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06/03/2023
Grafitização
Ocorre em aços carbono e aços carbono-molibdênio. Resulta na formação de grafita a
partir da cementita. Pode ser evitada adicionando-se elementos de liga que são bons
formadores de carbonetos. O mais usado é o cromo. Aços com teor de Cr > 0,7 %
normalmente são imunes à grafitização. A grafitização resulta tanto na perda de
resistência mecânica quanto na perda de tenacidade. Pode ocorrer em serpentinas de
caldeira, fornos, etc. Fatores que tornam o aço mais susceptível a esse mecanismo
são:
Composição química
% de trabalho a frio
Mecanismos de Deterioração 1
Percebe-se pelo gráfico acima que a grafitização é um fenômeno que leva muito tempo
para ocorrer.
Aços com microestrutura bainítica são mais resistentes à grafitização do que os com
microestrutura perlítica.
Esferoidização
Formação de carbonetos de cementita na forma esférica. Esses carbetos tendem a se
aglomerar com o tempo. Isso reduz a resistência mecânica e dureza do aço. É menos
danosa que a grafitização. A esferoidização ocorre entre 440 e 760 °C. Aços com
microestrutura bainítica são menos resistentes à esferoidização do que os com
microestrutura perlítica (é o contrário em relação à grafitização).
Diferente da grafitização, que pode levar anos para ocorrer, a esferoidização costuma
ser mais rápida, podendo ocorrer em algumas horas, dependendo da temperatura.
Perlita esboroada = esferoidização.
Mecanismos de Deterioração 2
A esferoidita, com o passar do tempo, pode se converter em grafita para tempos muito
longos. Por outro lado, o inverso não ocorre, porque a grafita não pode se converter em
esferoidita, pois aquela é mais estável que esta.
Fragilização ao Revenido
Consiste na perda de tenacidade quando o material é exposto a altas temperaturas
(entre 340 e 580 °C), com formação de precipitados muito pequenos de estanho,
fósforo, antimônio e arsênio nos contornos de grão. Não pode ser detectada por
Mecanismos de Deterioração 3
metalografia, haja vista a pequena dimensão dos precipitados. A redução da
tenacidade se manifesta apenas a temperaturas baixas, enquanto o aço está operando
a altas temperaturas ele continua tenaz. O equipamento irá falhar, portanto, quando há
parada do equipamento - deve haver uma curva de pressurização e despressurização
adequada. Lembrando que o equipamento sofre uma tensão quando o fluido começa a
escoar dentro dele. Usam-se os fatores de Bruscato (X) e Watanabe (J) para controle
de composição química e teores de elementos nocivos.
Para metal de base usa-se o fator de Watanabe (J). Para o metal de solda usa-se o
fator de Bruscato (X). Costuma-se induzir a precipitação desses elementos fragilizantes
pelo tratamento térmico de step-cooling (envelhecimento), e mede-se a perda de
tenacidade por ensaio Charpy.
Quando ocorre a fragilização ao revenido, o tamanho crítico de defeito que causa falha
do material reduz.
Mecanismos de Deterioração 4
O mecanismo de fragilização ao revenido leva tempo para ocorrer, normalmente alguns
anos. O API 934 ensina a calcular as curvas de pressurização. Um dos motivos para
construir essas curvas é a fragilização pelo hidrogênio, o qual permeia no material e
reduz a tenacidade. Quanto maio o teor de hidrogênio no material, menor o KI. O
hidrogênio migra para a ponta da trinca, impedindo que esta se propague
plasticamente. A curva de pressurização possui 2 regiões:
Uma região abaixo da temperatura crítica (MPT) onde evita-se o crescimento lento,
estável e subcrítico da trinca.
Mecanismos de Deterioração 5
Quando vai dar partida num catalisador, deve-se reagi-lo com enxofre para ativá-lo.
Porém, se eu sulfetar o catalisador a uma pressão e temperatura muito baixa, o
catalisador não é ativado, mas se a temperatura e pressão forem altas o catalisador é
degradado e o material do equipamento pode fragilizar.
Mecanismos de Deterioração 6
Sensitização: envolve precipitação de carbonetos de cromo no contorno de grão,
empobrecendo o contorno de cromo em solução sólida, tornando a corrosão
intergranular mais propícia. Corrosão sob tensão por ácido politiônico pode ocorrer em
material sensitizado. A sensitização pode ser controlada reduzindo o teor de carbono.
Devo usar aço 304 ou 316 em uma aplicação em alta temperatura por longos
períodos? A altas temperaturas pode haver sigmatização e o 316, por ter mais
molibdênio, corre mais risco de sigmatizar. Por isso nesse caso seria melhor usar o
304, além de ser mais barato ele tem menos Mo e menso propenso a sigmatizar.
Cuidado com os sufixos H (high carbon) e L (low carbon) ao final da série do aço. Um
tratamento de estabilização (ex.: 347) pode resolver a questão de sensitização.
Deve haver ferrita delta na soldagem de aço austenítico para evitar trinca a quente,
porque a ferrita delta solubiliza o enxofre e evita a formação de sulfeto de ferro.
Mecanismos de Deterioração 7
Lembrando que: correntes parasitas podem ser feitas em austeníticos e ferríticos.
Partícula magnética, no entanto, não pode ser feita em austeníticos.
Formação de fase sigma pode ser identificada por LP (o penetrante penetra nas trincas
formadas com o surgimento da fase sigma), correntes parasitas e metalografia.
Fragilização a 475 °C
Alteração metalúrgica em que a ferrita forma fase intermetálica frágil - com elevado teor
de Cr - com perda de tenacidade e aumento de dureza. Ocorre entre 316 e 540 °C.
Materiais mais afetados são: série 400, duplex e 300 forjado ou fundido. Unidades
afetadas: UFCC, HDT, HDS. Como evitar? Fazer tratamento térmico adequado, evitar a
faixa de temperatura da fragilização a 475 ou passar por ela muito rapidamente. Em
soldas dissimilares, pode haver formação de martensita devido à diluição entre o
material ferrítico e martensítico.
Para controlar o teor de ferrita no aço, usa-se um aparelho chamado ferritoscópio, que
mede o campo magnético no material. Quanto mais ferrita houver, mas magnético o
material é.
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Sensitização
Ocorre quando precipitam, em aços inox carbonetos de cromo no contorno de grão,
levando o teor de cromo abaixo de um valor mínimo. Resulta em menor resistência à
corrosão intergranular. 347 tem adição de Nb, enquanto que o aço 321 tem adição de
Ti. O 347 tem maior resistência à corrosão do que o 321. Esses aços são chamados de
estabilizados, e devem passar por um tratamento térmico em torno dos 1000 °C para
solubilizar todos os carbonetos, resfriar para 800 °C, onde os carbonetos de titânio e
nióbio precipitam antes dos de cromo.
Mecanismos de Deterioração 9
Como resolver/evitar a sensitização? R.: Usar aços L (low carbon), usar elementos de
liga que formam carbonetos melhor que o cromo e tratamento térmico de estabilização.
Como verificar se o aço está sensitizado? R.: Mediante ensaio eletroquímico que mede
o potencial do contorno de grão. A norma que regula o ensaio eletroquímico para
avaliação de sensitização é a A-262.
Mecanismos associados: CST (corrosão sob tensão).
Após um certo tempo em que o material está sensitizado, o cromo migra do contorno
de grão para o interior de grão novamente por efeito de difusão. Esse fenômeno se
chama desensitização.
Mecanismos de Deterioração 10
Carbonetação
Difusão do C para interior do material a altas temperaturas (tipicamente > 593 °C),
quando em contato com material carbonáceo ou atmosfera carbonetante. O resultado é
uma superfície rica em carbono de alta dureza e com tensões compressivas. Os
materiais afetados são todos os ferrosos. Unidades mais afetadas: zona de combustão,
presença de coque (principalmente durante descoqueamento) e tubos de
reformadores.
2CO ⇌ CO2 + C
Mecanismos de Deterioração 11
aumentando a pressão parcial de H2 S , pois assim haverá sulfetação com formação de
camada de sulfeto que impede a entrada de carbono no aço. Também pode se
adicionar elementos desoxidantes para aumentar a resistência à carbonetação.
Quando a carbonetação não é realizada intencionalmente como tratamento
termoquímico é considerada prejudicial porque pode trincar o material (diminui
tenacidade), diminui a ductilidade à fluência e reduz a soldabilidade. Também aumenta
a probabilidade de ocorrer sensitização, pois mais carbono significa mais formação de
carboneto de cromo. Fenômeno do metal dusting pode ocorrer: grãos carbonetados
são arrancados e o material fica cheio de “cavidades”.
H2 O + CH4 → CO + 2H2
CO + H2 → C + H2 O
2CO → C + CO2
Descarbonetação
Perda de carbono e carbeto da matriz do aço, quando exposto a uma atmosfera em
temperaturas elevadas. Materiais afetados: aços carbono e aços baixa liga. Atmosfera
gasosa rica em O2 pode descarbonetar com formação de CO/CO2. Caso a atmosfera
seja rica em H2, pode haver HTHA (ataque por hidrogênio a altas temperaturas) com
formação de gás metano no interior do aço. Existe a possibilidade de haver formação
de CH4 por hidrogênio somente no interior do material e não na superfície (não se sabe
o porquê). A descarbonetação pode ser identificada por metalografia de campo e
dureza.
Fluência
09/03/2023
Mecanismos de Deterioração 12
materiais são afetados. O tamanho de grão afeta a resistência à fluência de diferentes
maneiras, dependendo do mecanismo que rege a fluência:
-Se o fator que rege a fluência é difusão (altas temperaturas e baixas tensões, comuns
no refino) - tamanhos de grão grande aumentam a resistência à fluência - tem menos
contorno de grão para caminho de difusão de alta velocidade.
-Se o fator que rege a fluência é a tensão (baixas temperaturas e altas tensões) -
tamanhos de grão grandes reduzem a resistência à fluência - tem menos contorno de
grão pra bloquear a movimentação das discordâncias.
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Altas temperaturas tendem a comprimir o estágio de fluência primária por mecanismos
de recuperação.
Mecanismos de Deterioração 14
Se T < TEC: predomina fratura transgranular e fluência por tensão.
Solução sólida
Precipitação
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Estudo de caso: RECAP
ESTUDO DE CASO 2:
Serpentinas do forno L-2313 da U-2312 (HDT) da Recap vem operando à temperatura
de ~ 490°C, acima da temperatura de projeto (430°C).
As avaliações foram feitas com base no API 530:2007 (Calculation of Heatertube
Thickness in Petroleum Refineries). Na Tabela abaixo estão mostradas as
informações de projeto e de operação das serpentinas do forno:
Quando a espessura do tubo fica abaixo do valor de espessura estrutural, o que rege a
falha do equipamento é o colapso plástico e não a fluência.
O que causou a falha? Houve picos de temperatura em transientes de partida (T > 1100
°C), o que solubilizou os carbonetos de nióbio e reduziu a resistência à fluência do
material.
API 530 → Tem as curvas do material de resistência à fadiga.
Fadiga
Carregamento cíclico que resulta na nucleação de uma trinca, depois ocorre o estágio
de propagação de trinca, e por fim a ruptura. A soma das tensões primárias e
secundárias (ainda que as secundárias não sejam cíclicas) resultam em maior tensão
média, o que é pior para a fadiga. Para que ocorra fadiga térmica (tensões
Mecanismos de Deterioração 16
secundárias) deve haver um delta de temperatura mínimo, normalmente acima de 93
°C). Todos os materiais são afetados. Caso o material esteja operando em um
carregamento abaixo do seu limite de resistência à fadiga, assume-se que ele tem um
tempo de vida infinito.
Fadiga baixo ciclo: alta tensão e baixo número de ciclos até a falha. Sua morfologia
é caracterizada por marcas de catraca.
Fadiga de alto ciclo: baixa tensão e alto número de ciclos até a falha.
σ = αEΔT
Sempre que eu aquecer o material vou gerar tensão térmica? Não, somente caso o
material tenha alguma restrição à sua expansão. Caso o material esteja livre, sua
expansão vai ser acomodada.
Se eu alivio, digamos, 80% das tensões residuais do material, eu aliviei o equivalente a
80% da tensão de escoamento do material. O máximo de tensão que posso aliviar é a
tensão de escoamento do material.
O range (ou amplitude) de tensão é a tensão máxima menos a mínima do
carregamento cíclico. A tensão média é a máxima mais a mínima divido por 2. A
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tensão alternada é a tensão máxima menos a mínima divido por 2. Um ciclo só de
tensão compressiva pode causar fadiga? R.: Não, pois tensão compressiva não
abre nem propaga a trinca, ela fecha a trinca.
Para uma mesma tensão alternada e mesmo material, o material com maior tensão
média falha primeiro.
Como prever a fadiga?
Como obter a tensão alternada equivalente? Basta usar semelhança para se obter a
tensão totalmente alternada Sa (com carga média zero) equivalente pelo método
Goodman.
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A curva S-N deve ser usada para equipamentos novos, ou seja, isentos de defeitos ou
com defeitos insignificantes. Assim, pode-se estimar a vida do equipamento sujeito à
fadiga. Caso haja trincas presentes, deve-se usar mecânica da fratura para estimar a
da
vida restante, usa-se a lei de Paris: dn = CΔK n .
Mecanismo de fadiga: caso haja um entalhe ou concentrador de tensão, a tensão
naquele ponto é maior. Mesmo que eu tenha uma tensão menor que o limite de
escoamento, posso ter fadiga. Uma microdeformação do sistema de deslizamento
causada pelo carregamento cíclico faz com seja formada uma intrusão ou extrusão no
material, causando maior concentração de tensões ainda. Aí nucleia a trinca.
Caso o estágio de nucleação da trinca consuma mais tempo que o de propagação,
materiais mais resistentes duram mais tempo quando solicitados por fadiga.
No estágio I da fadiga, a trinca se propaga a 45 graus da direção da tensão aplicada,
mas no estágio II a trinca se propaga a 90 graus da direção de carregamento.
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Soldas de metais dissimilares com diferentes coeficientes de dilatação apresentam
tensões residuais, pois um metal dilata mais que o outro. Essa tensão secundária,
somada à geometria diferente da solda - concentrador de solda - pode nuclear trinca.
Por isso, em inspeção de materiais soldados, deve-se dar preferência a inspecionar
solda em vez do metal de base, pois aquela é mais propensa a trincar.
Mecanismos de Deterioração 20
08/03/2023
Equipamentos estáticos, apesar de serem estáticos, vibram e têm uma frequência.
Para eu passar do domínio da frequência para o da frequência e vice-versa usa-se
transformada de Fourier.
A norma usada para análise de vibrações é o Guideline do Energy Instituet.
A trinca acumula dano conforme o equipamento trinca. Há uma fase inicial de
nucleação e depois propagação, até essa trinca se tornar passante, causando perde de
contenção primária com vazamento de fluido.
Critério para determinação de tensão admissível para análise de fadiga.
Limite de resistência à fadiga = endurance limit. O limite de resistência à fadiga é o
valor de tensão abaixo do qual o material tem tempo de vida “infinita”. No caso da
plataforma, por causa das ondas do oceano, há uma frequência de vibração de 1 Hz, o
que dá 3,15 * 10^7 ciclos por ano (é muita coisa!).
Curvas S-N: são muito usadas as criadas para usina nuclear. Normalmente os gráficos
da curva S-N vão até 10^8 ciclos. Acima disso, se eu quiser chegar a 10^11 ciclos, por
exemplo, o ensaio que cria curva S-N deve usar corpo vibrando por ressonância em
vez de usar um motor girando (com motor girando o máximo que consigo chegar é 1
Hz de frequência).
Quando a frequência sobe, a energia cinética cai logaritmicamente. Uma tubulação
tende a vibrar na sua frequência natural. Essa vibração natural SEMPRE vai existir.
Maneiras de evitar que o material vibre muito é usar suportes que restrinjam o
movimento da tubulação e evitar vãos livres.
Quebras de pressão - devido a válvulas de controle ou placa de orifício - pode causar.
Altas frequências causam vibração de frasca, a qual normalmente não é problemática,
mas em derivações pode ser. Essa vibração por quebra de pressão tende a se atenuar
conforme se fasta da derivação. Golpe de aríete pode ser causado por fechamento
abrupto/rápido de uma válvula, levando à fadiga,
Outros mecanismos de dano:
Cavitação.
Flashing: ocorre quando o líquido forma vapor devido à queda de pressão - caindo
abaixo da pressão de vapor líquido -, levando à vibração da tubulação.
Mecanismos de Deterioração 21
A cavitação ocorre quando a pressão do fluido em um ponto do sistema cai abaixo da
pressão de vapor do líquido, o que faz com que o líquido se evapore rapidamente,
criando bolhas de vapor que se deslocam com o fluido. Quando essas bolhas de vapor
colapsam, elas criam áreas de alta pressão e ondas de choque que podem danificar as
superfícies do equipamento. A cavitação pode ser causada por obstruções no sistema,
desgaste do equipamento ou fluxo turbulento.
M Ẍ + C Ẋ + KX = f(t)
Mecanismos de Deterioração 22
Isso é feito em análise modal. Nesse problema de autovalores e autovetores, prevê-se
a contribuição de cada modo de vibração em uma combinação linear (usa-se o
princípio da superposição linear).
frequência natural:
K
fn =
m
A frequência é diretamente proporcional à rigidez e inversamente proporcional à
massa.
Ponte de Itacoma = o vento balançava a ponte na mesma frequência natural da ponte,
colocando-a em ressonância. Frequência de ressonância resulta em grande vibração,
resultando em deslocamento máximo.
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VIV = Vibração induzida por vórtice.
Abordagem:
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Vibração com grande amplitude resulta em grande deslocamento, o que, por sua vez,
resulta em grandes tensões (lembrar da lei de Hooke), o que leva à fadiga e falha do
material (por isso que a frequência natural é perigosa, pois nela a amplitude e a tensão
são máximas). Caso a frequência seja muito alta (além da natural), tem-se uma
vibração com deslocamento pequeno; diz-se que a vibração nesse caso é regida por
inércia.
Um berço de andaime é uma boa maneira de enrijecer uma tubulação.
Termopoço permite a instalação de termopar sem que este fique em contato com o
fluido e a operação seja interrompida.
Sintonização → processo de alteração da frequência natural por meio de ajustes de
rigidez e de massa - pode-se colocar massas sobre a tomada da linha - para se fugir
das frequências de excitação.
Pulsação: geração de ondas de pressão longitudinais que viajam na velocidade do
som. Cria-se um gráfico de pressão dinâmica versus frequência. Inclusive os gases
Mecanismos de Deterioração 25
possuem frequência natural. Quando a excitação ocorre na mesma frequência da
frequência natural, ocorre ressonância acústica (diferente da ressonância mecânica
falada anteriormente!).
Um mesmo objeto de mesma rigidez e massa pode ter mais de uma frequência natural.
Isso ocorre porque a frequência natural de um objeto depende não apenas da sua
massa e rigidez, mas também da sua geometria e condições de contorno.
Por exemplo, um objeto em forma de viga pode ter duas frequências naturais
diferentes: uma frequência natural de flexão, que ocorre quando a viga se deforma em
sua direção mais flexível, e uma frequência natural de torção, que ocorre quando a viga
se deforma em sua direção mais rígida.
Número de Strouhal (St): número adimensional usado para descrever a interação entre
um objeto e um fluxo de fluido. É útil na descrição de fenômenos de vórtice, como o
desprendimento de vórtices atrás de um objeto que se move através de um fluido.
St = f VL
Sendo:
Análise de risco: faço uma conta pra saber o produto de velocidade ao quadrado pela
densidade (ρv2 ). Se esse valor for alto, o risco é alto, caso seja baixo, o risco é
pequeno. Existem outros critérios para fazer análise de risco, como queda de pressão
etc.
A análise pode ser qualitativa ou quantitativa. A quantitativa usa uma escala numérica
que vai de 0 a ≥1. Sendo maior o risco quanto mais próximo de 1,0. A norma da Energy
ensina como fazer os cálculos para se chegar nessa escala.
Marcus Vinicius de Almeida Marinho - contato referência da Petrobras para análise
quantitativa de risco de tubulações.
Mecanismos de Deterioração 26
09/03/2023
Fratura Frágil
Fratura frágil na verdade não é um mecanismo de deterioração, é apenas um modo de
falha. No entanto, a API 571 a considera um mecanismo de dano. Caracteriza-se por
pouca ou nenhuma deformação plástica. Dá para encaixar uma parte da peça na outra
após falha frágil.
Mecanismos de Deterioração 27
Fratura dúctil → morfologia de dimples (vazios/cavidades causados por arrancamento
de material).
Fratura frágil → morfologia reta com fratura por clivagem.
Materiais mais afetados: ferríticos/CCC, possuem transição dúctil-frágil.
Fatores que facilitam a fratura frágil:
Concentradores de tensão
Baixas temperaturas
Grãos grosseiros
Como evitar?
Mecanismos de Deterioração 28
Inspeção: LP e visual (o comum é só fazer o visual mesmo).
Mecanismos de deterioração associados à fratura frágil: fragilização ao revenido, ao
475 e por fase sigma.
A falha pode ser transgranular ou intergranular.
Sobreaquecimento
Redução do limite de escoamento devido a altas temperaturas. Normalmente ocorre
sob altas deformações, mas existem casos em que o sobreaquecimento causa baixa
deformação, pois o aumento de temperatura é tão rápido que a taxa de carregamento é
alta → o material falha sem ter chance de acomodar a deformação.
Pode haver, em alguns aços, um aumento do limite de escoamento em temperaturas
intermediárias devido à precipitação de carbonetos.
Incidência de chama
Mecanismos de Deterioração 29
Redução ou perda de vazão do fluido (o fluido não está mais roubando calor do
tubo, sobreaquecendo-o)
Erosão/Corrosão-Erosão
Corrosão
Perda de espessura por choque mecânico ou atrito. Normalmente causada pelo
choque de partículas sólidas carreadas por um líquido (fluxo bifásico) contra o metal de
uma tubulação. No entanto, líquidos (sem sólido) a alta velocidade também podem
causar erosão.
Os furos ocorrem, preferencialmente, nas curvas das tubulações.
Como evitar? Projeto e seleção de material.
Inspeção e monitoração: IV (inspeção visual), US (ultrassom).
Falando somente de erosão, uma maneira pra aumentar a resistência contra erosão é
usar um revestimento de alta dureza. Por outro lado, se a partícula cai a 90 graus em
relação ao tubo, vai haver impacto da partícula sólida com o substrato metálico do tubo
e aí o que se deseja não é maior dureza e sim maior tenacidade!
Corrosão/Erosão
Erosão junto com corrosão. Há formação de óxido devido à corrosão, esse óxido é
frágil e é arrancado pelo fluido em movimento.
ESTUDO DE CASO:
Mecanismos de Deterioração 30
Caldeira com pH < 9,6. O óxido protetor de hematita se dissolve por troca de íons
(através da película de óxido, modelo de Wagner). FAC = Flow Accelerated Corrosion.
10/03/2023
Dano por hidrogênio é causado não apenas por H2S, mas também, por exemplo, pelo
HF.
O petróleo não contém originalmente H2S, ele tem compostos sulfurados, como
mercaptans, que somente depois do HDT viram H2S.
Mecanismo HIC: hidrogênio atômico difunde para dentro do aço e se acumula em uma
inclusão. Hs atômicos se combinam formando hidrogênio molecular (gás H2), que
trinca o material. É possível que trincas próximas se aproximem e interajam, formando
o fenômeno do step wise cracking.
Mecanismos de Deterioração 31
Teste HIC (norma da NACE) → avalia se o aço é resistente ao ataque pelo hidrogênio.
Hidrogênio em altas temperaturas → maior solubilidade do H2 no metal. Quando
resfria, o Hidrogênio está acima do limite de solubilidade e fica preso no material.
Trinca a frio → hidrogênio que entra durante a soldagem.
Aços mais limpos - baixo enxofre e, consequentemente, menor teor de sulfetos - têm
maior resistência ao dano pelo H2.
É melhor, no processo, controlar o pH entre 7 e 8 porque embora nessa região o HS-
esteja estável e ocorra dissociação do H2S, nessa faixa de pH a camada passivadora
do aço está mais estável e impede a penetração do hidrogênio (ver Diagrama de
Pourbaix).
M → M 2+ + 2e−
H + + e− → H 0
Mecanismos de Deterioração 32
Uma unidade muito crítica para dano por hidrogênio é a de FCC. Nela há formação de
cianetos, que além de retardar a reação de formação de H2 molecular (mantém o H na
forma atômica, é maléfico nesse sentido pq aí o H difunde pra dentro do metal), forma
ferricianeto de ferro (azul da Prússia) e aumenta a permeação do H por filme de sulfeto
(o filme de passivação torna-se instável). Como evitar isso? Adiciona-se polissulfeto de
amônio, que ajuda a formar tiocianato (SCN-), que não é danoso.
Os cianetos formam-se no FCC, pela reação de nitrogenados com CO. A presença de
catalisador inclusive acelera essa reação.
Aço austenítico é imune ao dano pelo hidrogênio, porque o H tem maior solubilidade no
austenita e menor difusibilidade (ele permeia menos).
Armadilhas reversíveis para H: discordâncias, contornos de grão, átomos
substitucionais.
Armadilhas irreversíveis para H: interface entre matriz e partículas de sulfetos.
Pra evitar o dano por hidrogênio o tratamento térmico é pouco efetivo.
Trinca pata de cavalo ou ferradura: é um tipo de morfologia em dano por H.
Unidade de águas ácidas → na verdade é uma água alcalina contendo amônia, etc.
Uso de barreiras como clading de inox austenítico protegem contra ataque por
hidrogênio.
Mecanismos de Deterioração 33
Trincamento sob Tensão por Sulfeto (SSC)
Mesmo mecanismo do HIC, a diferença é que o hidrogênio se acumula na ponta de um
entalhe/trinca, impedindo que ela se deforme plasticamente. Como se resolve? R.:
TTAT. Para se evitar o TTAT, uma alternativa é controlar a dureza (HB < 200), pois alta
dureza facilita esse dano. Se a dureza medida for baixa, dispensa-se o TTAT.
Microestruturas frágeis, como a martensita, favorecem o SSC. Há tensões residuais,
não há tensão aplicada. Ocorre a temperaturas menores que o HIC e o SOHIC.
Resumo rápido/simplificado
HIC +
SSC SOHIC
empolamento
Mecanismos de Deterioração 34
Ataque pelo Hidrogênio em Altas
Temperaturas (HTHA)
Formação de metano a partir da reação dos carbonetos de cementita com hidrogênio.
O gás hidrogênio H2, a altas temperaturas, se dissocia em hidrogênio atômico. O
metano produz microfissuras e trincas no material. Resulta em perda de
resistência/dureza E de tenacidade. Como evitar? R.: Adição de elementos de liga bons
formadores de carbonetos (mais estáveis que o Fe3C), como cromo. Como detectar:
R.: US, metalografia. Unidades afetadas: HDT, HDS, HCC.
Ataque pelo hidrogênio em altas temperaturas → é um tipo de oxidação direta/corrosão
em altas temperaturas, ou seja, não requer eletrólito.
Ataque por hidrogênio em meio aquoso → é corrosão eletrolítica, requer eletrólito.
Mecanismos de Deterioração 35
É comum, para o cálculo da pressão parcial de hidrogênio, somar a pressão do H2 com
a do H2S, pois este também fornece hidrogênio.
Mecanismos de Deterioração 36
Como evitar?
R.: usar materiais não susceptíveis, como aço inox austenítico, ligas com no mínimo
5% de cromo. Usar ligas com Cr e Mo para aumentar a estabilidade dos carbetos. Uso
de clads de série 300. Aços série 400 também protegem do HTHA, mas menos que os
da série 300.
API 571 → tem uma figura que indica quais mecanismos de dano são mais prováveis
de ocorrer em uma determinada unidade.
Ácido politiônico → forma-se na parada de operação devido à reação entre composto
de enxofre e água.
DIFERENÇA ENTRE CST e ATAQUE PELO HIDROGÊNIO
Corrosão sob tensão → há dissolução anódica na ponta da trinca
Ataque por hidrogênio em SSC: → há acúmulo de hidrogênio na ponta da trinca sem
presença de dissolução anódica na ponta.
Mecanismos de Deterioração 37