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Capitulo I Apresentacaio e Aplicacio Walter Trinca — 1. Introdugio 0 falaremos, basicamente, de dois veiculos principais de ica da personalidade, que fazem parte do corpo tebrico e investigagao clinica da personalidade, utilizadas no 0 € na psicoterapia. Sao eles o Procedimento de reviadamente, D-E) ¢ o Procedimento de Desenhos de Familia com Estérias (abreviadamente, DF-E). As técnicas de investigagiio clinica da personalidade formam uma categoria abrangente no contexto do diagnéstico psicolégico, constituindo um assunto bastante complexo em Psicologia Clinica, gragas aos. problemas yf pauticulares que elas apresentam, No diagnéstico psicoligico, so conhecid como técnicas que nao se prendem a fidedignidade, a sensibilidade e & [ec Proprias dos testes psicolégicos, mas geralmente possuem a capacidade de conduzir uma explorago ampla da personalidade e de por sm relevo a dinmica emocional dos processos inconscientes quando se trata de gua pores a Formas de Investigagéio Clinica em Psicologia Dentre essas técnicas, sio conhecidos em nosso a Hora de K Jogo Diagnéstica (Aberastury, 1962), ogo dos Rabiscos (Winnicott, 1971), a Observagao Lidica coma Participagiio dos Pais, a Dramatizagao 'stica etc. O conjunto delas ¢ dificil de determinar, pois variam de regio para regio, em conformidade com as condigdes em que os profissionais trabalham e com as circunstancias do atendimento dos clientes. Hoje em dia, constituem instrumentos habituais eindispensiveis do psicologo clinico familiarizado com a Psicanilise. aracteristico dessas técnicas: a) 0 uso da associagao livre por parte do examinando; b) o objetivo de atingir a exploragio de aspectos inconscientes da personalidade, c) a participagio em recursos de investigagao proprios das técnicas projetivas em geral, pela insergdo de estimulos que se diferentes interpretagées; d) 0 emprego de meios indiretos de , como os desenhos, a pintura, a dramatizaglo, o relato de sonhos, © ato de contar estorias etc.; e) a ampliagiio da observagao livre e da idade de deixar 0 examinando livre para realizar sua comunicag&o, ao mesmo tempo em que oferecem um substrato bisico de procedimentos estiveis para os part conduzirem. As informagGes que se obtém por meio des: reunidas is demais no interior dos processos diagnés ou terapéutico, combinando-se com estes. Dentro desse espirito surgiram o Procedimento de Desenhos-Est6rias ¢ © Procedimento de Desenhos de Familia com Estorias, dos quais falaremos a seguir. 2. Procedimento de Desenhos-Est6rias (D-E) 2.1. Natureza e Caracteristicas Foi por nds introduzido em 1972, como meio auxiliar de ampliagao do conhecimento da dinmica psiquica no diagndstico psicologico. Sendo iz Apresentagiio e Aplicaciio uma técnica de investigagio clinica, tem por base os desenhos livres ¢ 0 emprego do recurso de contar est6rias. A hipétese principal que formulamos na ocasito de sua introdugaio foi: “o desenho livre, associado a estorias e ele fi como estimulo para essas estorias, co1 trumento com caracteristicas préprias para obtengdo de informag sobre a personalidade em aspectos que néio séio fac detectaveis pela entrevista psicolégica direta” (Trinca, 1972, p.28). Assim, os desenhos livres servem como estimulos de apercepga0 tematica, O Procedimento de Desenhos-Estérias reine e utiliza oriundas de técnicas graficas ¢ temiticas de modo ae co: diferente abordagem da vida psiquicaBasicamente, é formado pela associagio de processos expressivo-motores (entre 0s quais se inclui o desenho livre) © processos aperceptivos-dinamicos (verbalizagoes tematicas). Dessa jungiio surge um instrumento individualizado, que se diferencia de outras técnicas de investigagio. Ele consiste de cinco uniidades de produgio, que so realizadas pelo examinando, sendo cada q ‘composta por desenho livre, estoria, “inquérito” e titulo. O examinando faz © primeiro desenho livre, com o qual verbaliza uma estoria e, em seguida, responde as questdes do examinador por meio de associagdes dirigidas do tipo “inquérito”, oferecendo, finalmente, um titulo para essa unidade de Produgao. Ele repete os mesmos procedimentos em relagao as demais unidades de produgao, A ordem seqiiencial composta de desenho livre, cest6ria, “inquérito” e titulo, nfo se modifica ao longo do exame, até que, em condigdes normais, se obtenhiam as cinco unidades de produgao. 2.2. Aplicagao A técnica de aplicagao ¢ bastante simples, baseando-se em um com que se faz. a0 examinando de ir se aprofundando em sua vida psi especialmente por meio de associagdes livres. Solicita-se que ele realize 43 Formas de Investigacio Clinica em Psicologia eguidamente uma série de cine’) desenhos livres (cromiticos ou romiticos), cada qual sendo ara que conte uma estoria, associada logo apés a realizagao de cada desenho. Tendlo concluido cada desenho-estéria, o examinando segue fomecendo esclarecimentos (fase do Krit0”) € 0 titulo. Destina-se a sujetos de ambos os sexos, que podem cer a qualquer nivel mental, s6cio-econdmico e cultural, De inicio, Pensivamos que a aplicagao deveria se circunscrever a sujeitos de cinco a quinze anos deidade. Posteriormente, verificamos que faixa etaria} ideria ser estendida a criangas de trés e quatro anos, bem COMOA Altos de todas asidades, = 2.2.1, Condigdes de aplicagdo A.administragio do procedimento é individual, devendo ser aplicado Por psicdlogos devidamente qualificados. O horirio preferéncial de aplicagaio €operiodo diurno, porque, sendo usados estimulos cromiticos, o tipo de fonte luminosa pode alterar a percepgao destes. As condigdes do sujeito fo aquelas normalmente exigidas para o exame psicoldgico, com especial referéncia a verificagiio de saiide, disposigZo psiquica para o exame, auséncia de fadiga etc. Quanto a0 ambiente, deve haver siléncio, instalagdes confortiveis, luminagao adequada e auséncia de terceiros na sala 2.2.2. Material necessério a) Folhas de papel em branco, sem pauta, de tamanho oficio. ) Lapis preto (ponta de grafite), entre macio e duro (n° 2) c) Caixa del: de cor de doze unidades, nos tons ‘cinza, marrom, preto, vermelho, amarelo-escuro, amarelo-claro, verde-claro, verde-escuro, azul-claro, azul-escuro, violeta e cor-de-rosa. 2.2.3. Técnica de aplicagao a) Preenchidas as condigdes anteriores, o sujeito é colocado sentado, trabalhando em uma mesa, ¢ o examinador senta-se a sua frente, 2 dada 14 Apresentacioe Aplicaciie a tarefa apés a verificagio de bom rapport entre examinando e aplicador. b) Espalham-se os ipis sobre a mesa, ficando o lips preto (ponta de grafite) localizado ao acaso entre os demais. ©) Coloca-se uma folha de papel na posigiio horizontal com o lado maior Prdximo ao sujeito. Nao se menciona a po: Posigio, nem se enfatiza a importincia do fa 4) Solicita-se do examinando que faga um desenho livre: “Vocé tem esta folha em branco e pode fazer o desenho que quiser, como quisei () Aguarda-se a conclusio do primeiro desenho. Quando estiver concluido, © desenho niio é retirado da frente do sujeito, O examinador solicita, entdo, que Conte uma estoria associada ao desenho:“Vocé, agora, olhando © desenho, pode inventar uma estéria, dizendo 0 que acontece f) Na eventualidade de o examinando demonstrar dificuldades de associagio laboragao da estéria, pode-se introduzir recursos auxiliares, dizendo- Ihe, por exemplo: “Vocé pode comegar falando-a respeito do desenho que fez”. Passa-se ao itar-se quaisquer esclarecimentos necessarios 4 compreensio ¢ interpretagio do material produzido tanto no desenho quanto na estéria, O “inquérito” tem, também, o propésito de obtengao de novas agsociagoes hh) Apés a conclusio da est6ria, ¢ ainda com o desenho diante do sujeito, pede-se-the o titulo da produgao. i) Chegado a este ponto, retira-se o desenho da vista do sujeito. Com isso feremos concluido a primeira unidade de produgio, composta de desenho , estoria, “inquérito”, titulo e demais procedimentos relatados. @ 0 examinador tomara nota detalhada da estoria, verbalizagio do enquanto desenha, ordem de realizago das figuras desenhadas, ret auniliares utilizados pelo sujito, perguntas e respostas da fase de“inquésit titulo, bem como de todas as reagiies expressivas, verbalizagiies paralelas € outros comportamentos observados durante a aplicagio. k) Pretende-se conseguir uma série de cinco unidades de: produgao. Assim, concluida a primeira unidade, repetem-se os mesmos procedimentos para as demais unidades. Ig Formas de Investigagdo Clinica em Psicologia }) Na eventualidade de nao se obterem cinco unidades de produgao em ‘uma tinica sessio de 60 minutos, é recomendavel combinar 0 retorno do sujeito auma nova sessao de aplicagao. Nao se alcangando o nimero de ‘unidades de produgaio igual a cinco, ainda que utilizado 0 tempo de duas sessOes, sera considerado ¢ avaliado o material que nelas o examinando produzit, Se as associagdes verbais forem, no conjunto, muito pobres, convém reaplicar processo, a comegar da fase de contar estoria, Para outros esclarecimentos, vide Trinca (1987) 2.2.4. “Inquérito” ‘Como vimos, esta fase destina-se & obtengao de esclarecimentos enovas associagdes destinados a ampliagao do exame como um todo. Nao nos é possivel formular indicages precisas para a condugaio do “inquétito”, senio apenas apontar alguns pressupostos norteadores. Oaplicador estar conduzindo lum procedimento que, no geral, contém as caracteristicas que fizem o exame se aproximar tanto da entrevista clinica nfo-estruturada, quanto do relato dos sonhos. Porisso, oincentivo anovas associagGes €o esclarecimento dos pontos obscuros nao devem perder de vista o fato de que o D-E se baseia nos principios da associagao livre, O “inquérito” deverd ser realizado com o méximo de penetragao onirica possivel por parte de ambos os participantes, ou seja, em estado de“mergulho” na atmosfera de sonhos que recobre toda a sessio de aplicago. Seo examinador nao interferir no ato espontiineo deo examinando se concluzir aos pontos sensiveis das dificuldades emocionais, espera-se que os. elementos essenciais dos conflitos e das perturbagdes inconscientes tenham ocasidio de emergir. Desse modo, convém que 0s conteados simbélicos do ‘material sejam imediatamente reconhecidos a fim de quea conversago que ‘corre na fase de“inquérito” se conecte diretamente com tais contetidos. E necessirio, também, considerar que geralmente ha uma continuidade de ‘comunicagaio no nivel simbélico entre as varias unidades de produgao. 2.2.5. Observacées gerais a) O examinador nao deverd se deixar levar facilmente pelas primeiras Fecusas do examinando perante a tarefa, especialmente quando este se 16 Apresentagio e Apticagiie encontra em processo de elaborago interior. Muitas vezes, uma recusa formal pode ser contornada pelo estabeleciment bom rapport, jue desenho?”, ial 0 modo de fazer?” e outras semelhantes, 0 psicdlogo esclarecerd que o sujeito deve proceder como quiser. ) Ouso da borracha deve ser evitado para melhor se caracterizarem certas areas em que 0 sujeito tem maiores dificuldades de desenhar. O uso da borracha faria desaparecer algumas configuragées grificas de valor psicologico. Seo examinando quiser, ser-he-do entregues novas folhas de papel onde ele possa refazer 0 desenho, recolhendo-se, porém, a produgao anterior. 2.3. Fundamentagao O Procedimento de Desenhos-Est baseada nas teorias ¢ priticas da Psicanilise, das Técnicas Projetivas e da entrevista clinica. No essencial, essa fandamentagao se sustenta em algumas afirmages principais (vide Trinca, 1987): a) quando a pessoa é colocada em condigdes de associarlivremente, essas associagées tendema se dirigir para setores nos quais apersonalidade & emocionalmente mais sensivel, b) a pessoa pode revelar seus esforgos, disposigdes, conflitos e perturba- {96es emocionais ao completar ou estruturar uma situagiio incompleta ou sem estruturagiio; ‘) diante deestimulos incompletos ou pouco estruturados, ha uma tendéncia natural deo sujito realizar uma organizagao pessoal das respostas, desde que paraiisso tenha liberdade de composi¢io; d) quanto menos diretivo e estruturado for o estimulo, maior sera a probabilidade do aparecimento de material pessoal signficativo, €) havendo setting adequado, © cliente pode, nos contatos iniciais, comunicar os principais problemas, conflitos ¢ distirbios psiquicos que o levaram a procurar ajuda; 17 Formas de Investigagie Clinica em Psicologia 1) no atendimento psicol6gico, os desenhos ¢ as fantasias aperceptivas so modos preferenciais de comunicagao da crianga e do adolescente do icagdo verbal direta, £8) quando o sujeito realiza determinada sequéncia, em repetigao, de provas grificas ou tematicas, ocorre um fator de ativagaio dos mecanismos e ) tipos de vineulo e formas de interagao com as figuras parentais €) trocassexusis afetivas entre as figuras parents, ; {) relacionamentos com figuras fraternas eoutras figuras do meio faa. rutura eda dindmica familiar, . gicas e psicopatogénicas existentes na familia; sreveladores de conilitos e dificuldades: 4) pontos centralizadores de contfltos e dificuldades no examinando; ') descriglo que o examinando faz de si proprio. . i) atitudes para com a vida e a sociedade: ) tendéncias, necessidades e desejos; )tonalidades das angistias edas fantasias incom 28 Apresentagiio e Aplicacio m) caracteristicas das forgas de vida e de destrutividade; 1n) mecanismos de defesa; 0) fatores de aquisigao da i p) outras éreas de experigncia emocional ragao do self, Apluralidade de fatores conscientes e inconscientes ea maneira como ‘os temas articulam-se podem ser encontradas no contexto do e& Psicolgico como um todo. O DF-E deve ser avaliado em interdep. com as demais informagées disponiveis. Uma avaliagao do conjunto das Quatro unidades de produgao tanto pode partir da analise em separado de cada unidade na ordem em que foram produzidas, quanto pode originar-se de uma apreciagao globalistica do conjunto das unidade de produgao, em combinagao com as entrevistas clinicas, os testes psicologicos ¢ os d ~~ Tecursos empregados. Aplicam-se ao DF-E as recomendages gerais sobre avaliagao-descritas para o Procedimento de Desenhos-Estorias ( Trinca, 1987, pp. 34 et passim), Umestudo exploratério tentou investigar a concordancia de difer avaliagdes do DF-E em um mesmo caso clinico feitas por psicdlogos independentes entre si, empregando o referencial psicanalitico ( 990b). Os resultados indicaram razoavel nivel de concordancia entre es, resultando em descrigdes satigfatdrias para a compreensio da problemitica da erianga. 3.17. Noticia Historica Animados com a aceitagao alcangada pelo Procedimento de Desenhos-Estérias, concebemos o Procedimento de Desenhos de tematica. O DF-E consiste na utilizagai Srificas de expresso anteriormente existentes sob o tema da fan Ele se baseia em estudos de desenhos de familia, cujas origens remontam a década de 30 e cuja paternidade é discutivel, Minkowski (1952) € Cain © Gomila (1953) atribuem primazia a Francoise Minkowska. 29 Formas de Investigagiie Clinica em Psicologia Contudo, outros estudiosos, como N. Appel (1951) ¢ Trude Traube (1 937), os empregaram antes. Parece que surgiram do uso clinico simultaneo ¢ independente de diversos pesquisadores, em diferentes revises Beogrificas, de Hammer (1969), Tradicionalmente, nés os encontramos no técnica grifica aplicada sob as ci ‘desenhe uma fa Fukuda (1958). Nos Estados Unidos, uma variante denominada Desenhog Cinéticos de Familia (KFD) foi proposta por Burns e Kaufman 1970), No Brasil, merecem mengao especial o trabalho pioneiro de Barcel (1952) Ca pesquisa de Maggi (1970), que nao s6 desenvolveu um amplo inquétito Padronizado como, ainda, foi precursora do uso do desenho colorido t Familia, Um estudo histérico do emprego dessa forma grifica encontracse em Trinea et alii (1991) é Emipreendemos ensaios clinicos preliminares sobre os desenhos de lia. como estimalos de apercepeao temstica no primeiro hstro da déend de 70, Uma versio elaborada desta técnica foi divulgada nos anes de love 4 1985. Na ocasito, o Procedimento de Desenhos de Familia com Estrin, #8 Se compunha de quatro unidades de produgao, contendo as caracteristions ie a sos due determinaram a forma atual do instrumento. Basicamente, ele era con: Pela obtencio, para cada sujeito, de uma seqiiéncia de sendo cada desenho um estimulo para que se contasse ‘wre associagao imediatamente apds a realizagao do mesmo. ria, o examinando seguia fomecendo esclarecimentos (fase do “inguérito”) ¢ Na primeira unidade, o desenho era de “uma lualquer”; na segunda, era “de sua propria fa @ familia que gostaria de ter”: finalmente, na era de “uma familia onde existeuma crianga que tem 0 seguinte problema (especificava-se 0 problema que aparecia como queixa principal). A Aplicagdo era individual, usando-se,além do lépis preto, uma cana te lipis de corde doze unidades. iniciais de apresentacao do DF-E, estimulamos sando sua validagao clinica e estatistica. Um dos estudos de validaglo, que temos.a satisfagaio de mencionar, foi realized 30 Apresentacie eAplicacio Pela psicéloga Valdeque Ribeiro Nogueira Porto, em 1985, no curso de 1os-graduagio em Psicologia Clinica da Pontificia Universidade Catolica de Campinas (SP). Combinamos a realizagio de uma pesquisa em que o DE-E, na forma até entao desenvolvida e apresentada, fosse comparado estatisticamente com outro instrumento ja validado e de uso corrente na Pritica do diagndstico psicol6gico. A escolha deste instrumento-padrao recaiu sobre o Teste de Atitudes Familiares de Jackson (1957). Tanto 6 personalidade, aplicando-se para isto-a Prova Binomial. Levantados 25 fatores dinimicos da personalidad, encontrou-se concordancia em apenas dois, sendo que para os demais fatores nao houve equiv Eco teste de Jackson. Concluiu-se que cada instrumento media fatores diferentes da dinamica da personalidade. Apesar dessa conclusio, exames inica tiveram prosseguimento dentro dos estudos de casos ¢ “ompara¢do com os processos psicoterapéuticos, acompanhados em geral das cliciar o universo de fantasias, em especial as fantasias inconscientes, o DF. Eem sua tltima unidade de: ‘producio, focalizava explicita e diretamente o sintoma manifesto, questionando o examinando em aspectos conscientes, dolorosos edifices. Mobilizava, assim, resisténcias &tarefa Por essa raz, empreendemos alteragdes na forma do DF-E, permanecendo idénticas sus Substancia e suas finalidades. A versio atual foi apresentada em 1986, no Instituto de Psicologia da Universidade de Séo Paulo. Destinavase originalmente a criangas © adolescentes de ambos 0s sexos em compreendidas entre cinco e quinze anos (inclusive), Posteriormente, clinico ¢ as pesquisas demonstraram que se adequava, também, a adultos 31 Formas de Investigacie Clinica em Psicologia desde seu langamento, o DF-E introduziu a particularidade dos temas nos desenhos que servem de estimulos de apercepeao tematica expediente de contar estorias junto a desenhos de familia Dadas nossas concepgdes a respeito do diagndstico psicologico (rnca, 1984), em consonancia com nossaprtica de atendimente da casos, ‘SalteragOes que introduzimos nos radicionas desenhos de familia fang as seguintes: {solicitasio de expressao de fantasia aperceptivas temiticas * criagdio de novas formas de Tepresentagdo grifica da familia; “extensio da natureza da tarefa, de modo a configurar uma exploragao ualitativamente ampla, una e indivisa; * earacterizagio da fase de “inquérito-livre da associagao livre do examinando: * oferecimento de novas alternativas de avaliagao globalistica dos desenhos de familia. 4. Consideragées finais \Nerifica-se que tanto o Procedimento de Desenhos-Estérias, quanto © Procedimento de Desenhos de Familia com Estorias co, dom Eat do quea submissio aos padrées estabelecidos pelas teoras dominantes. As con lusdes investigagio as suas 32 Apresentacio e Aplicagiie Aeexperiéncia ea habilidade profissionais continuam sendo 0 melhor “instrumento” de penetragao na vida psiquica. Nao sendo um “testé) logo”, © psicélogo confronta-se com o fato de que os princi traballio estdo contidos em sua personalidade. Os principiantes, naturalmente, deverdo buscar supervisio, pratia clinica, psicoterapia ou andlise. Contudo, € fundamental, no contato com 0 examinando, poder deixar-se ir despreconcebidamente em estado de mobilidade psiquica (Trinca, 1991) é um assunto que envolve nao s6 a contratransferéncia, mas idade, a intuigdo, a empatia, a capacidade para o acolhimento eo alargamento mental como um todo. Esta em jogo a abertura dos can, comunicagaio emocional eda sintonia profunda: um mergulho em “atmosfera psiquica”, Referéneias Bibliogréficas ABERASTURY, A. - Teoria y Técnica del Psicoandlisis de Nifios. Bucnos Aires, Paidés, 1962. ica: Estudo, na Familia, na Escola e 1 (SP), IPUSP, ings (KFD): an Introduction ngs. Nova Torque, Brunner! HAMMER, EF.- Tests Proyectivos Gragicos. Buenos Aites, Paidés, 1969, 33 Formas de Investigagio Clinica em Psicologia ides. Londres, Methuen, 1957, laptagdo Escolar Ineficaz. Dissertagao de 6 pp. fo Desenho en: Cores da Familia. Dissertago de Mestrado, Ocvre de Francoise Minkowska, 1982, Paris, Presses Univ. France, 1954 scedimento de Desenhos de Familia linica da Personalidade de Criancas Instituto de Psicologia da PUCCAMP. ~La Valeur Diagnost 103 (26): 286 -309, 1937, TRINCA, W. = © Desenho Livre como Estimulo de Apercepcao Tem Doutorado. S40 Paulo (SP), IPUSP. 1972, 180 pp, hee Pane piasnéstico de Tipo Compreensivo, In Trinca, W. (Org) ~ (eae aiatco Psicolégico: A Pritica Clinica. $0 Paulo, EPU. 14 04 toot tique des Dessins d'Enfants Diffciles. Arch, Psychol, 1 Tese =~ Investigaeao Cl la Personalidade: 0 Desenho-Livre como Estimulo de Apercepeao Te ica. Sto Paulo, E.PU,, 1987 (Col. Temas Bisicos de Psicologia) © Procedimento de Desenhos de Fat Tnvestigacio da Personal Com Estérias (DF-E) na lolescentes. - Boletim de ino, 1991 Desenhos de Familia com Estérias (DF-E) no ianga € 05 Pais. Resumos da logia. Soc. Psicologia Ribeirio Preto (SP), p. 104, Gay canimento de Desenhas de Familia com Estirias (DF-B); Avaligdes gum Caso Cliico, Revista Brasileira de Pesquisa em Pacologia Sees 34 Capitulo II Ampliagio e Expansio Ana Maria Trapé Trinca 1. Introdugio A necessidade ¢ 0 desejo de conhecer a mente humana em suas diferentes p: B08 a desenvolver técnicas Ir 08 componentes do psiquismo. foram surgindo, paulatinamente, igéncia etc, Pouco a pouco, os psicdlogo: foram se aproximando mais do mundo mental. A prioridade em dud can ‘esultados dos testes ¢ havia credibilidade total em relagio 4 veracidacls dos dados obtidos,sendo que quanto mais rigidasfossem as regras igadas

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