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Otexto “Osegundosexo ainda tem muito que dizer às mulheres”, por Magda
Guadalupe dos Santos, foigentilmente cedido pela revista C2/!t paraesta edição,
Simone em 1953.
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Ser ou não ser Simone...
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que não pertencem àquele lugar são os “outros”; para os cidadãos
de um país, as pessoas de outra nacionalidade são consideradases-
trangeiras. Atualmente, esse conceito é trabalhado de forma ainda
mais aprofundada, como nas reflexões de Grada Kilomba de que
as mulheres negras seriam o “Outro do Outro”, a dupla antítese
de branquitude e masculinidade. Sobre o Outro beauvoiriano, a
filósofa francesa desenvolve:
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era inimaginável para os homens da intelectualidade, progressista
ou conservadora, que uma mesma obra fosse refletir sobre a situa-
ção da mulher e desafiar cânones como Freud, Marx e a biologia.
Assim que foi publicada, uma febre tomou conta da França e 22
mil exemplares foram vendidos somente na primeira semana, mas
depois a obra foi retirada das livrarias diante da reação hostil de
vários setores. Quem está à frente de seu tempo incomoda muito
e muita gente. O furor foi tamanho que setenta anos depois ain-
da se estuda o impacto desse livro quefoi para o Index daIgreja
Católica e proibido em países como Portugal e Rússia. Seja como
for, a trajetória, o rigor e o brilhantismo do trabalho de Simone de
Beauvoir em O segundo sexo foram capazes de responder a todos
que não souberam suportar a vanguarda.
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1968 — explica o lugar assumido pelos acontecimentose encontros.
Assiste-se, pois, ao longo de suas memórias, a uma passagem do pri-
vado para o público, a uma abertura para o mundo, mas sempre da
perspectiva privilegiada de seu olhar sobre si mesma,do conjunto de
suas recusas e escolhas.
Assim, se ela fala muito sobre outras pessoas, sobre aconteci-
mentos, é para melhorfalar de si, daquilo de que se nutriu ou se
distanciou, na medida em quetudo isso teve importância, profunda
ousuperficial, para ela. É que o gênero “memórias”, segundo Simo-
ne de Beauvoir, não é nem da esfera do puramente subjetivo nem
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