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EPMC ARTE DE MARINHEIRO 185 CAPITULO 1 0 ARTE DE MARINHEIRO 1001.-Generalidades Chama:se arte de marinheiro a um conjunto de trabalhos quer com fins utilita- vios quer com fins ornamentajs usualmente feitos com cabos e linhas. A vida didria a bordo é marcada constantemente pela necessidade de dar nés e voltas cuja finalidade é nao sé fixar fortemente um cabo como também safii-lo desfazendo rapidamente o né ou volta, Nada pior que um né cego dado por principiantes, que devido ao aperto a que voltas foram sujeitas, s6 se consegue desfazer com recurso a navalha. Para os nés e voltas bastam as mios ¢ uma navalha (esta apenas para cortar 0 cordame mitido passado nos chicotes dos cabas) para as costuras e faleassas ji siio necessarios um conjunto de utensilios apresentados no fim do Capitulo, 1002.-Nés Lagada - serve de inicio a alguns trabalhos e faz-se conforme mostra a figura. Pode ser dada provisériamente no chicote de um cabo para que os ramos nio se abram. 186 TECNOLOGIK € ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACRO OE PESCA Fig. 10.1 - Lacada Lagada dobrada tem varios nomes tais como né de frade ou né de sutura. Tal como a lagada simples pode ser feito no chicote de um cabo para evitar que este desgurna (por exempla aparelho de forga) ou evitar que o cabo corra completa- mente ¢ se perca no interior de um mastro (adriga). Para este ¢ outros nés é necessario sovar o cabo isto é ir apertando igualmente as lagadas uma de encontro & outra. PE SET ae esse eaemeiecor ae i Fig. 10.2- A lagada dobrada EPMC ARTE DE MARINHEIRO 187 N6 direito - E usado para unir dois cabos, nao recorre se os cabos forem da mesma bitola e da mesma constituigao. Caso contririo usa-se um né de escota. Fig. 10.3 - Né direito Né direito dobrado - E um né que nao recorre; usa-se para ligar dois cabos que demandem muita forga em sentidos opostos. (eens _—- EZ Fig. 10.4 - Né direito dobrado 188 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACRO DE PESCA Né de oito - Di-se obrigando o chicote a desenhar um oito e tem também os nomes de trempe e volta de fiador. Usa-se nos chicotes para evitar que 0 cabo possa desgornir. Fig. 10.5 - N6 de oito Né de azelha - & uma lagada executada no seio do cabo. Usa-se para marear provisdriamente um cabo. Fig. 10.6 - N6 de azelha 6 de escota - E um né seguro quando dado numa miozinha ou num sapa- tilho. Mesmo depois de molhade e se o cabo inchar desfaz-se facilmente, EPMC ARTE OE MARINWEIRO 189 Né de escota dobrado - E um né estremamente seguro a volta redonda dada em torno do cabo que tém o sapatilhe impossibilita que o cabo possa recorrer. Lais de guia - Este né juntamente com 0 né de escota sio os que tém maior aplicagio a bordo. Serve para fixar um cabo a um olhal, dé-se nas bogas das embareagées quando tém que ser rebocadas. Pode ser feito pelo chicote e pelo seio. Fig. 10.9 - Lais de guia pelo chicote 190 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACKO DE PESCA Fig. 10.10 - Lais de guia pelo sei Lais de guia pelo chicote dobrado - Reforca-se 0 lais de guia singelo com mais uma volta onde se vai aplicar 0 esforgo. Inicia-se 0 né singelo depois dé-se mais uma volta conforme mostra a figura. Pode ser usado como balso para suspen- der um homem & borda ou na mastreacio. © homem senta-se na malha A € enfia o tronco € os bragos na malha B. Fig. 10.11 - Lais de guia dobrado EPMCG ARTE DE MARINHEIRO 191 Fig. 10.11a - Lais de guia dobrado como balso N6 de espia ou de abogo - Quando uma espia néo tem o comprimente sufi- ciente emenda-se usando este n6. Verifica-se que é necessério abotoar o chicote de cada uma das espias. Fig, 10,12 -Né de sbogo 192 TECNOLOGIA & ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACAO DE PESCA Né de abogo dobrado - Usa-se quando as espias nio ¢ém a mesma bitola. Fig. 10.13 - Ne de abogo dobrado N6 de catau - f usado para encurtar temporriamente o seio de um cabo sem o cortar ou evitar que uma zona enfraguecida do cabo faga forga. Fig. 10.14 - N6 de catau ou catau de espia Né de pescador - Usa-se quando se pretende uni dois cabos de pequenna bi- tola. Os cabos so inicialmente dispostos ao lado um do outro. Pelos chicotes dos cabos di-se uma lagada em volta do outro de modo que os chicotes fiquem para lados opostos. EPMC ARTE DE MARINHEIRO 193 Fig. 10.15 -Né de pescador N6 de eabula - Usa-se como um né de catau para encurtar uma espia. Um dos chicotes mantem-se fixo enquanto com 0 outro se dio as voltas indicadas. © seio do cabo passa por cima da volta apertada e por baixo de volta lasaa. Fig. 10.16 - Né de cébula 194 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACAD DE PESCA N6 de brandais - Usa-se na eneapeladura dos mastros das embarcagées miti das para que o cabo faca arreigada na borda e constitua um brandal. Pode ser usado para emendar dois cabos da mesma bitola, Fig. 10.17 - No de brandais 1003.- Voltas Sao usadas para fixar rapidamente cabos a cabegos cunhos ov malaquetas ou ainda a varées. Podem ainda ser usados como lingas ou para ferrar o pano ¢ maces. Volta de fiel - Serve para dar volta a um cabo de pequena bitola. E muito usa- da para fixar um defensa num vergueiro. Pode ser dada pelo chicote ou pelo seio. — -_ Fig, 10.18 - Volta de fiel pelo chicote EPMC ARTE DE MARINHEIRO 195, av, Fig. 10.19 - Volta de fiel pelo seio Quando a volta de fiel é dada pelo chicote pode ser rematada com um cote que & mais meia volta de reforgo sobre 0 cabo. Fig. 10.20- Volta de fiel e cote Meia volta e volta de tomadouro - Ambas sio usadas para ferrar macas ou velas, A meia volta pode também ser usada para aguentar um cabo que niio de- mande muita forca. 196 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACAO DE PESCA MEIA VOLTA SSSSSP POR BAKO Vals ToMADOURD O POR CIMA Fig. 10.21 - Meia volta/volta de tomadouro Fig. 10.21a -Meia volta EPMC ARTE DE MARINHEIRO 197 Voltas da ribeira - B usada para ligar pequenas cargas, Fig. 10.23 - Volta da ribeira e meia volta para rebocar um tronco 198 TECNOLOGIA € ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACKO DE PESCA Volta de arinque - Usa-se para fixar o cabo de arinque a um ferro tipo Almi- rantado. Fig. 10.24 - Volta de aringue Volta de anete - E dada no anete de um ferro. Fig, 10.25 - Volta de anete EPMC ARTE DEMARINHEIRO 199 Volta de fateixa - E dada no anete (argola) da fateixa. Fig. 10.26 - Volta de fateixa Boca. de loba - Sao voltas dadas pelo seio nos gatos. Fig. 10.27 - Boea de lobo 200 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACKO DE PESCA Meias voltas mordidas em gatos Fig. 10.28 - Meias voltas mordidas em gatos ARTE DE MARINHEIRO 201 EPMC Barbelas - Voltas dadas entre a haste e 0 dorso da gato de modo a evitar que o gato abra. Fig. 10.29-Barbela 1004,- Nés e voltas prontas a disparar E usual quando se dé um né ou uma volta que se pretenda desfazer passado pouco tempo, que se faga de tal modo, que fique pronto a disparar. Isto é, alan- do por um dos chicotes 0 né se desfaga Fig. 10.30 - Volta de fiel pronto a disparar 202 TECNOLOGIA € ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACKO DE PESCA Fig. 10.31 - Lais de guia pronto a disparar Fig. 10.32- Né de escota pronto a disparar EPMC ARTE DE MARINHEIRO 203 1005.-Costuras Sao trabalhos feitos nos chicotes de cabos de modo a uni-los de maneira perma- nente ou ainda de modo a formar uma alga no chicote do cabo que tem o nome de maozinha. Costura redonda - Primeiro descocham-se 08 chicotes dos cabos a unir até um comprimento de 5 vezes a bitola, tendo o cuidado de passar faleassas ou la- adas nas chicotes dos ramos de modo a estes néo se desfazerem. Repare que um dos cabos tem uma faleassa passado de modo a nao se descochar inicial- mente (esta falcassa serd cortada). Execugio: 1. Junte os dois cabos I e If de modo a que cada ramo fique entre dois ramos do outro cabo (*). 2, Assegure-se que os cabos estilo bem encastados um ao outro, 3. Leve o C por cima do 2, por baixo do I e faca-o sair entre 1 e 3( 4, Leve o A por cima do 1, por baixo do 3 e faaca-o gair entre 3 e 2. 5. Leve o B por cima do 3, por baixo do 2 e faaca-o sair entre 2 e 1. 6. Abotoe os cordées A, B ¢ C ao cabo Ie corte a falcassa passada ao cabo Ile enfie os cordées 1, 2¢ 3 da mesma maneira. 7. Soque os seis corddes (ramos). Se for necessario bata com mago de madeira. 204 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACAO DE PESCA 8. Uma vez mais enfie cada cordao (ramo) por cima do cordio A esquerda e por baixo do préximo e repita esta operagio uma terceira vez se ndo considerar que a costura ficou firme repita uma quarta vez. 9, Aos cordées poderao ser passados falcassas de modo a uni-los dois a dois. 10. Costura pode ser forrada com mealhar depois de ter sido bem batida com um ago, Fig. 10.83 - Costura redonda Costura de laborar - Serve para unir dois cabos que tenham de gornir em patescas ou moitdes, Tem a vantagem de nao haver aumento de bitola na zona da costura ¢ a desvantagem de ser sempre um ponto de fraqueza do cabo. EPMC ARTE DE MARINHEIRO 205 oot SNES % i 3 Pug 10.30. Costar abe baborar 206 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACKO DE PESCA Execugio: 1, O cabo Ie II deverao ser descochados até um comprimento de 5 a 6 vezes a bitola do cabo devendo ser passadas faleassas nos chicotes (*). 2, Descocha-se oramo Ae leva-se o ramo 1 a cobrir 0 espago vazio por A. Estes cordées fazem depois ume lagada no sentido da cocha de cada um dos cabos, ¢ 3, Em seguida procede-se da mesma maneira com os ramos 3 ¢ C, O espago va- 2\0 do 8 6 preenchido com o ramo Ce da- se também uma lagada no sentido da cocha (***), 4, O ramo 2 ¢ 0 ramo 3 fardo uma lagada no mesmo sentido dos outros pares cn), 8, Agora os ramos designades por 1, 2¢ 4 vao caminhar para a esquerda fazen- do trés metades como na costura redonda. (vio em sentido contrario & co- cha e passam primeiro por cima e depois por baixo dos ramos que encontram). Ramos A, B, e C fazem o meamto para @ lado contrério. Costara de mo ov m§o zinha - §, muito utilizada para formar uma alga para encapelar em cabegos. Descoche o chicote do cabo tendo 0 cuidado de passar falcassas de chicotes mordidos nos cordoes. Depois de se ter pasado 0s cor- dées como indica a figura 10.35 continua-se com uma costura redonda, EPMC ARTE DEMARINHEIRO 207 Nbe Fig. 10.35 - Costura de mio ou miozinha Bata costura pode ser dada sobre um ‘sapatilho redondo ou de bico. Fig. 10.36 - Costura de mao sobre sapatilho 208 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACKO DE PESCA 1006.- Pinhas Sao formadas por um ou mais cordées ou [inhas entragadas em forma de xa- drez. Tém normalmente o aspecto de pinhas e sao utilizadas para dar peso ao chicote de um cabo (retenida) ou aumentar de volume o chicote de um cabo ca- mo na pinha de boga. Pinha de retenida ou de sacada - F feita nos chicotes da retenida para per- mitir 0 seu mais facil arremesso. O oco deixado pela linkia deve ser preenchido por um objecto pesado (uma chumada forrada), devendo as voltas ser bem soca- das em torno desse objecto. Para unir 0 chicote mais curto ao cabo faz-se uma costura de mao, Fig. 10.87 - Pinha de retenida EPMC ARTE DE MARERO 209 Pinha de boga - Emprega-se para aumentar o volume do chicote de um cabo e usam-se nas bocas das embarcagées nas balsas de madeira. Fig. 10.38 - Pinha de boca 210 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACAO DE PESCA 1007.-Falcassas Sio feitas nos chicotes dos cabos para evitarem que estes se deseochem. Palcassa de chicotes mordidos - & um trabalho feito com cordame mitido. Serve para evitar que 08 chicotes dos cabos se descochem. Fig. 10.40 Palcassa de chicotes mordidos no chieote do cabo EPMC ARTE DE MARINHEIRO 211 Falcassa de agutha - E usada nos chicotes dos cabos de gande bitola e tra- balha-se com uma agulha ou espicha para pasar o merlitn. Fig. 10.41 212 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINIIARIA DA EMBARCACKO DE PESCA Falcassa a inglesa - Usa-se em cabos de amarragio de pequena bitola. Nao deve ser dada em cabos de laborar porque o chicote nao passa nos moitées Fig. 10.42 -Faleassa a inglesa 1008.- Botoes Designam-se por botdes as voltas de cordame mitido, merlim, mealhar ow pas- sadeira para apertar dois cabos, um cabo de encontro a um vardo, ou duas ver- gonteas, Neste tiltimo caso 0 botio é passado com cabo de boa bitola. Botio redondo - Serve para abragar dois cabos. Hé varias maneiras de pas- sar este botio. Comegando com uma maozinha - Faz-se uma méozinha, apertam-se 08 ca- bos, dao-se varias voltas redondas bem rondadas passa-se o chicote livre pela mdozinha e déo-se varias voltas conforme indica a figura (voltas de esgano). EPMC ARTE DE MARINHEIRO 213 Fig. 10.43 - Botio redondo Comegando com uma volta de fiel - Passa-se uma volta de fiel bem aperta- da, Dio-se sucessivas valtas redondas bem chegadas umas As outras e termina como mostra a figura. Pode-se esganar como no caso anterior. Fig. 10.44 - Botdo redondo 214 TECNOLOGIA € ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACAO DE PESCA Roto de voitas falicias - Pode-se comecar com uma volta de fiel ou com una miozinha sobre um cabo (*). Passam-se as voltas falidas o chicote livre volta para tras (**), Dé-se mais um conjunto de voltas falidas sendo esganado sobre este tiltimo conjunto. Pode rematar-se com uma volta de fiel fazendo-se um nd de volta de oito ou de frade no chicote do cabo para maior seguranga. Fig. 10.45 - Botao de voltas falidas Outra maneira que é indicada na figura, O chicote livre, (mais comprido), ters mina com uma volta redonda, esgana as voltas falidas e da um né direito com 0 chicote mais eurto. Fig. 10.46 - Botao de voltas falidas EPMC ARTE DE MARINHEIRO 215 Botdo cruzado ou peito de morte - Serve para abotoar dois cabos ou duas vergonteas que se cruzam. Inicia-se com uma volta redonda sobre o Cabo Il. Com o outro chicate da linha déo-se vérias voltas redondas conforme mostra a figura. Com esse mesmo chicote cruzam-se por cima das voltas jé dadas novas voltas redondas. O chicote com que se trabalha dé uma volta redonda sobre II. Agora os dois chicotes crazam-se por cima de f e por baixo de II rematando-se com um né direito em cima de 1. Fig. 10.47 - Botiio cruzado 216 TECHOLOGIA £ ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCAGRO DE PESCA 1009.- Nés de pescador Emendar uma linha de nylon (monofilar). Fig. 10.48 - Emendar uma linha de nylon N6 de empatadura ou de anzol Fig. 10.49- Né de empatadura EPMC ARTE DE MARINHEIRO 247 1010.- Trabalhos com cabo de ago Para fazer uma mdozinha num cabo de aco para além da costura de mao exis- tem estraguladores (cerra-tabos) que montados coma mostra a figura tem uma seguranga igual Aquela costura. Fig. 10.50 - Maozinha com estranguladores ‘Um outro processo consiste em apertat fortemente por meio de chicote especial uumias pegas conhecidas por “nicopress” que permitem rapidamente e com segu- ranga fazer uma maozinha Fig. 10.51 - “Nicopress” 218 TECNOLOGIA E ELEMENTOS DE MARINHARIA DA EMBARCACAO OE PESCA ‘Miozinha em cabo de ago - Esta costura poder ser dada no chicote de um cabo de ago para servir de espia ou poderd ser dada em torno de um sapatilho de bieo com as dimensdes requeridas para 0 eabo de ago (didmetro, curvatura e gola), sta costura pode ser para a direita ou para a esquerda. Iremos apenas ivatar da costura para a direita, sobre um sapatitho. A que é dada no chieote de um eabo para servir de espia resume-se a meter os cordées de modo a formar a costura de mio. Preparagao do trabalho 4 Marea-se a medida da gola completa do sapatilho com um fio, tendo o euida- do de deixar na direcgao do chicote do cabo um comprimento 5 a 6 vezes a bitola do cabo a partir do fir da medida anteriormente tomada, b- Pode-se para maior seguranga e duragiio percintar ¢ trineafiar (no sentido da cocha) e forrar (no sentido contrario) a zona do cabo que vai estar em contacto com o sapatilho. (Ver 1011. Diversos) .- Passam-se as necessdrias falcassas ou botdes conforme mostra a figura A ou usam-se tornos de mao epropriados (iiltimo paragrafo}. (Ver 1011.- Diver- 508) d.- Passa-se agora um botio redondo muito bem apertado na zona do bieo do sapatilho, 2. Descocha-se ¢ cabo ficando os cordées, cada um dos quais com uma faleassa no chicote, prontos para iniciar a costura. £. Com uma espicha de ago abre-se o cabo ao meio, isto é trés eordées para ca- da lado, ¢ vamos introduzir o cordio 2 fazendo-o sair pelo mesmo sitio em que entrou, de seguida serd 0 cordio 1 introduzido no mesmo sitio mas sai- 1 por cima do cordao de saida de 2. 0 cordio 3 entrard pelo emsmo sitio dos outros cordses mas saird por cima dos cordées do cabo que prende 0 cor- EPMC ARTE DE MARINHEIRO 219 dao 1. Assim os cordées entram pelo mesmo sitio ¢ saem por sitios diferen- tes (Fig. Be C). g- Com os cordées 4, 5 ¢ 6 vai proceder-se da seguinte maneira; O cordio 4 passa pelo meio do cabo no mesmo sitio onde entrou o corddo 2 mas ao co: trdrio. Os corddes que estio A esquerda so os cordbes por baixo dos quai passam 1, 2¢ 8. Q cordaa 5 entra onde entrou o 4 e passa por baixo dos dois primeiros cordées cochados sua direita, Para terminar completamente a 1° metida 0 corddo 6 que entra ainda pelo mesmo sitio que o 4 passa por baixo do primeiro cordao (do cabo) que tem A sua direita (Fig. D). Completa-se assim a primeira metida devendo os corddes ser o mais bem aper- tados possivel de encontra o sapatilho. Agora os cordées 1, 2 e 3 fazem caminho indo contra a cocha uma segunda me- tida. Os corddes 4, 5 e 6 fazem uma metida no sentide da cocha do cabo, Na metida que se segue os cordées 1, 2 ¢ 8 caminham a favor da cocha. Consi- dera-se que a maozinha fica firme quando se faz a 5¢ metida. 220 TECNOLOGIA £ ELEMENTOS DE MARINHARIA OA EMBARCACAO DE PESCA 1011. Diversos Forrar um cabo Alguns cabos de ago que fazer parte do aparetho fixo podem ser protegidos por meio de um forro, Para tal é necessério efectuar as seguintes operagées. Engaiar - Consiste em cobrir o intervalo entre os corddes com merlim ou linha para que o cabo apresente uma superficie lisa. O trabalho inicia-se e termina fixando-se a linha ou o merlim por meio de uma faleassa. A SARA Fig. 10.59 - Engaiar Pereintar - 0 cabo ¢ forrado por meio de tiras de lona bem apertadas. Estas tiras se 0 cabo trabalha ao alto devem ser iniciadas de baixo para cima de modo que a égua covra sem se infiltrar. Fig. 10.54 - Pereintar

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