Você está na página 1de 9
; ARQUIVO — R10 CLARO “jan. 1983 ARQUIVO POBLICO E HISTORICO DO MUNICIPIO DE RIO CLARO CONSELHO SUPERIOR Fernando Cilento Fittipaldi Francisco Anaruma Jair de Andrade Pimentel Jamil Nassif Abib (Presidente) Jeanne Berrance de Castro Jose Carlos Cardoso Waria Silvia Casagrande Beozzo Bassanezi Roberto Felippe Palmari Ruy Cassavia DIRETOR Ana Maria de Almeida Camargo EQUIPE DE FUNCIONARIOS Ana Maria Penha Mena Pagnocca Carmen Silvia Rodrigues Camargo Celia Baldissera Maria Christina Mussolino Rizzo Neusa Maria Dagnolo Sebastiao Mainardi Silvia Aparecida Xavier de Camargo ARQUIVO RIO CLARO. (Arquivo Pablico e His~ térico do Municipio de Rio Claro) Rio. Claro (SP), 1982 - 1. Arquivos (documentacéo) I. Arquivo PGblico e Histdrico do Municipio de Rio Cla ro cop 025.171 Em seu segundo ano de e- xisténcia, 0 boletim do Arqui vo Pablico e Histérico do Mu- nictpio de Rio Claro procura descrever, de modo sumario, as atividades da instituicao 0 trato documental @ 0 tema desenvolvido em "Teoria @ Pratica" pelo Prof. Espo- sel, nome internacionalmente conhecido na area da Arquivo- logia. Chamando a atencao pa rao problema dos arquivos correntes, aponta os progra mas especificos ligados as fa ses de producao, uso e desti- nagio dos documentos. Como no niimero anterior, a seco “Documento e Histo- ria" compreende a divulgacao de dois textos de interesse para a reconstituicdo do pas- sado rio-clarense. 0 primeiro deles, sobre a Rio Claro Rail way Company, foi doado recen- temente ao Arquivo pelo Sr. Joao Falchi Trinca e vem enri quecido com os comentarios do BDITORLAL Dr. C8lio Debes. Quanto ao se gundo, que trata da crise do café em 1929 e das medidas to madas pelos lavradores do mu- nicipio, foi incorporado ao a cervo através da gentileza do historiador Oscar de Arrud: Penteado, autor da explicacéo que 0 acompanh: Nas "Notas e Informaces", a par de assuntos que dizen res peito & historiografia da re- giao, ha o relato do trabatho desenvolvido ao longo do alti mo semestre, quer no dmbito das tarefas de rotina (arranjo e descricéo de documentos), quer no dos eventos espectais (pu- blicagdes e participacio em Congresso). Cumpre ressaltar, nesta secdo, 0 volume e a qua lidade das doacdes recebidas, atestado de que o Arquivo, ca da vez mais, corresponde aos objetivos que tracou e goza da confianca da comunidade. Ana Maria de Almeida Camargo ARQUIVO RIO CLARO. Rto Claro (SP), 2 (1): 3, jan. 1983, 3 0 TRATO DOCUMENTAL José Pedro Eaposel* J se esta tornando bem co nhecida no Brasil a teoria das trés idades dos arquivos. Cons titui uma abordagem convenien- te, muito légica, natural e di datica, que esclarece sobre o: diferentes estagios da organi- zacdo arquivistica de acordo com as caracteristicas dos a- cervos, sua utilizacio, valo- res, propriedade, etc. Embora difundida a teoria, nem sempre ela @ entendida ou aplicada corretamente em nosso pais, verificando-se, princi- palmente nos arquivos pablicos, uma inquietante negligncia no que se refere aos arquivos cor rentes. Ainda prevalece a supe rada concepcao de que sé ar- quivo e, portanto, suscetive de alguma atencéo - muito pou: ca em geral - 0 acervo antigo, de provavel valor histérico. 0 arquivo intermediario esta em moda, mas infelizmente numa ver so tropicalistica, subdesen- volvida e nada técnica, eivada do tal jeitinho brasileiro. € quanto ao resto, os arquivos em formacéo, acham-se entre- gues @ sua propria sorte, ou me Thor, ao seu préprio azar, in- JORIA B PRATICA teiramente desvinculados de um programa racional que englobe acompanhe o fluxo dos papéi ou outros suportes da informa cdo administrativa. Justifica-se, por tudo is- 0, @ urgente adocdo entre nds de procedimentos integrados, a plicdveis @ documentacdo admi- nistrativa (arquivos inclusi- ve), que se poderia chamar de "0 trato dos documentos", n falta de expresséo mais adequa da. Amatéria, embora de prati ca eventual, quase desconheci- dae incompleta em toda a Ané rica Latina, inclui-se dentre as atribuicdes dos Arquivistas brasileiros, estabelecidas no artigo 29 - alineas II, III,V, VI e VIII, principalmente, tan to da Lei n0 6.546, de 4 de ju Tho de 1978, quanto do decreto que a regulamentou (n? 82.590, de 6 de novembro de 1978), as- sim formuladas: IT- planejamento, ortenta- eo @ acompanhamento do proces 20 doounentat ¢ informativo; * Livre Docente e Professor Ti tutar de Avquivologia da Univer sidade Federal Fluminense; Vice Preatdente do International Re cords Nanagement Counotl, para @ América Central e do Sul. 4 ARQUIVO BIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 4=8, jan. 1983 III- planejamento, orienta edo e direcdo das atividades de identificagdo das eapéctes do- cumentate e parttetpacdo no pla nefamento de novos documentos @ controle de multiodpiae; V- planejamento, organtza~ edo e direcdo de servigos de mi crofitmagen aplicada aoe arqui VI- ortentagdo do planeja- mento da autonagdo aplicada ace arquivos; VIII- orientacao da avalia edo ¢ selecdo de documentos, pa ra fine de preservacéo; A legislacéo brasileira, portanto, em consonancia com a doutrina mais. moderna, amplia © campo de acio do Arquivista (especialmente nas alfneas IT e III) para, além dos arquivos propriamente ditos, permitir sua ingeréncia na produgao e toda a tramitacdo dos documen- tos administrativos de qual- quer natureza. Tal influéncia alcanca, inclusive, 0 que no exterior se compreende como o controle da natalidade dos do- mentos (birth control). Foi nos Estados Unidos que a concepcao se desenvolveu, a partir da década de trinta, ba tizada entao como Records Ad- ministration e objetivando re- duzir a quantidade e melhorar a qualidade dos arquivos do fu turo, evitando os inconvenien- tes da producdo descontrolada, manutencao, uso e destinacéo dos documentos, que caracteri- zavam as atividades arquivisti cas governamentais. Posterior. mente se alterou a denominacéo para Records Management, consa grada na atualidade. Durante a "Reunion Regio- nal de Expertos para el Desar- rollo de los Archivos Nacion Jes en America Latina" (Bogo- ta, 29 de marco a 2de abril de 1976) foi fixada, por um comi- t@ de terminologia designado na ocasido, a traducdo da ex- pressdo Records Management pa- ra a lingua espanhola. Segue- se a transcricéo da parte do pa recer aprovado e que se refere ao assunto: dcordd et Comité que el término Records Manag ment debe traductree como Admi nistractn de Documentos por entender: 1) €8 un término que comprende mejor la totaltdad de las functones que ce realtsan en esa drea de la profeston ar chivietica; 2) ee encarga tan- to del manejo como gestiones e. peotficas y cubre desde la crea etdn, formato y contenido, has ta la dietribuetén, ft jacton de pertodos de preseripetén, ta bores téenieas y tramitactdn del destino final de los docu- mentoo. Se acordé adends que el ter mino records manager puede tra duciree tanto como Adm etra- dor de documentos como Archive ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 4-8, fan. 1983. 5 ro de documentos administrati- vos. En cuanto a los términos gestion y manejo el Comité re~ chaza eu uso como equivalente de records management por con- eiderar que se refiere a una de las muchas faves de ta admi nistractn de los documentos de los archivos admintetratt- vos. Em portugués evitamos aque la tradugio e sugerimos o tra- to dos documentos para ndo dar ensejo a qualquer mal-entend: do com os Técnicos de Adminis~ tracéo. No que se refere a defini- ces, varias tém sido apresen- tadas nos Gltimos anos, depen. dendo as alteracées das dife: rencas regionais ou da amplitu de conferida & matéria. As que se discutiram no 89 Congresso Internacional de Arquivos (r lizado em Washington, 27 de se tembro @ 1 de outubro de 1976) ainda mantém sua atualidade: Un histortador considera que la admintotractén de docu- mentos es una funetdn archtv: tiea euyo objetivo es el de re duetr el volumen de toe docu- mentos que se guardan al ni- cleo que mejor satisface las necestdades de toe investigado res. Mas preoteamente, la defi ne como: "... et proceso de re ducir selectivamente a propor- ctones manejables ta masa de documentos que 0 caracterteti ca de ta ctviltaacién moderna en forma tal que conserve per- manentemente los que tienen un valor cultural futuro ain me- noscabar la integridad eustan- tiva de la masa a los efectos de ta investigactén” (1). Ja a legislacao americana (Records Management Act) consi dera: ... ta plantficactén, et control, ta dtrecetén, 1a orga nizacion, la ecapacitacton, la promoctén y otras actividades gerenctate relactonadas con ta ereactén de archivos, ou mante nimtento y uo ast como eu elt minactén, ineluyendo el manejo de correspondencta, formuta- rics, directrices, informes, do cumentos Legibles por maquina, microformas, recuperactén de tn formactén, ficheros, correo, do cumentos vitales, equipos y ma teriales de archivos, mdquinas coptadoras, téentcas de automa tisactén de elaboractén de da- toe y fuentes de datos, preser vacidn de archivos, elininacién de archivos y centros de archi voe u otras inetalactones de almacenamtento. Conforme a este concepto, la administractén de archivos eubre todo el ciclo de la exta teneta de los archivos, desde que eon ereadoe hasta que son destruidos o se almacenan para au retenetén permanente. Tiene el propéetto de garantizan una 6 ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 4-8, jan. 1983 documentacién adeouada, evitar 0 superfluo, simplificar tos sistemas de creacién y uso de documentacion, mejorar la for- ma en que se organisan Loo ar- chivos y se reeupera la infor- macién, ofrecer una atenoidn a decuada y un almacenamiento a bajo costo en toe centros dear ohivos y garantizar la adecua- da distribuectén de los archi- vos que ya no se necesttan pa- ra llevar a cabo actividades actuales. Verifica-se, pelo que se contém nesta Gltima definicdo, que 0 trato de documentos com- preende, nos Estados Unidos, u ma série de programas especifit cos, uns para a fase da produ- ¢80 dos documentos (correspon- déncia e seu processamento, ins trucdes, diretrizes e manuais, formularios, relatorios, auto- macio de dados, controles de qualidade e eficiéncia dos do- cumentos), outros referentes & manutencao e uso (plano de clas sificacdo de assuntos, adminis tracdo de arquivos, expedicdo e malote, duplicacdo de docu- mentos, equipamentos e opera- cbes de microfilmagem) e final mente alguns relacionados com a sua destinaco (Tevantamen tos e tabelas de temporali dade, arquivamento intermedia- rio). Em nosso pats seria preten siosa, no momento, a tentativa de se implantarem todos aqueles programas. Existem, contudo, al guns deles funcionando plena e eficientemente em determinadas instituicdes que podem se orgu Thar de seus sistemas de infor macées administrativas. Como ¢ xemplos mais significativos destacam-se as organizacdes que elaboraram seus planos de clas sificacdo de assuntos, inclusi ve dotados de indices remissi vos, as tabelas de temporalida de e destinacéo de documentos (aplicdveis ao universo dos do cumentos da entidade, examina. das criteriosamente as conve- ni@ncias administrativas, Te- gais/fiscais e historicas e as recomendagées, se for 0 ca- 50, quanto a microfilmagem con todas as determinacdes que fo- rem concernentes), a coordena- dos arquivos correntes e 0 fluxo racional dos documentos, envolvendo as rotinas de proto colo, os esquemas de transfe- réncias, 0 arquivamento inter- mediario, a preservacao, aten- dimento de consultas, etc. Lamentavelmente as boas ex periéncias apontadas se cir- cunscrevem aos arquivos priv dos, beneficiando aos seus de- tentores, ndo se verificando nenhuma equivaléncia nos siste mas de arquivos piblicos, to- dos de padrao bastante critica vel e sem condiges de prestar bons servicos aos usuarios ou ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 4-8, jan. 1963. 7 ou de contribuir positivamen te para o bem comum. Resta aguardar e confiar que um dia o Brasil, valori- zando seu patriménio documen- tal e prestigiando os profis- sionais da area, conseguira o controle racional de seus do- cumentos e arquivos, mobili- zando mais um elemento funda. mental para alcancar os ni- veis de’ desenvolvimento a que aspira. E isso incluira, cer. tamente, de uma manefra ou ou tra, o trato documenta. Nota 1- RICKS, A. = La administr cidn de documentos como fun- cién archivistica. In: CON- GRESO INTERNACIONAL DE ARCHI- Vos, 8, Washington, D.C., 1976. p. 1. ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 4-8, jan. 1963 DOCUIENTO B WISTERIA 0 TRAFEGO MOTUO PAULISTA- INGLESA E A RIO CLARO RAILWAY COMPANY Célio Debes* Como se sabe, a linha fér rea de penetracdo Santos - Rio Claro, concedida originaria- mente @ So Paulo Railway, te ve, apenas, o primeiro trecho por ela construido, at® Jun- diaT. Desta cidade a Campinas e, depois, dai até Rio Claro, foi empreendimento da Compa- nhia Paulista. Ao entrar em funcionamento a primeira se- cio desta Gitima, surgiu a questio do trafego das compo- sicdes de uma delas nas 11 nhas da outra. Para resolvé- la, firmaram as duas ferro- vias um contrato pelo qual a circulacao referida, ou me- lhor, a permanéncia dos car- ros e vagdes na estrada Theia podia exceder os 1i mites de tempo previstos, sob pena de pagamento de multas fixadas. A retencéo de carros e va goes da Paulista pela Inglesa devia atingir quantidade apre ciavel, a ponto de a Direto- ria daquela registrar que, n decénio 1882-1891, 0 acrésci mo em sua receita decorrera, ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), além da proveniente do café, das resultantes do telégrafo e do atugue? de nossos carros e vagéee d Linka ingleea (Relato rio ng 43 da Directoria ... pa ra a Assembléa Geral de 30/4/ 1892, p. 68). Por outro “lado, em 1891 0 aumento do café por ela transportado tivera como procedéncia, em primeiro lugar, suas estacdes de bitola larga (11,381 ton.) e, em segundo, as linhas da Rio Claro Railway (4.960 ton.), conforme o mesmo relatorio (p. 67). 0 escoamen- to da safra cafeeira da zona servida por esta Gltima, em crescimento, era prejudicado pelo procedimento da SPR. E vi sando minorar os gravames da politica de transportes desen- volvida pela Inglesa que Wal- ter J. Hammond se dirige a Di- retoria da Paulista. Hammond demonstra, no docu mento a seguir transcrito, nao apenas tato, mas igualmente co nhecimento geral do problema. E que, antes de assumir a Supe- * Mestre em Htetérta (PFLCH - USP), autor, entre outras o- bras, de A caminho do Oeste - subetdios para a hietdria da Companhia Paulista ¢ das Fer- rovtas de Sao. Paulo (Sé0 Pau to, 1968). 2 (1): 9-12, jan. 1983. 9 rintendéncia da Rio Claro, fo ra ele funcionario da Compa nhia Paulista, desde os pri- mordios de sua atividade. Em 1872, era engenheiro da linha e chefe de tracéo e de ofici nas, com o segundo maior sala rio pago pela empresa (4:136S000 a nuais). Foi, posteriormente, promovido a Inspetor Geral, o mais elevado cargo da Estra da, do qual se exonerou em 1889, para assumir suas fun- cBes na Rio Claro. Com o intuito de libertar a lavoura de Sio Paulo dos ca prichos da Inglesa, foi proje tada a linha Mayrink-Santos, i niciada em 1928, Rio Claro, 21 de Novembro de 1891. Ilime e Bem? snr. DEH ltae Ant? Pacheco Chaves Digno Presidente da Compa nhia Paulista Recebi ha dias, de um Fa~ sendetro, o pedido, como espe etal favor, para que a Compa- nhia Rio Claro, remettesse 0 seu café, que ha dous meze acha-se empithado em uma Be edo d'esta Companhia. Bote pedido infeliomente ndo é etngular, nemo unico, pote todas ae Betacées das Com panhias de Estradas de ferro estdo completamente chetas, ¢ eate estado de cousas, tem to mado proporedes de uma verda- deira catamidade, porque em lo gar de methorar, eetd petoran- do todos os dias. Para frizar eate ponto, di rei que a Companhia Rio Claro, eetd Limitada no seu trafego,e portanto em suas vendas, ao mo vimento unico de - quinze - va gées por dia, quando sem aug- mento de trem rodante, podia el la entregar em Rio Claro, qua- venta a quarenta e etneo va- gdee diartamente. Assim o prejuizo é immen- 20, tanto para o publico, como para esta Compankta, pote ella as no sentido do augmento de trafego d sua vé enormes riqu espera, porem ndo pode appro- veitar em rasdo do Limite im- posto ao seu trafego, pela Com panhia Paulteta, que eomente fornece - quinze - vagées por dia para a baldeagdo. Reclamar da Companhia da qual V. Ex® éo Presidente, inutil, porque set que o movi- mento dos vagéea da Companhia Paulista, por eua ves é limita do pela marcha do trafego na Sam Paulo Rattway, e esta alle ga que a demora é devida ao por to de Santos. Feta decculpa da Sam Paulo Railway, sdmente tem fundamen- to em parte, porque néo consta que ella tenha experimentado trabathar na descarga durante a notte, e V. Ex? sabe que cen pre que a eapacidade da Sam Pau 10 ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 9-12, jan. 1983 lo Rattway estd posta em duvi da, é declarado que essa capa etdade poderta ser muito aug- mentada trabalhando durante a notte. Um obstacuto a tsto serd talves a falta de carrocas e¢ trabathadores em Santos. Bota difficuldade porem, me parece poderd ser vencida e removt- da, e 0 contrario sd se pode- rd provar depote de experimen tada. Lembro, para demover eesa défficuldade 0 convite d famo sa assoctagdo commercial de Santos, que por tantas veses ena tem procurado ineinuar. Admintstraeéo das Eetradae de ferro, Langando a culpa a ee- tas pelae demorae ete. Esta associacdo tem o de- ver de procurar remover os obs taculos ao Livre movimento do Gapagos tua é abdteda pete eyethema de transporte de car gas na cidade de Santo Por este modo serd talves poseivel trabathar d noite e assim soltaren-se o8 vagdes dae Companhias Sam Paulo RatL way © Paulista agora presos em Santos. Este ¢ um dos pontos prin uma eahi da ao deploravel estado de cou cipaes para achar- ae, em que se acha o movimen to de cargas no Eetado de Sam Paulo. Um segundo ponto de iguat importancia, ¢ a meu ver a ma- neira porque estdo sendo pro- poretonados 08 vagées acs di- versos servigos. Hoje o numero de vagéea da Compankta Paulista que gira na Sam Paulo Rattway, entre Jun- diahy e Santos é muito nator do que o numero de vagdes da Sam Paulo Ratlway que etroutan na Companhia Paulteta. Eete facto demonstra que a Sam Pau- lo Railway, ndo estd dando pre ferencta ao transporte de ca- Fé, que ndo sd ¢ 0 mate tuora~ tivo para as Companhiae de ee- tradas de ferro, como tambem ¢ © que suetenta os cofres do Ee tado. A Sam Paulo Ratluay, ten grande numero de vagdes, que tdo reservados para 0 servico de transporte de tijolioe, pe- dra, cal ¢ outros materiaes pa ra construcedo, ¢ creto que ndo estou fora da verdade, de- joltos, dra e cal da Estagdo de Caye- elarando que esses ¢: ras, nunca tdo parados na Ee taedo, como estd parado o café nas Eetagdes do Interior, e a Sam Paulo Railway procura dar Prompto transporte a estas cou sas de preferencia ao transpor te de café. Néo tgnoro a necessidade de levar materiaee para econe- trucedo, porem digo, que entre 08 dous males, é preferivel que 08 tijollos, pedra, cal ete., ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 9-12, jan. 1983. 1 sejam transportados em carro~ eae por curtas distanctas até a cidade de Sam Paulo, do que 0 café que & um producto de @ norme valor, ficar sugetto a estragos, ¢ 08 fasendetros a prejutsce, devidos a esta pre ferencia injusta e contra o regulamento dado para oe mate riaes na Sam Paulo Ratlway. 0 prefuteo publics devido de denorae na remesoa do café @ inealoulavel, pots reina a- té 0 desanimo na plantagdo d’ elle e na inictacao de outros methoramentos no interior. No eacrevo ao Superinten a? da 8.P.R., porque péde res ponder-me que nada tem com @ Rio Claro, que eetd ligada 4 Paulista, porisso rogo a V. Ez@ promover da $.P.R. alguna eouea se faca para o benefi- eto de todos, quer p# o publi eo quer para ae eetradas de ferro. Com toda estima e conside ragao ceepoisee er aca Reprt 12 ARQUIVO RIO CLARO. Rio Claro (SP), 2 (1): 9-12, jan. 1983, ‘A CRISE DE 1929 E 0 CAFE Oscar de Arruda Penteado* A situacdo ruinosa do ca- motivada pela crise de 29, que restringiu a exportacao do produto e determinou a baixa de seu preco no mercado mun dial, levou as Casas Comissa- rias de Santos e Sio Paulo a sustarem os adiantamentos pecu niarios aos lavradores, como an tes vinham fazendo. Em consequéncia, iniimeros fazendeiros foram & faléncia por falta de numerario para o custeio de suas lavouras! Com © intuito de resolver o impas- se, reuniram-se os fazendeiros de Rio Claro e vizinhanca na Ca mara Municipal, a 3 de novem- bro de 1929. Acordaram em restringir as despesas icom o tratamento do: cafezais para suportarem a cri se reinante - como consta da a ta daquela reuniao, assinada por Jose Manoel de Aguirre; Eu rico Ribeiro dos Santos; Acac- cio Goncalves da Rocha; Esta- nislau José de Oliveira; Goiz @ Morandin; Fabio A. Pires Ra mos; p.p. Reynaldo Arantes, Dé Alzira de Arruda Camargo; Igna cio Hugo de Arruda Leite; Ra- chid Abdalla; Dr. Francisco Penteado Jr; p.p. Dr. Gustavo dm, de Siqueira, Dr. Penteado Jr; Manoel Munhoz, administra- dor; p.p. Theresa M. Trevisan, Guido Trevisan; Sylvio Venturo Vis Sanchez & Cia; Ruy Ladis- lau; Luiz e Agostinho Brisi- ghe110; Paschoal Sferra & Mat- teo; Antonio Piccoli; Jodo Del Pozzo; Joaquim Philadelpho Ma- chado; Antonio Gabriel de An- drade; Dr. Domingos Farani, p. p. Irmos Andrade; Jorge do Re go Freitas; Joio Baptista di Almeida; p.p. Theophito Ottoni Andrade, Pedro dos Reis Andra- de; Raphael Lourenco de Cas- tro; Antonio Basso; Leite & Cia; E. Bertoli & Irmo; José Britsky; André Beck; Joaquim Pereira Callado; Luiz Pettre- nieri; Santo Codo; Atilio Fio: rio; Martinho Meyer; Miguel A. Rinaldi; Fausto Castellano; e Guimaraes & Cia. Acta da reunido dos fazen- deiros e lavradores realisada no dta 3 de Novembro de 1929, emo Paco Munietpal, para o fin de se tratar da vedueodo do trato do café ¢ cotheita no munictpto de Rto Claro, no an- no agricola de 1929 a 1930. dota As quatorse horas do dia 3 de Novenbro de 1929, em a Sala das sessées da Camara Munict- * Htetortador, autor de iniime- roa trabathos (livros, opiscu- Loe ¢ artigos) sobre Rio Cla- ro. ARQUIVO RIO CLARO, Rio Claro (SP), 2 (1): 18-14, jan. 1983. 13 pal desta ctdade, convocados pelo Sr. Prefetto Muntotpal, reuntram-se lavradores deste municipio e do visinho munici pio de Annapoti de trocarem-oe idéas com rela para o fim eGo a contractos com oe coto- noe ed ettuacéo da tavoura do Estado em face da grande baiza no prego do café, pheno meno economico de gravidade incontestavel. Ezpoetos oe fine da reu- nédo pelo Sr. Prefetto que ti nha a u lado um representan te do Departamento #etadual do Trabatho e um dos tavrado- res presentes, a eate fot da- daa patavra para expor as euas idéas a respeito Em seguida diversos Lavra dores falaram sobre o assump- to, tendo ficado que, proporctonalmente a bat- za do café, ¢ de accordo com resolugdes tomadas por lavra- aesentado dores de outros municipios ficasee estabelecido: 1°) una reducedo de 40% noe eatarios que vigoraram no anno agrario findo, abrangendo trato do ea fé, colheita e diaria, poden= do 08 faxendeiros consentir que 08 colonos —_plantem cereaes em seus tathdes de ca fé. 29) Que, em nome da clas se, se officie de Camaras Mu- ntetpaes vteinhas para que convoquem 08 lavradores, afin de ee tomar identica resolu cao. 39) Sdmente depots de cum prida a alinea 2) serd effec- tivada a resolucdo n? 1. 49) 08 fazendeiros pode- réo contractar colonosde seus vieinhos mediante uma autort- eagdo deste, expreeea, cone— tante da propria caderneta. Wada mate havendo a tra tar e ninguen mats pedindo a palavra, pelo Sr. Prefetto fot declarada encerrada a edo, do que lavrou-se a pre~ sente acta que vae avetgnada por todos og presentes. Eu, Joaquin Ribeiro dos Santos servindo de secretario, la- vret Walaaia, iene castens. Joaq™ Ribetro doe Santos Ivineu Penteado 14 ARQUIVO RIO CLARO, Réo Claro (SP), 2 (1): 13-14, jan. 1983

Você também pode gostar