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Questões Objetivas
Princípios do Direito Civil
1. Acerca das diretrizes regentes e estruturantes do processo de codificação do
Código Civil de 2002, fundadas no pensamento culturalista de Miguel Reale, é
INCORRETO afirmar:
a) A sistematicidade norteou a concepção de inseparabilidade do Código Civil
com as demais normas do ordenamento jurídico, o que se verifica na forma
de definição dos juros legais.
b) A operabilidade determinou a adoção de soluções normativas para a
facilitação da interpretação, aplicação e adaptação do Direito, o que se
verifica na adoção das normas abertas como técnica legislativa.
c) A socialidade implicou na funcionalização dos modelos jurídicos, fazendo
prevalecer os valores coletivos sobre os individuais, sem que sejam
desconsiderados os valores inerentes à pessoa, o que se verifica na previsão
do instituto do abuso de direito.
d) A eticidade provocou a opção antropocêntrica da codificação civil,
implicando na prevalência de critérios éticos sobre os de natureza formal, o
que se verifica nos institutos da lesão e do estado de perigo.
e) A igualdade formal determinou o tratamento igualitário dos sujeitos de
direitos e o afastamento de regimes tutelares, o que se verifica no
afastamento de um regime de proteção dos incapazes, presentes na
anterior codificação civil.
2. (Cespe-2013 – DPE/TO – Defensor Público) Acerca do Direito Civil, assinale a
opção correta.
a) O princípio da eticidade, paradigma do atual direito civil constitucional,
funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais
valores, tendo por base a equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios
éticos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio do
pacta sunt servanda, quando o contrato estabelecer vantagens
exageradas para um contratante em detrimento do outro.
b) Cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados são
expressões que designam o mesmo instituto jurídico.
c) A operacionalidade do direito civil está relacionada à solução de problemas
abstratamente previstos, independentemente de sua expressão concreta e
simplificada.
d) Na elaboração do Código Civil de 2002, o legislador adotou os paradigmas
da socialidade, eticidade e operacionalidade, repudiando a adoção de
cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados.
e) No Código Civil de 2002, o princípio da socialidade reflete a prevalência dos
valores coletivos sobre os individuais, razão pela qual o direito de
propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de
propriedade coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
3. (TRT 15ª Região – Juiz do Trabalho) Recente matéria divulgada pelo Superior
Tribunal de Justiça afirma que um dos princípios fundamentais do direito
privado é o da boa fé objetiva e que tal orientação não está limitada a
determinado ramo do direito, mas escoa por todo o ordenamento jurídico. Diante
dessa orientação, aponte a assertiva incorreta:
a) na hipótese de livre oferecimento de imóvel, bem de família, como
garantia hipotecária, o imóvel não pode ser descaracterizado como bem
de família, mantendo-se a impenhorabilidade em relação à dívida
afiançada;
b) o princípio da boa fé objetiva pode ser utilizado como cláusula geral para
controle das cláusulas abusivas;
c) é dever da instituição financeira a exibição de documento requerido por
cliente bancário, independentemente de a relação basear-se em contrato de
mútuo ou financiamento;
d) no contrato de comodato, o comodatário fica obrigado ao pagamento de
aluguel ao comodante, a partir da constituição em mora para restituição do
imóvel emprestado. O arbitramento, realizado de forma unilateral pelo
comodante, ainda que não respeite a média de mercado, deve observar os
princípios da razoabilidade e da boa fé objetiva;
e) ofende os princípios da confiança e da cooperação a decisão unilateral da
seguradora de romper o contrato de seguro, que vem sendo renovado há
longo período.
LINDB
III - Publicada uma lei, caso o juiz constate que houve erro na definição de
determinado objeto, poderá corrigi-lo mediante interpretação analógica.
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
a) Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada à correção, inclusive no estrangeiro, o prazo de 45 dias começará a
correr da nova publicação.
b) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
c) A lei posterior só revoga a anterior quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
d) A lei revogada se restaura quando a lei revogadora perde a sua vigência.
e) A lei posterior só derroga a anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior.
Conforme foi visto, em regra, uma lei só se revoga por outra. Dificilmente,
entretanto, se poderá traçar de imediato a linha divisória entre o império da lei
antiga e o da lei nova que a tenha revogado ou derrogado. Relações jurídicas
existirão sempre, de tal natureza, que, entabuladas embora no regime do velho
estatuto, continuarão a surtir efeitos quando o diploma revogador já esteja em
plena vigência. Outras, de acabamento apenas começado, terão sido
surpreendidas por nova orientação inaugurada pelo legislador. Por outro lado, tal
pode ser o teor do estatuto novo, que as situações que pretenda abranger mais
parecerão corresponder ao império do diploma revogado. Ora, é exatamente a
esse entrechoque dos mandamentos da lei nova com os da lei antiga, que se
denomina conflito das leis no tempo. (FRANÇA, R. Limongi. Manual de
Direito Civil. v. 1. p. 37. 4. ed. Revista dos Tribunais, 1980).
29. No que diz respeito ao regime jurídico da pessoa natural, da pessoa jurídica,
dos direitos de personalidade e a temas correlatos, assinale a alternativa
correta conforme disposto no Código Civil e na jurisprudência do STJ.
a) Caso uma pessoa jurídica condenada a indenizar dano moral reconhecido em decisão
judicial não efetue o pagamento da quantia arbitrada pelo juiz, os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações serão, automaticamente, estendidos aos bens
particulares de seus administradores ou sócios.
b) Pessoas jurídicas não gozam de proteção quanto aos direitos de personalidade.
c) Muito embora o nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome, goze de
proteção legal contra seu emprego em publicações que o exponha ao desprezo público,
ainda quando não haja intenção difamatória, não existe, no ordenamento jurídico
brasileiro, previsão legal expressa de extensão dessa proteção ao pseudônimo adotado
para atividades lícitas.
d) Pessoas públicas e notórias não deixam, só por isso, de ter o resguardo de
direitos da personalidade.
e) A proibição da utilização ou da exposição da imagem de uma pessoa, sem
autorização prévia, restringe-se aos casos de destinação comercial da publicação.
II. A ofensa ilícita aos direitos da personalidade gera uma obrigação de indenizar.
III. A tutela civil aos direitos da personalidade se exerce por meio de sanções,
podendo compreender pedidos não cumuláveis de indenização e de imposição de
pena.
a) O pedido deverá ser julgado procedente, visto que a lei prevê a declaração de
morte presumida quando esta for extremamente provável para quem estava
em perigo de morte.
b) A morte presumida só será declarada se Fernando não houver deixado
procurador a quem caiba a administração de seus bens ou, caso tenha
deixado procurador, este não queira continuar exercendo sua obrigação.
c) A lei só ressalva a possibilidade da declaração de morte presumida para as
situações de desaparecidos em campanha ou prisioneiros que não forem
encontrados até 2 anos após o término de uma guerra.
d) No caso, a consequência do provimento do pedido será a arrecadação de
bens e nomeação de curador, após o que, com o decurso de um ano, será
declarada a morte presumida de Fernando.
e) O pedido não deverá ser provido porque a autora da ação apenas
comprovou a extrema probabilidade de morte e a situação de perigo à
vida, sem, no entanto, ter fundado seu pedido, também, no esgotamento
das buscas e averiguações levadas a cabo para encontrar o
desaparecido.
45. Uma família viajava de navio do Brasil para a Europa e, no curso da viagem, o
navio naufragou, tendo morrido os quatro integrantes dessa família. Não foi
possível identificar o integrante da família que morreu primeiro. Robson era o
mais velho, Marcos, o mais novo, e João, maior de sessenta e cinco anos de
idade. Rogério estava doente, em estágio terminal de sua vida. Nessa situação
hipotética, com base no disposto no Código Civil, dada a impossibilidade de
constatar quem morreu primeiro, presume-se que
9. (F) (Cespe – TCE/PA – 2016 – Auditor de Controle Externo) Uma lei nova,
oficialmente publicada, que regula inteiramente assunto que antes era
disciplinado por outra norma, nada estabeleceu sobre a data de sua entrada em
vigor e o seu prazo de vigência; foi silente também quanto à revogação da lei
mais antiga. Sessenta dias depois da publicação oficial, um juiz recebeu um
processo em que as partes discutiam um contrato firmado anos antes, com base
na lei antiga. Acerca dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes,
considerando as disposições da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro. Dispositivos da lei antiga que forem compatíveis com a lei nova
ainda estarão vigentes.
10. (V) (Cespe-2014 – TJ/SE – Técnico Judiciário)No que se refere aos dispositivos
da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigência, aplicação,
interpretação e integração das leis, julgue o seguinte item: A Lei Federal n.º
12.376/2010 renomeou a Lei de Introdução ao Código Civil para Lei de
Introdução às normas do Direito Brasileiro, mas não fez quaisquer alterações
relativas às normas de interpretação, vigência e aplicação das leis.
Questões Dissertativas
Teoria Geral do Direito Civil
1. Em se tratando das mudanças trazidas pelo Código Civil de 2002 e as mudanças
metodológicas trazidas pela doutrina no presente século, discorra sobre o Direito
Civil-Constitucional e sua importância no mundo jurídico atual.
LINDB
2. O artigo 1.796 do Código Civil estabelece que “no prazo de trinta dias, a contar
da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário”,
mas o artigo 983 do Código de Processo Civil, com a redação dada pela Lei n°
11.441, de 04/01/2007, dispõe que “o processo de inventário e partilha deve ser
aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão”. De acordo
com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e com os
conhecimentos adquiridos pertinentes à matéria, qual será a solução mais
adequada para este caso em específico? Justifique a sua resposta,
fundamentando a questão.
R- Considerando o disposto no artigo 2°, §1° da LINDB, que afirma que “A lei
posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior”, deverá ser aplicado o prazo de 60 dias disposto no artigo 983 do
Código de Processo Civil, pois ao se perceber que o aludido dispositivo não é
compatível com o artigo 1796 do Código Civil (estabelece um novo prazo) e que
a redação do artigo 983 do CPC é anterior à redação do artigo 1796 do CC ,
conclui-se que o artigo 1796 do CC foi revogado tacitamente.
Pessoa Natural
3. Suponha que Mário tenha formalizado ato de disposição gratuita do próprio
corpo, para depois da morte, em benefício da faculdade de medicina onde se
formara e que, em razão de acidente de trânsito, chegue ao hospital com morte
cerebral. Nessa situação, é correto afirmar que o corpo de Mário deve ser
encaminhado diretamente para a faculdade de medicina pelo fato do ato de
disposição do próprio corpo ser irrevogável? Justifique sua resposta,
fundamentando a questão.
R- Não, pois embora Mário tivesse formalizado ato de disposição gratuita do
próprio corpo para depois de sua morte, o mesmo, segundo o parágrafo único
do artigo 14 do Código Civil, poderia, ainda em vida, ter livremente revogado
este ato a qualquer tempo. Como até o momento de sua morte assim não foi, é
correto afirmar que o corpo de Mário irá direto para a faculdade de medicina
não pelo fato do ato ser irrevogável, mas pelo fato de Mário, em vida, não ter
revogado.