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Questões dos Conteúdos de LINDB Parte Geral – Direito Civil I

Questões Objetivas
Princípios do Direito Civil
1. Acerca das diretrizes regentes e estruturantes do processo de codificação do
Código Civil de 2002, fundadas no pensamento culturalista de Miguel Reale, é
INCORRETO afirmar:
a) A sistematicidade norteou a concepção de inseparabilidade do Código Civil
com as demais normas do ordenamento jurídico, o que se verifica na forma
de definição dos juros legais.
b) A operabilidade determinou a adoção de soluções normativas para a
facilitação da interpretação, aplicação e adaptação do Direito, o que se
verifica na adoção das normas abertas como técnica legislativa.
c) A socialidade implicou na funcionalização dos modelos jurídicos, fazendo
prevalecer os valores coletivos sobre os individuais, sem que sejam
desconsiderados os valores inerentes à pessoa, o que se verifica na previsão
do instituto do abuso de direito.
d) A eticidade provocou a opção antropocêntrica da codificação civil,
implicando na prevalência de critérios éticos sobre os de natureza formal, o
que se verifica nos institutos da lesão e do estado de perigo.
e) A igualdade formal determinou o tratamento igualitário dos sujeitos de
direitos e o afastamento de regimes tutelares, o que se verifica no
afastamento de um regime de proteção dos incapazes, presentes na
anterior codificação civil.
2. (Cespe-2013 – DPE/TO – Defensor Público) Acerca do Direito Civil, assinale a
opção correta.
a) O princípio da eticidade, paradigma do atual direito civil constitucional,
funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais
valores, tendo por base a equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios
éticos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio do
pacta sunt servanda, quando o contrato estabelecer vantagens
exageradas para um contratante em detrimento do outro.
b) Cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados são
expressões que designam o mesmo instituto jurídico.
c) A operacionalidade do direito civil está relacionada à solução de problemas
abstratamente previstos, independentemente de sua expressão concreta e
simplificada.
d) Na elaboração do Código Civil de 2002, o legislador adotou os paradigmas
da socialidade, eticidade e operacionalidade, repudiando a adoção de
cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados.
e) No Código Civil de 2002, o princípio da socialidade reflete a prevalência dos
valores coletivos sobre os individuais, razão pela qual o direito de
propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de
propriedade coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
3. (TRT 15ª Região – Juiz do Trabalho) Recente matéria divulgada pelo Superior
Tribunal de Justiça afirma que um dos princípios fundamentais do direito
privado é o da boa fé objetiva e que tal orientação não está limitada a
determinado ramo do direito, mas escoa por todo o ordenamento jurídico. Diante
dessa orientação, aponte a assertiva incorreta:
a) na hipótese de livre oferecimento de imóvel, bem de família, como
garantia hipotecária, o imóvel não pode ser descaracterizado como bem
de família, mantendo-se a impenhorabilidade em relação à dívida
afiançada;
b) o princípio da boa fé objetiva pode ser utilizado como cláusula geral para
controle das cláusulas abusivas;
c) é dever da instituição financeira a exibição de documento requerido por
cliente bancário, independentemente de a relação basear-se em contrato de
mútuo ou financiamento;
d) no contrato de comodato, o comodatário fica obrigado ao pagamento de
aluguel ao comodante, a partir da constituição em mora para restituição do
imóvel emprestado. O arbitramento, realizado de forma unilateral pelo
comodante, ainda que não respeite a média de mercado, deve observar os
princípios da razoabilidade e da boa fé objetiva;
e) ofende os princípios da confiança e da cooperação a decisão unilateral da
seguradora de romper o contrato de seguro, que vem sendo renovado há
longo período.
LINDB

4. Acerca da eficácia da lei no tempo e no espaço, assinale a opção correta:

a) O direito brasileiro veda o denominado efeito repristinatório das normas,


mesmo que previsto expressamente, de modo que uma lei nova não pode
prever a recuperação da vigência de lei já revogada.
b) Caso uma lei cujo prazo de vigência não se tenha iniciado seja novamente
publicada para correção de erro material constante da publicação anterior, o
prazo da vacatio legis será contado a partir da primeira publicação, salvo se
outra data nela vier expressa.
c) A contagem do prazo para a entrada em vigor das leis que estabeleçam
período de vacância deve ser feita nos termos da regra geral do direito civil,
de modo a se excluir a data da publicação da lei e se incluir o último dia do
prazo.
d) No que se refere à eficácia espacial da lei, o ordenamento pátrio adotou o
sistema da territorialidade moderada, de forma a permitir a aplicação de lei
brasileira dentro do território nacional e, excepcionalmente, fora, sem,
contudo, admitir a aplicação de lei estrangeira nos limites do Brasil.
e) Em razão da denominada ultratividade da norma, mesmo revogado, o
Código Civil de 1916 tem aplicação às sucessões abertas durante a sua
vigência, ainda que o inventário tenha sido proposto após o advento do
Código Civil de 2002.

5. A respeito da aplicabilidade da Lei de Introdução ao Código Civil, julgue os


próximos itens.

I - O sistema da obrigatoriedade simultânea regula a obrigatoriedade da lei no


país, a qual entra em vigor, em todo o território nacional, quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada, se não haver disposição em contrário.
II - O juiz não pode deixar de decidir quando a lei for omissa, devendo atentar
para os fins sociais a que ela se dirige e julgar o caso de acordo com esses fins, a
analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.

III - Publicada uma lei, caso o juiz constate que houve erro na definição de
determinado objeto, poderá corrigi-lo mediante interpretação analógica.

IV - Publicada lei nova, os atos praticados durante a vacatio legis de


conformidade com a lei antiga terão validade, ainda que destinados a evitar os
efeitos da lei nova.

Estão certos apenas os itens

a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

6. Sobre o conflito de leis no tempo, é correto afirmar que:

a) a revogação tácita equivale à repristinação;


b) a lei especial não revoga a lei geral anterior;
c) não é admitida a derrogação expressa;
d) o efeito repristinatório é admitido em todas as leis;
e) a ab-rogação das leis é defesa pelo ordenamento jurídico.

7. Quanto às leis, é CORRETO afirmar que:

a) Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada à correção, inclusive no estrangeiro, o prazo de 45 dias começará a
correr da nova publicação.
b) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
c) A lei posterior só revoga a anterior quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
d) A lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a sua vigência.
e) A lei posterior só derroga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.

8. Considere o seguinte texto:

Conforme foi visto, em regra, uma lei só se revoga por outra. Dificilmente,
entretanto, se poderá traçar de imediato a linha divisória entre o império da lei
antiga e o da lei nova que a tenha revogado ou derrogado. Relações jurídicas
existirão sempre, de tal natureza, que, entabuladas embora no regime do velho
estatuto, continuarão a surtir efeitos quando o diploma revogador já esteja em
plena vigência. Outras, de acabamento apenas começado, terão sido
surpreendidas por nova orientação inaugurada pelo legislador. Por outro lado, tal
pode ser o teor do estatuto novo, que as situações que pretenda abranger mais
parecerão corresponder ao império do diploma revogado. Ora, é exatamente a
esse entrechoque dos mandamentos da lei nova com os da lei antiga, que se
denomina conflito das leis no tempo. (FRANÇA, R. Limongi. Manual de
Direito Civil. v. 1. p. 37. 4. ed. Revista dos Tribunais, 1980).

A legislação brasileira sobre essas questões dispõe que:

a) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa


julgada, salvo nas matérias de ordem pública, em que sempre prevalecerá a
lei nova.
b) a lei em nenhuma hipótese terá efeito retroativo, embora nada disponha
sobre sua aplicação às situações pendentes.
c) cabe ao juiz decidir por equidade, nada prescrevendo sobre elas.
d) a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
e) a lei terá efeito imediato e geral, proibindo, em qualquer circunstância, sua
retroatividade.

9. Dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro que a lei em vigor


terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada (art. 6º). Com a superveniência de um novo Código
de Processo Civil,

a) independentemente de a lei nova favorecer ou não a qualquer das partes, os


processo iniciados na vigência do Código anterior serão por ele regulados até
o cumprimento da respectiva sentença, tendo em vista a impossibilidade de
retroatividade da lei nova.
b) as partes poderão arguir direito adquirido a tratamento que lhes fosse mais
favorável segundo o Código anterior, até o trânsito em julgado da sentença
dos processos iniciados na vigência deste.
c) os atos praticados na vigência do Código antigo que forem incompatíveis
com o novo deverão ser refeitos, tendo em vista a regra do efeito imediato.
d) os atos praticados na vigência do Código antigo serão preservados, mas,
quanto aos que tiverem de ser praticados na vigência do novo Código,
salvo disposição em contrário, a este obedecerão, não podendo as partes
arguir direito adquirido a tratamento que lhes fosse mais favorável
segundo o Código anterior.
e) as questões de direito intertemporal deverão ser examinadas em cada caso
pelo juiz, porque Códigos sempre derrogam a Lei de Introdução às Normas
do Direito Brasileiro.
10. (FMP-RS/2012 – PGE-AC – Procurador) Assinale a alternativa CORRETA.
a) Antinomia jurídica ocorre quando há lacuna legislativa.
b) No Direito brasileiro, a equidade possui apenas função interpretativa.
c) A analogia, assim como o costume e os princípios gerais de direito, tem
função integrativa no sistema jurídico brasileiro.
d) O critério ou princípio hierárquico - lex superior derogat legi inferiori - visa
a solucionar o problema da necessidade de integração de lacunas
axiológicas.
11. (FCC-2013 – AL-PB – Procurador) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o
caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Esta norma jurídica consubstancia o princípio da obrigatoriedade:
a) da jurisdição a ser prestada.
b) da ação a ser proposta.
c) da lei a ser aplicada.
d) do impulso oficial por parte do juiz.
e) do livre convencimento do julgador.
12. (FCC-2016 – SEGEP/MA – Procurador do Estado) Antes da vigência da Lei n
13.146/2015, eram considerados absolutamente incapazes aqueles que não
podiam exprimir a vontade, ainda que por causa transitória. Com a vigência da
Lei n 13.146/2015, passaram a ser considerados absolutamente incapazes apenas
os menores de dezesseis anos. Esta mesma lei tratou como relativamente
incapazes aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade. A Lei n 13.146/2015 tem aplicação
a) imediata, porém não atingindo as pessoas que já não podiam exprimir a
vontade quando do início da vigência da referida norma, as quais continuam
a ser consideradas absolutamente incapazes, em razão da proteção ao direito
adquirido.
b) ultrativa, atingindo apenas as pessoas que passaram a não poder exprimir a
vontade, por causa transitória ou permanente, depois do início da vigência da
referida norma.
c) imediata, atingindo todas as pessoas que, no início da vigência da
referida norma, não podiam exprimir a vontade, por causa transitória
ou permanente, as quais passaram a ser consideradas relativamente
incapazes.
d) imediata, porém não atingindo as pessoas que já não podiam exprimir a
vontade, por causa transitória ou permanente, quando do início da vigência
da referida norma, as quais continuam a ser consideradas absolutamente
incapazes, em razão da vedação ao efeito retroativo.
e) imediata quanto às pessoas que, no início da vigência da referida norma, não
podiam exprimir a vontade em razão de causa transitória, e ultrativa em
relação às pessoas que não o podiam fazer por causa permanente, em razão
da proteção ao ato jurídico perfeito.
13. (FCC-2016 – PGE/MT – Procurador do Estado) De acordo com a Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro, a lei nova possui efeito
a) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a
coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, incluindo o
negócio jurídico sujeito a termo ou sob condição suspensiva. (Art. 6º,
LINDB. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato
jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular,
ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício
tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de
que já não caiba recurso.)
b) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a
coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual não se
equiparam, para fins de direito intertemporal, o negócio jurídico sujeito a
termo ou sob condição suspensiva.
c) retroativo, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a
coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual se
equipara, para fins de direito intertemporal, o negócio jurídico sujeito a
termo, porém não o negócio jurídico sob condição suspensiva.
d) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, ainda que se caracterizem
como coisa julgada, ato jurídico perfeito ou direito adquirido.
e) imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo respeitar a
coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, ao qual se
equiparam as faculdades jurídicas e as expectativas de direito.

14. (FCC-TRE/SP 2017 – Analista Judiciário) André adquiriu um terreno onde


pretendia construir uma fábrica de tintas. Na época da aquisição, não havia lei
impedindo esta atividade na região em que se localizava o terreno. Passado o
tempo, porém, antes de André iniciar qualquer construção, sobreveio lei
impedindo o desenvolvimento de atividades industriais naquela área, por razões
ambientais. A lei tem efeito
a) imediato e atinge André, que não tem direito adquirido ao regime
jurídico anterior a seu advento.
b) retroativo e atinge André, por tratar de questão de ordem pública.
c) imediato, mas não atinge André, que possui direito adquirido ao regime
jurídico anterior a seu advento.
d) retroativo, mas não atinge André, que possui direito adquirido ao regime
jurídico anterior a seu advento.
e) retroativo mas não atinge André, por tratar de direito disponível.
15. (FCC-2016 – TRT 23ª Região – Analista Judiciário) Objetivando construir uma
casa, Cássio adquiriu terreno no qual existe um pequeno riacho. Depois da
aquisição, entrou em vigor lei proibindo a construção em terrenos urbanos nos
quais haja qualquer tipo de curso d'água. Referida lei possui efeito
a) imediato, atingindo Cássio, porque a lei de ordem pública se sobrepõe ao
direito adquirido.
b) retroativo, por tratar de meio ambiente, mas não atinge Cássio, porque a lei
de ordem pública não se sobrepõe ao direito adquirido.
c) imediato, atingindo Cássio, porque este não possui direito adquirido.
d) retroativo, por tratar de meio ambiente, atingindo Cássio, porque a lei de
ordem pública se sobrepõe ao direito adquirido.
e) imediato, mas não atinge Cássio, porque a lei de ordem pública não se
sobrepõe ao direito adquirido.
16. (FCC – 2016 Procurador do Município de Campinas) Determinado município
editou lei estendendo um dado benefício a servidores inativos, incluindo os que,
no dia em que se iniciou a vigência da lei, já se encontrassem nessa condição.
Posteriormente, a Procuradoria do Município contestou a constitucionalidade da
lei, afirmando que esta feriria a garantia da irretroatividade. De acordo com
Súmula do Supremo Tribunal Federal,
a) em caso de conflito de leis no tempo, aplica-se ao servidor público a lei mais
benéfica.
b) o efeito retroativo é expressamente proibido pela Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro.
c) a garantia da irretroatividade da lei não é invocável pela entidade
estatal que a tenha editado. (Súmula 654 do STF: "A garantia da
irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da
República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado)
d) a garantia da irretroatividade cede às normas de ordem pública.
e) o efeito retroativo apenas é admitido em matéria de meio ambiente.
17. (CESPE – DPU – Defensor Público Federal/2017) Uma lei nova, ao revogar lei
anterior que regulamentava determinada relação jurídica, não poderá atingir o
ato jurídico perfeito, o direito adquirido nem a coisa julgada, salvo se houver
determinação expressa para tanto.
a) Certo.
b) Errado.
18. (CESPE – DPU – Defensor Público Federal/2015) No que concerne à aplicação
da lei estrangeira no país, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
refere-se expressamente ao princípio da ordem pública.
a) Certo
b) Errado
19. (CESPE – 2015 – TRE/MT – Analista Judiciário) Com base no disposto na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção correta.
a) No tocante aos regramentos do direito de família, adota-se o critério jus
sanguinis na referida lei.
b) A sucessão de bens de estrangeiros situados no território brasileiro é
disciplinada pela lei brasileira em favor do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
mesmo se a lei do país de origem do de cujus for-lhes mais favorável.
c) Ao confronto entre uma lei especial e outra lei geral e posterior dá-se o
nome de antinomia de segundo grau.
d) Ocorre lacuna ontológica na lei quando existe texto legal para a solução do
caso concreto, mas esse texto contraria os princípios que regem a própria
justiça.
e) O juiz poderá decidir por equidade, mesmo sem previsão legal.
20. (UFMT – 2014 – MPE/MT – Promotor de Justiça) Considerando o disposto na
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei N.º 4.657/1942)
acerca da aplicação espacial de normas, analise as assertivas.
I - Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se
constituírem, reputando-se constituída no lugar em que residir o proponente.
II - Em questões sobre a qualificação e regulação das relações concernentes a
bens, deve ser aplicada a lei do país do domicílio do proprietário.
III - A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o
começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos da família.
IV - A lei do domicílio do de cujus regula a capacidade para suceder do herdeiro
ou legatário.
V - Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
Estão corretas as assertivas
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, III e V.
d) I, IV e V.
e) II, IV e V.
21. (CESPE – 2014 – PGE/PI – Procurador do Estado) De acordo com a Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), assinale a opção correta.
a) Há direito adquirido quando já tiverem sido praticados todos os atos ou
realizados todos os fatos exigidos pela lei para a obtenção do direito
pretendido. Nesse contexto, é correto afirmar que nem todo direito
adquirido surge de uma relação jurídica, a exemplo do direito de
apropriar–se de coisa sem dono.
b) O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa
deixar de ser aplicada.
c) Na situação em que uma lei anterior e especial esteja em confronto com
outra lei geral posterior, tem–se uma antinomia de primeiro grau,
perfeitamente solucionável com as regras previstas na LINDB.
d) A proibição de desconhecimento da lei imposta pela LINDB é absoluta.
e) A lacuna ontológica ocorre quando existe texto legal que soluciona uma
situação concreta, mas que contraria os princípios e os axiomas norteadores
da própria ideia de justiça.
22. (CESPE – 2014 – TJ/SE – Técnico Judiciário) A interpretação teleológica
consiste na análise da norma de forma contextual, com a comparação entre os
dispositivos do próprio texto legal e outros diplomas normativos.
a) Certo
b) Errado
23. (CESPE – 2014 – TJ/SE – Técnico Judiciário) Conforme previsão expressa da
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, nas hipóteses de omissão
legislativa, serão aplicados a analogia, os costumes, a equidade e os princípios
gerais de direito.
a) Certo
b) Errado
24. (IADES – 2014 – TRE/PA – Analista Judiciário) Segundo a Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
b) Reputa–se ato jurídico perfeito a decisão judicial de que já não cabe recurso.
c) Chama–se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de primeiro grau
que comporte a interposição de recurso.
d) Consideram–se adquiridos os direitos que apenas o seu titular possa exercer.
e) A lei em vigor terá efeito imediato e geral em qualquer circunstância, sem
necessidade de observância da coisa julgada.
25. (CESPE – 2013 – SEGER/ES – Analista Executivo)

A respeito da lei acima transcrita, assinale a opção correta com fundamento na


Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
a) Caso o artigo 2.º não existisse, a lei em pauta entraria em vigor apenas
sessenta dias após a sua publicação, período em que se teria a vacância da
lei.
b) Conforme o princípio da obrigatoriedade, todos terão que comemorar a data
do dia 25 de agosto como sendo o Dia Nacional da Educação Infantil, já que,
por essa norma, foi decretado feriado nacional.
c) Hoje, para se corrigir essa lei, alterando-se a data do Dia Nacional da
Educação Infantil para o dia 26 de agosto, seria necessária uma lei nova.
d) Pelo princípio da continuidade, o fim da vigência da lei em questão ocorrerá
quando outra a modificar ou a revogar expressamente.
e) De acordo com as informações contidas no referido documento legal, é
correto afirmar que a data da promulgação corresponde à data da publicação
da norma.
Pessoa Natural (Capacidade, Direitos da Personalidade e Morte)

26. Em relação aos direitos da personalidade, é correto afirmar:


a) Em última instância, compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir sobre o
balanceamento entre o direito à honra, à imagem, à intimidade, à vida privada e à
liberdade de informação.
b) Passados mais de cinquenta anos desde o golpe militar de 1964, as pretensões de
indenização por danos decorrentes de violação aos direitos da personalidade durante o
período da Ditadura Militar estão prescritas.
c) Os direitos da personalidade não podem ser considerados direitos subjetivos, porque
o conceito de direito subjetivo é dotado de alto grau de abstração, o que o torna
superado na compreensão do Direito Civil contemporâneo, que tem matriz
constitucional.
d) A proteção dos direitos da personalidade não se estendem às pessoas jurídicas, pois
tais direitos têm por objetivo primordial a preservação do respeito à dignidade da pessoa
humana.
e) Nenhuma das alternativas.

27. Quanto aos direitos da personalidade no Código Civil Brasileiro, é


CORRETO afirmar que:
a) Os direitos da personalidade, sem exceção, são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b) É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio
corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
c) O pseudônimo adotado para atividade de qualquer natureza goza da mesma proteção
que se dá ao nome.
d) A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, de ofício, adotará as
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma .
e) nenhuma das alternativas.

28. Após o falecimento de Ambrósio, diversas declarações difamatórias e


caluniosas foram feitas em relação a ele, inclusive com publicação em
periódico de grande circulação. Considerando que Ambrósio deixou esposa,
dois filhos e um irmão, é correto afirmar que:
a) não é viável o ajuizamento de medida visando cessar ameaça ou lesão a direito da
personalidade posteriormente à morte da pessoa;
b) apenas o cônjuge sobrevivente tem legitimação para ajuizamento de medida visando
cessar ameaça ou lesão a direito da personalidade posteriormente à morte da pessoa;
c) apenas os filhos têm legitimação para o ajuizamento de medida visando cessar
ameaça ou lesão a direito da personalidade posteriormente à morte da pessoa;
d) apenas o cônjuge sobrevivente e os filhos têm legitimação para o ajuizamento de
medida visando cessar ameaça ou lesão a direito da personalidade posteriormente à
morte da pessoa;
e) o cônjuge sobrevivente, os filhos e o irmão têm legitimação para o ajuizamento
de medida visando cessar ameaça ou lesão a direito da personalidade
posteriormente à morte da pessoa.

29. No que diz respeito ao regime jurídico da pessoa natural, da pessoa jurídica,
dos direitos de personalidade e a temas correlatos, assinale a alternativa
correta conforme disposto no Código Civil e na jurisprudência do STJ.
a) Caso uma pessoa jurídica condenada a indenizar dano moral reconhecido em decisão
judicial não efetue o pagamento da quantia arbitrada pelo juiz, os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações serão, automaticamente, estendidos aos bens
particulares de seus administradores ou sócios.
b) Pessoas jurídicas não gozam de proteção quanto aos direitos de personalidade.
c) Muito embora o nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome, goze de
proteção legal contra seu emprego em publicações que o exponha ao desprezo público,
ainda quando não haja intenção difamatória, não existe, no ordenamento jurídico
brasileiro, previsão legal expressa de extensão dessa proteção ao pseudônimo adotado
para atividades lícitas.
d) Pessoas públicas e notórias não deixam, só por isso, de ter o resguardo de
direitos da personalidade.
e) A proibição da utilização ou da exposição da imagem de uma pessoa, sem
autorização prévia, restringe-se aos casos de destinação comercial da publicação.

30. Com relação aos direitos da personalidade, expressamente previstos no


Código Civil Brasileiro, pode ser afirmado o que segue:
a) O pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da proteção que se dá ao
nome.
b) É inválida, independentemente da finalidade, a disposição gratuita do próprio corpo,
no todo ou em parte, para depois da morte.
c) os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo o seu
exercício sofrer limitação voluntária.
d) Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,
quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os
bons costumes.

31. Uma das inovações mais importantes do estatuto civilista de 2002 é o


capítulo referente aos direitos da personalidade, introduzido logo nos
primeiros artigos do código (arts. 11 a 21). No que diz respeito aos direitos
da personalidade, o Código Civil vigente prescreve que
a) existe um rol taxativo desses direitos, constituídos pelo direito à vida, à liberdade, à
integridade física e psíquica, à imagem, à honra, ao nome e à vida privada.
b) é inviolável a vida privada da pessoa natural, e o juiz, a requerimento do
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato
contrário a essa norma.
c) é defeso, em qualquer hipótese, o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
d) é impossível admitir a disposição gratuita do próprio corpo para fins de transplante,
na forma estabelecida em lei especial, por serem indisponíveis os direitos da
personalidade.

32. Os direitos da personalidade.


a) por serem personalíssimos, em nenhum caso haverá a transmissão por herança de
seus efeitos patrimoniais.
b) quando lesados, são passíveis de perdas e danos somente por parte do ofendido, em
caso de morte não se transmitindo essa legitimidade a nenhum herdeiro.
c) como regra, são suscetíveis de expropriação, podendo ser penhorados e adquiridos
pela usucapião.
d) são intransmissíveis e irrenunciáveis, bem como em regra ilimitados por ato
voluntário.
e) são sempre inatos, isto é, inerentes à natureza humana e nascidos com seu titular, não
podendo sofrer limitação quanto a seu exercício
33. Quanto aos direitos da personalidade, pode-se afirmar que:
a) A personalidade é sujeito de direito e os seus caracteres são a intransmissibilidade, a
irrenunciabilidade e a indisponibilidade;
b) São direitos que se destinam a resguardar a dignidade da pessoa huniana, mediante
sanções, que podem ser suscitadas pelo ofendido;
c) O lesado indireto, na indenização por morte de outrem, quando age contra o
responsável, Procede em nome da vítima;
d) No dano moral, os lesados indiretos são aqueles que têm um interesse
relacionado a um valor de afeição que lhes representa o bem juridico da vítima.

34. Considere as seguintes assertivas:


I. Os direitos da personalidade são absolutos, extrapatrimoniais, intransmissíveis,
imprescritíveis, impenhoráveis, irrenunciáveis, vitalícios e necessários.

II. A ofensa ilícita aos direitos da personalidade gera uma obrigação de indenizar.

III. A tutela civil aos direitos da personalidade se exerce por meio de sanções,
podendo compreender pedidos não cumuláveis de indenização e de imposição de
pena.

IV. A proteção legal do direito ao nome não se organiza exclusivamente no


interesse do indivíduo, mas também da sociedade, daí não se restringir às ações de
indenização, proibição de utilização ou usurpação, mas prever normas protetivas no
campo do direito público: penal e administrativo.

V. O princípio da inalterabilidade do nome não é de ordem pública, por


conseqüência é possível a alteração do nome quando houver erro gráfico, exposição
do seu portador ao ridículo ou causar embaraços, tal como a homonímia.

SOMENTE está correto o que se afirma em


a) I e II.
b) II e IV.
c) IV e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e V.
35. A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano
destinados a transplantes ou tratamento
a) em nenhuma hipótese será permitida se se tratar de pessoa incapaz.
b) independe de autorização, se o doador não tiver descendente, ascendente ou cônjuge
sobreviventes.
c) é sempre permitida do corpo de pessoas que não foram identificadas.
d) deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica constatada e registrada por
dois médicos, sendo necessariamente, um deles participante da equipe de remoção, e o
outro da equipe de transplante.
e) deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e
registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e
transplante.
36.
37. (IESES-2017 – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registro - Provimento)
No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado,
serão feitos:
a. O assento de natimorto.
b. Apenas o assento de óbito, com os elementos cabíveis e com
remissões recíprocas.
c. O assento de nascituro.
d. Os dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os elementos
cabíveis e com remissões recíprocas.
38. (Vunesp-2017 – TJ-SP – Juiz Substituto) No caso da celebração de um contrato
de prestação de serviços vinculados à saúde, a obtenção do consentimento
informado do paciente, destinatário final do atendimento, é.
a. subordinada às condições e cláusulas do contrato celebrado, a serem
apreciadas em cada caso concreto.
b. obrigatória, tratando-se de obrigação vinculada ao princípio da
boa-fé.
c. facultativa e sujeita à aferição de necessidade, a ser feita pelo
profissional de saúde.
d. obrigatória, tratando-se da obrigação principal do contrato celebrado.
39. (MPT-2017 – Procurador do Trabalho) Assinale a alternativa INCORRETA:
a. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a
abertura de sucessão definitiva, somente sendo possível a
declaração de morte presumida após a competente decretação de
ausência.
b. O Código Civil de 2002 positivou em seus artigos valores inerentes à
pessoa humana, que passaram a orientar a interpretação de institutos
do Direito Civil, como, por exemplo, a boa-fé objetiva como
elemento das relações contratuais. Essa mudança de paradigma
decorre do que se tem chamado de constitucionalização do Direito
Civil.
c. A boa-fé objetiva materializa-se nas relações jurídicas obrigacionais
por meio dos deveres anexos de conduta, entre eles os de proteção,
de cooperação e de informação, que devem se preservar na relação
jurídica.
d. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações poderão ser estendidos
aos bens particulares dos administradores ou sócio da pessoa
jurídica.
e. Não respondida.
40. (IESES-2017 – TJ/RO – Titular de Serviços de Notas e Registro - Provimento)
Sobre as pessoas naturais, responda de acordo com o Código Civil:
I. Há comoriência quando dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião,
não se podendo averiguar quem faleceu primeiro, presumindo simultaneamente
mortos
II. Os ébrios habituais e os viciados em tóxico são incapazes relativamente a
certos atos, ou a maneira de os exercer.
III. A personalidade inicia no nascimento com vida, sendo resguardados os
direitos do nascituro desde a concepção, e termina com a morte.
Assinale a alternativa correta:
a. Apenas a assertiva II é verdadeira.
b. Todas as assertivas são verdadeiras.
c. Apenas as assertivas I e III são verdadeiras.
d. Apenas a assertiva I é verdadeira.
41. Pedro, dezesseis anos completos, juntamente com dois amigos, maiores de
dezoito anos, estabelece sociedade empresária responsável pela administração de
lojas de informática, com aluguel de equipamentos, prestação de serviços e
venda de peças de reposição. Em decorrência de tal atividade, Pedro adquire um
automóvel ano 2009 bem como um apartamento sediado na Tijuca/RJ, passando
a custear suas próprias despesas, sem o apoio dos seus pais. Observada tal
situação, à luz das normas do Código Civil, afirma-se que

a) a regularização da situação demanda prazo prescricional.


b) a incapacidade do menor cessa.
c) as dívidas foram assumidas sem aquiescência dos pais.
d) os atos praticados são nulos.
e) os negócios devem ser ratificados com a presença dos pais.

42. Com relação à pessoa natural, personalidade e capacidade, assinale a opção


correta.

a) O Código Civil atual preceitua que os loucos de todo o gênero são


absolutamente incapazes.
b) O Código Civil de 2002 inovou ao dar tratamento específico ao natimorto,
inclusive, conferindo-lhe alguns direitos da personalidade, como o nome, por
exemplo.
c) De acordo com a teoria da personalidade condicional, o nascituro adquire
personalidade jurídica desde a sua concepção, sendo, desde então,
considerado pessoa.
d) A capacidade de direito não pode ser confundida com a personalidade,
apesar de toda pessoa ser capaz de direitos.
e) A capacidade dos índios é regulada por legislação especial.

43. Patrícia trabalha na residência de Sérgio e Cláudia há sete anos, realizando


serviços domésticos e cuidando das crianças. Quando acompanhava o casal e
seus filhos em uma viagem para Fortaleza, o avião sofreu uma pane que
ocasionou um incêndio e a posterior queda da aeronave. Apesar de intensa
busca, poucos corpos foram encontrados e nenhum sobrevivente. O corpo de
Patrícia nunca foi encontrado. Trata-se de uma hipótese de:

a) extinção da pessoa física pela ausência.


b) declaração de ausência para fins de sucessão provisória.
c) morte presumida.
d) morte real.
e) permanência indefinida de personalidade jurídica.
44. Antônia, esposa de Fernando, requereu ao juiz competente para tanto que este
declarasse a morte presumida de seu marido, fundamentando seu pedido na
única afirmação de que recebeu a notícia do desaparecimento daquele em
naufrágio de embarcação pequena, ocorrido durante grave tempestade em alto-
mar. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

a) O pedido deverá ser julgado procedente, visto que a lei prevê a declaração de
morte presumida quando esta for extremamente provável para quem estava
em perigo de morte.
b) A morte presumida só será declarada se Fernando não houver deixado
procurador a quem caiba a administração de seus bens ou, caso tenha
deixado procurador, este não queira continuar exercendo sua obrigação.
c) A lei só ressalva a possibilidade da declaração de morte presumida para as
situações de desaparecidos em campanha ou prisioneiros que não forem
encontrados até 2 anos após o término de uma guerra.
d) No caso, a consequência do provimento do pedido será a arrecadação de
bens e nomeação de curador, após o que, com o decurso de um ano, será
declarada a morte presumida de Fernando.
e) O pedido não deverá ser provido porque a autora da ação apenas
comprovou a extrema probabilidade de morte e a situação de perigo à
vida, sem, no entanto, ter fundado seu pedido, também, no esgotamento
das buscas e averiguações levadas a cabo para encontrar o
desaparecido.

45. Uma família viajava de navio do Brasil para a Europa e, no curso da viagem, o
navio naufragou, tendo morrido os quatro integrantes dessa família. Não foi
possível identificar o integrante da família que morreu primeiro. Robson era o
mais velho, Marcos, o mais novo, e João, maior de sessenta e cinco anos de
idade. Rogério estava doente, em estágio terminal de sua vida. Nessa situação
hipotética, com base no disposto no Código Civil, dada a impossibilidade de
constatar quem morreu primeiro, presume-se que

a) Rogério morreu primeiro, por estar em estágio terminal da vida.


b) João morreu primeiro, por ser maior de sessenta e cinco anos de idade.
c) Robson morreu primeiro, por ser o mais velho.
d) todos morreram simultaneamente.
e) Marcos morreu primeiro.

Questões de Verdadeiro e Falso


LINDB
1. (F) Uma lei entrará em vigor no país quarenta e cinco dias após sua publicação
em diário oficial, salvo disposição em contrário. Nos estados estrangeiros,
quando admitida, a lei entrará em vigor seis meses após sua publicação oficial.
2. (F) Integração normativa consiste na obrigatoriedade de o juiz furtar-se à
decisão quando a lei for omissa.
3. (V) A LINDB é considerada uma lex legum, ou seja, uma norma de
sobredireito.
4. (V) O direito pátrio permite a retroatividade de lei cível se expressamente
previsto e não ofender o direito adquirido, o negócio jurídico consumado de
acordo com a lei vigente à época de sua realização, e a coisa julgada.
5. (V) Caso tenha sido publicada uma lei estabelecendo que a pessoa idosa, a partir
de 65 anos de idade, deverá ter descontos de 20% nas passagens de avião e,
posteriormente, no período de 60 dias, publique-se lei retificando a idade para
60 anos, esta será considerada lei nova.
6. (V) (Quadrix – SEE/DF – Professor Substituto) A regra geral, no que tange à
vigência de uma lei, prevista no artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Civil,
é que começa a vigorar em todo o País 45 dias após oficial publicação, contudo
poderá constar expressamente da própria lei outra data para que entre em vigor,
até mesmo a data de sua publicação oficial, não ocorrendo, assim, a vacatio legis
7. (F) (Cespe-2016 – TCE/PA – Auditor de Controle Externo) Considerando o
disposto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro a respeito da
vigência da norma jurídica, da interpretação das leis e da eficácia da lei no
espaço, julgue o item a seguir: Em caso de lacuna normativa, a revogação de
uma lei opera efeito repristinatório automático.
8. (F) (Cespe-2016 – TCE/SC – Auditor de Controle Externo) Com relação à
vigência das leis, às pessoas naturais, às pessoas jurídicas e aos bens, julgue o
item subsequente: Caso determinada lei tivesse sido publicada no dia doze de
fevereiro — sexta-feira —, o prazo de vacatio legis começaria a fluir no dia
quinze de fevereiro.

O artigo 8º, § 1º da Lei Complementar nº 95 de 1998, prescreve que a contagem


do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância
far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo,
entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. Assim, para o
cômputo do prazo da vacatio legis, conta-se a data da publicação (inclusive) e a
data do último dia do prazo, entrando em vigor no dia seguinte a esse prazo,
independentemente se for dia útil ou não

9. (F) (Cespe – TCE/PA – 2016 – Auditor de Controle Externo) Uma lei nova,
oficialmente publicada, que regula inteiramente assunto que antes era
disciplinado por outra norma, nada estabeleceu sobre a data de sua entrada em
vigor e o seu prazo de vigência; foi silente também quanto à revogação da lei
mais antiga. Sessenta dias depois da publicação oficial, um juiz recebeu um
processo em que as partes discutiam um contrato firmado anos antes, com base
na lei antiga. Acerca dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes,
considerando as disposições da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro. Dispositivos da lei antiga que forem compatíveis com a lei nova
ainda estarão vigentes.

Conforme a LINDB, Art.2º, § 1°: A lei posterior revoga a anterior quando


expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

10. (V) (Cespe-2014 – TJ/SE – Técnico Judiciário)No que se refere aos dispositivos
da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigência, aplicação,
interpretação e integração das leis, julgue o seguinte item: A Lei Federal n.º
12.376/2010 renomeou a Lei de Introdução ao Código Civil para Lei de
Introdução às normas do Direito Brasileiro, mas não fez quaisquer alterações
relativas às normas de interpretação, vigência e aplicação das leis.

Questões Dissertativas
Teoria Geral do Direito Civil
1. Em se tratando das mudanças trazidas pelo Código Civil de 2002 e as mudanças
metodológicas trazidas pela doutrina no presente século, discorra sobre o Direito
Civil-Constitucional e sua importância no mundo jurídico atual.
LINDB
2. O artigo 1.796 do Código Civil estabelece que “no prazo de trinta dias, a contar
da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário”,
mas o artigo 983 do Código de Processo Civil, com a redação dada pela Lei n°
11.441, de 04/01/2007, dispõe que “o processo de inventário e partilha deve ser
aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão”. De acordo
com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e com os
conhecimentos adquiridos pertinentes à matéria, qual será a solução mais
adequada para este caso em específico? Justifique a sua resposta,
fundamentando a questão.
R- Considerando o disposto no artigo 2°, §1° da LINDB, que afirma que “A lei
posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior”, deverá ser aplicado o prazo de 60 dias disposto no artigo 983 do
Código de Processo Civil, pois ao se perceber que o aludido dispositivo não é
compatível com o artigo 1796 do Código Civil (estabelece um novo prazo) e que
a redação do artigo 983 do CPC é anterior à redação do artigo 1796 do CC ,
conclui-se que o artigo 1796 do CC foi revogado tacitamente.

Pessoa Natural
3. Suponha que Mário tenha formalizado ato de disposição gratuita do próprio
corpo, para depois da morte, em benefício da faculdade de medicina onde se
formara e que, em razão de acidente de trânsito, chegue ao hospital com morte
cerebral. Nessa situação, é correto afirmar que o corpo de Mário deve ser
encaminhado diretamente para a faculdade de medicina pelo fato do ato de
disposição do próprio corpo ser irrevogável? Justifique sua resposta,
fundamentando a questão.
R- Não, pois embora Mário tivesse formalizado ato de disposição gratuita do
próprio corpo para depois de sua morte, o mesmo, segundo o parágrafo único
do artigo 14 do Código Civil, poderia, ainda em vida, ter livremente revogado
este ato a qualquer tempo. Como até o momento de sua morte assim não foi, é
correto afirmar que o corpo de Mário irá direto para a faculdade de medicina
não pelo fato do ato ser irrevogável, mas pelo fato de Mário, em vida, não ter
revogado.

4. Considere que um jornal de grande circulação noticie a comemoração do


aniversário da filha de um famoso jogador de futebol já falecido, com a
manchete Pais que não acompanham seus filhos, seguida da foto do jogador
preso nas ferragens do carro no acidente em razão do qual ele falecera. Nessa
situação, considerando os conhecimentos adquiridos sobre o tema, responda:
a) Há ofensa à direito de personalidade do falecido? Justifique sua resposta,
fundamentando a questão.
R- Há ofensa a direito da personalidade do jogador falecido, no sentido de
que o artigo 20 do Código Civil protege de maneira geral a utilização da
imagem de uma pessoa, inclusive dos mortos e dos ausentes.
b) Em caso afirmativo da resposta da questão anterior, quem deverá ser
considerado legitimado para exigir que se cesse a ameaça ou lesão ao direito
da personalidade do falecido? Justifique sua resposta, fundamentando a
questão. (em caso negativo da resposta da questão anterior, desconsiderar
esta assertiva).
R- Segundo o parágrafo único do artigo 12 do Código Civil “Em se tratando
de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau.

5. Considere que, durante uma festa realizada em residência particular, uma


convidada entre no quarto da dona da casa e pegue o diário pessoal desta. Nesse
caso, evidencia-se ofensa ao direito à intimidade da dona de casa, de acordo com
o que enuncia o ordenamento jurídico pátrio? E em caso a dona de casa resolva
processar a convidada por conta dos danos à sua intimidade, qual deverá ser a
atitude do juiz da causa, conforme o que estabelece o Código Civil? Justifique
sua resposta, fundamentando a questão.
R- Sim, pois a atitude da convidada fere o que estabelece o artigo 5°, inciso X,
da Constituição Federal e o artigo 21 do Código Civil. E em caso de ação
judicial movida pela dona da casa, o juiz, de acordo com o artigo 21 do Código
Civil, deverá adotar as providências necessárias para impedir ou fazer cessar
ato contrário à inviolabilidade da vida privada da dona de casa, a requerimento
da mesma.
6. Considere que sua cliente é uma atriz famosa que, trabalhando em novela de
horário nobre teve de realizar a cena de um nu frontal. Entretanto, uma revista de
grande circulação recorta o exato frame que mostra o corpo da atriz. De acordo
com a jurisprudência firmada no STJ, discorra sobre as possibilidades de pedido.
7. Juliana Moraes, dezesseis anos, casou-se com Pedro Ramos, plenamente capaz,
estando grávida de sua primeira filha, a quem decidiu chamar de Mila. No
quinto mês de gestação, Juliana se divorciou de Pedro e, em seguida, decidiu
doar para Mila, por meio de escritura pública devidamente registrada, um dos
imóveis de sua propriedade. Considerando o disposto no Código Civil e com os
conhecimentos adquiridos pertinentes à matéria, responda, fundamentando a
questão:
a) A doação feita por Juliana, considerando a sua idade, deverá ser considerada
válida, para todos os efeitos? Justifique a sua resposta.
R - Sim, pois Juliana se casou com 16 anos, logo, de acordo com o artigo 5°,
parágrafo único, inciso II do Código Civil, pode ser considerada
plenamente capaz para praticar os atos da vida civil desde o momento de
seu casamento, o que torna qualquer ato realizado pela mesma posterior à
data do casamento como válido.
b) Considerando a condição de nascituro de Mila, é possível afirmar que a
mesma, no momento da doação, já pode ser considerada titular dos direitos
referentes ao imóvel? Justifique a sua resposta.
R- COMENTÁRIO DO MONITOR: Aconselho, em caso de constar na
avaliação uma questão desse tipo envolvendo este assunto, em colocar o que
cada uma das três teorias sobre o início da personalidade tem a dizer
quanto ao caso concreto. Na situação em questão, segundo a teoria
natalista, Mila só será titular do direito ao imóvel se nascer com vida, pois
para essa teoria, a personalidade só inicia com o nascimento com vida;
segundo a teoria concepcionista, Mila já é titular do direito ao imóvel, pois
para essa teoria, a personalidade se inicia com a concepção. E de acordo
com a teoria da personalidade concepcional, existe uma mera expectativa de
que Mila, ao nascer com vida, seja titular do direito ao imóvel, que se
concretizará caso esse nascimento com vida venha realmente a acontecer.
8. Arnaldo Fontes desapareceu em 22 de fevereiro de 2014 no caminho entre seu
trabalho e a casa de sua mãe, Márcia da Silva. A última notícia de seu paradeiro
foi por meio de uma ligação telefônica que Arnaldo realizou para sua mãe,
informando-a que havia ingressado em seu carro em direção à casa. Logo após o
término da ligação, iniciou-se um dos mais intensos temporais que a cidade de
Niterói já enfrentou. As fortes chuvas causaram alagamentos e desabamentos de
encostas que soterraram diversas casas e veículos. Seguiu-se uma enchente que
vitimou inúmeras pessoas que tiveram seus corpos arrastados pela correnteza
que se formou pela força das chuvas. Cessadas as buscas por corpos e
averiguações, Janice Fontes, esposa de Arnaldo, requereu a declaração de
ausência com a sua consequente nomeação como curadora. Registre-se que
Arnaldo possuía bens na comarca de Niterói e havia iniciado procedimento de
divórcio judicial face a Janice, um mês antes de seu desaparecimento.
Considerando o disposto no Código Civil e os conhecimentos adquiridos
pertinentes à matéria, responda, fundamentando a questão:
a) No contexto do caso concreto, era realmente necessário que Janice
ingressasse no Poder Judiciário com uma ação de declaração de ausência?
Justifique a sua resposta.
R- Não, pois a situação de Arnaldo se enquadra no artigo 7°, inciso I do
Código Civil, ou seja, era extremamente provável que com a forte
tempestade que ocorrera em Niteroi, o mesmo estivesse em perigo de vida,
tornando desnecessário o ingresso no Poder Judiciário da respectiva ação
de declaração de ausência, por conta que esta última privilegia os casos de
desaparecimento de uma pessoa de seu domicílio, sem dela haver notícia e
se a mesma não tenha deixado representante ou procurador a quem caiba
administrar-lhe os bens, conforme o artigo 22 do Código Civil.
b) Em caso de resposta negativa da questão anterior, qual o outro instrumento
legal que Janice poderia utilizar para assim declarar a extinção da pessoa
natural de Arnaldo Fontes? (Em caso de resposta positiva, desconsiderar essa
questão).
R- No caso em questão, considerando que encerraram-se as buscas e
averiguações por corpos, Janice poderá ingressar com uma ação de
Declaração de Morte Presumida sem decretação de ausência, conforme
dispõe o artigo 7°, “caput” e parágrafo único do Código Civil.
9. José desapareceu de seu domicílio, sem dele haver notícia e sem ter deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens. Declarada a
ausência e nomeado curador, foram arrecadados seus bens. Passados três anos da
arrecadação, a requerimento do cônjuge, foi declarada a ausência e aberta
provisoriamente sucessão, tendo o único filho feito seus todos os frutos e
rendimentos dos bens que lhe couberam. Todavia, o ausente apareceu e ficou
provado que a ausência foi voluntária e injustificada. Nesse caso, considerando o
disposto no Código Civil e os conhecimentos adquiridos pertinentes à matéria,
discorra sobre o que ocorrerá com José com relação aos seus bens, justificando a
resposta e fundamentando a questão:
R- No caso em questão, como ficou provado que José ficou ausente por motivo
voluntário e injustificado, o mesmo deverá perder, em favor de seu filho, que é
seu único sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos de seus bens, conforme
elucida o artigo 33, parágrafo único, do Código Civil.
Domicílio
10. Em virtude de ter se empregado, com CTPS registrada, em uma empresa da
construção civil de Niterói, o engenheiro João por lá estabeleceu residência,
comprando uma casa ampla e confortável. Algum tempo depois, João conheceu
em Fortaleza a empresária Carolina, por quem se enamorou, e, após três anos se
casaram. Entretanto, em virtude de suas atividades profissionais, nenhum dos
dois conseguiu se mudar permanentemente para a cidade do outro, de maneira
que alternavam-se semanalmente na ponte aérea, sempre compartilhando, de
modo equânime, as respectivas despesas domésticas. Diante desta situação
fictícia, considerando o disposto no Código Civil e os conhecimentos adquiridos
pertinentes à matéria, qual será o domicílio de João? E o de Carolina? Justifique
a sua resposta, fundamentando a questão.
R- Tanto no caso de João quanto no caso de Carolina, as cidades de Niterói e
Fortaleza deverão ser consideradas domicílios de ambos, pelo fato de que alternavam-
se de uma cidade para outra, incluindo-se na hipótese trazida pelo artigo 71 do Código
Civi: “Se, porém, a pessoa natural tiver várias residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas”.

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