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RESUMO 1 – HUBBY & LEWONTIN

Sabemos que, segundo a teoria da evolução por mudança gradual, a taxa de


evolução é indiscutivelmente limitada pela quantidade de variação genética em
uma população.
Sabemos também que a Seleção Natural age selecionando variações já
existentes.
Dessa forma, uma descrição da variação genética em uma população é a única
forma de explicar origem e manutenção da variação e prever seus caminhos
futuros.
Sabia-se muito sobre variações citológicas como polimorfismos e inversões, também
sobre frequências de mutações raras em dado locus e sobre frequências de
cromossomos deletérios quando homozigóticos.
Porém, ainda não se sabia em qual proporção um dado locus poderia ser
heterozigótico em um indivíduo diploide (em uma dada população). Resultados
muito variados e contraditórios foram encontrados por pesquisadores e existia um
grande abismo entre a realidade e o conhecimento científico.
O motivo de não se saber isto devia-se ao fato de não haver nenhuma técnica
capaz de oferecer uma resposta direta e não ambígua, mesmo em laboratório e
condições ideais. Uma técnica que respondesse isso deveria ser capaz de seguir os
seguintes critérios:
1- Diferenças fenotípicas causadas pela substituição alélica em locus único
devem ser detectadas em indivíduos individualmente
2- Substituições alélicas em um locus devem ser diferenciáveis de substituições
em outro locus
1 e 2 basicamente significam que os fenótipos sejam de herança Mendeliana
simples, sem variação ambiental relevante.
3- Uma boa parte das substituições alélicas devem ser diferenciáveis uma da
outra
4- Loci estudados devem ser amostras desenviesadas do genoma, respeitando
efeitos fisiológicos e grau de variação
3 e 4 vem do fato de ser necessário fazer afirmações do genoma como um
todo usando apenas uma pequena amostra.
Muitos estudos genéticos supriam algumas dessas necessidades, mas nunca todas.
Estudos que pesquisavam o polimorfismo de um alelo satisfaziam os requisitos 1 e 2,
mas exatamente por só observarem um alelo falhavam em satisfazer 3 e 4.
Já estudos que buscavam analisar amostras desenviesadas, satisfazendo requisitos 3
e 4, falhavam em satisfazer os requisitos 1 e 2 pois muitas variações fenotípicas não
poderiam ser atreladas somente a uma mutação genética singular. Além disso, ao
realizar autofecundação, como nos experimentos de Mendel, acabamos com
linhagens que diferem entre si em diversos loci.
No final, geneticistas se encontravam em um problema: substituições alélicas de
grande visibilidade fenotípica detectadas como segregadas individualmente
eram claramente mutações especiais enquanto a maioria dos alelos variáveis
eram de visibilidade fenotípica tão pequena que o Mendelismo simples não eram
capaz de detectá-las.
Hubby e Lewontin realizam uma técnica que é capaz de detectar muitas, se não
todas, as variações em um mesmo alelo em um locus por meio de claras, não
intrusivas e não sobrepostas classes fenotípicas comparáveis a mutantes visíveis. O
artigo então descreve a aplicação desta técnica em populações de moscas Drosophila
pseudoobscura tentando responder quanta variação gênica exista em uma
população selvagem de uma espécie que se reproduz sexuadamente (observando
a quantidade de alelos em um mesmo locus).
O método se baseia no seguinte argumento. Uma mutação, seja ela de
substituição, deleção ou adição resulta na substituição, deleção ou adição de pelo
menos um aminoácido no polipeptídeo produzido pelo gene. Este fenômeno, em
algumas vezes, muda a carga total do polipeptídeo, o que por sua vez altera a carga
da enzima ou proteína que ele faz parte. Como enzimas e proteínas são geralmente
constituídas por informações de um ou dois genes, podemos esperar que as
diferenças eletroforéticas destas proteínas funcionem como as diferenças em genes
Mendelianos segregados individualmente.
Foram adquiridas diversas moscas de ecossistemas diferente, variando de estados
dos EUA até a Colômbia. Para cada proteína estudada era escolhida uma linhagem
padrão, com variações geralmente ausentes. Essa era então comparada com outras
linhagens contendo variações de forma a verificar sua quantidade.
Esta verificação, por sua vez, era realizada por meio de eletroforese. Para cada
posição no gel uma mosca era transformada em pasta e a proteína estudada isolada.
Proteínas com a mesma quantidade de aminoácidos ocupam a mesma altura na
corrida.
O artigo resultou em evidências demonstrando que tal técnica poderia ser usada
consistentemente para análise de variedade genética em populações.
Porém, existem alguns problemas com esta técnica e com o experimento realizado.
Primeiramente a técnica somente analisa a variedade genética mínima, pois nem
todas as variações alélicas podem ser detectadas por eletroforese. Segundo, o
estudo somente analisou genes estruturais e não reguladores. Terceiro, somente
um pequeno grupo de enzimas foram estudadas.
RESUMO 2 – LEWONTIN & HUBBY

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