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ISCTEM – Gestão Ambiental e de Qualidade – 2022/gchamba

AUDITORIA AMBIENTAL E DE QUALIDADE

Auditoria da qualidade
A auditoria da qualidade é um instrumento gerencial utilizado para avaliar as acções da
qualidade previstas num sistema de qualidade. É um processo construtivo e de auxílio à
prevenção de problemas.

As origens do conceito remontam às normas técnicas do Departamento de Defesa dos Estados


Unidos, que por meio de seus diferentes órgãos subordinados exigiam de seus fornecedores o
cumprimento de várias exigências contratuais técnicas pelos respectivos supervisores e
engenheiros.

Tais normas geraram outras dos próprios fabricantes e se desenvolveram em sofisticadas


auditorias internas e externas de qualidade e depois influenciaram normas internacionais.

«Auditoria de qualidade: Exame sistemático e independente para determinar se as actividades da


qualidade e respectivos resultados cumprem as providências planeadas e se essas providências são
implementadas de maneira eficaz, e se são adequadas para atingir os objectivos.»

O desígnio da auditoria da qualidade é a avaliação da eficácia das disposições planeadas da


qualidade pela colecta e utilização da evidência objectiva e identificar e registar as instâncias
de não conformidade com os arranjos e disposições da qualidade e mostrar, quando fôr
possível, as causas.

É necessário entender que a auditoria é um exercício para coletar dados, que torna possível que
uma necessidade de progresso ou de acções de correcção seja encontrada. A informação que
se busca é a evidência objectiva da conformidade, e não o número mais alto de não
conformidades. Não pode ser entendida como uma caça às bruxas. Os auditores deveriam ser
cuidadosos com esse aspecto e, em todas as suas acções, deveriam formar esta imagem positiva
da auditoria da qualidade, porque, caso contrário, um clima para uma conversação eficaz não
será encontrado.

Do ponto de vista dos fabricantes, a auditoria visa à certificação e à implementação da


qualidade e, dependendo do ramo de actividade; visa a implementação e a certificação das boas
práticas de fabricação. Tal auditoria pode ser interna (realizada por funcionários qualificados
da própria empresa) ou externa (realizada por empresas de consultorias ou órgãos como
INNOQ, os quais cumprem os requisitos da legislação vigente).

São avaliados durante uma auditoria as normas e os procedimentos, os quais devem estar
certificados legalmente. A partir daí, é realizada uma inspecção que deverá se certificar do real
cumprimento dos procedimentos e normas.

É, decisivamente, importante que os dados coletados sejam exactos e verdadeiros, pois


importantes tomadas de decisão serão baseadas nos balanços de auditoria. As decorrências
financeiras de decisões tomadas com base em dados errôneos, colhidos durante auditoria
conduzida de forma inadequada, podem ter uma decorrência devastadora sobre a organização.
Portanto, é essencial que as acções sejam tomadas somente por pessoal treinado ou por
profissionais contratados. A coleta de dados e evidências objectivas requer profissionalismo
que somente podem ser desenvolvido através de experiência e treinamento que duram vários
anos.
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Objectivos de uma Auditoria de Qualidade

São objectivos de uma Auditoria de Qualidade:

 Determinação da conformidade ou não conformidade com os requisitos especificados.


 Determinação da eficácia do sistema no atendimento aos objectivos.
 Identificação do potencial de melhoria no que se refere ao sistema da qualidade.
 Atendimento dos requisitos regulamentares.
 Certificação do sistema da qualidade.

De acordo com os seus objectivos, as auditorias podem ser classificadas em:

 Auditoria de adequação – determina a extensão na qual o sistema documentado


(representado pelo manual da qualidade e pelos procedimentos) atendem aos requisitos
da norma aplicável. No processo de certificação, uma auditoria de adequação se limita
tipicamente à análise crítica do manual, que, normalmente, e de forma suficiente,
descreve todo o sistema da qualidade da organização.

 Auditoria da qualidade de conformidade ou implementação – busca estabelecer a


extensão na qual o sistema documentado está entendido, implementado e percebido
pela força de trabalho;

 Auditoria de sistema – conjunto da auditoria de adequação, de conformidade.


Auditorias de sistema dividem-se em:
 Auditoria interna: Também denominada auditoria de primeira parte. Conduzida
pela própria organização, para propósitos internos. É quando uma organização
examina seus próprios sistemas, procedimentos e actividades para determinar se
eles são adequados e estão sendo atendidos.
 Auditoria externa: É a auditoria realizada por agentes externos à organização.
Podem ser clientes e/ou fornecedores ou órgãos certificadores (auditorias de
certificação). São denominadas auditorias de segunda e terceira parte
respectivamente.

 Auditoria de produto / projecto / processo – auditoria vertical que considera todos


os sistemas que entram na produção de um produto ou serviço específico.

As auditorias podem ainda ser:

 Programadas – conforme sistemática definida pela organização;


 Solicitadas (ou demandadas) – podem não ser programadas e ocorrerem em resposta à
uma solicitação;
 De acompanhamento (ou seguimento) – para verificar se houve solução das não-
conformidades detectadas;
 Sem aviso – quando ocorrem suspeitas de graves desvios ao sistema de gestão
implementado;
 Preliminares (ou pré-auditoria) – quando se deseja verificar a viabilidade da realização
de auditorias de segunda ou de terceira parte.
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Melhorias resultante da Auditoria da Qualidade

 Direcciona a confiança de que as actividades acontecem de acordo com o estabelecido;


 Proporciona satisfação e confiança aos clientes;
 Detecta e observa problemas de ocasião;
 Retorna informações para as actos correctivos e melhorias.

Classificação da Auditoria da Qualidade

 Auditoria da Qualidade de 1ª Parte: É realizada por uma organização sobre si mesma


e para o benefício de sua administração, que utilizará os dados obtidos durante a
auditoria.
 Auditoria da Qualidade de 2ª Parte: Conduzidas por uma companhia sobre outra para
finalidades e metas da empresa que fez a auditoria. Inclui auditorias feitas por clientes
e em potenciais fornecedores da companhia.
 Auditoria da Qualidade de 3ª Parte: Realizadas por uma 3ª parte, independente, que
não se interessa directamente nos resultados das auditorias. São auditorias de
certificação para prémios de qualidade, entre outras.

As 4 etapas essenciais em auditorias de qualidade


As Auditorias de Qualidade são um importante instrumento para ajudar no crescimento e na
prosperidade das organizações. Elas fornecem mecanismos para avaliar a eficiência do
negócio. Embora as auditorias de qualidade sejam focadas em processos e produtos, elas
ajudam os gestores a identificar se as estratégias aplicadas estão trazendo resultados. Em caso
de desvios, elas ajudam ainda a identificar a causa-raiz e a tomar acções correctivas necessárias.
Conduzir uma auditoria correctamente é fundamental para evidenciar ao mercado e aos clientes
a conformidade do SGQ perante a norma.

Etapas para realizar auditorias de qualidade com sucesso:

1. Planeamento

As acções tomadas no momento anterior a realização da auditoria são determinantes para o


sucesso das actividades. O planeamento começa com a elaboração de um plano, que irá orientar
a execução da auditoria. Esse plano deverá apresentar todas as actividades numa linha do
tempo, além do escopo, com processos, departamentos ou produtos que serão auditados. Nesta
etapa também é importante que o auditor identifique toda a documentação relacionada, tais
como políticas ou procedimentos de qualidade. Ainda nesta etapa, pode ser elaborada a lista
preliminar das pessoas que serão entrevistadas.

2. Preparação

Este é o momento em que os auditores poderão conhecer um pouco mais sobre o SGQ da
empresa, analisando mais a fundo a documentação do sistema. É importante que cada membro
da equipa de auditoria esteja preparado para a actividade, com acesso ao check-list de
verificação. O check-list é fundamental para orientar o auditor de modo a não esquecer nenhum
detalhe a ser avaliado, assim como para registar as constatações e observações.
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3. Execução

A execução das auditorias se dá através da coleta de informações, que determinam se o


departamento em questão está seguindo os padrões e procedimentos de controle de qualidade
estabelecidos. Nesta fase, o auditor entrevista as pessoas, fazendo perguntas e tomando nota
das constatações. De acordo com o que fôr constatado, os planos de auditoria e check-lists
podem ter seu escopo expandido, e podem ser submetidos a uma avaliação mais profunda. É
neste momento que serão registadas as não conformidades, ou seja, situações que ocorreram
em desacordo com o processo e procedimento padronizado.

4. Encerramento e Follow-up

Após concluída a execução da auditoria é que o trabalho “real” começa. A equipa de auditores
se reúne para rever as áreas problemáticas, e para determinar as recomendações para corrigir
problemas de qualidade. Essas informações irão compor o relatório de Resultados da Auditoria.

Esse relatório é um insumo importante para as reuniões estratégicas realizadas pelas lideranças.
Ele ajuda a avaliar os resultados e a definir como implementar as acções de melhoria sugeridas
pela equipa de auditores.

Princípios relacionados aos auditores (conforme a ISO 19011):


a) Conduta ética: o fundamento do profissionalismo – confiança, integridade,
confidencialidade e discrição são essenciais para auditar.

b) Apresentação justa: a obrigação de reportar com veracidade e exactidão – constatações


de auditoria, conclusões de auditoria e relatórios de auditoria reflectem verdadeiramente
e com precisão as actividades da auditoria. Obstáculos significantes encontrados durante
a auditoria e opiniões divergentes não resolvidas entre a equipe de auditoria e o auditado
são relatados.

c) Devido cuidado profissional: a aplicação de diligência e julgamento na auditoria –


auditores devem ter cuidado ao considerar a importância e a confiança depositada neles,
além da competência necessária para realizar o trabalho.

Outros princípios se relacionam à auditoria, que é por definição independente e sistemática:

d) Independência: a base para a imparcialidade da auditoria e objectividade das conclusões


de auditoria – auditores são independentes da actividade a ser auditada e são livres de
tendência e conflito de interesse. Auditores mantêm um estado de mente aberta ao longo
do processo de auditoria para assegurar que as constatações e conclusões de auditoria
serão baseadas somente nas evidências de auditoria.

e) Abordagem baseada em evidência: o método racional para alcançar conclusões de


auditoria confiáveis e reproduzíveis em um processo sistemático de auditoria. Evidência
de auditoria é, por definição, verificável. É baseada em amostras das informações
disponíveis, uma vez que uma auditoria é realizada durante um período finito de tempo
e com recursos finitos. O uso apropriado de amostragem está intimamente relacionado
com a confiança que pode ser colocada nas conclusões de auditoria.
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Auditoria ambiental
O que é Auditoria Ambiental
Atualmente, a auditoria ambiental é considerada uma das ferramentas da gestão ambiental de
mais destaque. A competição internacional e o processo acelerado de fusões e aquisições de
empresas passou a requerer verificações rigorosas, para que passivos ambientais existentes
pudessem ser avaliados e seu valor levado em cosideração nos negócios, criando assim a
necessidade de auditorias ambientais. Além de necessitarem de grandes custos para sua
remediação, passivos e danos ambientais podem ferir a imagem de uma empresa, o que levou
as organizações a estabelecerem processos sistemáticos de verificação dos cuidados com o
meio ambiente, como a auditoria ambiental, em suas matrizes e filiais.

A Auditoria Ambiental é a ferramenta que permite às empresas conhecer o seu grau de


desempenho ambiental e atingir a eficácia de gestão ambiental através de um plano de acção
que é preparado a partir das conclusões da auditoria ambiental.

“A auditoria ambiental é um processo sistemático e documentado de verificação, realizado


para obter e avaliar, de forma objectiva, evidências de auditoria para determinar se as
actividades, eventos, sistemas de gestão e condições ambientais especificados, ou as
informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria, e para
comunicar os resultados deste processo ao cliente.” (definição da norma ISO 14.010) As
auditorias ambientais consiste em facilitar o gerenciamento das práticas ambientais, bem como
avaliar as conformidades da politica ambientalmente correcta das empresas atendendo aos
requisitos exigidos pelos órgãos competentes.

A auditoria ambiental é o retrato do desempenho ambiental da empresa em um determinado


momento, ou seja, verifica-se até aquele ponto a empresa está atendendo os padrões
ambientais estabelecidos pela legislação ambiental vigente. Ou seja, a auditoria ambiental
visa principalmente verificar o sistema de gestão ambiental de uma organização. A auditoria
ambiental é uma ferramenta importante que deve ser usada pelas empresas para controlar a
observância a critérios e medidas estipulados com o objectivo de evitar a degradação
ambiental, que em geral decorre quando há falta ou pouco controle do impacto ambiental das
operações.

A auditoria ambiental identifica áreas de risco e problemas de infracção ou desvio no


cumprimento das normas padronizadas, apontando tanto os pontos fortes da operação quanto
os fracos. Assim é interessante que a operação candidata à certificação ambiental estude e
conheça mais sobre os benefícios e exigências da ferramenta auditoria ambiental antes da
implantação de um sistema de gestão ambiental.

É importante diferenciar que a auditoria ambiental é uma ferramenta de gestão ambiental e


não um instrumento de controle ambiental. Pois a auditoria não estabelece as normas e
padrões a serem seguidos e a tecnologia necessária para tal, mas sim busca avaliar se as
normas existentes estão sendo observadas pela operação, se a empresa possui uma política
ambiental e se é capaz de melhorar o seu desempenho ambiental constantemente (melhoria
contínua).
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Assim, o sistema de gestão ambiental passou a sistematizar a auditoria ambiental como a


prática que permite melhoria contínua, pois sua metodologia permite identificar práticas que
não estão em conformidade (práticas não adequadas também chamadas comumente de
práticas não-conformes) e quais as medidas necessárias para corrigir esses erros.

A classificação de uma auditoria ambiental é definida pelo seu objectivo. Adiante são
detalhados os diversos tipos de auditorias ambientais para diferentes necessidades, tais
como:
− Auditoria ambiental de certificação;
− Auditoria Ambiental de acompanhamento;
− Auditoria Ambiental de verificação de correções (ou de follow-up);
− Due dilligence;
− Auditoria de descomissionamento (decomissioning);
− Auditoria de desempenho ambiental e
− Auditoria pontual.

Na auditoria são utilizados critérios que correspondem a práticas e requisitos que serão
empregues como ferramentas, pelas empresas ou auditores, como parâmetros de avaliação das
práticas operacionais da empresa que será auditada, as documentações e actividades que serão
avaliadas no processo de auditoria.

Internacionalmente, a auditoria ambiental sobre base normalizada começou a ser discutida em


1991 com a criação do Strategic Advisory Group on Environment - Sage no âmbito da ISO. A
discussão se amplia mundialmente, em 1994, com a divulgação dos projetos de norma dentro
da série ISO14000. Em 1996, tais projectos de norma são alçados à categoria de normas
internacionais, sendo adotadas pelos países participantes da ISO. Compreende-se que o
processo de auditoria ambiental é um instrumento de suma importância, caracterizando a
relação existente economia e meio ambiente, auxiliando as empresas verificando o desempenho
ambiental com a criação de mecanismos que se façam cumprir as legislações pertinentes e,
tornando pública as informações ligadas aos recursos naturais utilizadas nas empresas.

Um instrumento de gestão, como a Auditoria Ambiental, deve permitir fazer esta avaliação não
só nos sistemas de gestão mas também, sobre o desempenho dos equipamentos instalados em
um estabelecimento de uma empresa, para fiscalizar e limitar o impacto de suas actividades
sobre o Meio Ambiente.

Para a Comissão Europeia, por exemplo, a Auditoria Ambiental, além de contribuir para
salvaguardar o meio, avalia o cumprimento de diretrizes da empresa, o que incluiria o
atendimento de exigências de órgãos reguladores e normas aplicáveis.

Quanto à sua periodicidade, os procedimentos de auditoria podem ser também ocasionais,


principalmente quando relacionados às actividades ambientais de uma empresa, sendo
considerados como instrumentos de aprimoramento de seu desempenho ambiental e das acções
relativas a essa questão.

Esses procedimentos, conforme assinala a Environmental Protection Agency — EPA, devem


ser utilizados, principalmente, por entidades regulamentadas relacionadas com o atendimento
aos requisitos ambientais.
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Objectivos da Auditoria Ambiental

A expressão auditoria ambiental, na visão Barbieri (2004, p. 190), “tornou-se bastante elástica,
podendo significar uma diversidade de actividades de caráter analítico voltadas para identificar,
averiguar e apurar factos e problemas ambientais de qualquer magnitude e com diferentes
objectivos”. (Forte, 2007).

Dessa forma, é possível justificar uma auditoria ambiental com os seguintes objectivos:

− Identificar e documentar o status da conformidade ambiental;


− Prover confiança ao administrador senior;
− Auxiliar os administradores a melhorar o desempenho ambiental da empresa;
− Acelerar o desenvolvimento dos sistemas de gestão ambiental;
− Aperfeiçoar o sistema de gestão de riscos ambientais;
− Proteger a empresa de responsabilidades ambientais;
− Desenvolver uma base para a utilização de recursos ambientais.

Portanto, ao final da auditoria, no escopo, é imprescindível que a empresa auditada seja capaz
de responder a questões tendo por intuito revelar a situação operacional real que se encontra,
para que seja feita um análise justa e fundamentada, questões como:

a. Conformidade com as leis ambientais;


b. Adequação dos procedimentos e sistemas corretamente;
c. Existe alguma actividade que cause preocupação aos que possuem interesses na
empresa;
d. A empresa se mantém actualizada às novas tecnologias;
e. A empresa faz progressos quanto a redução dos passivos ambientais que fazem parte
da sua actividade.

Assim, a auditoria ambiental se faz uma avaliação do total aproveitamento da empresa quanto
a utilização dos recursos e a redução de passivos ambientais melhorando o seu desempenho.

Passos da Auditoria ambiental


Fase 1 - Planeamento.

As auditorias devem ser planeadas e implementadas de forma a assegurar a abrangência de


todos os elementos das diretrizes de garantia ambiental fixadas, podendo:

 Determinar se o SGA foi documentado e desenvolvido em conformidade com os


requisitos especificados;
 Verificar, através de exame e avaliação de evidências objectivas, se o SGA está
efectivamente implementado;
 Verificar se a empresa atende a todos os requisitos ambientais legais, regulatórios e de
políticas internas;
 Identificar não conformidades e propor acções correctivas, quando pertinentes;
 Verificar a correcção de deficiências no Manual Ambiental.

O Planeamento das auditorias deve ser verificado periodicamente e revisto sempre que
necessário, para reflectir a actualização do programa de actividades desenvolvidas.
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Fase 2 - Programação das Auditorias

Para cada auditoria deve ser elaborada uma programação específica com a indicação do escopo,
os requisitos, a composição da equipe de auditoria, o auditor líder, as actividades a serem
auditadas, os sectores a serem notificados e data prevista.

Fase 3 - Organização da Equipa de auditoria

É muito importante verificar se existe a independência entre a equipe auditora e a área a ser
auditada, pois as pessoas indicadas não devem ter responsabilidades directas na execução das
actividades, e não é conveniente que tenham qualquer interesse nos resultados, para não
tendenciar a auditoria. Os auditores devem ter autoridade suficiente e liberdade para tornar a
auditoria significativa e efectiva. O auditor líder a ser indicado deve ter a responsabilidade de
instruir a equipa, coordenar a auditoria e assegurar um canal de comunicação entre a equipa e
os auditados, participar da auditoria e coordenar a elaboração e emissão do relatório da
auditoria. Dentre os principais critérios para selecção de auditores, deve se ressaltar:

 Independência;
 Treinamento em técnica de auditoria;
 Habilidade na comunicação oral e escrita;
 Capacidade para exame de documentação a se utilizada no processo de auditoria;
 Habilidade e capacidade investigativa.

Fase 4 - Preparação da Auditoria

Na preparação de uma auditoria, devem ser seguidos os seguintes passos:

 Estudo da documentação pertinente (procedimentos, especificações, normas, instruções


e relatórios de auditorias anteriores);
 Esclarecimentos entre os membros da equipa auditora;
 Divisão de tarefas conforme as habilidades de cada componente;
 Definição dos objectivos da auditoria;
 Providencias administrativas.

Fase 5 - Notificação da Auditoria

A área ou função a ser auditada deve ser comunicada sobre a auditoria com uma antecedência
razoável. A comunicação deve ser feita formalmente, e incluir informações como:

 Objectivos da auditoria;
 Programação, ou seja, previsão de tempo e horário aproximado de visita a cada área;
 Nomes da equipa auditora com indicação de quem é o líder.

Em caso de auditoria não planeada deve ser feito um acordo entre a equipa designada e o
sector a ser auditado.
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Fase 6 - Execução da Auditoria

O auditor líder deve planear uma reunião inicial, de pré-auditoria, com os envolvidos da área a
ser auditada, com o propósito de estabelecer o canal de comunicação, conhecer os participantes
de ambos os lados, confirmar os objectivos, discutir a sequência e a duração da auditoria como
também negociar datas, roteiros, e horários, analisar a necessidade de realização da reunião de
encerramento.

Fase 7 - Desenvolvimento da Auditoria

Caso seja necessário os auditores devem visitar o local a ser auditado. O processo de auditoria
deve ser conduzido a partir de um “Check-list”, para auditores sem muita prática em auditoria,
e esta vai auxiliar na condução da mesma não deixando esquecido factos que possam ser
relevantes no levantamento de dados para que seja possível uma avaliação posterior sobra a
conformidade ou não do sistema. (A técnica mais utilizada para realização de auditorias é o
rastreamento, (“trace-back” ou traceability“)”.

A seqüência é:

 Selecionar uma actividade, produto, componente, efluente, documento ou uma


actividade e verificar todo trajecto das operações, fazendo um retrocesso no processo
avaliando, os registros pertinentes, e qualquer procedimento, instrução, especificações,
normas aplicáveis à situação;
 Ao ser constada a evidência de uma possível não conformidade, o auditor deve buscar
uma fundamentação em qualquer registo, especificação ou outros para então solicitar a
concordância do auditado para confirmar se é de facto uma não conformidade.

Os auditores devem estar atentos aos seguintes critérios:

− As avaliações devem ser realizadas, preferencialmente, nos locais onde os trabalhos são
executados;
− Não concluir antes de se certificar do faco constatado;
− Utilizar linguagem directa tanto para qualquer questionamento ou para expor suas
conclusões;
− Ter um tratamento interpessoal;
− Não interromper ou mandar interromper os serviços em execução;
− Seguir a orientação do auditor líder;
− Desenvolver as acções de sua responsabilidade de forma organizada;
− Nunca dirigir qualquer crítica às pessoas, e se o fizer que seja somente aos factos;
− Reportar-se somente ao pessoal responsável pela actividade;
− Comprovar pessoalmente qualquer informação recebida.

Evidências constatadas devem ser registadas sempre que forem observadas, para que seja
assegurada a transparência na condução da auditoria. Durante uma auditoria, ao ser constatada
uma não conformidade que possa ser corrigida durante a avaliação, deve ser tratada da mesma
forma de qualquer outra.
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Fase 8 - Avaliação dos Resultados de uma Auditoria

Os resultados encontrados devem ser consolidados pela equipa auditora, e elaborar um relatório
final, como também os relatórios de não conformidades caso seja necessário, e repassá-los aos
auditados em reunião de encerramento se for o caso. Toda e qualquer divergência entre o
auditor e auditado deve ser comunicada ao responsável da alta administração, para que seja
dirimida.

Fase 9 - Elaboração do Relatório da Auditoria

O relatório da auditoria deve conter informações que permitam a avaliação das condições da
área auditada, como:

 Objectivo da auditoria e de forma sucinta a abrangência e finalidade da auditoria;


 Nomes dos membros da equipa auditora;
 Documentos e registos utilizados como referencial;
 Nomes das pessoas responsáveis pelo atendimento;
 Descrição dos factos constatados, fazendo uma separação entre o que é não
conformidade do que é observação;
 Sugestões de melhorias para o aperfeiçoamento das actividades desenvolvidas.

Fase 10 - Análise do Relatório de Auditoria

O auditado deve, ao receber o relatório de auditoria, avaliar as constatações registadas para


posteriormente estabelecer acções correctivas que possam eliminar as causas dos problemas
constatados. Quando não for possível uma acção correctiva de imediato, o auditado deve
estabelecer um prazo, e registar, para que seja possível um acompanhamento das acções.

Fase 11 - Acompanhamento

O auditado deve comunicar ao responsável pelo controle das auditorias, sobre o andamento das
acções, e providenciar um método de controle para:

 Ter um registo que dê uma rastreabilidade ao relatório da auditoria;


 Avaliar as respostas;
 Verificar se as acções correctivas foram realizadas conforme programadas;
 Reprogramar o que não foi cumprido;
 Avaliar a eficácia das acções correctivas.

Tipos de Auditoria ambiental

É importante ressaltar que as Auditorias Ambientais podem ser aplicadas em organizações,


locais, produtos, processos e sistemas de gestão, como se observa abaixo, os principais tipos
de auditoria ambiental frente a seus objectivos, com indicação individual dos instrumentos de
referência para averiguação e análise.
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Demonstra-se a amplitude da Auditoria Ambiental e as possibilidades de avaliação conforme


as solicitações das entidades. Desta amplitude o actual estudo irá se deter ao último tipo
“Auditoria de sistema de gestão ambiental”.

Auditoria Conformidade: Verificar o grau de conformidade com a legislação ambiental. Os


instrumentos de referência são, legislação ambiental, licenças e processos de licenciamentos e
termos de ajustamento;

Auditoria de Desempenho ambiental: Avaliar o desempenho de unidades produtivas em relação


à geração de poluentes e ao consumo de energia e materiais, bem como aos objectivos definidos
pela organização. Os instrumentos de referência são:
 Legislação ambiental,
 Acordos voluntários subscrito,
 Normas técnicas e Normas da própria organização;
 Due diligence: Verificação das responsabilidades de uma empresa perante acionistas,
credores, fornecedores, clientes, governos e outras partes interessadas. Os principais
instrumentos de referência são:
− Legislação ambiental, trabalhistas, societárias, tributária, civil, comercial etc.,
− Contrato social, acordos com acionistas e empréstimos,
− Título de propriedade e certidões negativas.

Auditoria de desperdício e de emissões: Avaliar os desperdícios e seus impactos ambientais e


económicos com vistas ás melhorias em processos ou equipamentos específicos. Os principais
instrumentos de referência são, Legislação ambiental e Normas técnicas, Fluxogramas e rotinas
operacionais, Códigos e práticas do sector;
Auditoria pós acidente: Verificar as causas do acidente, identificar as responsabilidades e
avaliar os danos. Os principais instrumentos de referência são, Legislação ambiental e
trabalhistas, Acordos voluntários subscritos, Normas técnicas, Plano de emergência e Normas
da organização e Programas de treinamento:
Auditoria de fornecedor: Avaliar o desempenho de fornecedores actuais e seleccionar novos.
Seleccionar fornecedores para projectos conjuntos. Os principais instrumentos de referência
são, Legislação ambiental, Acordos voluntários subscritos, Normas técnicas, Normas da
própria empresa, Demonstrativos contabilísticos dos fornecedores, Licenças, certificações e
premiações;
Auditoria de sistema de gestão ambiental: Avaliar o desempenho do sistema de gestão
ambiental, seu grau de conformidade com os requisitos da norma utilizada e se está de acordo
com a política da empresa. Os principais instrumentos de referência são, Normas que
especificam os requisitos do SGA (ISO 14001, etc.), Documentos e registos do SGA, Critérios
de auditoria do SGA.
Auditoria de Descomissionamento: tem como finalidade a verificação de riscos para a
população ou o meio ambiente após o fechamento de algum tipo de indústria;
Auditoria de Responsabilidade: serve para investigar a existência de passivos ambientais que
podem interferir em um processo de compra e venda de alguma organização;
Auditoria de Cadeia Produtiva: auditoria realizada em toda a cadeia produtiva de um
determinado produto incluindo os serviços relacionados;

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