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Universidade Zambeze Disciplina: Física I

Lição n0 6: Dinâmica de um
Faculdade de Ciências e Tecnologia Sistema de Partículas (SP)

Cursos: Engenharias, Elétrica e Civil Semana: 03 – 07/04/2013


Aula Teórica
Docente: Msc. Enfraime Jaime Valoi (valoi.enfraime@uzambeze.ac.mz)
Subtemas:
 Centro de Massa  Massa Reduzida
 Posição de Centro de Massa (CM)  Momentos, Angular e de Froça
 Velocidadecomo
Mecânica e Áceleração
ciência do CM  Energia Cinética de um S.P
 Leis de Newton  Conservação de energia de S.P

V. Dinâmica de um Sistema de Partículas

Nos capítulos anteriores, discutimos a teoria da dinâmica de uma partícula. Agora vamos
considerar a situação de várias partículas, que é o mais importante e realístico. É importante
também salientar que na discussão vamos considerar partículas com massas constantes.

V.1 Centro de Massa

O centro de massa de um sistema de partículas é o ponto que se move como se toda a massa do
sistema estivesse concentrada nele e como se todas as forças actuantes estivessem a ser aplicadas
no mesmo ponto, em outras palavras, pode-se considerar o centro de massa como sendo o ponto
onde está concentrada a massa do sistema, ou do corpo.

V.1.1 Posição de Centro de Massa (𝒓𝑪𝑴 )

A posição de centro de massa, é definida pelo vector-posição. Para tal vamos considerar um
conjunto de pontos materiais de massas, 𝑚1 , 𝑚2 , … , 𝑚𝑖 que ocupam as posições, 𝑟1 , 𝑟2 , … , 𝑟𝑖 , então
definimos a posição do seu centro de massa pela expressão,
𝑚1 𝑟1 + 𝑚2 𝑟2 + … + 𝑚𝑖 𝑟𝑖 ∑𝑖 𝑚𝑖 𝑟𝑖
𝑟𝐶𝑀 = = , 𝑜𝑛𝑑𝑒, 𝑀 − é 𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (5.1)
𝑚1 + 𝑚2 + … + 𝑚𝑖 𝑀
Levando em consideração partículas distribuidas no sistema tri-dimensional, então a posição de
centro de massa será dada pelas coordenadas em causa, isto é,

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1 1 1
𝑥𝐶𝑀 = 𝑀 ∑𝑛𝑖 𝑚𝑖 𝑥𝑖 (𝑎), 𝑦𝐶𝑀 = ∑𝑛𝑖 𝑚𝑖 𝑦𝑖 (𝑏) 𝑒 𝑧𝐶𝑀 = ∑𝑛𝑖 𝑚𝑖 𝑧𝑖 (𝑐) (5.2)
𝑀 𝑀

⃗⃗ 𝑪𝑴 )
V.1.2 Velocidade de Centro de Massa (𝑽

Dado o vector-posição, relação (5.1), por derivação podemos definir a velocidade de centro de
massa, isto é,
𝑑𝑟𝐶𝑀 1 𝑑𝑟𝑖 𝑚1 𝑣1 + 𝑚2 𝑣2 + … + 𝑚𝑖 𝑣𝑖 1
⃗ 𝐶𝑀 =
𝑉 = ∑ 𝑚𝑖 = = ∑ 𝑚𝑖 𝑣𝑖 (5.2)
𝑑𝑡 𝑀 𝑑𝑡 𝑚1 + 𝑚2 + … + 𝑚𝑖 𝑀
𝑖 𝑖

Levando em consideração que 𝑃𝑖 = 𝑚𝑖 𝑣𝑖 , então podemos reescrever (5.2) na forma,


1 𝑃⃗
⃗ 𝐶𝑀 =
𝑉 ∑ 𝑃𝑖 = (𝑎) 𝑜𝑢 𝑃⃗ = 𝑀𝑉
⃗ 𝐶𝑀 (𝑏) (5.3)
𝑀 𝑀
𝑖

Onde, 𝑃 = ∑𝑖 𝑃𝑖 é a quantidade do movimento total do sistema. Em outras palavras, isso sugere


que, a quantidade de movimento do sistema é a mesma que se teria se toda massa fosse concentrada
no centro, movendo-se com velocidade 𝑉𝐶𝑀 . Por essa razão 𝑉𝐶𝑀 é as vezes chamada de velocidade
do sistema.

IV.1.3 Aceleração de Centro de Massa

Assim como a velocidade de centro de massa, para a aceleração de centro de massa, derivamos em
função tempo a relação (5.3), i.e,
⃗ 𝐶𝑀
𝑑𝑉 1 𝑑𝑣𝑖 𝑚1 𝑎1 + 𝑚2 𝑎2 + … + 𝑚𝑖 𝑎𝑖 ∑𝑖 𝑚𝑖 𝑎𝑖
𝑎𝐶𝑀 = = ∑ 𝑚𝑖 = = (5.4)
𝑑𝑡 𝑀 𝑑𝑡 𝑚1 + 𝑚2 + … + 𝑚𝑖 𝑀
𝑖

IV.2 Leis de Newton para Sistema de Partículas


IV.2.1 Primeira Lei

Se um sistema é isolado (isento a interações), sabemos do princípio de conservação da quantidade


do movimento que P é constante, portanto ,

 O centro de massa de um sistema isolado está em repouso ou movendo-se com velocidade


constante em qualquer referência inercial (massas constantes)

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IV. Seguda e Terceira Lei

Agora vamos considerar um sistema 𝑠 não isolado, onde as partículas contidas nele estão
interagido com outras do sistema 𝑠′ e, que juntos (𝑠, 𝑠′) forma um sistema isolado, figura(5.1).

Vamos designar pelo índice i, as partículas que pertencem a 𝑠 e


𝑠
por j, as que pertencem a 𝑠′. O princípio de conservação de
quantidade de movimento para sistema isolado composto por
𝑠′
𝑠 𝑒 𝑠′, é,
Figura 5.1 Interação dos sistemas s e s’
𝑃 = ∑ 𝑃𝑖 = ∑ 𝑃𝑗 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. 𝑜𝑢 𝑃 = 𝑃𝑠 + 𝑃𝑠′ = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. (5.5)
𝑖 𝑗

Vista a relação (5.5), então pode-se dizer que, qualquer variação na quantidade de movimento de
𝑠, deve ser acompanhada por uma variação igual e oposta da quantidade de 𝑠′ e, analiticamente
escrevemos,

∆𝑃𝑠 = −∆𝑃𝑠′ 𝑜𝑢 ∑ ∆𝑃𝑖 = − ∑ ∆𝑃𝑗 (5.6)


𝑖 𝑗

Desta forma, a interação entre 𝑠 𝑒 𝑠′ pode ser descrita como troca de quantidade de movimento.
Agora, derivando (5.6) em função ao tempo, e, em simultâneo calcularmos o limite quando ∆𝑡 →
0, temos,
𝑑𝑃𝑠 𝑑𝑃𝑠′ 𝑑𝑃𝑠 𝑑
=− (5.7) 𝑜𝑛𝑑𝑒, = 𝐹𝑒𝑥𝑡 𝑜𝑢 (∑ 𝑃𝑖 ) = 𝐹𝑒𝑥𝑡 (5.8)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑖

Diz-se força externa (𝐹𝑒𝑥𝑡 ), porque a razão de variação com o tempo da quantidade de movimento
de 𝑠, é devida a sua interação com 𝑠′, então, 𝐹′𝑒𝑥𝑡 , será a força externa agindo sobre 𝑠′, dai que
escrevemos,
𝑭𝒆𝒙𝒕 = −𝑭′𝒆𝒙𝒕 (5.9)
Contudo, a relação (5.9) traduz a terceira lei de Newton, acção e reacção entre 𝑠 𝑒 𝑠′.

É importante salientar que para além das forças externas, também actuam nos sistemas as forças
internas devidas às interações entre as partículas componentes, mas, não foram levantadas nas

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deduções das fórmulas anteriores, porque não produzem qualquer variação na quantidade de
movimento.
Para um sistema de partículas, podemos definir a lei fundamental da dinâmica, ou a equação de
movimento de centro de massa de um sistema de partículas, pela expressão,
⃗ 𝐶𝑀
𝑑𝑉
𝐹𝑒𝑥𝑡 = 𝑀 ↔ ⃗𝑭𝒆𝒙𝒕 = 𝑴𝒂
⃗ 𝑪𝑴 (5.10)
𝑑𝑡

A expressão (5.10), traduz a segunda lei de Newton para sistemas de partículas, isto é,

 O centro de massa de um sistema de partículas move-se como se fosse uma partícula de


massa igual a massa total do sistema e sujeita à força externa aplicada

V.2 Massa Reduzida

Consideremos duas partículas que estão submetidas apenas á interações mútuas, isto é, sobre elas
não agem forças externas, figura 5.2.
𝑧

𝐹12 𝐹21 As equações de movimento para cada partícula


𝑚1 𝑚2
relativamente a um observador inercial 𝑂, são,
𝑟1 𝑟2 𝑑𝑣1 𝐹12 𝑑𝑣1
𝐹12 = 𝑚1 𝑜𝑢 = (5.11)
𝑂 𝑑𝑡 𝑚1 𝑑𝑡
𝑦 𝑑𝑣2 𝐹21 𝑑𝑣2
𝐹21 = 𝑚2 𝑜𝑢 = (5.12)
𝑥 𝑑𝑡 𝑚2 𝑑𝑡
Figura 5.2 Interação de Duas Partículas

Subtraindo as relação anteriores (5.11) e (5.12), tem-se,


𝑑𝑣1 𝑑𝑣2 𝐹12 𝐹21 𝑑 1 1
− = − , 𝑠𝑒 𝐹12 = −𝐹21 , (𝑣1 − 𝑣2 ) = ( + )𝐹 (5.13)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑚1 𝑚2 𝑑𝑡 𝑚1 𝑚2 12

Neste caso a diferença das velocidades, também chamada velocidade de 𝑚1 relativamente a 𝑚2 é


definida como, (𝑣1 − 𝑣2 ) = 𝑣12 , logo,
𝑑 𝑑𝑣12
(𝑣1 − 𝑣2 ) = = 𝑎12 (5.14)
𝑑𝑡 𝑑𝑡

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Desta forma, encontramos a definição para a aceleração de 𝑚1 relativamente a 𝑚2 .

Agora se introduzirmos uma nova grandeza, chamada massa reduzida designada por 𝜇, para o
sistema de duas partículas, resulta,
1 1 1 𝑚1 + 𝑚2 𝑚1 . 𝑚2
= + = ↔ 𝜇= (5.15)
𝜇 𝑚1 𝑚2 𝑚1 . 𝑚2 𝑚1 + 𝑚2
𝐹12
Substituindo (5.14) e (5.15) em (5.13), temos, 𝑎12 = ↔ 𝐹12 = 𝜇𝑎12 (5.16)
𝜇

 O movimento relativo de duas partículas sujeitas apenas às suas interações mútuas é,


relativamente a um observador inercial, equivalente ao movimento de uma partículas de
massa igual à massa reduzida sob acção de uma força igual à força de interação.

Veja que se 𝑚1 ≪ 𝑚2 𝑒 𝑚1 = 𝑚2, de expressão (5.15), podemos definir a massa reduzida por,
𝑚1 𝑚1 1
𝜇= 𝑚1 ≅ 𝑚1 (1 − ) (5.17) 𝑒 𝜇 = 𝑚1 (5.18)
1 + ⁄𝑚2 𝑚2 2

Para chegar a relação (5.17), dividimos os membros de (5.15) por 𝑚2 e levamos em consideração
a aproximação (1 + 𝑥)−1 = (1 − 𝑥).

V.3 Momento Angular e de Força de um Sistema de Partículas

Agora o objecto de estudo é o momento angular de um sistema de partículas. Para tal primeiro
relembrémos a definição do momento linear, so que desta vez, para um sistema de partículas,
escrevendo-a na forma,

𝑃⃗ = ∑ 𝑚𝑖 𝑉
⃗ 𝐶𝑀 = ∑ 𝑃⃗𝑖 (5.19)
𝑖 𝑖


𝑑𝐿
⃗ = 𝑟𝑥𝑃⃗ = (5.20) 𝑒 𝜏 =
𝐿 (5.21)
𝑑𝑡
Para simplificar, vamos considerar duas partículas, então, os momentos angulares serão,
𝑑𝐿1 𝑑𝐿2 𝑑
𝜏1 = 𝑒 𝜏2 = → 𝜏1 + 𝜏2 = (𝐿1 + 𝐿2 ) (5.22)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡

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Desta vez, para além das interações mútuas, suponhamos que cada partícula, está também
submetida a uma força externa (figura 5.3).
𝑧
Então sobre a partícula 1 actuam as forças 𝐹1 𝑒 𝐹12 , e sobre a partícula
𝐹1 𝐹2
𝐹12 𝐹21 2 actuam as forças 𝐹1 𝑒 𝐹21 , logo, defimos o torque como,
𝑚1 𝑚2
𝜏1 = 𝑟1 𝑥(𝐹1 + 𝐹12 ) = 𝑟1 𝑥𝐹1 + 𝑟1 𝑥𝐹12 (5.23)
𝑟1 𝑟2
𝜏2 = 𝑟2 𝑥(𝐹2 + 𝐹21 ) = 𝑟2 𝑥𝐹2 + 𝑟2 𝑥𝐹21 (5.24)
𝑂 Levando em consideração que 𝐹12 = −𝐹21, então, o torque total será,
𝑦
𝜏1 + 𝜏2 = 𝑟1 𝑥𝐹1 + 𝑟2 𝑥𝐹2 + (𝑟2 − 𝑟1 )𝑥𝐹21 (5.25),
𝑥
Figura 5.3 Interação de Duas Partículas
na Presença de Forças Externas

Pela análise da figura 5.3, é fácil ver que o vector ∆𝑟 = 𝑟2 − 𝑟1 = 𝑟21 , tem a direcção da recta que
une as partículas e, as forças 𝐹12 𝑒 𝐹21 , também agem ao longo da mesma recta. Visto isso, os
vectores 𝑟21 𝑒 𝐹21 , são paralelos, então o seu produto vectorial será nulo, isto é, [(𝑟2 − 𝑟1 )𝑥𝐹21 =
0].
Desta forma, podemos reescrever a expressão (5.25) na forma, 𝜏1 + 𝜏2 = 𝑟1 𝑥𝐹1 + 𝑟2 𝑥𝐹2 , logo,

𝑑
𝜏1 + 𝜏2 = (𝐿 + 𝐿2 ) = 𝑟1 𝑥𝐹1 + 𝑟2 𝑥𝐹2 = 𝜏1𝑒𝑥𝑡 + 𝜏2𝑒𝑥𝑡 (5.26)
𝑑𝑡 1
Generalizando o resultado para qualquer número de partículas, obtemos,
𝑑𝐿
= 𝜏𝑒𝑥𝑡 (5.27) 𝑒 𝐿 = ∑ 𝐿𝑖
𝑑𝑡
𝑖

Onde,
𝐿 − é o momento angular total e 𝜏𝑒𝑥𝑡 − é o torque total exercido apenas pelas forças externas
Uma nova lei fundamental da dinâmica de rotação pose ser enunciada, isto é,

 A razão de variação com o tempo do momento angular de um sistema de partículas,


relativamente a um ponto arbitrário, é igual ao torque total, relativo ao mesmo ponto, das
forças externas que agem sobre o sistema.

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𝑑𝐿
Na ausência de forças externas, ou se a soma dos seus torques é zero (𝜏𝑒𝑥𝑡 = 0), então, =
𝑑𝑡
𝑑
(∑𝑖 𝐿𝑖 ) = 0, e, integrando tem-se, 𝐿 = ∑𝑖 𝐿𝑖 = 𝐿1 + 𝐿2 + … + 𝐿𝑖 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡. (5.28), que
𝑑𝑡

constitui o princípio de conservação do momento angular. Em palavra temos,

 O momento angular total de um sistema isolado, ou de um sistema com torque externo igual a
zero, é constante em módulo, direcção e sentido.

V. Energia Cinética de um Sistema de Partículas

Na figura 5.3, suponhamos que ao longo das trajectórias indicadas, as particulas movem-se com
velocidades 𝑣1 𝑒 𝑣2 , dai que, as equações de movimento de cada partícula serão,
𝑚1 𝑎1 = 𝐹1 + 𝐹12 (𝑎) 𝑒 𝑚2 𝑎2 = 𝐹2 + 𝐹21 (𝑏) (5.29)
Nos instantes de tempo ∆𝑡 muito pequenos, as partículas sofrem deslocamentos infinitesimais
𝑑𝑟1 𝑒 𝑑𝑟2 , tangentes a sua trajectória. Se multiplicarmos os respectivos deslocamento em cada
equção resulta,
𝑚1 𝑎1 𝑑𝑟1 = 𝐹1 𝑑𝑟1 + 𝐹12 𝑑𝑟1 (5.30𝑎)
𝑧
𝐹1 𝐹2 𝑚2 𝑎2 𝑑𝑟2 = 𝐹2 𝑑𝑟2 + 𝐹21 𝑑𝑟2 (5.30𝑏)
𝐹12 𝐹21 Agora, somando membro a membro as equações anteriores,
𝑚1 𝑚2
levando em consideração que, 𝐹12 = −𝐹21 , então temos,
𝑚1 𝑎1 𝑑𝑟1 + 𝑚2 𝑎2 𝑑𝑟2 = 𝐹1 𝑑𝑟1 + 𝐹2 𝑑𝑟2 + 𝐹12 (𝑑𝑟1 − 𝑑𝑟2 )
𝑂
𝑑𝑣1
𝑎1 𝑑𝑟1 = 𝑑𝑟 = 𝑣1 𝑑𝑣1 𝑒 𝑎2 𝑑𝑟2 = 𝑣2 𝑑𝑣2 ,
𝑦 𝑑𝑡 1
𝑥
Figura 5.3 Interação de Duas Partículas 𝑑𝑟1 − 𝑑𝑟2 = 𝑑(𝑟1 − 𝑟2 ) = 𝑑𝑟12
na Presença de Forças Externas

𝑚1 𝑣1 𝑑𝑣1 + 𝑚2 𝑣2 𝑑𝑣2 = 𝐹1 𝑑𝑟1 + 𝐹2 𝑑𝑟2 + 𝐹12 𝑑𝑟12 (5.31)


𝑣2 𝑣2 𝐵 𝐵
𝑚1 ∫ 𝑣1 𝑑𝑣1 + 𝑚2 ∫ 𝑣2 𝑑𝑣2 = ∫ 𝐹1 𝑑𝑟1 + 𝐹2 𝑑𝑟2 + ∫ 𝐹12 𝑑𝑟12 (5.32)
𝑣0 𝑣0 𝐴 𝐴
1 1 1 1
No membro esquerdo o integral nos dá, (2 𝑚1 𝑣1 2 − 2 𝑚1 𝑣10 2 ) + (2 𝑚2 𝑣2 2 − 2 𝑚2 𝑣20 2 ) →
1 1 1 1
( 𝑚1 𝑣1 2 + 𝑚2 𝑣2 2 ) − ( 𝑚1 𝑣10 2 + 𝑚2 𝑣20 2 ) = 𝐸𝑐 − 𝐸𝑐0 (5.33)
2 2 2 2
𝐸𝑐 , 𝐸𝑐0 − energias cinéticas totais nos instantes t0 e t

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𝐵 𝐵
Para o membro direito, temos, 𝑤𝑒𝑥𝑡 = ∫𝐴 𝐹1 𝑑𝑟1 + 𝐹2 𝑑𝑟2 (𝑎) 𝑤𝑖𝑛𝑡 = ∫𝐴 𝐹12 𝑑𝑟12 (𝑏) (5.34)
𝑤𝑒𝑥𝑡 , 𝑤𝑖𝑛𝑡 − são os trabalhos totais executados pelas forças externas e internas, respectivamente.
Combinando as três relações anteriores, (5.34), (5.33) e (5.32), escrevemos,
𝐸𝑐 − 𝐸𝑐0 = 𝑤𝑒𝑥𝑡 + 𝑤𝑖𝑛𝑡 (5.35)

 A variação da energia cinética de um sistema de partículas é igual ao trabalho realizado sobre


o sistema pelas forces externas e internas.

V.6 Conservação da Energia de um Sistema de Partículas

Suponhamos agora que as forças internas são conservativas e que, portanto, existe uma função
𝐸𝑃12 que depende das coordenadas de 𝑚1 𝑒 𝑚2 , tal que,
𝐵
𝑤𝑖𝑛𝑡 = ∫ 𝐹12 𝑑𝑟12 = 𝐸𝑃12 0 − 𝐸𝑃12 (5.36)
𝐴

𝐸𝑃12 0 , 𝐸𝑃12 − energias potenciais internas nos instantes t0 e t


Se as forças internas agem ao longo da linha 𝑟12, então, a energia potencial interna não depende
do sistema de referência, mas sim, de 𝑟12.
Substituindo a equação (5.36) em (5.35), então, 𝐸𝑐 − 𝐸𝑐0 = 𝑤𝑒𝑥𝑡 + 𝐸𝑃12 0 − 𝐸𝑃12
(𝐸𝑐 + 𝐸𝑃12 ) − (𝐸𝑐 + 𝐸𝑃12 )0 = 𝑤𝑒𝑥𝑡 (5.37)
Definindo a energia própria do sistema, temos,
1 1
𝑈 = 𝐸𝑐 + 𝐸𝑃12 = 𝑚1 𝑣1 2 + 𝑚2 𝑣2 2 + 𝐸𝑃12 (5.38)
2 2
E para um caso geral de n partículas, escrevemos,
1
𝑈 = 𝐸𝑘 + 𝐸𝑃𝑖𝑛𝑡 = ∑ 𝑚𝑖 𝑣𝑖 2 + ∑ 𝐸𝑃𝑖𝑗 (5.39)
2
𝑖 𝑖𝑗

De relação (5.38), na ausência de forças internas, toda a energia própria é cinética (𝑈 = 𝐸𝑘 ).


Veja que a definição do princípio de conservação da energia, é encotrada pela substituição da
expressão (5.38) em (5.37), isto é,
𝑈 − 𝑈0 = 𝑤𝑒𝑥𝑡 (5.40)

 A variação da energia própria de um sistema de partículas é igual ao trabalho feito sobre o


sistema pelas forças externas.

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É importante salientar que esta lei surgiu como consequência do princípio de conservação da
quantidade de movimento e da hipótese de que as forças internas são conservativas.
Se considerarmos um sistema isolado, no qual, 𝑤𝑒𝑥𝑡 = 0 (ausência de forças externas), mas, sob a
condição das forças internas serem conservativas, então, 𝑈 = 𝑈0 .

 A enrgia própria de um sistema isolado de partículas permanence constante

Assim, se a energia cinética de um sistema isolado aumenta, sua energia potencial interna deve
decrescer pela mesma quantidade, de tal maneira que a soma permaneça constante.

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