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INDICE
1.INTRODUÇÃO........................................................................................................................................3
1.1.Objectivos do trabalho.......................................................................................................................4
1.1.1.Objectivo geral...........................................................................................................................4
1.1.2.Objectivos especificos................................................................................................................4
1.2.Metodologias da pesquisa..................................................................................................................4
2.Revisão de literaratura..............................................................................................................................5
2.3.Classificações....................................................................................................................................7
Conclusão..................................................................................................................................................12
Bibliografias..............................................................................................................................................13
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Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com Pemba - Mozambique
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa, tem como o tema ‘’As Formas de tratamento no Português
(Nominais, Pronominais e verbais)’’. A importância e a necessidade da competência
comunicativa e pragmática no ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras e, mais
concretamente, no ensino- aprendizagem de Português Língua Segunda / Língua Estrangeira
(PL2/PLE), é amplamente reconhecida. Para desenvolver tais competências, as quais estão
intimamente relacionadas com as questões socioculturais e sociolinguísticas, é absolutamente
necessário refletir sobre aspetos socioculturais e pragmáticos, deles fazendo parte as formas de
tratamento.
Essas mesmas formas de tratamento alicerçam as relações sociais, incluindo o respeito mútuo e
implícito entre os intervenientes numa dada interação comunicativa, que pretendem preservar as
imagens dos interlocutores, as suas próprias e as do Outro. Este fenómeno de autorregulação,
fundador de equilíbrio social, favorece a criação/manutenção de ambientes comunicativos
cooperativos, o que constitui o primeiro passo de uma comunicação bem-sucedida.
Pela sua reconhecida relevância, defendo que é necessário dedicar mais atenção às
potencialidades pedagógico-didáticas das formas de tratamento, inserida numa perspetiva
comunicativa que considere os aspetos pragmáticos, de acordo com o preconizado pelo Quadro
Europeu Comum de Referência para as Línguas. Desse modo, este estudo pretende contribuir
para a reafirmação da importância do ensino da componente pragmática da competência de
comunicação e as formas de tratamento, em particular, no processo de educação em PL2/PLE.
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1.1.Objectivos do trabalho
1.1.1.Objectivo geral
1.1.2.Objectivos especificos
1.2.Metodologias da pesquisa
Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.
Para Lakatos e Marconi (2007), Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo
de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não
contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a
conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos baseia-mos.
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2.Revisão de literaratura
No entanto, em Português europeu é ainda possível transmitir a cortesia com outros verbos
modais, como “desejar” e “dever”, e ainda verbos variados como “gostar”, “trazer” e “vir”. O
Condicional traduz cortesia, delicadeza na formulação de desejos ou pedidos e, até mesmo, de
ordens, diminuindo a sua força ilocutória.
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Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com Pemba - Mozambique
O sistema das formas de tratamento em português é um dos temas mais abordados, no ponto de
vista morfossintático, ou semântico-pragmático ou sociolinguístico, por estudiosos nacionais e
estrangeiros.
Ao ensinar dos estudantes estrangeiros a língua portuguesa, as formas de tratamento são referidas
como um item muito complexo, e por isso merece a uma particular atenção. Isabel Margarida
Duarte sublinha: “ As formas de tratamento são, em português, um item de reconhecida
dificuldade, não só no que concerne à sua tradução para outras línguas, mas também no que diz
respeito ao ensino da língua, quer enquanto língua estrangeira quer enquanto língua materna.”19
Carreira refere que as maiorias dos estudos sobre esta problemática foram feitas por linguistas
cuja língua materna não é o português.
O locutor tem de ter em conta quando se dirige ao alocutário o conjunto dos papéis
sociocomunicativos, como as diferenças sociais, de idade, a proximidade ou a distância da
relação, a formalidade ou informalidade da situação discursiva. Através das formas de tratamento
valoriza-se positiva ou negativamente o alocutário, sendo que elas regulam as relações
intersubjetivas e permitem perceber a subjetividade enunciative.
As formas de tratamento podem ser corteses e descorteses, mesmo que a maioria dos estudos não
analisa os últimos. As formas de tratamento corteses são meios linguísticos de que os
interlocutores estabelecem uma plataforma de relacionamento interpessoal que assegura o bom
andamento duma interação verbal, são todos aqueles que se inscrevem e contribuem para que os
interlocutores estabelecem e desenvolvem relações interpessoais de harmonia e equilíbrio ao
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longo duma interação verbal e na construção dessa mesma interação verbal. São relacionemas,
podem ser proxémicos ou taxémicos – por isso os tratamentos portugueses podem ser
categorizados como tratamentos corteses e descorteses.
2.3.Classificações
O tratamento nominal é sempre acompanhado pela 3.ª pessoa verbal e distingue-se dos outros
dois tipos por fazer sempre referência a algo relacionado com a pessoa a quem nos
dirigimos. Esses traços individuais podem ser, e.g., o sexo/género: “o senhor”/“a senhora”;
a profissão ou a categoria social: “o senhor doutor”/“o senhor ministro”; o parentesco: “o
pai”/“a mãe”; o nome próprio: “o Joaquim”/“a Maria”; o nome de relação especial: “a
menina”/“a minha amiga”.
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utilizada para evitar a escolha de formas pronominais ou nominais que se referem aos estatutos
sociais dos interlocutores.
Desde sempre os membros duma sociedade minimamente civilizada dirigiram-se uns aos outros.
Os diferentes níveis de poder (político, económico, religioso, social etc.) conferiam aos seus
possuidores diferentes estatutos, diferentes formas de tratamento foram oficializadas no longo de
tempo, as quais devem ser respeitadas. Isto também significava que uma sociedade elevadamente
hierarquizada vai ter um sistema de formas de tratamento também hierarquizado.
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Como vimos, as formas de tratamento fazem parte dos marcadores linguísticos de relações
sociais, juntamente com as formas de saudação, as convenções e também com as exclamações,
dentro das competências sociolinguísticas, e são inseparáveis das expressões de delicadeza, o que
faz parte a cortesia verbal. Também estão estreitamente relacionadas com a Competência
Comunicativa, sendo que, tal como a cortesia verbal, apoiam e fazem parte das normas que
regulam a interação linguística.
Podemos considerar assim que a abordagem pedagógica das formas de tratamento deve fazer
parte desde a iniciação do ensino – aprendizagem do (P) LE. Esta abordagem é dificultada pelo
facto de o sistema de formas de tratamento em Português é ser bastante complicado e complexo,
com muitas variedades diatópicas e diastráticas, sobretudo as abordagem das formas mais
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corteses e o uso de você. Essencialmente o emprego de você que mostra mais instabilidade,
sendo que se relaciona com a mudança das relações sociais entre os falantes. Como diz Isabel
Margarida Duarte: “Num contexto global marcado pela mudança e a instabilidade, mais
complexas se tornam as tarefas quer de estudar e investigar, quer de ensinar o sistema das formas
de tratamento em português.”
“Pode olhar pela minha mochila por 10 minutos, por favor?” “A senhora pode guardar a mochila
durante 10 minutos?”
Desculpe!
Sim, posso ajudá-lo?
Sim. Pode guardar a minha mochila por 10 minutos?
Sim, claro.
Muito obrigado, volto já. Até logo.
Até logo.”
O Sistema das Formas de Tratamento (SFT) em Português Europeu (PE), como referido
por vários investigadores, entre outros, Lindley Cintra CINTRA, 1972), Gunther
Hammermüller (HAMMERMULLER, 1993), Maria Helena Araújo Carreira (CARREIRA,
1997, 2001, 2002, 2008, 2009) e Isabel Margarida Duarte (DUARTE, 2010, 2011), é
muito complexo. A sua complexidade, essencialmente de natureza pragmática, reside no facto
de nem sempre o falante saber selecionar a forma que mais se adequa ao seu interlocutor. Este
saber pragmático implica também uma competência de natureza sociolinguística e o
conhecimento de várias formas para nos dirigirmos a outra pessoa, como ilustrado nos
enunciados fornecidos em baixo:
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O SFT constitui um domínio muito sensível à mudança linguística por estar muito dependentes
de variáveis sociais, em plena evolução. Na história do SFT em PE, podem ser delimitados,
segundo Lindley Cintra, três grandes períodos:
1. O primeiro período (finais do séc. XIII até o começo do séc. XV): privilegia o sistema
de tratamento pronominal, com recurso a “tu” e “vós”, usados entre íntimos e próximos,
sendo a segunda forma utilizada entre pessoas cuja relação não permitia o uso de “tu”,
fosse ela o Rei, um arcebispo ou um rústico;
2. O segundo período (desde o séc. XV até aos finais do séc. XVIII): para além das
formas pronominais “tu” e “vós”, surgem as primeiras formas de tratamento nominais de
elevada cortesia, e.g.: “vossa mercê”, “Vossa Senhoria”, “Vossa Excelência”, “Vossa
Majestade”, “Vossa Alteza”;
3. No terceiro período (a partir da segunda metade do séc. XVIII): assiste-se à profusão
de novas formas nominais de cortesia. A forma “vós” como tratamento cortês da 2.ª
pessoa, dirigida só a uma pessoa, desaparece. Ao mesmo tempo, aumenta a degradação
de “vossa mercê”, com o correspondente alargamento no emprego de “você”.
O pronome de tratamento “si” parece funcionar, tal como surge nos diálogos acima, como uma
variante popular e de respeito, relacionada com outras variantes que se caracterizam por
requererem uma forma verbal na 3PS (“você” ou “senhor”), consoante a maior ou menor
proximidade existente entre os interlocutores da interação verbal. Tal como nos outros domínios
da variedade do Português Falado em Moçambique (Sintaxe; Regionalismos ;Fonética), os dados
provenientes das formas de tratamento, no plano léxico-pragmático, apontam, assim, para a
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coocorrência de traços arcaizantes (uso de “senhor” nas relações filhos/pais e uso de vocativos
“home” e “si”) e de traços inovadores (uso de vocativos “apaz”, “apariga”).
Conclusão
Para terminar, dizer que actualmente, na era da globalização, podemos afirmar que uma das
mudanças mais radicais que se operou fruto desse mesmo fenómeno foi na área de comunicação.
Como já mencionei no início deste trabalho, a necessidade de interação frequente entre povos,
fez-me deter na importância do ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. Não só o ensino
duma língua nova, mas a necessidade de aperfeiçoar cada vez mais as já adquiridas. Hoje em dia
é perfeitamente normal que alguém fale três ou mais línguas quase como língua materna.
No meu caso, a língua portuguesa foi a quinta língua, a quarta língua estrangeira, mas a primeira
língua segunda. Além da minha língua materna, o Húngaro, tive duas experiências falhadas na
aprendizagem das línguas estrangeiras - o Russo e o Francês - e duas bem-sucedidas, o caso de
Inglês e do Português. A aquisição do Português possibilitou-me ter bons resultados na
aprendizagem do Francês. O facto de não ter o Português como língua materna, implicou
desvantagens, mas também algumas vantagens na elaboração do presente trabalho.
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Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com Pemba - Mozambique
Bibliografias
ALI, M.S. (1971), Gramática histórica da língua portuguesa, Rio de Janeiro, Melhoramentos
ÁVILA DE LIMA, J. & PACHECO J.A. (2006), Fazer Investigação, Contributos para a
elaboração de dissertações e teses, Porto, Porto Editora
BACHMAN L.F. & PALMER D. (1996), Language testing in practice: designing and
developing useful language tests, Oxford, Oxford University Press
BROWN, R. & GILMAN A. (1960), “The pronouns of power and solidarity”, In Sebeok, T. A.
(ed.) Style in Language, Cambridge, Cambridge University Press
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Autor: Sergio Alfredo Macore Sergio.macore@gmail.com Pemba - Mozambique
GOFFMAN, E. (1982), Interaction Ritual: Essays on face-to-face behavior, New York, Pantheon
Books.
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