Física Experimental II (Profs.
Umbelino Neto, Márcio Soares e Paulo Oliveira – DF/CCEN/UFPB)
Roteiro 2 – Lei de Ohm e Resistividade
Esta prática tem como objetivos verificar
experimentalmente a chamada “Lei de Ohm”.
Inicialmente, verificaremos a relação Tensão-
Corrente para 3 elementos de circuito, uma
resistência ôhmica (que segue a Lei de Ohm), bem
como para dois elementos de circuito cujo
comportamento é não-ôhmico (lâmpada
incandescente e diodo LED). Na sequência,
verificaremos como a resistência de 3 fios metálicos
homogêneos dependem de seu comprimento e se
relacionam com sua resistividade e área.
Fundamentação teórica
O conteúdo teórico desta prática está
presente no capítulo 26 da referência [1] e nos
vídeos disponibilizados no SIGAA. Algumas
definições são dadas a seguir.
A resistência elétrica 𝑅 de um componente de
circuito é definida como a razão entre a tensão 𝑉 e
a corrente 𝑖:
𝑉
𝑅=𝑖. (eq. 1)
Dizemos que um elemento de circuito é Ôhmico (ou
que obedece à “Lei de Ohm”) quando sua resistência
não depende da tensão aplicada, ou seja, quando a
corrente que o atravessa é proporcional à tensão
aplicada,
𝑉 = 𝑅𝑖 , (eq. 2)
para qualquer valor de 𝑉, dentro de certos limites e
independente da polaridade.
Ao medir pares de valores (𝑉,𝑖) no
laboratório, a relação linear expressa na equação 2
resultará numa linha reta se representada
graficamente na forma 𝑉 versus 𝑖, conhecida como
Lei de Ohm. Quando 𝑉 é dado em Volt (V) e 𝑖 em
Ampére (A), 𝑅 tem como unidade o Ohm (Ω).
Para um elemento de circuito não-ôhmico,
como o próprio nome sugere, a relação entre 𝑉 e 𝑖
não é linear, ou seja, não há um valor único de 𝑅. Em
outras palavras, o gráfico 𝑉 versus 𝑖 não será uma
linha reta, ou ainda, dependerá com a polaridade de
𝑉. Veremos que esse é o caso da lâmpada
incandescente e do LED.
A resistência entre dois pontos de um
determinado objeto pode depender de vários
fatores: suas dimensões, seu formato, o material de
que é feito, sua temperatura e ainda da tensão ao
qual é submetido (caso de componentes não-
ôhmicos). Em particular, um fio condutor
homogêneo de seção reta uniforme, comporta-se
como um resistor Ôhmico (resistência constante
entre dois pontos). A resistência é uma grandeza
extensiva, ou seja, ela depende das dimensões do
objeto medido. Verificaremos experimentalmente
que a resistência aumenta quando aumentamos o
comprimento de um fio e diminui se aumentamos a
área da sessão reta no fio. Essa relação entre a
resistência de um fio condutor e suas dimensões
físicas é dada por
𝜌𝐿
𝑅= 𝐴, (eq. 3)
em que 𝐿 é o comprimento do fio, 𝐴 é a área da
secção transversal e 𝜌 é a resistividade do material
condutor de que é feito o fio.
A resistividade 𝜌 de um material, por sua vez,
é uma propriedade intrínseca, ou seja, não depende
de sua forma, mas da composição e estrutura de que
ele é feito e como veremos para o caso da lâmpada
incandescente, de sua temperatura.
Procedimento experimental
1- Com o multímetro, meça a resistência do Resistor
de 560 Ω e da Lâmpada incandescente (tabelas 1 e
3, respectivamente).
2- Com auxílio do mini-protoboard e usando a fonte
de tensão variável, o Resistor de 560 Ω e 2
multímetros (amperímetro e voltímetro), monte o
circuito da figura 1 e meça 10 pares de valores (𝑉,𝑖),
anotando-os na tabela 2, para verificar a Lei de Ohm
no Resistor.
Fig. 1. Circuito: Lei de Ohm com um Resitor ôhmico.
3- Numa configuração similar à anterior, substitua o
Resistor pela Lâmpada incandescente no circuito da
figura 1, e novamente meça 10 pares de valores (𝑉,
𝑖), anotando-os na tabela 4. Atenção! Use a escala
de 200 mA no amperímetro.
4- Usando o Resistor e o LED em série, para limitar a
corrente total, monte o circuito da figura 2 e meça
10 pares de valores (𝑉, 𝑖), anotando-os na tabela 5.
Fig. 2. Circuito para estudar a relação tensão/corrente
em um diodo emissor de luz (LED).
5- Há 3 fios metálicos disponíveis para medir
resistência em função do comprimento. Dois deles
são feitos da liga metálica Constantan com
diâmetros de 0,4 mm e 0,2 mm e um terceiro de
cobre, com 0,2 mm de diâmetro. Conecte um fio por
vez em série com o resistor de 560 Ω, usando o
conector tipo jacaré, de forma semelhante à figura
2, com o fio no lugar do LED. Para medir a resistência
em função do comprimento do fio, mediremos
separadamente a corrente e a tensão (em função do
comprimento) e utilizaremos a Lei de Ohm para
calcular R. Essa estratégia é chamada medida de 4
pontas.
6- Para cada fio, ajuste a fonte de tensão para passar
uma corrente maior do que 10 mA no circuito e
anote o valor medido no amperímetro na última
coluna da tabela 6. Usando a menor escala
disponível de medida de tensão, meça a diferença
de potencial em função do comprimento do fio de
20 mm a 200 mm.
Guia para relatório
Introdução
Pesquisem sobre os diferentes fatores que
influenciam na resistividade de um material e façam
um resumo na introdução.
Discussão dos resultados
1-A partir dos dados coletados na tabela 2, use um
software de planilha (tipo excel) para montar uma
nova tabela com as seguintes colunas:
𝑉(V) 𝜎𝑉 (𝑉) 𝑖(𝑚A) 𝜎𝑖 (𝑚𝐴) 𝑅(Ω) 𝜎𝑅 (Ω)
Para o cálculo da resistência e sua incerteza, use a
equação 1 e a propagação de incertezas (sessão
9.19.1, p. 77 da Ref. [2] ).
2- Faça um gráfico de V/i e realize uma regressão
linear (ajuste) para determinar a resistência e sua
incerteza a partir do coeficiente angular do gráfico.
[Ver item 4 da lista Erros e Gráficos: função proj.lin() do excel]
3- Compare os valores de resistência e incerteza
obtidos do gráfico (item 2) com os valores calculados
ponto a ponto nas duas últimas colunas da tabela
(item 1) e com o valor medido diretamente com o
multímetro (tabela 1 da folha de dados).
4- Faça uma tabela com as mesmas colunas do item
1 a partir da tabela 4 da folha de dados para a
Lâmpada incandescente. Produza um gráfico de V/i
e a partir do gráfico e discuta se a resistência
aumenta ou diminui com a tensão.
5- Compare os valores de resistência da Lâmpada
incandescente medidos nas seguintes situações:
medida direta com multímetro (tabela 3); Primeiro
ponto da tabela 4; quinto ponto da tabela 4; e último
ponto da tabela 4. Visualmente, o que está
mudando na lâmpada? Inclua as fotos tiradas em
aula.
6- Explique a variação da resistência no item 5 a
partir do que foi discutido em aula.
7- Faça uma tabela semelhante ao item 1, a partir da
tabela 5 da folha de dados para o LED e produza um
gráfico de V/i. Discuta a não linearidade desse
elemento semicondutor.
8- A partir dos dados da Tabela 6, calcule os valores
de 𝑅 para cada comprimento do fio usando a
equação 1 e construa uma nova tabela expondo os
respectivos valores de resistência e comprimento. A
partir dos valores obtidos na nova tabela construa
um gráfico da resistência em função do
comprimento do fio. Faça uma regressão linear para
ajustar a melhor reta (𝑅 = 𝑎𝐿 + 𝑏) aos dados
experimentais. Repita este procedimento para os
três fios estudados.
9- A partir dos coeficientes angulares dos ajustes do
item anterior, e das áreas de sessão transversal
calculadas para cada fio (diâmetro de 0,2 mm para
os fios mais finos e 0,4 mm para o fio mais espesso),
usando a equação 3 calcule a resistividade dos três
fios metálicos.
10- Compare os valores de resistividade obtidos
para os fios de Constantan de diferentes diâmetros.
Eles são equivalentes dentro das incertezas?
Compare com dados de resistividade obtidos na
internet para essa liga (atenção para as unidades).
11- Compare o valor de resistividade obtido para o
fio de cobre com valores obtidos na internet. A
resistividade do Cobre é maior ou menor do que do
Constantan? Comente.
Comentários e conclusões
Finalizem o relatório com críticas, sugestões
ou dúvidas sobre a prática, comentem se os
objetivos propostos foram atingidos e façam uma
reflexão sobre seu aprendizado.
Anexar folhas de dados preenchidas ao final
do relatório

Referências
[1] Fundamentos de Física – Vol. 3 – 10ª edição – Halliday, Resnick e Walker. Disponível na biblioteca virtual
do SIGAA.
[2] Erros e Incertezas nas Medições, Paulo Cabral, Instituto Eletrotécnico Português e Instituto Superior de
Engenharia do Porto, 2004. Disponível na página da turma no SIGAA.

Entrega: O relatório deverá ser entregue na forma de um único arquivo PDF por grupo, enviado por meio de
tarefa no SIGAA. Os nomes devem estar explicitados na primeira página do relatório e na folha de dados.