ferricianeto de potássio recentemente preparada. Se aparecer uma coloração azul, ainda existe na
solução, ferro no estado ferroso. Deve-se nesse caso, adicionar mais HNO3 16 mol/L na solução
amarela, ferver e repetir o teste com ferricianeto de potássio.
4. Dilua a solução amarela para 50 mL e aqueça até à ebulição. Adicione lentamente o agente
precipitante, hidróxido de amônio 1:1, sob constante agitação com um bastão até a presença de leve
excesso de reagente, reconhecido pela persistência do cheiro de amônia após a dispersão dos
vapores sobre o béquer. Aqueça por mais alguns minutos até que o precipitado flocule.
5. Espere que o precipitado formado sedimente e separe cuidadosamente o líquido sobrenadante,
por filtração através de papel de filtro de filtração rápida (faixa preta) adaptado ao funil, tendo o
cuidado de manter o máximo possível o precipitado no béquer, pois as lavagens do precipitado
devem ser feitas por decantação.
6. Proceda a lavagem do precipitado usando 50 mL de água quente de cada vez. Espere o
precipitado sedimentar e separe cuidadosamente o líquido sobrenadante, deixando a maior parte do
precipitado no béquer.
7. Depois da 5ª lavagem efetue o teste para cloreto no líquido para cloreto que escoa usando HNO3
e AgNO3.
8. Se você observou neste teste para cloreto apenas uma turvação, transfira então com água quente,
o precipitado que se encontra no béquer, para o papel de filtro. Lave o béquer várias vezes com
água quente até desagregar as partículas aderidas no béquer. Use um bastão auxiliar no processo de
remoção do precipitado. Lave mais uma ou duas vezes.
9. Deixe o filtro com precipitado durante toda a semana para um processo de drenagem e secura.
10.Calcine um cadinho de porcelana em forno mufla a 800-1000 ºC. Deixe esfriar para temperatura
abaixo do rubro, ponha no dessecador e depois de totalmente frio, pese.
11. Dobre cuidadosamente o papel de filtro com seu conteúdo e ponha dentro do cadinho de porcelana
que você pesou.
12. Calcine em forno mufla a 800-1000 ºC tendo o cuidado de carbonizar o papel abaixo do rubro,
elevando a temperatura vagarosamente até atingir 1000ºC.
13. Esfrie num dessecador e pese.
14. Calcule o percentual (%) e mg/10,0 mL de ferro e FeSO4 na amostra que você analisou.
54

Análise Gravimétrica por Volatilização

DETERMINAÇÃO DE ÁGUA HIGROSCÓPICA (UMIDADE) PELO MÉTODO


INDIRETO

1. Em estufa regulada a 105-110 ºC, aqueça por uma hora um papel de filtro (ou um béquer
pequeno). Resfrie num dessecador e pese em balança analítica na precisão de 0,1 mg.
2. Repita este procedimento de aquecimento, resfriamento e pesagem até haver uma concordância
de 0,2 mg entre as últimas pesagens.
3. A seguir pese uma quantidade aproximada de 1,0 g (anotar o peso até  0,1 mg) da amostra.
4. Coloque o recipiente contendo a amostra na estufa regulada a 105-110 ºC e deixe sob
aquecimento por 1 hora.
Obs.:Se você utiliza um pesa filtro, este deve permanecer na estufa sem tampa, para permitir
o livre escape do vapor d’água.
5. Deixe esfriar no dessecador por 20 minutos e pese novamente, anotando o resultado.
6. Leve o recipiente contendo a amostra novamente para a estufa, e deixe sob aquecimento por mais
30 minutos ou 1 hora.
7. Resfrie outra vez no dessecador (20 minutos) e pese.
8. Repita o procedimento de aquecimento, resfriamento e pesagem, até haver uma concordância de
0,2 mg, entre as últimas pesagens.
9. Calcule a percentagem de água higroscópica (umidade).

OBSERVAÇÕES:
1. Durante esta experiência, todas as pesagens deverão ser feitas em balança analítica e os pesos
anotados com quatro casas decimais.
2. Durante o experimento, não tocar o pesa-filtro ou béquer com as mãos durante as transferências
estufa/dessecador/balança (usar pinça ou papel para segurar o pesa filtro ou béquer, pois ao tocá-lo
com as mãos, seu peso poderá alterar-se).
55

5 Análise Química Quantitativa Instrumental


5.1 Potenciometria
Observações importantes acerca de eletrodos combinados de vidro:
1. Constatando eletrólito cristalizado no diagrama enxaguar com água destilada;
2. Quando o eletrodo é usado com frequência, é aconselhado conservá-lo em KC1 3 mol/L a fim de
proteger o diafragma;
3. Destampar a abertura lateral e conservá-la sempre aberta durante as medições. Quando o eletrodo
não estiver sendo usado, manter a abertura fechada com o dispositivo que o acompanha;
4. Sempre usar solução de KC1 3 mol/L como eletrólito de referência;
5. Em temperaturas diferentes da temperatura ambiente, temperar sempre o eletrodo para evitar o
choque térmico que poderá inutilizá-lo. Se possível, calibrar na mesma temperatura;
6. Em soluções muito alcalinas, aguardar até obter o valor máximo levar em consideração o erro
alcalino;
7. Após cada medição, enxaguar o eletrodo com água destilada, enxugando-o com papel absorvente
e macio caso necessite continuar efetuando medições em outras soluções.

EFEITO DA TEMPERATURA NO VALOR DO pH DAS SOLUÇÕES TAMPÕES

TEMPERATURA (°C) SOLUÇÃO TAMPÃO


pH 4 pH 7 pH 9
0 4,00 6,98 9,46
5 4,00 6,95 9,40
10 4,00 6,92 933
15 4,00 6,90 9,28
20 4,00 6,88 9,23
25 4,01 6,86 9,18
30 4,02 6,85 9,14
35 4,02 6,84 9,10
38 4,03 6,84 9,08
40 4,04 6,84 9,07
45 4,05 6,83 9,04
50 4,06 6,83 9,01
55 4,08 6,83 8,99
60 4,09 6,84 8,96

Preparação de soluções
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 Solução padrão de ácido clorídrico 0,1 mol/L. Utilizar ácido clorídrico concentrado, 37% em
peso,  = 1,18 g/mL;
 Solução padrão de hidróxido de sódio 0,1 mol/L.
 Solução padrão de biftalato de potássio 0,100 mol/L. Utilizar o sal puro, seco
(C6H4COOKCOOH = 204,22);
 Solução padrão de carbonato de sódio 0,100 mol/L. Utilizar o sal puro, seco;
 Solução padrão de ácido fosfórico 0,0333 mol/L Utilizar ácido fosfórico concentrado, 85 %
em peso,  = 1,71 g/mL;
 Solução tampão pH 4,01 (a 25 °C). Solução de biftalato de potássio 0,05 mol/L.
 Solução tampão pH 6,38 (a 25 °C). Solução de KH2PO4, 0,025 mol/L e de Na2HPO4 0,025
mol/L.
 Solução tampão pH 9,18 (a 25 °C). Solução de Na2B4O7 10H2O 0,01 mol/L

Biftalato de potássio requer secagem por duas horas a 125 °C, enquanto que fosfato
mono potássico, KH2PO4 e fosfato dissódico, Na2HPO4 devem ser secados por duas horas a 110–
130 °C. Não é necessário secar o borato de sódio decaidratado (borax), de Na2B4O7 10H2O.
Para preparação das soluções tampões pH 6,86 e pH 9,18 utilizar água destilada fervida
por 15 minutos e esfriada até temperatura ambiente.
Recipientes de polietileno, preferencialmente, devem ser usados para estocar soluções
tampões, podendo-se, entretanto, fazer uso de frascos de vidro “pyrex”. Conservar a solução tampão
pH 4,01 em geladeira.

Medição do pH de uma solução


INSTRUÇÕES GERAIS
1. Ligar o medidor de pH (potenciômetro), pelo menos 5 minutos antes de efetuar a leitura;
2. Zerar o aparelho;
3. Colocar aproximadamente 20 mL de solução tampão em um becker de 50 mL;
4. Enxugar o “eletrodo” combinado (ou os eletrodos de membrana de vidro e de referência),
imergindo-o(s) na solução tampão;
5. Ajustar o controle de temperatura para a temperatura da solução;
6. Girar o controle de medição para a indicação “pH”;
57

7. Ajustar o controle relativo à padronização de sistema de eletrodos, de modo que o painel de


leitura indique o valor da solução tampão;
8. Retornar o controle de medição para a posição de repouso, tirar o(s) eletrodo(s) da solução,
enxaguando-o(s) com água destilada e enxugando-o(s);
9. Repetir a operação a partir do ítem 2 para as outras soluções tampões, a fim de calibrar o sistema
de eletrodos.

Titulações Potenciométricas Ácido-base

TITULAÇÃO DO H3PO4 EM REFRIGERANTES

1. Inicialmente proceda a desgaseificação do refrigerante de sua preferência colocando-o sob vácuo


com agitação por cerca de 1 hora, ou deixe de um dia para o outro aberto. Conserve em geladeira.
2. Retire uma alíquota de 20 mL do refrigerante e coloque num béquer de 100 mL. Se necessário
adicione até 25 mL de água destilada para cobrir o eletrodo quando imerso.
3. Realize a titulação potenciométrica utilizando uma solução padronizada de NaOH 0,066 mol L-1.
4. Inicie a titulação com incrementos de 0,5 mL da base e, próximo a pH 3,60 e a pH 8,00, diminua
esse incremento para 0,2 mL.
5. Adicione a solução de NaOH até pH próximo de 9-10.
6. No relatório desta prática, mostre a tabela de volume adicionado e pH medido durante a titulação.
7. Construa uma curva de titulação de pH versus volume de NaOH (mL). Calcule o ponto final da
titulação pelos métodos da primeira e segunda derivada e calcule a concentração de H3PO4 na

amostra analisada.

DETERMINAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DA ACIDEZ EM COMBUSTÍVEIS

O uso de combustíveis derivados de petróleo e de biocombustíveis em máquinas e


equipamentos implica no seu contato com os diversos materiais metálicos e essa interação pode
ocasionar a corrosão metálica que é responsável por enormes prejuízos econômicos.
Dentre os principais fatores que favorecem a corrosão por combustíveis está a acidez
livre. A titulação potenciométrica é uma técnica instrumental simples e pode ser empregada na
determinação da acidez nestas amostras.

1. Calibrar o sistema de eletrodo com as soluções tampão de pH 4,01 e 6,86.


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2. Medir quantitativamente 100 mL da amostra de álcool combustível hidratado transferindo para


um béquer de 250 mL.
3. Colocar uma pequena barra magnética sob agitação e imergir o eletrodo na solução tendo cuidado
de evitar todo e qualquer contato com as paredes e o fundo do bequer.
4. Medir o pH inicial da solução quando a leitura estabilizar.
5. Adicione NaOH 0,1 mol/L a uma bureta.
6-Anote os valores de pH correspondente aos incrementos de de NaOH adicionados (0,1 mL) e,
após 2,5 mL de NaOH adicionados, adicione incrementos de 0,3 mL até pH 10 para completar a
curva de titulação.
7-Com os dados obtidos, elabora a curva de titulação e determine o ponto final através dos gráficos
da 1ª e 2ª derivada e calcule a acidez da amostra analisada.

5.2 Espectrofotometria
Determinação espectrofotométrica de ferro
MÉTODO DA ORTO-FENANTROLINA

Preparação de soluções
1- Solução padrão de ferro: Dissolver 0,7022 g de sulfato ferroso e amônio P.A. em água
destilada (aproximadamente 100 mL) adicionando a seguir, com bastante cuidado, 5 mL de H 2SO4
1:5 e solução diluída de KMnO4 (ca. 2 g/) até que, mesmo depois de boa agitação, persista uma
tênue coloração rósea. Diluir para 1,000 mL, em balão volumétrico, a proceder a homogeneização
da solução (1 mL – 0,1 mg de Fe).
2- Orto-fenantrolina 0,25 %
3- Acetato de sódio 2 mol/L
4- Acetato de sódio 0,2 mol/L
5- Cloridrato de hidroxilamina 10 %

Curvas de calibração de ferro

1. Prepare em beckers de 100 mL, a partir da solução padrão de ferro, soluções de 1, 2, 3, 4 e 5


ppm.
2. Coloque em cada becker o volume calculado da solução padrão de ferro, e adicione acetato de
sódio 0,2 mol/L ou 2 mol/L suficiente para deixar o pH da solução entre os valores 3 e 6.
3. Adicione 5mL da solução de cloridrato de hidroxilamina e 4 mL da solução orto-fenantrolina.
59

4. Transfira as soluções para balões volumétricos de 100 mL, diluindo e completando até a marca
com água destilada.
5. Agite cada solução para homogeneizar, e aguarde pelo menos 10 minutos antes de efetuar a
leitura em um espectrofotômetro, utilizando cubeta de 1,00 cm e ajustado ao comprimento de onda
de 500 nm. Faça a leitura contra um “branco” (referência) tratado da mesma maneira mais isento de
ferro.
6. Construa a curva de calibração espectrofotométrica para o ferro.

Determinação de ferro na amostra


1. Retire uma alíquota de 25,0 mL da solução preparada para análise, com uma pipeta volumétrica,
colocando-a em um becker de 100 mL. A seguir proceda de modo análogo a sistemática adotada na
preparação dos padrões para construção da curva de calibração. Utilize a curva de calibração para
calcular:
a) a concentração em mols/L de ferro na solução da amostra;
b) a porcentagem de ferro na amostra (considerar somente o material dissolvido e as diluições
possivelmente necessárias).

Determinação espectrofotométrica de cobalto

Preparação de soluções
Solução padrão de Cobalto: Dissolver 4,472 g de cloreto de cobalto P.A em água destilada (50
mL), 0,188 mol.L-1.

Curva analítica do cobalto


1. Prepare os beckers de 100 mL, a partir da solução padrão de cobalto, soluções de 0,01504 ,
0,03008 , 0,04512, 0,05264 e 0,06016 mol.L-1.
2. Coloque em cada becker o volume calculado da solução padrão de cobalto.
3. Transfira as soluções para balões de 50 mL, diluindo e completando o volume até a marca com
água destilada e homogeneíze a solução.
4. Efetue a leitura em um espectrofotômetro, utilizando uma cubeta de 1,00 cm e ajustado ao
comprimento de onda de 510 nm, contra um „branco‟ (Referência) tratado na mesma maneira mais
isento de cobalto.
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5. Construa a curva de calibração espectrofotométrica do cobalto.

Determinação Espectrofotométrica de Cobalto


Utilizando a curva de analítica calcule:
a) a concentração em mol.L-1 de cobalto na solução da amostra;
b) a porcentagem em peso/volume de cobalto nas amostras 1 e 2.

4.3 Cromatografia
APLICAÇÃO DE SIMULADOR NA DETERMINAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE
PARÂMETROS CROMATOGRÁFICOS NA SEPARAÇÃO POR CROMATOGRAFIA
LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)

OBJETIVOS
Esse roteiro foi elaborado, utilizando-se o software livre, Practical HPLC simulator
v1.0, desenvolvido por Davy Guillarme, Balazs Bobaly e Jean-Luc Veuthey, na Universidade de
Genebra, com objetivo de abordar alguns fatores que influenciam a separação cromatográfica na
CLAE. Para isso, serão avaliados:
a) a influência da composição da fase móvel
b) a influência da vazão da fase
c) o modo de eluição utilizado.

METODOLOGIA

1. Informações sobre o software Practical HPLC simulator v1.0

Acessar o site https://ispso.unige.ch/labs/fanal/practical_hplc_simulator:en e fazer o


download do software no formato de arquivo de Excel intitulado Practical HPLC simulator v1.0
(with macro). Ao abrir o arquivo, permitir o uso de macros no Excel.
61

2. A tela principal do software apresenta três regiões: a) Sistema cromatográfico; b) Perfil


cromatográfico, composto pelo cromatograma e espectros de UV-VIS e c) Dados de saída.

a) Sistema cromatográfico:
O sistema cromatográfico está localizado à esquerda na tela. O sistema inclui todos os
componentes principais encontrados em um sistema HPLC, organizados de baixo para cima:
Bomba, injetor, forno contendo a coluna cromatográfica e o detector de UV-VIS.
62

b) Perfil cromatográfico
No centro da tela está localizado o cromatograma simulado (a), obtido sob condições
definidas pelo usuário. Ao seu lado direito existem dois gráficos (b), um contendo o espectro de
UV-VIS e outro com o perfil de ionização de cada substância.

c) Dados de saída
A região abaixo do perfil cromatográfico contém uma tabela onde estão organizados os dados
contendo as substâncias eluidas e identificadas com seus respectivos parâmetros cromatográficos
que são: tempo de retenção (tr), fator de retenção (k), largura dos picos a meia altura (W50%),
eficiência (N), assimetria, resolução (Rs), altura do pico, área do pico, ruído e a relação sinal/ruído.
63

3. No canto superior direito existem quatro ícones que tem como funções: impressão, dúvidas,
informações e resetar. Ao clicar no ícone Reset, o software será resetado aos valores iniciais.

Influência da composição da fase móvel

1. Clicar no ícone reset


2. No módulo INJECTOR selecionar a mistura Mix 1 – parabens. Essa mistura contém uracila,
usada como marcador de tempo morto no HPLC, e quatro parabenos: metilparabenos,
etilparabenos, propilparabenos e butilparabenos.
3.No módulo COLUNM OVEN ajustar a temperatura para 40 ºC.
4. Selecionar o solvente Acetonitrila (ACN) nos frascos de fase móvel

5. Ajustar a composição da fase móvel no módulo PUMP para 20, 30 e 40% de B, no modo
isocrático.
6. Para cada composição de %B, anotar os valores de tempo de retenção (tr) e fator de
retenção (k), disponível na tabela OUTPUT DATA e completar a seguinte tabela:

20% ACN 30% ACN 40% ACN


Amostras
tr (min) k tr (min) k tr (min) k
Metilparabeno
Etilparabeno
Propilparabeno
64

Butilparabeno
Influência da vazão da fase móvel

1. Clicar no ícone reset.


2. Selecionar a mistura Mix 3 – lidocaine formulation no módulo INJECTOR. Essa mistura contém
quatro compostos: metilparabeno, 2,6-dimetilaniline, propilparabeno e lidocaína.
3. No módulo PUMP, ajustar a composição da fase móvel para 20% ACN, no modo de eluição
isocrática.
4. No módulo PUMP, variar a vazão da fase móvel (flow rate) para os valores indicados na tabela
abaixo, anotando para cada vazão o número de pratos teóricos (N) observados para o composto
lidocaína.
5. A partir dos valores de N, calcular a altura do prato (H) para coluna de comprimento L =
150 mm.

Vazão (mL/min) N H (mm)


0,2
0,5
1,0
2,0
4,0
8,0
10,0

5. Plotar o gráfico de altura do prato teórico em função da vazão da fase móvel.

Influência do modo de eluição

1. Clicar no ícone reset.


2. No módulo INJECTOR selecionar a mistura Mix 7 – doping agents.
3. Capturar o cromatograma obtido no modo isocrático, com 20% ACN.
4. Alterar o modo de eluição para o modo gradiente, no módulo PUMP.
5. Considerar: 0 min – 5% e 30 min – 90% B
6. Capturar o cromatograma obtido no modo gradiente.
7. Ainda no modo de gradiente de eluição, ajustar o pH do solvente A para pH = 4,5
65

8. Com base no cromatograma obtido no modo isocrático, quais compostos apresentam


maiores interações com a fase móvel (ACN) e quais interagem mais com a fase estacionária
(C18)?

Realizar o que se pede:


a) Para cada composição de %B, anotar os valores de tempo de retenção (tr) e fator de retenção (k),
disponível na tabela OUTPUT DATA e completar a tabela indicada (pg 6, item 3.2).
b) No módulo PUMP, variar a vazão da fase móvel (flow rate) para os valores indicados na tabela
indicada (pg 6, item 3.3), anotando para cada vazão o número de pratos teóricos (N) observados
para o composto lidocaína. A partir dos valores de N, calcular a altura do prato (H) para coluna de
comprimento L = 150 mm. Plotar o gráfico de altura do prato teórico em função da vazão da fase
móvel.
c)Capturar o cromatograma obtido no modo isocrático, com 20% ACN (pg 7, item 3.4). Capturar o
cromatograma obtido no modo gradiente (pg 7, item 3.4). Comparar os dois cromatogramas e
indicar as modificações observadas ao mudar o modo de eluição de isocrático para gradiente.
66

6 - Reagentes mais utilizados na disciplina de Química Analítica

Ácido acético

Fórmula: CH3COOH
Peso molecular: 60,01 g/mol
Riscos à saúde: Este material é fortemente corrosivo e causa queimaduras sérias.
Limite de exposição: 4% -16%

Primeiros socorros:
Lavar a parte afetada com água corrente pelo menos pôr 15 minutos.
se ingerir, fazer lavar a boca com água fresca.
evitar o resfriamento com o uso de cobertores.
Não fazer vomitar, dar de beber água e leite a vontade.

Precauções:
Lave-se bem após manusear o produto.
Mantenha o recipiente fechado após o uso.

Ácido Clorídrico

Fórmula: HCl.
Peso molecular: 36,47 g/mol
Aspecto: O ácido clorídrico é um líquido incolor ou amarelado; concentrado, ele tem um odor acre e
picante, é higroscópico e libera vapores visíveis em contato com o ar úmido.

Limite de exposição:
TLVC: 7,5 mg/m3
Legislação brasileira: 5,5mg/m3

Riscos à saúde: Irritação intensa do nariz, dos olhos e da garganta. Tosse intermitente, respiração
difícil e irregular, com risco de bronco pneumonia química e edema pulmonar agudo. Em caso de
exposição repetidas ou prolongadas: dor de garganta, sangramento do nariz, bronquite crônica e
erosão do esmalte dos dentes.

Primeiros socorros
Contato com a pele sem perda de tempo encaminhar a vítima, para o chuveiro, retirar sapatos, meias
e roupas contaminadas.
Lavar a parte atingida com água e sabão, enxaguar com água corrente e morna.
Em caso de dor persistente ou vermelhidão, consultar um médico.
Ingestão
Fazer lavar aboca com água fresca.
Não fazer vomitar, dar de beber água fresca ou leite a vontade.
Evitar o resfriamento com o uso de cobertores.
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Ácido nítrico

Fórmula: HNO3
Peso molecular: 63,02g/mol
Precauções: ácido nítrico é corrosivo, energético oxidante que causa serias irritações na pele, olhos
e vias respiratórias. Exposição a nível elevado pode ser fatal. Pode levar a inflamabilidade outros
combustíveis.

Limite de exposição:
OSHA: 2 ppm (5mg/m 3)
NIOSHI: 2 ppm (5mg/m3)

Aparência: líquido incolor a marrom claro, fumegante, picante com odor sufocante. Os vapores são
marron avermelhado.

Riscos à saúde: É muito corrosivo para pele, olhos, aparelho digestivo e trato respiratório. Os
vapores podem causar severas irritações mesmo em baixas concentrações e o liquido pode causar
queimaduras mesmo quando em pequenos contatos com a pele e os olhos. Inalação do vapor pode
causar edema pulmonar podendo levar a morte. Exposição crônica a vapores ou misturas de HNO3
podem afetar lentamente os dentes, podendo ainda ocasionar doenças crônicas. Soluções diluídas
causam irritações e tendem a endurecer o epitélio (sem destrui-lo).

Primeiros socorros
Olhos: Lave imediatamente com água corrente no mínimo por 15 minutos, mantendo as pálpebras
abertas. encaminhar ao médico.
Pele: Rapidamente retirar as roupas contaminadas, evitando remoções de parte da pele. Lavar a
parte afetada durante 15 minutos. Pode aplicar uma solução de trietanolamina a 5% na área afetada
e lave com água e sabão. Dependendo da gravidade e a área atingida deve-se encaminhar ao
médico.

Ácido Sulfúrico

Fórmula molecular: H2SO4


Peso molecular: 98 g/mol

Riscos à saúde: Extremamente corrosivo, causa sérias queimaduras. Prejudicial através de inalação,
ingestão e pelo contato com a pele. Ingestão pode ser fatal. Contato de pele pode conduzir a
queimaduras extensas e severas. Exposição crônica pode resultar em dano pulmonar.

Primeiros socorros
Contato com a pele:
Sem perda de tempo encaminhar a vítima, para o chuveiro, retirar sapatos, meias e roupas
contaminadas. Lavar a parte atingida com água e sabão, enxaguar com água corrente e morna. Em
caso de dor persistente ou vermelhidão, consultar um médico.
Ingestão:
Fazer lavar a boca com água fresca.
Não fazer vomitar, dar de beber água fresca ou leite a vontade.
Evitar o resfriamento com o uso de cobertores.

Precauções:
Evite o contato com pele e olhos.
68

Manuseie o produto com bastante cuidado.


Após o uso mantenha o recipiente firmemente fechado.

Biftalato de potássio

Fórmula molecular: C8H5O4K


Peso molecular: 204,23 g/mol
Aspecto: sal brando finamente dividido.

Riscos à saúde: Causa irritações se em contato com olhos, pele e boca.

Primeiros socorros
Ingestão: se a pessoa se encontra consciente, dê imediatamente grandes quantidades de água.
Inalação: caso inspire grandes quantidades, mova a pessoa exposta para o ar fresco.
contato com os olhos: imediatamente enxágüe com bastante água pelo pôr 15 minutos.
contato com a pele: imediatamente lave com bastante sabão e lave-se pelo menos pôr 15 minutos.

Precauções:
Pode causar irritações pôr isso evite o contato com olhos, pele e roupas.
Lave-se complemente depois de manuseia o produto quando não estiver usando mantenha o produto
firmemente fechado.

Risco à saúde: Pode causar mal-estar se ingerido.

Cianeto de potássio

Fórmula molecular: KCN


Limite de exposição: 2,8 ppm

Riscos à saúde: Muito tóxico. Pode ser fatal se ingerido, inalado ou absorvido pela pele.
É extremamente destrutivo de membranas da mucosa. Causa sérias queimaduras.

Primeiros socorros
Ingestão: caso a pessoa esteja consciente, dê imediatamente bastante água.
Inalação: Remova a pessoa acidentada para o ar fresco.
Contato com os olhos: lavar com água corrente pôr pelo menos 15 minutos.
Contato com a pele: lavar a parte afetada com bastante água e sabão pôr pelo menos 15 minutos.

Precauções
Lave-se completamente após manuseia o produto.
Evite o contato com olhos, pele e boca.
Após o uso mantenha o recipiente fechado.

Hidróxido de amônio

Fórmula: NH4OH
Peso molecular: 25 g/mol

Limite de exposição: 16-27%


69

Riscos a saúde
Causa queimaduras a pele.
É muito destrutivo as membranas de mucosas.

Primeiros socorros
Lavar a pele pôr pelo menos 15 minutos.
Se ingerir, estando a pessoa consciente, pode-se dar água e leite. Não provocar vômitos.

Precauções
Lave-se bem após manusear o produto.
Mantenha o recipiente firmemente fechado após o uso.

Hidróxido de sódio

Fórmula: NaOH
Peso molecular: 40,01g/mol
Aspecto: Sólido - sólido branco cristalino translúcido. Em solução - líquido incolor, transparente,
levemente gorduroso, muito alcalino.

Riscos à saúde
As poeiras, as partículas e as soluções de soda cáustica são corrosivas para as mucosas digestivas,
para os olhos e para a pele.
A dose mortal, ingerida de uma só vez, para um homem adulto de 70kg é de 5 a 8g.

Inalação (poeiras e aerossóis):


Sintomas: Irritação do nariz e dos olhos. Em caso de empoeiramento intenso há acesso de tosse,
respiração difícil e risco de bronquite. Em caso de exposições repetidas ou prolongadas ocorrem
hemorragias e ulcerações no nariz.
Contato com olho: Irritação intensa, lacrimejamento, inchaço das pálpebras. Riscos de queimaduras
que demoram a sarar, Risco de perda da visão.
Contato com a pele: Provoca intensa, vermelhidão, inchaço da pele. Ulcerações profundas, difíceis
de curar. Risco de estado de choque (palidez da face, tendência à síncope, pulso fraco e irregular)
em caso de projeção importante. Contatos prolongados e repetidos levam a pequenas ulcerações e
risco de dermatose.

Primeiros socorros:
Afastar a vítima do ambiente empoeirado e fazê-lo assoprar o nariz.
Procurar assistência médica em todos os casos de sintomas respiratórios.
Em caso de projeção nos olhos e no rosto, tratar os olhos com prioridade.
Sem perda de tempo, lavar os olhos com água corrente pôr 15 minutos, mantendo as pálpebras bem
abertas para eliminar o produto.

Contato com a pele (poeiras, partículas e soluções):


Lavar a pele atingida com água.
Evitar o resfriamento com uso de cobertores.
Em caso de dor persistente ou vermelhidão, consultar um médico com urgência. Transportar a
vítima para um hospital, caso o contato tenha sido muito extenso ou com uma solução quente.
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Nitrato de Prata

Fórmula: AgNO3
Peso molecular: 169,87 g/mol
Limite de exposição: 29 ppm

Riscos a saúde
Provoca queimaduras.
Exposição longa pode causar mancha azul - cinzento permanente de olhos, boca, garganta e pode
causar dano de olho.
Contato pequeno pode conduzir ao aparecimento de manchas de prata que provocam a cor negra na
pele.

Primeiros socorros
Se ingeriu, caso esteja consciente, dê imediatamente grande quantidade de água.
Inalação, remova a pessoa exposta para o ar fresco.
Contato com olho, lavar-se com água corrente pôr pelo menos 15 minutos.
Contato com a pele, lavar a parte afetada com bastante água e sabão pôr pelo menos 15 minutos.

Precauções
Lave-se bem após manuseia o produto.
Mantenha o recipiente firmemente fechado após o uso.

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