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EDUARDO DIAS DE ANDRADE Set fey On (@r\ MEDICAMENTOSA EM ODONTOLOGIA PIPER pO eae rey Contetido Capmdo 1 = Anamnese e avaliacao fisica cnese Exeme fisico 0 dos sinais vitais Pulso arterial Freqiiéncia respirat6ria (FR) Pressdo sanguinea arterial 4 sca de informagées com 0 médico Capmio 2 Farmacotécnica 2 :rmmulas farmacéuticas ‘ituintes de uma formula farmacéutica as farmacéuticas Formas farmacéuticas sélidas Formas farmacéuticas liquidas Zaotuio 3 Vias de administracdo de farmacos “2s enterais 2s parenterais Wa eee wows 10 14 14 Capitulo 4 —_ Bases farmacologicas para a escolha das solucdes anestésicas locais e prescricao de medicamentos Farmacocinética Absorgao Distribuigao Biotransformagio Excregdo Farmacodinamica Agao e efeito Interagao com receptores e outros sitios do organismo Relagao dose-efeito Dose eficaz mediana e dose letal mediana : Reagdes anémalas ¢ efeitos adversos dos férmacos Capitulo5 | Sedacdo consciente | ‘Aansiedade e sua relagdo com a dor Como controlar a ansiedade Quando considerar um protocolo de sedagao consciente Sedagio consciente inalatéria por éxido nitroso (N,O) ¢ oxigénio (O,) Sedagao consciente por via oral com os benzodiazepinicos Sedagao consciente com fitoterdpicos Capitulo 6 Anestesia local Como agem os anestésicos locais Caracteristicas dos anestésicos locais Vasoconstritores Outros componentes das solugées anestésicas ‘Toxicidade dos anestésicos locais Critérios de escolha da solucao anestésica local Capitulo 7 Prevenc¢ao e controle da dor Dor inflamatéria aguda Classificagao dos analgésicos de agao periférica Analgésicos de acao central 26 Pd 27 27 28 32 35 36, 38 40 41 43 48 49 57 Capatulo 8 = Profilaxia e tratamento das infeccées bacterianas épticos Solugées anti-sépticas ‘bioticos Ago biolégica Espectro de ago Mecanismos de ago ncia bacteriana cteristicas gerais dos antibidticos empregados em odontologia cipios basicos do uso de antibidticos em odontologia Profilaxia das infeccées Tratamento das infecces ja estabelecidas ores que interferem na dosagem e eficacia dos antibisticos de insucessos da antibioticoterapia Capaulo 9s Interacées farmacologicas sificacao das interagdes medicamentosas adversas ‘ages farmacoldgicas adversas de interesse ao cirurgido-dentista Interagdes com vasoconstritores adrenérgicos Interagées com antiinflamatérios no-esterdides Interagées com antibidticos Cagatulo 10 Normas de prescrigao ceita Normas para elaboracao de uma receita acio de receita Capetuio 11 ~~ Pacientes que requerem cuidados adicionais estesia local 62 62 64 64 64 65 69 73 80 80 89 91 96 96 96 100 101 109 110 114 117 121 125 129 137 Diabéticos Portadores de doenca cardiovascular Hipertensio arterial Doenga cardiaca isquémica Insuficiéncia cardiaca congestiva Arritmnias cardiacas Anormalidades das valvas cardiacas Outras condigdes que requerem cuidados adicionais Asma brénquica Desordens neurolégicas convulsivas Modelos de cartas para troca de informagées com os médicos Capitulo 12 Protocolos farmacolégicos em cirurgia bucal Procedimentos cirtirgicos eletivos Cirurgias de menor complexidade Cirurgias de maior complexidade Complicagées pés-cirtirgicas Alveolite Pericoronarite Hemorragia Parestesias Capitulo 13 Protocolos farmacolégicos em endodontia ‘Tratamentos eletivos em pacientes previamente assintomaticos ‘Tratamentos endodénticos convencionais ‘Tratamentos endodénticos de maior complexidade Cirurgias parendodénticas Urgéncias endodénticas Pulpites irreversiveis Necroses pulpares sem envolvimento periapical Necroses pulpares com envolvimento periapical Periodontites apicais agudas (pericementites) Abscessos apicais agudos Injegao acidental de hipoclorito de sédio 138 141 141 143 144 145 146 149 149 150 152 159 159 160, 162 162 164 165 166 169 169 170 170 171 172 173 173 173 174 177 Capitulo 14 Protocolos farmacolégicos em periodontia Doengas periodontais agudas Abscessos do periodonto Periodontite associada com lesao endodéntica Doengas periodontais necrosantes Doengas periodontais crénicas Periodontites agressivas Periodontite do adulto Protocolos farmacolégicos para as cirurgias periodontais Intervencées de menor complexidade Intervengdes de maior complexidade Capitulo 15 Protocolos farmacologicos em implantodontia Sedagio consciente Anestesia local Prevengao e controle da dor e do edema Profilaxia cinirgica Regimes farmacoldgicos para cirurgias de implantes Tratamento das complicagées infecciosas dos tecidos perimplantares Capitulo 16 Protocolos farmacolégicos em odontopediatria Procedimentos eletivos Intervengées de menor complexidade Intervengées de maior complexidade Profilaxia da endocardite bacteriana em pacientes suscetiveis Urgéncias Tratamento dos abscessos dento-alveolares agudos Capitulo 17 Uso de medicamentos nas desordens da ATM Classificagio das DTM Tratamento das DTM Espasmo agudo e dor miofascial Miosite e desordens inflamatérias da ATM. Dor facial crénica 179 179 180 181 182 183 183 184 184 185 187 188 188 189 190 191 195 195 196 197 198 198 205 206 206 207 208 Capitulo 18 Tratamento de afta, herpes e candidoses ‘Ulcera aftosa recorrente (“Afta”) Estomatite herpética primaria Herpes labial recorrente Candidoses 211 213 214 215 Anamnese e avaliacao fisica EDUARDO DIAS DE ANDRADE “ramnese se ¢ a base da consulta inicial, pois além de fornecer informagées importantes ngstico odontolégico, ajuda o cirurgiio-dentista a estabelecer o perfil do paciente ado sob sua responsabilidade profissional. ‘Também deve ser considerada como -cipais pré-requisitos para a escolha da solugao anestésica local ¢ para a prescricao nentos. Ze experiéncias desagradéveis ocorridas em tratamentos anteriores, como compli- ca ie: 2m a anestesia local, reagbes de hipersensibilidade ou histéria de hemorragia, deve <- 2 c22csamente investigadas no sentido de se confirmé-las, estabelecer as causas e prevenir + que requerem cuidados adicionais, como as criangas, gestantes, lactantes ¢ idosos, s portadores de anormalidades de ordem sistémica, requerem uma abordagem dire- za condigo especifica, Em outro capitulo serao tratadas as formas de se conduzir a scactiss nestes grupos de pacientes. nese também permite identificar os medicamentos que o paciente faz. uso, muitas =ma continua, os quais poderao interagir com os farmacos de uso comum na pritica encaminhamento para consulta médica deve ser considerado. Freqiiéncia respiratoria (FR) O padrao respiratorio é bastante influenciado por fatores externos como a ansiedade e 0 “resse, comuns no ambiente adontolégico A determinagao da FR pode ser errénea se 0 ava~ ador disser ao paciente que ira observar sua respiracdo, 0 que poder induzi-lo a respirar de rma mais lenta ou mais répida. Assim, a FR deve ser avaliada sem conhecimento do paciente, ‘ssciticando-se o movimento do térax a cada incursao diafragmitica. Recomenda-se, portanto, 2 ER seja monitorizada imediatamente apés a avaliagéo do pulso arterial. nica de avaliacdo 1, Apésaavaliagao do pulso arterial, ainda mantenha os dedos, discretamente, sobre a artéria carotidea ou radial, Ao invés do niimero de pulsagées, conte agora o mtimero de movimentos respiratérios, dado pelo movimento do térax a cada incursio diafragmitica. Apés 1 minuto (tempo ideal) ou 30 segundos, anote o ntimero de movimentos respira- trios, multiplicando-se por 2 no tiltimo caso. 4. Compare o resultado com 0s valores normais. Terapéutica Medicamentosa em Odontologia Interpretacao clinica ‘A fregiiéncia respiratéria no adulto € de 16a 18 movimentos respiratorios por minuto (mpm) para os homens e 18 a 20 mpm para as mulheres, em repouso. Nas criangas é maior, em torno de 20a 25 mpm. ‘Aalteracio respiratéria mais comumente observada na pritica odontolégica é a sindrome de hiperventilacao, associada aos estados de ansiedade aguda, onde ha um aumento anormal da fregiiéncia e da profundidade da respiragio, o que leva a alcalose. O aumento da FR ou taquip- néia também pode ser observado em caso de febre e nos tabagistas crdnicos, pela possibilidade de enfisema pulmonar. Por outro lado, uma FR anormalmente baixa (bradipnéia), pode ser provocada pela admi- nistragio de drogas opidides, como é 0 caso da codeina. Pressao sanguinea arterial sangue exerce pressio em todo o sistema vascular, mas ela é maior nas artérias, onde é mensurada e utilizada como indicadora de sade, A pressio arterial é a forga exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, determinada pela quantidade de sangue bombeado pelo coragio (pressio arterial sistélica ou méxima) e pela resistencia ao fluxo sanguineo (pressio arterial diastélica ou minima). ‘Alguns cuidados devem ser tomados antes de se avaliar a pressio arterial: 1. Mantenha o paciente em repouso por 5 a 10 minutos. Apés este periodo de descanso, coloque-o na posicao sentada, com 0 brago mantido na altura do coracao. 2. Certifique-se de que nao estd com a bexiga cheia, nao praticou exercicios fisicos, nao ingeriu café ou cha, bebidas alcodlicas, alimentos em excesso ou fumou até 30 minutos antes da avaliagao. 3. Explique o procedimento que ird ser feito, para evitar a hipertensdo do “jaleco branco” 4, Nao fale durante o procedimento. Técnica de avaliacao 1. Localize a artéria braquial por palpacao. 2. Coloque o manguito firmemente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centrali- zando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. 3. Palpe o pulso radial e infle o manguito até seu desaparecimento, para a estimativa da pressio sistélica, desinflando rapidamente ¢ aguardando de 15 a 30 segundos antes de inflar novamente. 4. Coloque o estetoscépio nos ouvidos, com a curvature voltada para frente. 5. Posicione a campanula do estetoscdpio delicadamente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressao excessiva. 6. Infleo manguito rapidamente, de 10 em 10mm Hg, até um pouco acima do nivel estimado para a pressao arterial sistolica. 7, Faga a deflagdo, com uma velocidade constante inicial de 2 a 4 mm Hg por segundo, evitando a congestéo venosa e desconforto ao paciente. 8. Determine a pressao sistélica (“maxima”) no momento do aparecimento do primeiro som, que se intensifica com 0 aumento da velocidade de deflagao. 9, Determine a pressio diastélica (“minima”) no momento do desaparecimento do som. Ausculte cerca de 20 2 30 mm Hg abaixo do iiltimo som para confirmar seu desapareci- mento ¢, em seguida, faca a deflacao répida e completa do manguito. 10. Registre os valores das pressdes sistdlica e diastélica, 0 horério eo brago em que foi feita a mensuragéo, 11. Espere 1 a 2 minutos para a realizagao de novas medidas. Anamnese e avaliagao tisica ota: Recentemente, foram introduzcos no mercado alguns manitares digas de puso, que avalam a PA e a FC em 30 342."dos, apds um simples toque de um botgo, Algurs destes aparefos jé foram vaidados por Associacdes médtcas brasileira, > de grande vaia no atendimento ocontolgico de pacientes com dosnca cardiovascular. “terpretacdo clinica Recentemente, foi proposta uma nova classificagao* da pressio arterial para adultos com ade igual ou superior a 18 anos, com base na média de duas ou mais leituras, tomada em duas >= mais visitas apés a consulta inicial, aplicada a sujeitos que nao fazem uso de medicagao anti- ertensiva (Tabela 1). Tabela 1 - Classificagao da pressdo arterial para adultos* nn eel eee i eRe en an creed eA] Normal < 120 e _<80 Préhipertenséo 120-139 ou 8089 Hipertensao Estégio 1 140-159 ou 9099 Hipertensio Estagio 2 2160 ou 2100 A troca de informacdes com o médico Apés a consulta inicial, o cirurgido-dentista muitas vezes necesita trocar informagdes com + medico que atende o paciente, antes de estabelecer o plano de tratamento odontolégico. Este mo exemplo, temos 0 colutério de digluconato de clorexidina, empregado como anti-séptico varias especialidades odontolégicas Solucées injetaveis Sao solugées ou suspenses esterilizadas, livres de pirogénios, em geral isoténicas, acondi- vnadas em ampolas ou frasco-ampolas, de forma manter estas caracteristicas, indicadas para aadministragdo parenteral. Vantagens do uso: + Absorcio répida e segura. + Determinagio exata da dose do medicamento, + Permitem o uso de grandes volumes (via intravenosa). Ex.: soro glicosado, soro fisiolé- gico, + Nao sofrem a agao do suco gastrico. + Nao agridem a mucosa géstrica (com excesdo de alguns antiinflamatérios).. Desvantagens: + Necessidade de assepsia rigorosa, + Dordecorrente da aplicagao. + Dificuldade de auto-administracao e necessidade de pessoa habilitada para a aplicagao. ‘+ Custo geralmente maior. Bibliografia consultada L. Prista LN, Alves AC, Morgado RM, Técnica farmacéutica e farmécia Galénica, 4" ed., vols. I, Ile II, Lisboa, Fundagio Calouste Gulbenkian, 1991. Vias de administracao de farmacos EDUARDO DIAS DE ANDRADE Um firmaco pode exercer sua ago farmacolégica no proprio local em que foi aplicado ou ser absorvido e distribuido pelo organismo. Considerando os varios fatores que interferem na + ssagem dos farmacos através de membranas, é importante a via pela qual se poem em contato :2m1 organismo, As vias de administragao de firmacos so denominadas enterais quando a droga entra em =ontato com qualquer um dos segmentos do trato gastrintestinal (enteron = intestino), como €0 ‘0 das vias sublingual, bucal, oral ¢ retal. As demais vias, que ndo interagem com 0 trato gas- testinal, so denominadas parenterais (do grego para = a0 lado, isto é, “que nao esté dentro”, 2 enteron = intestina). As vias parenterais podem ser acessadas pelas injegdes (intradérmica, cuténea, intramuscular, intravenosa, etc.) ou por intermédio de outras formas (percutanea, cespiratoria, ete.) (O meio mais simples de administrar um firmaco é pela aplicagio direta no local onde deve =. E 0 que se denomina de aplicacéo local ou tépica (do grego topos = lugar). Como exem- pratico na clinica odontol6gica, temos a aplicagao das pomadas anestésicas, com o intuito diminuir a dor pela picada da agulha. A aplicagao local permite o emprego de quantidades jenas € de baixas concentragdes do medicamento, para que 0 mesmo atue exclusivamente =2quele local, evitando-se um maior grau de absorgio sistémica que pode acarretar efeitos co- rais indesejaveis ou efeitos téxicos. Quando se usa um férmaco com finalidade terapéutica, uma das principais preocupacoes ¢ :"sSeguir uma concentracao adequada no local onde ele deve agir, no menor tempo possivel, endo-se esta concentragéo de forma continua, Isto & praticamente impossivel, a0 menos 2 9 farmaco seja administrado de forma ininterrupta, como 0 caso das infusdes por via senosa (gotejamento continuo), executadas em ambiente hospitalar, Sendo assim, qual- outra maneira de administragao de farmacos que envolvam doses fracionadas resulta em =vzay6es de sua concentragao, Neste capitulo sao apresentadas as principais vias de administracao de farmacos, com co- ~ :czarios sobre aquelas de maior emprego em odontologia. 4 Terapéutica Medicamentosa em Odontologia Vias enterais Sublingual (mucosa oral): é capaz de servir como local de absorgio de farmacos, especial- mente quando ha pouca espessura da mucosa e grande suprimento sanguineo, como oassoalho da lingua, por onde sao administradas solugdes ou comprimidos sublinguais, dissolvidos pela saliva e nao deglutidos, como exemplo, os nitratos - vasodilatadores coronarianos empregados para alivio da dor nas crises de angina de peito. Oral: das vias enterais, sem diivida é a mais utilizada, pela facilidade de aplicagao, O consi- dexavel suprimento sanguineo do estémago e do duodeno, aliado & grande superficie epitelial destes érgios, propiciam a absorcao de diferentes tipos de medicamentos. Quando um farmaco é tomado somente com Agua € o est6mago encontra-se relativamente vazio, ele deveré aleancar 0 intestino delgado de forma rapida, Por esta via ocorre o aumento gradual das concentragoes plasmiticas do medicamento, diminuindo a intensidade de seus pos- siveis efeitos toxicos. Eo que acontece com as penicilinas, cuja incidéncia de reagoes alérgicas € muito menor quando empregadas por via oral, se comparado as vias parenterais. Por outro lado, a administragio de farmacos por esta via estd contra-indicada quando o pa- ciente apresenta nauseas ou yomitos ou tem extrema dificuldade em degluti-los. Pode ser limitada nos casos em que 0 odor ou sabor do farmaco € desagradavel, dificultando a ingestéo. Em odontologia, as formas farmacéuticas administradas pela via oral incluem as solugdes, suspensdes, elixires, cApsulas, drageas e comprimidos. Buca: é empregada para a administragao de férmacos que exercem ago no local de aplicago, pois a manutengo da concentragio de uma droga em contato com a mucosa é muito dificil, em virtude da agio da saliva. Por esta via, o cirurgido-dentista podera prescrever ou ele préprio aplicar cremes, pomadas, solugdes € colutérios. Retal: o segmento terminal do intestino grosso (reto) ¢ um lugar util para a absorgao de drogas, estando indicada em pacientes inconscientes, que tm yomitos ou que nao conseguem deglutir (criangas pequenas, por exemplo). Esta via também protege as drogas das reagdes de biotransformacao hepética, pois a drenagem de sangue da parte mais baixa do reto passa pela veia cava inferior (através da veia pudenda interna), nao passando, portanto, pela veia porta € pelo figado'. Porém, a absor¢ao por esta via é freqiientemente irregular ¢ incompleta. Vias parenterais Percutanea: a absorcio de firmacos através da pele integra é proporcional a sua liposso- lubilidade (quanto mais lipossolivel, maior o grau de absorgao). Por este motivo, o farmaco ¢ suspenso em veiculo oleoso. £ raramente empregada em odontologia. Respiratéria: estende-se desde a mucosa nasal até os alvéolos pulmonares, sendo emprega- da para se obter efeitos locais e sistémicos. Na clinica odontolégica, é empregada na técnica de sedacdo consciente, por meio da inalagdo de uma mistura de éxido nitroso com oxigénio. Endodéntica (via intracanal): de uso exclusivamente odontolégico, presta para a aplicagao de farmacos no sistema de canais radiculares dos dentes. f classificada como parenteral, com base no fato de que por esta via 0 fiirmaco esta sendo aplicado na area pulpar, ndo mais considerada como pertencente ao trato digestivo’. Submucosa e subperidstica: sio as vias de administragao de drogas mais empregadas em odontologia, por ocasiao da infiltragao de solugdes anestésicas locais. Pode ser usada também para a aplicagao local de corticosterdides. Vies de administracao de farmacos Intrarticular: empregada para a injecao de drogas no interior da cdpsula articular, em odon- zologia mais especificamente na articulagdo témporo-mandibular. Intramuscular: a absorgao das solucdes injetadas por esta via depende do fluxo senguineo do cal de aplicagio e do tipo de preparacao injetada, As injegées intramusculares podem acarretar Zor no local de aplicacao, equimoses, hematomas, abscessos e reagdes de hipersensibilidade. Intravenosa: 0s farmacos administrados por esta via independem da absorgao, o que significa Zizer que o efeito é praticamente imediato. Pode provocar também reagbes locais como infeccao, bite e trombose, O cirurgiéo-dentista, mesmo quando habilitado a administrar solugdes pela via -atravenosa, dificilmente ira emprega-la, a ndo ser em alguns quadros de carater emergencial. Subcutdnea: pela qual podem ser administradas formas farmacéuticas sélidas ou liquidas Fequenos volumes), de aco imediata ou que formam depésitos ¢ garantem uma liberagao lenta e -ontinua (ex.insulina em diabéticos). Também nao possui indicagao na pratica odontolégica. Intradérmica: permite que o medicamento entre em contato com a derme, por meio de escarificago (raspagem da pele) ou injecao. Nao é empregada na pratica odontoldgica, estando ervada para testes diagndsticos de alergia e aplicacio de algumas vacinas, por especialistas. Outras vias parenterais injetaveis sao empregadas exclusivamente na area médica, como € 0 280 das vias intra-arterial, peridural, intratecal e intracardiaca. 3:bliografia citada e recomendada para leitura 2. Kalant H, Roschlau WHE. Principi Koogans1991,p.9-11 Wannmacher L, Ferreira MBC. Farmacologia clinica para dentistas. 2" ed, Rio de Janeiro:Guanabara Koo- gan;1999,349-p. s de farmacologia médica. 5! ed, Rio de Janeiro:Guanabara 6 Bases farmacologicas para a escolha das solucoes anestésicas locais e prescric¢ao de medicamentos EDUARDO DIAS DE ANDRADE MARCOS LUCIANO PIMENTA PINHEIRO capitulo trata de alguns dos conceitos bisicos de Farmacologia, mais especificamente -armacocinética e farmacodinamica, na expectativa de que possam servir como subsidios 2: cirurgido-dentista por ocasiéo do emprego das solugies anestésicas locais ¢ da prescrigao de ‘camentos. Farmacocinética £ movimento dos farmacos pelo organismo apés sua administracio, abrangendo os proces- 2 absor¢ao, distribuigao, biotransformacao (metabolismo) e excresio, que sero abordados Sdualmente embora acontegam quase que de forma simultanea. sorcao A absorgdo consiste na transferéncia do farmaco desde seu local de aplicagao até alcancar a 2 crente circulatéria. A administragio de farmacos pela via intravenosa no depende da absor¢io, sos 9 medicamento é injetado diretamente na corrente sanguinea, andeza dos efeitos de um férmaco no organismo é quase sempre proporcional ao seu grau 1re0, © que determina a escolha da via de administracao e a dosagem. Por exemplo, na <-isio de uma penicilina por via oral, deve-se optar pela fenoximetilpenicilina (penicilina -picilina ou amoxicilina, que s4o bem absorvidas por esta via, ao contrario das benzilpe- 4s (penicilinas G), que mesmo em altas doses sao inativadas pelos sucos digestivos, dai -: empregadas exclusivamente por via parenteral (intramuscular ou intravenosa). YP etme ‘eens oman dnl atom ges ie ‘ipod ng uo as adie Seams eis ‘etsmnoors rc rpnn ole ota p tpe ‘Sole ret mec ose mln oo tn ecapccna on daemne ie cneasrml mata Tiere pas eden agent cone o ama see separ mse ‘Sige pena et > compro > die sc Een le tpn ate tat “oe ors deus um asa wis de op cosine ue {Jemesczamim man bigs ant rc emis os Jason rh er orci “lg 2 seo paren aru ee ing plo eh ow 60 eps ran nq ple ap ws ses are ‘SESS cle wash aeq ne mart gecko ane ‘tam pening ec ‘ann ted oar ry har eh (un ete etna peru cnr rc Sor ‘pisses sen hcneg ‘Mico ms apus rans o sen ofa eet {eftemnt perder petm e qus eeatpen ‘int Sos enmcleame sop sin pe ite eg ep eee ad gunmen ‘Mea pene peg rc a oa de csi i ak ou nn re ‘elncesrprbe Okino si muerte pnb ‘Shee compe er gett Caner ams mine (mah oc gue saa ul ies prs cana rl npr nacre oper ae ‘rpndedcmene ncn can saa portion sd ‘nc oma eqn gre mc ion ioe “Temp ran conn min elm (me) asa eon eco rma nt pwn St (Es Sat pete rh not tnd te dec. “jens note concent pate emp (SSC ACS peal ‘panacea merits np de Ba er cma management oer doa sep Unser argue tbo Ere code tee arose. rer eet dew ae pee: rice a ee = Palanan pana emacs prea sen pe sire pce ran ror amp ei Sed gaia pin pn nn rian rma Sip pn ot sh ppm nm uaa oti opr sarees desi pots "nee de da rms pe memo ie eR pin ae tc emo i ne tf lm ogc ar en imei neg = ginal pepe 2 ctranstrmacéo \aorae ero depend emai “ante its nbn it done eden eprom eo aria ese Ee to asl apa us nas “Srna cin pel in oso ce eel clon agi sae She pia ur dren td ide rosin pe no one ns =e ge ea eee eo se gn pln ess nea pr eer 9 aca ogy ‘Sage wee 29 Acuna elec man nb et ap mente pets antes car tn esa an Ags eno or {She Sudo pare ee pd brs cr oe Sr tare Farmacodinamica Farmstead mens otros lot marmCost seahorse fin up roses once Sere ‘Sistmurt abe peck wo alco rerpqre epee o| ‘Siocon pee css burs ageartor eet Suomen. 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