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O «Primeiro Ser» vegetal é a união íntima dos três princípios alquímicos: Enxofre (óleo
essencial), Mercúrio (álcool) e Sal (carbonato de potássio).
Como se sabe, alquimicamente, na natureza existem quatro elementos: Ar, Fogo, Terra
e Água. Destes elementos, dois são afins e os outros dois são contrários. Também o
azeite ou o óleo essencial e a água, são, como toda a gente sabe, elementos
contrários, que quando aquecidos juntos, se repelem violentamente impedindo a sua
união.
Preste muita atenção ao que acima vos dissemos, porque da sua boa compreensão
depende o êxito desta operação.
Para que o sal da planta possa ser unido intimamente ao enxofre e ao mercúrio terá de
ser, antes de tudo, volatilizado.
A volatilização do sal é um dos grandes Arcanos vegetais, procurado por muitos e que
pouquíssimos artistas conhecem e, aqueles que o conhecem, como nós, pela tradição,
não o deverão revelar publicamente mas apenas àqueles que o merecerem.
Volatilizar o sal fixo de uma planta (carbonato de potássio) e fazê-lo passar pelo colo e
pelo bico da retorta...JAMAIS! Dirão os homens da outra ciência (químicos)! E, no
entanto, para nosso espanto e regalo dos olhos, oh! maravilha da nossa Arte, o sal
passa pelo bico da retorta, volatilizado, diáfano como gelo, escorrendo até ao
recipiente, como podereis observar na fotografia.
Há dois processos para volatilizar o sal. Um mais longo e moroso, que nos foi revelado
por um irmão da Arte, e o outro, mais rápido e expedito, que nós descobrimos
experimentalmente. É este último que vamos a descrever.
O ideal seria utilizardes o Alecrim, pois além do sal básico da planta, que é um
carbonato de potássio, contém ainda outros sais e mesmo alguns oligoelementos.
Adquiri, ou destilai 100 ou 150ml de óleo essencial desta planta e deitai-o, com a
ajuda de um pequeno funil de vidro ou de plástico, pela tubuladura de uma retorta de
250ml.
Colocai a retorta num pequeno forno elétrico ou a gás em banho de areia, com
temperatura controlada, como o que podereis ver na fotografia, com um recipiente
esférico de 250ml com respirador capilar, situado na pança do matrás perto do colo.
Com a ajuda de um funil de plástico maior que o anterior, deitai, pela tubuladura da
retorta, por frações sucessivas e com ajuda de uma pequena colher de aço inox, 30g
do sal da planta, devidamente coagulado e tratado como manda a Arte, para que este
se possa combinar intimamente com óleo essencial.
À medida que o sal entrar em contacto com o óleo, produzir-se-á uma violenta reação,
por isso, é necessário deitá-lo por frações sucessivas. O óleo essencial ficará escuro
como café.
Destilai, fazendo ferver "docemente" o óleo essencial. Quando a maior parte do óleo
tiver passado para o recipiente e restar no fundo da retorta um líquido espesso como o
mel, parai a destilação e deixai arrefecer.
Depois, remetei pela tubuladura todo o óleo destilado. Repeti o processo mais duas
vezes e, à terceira vez, destilai quase até ao fim, aumentando um pouquinho mais a
temperatura.
Remetei mais uma vez e destilai, até que o sal tenha saído, na maior parte para o
recipiente. Deitai, agora, um pouco de óleo essencial na retorta, para que este, ao
destilar, arraste o sal que ainda se encontra depositado no colo.
Quando não houver mais sal no colo da retorta, deixai arrefecer e limpai as fezes com
essência de terebintina ou com outro dissolvente adequado para o efeito.
Depois da retorta estar muito bem limpa, vertei pela tubuladura o óleo essencial com o
sal incorporado.
Destilai a fogo lento e, no fim, um pouco mais forte. Então, vereis passar o sal como
anteriormente, mas desta vez, muito mais cristalino.
Depois de tudo destilado, limpai novamente a retorta e repeti o processo até não haver
mais fezes no fundo.
Guardai os três princípios unidos intimamente, num frasco bem fechado, ao abrigo da
luz.
O «Primeiro Ser» é muitíssimo mais eficaz do que o simples óleo essencial, por ter
incorporado o sal volatilizado e o mercúrio vegetal.
Quanto ao sal volatilizado que incorpora o «Primeiro Ser», Van Helmont, um famoso
médico iatroquímico, convertido à alquimia, diz o seguinte: «o sal de tártaro
(carbonato de potássio) volatilizado, pode penetrar no corpo humano até à quarta
digestão, resolvendo e fazendo passar os humores excrementosos e as coagulações
contra-natura que se encontram nos vasos.
Este sal arrasta com ele todos os resíduos que se encontram nas veias, resolve as
obstruções as mais obstinadas, dissipando, assim, a causa material das doenças...»