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Modulo III
Modulo III
CAM
Regulamentação laboral
ÍNDICE
O tempo diário de condução não deve exceder 9 horas. No entanto, não mais de duas vezes por
semana, o tempo diário de condução pode ser alargado até um máximo de 10 horas.
O tempo de condução total acumulado por cada período de duas semanas consecutivas não deve
exceder 90 horas.
Os tempos de condução diários e semanais devem incluir a totalidade dos tempos de condução no
território da Comunidade ou de países terceiros.
Se a parte do período de repouso diário abrangida pelo período de 24 horas tiver mais de 9 horas mas
menos de 11 horas, o período de repouso diário em questão será considerado como um período de
repouso diário reduzido.
O período de repouso diário pode ser alargado para perfazer um período de repouso semanal regular
ou um período de repouso semanal reduzido.
O condutor pode fazer, no máximo, três períodos de repouso diário reduzido entre cada dois períodos
de repouso semanal.
O condutor de um veículo com tripulação múltipla deve gozar um novo período de repouso diário de
pelo menos 9 horas nas 30 horas que se sigam ao termo de um período de repouso diário ou semanal.
Em cada período de duas semanas consecutivas, o condutor deve gozar pelo menos:
- dois períodos de repouso semanal regular, ou
- um período de repouso semanal regular e um período de repouso semanal reduzido de, no
mínimo, 24 horas — todavia, a redução deve ser compensada mediante um período de repouso
equivalente, gozado de uma só vez, antes do final da terceira semana a contar da semana em
questão.
O período de repouso semanal deve começar o mais tardar no fim de seis períodos de 24 horas a
contar do fim do período de repouso semanal anterior.
Caso o condutor assim o deseje, os períodos de repouso diário e os períodos de repouso semanal
reduzido fora do local de afectação podem ser gozados no veículo, desde que este esteja equipado com
instalações de dormida adequadas para cada condutor e não se encontre em andamento.
Um período de repouso semanal que recaia sobre duas semanas pode ser contabilizado em qualquer
uma delas, mas não em ambas.
O tempo gasto pelo condutor para se deslocar para ou de um veículo abrangido pelo presente
regulamento que não esteja junto à residência do condutor ou junto à empresa onde o condutor está
normalmente baseado não será contado como repouso nem como pausa, a menos que o condutor se
encontre num transbordador (ferry) ou comboio e tenha acesso a um beliche ou cama.
O tempo gasto por um condutor que viaje como condutor de um veículo não abrangido pelo presente
regulamento para se deslocar para ou de um veículo abrangido pelo presente regulamento que não
esteja junto à residência do condutor ou junto à empresa onde o condutor está normalmente baseado
será contado como "outro trabalho".
Resumos
Tempo máximo de condução diária 9h que poderá ser 10h no máximo de duas vezes por semana
1.2 Princípios, aplicação e consequências dos Regulamentos (CEE) n.º 561/2006 e n.º 3821/85,
O regulamento não se aplica aos transportes rodoviários efectuados por meio de:
a) Veículos afectos ao serviço regular de transporte de passageiros, cujo percurso de linha não
ultrapasse 50 quilómetros;
b) Veículos cuja velocidade máxima autorizada não ultrapasse 40 km/hora;
c) Veículos que sejam propriedade das forças armadas, da protecção civil, dos bombeiros ou das
forças policiais ou alugados sem condutor por estes serviços, quando o transporte for efectuado
em resultado das funções atribuídas a estes serviços e estiver sob o controlo destes;
d) Veículos, incluindo aqueles utilizados em operações não comerciais de transporte de ajuda
humanitária, utilizados em situações de emergência ou operações de salvamento;
e) Veículos especializados afectos a serviços médicos;
f) Veículos especializados de pronto-socorro circulando num raio de 100 km a partir do local de
afectação;
g) Veículos que estejam a ser submetidos a ensaios rodoviários para fins de aperfeiçoamento técnico,
reparação ou manutenção, e veículos novos ou transformados que ainda não tenham sido postos
em circulação;
h) Veículos ou conjuntos de veículos com massa máxima autorizada não superior a 7,5 toneladas,
utilizados em transportes não comerciais de mercadorias;
i) Veículos comerciais com estatuto histórico de acordo com a legislação do Estado-Membro em que
são conduzidos, que sejam utilizados para o transporte não comercial de passageiros ou de
mercadorias.
k) "Tempo diário de condução": total acumulado dos períodos de condução entre o final de um
período de repouso diário e o início do período de repouso diário seguinte ou entre um período de
repouso diário e um período de repouso semanal;
l) "Tempo semanal de condução": total acumulado dos períodos de condução durante uma semana;
m) "Massa máxima autorizada": massa máxima admissível do veículo carregado, em ordem de
marcha;
n) "Serviços regulares de passageiros": os transportes nacionais e internacionais, definidos no artigo
2.o do Regulamento (CEE) n.o 684/92 do Conselho, de 16 de Março de 1992, que estabelece
regras comuns para os transportes internacionais de passageiros em autocarro [10];
o) "Tripulação múltipla": a situação que se verifica quando, durante qualquer período de condução
efectuado entre dois períodos consecutivos de repouso diário ou entre um período de repouso
diário e um período de repouso semanal, há pelo menos dois condutores no veículo para conduzir.
A presença de outro ou outros condutores é facultativa durante a primeira hora de tripulação
múltipla, mas obrigatória no resto do período;
p) "Empresa transportadora" ou "empresa de transportes": entidade que se dedica ao transporte
rodoviário e que pode ser uma pessoa singular ou colectiva, uma associação ou um grupo de
pessoas sem personalidade jurídica, com ou sem fins lucrativos, ou um organismo oficial, com
personalidade jurídica própria ou dependente de uma autoridade com personalidade jurídica, que
age por conta de outrem ou por conta própria;
q) "Período de condução": o período de condução acumulado a partir do momento em que o
condutor começa a conduzir após um período de repouso ou uma pausa, até gozar um período de
repouso ou uma pausa. O período de condução pode ser contínuo ou não.
As empresas de transportes devem organizar o trabalho dos condutores de modo a que estes possam
cumprir as regras referentes aos períodos de repouso e trabalho.
As empresas de transportes são responsáveis por qualquer infracção cometida pelos condutores da
empresa, ainda que essa infracção tenha sido cometida no território de outro Estado-Membro ou de um
país terceiro.
Uma empresa de transportes que utilize veículos dotados de tacógrafos digitais deve:
i) garantir que todos os dados sejam descarregados da unidade instalada no veículo e do cartão de
condutor com a regularidade prevista pelo Estado-Membro. A empresa de transportes deve, se
necessário, descarregar os dados relevantes com maior frequência, por forma a assegurar que todos
os dados relativos às actividades realizadas por ou para essa empresa sejam descarregados;
ii) garantir que todos os dados descarregados da unidade instalada no veículo e do cartão de
condutor sejam conservados durante pelo menos doze meses após o registo e, caso um agente
encarregado do controlo o exija, sejam acessíveis, directamente ou à distância, a partir das suas
instalações.
No caso de o veículo não estar equipado com tacógrafo, aplicam-se aos seguintes serviços:
a) Serviços de transporte nacional regular de passageiros; e
b) Serviços de transporte internacional regular de passageiros cujos terminais se situem a uma
distância não superior a 50 km, em linha recta, da fronteira entre dois Estados-Membros e cuja
extensão total não exceda 100 quilómetros.
As empresas de transportes devem estabelecer um horário e uma escala de serviço, indicando, para cada
condutor, o nome, o local a que está afecto e o horário previamente fixado para os diferentes períodos
de condução, outros tipos de trabalho, pausas e disponibilidade. Cada condutor afecto a um serviço deve
ser portador de um extracto da escala de serviço e de uma cópia do horário de serviço.
b) Ser assinada pelo chefe da empresa de transportes ou por uma pessoa com poderes para o
representar;
c) Ser conservada pela empresa de transportes durante um ano após o termo do período abrangido.
A empresa fornecerá um extracto da escala aos condutores interessados que o solicitarem; e
d) Ser apresentada e entregue, a pedido, aos agentes encarregados do controlo.
O tacógrafo é o equipamento instalado a bordo dos veículos rodoviários para indicação, registo e
armazenamento dos dados sobre a marcha desses veículos (distância percorrida, velocidade...), assim como
sobre certos períodos de trabalho dos condutores (condução, pausas/repouso, outros trabalhos e
disponibilidade).
Actualmente existem dois tipos de tacógrafos em uso: o tacógrafo analógico e o tacógrafo digital,
sendo que este último substituirá na totalidade o primeiro.
O tacógrafo analógico
Para que o tacógrafo faça os registos de forma correcta, é fundamental conhecer o significado da
comutação e a identificação dos diferentes grupos de tempo.
A folha de registo (disco) a colocar no tacógrafo foi concebida para receber e fixar os registos. Sobre a
folha de registo os dispositivos de marcação do tacógrafo inscrevem de forma contínua os diagramas a
registar.
A partir do momento em que o diagrama é introduzido no tacógrafo, não pode ser retirado até ao fim do
período de trabalho diário naquela viatura.
O motorista deve retirar o diagrama quando termina o seu período de trabalho e a viatura vai ser usada
por outro motorista
Não pode utilizar diagramas sujos ou danificados, pelo que tem de os proteger de forma adequada sem os
dobrar, riscar ou amolgar. No caso de danificar um diagrama que contenha registos tem que juntar o
diagrama danificado a um outro diagrama para substituição
Tem que utilizar o diagrama sempre que conduz, a partir do momento que toma a viatura a seu cargo.
Não pode retirar o diagrama antes do fim do serviço diário, a menos que haja troca de viatura. Não pode
utilizar o mesmo diagrama na mesma viatura, por um período superior a 24 horas.
Quando toma a viatura a seu cargo o motorista deve efectuar os seguintes registos:
a) Nome e apelido
b) Data e local do inicio da utilização da viatura.
c) Matricula da viatura.
d) Kms da viatura
O motorista deve informar a entidade patronal, por escrito, quaisquer avarias ou funcionamento deficiente
do tacógrafo.
A entidade patronal deve entregar aos condutores o n.º suficiente de diagramas de tacógrafo e assegurar
que o motorista se faz acompanhar dos diagramas exigidos por Lei, não lhe solicitando que os entregue
antes dessa data.
O tacógrafo digital
O tacógrafo digital deve ser instalado e utilizado nos veículos afectos ao transporte rodoviário de
passageiros ou de mercadorias, matriculados em Portugal a partir de Maio de 2006.
Também têm de instalar tacógrafo digital, os veículos afectos ao transporte rodoviário, com data de
primeira matrícula posterior a 1 de Janeiro de 1996, cujo tacógrafo (analógico) sofra avaria ou mau
funcionamento, irreparáveis, que implique a sua substituição.
Não precisam de aparelho de controlo ou tacógrafo digital os transportes efectuados por meio de:
a) Veículos afectos ao transporte de mercadorias e cujo peso máximo autorizado, incluindo o dos
reboques ou dos semi-reboques, não ultrapasse 3,5 toneladas;
b) Veículos afectos ao transporte de passageiros que, de acordo com o seu tipo de construção e o seu
equipamento, estejam aptos a transportar um número máximo de nove pessoas, incluindo o
condutor e se destinem a esse efeito;
c) Veículos afectos ao serviço regular de passageiros, cujo percurso da linha não ultrapasse 50
quilómetros. No caso de transportes regulares de passageiros internacionais, aqueles cujos terminais
da linha se encontram a uma distância de 50 quilómetros em linha recta de uma fronteira entre dois
Estados-membros, e cuja linha não ultrapasse um percurso de 100 quilómetros.
d) Veículos cuja velocidade máxima autorizada não ultrapasse 30 km/hora;
e) Veículos ao serviço ou sob o comando das forças armadas, da protecção civil, dos bombeiros, das
forças policiais;
f) Veículos afectos aos serviços de esgotos, de protecção contra inundações, serviços de água, gás e
electricidade, manutenção da rede viária, recolha de lixo, telégrafos e telefones, correios,
radiodifusão, televisão e detecção de emissores ou receptores de televisão ou rádio;
g) Veículos utilizados em situações de urgência ou em operações de salvamento;
h) Veículos especializados afectos a serviços médicos;
i) Veículos que transportem material de circo ou de feira;
j) Veículos de pronto-socorro;
l) Veículos submetidos a testes rodoviários para fins de aperfeiçoamento técnico, reparação ou
manutenção e veículos novos ou transformados que, ainda, não tenham sido postos em circulação;
m) Veículos utilizados em transportes não comerciais de bens para fins privados;
n) Veículos utilizados na recolha de leite nas quintas ou na devolução às quintas de contentores para
leite ou lacticínios destinados à alimentação do gado.
De acordo com o disposto na Portaria 222/2008 os veículos afectos à instrução e a exames de condução
encontram-se isentos das disposições relativas aos tempos de condução/repouso e dispensados da
obrigação de instalar e ou utilizar o aparelho de controlo (tacógrafo).
Pode ser ligado a outros dispositivos por intermédio de conectores adicionais (porém a inclusão de
funções ou dispositivos, homologados ou não, no aparelho de controlo, ou a sua ligação a ele, não devem
interferir, real ou potencialmente, com o seu funcionamento correcto).
Proporciona o direito de acesso selectivo aos dados e funções em conformidade com o tipo e/ou a
identidade do utilizador. Regista e memoriza dados na sua memória e em cartões tacográficos.
O aparelho de controlo tem a função de registar, memorizar, exibir, imprimir e transmitir (ou dar saída
para meios externos) os dados relativos às actividades do condutor.
A instalação, activação, verificação, calibração, inspecção e reparação do tacógrafo digital só pode ser
efectuada por entidades devidamente certificadas pelo Instituto Português da Qualidade - IPQ.
A activação de um aparelho de controlo é feita por intermédio de um cartão de centro de ensaio, com
introdução do correspondente código de identificação (PIN code).
O aparelho de controlo ou tacógrafo digital está sujeito a inspecções para verificação sobre o seu
funcionamento e precisão dos seus registos e leituras.
Há lugar a inspecção:
- após qualquer reparação do aparelho;
- sempre que se verifique alteração do coeficiente característico do veículo ou do perímetro efectivo
dos pneus das rodas;
- quando a hora (UTC) do aparelho de controlo apresentar desfasamentos superiores a 20 minutos;
- quando a matrícula do veículo (VRN) for alterada.
As inspecções periódicas terão lugar pelo menos uma vez no prazo de dois anos (24 meses) após a última
inspecção.
CARTÕES TACOGRÁFICOS
O cartão tacográfico é um cartão inteligente (com um chip incorporado) que comporta uma aplicação
destinada à sua utilização com o aparelho de controlo e que permite determinar a identidade (ou o grupo
identificativo) do titular, bem como a transferência e a memorização de dados.
A inobservância das normas relativas à utilização do tacógrafo digital está sujeita às penalidades
estabelecidas no regime sancionatório previsto para as infracções em matéria de tempos de condução e
repouso e de utilização do aparelho de controlo.
. Memorizar os dados de identificação do cartão e do seu titular. Estes dados são utilizados pela UV para
identificar o titular do cartão, facultar correspondentemente funções e direitos de acesso a dados e
assegurar a responsabilização do titular do cartão pelas suas actividades.
O cartão tacográfico destina-se a ser utilizado por um dispositivo de interface na UV mas pode também
ser utilizado por qualquer leitor de cartões (por exemplo, um computador pessoal), o qual deve dispor de
direitos plenos de acesso à leitura de dados de utilização.
O condutor não pode utilizar um cartão defeituoso ou cujo prazo de validade tenha caducado, ou de que
tenha sido declarada a sua perda ou roubo.
Durante o prazo de validade, não poderá ser retirado ou suspenso sob nenhuma justificação, a menos que
se comprove que tenha sido falsificado, que o condutor utilize um cartão de que não é titular, ou ainda se
tiver sido obtido com falsas declarações ou através de documentos falsificados.
A empresa pode ser titular do número de cartões de empresa que considere necessários. O prazo máximo
de validade, dos cartões de empresa, é de cinco anos.
Quando a empresa suspender ou terminar a sua actividade, deve devolver à entidade emissora o cartão ou
cartões de empresa que lhe tenham sido emitidos.
É compatível a titularidade simultânea de cartão de empresa com cartão de condutor. No entanto, não é
admitida a titularidade de cartão de empresa com cartões de centro técnico e de controlo.
Os cartões de centro de ensaio, devem ser preenchidos com a designação do centro de ensaio e da pessoa
habilitada a efectuar operações técnicas e têm o prazo máximo de validade de um ano.
Podem requerer cartões de centro de ensaio ou centro técnico as entidades que para o efeito tenham sido
certificadas pelo IPQ, designadamente;
- fabricantes ou representantes legais de fabricantes estrangeiros de veículos, que tenham instalações
fabris em Portugal, em cujos veículos seja necessário instalar tacógrafos digitais;
- fabricantes de carroçarias de autocarros nos quais seja necessário instalar tacógrafos digitais;
- fabricantes e representantes legais de fabricantes estrangeiros de tacógrafos digitais e as suas oficinas
concessionárias;
- oficinas de reparação de veículos do ramo mecânico ou eléctrico que efectuem operações de
instalação, activação, calibração, reparação e verificação periódica de tacógrafos.
O cartão de centro de ensaio só pode ser utilizado pelo técnico que nele está identificado, sendo
obrigatória a devolução do cartão à entidade emissora quando esse técnico deixar de trabalhar no centro
de ensaio.
Não é admitida a titularidade simultânea de cartões de centro técnico com os outros cartões tacográficos.
Os cartões de controlo têm sempre a designação do organismo de controlo e são emitidos com o prazo
máximo de validade de cinco anos.
Sempre que o possuidor de um cartão de controlo deixar de prestar serviço nos organismos de controlo
ou nos corpos de segurança encarregados da vigilância e controlo dos transportes rodoviários, os cartões
deverão ser devolvidos à entidade emissora ou organismo de controlo.
Não é admitida a titularidade simultânea de cartões de controlo com os outros cartões tacográficos
(condutor, centro técnico e empresa).
A unidade do veículo deve poder descarregar dados da sua memória para meios externos de memorização,
seja da UV seja do cartão do condutor.
As empresas proprietárias ou locatárias de veículos equipados com tacógrafo digital devem proceder à
transferência ou descarga de dados da unidade veículo (UV) e dos cartões dos condutores para qualquer
meio fiável de armazenamento externo, cujo formato seja compatível com o sistema de ficheiros do
Windows XP ou equivalente.
A transferência ou descarga de dados, consiste na cópia (conjuntamente com assinatura digital) de uma
parte ou de um conjunto completo de dados memorizados na memória do veículo ou na memória do
cartão de condutor.
A transferência pode ser integral ou parcial, na condição de que não haja descontinuidade dos dados.
Quando seja parcial, os dados relativos ao último dia da transferência precedente devem ser incluídos.
A transferência de dados, do cartão ou da UV, não pode alterar nem apagar nenhum dos dados
armazenados.
A transferência ou descarga de dados dos cartões dos condutores deverá fazer-se, nos seguintes prazos e
situações:
- Pelo menos em cada 28 dias, para garantir que não aconteça sobreposição de dados;
- Quando o condutor deixar de trabalhar para a empresa;
- Em caso de caducidade do cartão;
- Antes da devolução do cartão ao órgão emissor quando tal seja exigível.
A transferência de dados da unidade intraveicular deverá fazer-se, nos seguintes prazos ou situações:
- Pelo menos, em cada três meses;
- Em caso de venda ou restituição de veículo locado;
- Quando se detecte um mau funcionamento da UV, mas seja ainda possível a descarga de dados.
Todas as empresas proprietárias ou locatárias de veículos equipados com tacógrafo digital são obrigadas a
manter os dados transferidos, guardados e disponíveis na empresa durante, pelo menos, um ano, a contar
da data do seu registo.
As empresas proprietárias ou locatárias de veículos equipados com tacógrafo digital deverão dispor dos
mecanismos de segurança necessários para garantir as condições de integridade, confidencialidade e
disponibilidade dos dados armazenados.
Estas entidades podem proceder, junto das pessoas singulares ou colectivas que efectuem transportes
rodoviários, a todas as investigações e verificações necessárias para o exercício da sua competência
fiscalizadora.
Os funcionários do IMTT, I. P., com competência na área da fiscalização e no exercício das suas funções,
desde que devidamente credenciados, têm livre acesso aos locais destinados ao exercício da actividade das
empresas.
O processamento das contra-ordenações e aplicação das coimas compete ao IMTT, I. P., e observa o
regime geral das contra-ordenações. O IMTT, I. P., organiza o registo das infracções cometidas.
As infracções são classificadas de acordo com o seu grau de gravidade em: Leves, Graves e Muito
Graves.
Pessoa colectiva: 100 a 300 € Pessoa colectiva: 400 a 2000 € Pessoa colectiva: 1200 a 6000 €
Motorista 100 a 300 € 200 a 600 € 600 a 1800 €
Contra-Ordenações - Tipologia
Empresa Motorista
Leve Insuficiência de papel de impressão, no caso Utilização de cartão de condutor ou folhas
dos tacógrafos digitais de registo sujos ou danificados, ainda que
com dados legíveis
Inobservância da transmissão de dados, sem
a respectiva perda, nos prazos e situações
referidas nos pontos 5 e 6
Grave Falta de verificação do tacógrafo Utilização de cartão de condutor
deteriorado ou danificado, em caso de
Utilização de folha de registo não conforme dados legíveis
com o modelo homologado
Utilização do cartão tacográfico, quando
Utilização de tacógrafo analógico em tenha havido alteração dos dados relativos
veículo sujeito a tacógrafo digital ao titular do mesmo, sem que tenha sido
requerida substituição nos 30 dias seguintes
Utilização de tacógrafo que se tenha à data em se produziu a causa determinante
avariado durante o percurso ou se tenha da alteração
verificado funcionamento defeituoso, se o
regresso às instalações da empresa for Incumprimento da obrigação de requerer,
superior a uma semana no prazo de sete dias, a substituição do
cartão de condutor, em caso de danificação,
Falta de folhas de registo de dados no caso mau funcionamento, extravio, furto ou
do tacógrafo analógico roubo
Muito Falta de aparelho de controlo, tacógrafo Recusa de sujeição a controlo
grave analógico ou digital, em veículo afecto ao
transporte rodoviário de passageiros ou de Condução de veículo equipado com
mercadorias, em que tal seja obrigatório tacógrafo sem estar inserido a folha de
registo, no caso de tacógrafo analógico, ou
Manipulação do aparelho de controlo ou a o cartão de condutor, no caso de tacógrafo
instalação no veículo de quaisquer digital
dispositivos de manipulação mecânicos,
electrónicos ou de outra natureza, que Falta de cartão de condutor ou utilização de
falseiem os dados ou alterem o correcto e cartão caducado por qualquer dos membros
normal funcionamento do tacógrafo, sem da tripulação afectos à condução de veículo
prejuízo da responsabilidade criminal equipado com tacógrafo digital
A tentativa e a negligência são puníveis, sendo, nesse caso, reduzido para metade os limites mínimos e
máximos referidos nos números anteriores.
Medidas cautelares
Se o infractor não for domiciliado em Portugal e não pretender efectuar o pagamento voluntário da
coima, deve proceder ao depósito de quantia igual ao valor mínimo da coima prevista para a contra-
ordenação praticada.
Se o infractor declarar que pretende pagar a coima ou efectuar o depósito e não puder fazê-lo no acto da
verificação da contra-ordenação, é-lhe concedido um prazo para o efeito, sendo-lhe apreendidos os
A falta de pagamento ou do depósito implica a apreensão do veículo, que se mantém até ao pagamento ou
depósito ou à decisão absolutória.
O veículo apreendido responde nos mesmos termos que o depósito pelo pagamento das quantias devidas.
Sempre que da apreensão de um veículo resultem danos, para as pessoas ou bens transportados ou para o
próprio veículo, cabe à pessoa singular ou colectiva que realiza o transporte a responsabilidade por esses
danos.
Até há pouco tempo, o desempenho da função de motorista exigia apenas a titularidade de carta de
condução da respectiva categoria. Com a publicação desta regulamentação, passa a exigir-se aos
profissionais do transporte uma qualificação profissional, garantindo-se mais conhecimentos e
competências.
Aos motoristas titulares de carta de condução válida para veículos das categorias C e C+E e subcategorias
C1 e C1+E e das categorias D e D+E e subcategorias D1 e D1+E passa a ser exigida uma carta de
qualificação de motorista, emitida pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I. P.
(IMTT, I. P.), pelo período máximo de cinco anos.
A qualificação comprovada pelo CAM é válida pelo período de cinco anos, contados a partir da data do
exame ou da conclusão da formação contínua, consoante o caso.
O CAM obtido na sequência da formação de qualificação inicial permite a obtenção de carta de condução
para veículos das categorias C e C+E e subcategorias C1 e C1+E, a partir dos 18 anos de idade, conforme
previsto na alínea c) do n.º 2 do artigo 126.º do Código da Estrada, sem prejuízo das demais exigências
legais.
O CAM é emitido pelo IMTT, I. P., podendo esta competência ser delegada por despacho do presidente
do conselho directivo do IMTT, I. P.
Qualificação inicial
O CAM obtido na sequência da qualificação inicial comum habilita o seu titular a obter a carta de
qualificação de motorista para a condução nas seguintes condições:
a) A partir da idade de 18 anos, veículos das categorias C e C+E;
b) A partir da idade de 21 anos, veículos das categorias D e D+E.
O acesso à formação de qualificação inicial comum não depende da posse prévia da carta de condução
correspondente.
A formação de qualificação inicial comum tem a duração de 280 horas, distribuídas da seguinte forma :
Transporte de mercadorias
MÓDULO
UNIDADE DE FORMAÇÃO Nº de
Designação
Horas
Transporte de passageiros
MÓDULO
UNIDADE DE FORMAÇÃO Nº de
Designação
Horas
3.1 Sinistralidade 21
7
3.2 Prevenção da criminalidade no transporte
4. Formação prática
4.1 Condução individual 21
(21H)
O CAM obtido na sequência da qualificação inicial acelerada habilita o seu titular a obter a carta de
qualificação de motorista para a condução nas seguintes condições:
a) A partir da idade de 18 anos, veículos das subcategorias C1 e C1+E;
b) A partir da idade de 21 anos, veículos das categorias C e C+E e subcategorias D1 e D1+E;
c) A partir da idade de 23 anos, veículos das categorias D e D+E.
O acesso à formação de qualificação inicial acelerada também não depende da posse prévia da carta de
condução correspondente.
A formação de qualificação inicial acelerada tem a duração de 140 horas, distribuídas da seguinte forma:
Pesados de Mercadorias
MÓDULO
UNIDADE DE FORMAÇÃO
Designação Nº de Horas
3.1 Sinistralidade 14
4. Formação prática
4.1 Condução individual 14
(14H)
Pesados de Passageiros
MÓDULO
UNIDADE DE FORMAÇÃO
Designação Nº de Horas
3.1 Sinistralidade 14
7
3.2 Prevenção da criminalidade no transporte
4. Formação prática
4.1 Condução individual 14
(14H)
São admitidos a exame os candidatos que tenham concluído a formação há menos de dois anos.
Os exames são compostos por uma prova escrita constituída por 60 perguntas de escolha entre quatro
respostas, perguntas de resposta directa, ou uma combinação dos dois sistemas.
Os exames têm a duração de duas horas e são classificados na escala de 0 a 100 valores, tendo cada
questão igual cotação. A aprovação em exame depende da obtenção de, pelo menos, 60 % da pontuação
atribuída à prova.
As inscrições para os exames são apresentadas colectivamente pelas entidades formadoras, até ao último
dia do mês anterior àquele em que se pretenda realizar o exame, através de aplicação informática
disponibilizada pelo IMTT.
Em caso de reprovação, o candidato poderá apresentar individualmente a sua candidatura a novo exame.
O candidato só pode realizar o exame se comparecer no local indicado à hora marcada, munido de cartão
de cidadão, bilhete de identidade ou outro documento de identificação válido e em bom estado de
conservação.
Em caso de não comparência a exame, e a requerimento do interessado, pode ser justificada a falta
determinada por motivos atendíveis, devidamente comprovados, sendo facultada ao candidato a
possibilidade de realização do exame na época seguinte, com dispensa de pagamento de nova taxa de
inscrição.
Em caso de reprovação, o examinando pode consultar a sua prova no prazo de dez dias úteis após a
realização do exame. A decisão é proferida nos quinze dias úteis seguintes, sendo notificada ao reclamante.
Formação contínua
A formação contínua é obrigatória de cinco em cinco anos, antes do fim da validade do CAM, e tem a
duração de trinta e cinco horas leccionadas por períodos de pelo menos sete horas.
A formação contínua tem como objectivo a actualização dos conhecimentos fundamentais para a
actividade do motorista, com especial destaque para a segurança rodoviária e a racionalização do consumo
de combustível.
Os motoristas de veículos de mercadorias que pretendam conduzir veículos de passageiros, apenas são
obrigados à frequência e exame das matérias específicas ao transporte de passageiros. Os motoristas de
veículos de passageiros que pretendam conduzir veículos de mercadorias, apenas são obrigados à
frequência e exame das matérias específicas ao transporte de mercadorias.
A formação é ministrada por entidades formadoras licenciadas pelo IMTT, sendo titulado por alvará,
emitido pelo prazo de cinco anos, renovável mediante a comprovação de que se mantêm os requisitos
previstos no artigo seguinte. Antes de se inscrever numa acção de formação o motorista ou candidato a
motorista deve informar-se junto do IMTT se a entidade se encontra devidamente licenciada.
Os cursos de formação carecem de homologação prévia pelo IMTT, a qual é emitida pelo prazo de cinco
anos, renovável mediante a comprovação de que se mantêm os requisitos necessários ao seu
funcionamento.
O exercício da profissão de motorista sem a carta de qualificação de motorista (CQM) constitui contra -
ordenação punível com coima de € 1000 a € 3000. Se o motorista possui CQM, mas não a tiver em sua
posse também comete uma contra-ordenação, sancionada com coima de € 50 a € 150.
Se o infractor não pretender efectuar o pagamento voluntário, deve proceder ao depósito de quantia igual
ao valor mínimo da coima prevista para a contra–ordenação praticada.
O pagamento voluntário ou o depósito referidos no número anterior devem ser efectuados no acto de
verificação da contra -ordenação, destinando -se o depósito a garantir o pagamento da coima em que o
infractor possa vir a ser condenado, bem como das despesas legais a que houver lugar.
Se o infractor declarar que pretende pagar a coima ou efectuar o depósito e não puder fazê-lo no acto da
verificação da contra -ordenação, devem ser apreendidos a carta de condução e o livrete e título de registo
de propriedade ou o certificado de matrícula do veículo até à efectivação do pagamento ou do depósito.
No caso previsto no número anterior devem ser emitidas guias de substituição dos documentos
apreendidos com validade não superior a 90 dias, renovável.
A falta de pagamento ou do depósito nos termos dos números anteriores implica a apreensão do veículo,
que se mantém até ao pagamento ou depósito ou à decisão absolutória.
O veículo apreendido responde nos mesmos termos que o depósito pelo pagamento das quantias devidas.
Os motoristas referidos na alínea b) do n.º 1 devem obter a formação contínua e os correspondentes CAM
e carta de qualificação de motorista, nos seguintes termos:
a) Até 10 de Setembro de 2012, os que nesta data tiverem idade não superior a 30 anos;
b) Até 10 de Setembro de 2013, os que nesta data tiverem idade compreendida entre 31 e 40 anos;
c) Até 10 de Setembro de 2014, os que nesta data tiverem idade compreendida entre 41 e 50 anos;
d) Até 10 de Setembro de 2016, os que nesta data tiverem idade superior a 50 anos.
Alguns Estados Membros optaram por averbar na carta de condução o código (restrição) 95. Desta forma
o motorista precisa de se fazer acompanhar apenas da carta de condução. Tanto uma situação como a
outra são válidas e têm de ser aceites pelos restantes Estados Membros.
Os Estados Membros podem optar por registar a certificação na carta de condução (código 95) ou por
emitir um documento de modelo uniformizado (Directiva 2003/59). Qualquer das situações tem de ser
reconhecida mutuamente pelos Estados Membros.
O condutor pode optar por frequentar o curso de actualização no país onde reside ou no país onde se
encontra sediada a empresa para a qual trabalha.
A formação que recebeu, assim como a Carta de Qualificação de Motorista é válida para trabalhar em
qualquer Estado Membro. Nenhum trabalhador pode ser impedido de trabalhar noutro Estado Membro,
pelo facto de ser oriundo de outro Estado Membro, nem lhe podem vir a ser exigidos requisitos que não o
sejam para os trabalhadores locais.
Contudo, nesta fase inicial de implementação têm vindo a surgir alguns problemas, nomeadamente
quando a carta de condução foi emitida em país que optou por averbar a certificação na carta de condução
(código 95), mas realizou o curso em país diferente. Neste caso, o país emissor da carta de condução pode
não reconhecer o certificado de formação emitido pela entidade formadora e não proceder ao
averbamento do código 95.
Ex: Na Holanda optaram por averbar a certificação na carta de condução (código 95). Se o condutor
apresentar um certificado a comprovar que realizou o curso na Alemanha, ou na França, este não é aceite
pelas autoridades holandesas, pelo que não lhe será averbada a certificação na carta de condução. Espera-
se que esta situação seja ultrapassada rapidamente.
A situação pode ser ainda mais complicada se o condutor realizar metade da formação em cada um
daqueles países. A legislação permite que a formação se realize em períodos de 7 horas distribuídas por 5
anos. Nada impede que esses períodos de formação ocorram em diferentes Estados-Membros. No
momento de averbar a certificação podem surgir alguns problemas na validação da formação. Para evitar
problemas os motoristas devem iniciar e concluir o curso no mesmo local.
Uma vez que o condutor pode optar se quer realizar o curso no país onde reside, ou no país onde
trabalha, deve ter a preocupação de se informar sobre os sistemas de certificação em ambos os países e
optar por realizar a formação onde lhe for mais conveniente.
Têm acesso à formação contínua, os motoristas estrangeiros com residência habitual ou que trabalhem no
território nacional.