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GRANDE ORIENTE DO BRASIL – SANTA CATARINA

GOB–SC
A\R\L\S\HARMONIA E FRATERNIDADE N.º 3490
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

AS COLUNAS

Ir\ Alexandre Verdin da Silva – A\M\


Or\ de Florianópolis, 27 de julho de 2022, da E\V\

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SUMÁRIO

Sumário ................................................................................................ 02
Introdução ................................................................................................ 03
Desenvolvimento ................................................................................................ 04
Conclusão ................................................................................................ 06
Bibliografia ............................................................................................... 07

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INTRODUÇÃO

Comecemos pelo fim da iniciação, ou pelo início da vida


maçônica! - É chegada a hora de receber a Luz que estava oculta aos meus olhos, sinto
de imediato arrepio, de que essa maravilhosa dádiva estaria me iluminando de uma única
vez desde o primeiro momento em que fui anunciado aos IIr.’. ainda no átrio, como um
profano livre e de bons costumes.
Falando em Átrio, é nele que na porta do Templo Maçônico
existam duas colunas esculpidas no estilo egípcio contendo as letras “J” e “B”, assim
como não é sigilo que representam as palavras Jaquim e Boaz. Destacamos, ademais, que
por conta da linguagem hebraica tais palavras possuem ramificações escritas diversas, a
saber Jaki, Iaquim e Booz.
Com toda a certeza a curiosidade não era o que me trazia
entre colunas, porém após sentir um forte amargo, amargo este que me fez mais uma vez
refletir sobre minha escolha, sou conduzido novamente a minha solitária cadeira em outro
cômodo oculto.

Não era meu pensamento naquele momento, porém de


acordo com a literatura maçônica, é muito difícil saber qual a correta origem destas
palavras, porém o início para estudo de seus significados parte da Bíblia, por intermédio
de narrativas contidas no antigo testamento (Tora).

Como teólogo de formação, sei que a interpretação das


passagens bíblicas contendo as colunas e seus nomes deve restringir-se ao campo
filosófico, pois eis que a Maçonaria não é uma religião e a individualidade na crença dos
IIr\deve ser respeita, premissa básica de um teólogo também!

Guiado até a loja, permaneço refletindo e aguardando este


momento único de minha vida. Para alguém que nunca se casou e sem filhos,
multiplicamos por 7 a ansiedade desde aprendiz, recolhido até a câmara das reflexões
onde sou obrigado mais uma vez a continuar refletindo sobre minha vida, sobre este
momento que estou vivendo e sobre a minha nova vida após ser aceito na Maçonaria.

Historicamente falando se sentir nervoso em uma iniciação


é comum, visto que a prática é comum entre a humanidade ao longo do tempo. A
colocação de colunas no pórtico, era uma arquitetura comum a qualquer templo na
antiguidade, principalmente aos egípcios que colocavam as colunas em pares.

A interpretação mais coerente e a que é mais seguida, deriva


das escrituras bíblicas principalmente nos versículos de Salomão, em seu discurso ao
povo: “Na minha força (poder) apoiarei esta casa para o todo e sempre”. Colunas
“B” e “J” teriam como significado, respectivamente a primeira representando a força e a
segunda representando a beleza.

Existe várias incertezas sobre este tema das colunas do


Átrio (exemplo, são duas ou três?), ao longo deste, seremos guiados tal como fui guiado
pelo Ir\Esperto ao longo das minhas três viagens por caminhos torturantes porem ricos
em saber!

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DESENVOLVIMENTO

É publico e está na Bíblia (livro de Esdras, Reis) histórias


referentes ao Templo de Salomão. Deste templo que parte o entender das colunas!

O povo narrado na Bíblia era nômade, sendo assim tinha


por prática montar tendas e dentre elas uma em especial chamada tabernáculo. Este povo
estava a caminhar e em determinado momento levantava esta tenda especial (tabernáculo)
para prestar seu culto a Deus, ali fazia suas atividades religiosas. Por inspiração divina
provinda de seu pai, Rei Davi, o Rei Salomão edificou o tabernáculo com as mesmas
divisões do tabernáculo em tenda!

O tabernáculo edificado era dividido em; - Pátio Externo,


Santo e Santo dos Santos ou Santo Sanctório. No pátio externo existia a bacia de bronze
para purificação e o altar dos holocaustos (sacrifícios). Dentro do Santo, já dentro do
Templo antes do Santo dos Santos, tínhamos a mesa dos pães e o Menorá que representa
a presença de Deus. Após uma cortina tínhamos o Santo dos Santos, onde se encontrava
a Arca da Aliança.

Chama a atenção acima que não existia as duas colunas no


tabernáculo original, porém na edificação de Salomão existia duas Colunas. Nesta
ocasião diz que, eram colunas de bronze que mediam cerca de 12 metros de altura
(medidas atuais) sem contar com os capitéis que eram colocados em cima delas. Ficavam
a entrada do templo e eram ocas.

Destaco aqui que a descrição dos espaços do templo pode


mudar, pois tivemos ao longo do tempo três templos:

• 950ac Salomão
• 516ac Zorobabel
• 18ac Herodes
Estas duas colunas eram chamadas de Boaz e Jakin (ou
Iaquin) B\ e J\, estes nomes remetem a dois personagens bíblicos. Boaz
etimologicamente significa “na força de” enquanto Jakin significa “ele estabelecera”.

Para a maçonaria especulativa a coluna do norte


representada pela letra “B” é o local onde os Aprendizes recebem seu salário, sob o abrigo
desta coluna que os aprendizes recebem as instruções necessárias e aprendem a polir a
pedra bruta. A coluna do sul, representada pela letra “J” é onde têm assento os
Companheiros e onde recebem as suas instruções.

Maçonicamente podemos dizer que as duas colunas


representam a dualidade do sol e da lua, do homem e da mulher, do fogo e da água e
dentre várias o mais usado exemplo de dualidade a beleza e a força.

Podemos perante as raízes hebraicas, que os dois pilares


fazem parte do simbolismo da Arvore da Vida, composta esta por três pilares. Sendo os
pilares laterais “força” e “sabedoria” colocando ao centro deles o terceiro pilar o
“equilíbrio”.

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Encontramos sobre as colunas encontramos os capteis
enriquecido por Romãs, quando os judeus saíram do Egito e chegaram à terra prometida,
tiveram certeza que era a terra que Deus destinava à eles ao encontrarem uma Romã,
como prova da fertilidade da região, também a Romã é dita como possuidora de 613
sementes o mesmo numero de mandamentos da Tora. Para a maçonaria, as “romãs da
amizade” representam a prosperidade e a solidariedade da família maçônica. Ela é
também vista como a unidade que existe entre todos os maçons do universo, da mesma
forma que suas sementes, sempre juntas e proporcionando uma acomodação ímpar,
acolhendo a todos.

Na maçonaria do Rito York são vistos com globos no lugar


das Romã. Segundo historiadores os pilares tinham uma tigela, uma com fogo e outra
com água. O Globo Celestial ou a Tigela de Fogo sobre a coluna J, representava o homem
divino, enquanto o Globo Terrestre ou Tigela de Água sobre a coluna B, representava o
homem terrestre.

Os pilares podem ser encontrados invertidos, exemplo no


Rito York onde o B fica na esquerda e o J a direita. Em 1730 Samuel Prichard escreveu
o livro “Maçonaria Dissecada” onde revelou para o “mundo profano” importantes
segredos da Maçonaria. Após este vazamento e não tendo uma alternativa como temos
hoje (exemplo eGOB Card) restando apenas a validação por gestos e palavras, foi
decidido inverter as colunas, pé de marcha entre outros, foi adotado por alguns Ritos.

As colunas podem variar ligeiramente sua localização,


porém sempre na entrada dos Templos Maçônicos podem estar na parte de fora do
Templo, na parte de dentro ou metade dentro e metade fora. Representam ali o início
simbólico do espaço iniciático.

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CONCLUSÃO

Posso visualizar na descrição do Templo de Salomão parte


do Rito de Iniciação, da mesma forma que temos no pátio externo o altar do holocausto a
bacia da purificação, na minha iniciação experimentei o sacrifício de colocar a vida em
jogo, a purificação pelo fogo e pela água nas viagens que fui conduzido pelo Ir\ Esperto.

As colunas ocas mostram a fragilidade, porém são


enriquecidas de conhecimento que ira sendo acumulada em seu interior. Conhecimento
este de dentro do templo pelos mestres que ali já estão e conhecimento que chega com os
novos obreiros. Assim dizemos que uma coluna cheia de conhecimento não irá ruir.

Lembrando da comparação com a “arvore da vida” da


cabala, notamos que a terceira coluna a coluna do centro somos nós. Estar “entre colunas”
é estar em equilíbrio. Independente do lado esquerdo ou direito as colunas laterais força
e beleza, colunas esta que foram feitas para depositar entendimento e conhecimento para
gerar sabedoria que é a coluna do meio, a terceira coluna a coluna do equilíbrio. Sendo a
terceira coluna e certo disso, notamos que ao receber a luz estamos entre colunas, estamos
em equilíbrio e somente neste momento entramos ao templo e somos recebidos como
iguais, como irmãos.

Concluo que para adentrar ao templo temos que passar pelas


colunas, estar entre colunas, estar em equilíbrio. Mas para estar em equilíbrio temos que
dominar alguns aspectos, que são níveis de consciência lincados a misericórdia e ao rigor,
a beleza e a força. Assim conseguiremos alcançar a sabedoria através do equilíbrio.

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BIBLIOGRAFIA

1. HORNE, Alex. O Templo do Rei Salomão na tradição maçonica, São Paulo,


Editora Pensamento, 1.991;

2. DE RESENDE HURBANO, Helvécio. Templo Maçom, São Paulo, Editora


Madras, 2.012;

3. Site eletrônico:
https://www.facebook.com/sementeveg/photos/a.1550183021694287/16029808
49747837/?type=3 ; visualizado em 06.07.2022;

4. Site eletrônico:
https://www.maconaria.net/as-colunas-do-templo/; visualizado em 06.07.2022;

5. MAXELL, Egens. Os Segredos do Aprendiz Maçom: Segredos Revelados


(Maçonaria Revelada Livro 1), São Paulo, Editora Clube dos Autores, 2.012;

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