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VISAO HUMANA José Henrique Vuolo 4a Edicao INSTITUTO DE FISICA UNIVERSIDADE DE SAO PAULO 2013 1 Fontes luminosas e fotometria 1. Espectros Uma onda eletromagnética pode ser caracterizada pela frequéncia vou pelo compruneuts de onda no véeuo 2, uma vex que ambos obedecem & relagio vrA= onde c= 299792458m/s yy a velocidade da onda eletromagnética no vicuo'. Num meio material de fudice de retracao n, © comprimento de onda muda para A/n, mas a frequéncia da onda contina a mesnin 0 | f ondes ae visio = | A (m) ae tHz - 10° -| as r 102 —] | H~ protinee 2c - el | L108 $B Lio ev tkHz —~ 4 C | 104 Lot a MHz —- | onde long km = | 6 | | }-—— Féeto a - "0 '\~ néeto-onder suree [= 102 84 ici 10 10° im | . Sev vo roo, gS Ue 1 Redar 1072 get T] i Meroondos fg 10 ev 1THz +1912 4 = [ IR dlstante (FIR) 10 ° IR prdximo - 37 Olea eieaa a 3 1 ev Te Luz wistvely 3 | uv préxime = ~— 100 nm r 16 | p A i | [~ UV-vaeuo ee 7 Ratoa-X moles | tnm = 4 kev 1018 + Lot? L Ralos~x duros | '0 1A i: 1977) -197? L 1 Mev 2 [ gf ne | Raios~'Y 1074 aF 35 - Ft Gev 1074 [ yo-16 | V (Hz) + Figura 1: Especiro eletromagnético. ~~ \Gonforme definigéo do padréo metro, (17a Conferéncia Geral de Pesos ¢ Medidas- 1983}, a velucidade de luz no vacuo & um mimero exato e um metro 6 a distincia que a lux percorre em {1/200 702.458 « 1 0.0 300° 400 500 600» 700 A (nm) Figura 2: Eficiéncia luminosa do olho humano ( sensibilidade) Para frequéncias muito altas (raios-X e raios-y), a onda eletromagnética © ysuaimente carcaterizada pela energia do féton, conforme a relagao de Planck-Binstein Ey ~ hi Se Ey 6 energia em joules, Hy/e 6a energia em elétron-volt (eV), onde —« 6 a carga do elétron, sendo e = 1,602177 x 10-7, Os varios tipos de ondas eletromagnéticas constituem o chamado espectro eletromaynético que pode ser representado como na Figura 1, em fungdio da frequéncia, comprimento le onda no vacuo ou energia do foton. A Figura 2 mostra a eficiéncia luminosa (sensibilidade) do olho humano para niveis altos de luminosidade. As curvas mostram que, essencialmente, o olho é sensivel a compri- mentos de onda A entre 400 e 700nm. Na realidade, o olho humano pode ser estimulado numa faixa um pouco maior, entre = 360nm e = 830nm. Como pode ser ubservado na Figura 1, 0 espectro visivel constitui uma parte muito pequena do espectro cletromagnetico A distribuicdo de comprimentos de onda (ou frequéncias ou energias), das ouilas eletro magnéticas emitidas por uma fonte de radiagio é chamada espectro da fonte de radiaao. O espectro 6 denominado continuo quando se extende de maneira continua por larras !aivas de comprimento de onda. O exemplo mais simples de espectro continuo é 0 espectro de um corpo aquecido, discutido na Segio 1.3. A Figura 3 mostra os espectros conitinuus de wi filamento de tungsténio a 2800. ¢ de um corpo negro ideal a 5900 K O espectro é chamado discreto quando é constituido de “linhas espectrais” () exemplo mais comum de espectro discreto é o da radiagéo emitida numa descarga elétrica mim gas em baixa presstio. A Figura 4 representa o espectro da radiagio emitida na descarga vletrica era vapor de meretirio (Hg) em baixa presséo. As intensidades indicadas siio muito aprxinaadas, pois dependem bastante das condigdes e do tipo da descarga. Algumas linhas espectrais sa0 intensas, outras so fracas e algumas muito fracas, que nem sao mostradas. Conie pwxle ser observado, existem muitas linhas intensas no ultravioleta (abaixo de 400 } visivel Yn espectros nornaiizades para nesna Sree 3 Filanento de 3 Va tungsténio w a 2800K & £ ae ios 300 500 700 900 1100 1300 1500 eam Figura 3: Ezemplos de espectros continuos de corpo negro. {Broa LF Cwatt) . t 5 geo a oe 2 or g glk BI) g : - a ebay | 3 7 , 4 a # 3 8 7 | | |! To et ery coterie tery 200 [00 $00 600 700 ry zs, § s ¢ 4 & Fe we |3| wa fe doe F Fp Eq: ultravioleta i as £ Figura 4: Lspectro discreto do Hg para lémpada de baiza pressiio. As intensidades estao ern escala logarstmica e podem ser bastante diferentes conforme a pressio ¢ temperuturu. uy visivel espectro, de espectro de B | avsersdo/ emissdo : 7 2 (a) » Figur intensidade ( de absor¢io € emisséo de de radiagiéo por um “fosforo”. b) 500 \ 30 4 6 750° Alam) a, Exemplo de espectro de uma lampada fluorescente. b. Exemplos de espectros Grea emissora de radiagdo \ dk ~ A — area projetade na diregdo normal a R Figura 6: As grandezas radiométricas sao definidas para a radiagdo observada numa pequena rea 8, proveniente de uma fonte que iem “érea projetada” A Uma linha espectral nao corresponde a um vinieo comprimento de onda, mas é uma distribuigo continua e muito estreita de comprimentos de onda. Para de: vapor, a “largura” da linha aumenta com a pressio e temperatura. Um espectro também pode ser a superposigao de espectros continuo ¢ discretu. Por exemplo, 0 espectro da lémpada fluorescente da Figura 5 inclui linhas espectrais do Hg ¢ 0 espectro continuo devido & fluorescéncia, carga em gas ou 1.2 Grandezas radiométricas e fotométricas As definigées apresentadas a seguir’, se referem & radiacdo incidente numa pequena area 5, auma distancia R da fonte de radiacao (Figura 6). A fonte de radiagdo também & pequena € considera-se sempre a “rea projetada” A, que 6 a projecao da érea da fonte num plano transversal A diregao de observagio. Por exemplo, se a superficie emissora é esférica de raio ra “Grea projetada” A € mr?, correspondente a um disco de raio r 1.2.1. Grandezas radiométricas As grandezas radiométricas so definidas com relacao & poténcia da radiagao em watts, Isto 6, as grandezas radiométricas se referem A energia transportada pela radiacao e, por isto, também so chamadas de grandezas energéticas O fluto de radiagéo (brag) em S 6a energia por segundo que chega em S' transportada pela radiagio. A unidade de fluxo de radiagao no Sistema Internacional de Unidades (SI) 61W=t1d/s A irradidncia em $ € 0 fluxo de radiacao por unidade de area que chega em S re Frat = (W/m). (2) Por exemplo, a irradidncia solar média na superlicie da terra é 1400 W/m? A intensidade radiante € 0 fluxo de radiacao por unidade de Angulo sdlido* rigor, as definigbes somente so corretas para dreas S ¢ A infinitesimais. Quando usadas para Areas pequenas, sempre existe um erro, tanto maior quanto maior for a rea. Angulo sdlido ¢ definido no Apéndice A. ‘Tabela 1: Grandezas radiométricas e fotométricas. Grandeza Simb Grandeza Simb | “Unidade | Radiométrica Fotométrica sl Energia radiante 2 J | - | ims | Fluxo radiante Sra | Wo | Fluxo luminoso pieerae itd Trradiancia Trad | W/m? | Inrainaneia IT | tx =tm/mi | Intensidaderadiante | ira | W/sr_ | Intensidadeluminosa | ium | ed =ln/sr | (Radidncia | R_| W/srm?_| Luminancia Lo} etm | A radidncia é a intensidade radiante por unidade de “4rea projetada” da fonte: R= Seat ‘et (W/m? sr) 4) ‘Todas as grandezas acima se referem 4 energia transportada pela radiagao em todos os comprimentos de onda, Muitas vezes é necessdrio caracterizar a energia transportada pelo radiacao num dado comprimento de onda. Por exemplo, pode ser necessario considerart a radiancia para um dado comprimento de onda A. Neste caso, define-se a radidneia espectral para © comprimento de onda A: Abroa Ra = FoaK (W/m? or), 6) onde Ad, é 0 fluxo de radiagéo numa pequena faixa de comprimentos de onda (-X). A rigor, (AA) ¢ Agraa devem ser considerados infinitesimais. De maneira andloga podem ser definidas a irradiancia espectral, a intensidade radiante espectral ¢ o fluxo radiante espectral. Isto 6, cada uma das grandezas radiométricas tem uma “grandeza espectral” correspondente, para um comprimento de onda definido. 1.2.2 Grandezas fotométricas Fotometria pode ser definida como medigao da iluminagao , entendida como “sensagao vi- sual”. Assim, as chamadas grandezas fotométricas se referem A “quantidade de ilusinagdo” produzida pela radiagdo. Cada grandeza radiométrica tem uma grandeza fotowétrica com respondente, como mostrado na Tabela 1. E evidente que qualquer grandeza fotométrica vai depender diretamente da sensibilidade do olho humano para a radiago considerada, além de depender também do fluxo (energético) da radiagao. A ‘sensagio visual” é bastante subjetiva, podendo variar bastante de individuo para individu. Por isso, na definigéo de grandezas fotométricas, ¢ necessirio utilizar alguma fungio padréo Ky para definir a sensibilidade do olho humano. A funcio K’, utilizada é a chamada eficiéncia luminosa para o observador padréo do CIE®. A curva correspondente 6 mostrada na Figura 2 e sera chamada apenas de eficiéncia luminosa® ou sensibilidade do olho humano. A curva padrao do CIE foi adotada em 1924, e representa a sensibilidade média para um grande niimero de individuos. “Por exemplo, os gréficos da Figura 7 (Lei de Planck) sio para a radidncia espectral. ®Commission Internationale de V'Eclairage, organismo internacional que regulamenta as quesides velacio nnadas com iluminagio. 4A eficiéncia luminosa deve ser distinguida de “efieécia luminosa”, definida a seguir 5 _ Matematicamente, as grandezas fotométricas sio definidas a partir das grandezas radio cas espectrais correspondentes, mas ponderadas pela eficiéncia luminosa K’, (Figura 2) Por exemplo, a lumindneia, é uma grandeza fotométrica definida a partir da radiancia es- pectral Ry por: L= (683) J KyRadd (candeta/m?) (6) As definigdes das principais grandezas fotométricas é dada a seguir. A unidade de fluxo luminoso no SI é 0 himen (Im), cuja definigao mais recente & de 1979 (16a CGPM) Um bimen € 0 fluro luminoso para (1/683) W de radiagdo monocromitica de 3: vm. Isto é, 1 W de radiagao monocromatica de 555 nm, corresponde a fluxo liminoso de 683 lm. Para qualquer outro comprimento de onda, o fluxo de 1W de radiagao provoca uma sensagao visual menor, conforme a curva de eficiéncia luminosa (Ky < 1). O fluxo lnminoso para um comprimento de onda \ qualquer 6 dron(2) = (685 2) dul) (I), a onde d,eq(A) 6 0 fiuxo de radiagao no comprimento de onda A Por exemplo, para um feixe de laser de He-Ne de 1W, \= 632,8nm e¢ Ky ¥ 0,24. 0 fluxo luminoso correspondente & dium = (6831m/W) x IW x 0,24 164lm. Para radiacio ultravioleta (UV: A < 400nm) ou infravermelha (IR: \ > 700 nn), 0 finxo Inainoso é praticamente milo, uma vez que ky © 0 No caso de espectro disereto, em geral existem varios comprimentos de onda e o fluxo Iuminoso total é a soma dos fluxos luminosos: tm) bum = Xbram(A) = (6837 ) Le Praa() K (im) (8) Para espectro continuo, deve ser considerada a integral tm btm = (68357) | Kydbraa(A) (1). (9) onde dérai(A) 6 0 fluxo de radiagao numa faixa de comprimentas de onda d\. A ilumindncia em S (Figura 6) € 0 fluxo luminoso por unidade de rea que chega na rea S+ Prarn 2 T= SB" (tmjm? = tx). (a0) O luz (ic) & a unidade de ilumindncia no SI, definido como 1 himen/m®. A Tabela 2 mostra exemplos de valores de iluminancia recomendados pelo CIE. A intensidade luminosa de uma fonte é 0 fluxo luminoso por unidade de angulo sélido” = tum = (Im/sr = cd). (a) A unidade de intensidade luminosa no SI é a candela (ed), definida em 1979 na WéaCGPM como a intensidade luminosa de uma fonte de intensidade radiante (1/683) 1V/sr na fre quéncia de 5,40 x 10! Hz (© 555mm), ngulo sélido é definido no Apéndice A. ‘Tabela 2: Alguns niveis de imminancia recomendados pelo CIE. Local Tuminincia | Sala residencial 100 | Restaurante 200 tue Quarto de trabalho, sala de aula} 300 ue | Inspegao e selegio de pecas 500 a 1000 luc | | Local de autépsia 10000 luz | Local de cirurgi | 30000 tur | O padrao fotométrico mais antigo (1860) era uma vela de espermacete® de dimensées bem definidas e que queimava a uma taxa de 120g/hora. Em 1909 foi adotada a wela international (international candle) baseada em limpadas de filamenio de carbono, Na 8aCGPM (1933) a candela é definida como (1/60) da intensidade Iuminosa de um corpo negro de lcm? na temperatura de solidificagao da platina (© 2043 ’} e na pressaio de 101325.N/m?. A definigao atual é a da 16aCGPM (1979). A candela é uma nnidade basiea do SI e corresponde a grosso modo & intensidade de uma vela comum, A luminéncia de uma fonte luminosa é a intensidade luminosa por unidade de “area projetada” da fonte: fa rn = c] (linfmPer = edfm?). (a2) A luminancia caracteriza 0 “brilho” de uma fonte luminosa. Fontes luminosas pequenas & intensas, tal como um filamento de uma lampada ou um “arco de solda” tém lwminancias altas. Valores tfpicos de luminancias séo dados na Tabela 1 do Capitulo 2. Fontes luminosas com pequeno fluxo Iuminoso podem ter lumindncias altissimas se A © 2 so pequenos, tal como ocorre num laser, mesmo de baixa poténcia. A eficécia luminosa de uma fonte luminosa pode ser definida como (Im/W), (13) onde Pie 6 a poténcia total “consumida” pela fonte. Parte desta poténcia & convertida em radiagao Grea com eficiéncia yaa = Prad/ Prot. Assim, a eficdcia lmminosa também ser escrita como = brea Stam Prot Prat Para fonte de luz monocromatica, ium = (683) draq Ka, onde Ky Erad Gtum — ONE — tw = turn! Prat « (14) Assim: resulta Im im ™) ky < 683™ wv) & S 8835p Isto , 0 valor maximo possivel para Om € 683lm/W , para uma fonte monocromatica de 585 nm. Para uma fonte monocromética qualquer, dium € menor. As Eqs. 14 ¢ 15 mostram que a eficécia luminosa € € sempre menor que 683 lin/W pois, mesmo que a fonte seja monocromatica em 555nm a eficiéncia cya é sempre menor que | Na pritica, os valores de ¢ so bem menores que 683/m/W , como mostra a Tabela 3. Qtum = (683 (13) ~ 8Bspécie de dleo extrafdo da cabega da baleia cachalote. 7 Tabela 3: Exemplos de eficdcias Iuminosas e temperaturas de cor. Os valores sao bastante aproximados, pois variam bastante conforme fabricante, vida itil, tempo de uso, condigdes de operagio ¢ outros detalhes. Eficécias colocadas entre paréntesis nao incluem perdas no reator e equipamento de controle da lampada: eficécias reais so da ordem de 30% aienores ‘Tipo de iluminacéo. Eficacia luminosa | Te ie Kim) | Luz do sol (direta ) = Luz do dia (do sol + do céu) | — Camisa de lampiio a gas | - Vela, | = | °Plash” fotogréfico | | Arco de carbono alta-intensidade | até 22 00 a 600K | Lampada Hg-média presso-2kW | — ((~60)) 7000 a 8000 K | Lampada Hg- vapor metdlico-2 kW ((~95)) 75000 a 8000 K Lampada Hg-mista-500 W 230 4000 Arco compacto de xendnio-5 kW” ((=60)) 6000 K | Lampada Na~baixa pressio- 200 W = 110 | Lampada Na-alta pressio- 1 kW | Lampada fluorescentes-20-2001” | Lampada PL-25 7 | Lampada SL-25 W 4000 « 8000 K. 4000 a 6000K 4000 a 6000 Filamento de carbono em véewo = Filamento tungsténio-25W vacuo Filamento tungsténio-6OW-gas Filamento tungsténio-100W-gas | Filament tungsténio-5001-gs Lampada hal6gena-Longa duragao | Lampada halgena-Curta durago | | LED vermetho/verde [LED azul/branco _ 1.3 Radiagao do corpo negro Corpo negro ideal é um corpo que absorve toda radiagio incidente. Um corpo negro 6 0 melhor absorvedor de radiagéo e também o melhor emissor. Uma orificio numa. cavidade aquecida funciona como uma boa aproximagao para um corpo negro ideal. O corpo negro é frequentemente usado como padrao de referéncia para espectros de outras fontes de radiacao © para definigées operacionais de grandezas, tal como a temperatura de cor, por exenuplo. A Figura 7 mostra espectros de corpo negro em varias temperaturas’. A radiancia total de um corpo negro na temperatura absoluta T’ é dada pela Lei de Stefan-Boltzmann R=oT onde o = 5,670 x 10° W/m? K* A constante o é chamada constante de Stefan-Boltamann. A poténcia total irradiada rea (proporcional a R) aumenta enormemente conforme aumenta a temperatura 7 °A expressdio matemdtica para Ra é dada pela Lei de Planck (ver Referéncias 5 © 6, por exemplo ) 8 vietvel Waren R 4 emi win? 4000, "2000 Figura 7: Espectros de corpo negro em vdrias temperaturas. Com o aumento da temperatura, aumenta a intensidade e ainda o espectro se desloca para a regido vistvel. Em particular. aumenta bastante a intensidade para luz azul. visivel -| oN i | {1 1 1. 1 ci 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 4 Atm Figura 8 Espectro aprosimado da luz solar ao nével do mar. Um espectro de corpo negro a 5500 K se ajusta razoa velmente ao espectro como um todo. Mas a temperatura de cor é um pouco menor (= 4900 K ), pois estd relacionada apenas com a parte do eapeciro na regiao vistvel, que é um pouco deficiente no azul (a luz direta do sol é “amarelada”) valor de A correspondente ao maximo em Ry é dado pela Lei de Wien Amoz(nm) T(K) = 2,898 x 10° (nmK). 7} Como pode ser observado na Figura 7, conforme aumenta a temperatura, aléz de aumen tar a quantidade total de radiagao (proporcional & area do espectro), o maximo do espectro se desloca para comprimentos de onda mais curtos (Anas diminui conforme a Equacao 17 ) Os dois efeitos contribuem para acentuado aumento da radiago na. regiiio visivel 1.4 Temperatura de cor A temperatura de cor T, de uma fonte luminosa é definida como a temperatura do corpo negro que visualmente tem na mesma cromaticidade que a da fonte luminosa. Isto é, a temperatura de cor 7’ é a temperatura de um corpo negro ideal que tem a mesru aparéncia de cor que a da fonte luminosa. A temperatura de cor é um conceito que depende diretamente da resposia do visita frumana as cores ¢, em geral, pode ser muito diferente da temperatura real da fonte luminosa. A Tabela 3 mostra varios exemplos de temperaturas de cor. Apenas no caso de ui filanento aquecido a temperatura de cor corresponde aproximadamente & real. Nos demiais casos, a temperatura real é muito diferente da temperatura de cor. Uma lampada fluorescente, t40 fria que pode ser tocada com as mios, pode ter temperatura de cor de 8000 K 1.5 Fontes luminosas comuns 1.5.1 Luz do sol O espectro da luz solar, tal como observado na superficie da terra, é bastante complicado devido a absor¢do na atmosfera da terra, espalhamento da radiacdo e varios outros fatores (Figura 8). Em primeira aproximagio, o espectro como um todo corresponde ao de um corpo negro a = 5500.K. A temperatura de cor depende da sensibilidade do olho tmmano & do espectro na regido visivel. Em geral, se considera que a temperatura de cor da luz. vinda diretamente do sol é 4900.K (amarelada). A chamada “luz do dia” (daylight) é a combinagio da Inz do sol (sunlight) com a luz do céu (skylight). A luz do céu é a luz solar espalhada pela atmosfera em diregao a terra. O espalhamento é bem mais intenso para luz azul e violeta. Ao amanhecer e ao entardecer a luz do céu & mais intensa que a propria Inz direta do sol. Ao longo do dia a proporgan entre luz do sol ¢ luz do céu varia bastante no decorrer do dia, mas a luz do dia sempre tem mma proporgio maior de luz azul que a propria luz do sol. Resulta que a temperatura de cor da luz do dia é maior que a da luz solar e é usualmente considerada como 6300 1 Na verdade, a temperatura de cor da luz do dia varia com a hora do dia, com a latitude outros fatores. Uma das fontes luminosas artificiais mais usadas para simular a luz do dia é o chamado iluminante De, do CIE, que tem uma temperatura de cor de 6504 K 1.5.2 Chamas Atualmente, a iluminag&o usando fogueiras, tochas, limpadas a 6leo, velas ¢ lanipides, niio tém muito sentido prético, exceto com fins decorativos, emergenciais ou na inexisténcia de energia elétrica (ao ar-livre, por exemplo), onde o lampiao a gas com camisa (manta de Welsbach ) ainda é utilizado, 10 Entretanto, deve ser lembrado que a iluminagao elétrica é relativamente recente e comecon aser utilizada em larga escala apenas no inicio do século XX. Fogueiras e tochas certamente foram usadas para iluminaggo desde o controle do fogo pelo homem hi centenas de milhares de anos. Lampadas a dleo, feitas de barro on pedra, j4 eram usadas hd 10000 anos, pelo menos. A vela j4 era usada ha pelo menos 5000 anos. Séculos antes de Cristo, os chineses construiram instalagSes para iluminagéo com gas natural, utilizando bambu para canalizagio. Entretanto, o gas nao foi extensamente utilizado até o inicio de 1800. A camisa de Jampiao 86 foi utilizada a partir de 1885. As lampadas de descarga e arcos foram descobertos a partir de 1800, mas geradores elétricos priticos para alimenté-las s6 se tornaram disponiveis a partir de 1850. A lampada incandescente comecou a ser utilizada no final do século XIX. Assim, do ponto de vista de histéria da humanidade, chamas devem ser consideradas como fontes Inminosas importantes 1.5.3 Lampadas incandescentes A lampada incandescente moderna resulta de um longo processo de evolugio desde 1840 até 08 dias de hoje. Varios protétipos e patentes foram obtidos antes de 1880, mas as lampadas eram inviéveis por serem de eficdcia luminosa muito baixa on de duragao muito curta. A primeira lampada comercialmente vidvel foi uma com filamento de carvao patenteada por T.A. Faison, em 1880. Os esforcos continuaram no sentido de melhorar a eficdcia da lampada incandescente. Melhoria significativa foi obtida em 1907, com filamento de tungsté- nio e, em 1913, I. Langmuir construiu uma lampada de filamento de tungsténio ¢ preenchida com gas inerte, que essencialmente corresponde & lampada moderna comam. A partir de 1913, ocorreram melhorias em muitos detalhes tais como materiais utiliza dos, utilizagio de vidro fosco, disco de mica para redugio da circulagio do gas e suportes melhores para reduzir perdas de calor ¢ outras. As melhorias mais significativas na eficacia 56 ocorreram em 1937 com a utilizacio de filamento de tungsténio espiralado e no tinal da década de 50, foi inventada a lampada de halogénio. A lampada incandescente comum é um filamento de tungsténio soldado em 2 suportes metlicos dentro de um bulbo de vidro, preenchido com gas inerte para prevenir a oxidacdo do filamento (Figura 9.2). Recebendo uma poténcia elétrica total Pig, 0 filamento se aquece e atinge una tempera- tura de equilfbrio T’. Uma parte desta potencia ( ¢raa) é irradiada pelo filamento ( conforme a Lei de Stefan-Boltzmann= Eq.16, ¢rac & proporcional a T). Outra parte da poténcia total Pip 0 calor transportado para o ambiente a uma taxa Po, basicamente por cond gdo-convexio do gas!. Assim, Prot Po + Gra % Po + OT" (18) onde C é uma constante. A taxa de transferéneia de calor Pa também aumenia com a temperatura T, mas bem mais lentamente que ¢yad- Para o usudrio, as caracteristicas mais importantes de uma lampada incandescente sao poténcia total, voltagem, eficdcia, temperatura de cor, tempo de vida e custo. ‘Tais ca- racteristicas, diretamente relacionadas entre sie muitas vezes conflitantes, so discutidas resumidamente a seguir. 190 calor é transferido do filamento para o gas adjacente por condugo. O gas aquecide se movimenia (convexdo} e transporta o calor. A condugao de calor para os suportes do filamento é muito pequena. i (b) vistvel infravermelho tungsténio 4. ae | ex | —! (a 80070) ~SUD~CHBO—RE «A (ney Filanento de J saosin a. 2800K vermelho Figura 9: a. Lémpada incandescente. b. Espectro de lampada incandescente de 100 W. Temperatura do filamento: A forma do especiro de um filamento incandescente 6 bastante préxima & de um corpo negro na regido visivel. A Figura 9.b mostra o espectro de um filamento de tungsténio a 2800 K, que corresponde aproximadamente a uma lasupada comum de 100W. Nesta temperatura, apenas uma pequena fragdo do espectro coresponde a radiagao visivel. Além disso, a emissio é bem maior na regiao do vermelho. Por isso, @ lampada incandescente é uma fonte Iuminosa pouco eficiente, como mostrado na Tabela 3 As curvas da Figura 7 mostram que para aumentar a eficécia é necessdrio aumentar @ temperatura, o que aumenta e desloca o espectro para a regiao visivel. Entretanto, a temperatura de fusdo do tungsténio é 3650.K e préximo a esta temperatura, a evaporagio do tungsténio ¢ muito intensa e a vida vtil da kimpada se torna muito curta, devido a desgaste do filamento e enegrecimento do bulbo de vidro. Na prética, nas lampadas de longa duragao, a temperatura é no maximo 3000 K (ver Tabela 3). Pressiio do gas: Para melhorar a eficécia luminosa também é necessério reduzir a poténcia Pg , perdida na forma de calor. Em principio esta perda pode ser reduzida usando gas inerte em baixa pressio ou vdeuo. Entretanto, isto néo é possivel porque a evaporagao do filamento 6 muito intensa nestas condicdes. Por isso, em lampadas de longa duracao © gas fica em pressdo relativamente alta, préxima da presséo atmosférica, Assim, resta a alternativa de minimizar a condugao de calor por outros meios. Em lampadas comuns, o gas utilizado é uma mistura de argOnio (~ 88%) ¢ nitrogénio (= 12%), a uma pressio relativamente alta. © gas criptonio tem menor condutividade térmica e permite maior eficdcia. Entretanto, devido ao alto custo, s6 é usado em lampadas especiais ou muito pequenas. Mesmo pequenas, as ampadas de lanterna com criptOnio tem custo relativamente alto. O filamento espiralado ou duplamente espiralado!’ dificulta a conveccao do gas, reduvindo as perdas de calor e permitindo obter maior eficacia, No passado, algumas lmpadas tinham um disco de mica préximo ao flamento que tinha a fungio de reduzir a conveccéo do gas e assim, a perda por calor. Algumas lampadas modernas de alta poténcia tém disco metélico. ‘Temperatura de cor : Como o espectro é semelhante ao de um corpo negro, a tempera tura real Te a temperatura de cor T, do filamento so aproximadamente iguais ( diferengas da ordem de 1%). Comparando com luz. do dia (, ~ 6500 K ), resulta que a temperatura de cor da lampada incandescente (T, ~ 3000 K ) é insatisfatéria (amarelada) Uma molinha bem fechada com didmeiro pequeno, por sua vez formando uma mola maior 12 A temperatura de cor pode ser modificada artificialmente, usando um filtro espectral. Por exemplo, 0 espectro de um filamento a 3000 K emite muita luz vermelha/amarela Pouca luz azul (Figura$). Assim, se a luz passa por um filtro “verde-azulado", que absorve mais a wz vermelha/amarela, o espectro fica modificado com menos vermelho ¢ mais azul Assim, 0 espectro “filtrado” tem uma temperatura de cor maior, Assim, um filtro “verde- azulado” permite melhorar a “qualidade” da luz da lampada ineandescente, tornando-a ma semelhante & luz do dia ou Iz solar. Tal lampada com filtro pode ser itil em aplicagies espe ciais, (trabalhos especiais, filmagens, fotografias e ontras). Entretanto, para iuminacio em geral, a lampada nio é satisfatéria porque o filtro absorve luz vermelha/amarela e a efic Tuminosa diminui drasticamente. A ‘nica maneira de aumentar a temperatura de cor sem reduzir a eficdcia 6 aumentar a temperatura real até o maximo possivel. Por exemplo, uma Hampada hal6gena pode fumeionar a 3400 K (Tabela 3), mas tera duragdo muito curta de dezenas de minutos. Este tipo de Kimpada ¢ usada em fotografia para melhorar reproducio de cores, mas é ligada apenas durante poucos segundos cada ver. tia Lampada de tungsténio-halogénio Apesar da eficécia baixa, lampadas incandescentes sio bastante confidveis, seguras e nao re- querem reatores ou circuitos de controle. A variedade de lampadas incandescentes é enorme, variando de minisculas limpadas com bulbo da ordem de 2mm até lampadas com poténcia da ordem de kilowatts. Além de variedade de tamanhos € poténcias, existem lampadas com diferentes formas, lampadas com diferentes gases inertes e diferentes presses do gas, lampadas com revestimentos refletores no bulbo, limpadas coloridas ( com filtros coloridos re- vestindo o bulbo). Entretanto, o funcionamento dessas limpadas é essencialmenie 0 mesmo da limpada comum. A nica lmpada incandescente com prinejpio de funcionamento um pouco diferente é a Jampada de tungsténio-halogénio, descrita a seguir. As lampadas haldgenas sio preenchidas com vapor de halogénio (iodo, fluor ¢ bromo) ¢ podem operar em temperaturas mais altas, de 3000 para lampadas de longa duracéo até 3400 K para limpadas especiais com duracdo de dezenas de minutos. O tungsténio evapo rado se combina com o halogénio formando um composto gasoso de tungsténio-halogénio Este composto, quando entra em contacto com o filamento aqnecido se dissovia, sendo 0 halogénio regencrado e 0 tungsténio novamente depositado no filamento, Assim, evita-se 0 enegrecimento do bulbo, possibilitando uma vida itil longa a uma temperatura mais alta. Entretanto, o composto de tungsténio-halogénio também poderia se coudensar num bulbo frio. Por isso, o bulbo da lampada é um pequeno bulbo de quartzo que funciona em alta temperatura, evitando-se assim a condensacao do composto de tungsténio-halogenio. As lampadas de tungsténio-halogénio sao pequenas e tém filamento pequeno. Por isso, sio muito usadas em sistemas de projecdo. Em particular, sio bastante usadas em fardis de antoméveis. Devido ao custo relativamente alto, estas lampadas nao sao exteusivamente usadas em iluminag&o comum, Usualmente sio montadas mum pequeno refletor parabélico, para sistemas especiais de iluminacio. O refletor parabélico dierdico rellete a luz visivel mas apenas cerca de 40% da radiacao infravermelha. Assim, obtém-se uma “luz, fria” no sentido de iluminagao sem aquecimento exeessivo. 1.5.4 Lampadas baseadas em descargas em gases Dispositivos para descargas elétricas em gases comegaram a ser desenvolvidos a partir de 1800. Desde entio, uma enorme variedade de dispositivos para descargas em gases foi de senvolvida, operando com diferentes gases on vapores (Hg, Na, He, Ne, Ar, Xe, kv,..), em 13 Yeveatimento riper de Bg volts) crescents ais no gee ae (b) + Vinee | orn filatnento filamento =| | operagiie e eletrodo e eletrodo | L 7, ‘——asasip—— ae cp = (ay —j—____. Top I (may Figura 10: a, Lémpada fluorescente. b. Caracteristica de descarga em gas. diferentes pressoes (= 0,001 a 300alm), em diferentes regimes (DC, AC, RF on pulsados ) com diferentes tipos de catodos ( frio, quente, sem eletrodos") e outros fatores. A seguir, so discutidas apenas as caracteristicas gerais de tubos de descarga e alguns tipos mais comuns de lampadas. Bm geral, a descarga elétrica é obtida aplicando-se uma tensAo conveniente ao gas por meio de dois eletrodos. A pressao atmosférica, nao é necessério que 0 gas esteja confinado em um tubo de vidro, Neste caso, o gas pode ser o préprio ar ou um gas injetado entre os eletrodos. Para descarga num gas em baixa ou alta pressio, é necessiirio confinar o gas num tubo de descarga. A descarga elétrica é acompanhada de emissio de radiacao pelo gas e, as vezes, por incandescéncia dos proprios eletrodos. No caso de descarga em gas a baixa pressio, 0 espectro é constituido de linhas espectrais bastante estreitas. Entretanto, com o aumento da pressio, as linhas tendem a se alargar e, no caso de pressdes extremamente altas, o espectro pode ser considerado continuo, Um exemplo de tubo de descarga de baixa pressao ¢ 0 tubo de vapor de merciirio iostrado na Figura 10.2. A curva caracteristica de uma descarga elétrica num gas é mostrada qualitativamente na Figura 10.b. Uma vez iniciada a descarga, a tensio diminui conforme a corrente aumenta. A corrente deve ser limitada por meio de um resistor em série (ballast) ou pelo reator'® Entretanto, é necessério ultrapassar uma barreira inicial com uma tensdo muito mais alta (Vaz }, Para iniciar a descarga. Muitas lmpadas tém um “starter” que é um dispositive que permite aplicar pulsos de tensdo elevada para partida (“start”). Além disso, podem existir mecanismos auxiliares para facilitar a partida. Por exemplo, se um filamento 6 momenta- neamente aceso, os elétrons emitidos por emissdo termoidnica sio acelerados pela tensio provocam ionizagéo do gas, facilitando o inicio da descarga. Outro exemplo é a utilizacao de cletrodos auxiliares bem préximos, entre os quais se inicia uma pequena descarga, Una ver iniciada (“ignigdo”) a descarga se “propaga” facilmente entre os eletrodos principais. ‘Tubos de baixa presséo emitem pouca luz por unidade de volume. Isto significa que 0 tubo deve ter dimensdes grandes para emisséo significativa de luz. Resulta que a tensao V de operagio do tubo € telativamente alta da ordem de 110 V ou bem maior*4, ‘op 124 excitagio do tubo de descarga sem eletrodo pode ser obtida por campo magnético pulsado, radiofre- quéncias, bobina ‘Tesla ou microondas. SGeralmente o reator é um indutor, que tem a fungo principal de limitar a corrente no tubo de descarga Mas também pode ser um capacitor ou uma combinagdo de capacitor e indutor. MSomente as pequenas lampadas “neon” funcionam com tensdes relativamente baixas (de = 40 a 60) 14 Em tubos de alta pressio, a emissio de luz pode ser intensa luz num vohume pequeno e distancia entre os eletrodos pode ser pequena da ordem de centimetro (Figura 1é.a). Neste caso, a tensio para iniciar a descarga pode ser relativamente baixa. Este tipo de descarga & chamado de arco e se caracteriza por baixa tensio ¢ alta corrente no ponto de operacao, sendo a temperatura bastante alta"®. A seguir so disentidos alguns tipos de limpadas. 1.5.5 Alguns tipos de lampadas de descarga Lampada de vapor de merciirio de baixa pressio. Um esquema de tubo de Hg de baixa pressio é mostrado na Figura 10.a. Os filamentos ¢ “starter” siio usados para iniciar a descarga elétrica. Além do meretizio, wu pouco de argonio 6 também é colocado para facilitar a partida. O reator é uma bobina { indutor} que tem a fungio de limitar a corrente na lampada, A lampada de merotirio de baixa presséo 6 bastante eficiente em produzir vadiagao. O espectro é constituido de linhas bastante estreitas, como mostra a Figura 4. A waior parte da radiagio emitida ocorre no ultravioleta (UV), especialmente na linha de 253,7nm. A radiagao UV, além de imitil para iluminagdo, é prejudicial ao olho humano e a pele, Além disso, 0 espectro na regiao visivel ¢ desbalanceado nas cores, porque tem luz violeta, aul verde ¢ praticamente nenhuma Iuz vermelha, Por isso, para fins de iluminacio, 0 tubo da lampada de Hg de baixa pressio é revestido com material fluorescente. Lampadas fluorescentes sio discutidas mais detalhadamente na sequéncia. O tubo de merciirio sem o revestimento fluorescente, emite bastante racliagao wltravioleta, ‘© que enconira algumas aplicagbes praticas como aceleragio de reagées quimicas (cura) desinfecgio de dgua e materiais, produgao de ozona e outras. Por exemplo, a intensa linha de 253.7nm tem eficiente agéo germicida. A linha de 184,8nm 6 eficiente para produzix ozona, a partir do oxigénio. Nestes casos, 0 tubo deve ser de quartzo, porque o vidro ecomum absorve bastante a radiagdo abaixo de 300mm. Lampadas fluorescentes Conforme observado, a limpada de mereiirio é bastante eficiente em produzir radiagdo Entretanto, o espeetro do Hg (Fig.4) tem muitas linhas no ultravioleta, que so inateis para iluminagéo, além de serem prejudiciais ao olho humano e A pele. Em 1903, Peter Cooper-Hewit montou um sistema de iluminagao, colocando uma tela flu orescente na frente de uma limpada de arco de merctirio. Essencialmente, este é 0 principio da lampada fluorescente : a radiagao ultravioleta é absorvida por alguma substaucia chamada genericamente de “fésforo” que, em seguida, emite radiagao visivel ( fluorescéncia). A mon tagem de Cooper-Hewit ¢ uma precursora da lampada fluorescente moderna que, entretanto, 86 foi desenvolvida a partir de 1930 ¢ comercializada em 1938. Fotoluminescéncia € a absorcao e emissio subsequente de radiagao por uma substancia. Certos sais (fosfatos, silicatos e boratos) que apresentam fotoluminescéncia sav chamados de “fésforos”. A emissiio de radiagao ocorre em comprimentos de onda mais lungos. como mostra a Figura 5.a, A palavra fluorescéncia!® é empregada quando 0 tempo entre a alssorcan e subsequente emissaio é bastante curto, menor on da ordem de 10-®s. Na “fosforeseeucia”, este tempo 6 muito mais longo (até minutos on mais). Uma extensa variedaude de sais luminescentes foi sintetizada e investigada para aplicago em revestimento de ldmpadas Uma boa descrigio de arcos 6 apresentada nas Referéncias 9 e 10. 28Aparentemente, a expressio vem do cristal luorita (CaF), que é luorescente 1 4000K tensidade in 400 Ainm) 700 400 Ainm) 700 Figura U1: Espectros de lampadas fluorescentes. Em cada caso, é mostrado também o espectro de corpo negro de mesrna temperatura de cor. elas luminescentes para raios-X, mostradores, agentes branqueadores fluorescentes, corantes fluorescentes e outras. Uma lampada fluorescente comum (Figura 10.a.) é um tubo de descarga de vapor de merciirio a baixa pressao, sendo o vidro revestido com algum “fésforo” conveniente ou uma mistura deles. A intensa linha de 253,7nm é a mais importante na excitagao dos fésforos. Conforme os fésforos utilizados na lampada, as caracteristicas do espectro podem ser bas- tante diferentes. A Figura 11 mostra espectros de lampadas fluorescentes com temperaturas decor ~ 4000 K e = 6500 K. Em ambos os casos, a temperatura de cor apenas indica que a luz provoca a mesma sensagéo visual que a de um corpo negro na mesma temperatura ¢ tem pouco a ver com a temperatura real da limpada, Lampadas SL e PL (fluorescentes compactas ) A lampada SL é uma lampada fluorescente compacta pequena, com base semelhante a de uma lampada incandescente comum, mas um pouco maior, Na lampada estiio dispostos 2 ou 3 pequenos tubos fluorescentes de Hg de baixa pressio, curvados e conectados em série. Circuitos de controle ¢ 0 reator ficam na base. As poténcias variam de 5 a 30W, aproximadamente. Esta lampada pode ser usada diretamente como substituigdo da lampada incandescente comum, mas com eficécia pelo menos 2 vezes maior (35 a 801m/W ). ‘A lampada PL tem caracteristicas semelhantes, mas nao tem reator incorporado na propria lampada. A eficdcia nominal varia de 60 a 801m/W. Entretanto esta eficéci nao leva em conta as perdas no reator. Lampada de Hg de média pressao. Um exemplo de lampada de Hg de média pressio é mostrado na Figura 12.a, Os eletrodos so de tungsténio espiralado (ou outra forma conveniente), que sao revestidos de material bom emissor de elétrons. O bulbo interno é de quartzo para resistir a altas temperatura. Um eletrodo auxiliar bem préximo de um dos eletrodos principais permite obter uma pequena descarga que funciona como “ignicao” da descarga entre os eletrodos principais. Um resistor limita corrente no eletrodo auxiliar, enquanto a corrente nos eletrodos principais é limitada por um reator. ‘A descarga inicia-se em pressio abaixo da atmosférica e, depois de alguns minutos, com © aquecimento da lampada, a pressio se torna bem mais alta, chegando a varias atmosferas. Quando a limpada é apagada, é necessdrio esfriar a Jimpada para nova partida. Isto ocorre porque a descarga em alta pressiio é bem mais dificil de ser iniciada do que em baixa presséo. 16 revestimento €lvorescente —> eletrodos princi pais | — bulbo de quartzo —eletrodo auxiliar _ resistor de partida, bulbo externa £ilamento gas inerte Figura 12: a. Ldmpada de arco de Hy. b. Lémpada de Hg mista, Espectros de lampadas de alta pressio so mostrados na Figura 13. As linhas espectrais do Hg sao alargadas ¢ existe um espectro continuo. Esses efeitos também existem em menor intensidade nas lémpadas de pressio média, Existem muitas linhas no ultravioleta e, em geral, a lampada ¢ construfda com revestimento fluorescente depositado no bulbo externo. Este bulbo também tem a fungao permitir aumentar e uniformizar a temperatura do bulbo interno, protegendo-o contra gradientes de temperatura. Usualmenie o bulbo externo é preenchido com gas inerte numa pressio préxima da atmosférica. As lampadas da Figura 12 so apenas exemplos de arco de Hg de média pressio. Existem virios tipos de lampadas de Hg que operam em pressies desde algumas atmosferas (média presso) até cerca de 300 de atmosferas. As lampadas de Hg de média ou alta pressio, mesmo com revestimento fluorescente tém espectro muito azulado e portanto uma temperatura de cor muito alta. Lampada de Hg de luz mista. Na limpada mista, um filamento é colocado em série com 0 bulbo de quartzo, dentro da lampada de vapor de Hg de média pressio (Figura 12.b.). O filamento (incandescente) limita a corrente na lampada e emite luz mais avermelhada, diminuindo a temperatura de cor. Assim, a limpada mista ndo necesita reator externo e tem luz mais agradavel Entretanto, a eficdcia desta lampada é menor que a da lampada de Hg normal. Lampadas de vapor metalico. As lmpadas de vapor metélico sio essencialmente lmpadas de vapor de Hg de média pressio com aditivos tais como iodetos de indio, télio e sédio, que melhoram a eficécia e acrescentam linhas espectrais na regio do vermelho, diminuindo a temperatura de c Lampada de luz negra A limpada de Iuz-negra é uma limpada fluorescente de Hg de baixa ou média pressao, com “fésforo” que emite grande intensidade de radiagio ultravioleta entre 350 ¢ 400mm. Quase toda luz ( visivel) é absorvida no vidro da lampada (“vidro de Wood”), que tem transmissio pequena, apenas no violeta. Assim, a lampada fornece pouca luz direta, no violeta. qT wisi | 285 atm | AE || 4. Ld MM, UL] m a 3 A (nm) Figura 13: Espectros de arcos de merctirio de alta pressdo. (a) | (by | is ah ream) renm) Figura 14: Espectros de ldmpadas de sédio. a. Baia presséo. b. Alta pressdo. as atnm) Figura 15: Espectro de arco compacto de zenénio 18 Com luz negra (UVA), obtém-se efeitos visuais interessantes, porque muitos objetas Comins so fotoluminescentes (papel branco, sabjio-em-p6, roupas, objetos com corantes Iuminescentes, ¢ outros). A lampada também 6 usada na identificagio ou andliso de mate, rials. Por exemplo, pode ser usada na anélise de autencidade de documentos, documentos antigos, cédulas de dinheiro, pinturas outros objetos. Um falsificador pode reproduzir um objeto com aparéncia e cores bem semelhantes ao original. Entretanto, 6 muito mais dificil reproduzir as caracteristicas fluorescentes dos materiais originais, Lampada solar Uma lémpada solar (sunlamp) deve reproduzir o espectro da luz solar, especialmente nas resides de UVA e UVB (Figura 4). Geralmente é uma lampada de merctirio mista, que pode ser ligada diretamente A rede elétrica pois o filamento funciona como reator. 0 fésforo wade permite reproduzir aproximadamente o espectro UVA e UVB da luz solar (ver Figuras 4 ¢ 8). 0 vidro utilizado elimina completamente 0 UVC (ultravioleta abaixo de 280 nm), Estas lampadas so usadas para bronzeamento artificial e fins medicinais, Lampadas de vapor de sédio de baixa pressao. A limpada de Na de baixa pressio contém sédio metélico e uma mistura de gases inertes (Nee Ar) em baixa pressio, Praticamente toda radiagio é nas linhas de 589,0 € 589, 6nm (Figura 14). Como no ha emissio de radiagio ultravioleta, a eficdcia Inminosa é alta, chegando a = 1101m/W. Por ser uma luz amarcla praticamente monocromética, nao ‘uma iluminacao confortével para uso geral, pois nao permite identificagao de cores. B usada na iluminagao de patios e vias piblicas Lampadas de vapor de sédio de alta pressio. Ald de sédio metalico contém merciirio e xendnio. Um espectro tipico 6 mostrado na Figura, 12. A eficécia luminosa chega a = 70im/W e a temperatura de cor é = 2100 K. Arco compacto de Xe. A limpada € construfda eletrodos de tungsténio em bulbo de quartzo com xenénio puro numa pressio até 12atm (na lampada fria). As poténcias variam de dezenas de watts a dezenas de kilowatts usadas para iluminacao de estédios esportivos. A Figura 13 mostra um «spectro tipico de arco de Xe que é essencialmente continuo na regio visivel. Arco de carbono. Em 1809, H. Davy utilizou uma bateria de 2000 células para passar corrente elétrica entre dois bastées de carvato separados de = 10cm. Na descarga, foi produzida uma intensa faisca brilhante em forma de arco Desde entio, a palavra “arco” tem sido utilizada para descargas elétricas, especialmente no caso de altas correntes ¢ eletrodos préximos. Numa limpada de carbono tipica os 2 eletrodos sio bastées de carbono com didmetro de © Jom, corrente da ordem de 60A ¢ tensao da ordem de SOV. A eficdcia luminasa chega a 25lm/W para arcos de alta intensidade. A temperatura na principal regio emissora é cerea de 4000 K ¢ o espectro & continuo (corpo negro), com linhas espectrais bastante largas na regio visivel e no ultravioleta, A temperatura de cor é mais alta (x: 5500 a 6500 K) devido a emissao intevsa de Inz violeta, Conforme visto, os arcos do carbono permitem obter intensidades muito-altas‘@ a luz é emitida em uma regido pequena, Por isso, as limpadas de arco dé carbono foram muito usadas no passado em projetores de cinema, holofotes e iluminagio de areas muito amplas tais como estadios esportivos. 19 Lampadas piloto de neénio ou argonio. Usualmente chamadas de “limpadas neon”, sfio pequenos bulbos com dois eletrodos & Preenchidas com nednio ou argénio (lémpadas “glow”), que fancionam com tensbes relative, mente baixas (60 e 42, respectivamente) e correntes extremamente baixas (<< 1mA). As intensidades luminosas so muito baixas, mas estas lampadas foram extensivamente uti- lizadas como limpadas de sinalizacio (lampadas-piloto) aparelhos elétricos. Atualmente, foram substituidas por LEDs, que funcionam com poucos volts e tém intensidlades luminosox maiores. Tubos luminosos, ‘Tubos de descarga grandes, de baixa pressio ¢ alta voltagem podem ser usados como “luc tminosos”, Conforme a cor, utiliza-se uma mistura de gases (Ne, Ar, Xe, Hg, CO;), com ne6nio em maior porcentagem, em geral 1.5.6 LEDs © LED (“light emitting diode”) é uma fonte luminosa baseada em semicondutores e atual- mente estiio so tornando muito importantes. Os LEDs foram desenvolvidos nos anos 60 ¢ comercializados em larga escala no final da década. A Figura 16 mostra esquematicamente um LED de GaAsP. O principio de funcionamento € a emissio de radiagio devida & recombinagio de elétrons ¢ buracos numa jungio PN de semicondutores’” polarizado diretamente (Figura 17) cria-se um campo elétrico na jungio PN, orientado da regio P para a regio N. Por exemplo, elétrons da regio N sao injetados na banda de condugao da regio P, pela agio do campo elétrico!®. Na banda de valéncia a regio P existem muitos buracos, que sao estados desocupados. Assim, o elétron pode facilmente “cair” no buraco, emitindo um féton com energia By correspondente a diferenca entre sua energia inicial na banda de condugio e a energia final do “buraco” na banda de valencia. A frequéncia ou comprimento de onda do {ton podem ser calculados pela relagao By = hv = he/d. (19) Este é um exemplo de eletroluminescéncia, que consiste na emissiio de radiagéo por um material, por meio da aplicagéo de um campo elétrico, LED emite a radiagio razoavelmente monocromética, Fspectros tipicos de LEDs sho mostrados na Figura 18, Entretanto, esses espectros sio aproximados e podem ser bastante diferentes para diferentes LEDs. Os primeitos LEDs comercializados no final nos anos 60 eram vermelhos (- 650 nm) ¢ tinhamn eficéeia luminosa extremamente baixa, da ordem de 0,2lm/W . Nos anos seguintes, surgiram os LEDs amarelos e verdes, e em anos mais recentes, LEDs azuis e no ultravioleta, As eficécias luminosas dos LEDs aumentaram bastante ao longo dos anos. Atualmente, os LEDs sao fabricados com diferentes semicondutores e com eficdcias superiores As das lampadas ineandescentes. As eficécias atualmente sio bem maiores que © 20 lm/W. ‘Uma outra grande vantagem do LED é o tempo de vida (maior que 30000 hr ), da ordem de 10 vezes maior que de lampadas incandescentes j,Uma descriciio mais detalhada da jungio PN e do LED é apresentada no Apendice B **A forca sobre os elétrons 6 oposta ao campo elétrico 20 Vi ae lente de — arse pldstico NA vee | ee catodo # Fanodo Figura 16: Desenho esquemdtico de um LED simples, 4 3 $ Banda de condu¢de 3 Banda de valéncia Figura 17: Jungdo PN polarizada diretamente. a B G iS Figura 18: Bspectros aprorimados de LEDs vermelho, verde ¢ azul. Figura 19: Espectro de um LED branco: superposigao do espectro de um LED primério azul € do espectro de fluorescéncia, a 3° Sodium-vapour lamp. 1965 Fluorescent lamp 1938 & Halogen lamp Incandescent lamp 1959 1879 Luminous efficacy (ImMW) 8 T ° 1900 1950 2000 Figura 20: Hficdcias jd obtidas para LED branco comparada a outras fontes luminosas. LED de luz branca (LED branco ). Conforme jé observado, os LEDs so bastante monocromaticos. Portanto, néo existe LED simples que emite luz branca, A maneira mais simples! de obter luz branca é a partir de um LED azul, colocando um fésforo adequado na frente, emitindo luz na regitio verde amarelo ¢ vermelho, por fluorescéncia. A Figura 19 mostra o espectro tipico de um LED branco, A Figura 20 mostra a eficécias j4 obtidas para o LED branco. Valores tipicos para LEDs brancos comuns podem ser bem menores da ordem de um 1/3 a metade dos valores mostrados. De qualquer forma indicam que LEDs brancos sao bastante eficientes e promissores Uma alternativa mais complicada é montar LEDs vermelho, verde e azul juntos ( cores primérias). 22 Aplicagées de LEDs. Lampadas-piloto, Os LEDs sio largamente utilizados como limpadas-piloto de instru- mentos, que indicam se o instrumento esté, ligado ou desligndo ou modos de operagio. Atualmente os LEDs praticamente substituiram as pequenas lmpadas incandescentes ou Jimpadas “neon”, que eram utilizadas no passado. Seméforos e lampadas sinalizadoras de automéveis. Em determinadas aplicagées, onde é necessério uma luz razoavelmente monocromética, o LED é muito mais oficaz que uma lémpada incandescente filtrada. Por exemplo, a luz. vermelha de um seméforo comum é obtida a partir de uma limpada incandescente colocando-se um filtro vermelho, que absorve aaul, verde ¢ amarelo. Observando o espectro de emissio da limpada, pode-se ver que para um filtro razodvel, a luz vermelha néo teré intensidade luminosa maior que metade da intensidade total. Se a lampada tem eficdcia que menor que metade daquela do LED verme- ha, conelui-se que o LED vermelho num seméforo é pelo menos 4 vezes inais eficaz. Para luz amarela e verde também os LEDs so muito mais eficazes. Por isso, os LEDs j4 comecam a ser utilizados em seméforos e como lampadas sinalizadoras externas de automéveis, AAlém da grande economia de energia, o5 LEDs apresentam outras vantagens, tais como maior vida ttil, montagem bem mais compacta, maior simplicidade de instalagio, ganho de eficiéncia no difusor e outros fatores. Backlight de telas de cristal liquido (LCD). Mostradores de cristal iquido® nao emitem luz. A imagem s6 pode set vista por meio da luz ambiente tal com em reldgios © calculadoras comuns ou com iluminagio por tras (backlight) tal como em televisores ¢ moni- tores de video. Nestes casos, em geral so usadas lmpadas fluorescentes finas e um sistema complicado para distribuir uniformemente a luz por trés da tela. Painéis de LEDs brancos 4 comecam ser utilizados com grandes vantagens como backlights em TVs e monitores de video (eficécia bem maior, maior vida titil e montagem mais simples e compacta. Muminag&o. LEDs estio substituindo pequenas lampadas para iluminagio tal como em lanternas, lumindrias pequenas, lumindrias de emergéncia, painéis de automéveis, etc. Em lanternas, os LEDs brancos sfio extremamente convenientes jé que a alta eficdcia permite grande economia de pilhas ¢ além disso produzem um feixe luminoso que pode ser facilmente direcionado. Possibilitam desde mintisculas lanternas usadas em chaveiros até lanternas bastante poderosas que tem surgido atualmente, com feixes direcionados de milhares de himens. Para iluminagio ambiente, a utilizacéo de LEDs ainda ¢ um pouco limitada porque os LEDs individualmente no tém poténcia muito grande chegando a poucas dezenas de watts, Mas jé existem montagens compactas com varios LEDs para substituir lmpadas domésticas, com custo ainda relativamente alto. Calculadoras e relégios. Mostradores com LEDs foram extensivamente usados em cal- culadoras e relégios nos anos 70 ¢ inicio dos anos 80. Embora 0 consumo de energia dos LEDs seja baixo, ainda é muito alto para pilhas botio ou pilhas pequenas. Por isso foram substitudos por mostradores de cristal Ifquido (LCDs) que tem consumo de energia bem menor ainda. Mostradores luminosos permanentes. ILCDs nfo emitem luz e por isso exigem backlight no escuro. Por isso, os LEDs ainda s&io usados em certos mostradores que devem set luminosos permanentemente tais como rédio-relégios, painéis de senhas, etc. LCD - Liquid Crystal Display. 2B Apéndice A: ANGULO SOLIDO O Angulo sélido & definido no espago, para uma superficie qualquer S' em relagéo a uma superficie esférica de raio R com centro no ponto P. Isto é, 0 Angulo sélido Q de S’ em relagio a P édefinido por “vv P 2 Se 2 % ~ Bo Mavperticie > > alee onde S, € a “projegiio” de S' na esfera de raio Re com centro em P. A unidade de Angulo sélido é esteradiano (sr'). Se a superficie 5’ se abre completamente até formar uma superficie fechada (fechando dentro dela o ponto P), a projecio de S! sobre a esfera é a prépria area da esfera 47 R? Neste caso, o dngulo sdlido é 2% = 4x sr. Isto 6, o Angulo sélido total que engloba todas as diregdes do espaco 6 4x esteradianos. Uma vez que $, é uma drea qualquer na superficie da esfera, calcular o angulo sélido © para uma superficie S’ arbitréria pode ser bastante dificil. Entretanto, nos 2 casos particulares vistos a seguir, o Angulo sélido pode ser calculado facilmente. Angulo sélido de uma 4rea muito pequena: Quando a érea S é muito pequena (dimensies muito menores que F) e normal A diregiio de P, as dreas S, e S so aproxi- madamente iguais (S. 2 S) e \ Se a drea S' nao é normal & diregdo de P, basta considerar a érea S “projetada” num plano normal & diregio de P Angulo sélido de um cone circular: Um outro caso simples 6 quando a projecio S. tem contorno circular, como mostra a figura, Neste caso, pode ser mostrado que o angulo sblido \ = a ZN a 1 = Q = 2n(1 — cosd) Ba os -— PSS ' t~ ‘ ~~ onde 6 60 Angulo de abertura do cone definido por P e S. 24 — I Yr lacuna g ee ga —_— — — s oO —_— = VM * vu ei WA 's Ned Ne2 NS No>ed Apéndice B: Jungao PN e diodo semicondutor No que segue seré apresentada uma discussio bastante simplificada sobre a condugio de corrente em sélidos (metais, isolantes ¢ semicondutores). Isto é os modelos considerados séo extremamente simples, apenas com o objetivo de se entender as idéias gerais. Um sélido, por exemplo, seré considerado constituido de dtomos iguais, regularmente dispostos numa linha, (rede unidimensional ). Mesmo num metal simples os Stomos esto dispostos numa. rede cristalina tridimensional bem mais complicada. Uma discussio mais detalhada ¢ em nivel razoavelmente simples é apresentada no Capitulo 58 da Referéncia 11. Bandas e lacunas de energia Um étomo individualmente tem niveis de energia discretos para os elétrons, tal como mostrado na figura acima para N = 1. Para 2 stomos juntos, os 2 niveis originais de energia de cada tomo dio origem a 2 niveis ligeiramente diferentes porque cada étomo perturba um pouco 0 potencial do outro. Regra geral, para N dtomos aglomerados cada nivel de energia original gera N néveis de energia préximos. Numa rede cristalina, com um némero absurdamente grande de 4tomos (por exemplo, N ~ 10°) cada nivel de energia original gera um agrupa- mento continuo de niveis que é chamado banda de energia. Bntre as bandas podem existir lacunas de energia, nas quais nao existem niveis de energia. A lacuna é uma faixa de energia proibida para clétrons, por isso As vezes, também 6 chamada banda proibida®! Para niveis de energia mais altos as bandas de energia podem se superpor desaparecendo a lacuna, 71m inglés, “lacuna de energia” & “energy gap”. Por isso, é bastante comum as pessoas se referirem & lacuna como “gap de energia” 25 superficie interior] exterior Oo 0 0 O—— Cons Elétrons de condugao (elétrons “livres”) A figura representa a energia potencial dos elétrons num metal, admitindo um modelo sim- plificado unidimensional, com fons dispostos regularmente ao longo de uma linha (cixo-z). Para o elétron num ponto A, 0 fon exerce uma forte forga de atragéo ¢ a energia potencial correspondente é um "poco” potencial que confina o elétron. Para o elétron em B, a forca resultante é nula e o potencial deve ser um maximo”, Assim, as bandas de valéncia inferio- res ficam confinadas dentro dos pogos potenciais ¢ assim, os elétrons correspondentes ficam confinados ¢ nao podem se mover ao longo do eixo-z. Entretanto, a banda superior tem uma parte acima dos méximos e os elétrons correspondentes podem se mover livremente a0 longo do eixo-z. Esses elétrons podem transportar corrente elétrica e por isso so chamados elétrons de condugio e a banda superior ¢ chamada banda de condugio. 0s elétrons de condugéo nao so completamente livres porque nfio podem escapar do metal. Para um elétron no ponto C, a forca resultante sobre o elétron atrativa para. o interior do metal significando que ha uma barreira de energia potencial na superficie (©) A expresso elétrons “livres” pode ser usada para denominar os elétrons de condugao. A barreira de energia potencial na superficie 6 chamada fungio de trabalho ® do metal. Para escapar do metal, o elétron da banda de condugio deve receber energia > . Abaixo sio resumidos alguns efeitos pelos quais os elétrons podem escapar do metal. Emissio termoiénica. Aumentando a temperatura, aumenta a energia cinética dos elétrons de condugiio e uma pequena fragdo deles pode adquirir a energia > @ e escapar do metal. Em importantes dispositivos ou méquinas que funcionam com feixes de elétrons, os elétrons sio obtidos a partir de um filamento de tungsténio a cerca de 2700 K. Efeito fotoelétrico. 0 elétron da banda. de condugio pode absorver a energia de um féton e-escapar do metal, se a energia do {éton for > @. Muitos dispositivos eletrdnicos, tais como fotocélula, tubos de imagem, etc. funcionam com base no efeito fotoelétrico. Emissio secundéria de elétrons. No impacto de clétrons de alta energia no metal, uma parte da energia pode ser transferida para elétrons de condug&o que assim podem escapar do metal. Importantes amplificadores de corrente (multiplicadores de elétrons) funcionam com base na emissio secundaria de elétrons, maximo ou minimo. No caso $6 pode ser méximo. 26 Condutores, isolantes e semicondutores modelo de bandas permite uma caracterizacao imediata e simples de condutores, isolantes e semicondutores. Um condutor simples tal como um metal é 0 sélido que tem elétrons na banda de condugao (Figura a). Se a banda de valéncia est completa. ¢ a banda de condugio completamente vazia.o s6lido éum isolante (Figura b). O semicondutor é um isolante peculiar (Figura c) para o qual a lacuna de energia (Ey ) é muito pequena. Isto é, se a diferenga de energia E,, entre a banda de conducio e a banda de valéncia é muito pequena o sélido é um semicondutor. Por efeito de temperatura (agitagdo térmica), uma pequena fragio dos elétrons da banda de valéncia pode adquirir energia para “saltar” para a banda de condugéo, Assim, o semicondutor adquire uma pequena condutividade por conta desses elétrons na banda de condugiio. Uma conchusio interessante ¢ imediata deste modelo simples é que a condutividade de um semicondutor deve aumentar bastante com a temperatura. Verifica-se realmente que a resistividade de semicondutores (silicio, germanio, carbono, etc.) diminui com a temperatura, enquanto a resistividade de metais comuns aumenta com a temperatura (por efeito de colisdes entre elétrons ¢ os fons da rede cristalina ) Semicondutores dopados A condutividade de semicondutores puros na realidade é extremamente baixa da ordem de 10° vezes menor que a de metais comuns. Uma maneira de aumentar a condutividade de semicondutores é por meio de dopagem, que consiste em adicionar uma quantidade muito pequena?# de outro elemento no semicondutor. Exemplos simples siio a dopagem do silicio (Si) com fésforo (P) ou com aluminio (Al). O silicio (Z = 14) tem 4 clétrons de valéncia na camada mais externa (tetravalente ) Esses 4 elétrons sfio compartilhados com os fons vizinhos que também contribuem com elétrons e a banda de valéncia fica completamente preenchida (Figura a, a seguir). O fosforo (Z = 15) é um dtomo bem semelhante ao silfcio (Z = 14) e pode facilmente ocupar © lugar de um jon de Si na rede cristalina do Si ( Figura b). Entretanto, o fésforo tem 5 elétrons de valéncia (pentavalente). Desses, 4 elétrons so compartilhados com os fons vizinhos e a banda de valéncia fica completa, mas sobra um elétron que tem que ir para a banda de condug&o. Assim, o silfcio dopado torna-se um condutor com portadores de carga. negativa (elétrons na banda de condugio ). Tal como na proporgao da ordem de uma parte em 10* ou 10° 27 Silicio (Si) => —_semicondutor tetravalente =u (4 elétrons de valencia na dltima camada ) Pésforo (P) => elemento pentavalente Z=15 (5 elétrons na dltima camada) Aluminio (AL) => metal trivalente Z=13 (3 elétrons na itltima camada ) Banda de condugao vazia fs Vif, Banda de valéncia completa Elétrons do P na banda de condugio e ee Yj Banda de valéncia completa Banda de condugao vazia YY), Y Buracos na banda de valéncia 77 SW Si dopado tipo P 28 Um semicondutor dopado tipo N é um semicondutor dopado de forma a ter elétrons na banda de condugao, porque a condutividade adquirida se deve essencialmente aos elétrons que so portadores de carga Negativa. Outro exemplo de dopagem com resultado bastante diferente é 0 silfcio dopado com alum{fnio. O aluminio (Z = 13) 6 trivalente e sé tem 3 elétrons de valéncia na tiltima camada, Eases elétrons so compartilhados com os fons vizinhos de Si (Figura c). A banda de valéncia fica com um buraco que é a falta de um elétron para preenchimento completo. Esse buraco pode-se mover sob a agéo de um campo elétrico como se fosse urna carga positiva. E claro que quem se move realmente é 0 elétron que sai de uma posicéo saltando para um| buraco, mas deixando atrés de si outro buraco que ser& prenchido por outro elétron e criando outro buraco mais atrds e assim por diante, Tudo se passa como se o buraco estivesse se movendo no sentido oposto. Um buraco se move no sentido do campo elétrico da mesma maneira que uma carga positiva. Uma analogia mecdnica com este fendmeno é mostrada na figura abaixo onde uma bolinha metélica cai num liquid sob a ago do campo gravitacional. Mas uma “bolha” (falta de massa) se move no sentido oposto. Um semicondutor dopado tipo P é um semicondutor dopado de forma a ter buracos na banda de valéncia, porque a condutividade adquirida se deve essencialmente aos buracos, que sfio portadores de carga Positiva. 7 (agua —™,) g mom Massa da bolha Corrente elétrica em semicondutores dopados Portadores de carga + elétrons (—e) Portadores de carga > buracos Juncio PN Um dos dispositivos mais importantes de tecnologia eletrOnica é a chamada jungo PN . Um diodo semicondutor 6 basicamente uma junio PN. Em particular, o LED (Light Emitting Diode) @ uma jungdo PN. Transistores e outros dispositivos eletrénicos mais complicados envolvem vérias ou muitas juncdes PN. A Figura mostrada a seguir representa uma jungio PN. De um lado tem-se o semicondutor tipo P e do outro lado um semicondutor tipo N. Ocorre uma migragao de elétrons do lado N para o lado Pe uma migracéo de buracos do lado P para o lado N. Isto cria um excesso de cargas negativas do lado P e um excesso de cargas positivas do lado N. Essas cargas criam um campo elétrico que inibe a continuagéo do proceso de migragho de cargas. A jungio atinge uma situagio de equilibrio mas forma-se uma barreira de energia potencial Ex (se existe um campo elétrico existe uma diferenga de potencial Vz e uma energia potencial Ep = qVs)- No equilibrio, uma camada de espessura d fica esvaziada de cargas. Esta camada é chamada zona de deplegao de cargas. Aplicando-se uma tensio externa & jung&o, a zona de deplecao pode se alargar ou estreitar (ver Figuras na pagina seguinte ). Banda de condugdo Banda de valéncia 30 Banda de condugio acuna sid O50 8088 8 R05 buracos Banda de valéncia. Tuncdo PN nZo-polarizada Polarizagao direfa. + ¥. Polarizagzo reversa Se uma jungao PN é polarizada diretamente aplicando-se uma tensao V, como na Figurab, a barreira potencial diminui e a zona de deplegio se estreita de forma que elétrons ¢ buracos podem ocupar praticamente a mesma regidio. Neste caso, o elétron pode “saltar” para um buraco, emitindo um féton de energia aproximadamente igual & a energia Eda lacune. No final, 0 resultado 6 um proceso continuo de migragéo de elétrons e buracos que se recombinam na jungio, estabelecendo-se uma corrente continua no cirenito, A corrente i pode ser bastante alta dependendo das caracterfsticas da jungio PN e da tensio V,. 31 diodo itm) 4000 | it san direba V(voll) (reversa) 59 V(volt) np OS 40 20 Yeversa 20 UWA) - reversa, Se a jungéo é polarizada reversamente (Figura c), a barreira potencial aumenta ¢ a largura da zona de deplecio também aumenta. Neste caso, praticamente desaparecem a recombinagdo de elétrons-buracos ¢ a migrac&o de cargas. Isto é, a corrente elétrica prat mente desaparece. Um diodo é um dispositivo que s6 conduz corrente elétrica. num sentido. O simbolo do diodo indica 0 sentido de condugao da corrente Observando o comportamento da jungéo PN para tensio direta. e reversa, conclui-se que a jungio PN funciona como um diodo, A corrente direta (para polarizagio direta ) pode ser bastante alta da ordem de dezenas de amperes dependendo do tipo de diodo. A corrente reversa pode ser extremamente baixa, A figura acima mostra aproximadamente a curva caracteristica (i x V)) de um diodo retificador de silicio, Observar que a corrente reversa esta numa escala muitissimo menor que a da corrente direta, O LED é um diodo especialmente construido para emitir luz na recombinago de elétrons ¢ buracos. O materiais so bem diferentes do diodo retificador comum uma vez que a lacuna de energia E, deve ser bastante alta e a montagem deve permitir a saida da luz Referéncias 1. “Lighting”, Encycopaedia Britannica, Vol.14, 1971 Edition, W.Benton, Chicago (1971). 2. The Photonics Handbook - Book 3 - Design and Applications, 40th Editon, Laurin Pub- lishing, Pittfield (1994). 3. F.T,Simon, Modern Iluminants in Optical Radiation Measurements Vol.2, Edited by F.Grum and C.J. Bartleson, Academic Press (1980). 4, R.W. Boyd, Radiometry and the Detection of Optical Radiation, J. Wiley, New York (19) 5. FLL. Pedrotti and L.S. Pedrotti, Introdution to Optics, Prentice Hall (199: 6. V.W, Hughes and H.L. Schultz, Methods of Experimental Physics, Vol. 4, Part A, Atomic Sources and Detectors, Academic Press, New York (1967). 7. Handbook of Chemistry and Physics, 73nd Edition, CRC Press (1992) 8. Manual de urinagéo, Philips Lighting Division, 3a Edigio (1981). 9. L.R. Koller, Ultraviolet Radiation, John Wiley and Sons, Inc., London (1952) 10. B.L. Diffey, Ultraviolet Radiation in Medicine, Adam Hilger ‘Ltd, Bristol (1982) 1. D. , R. Resnick ¢ K.S.Krane Fisica 4, 4a Edigao, Livros Técnicos e Cientificos Editora $.A. (1996). 32 Questdes As questdes devem ser resolvidas de forma bastante livre, usando argumentos razodueis, dados conhecidos ou imformagdes dadas no tezto. 1. Estimar a eficécia luminosa da lmpada de Hg da Figura 4, admitindo que a eficiéncia da lampada em converter energia elétrica em radiagio 6 40% ( ere % 0,4). 2, Estimar aq para uma lampada de sddio de baixa presséio. Qual é 0 valor méximo tedrico da eficécia luminosa para esta limpada? 3. Um feixe de laser de He-Ne de com 1 mW” incide numa parede branca a 3m de distancia e © “spot” tem perfil aproximadamente circular com 2mm de diémetro. Calcular a luminancia do “spot” admitindo que 70% da luz incidente é refletida de maneira totalmente difusa, 4. Um feixe de diodo-laser (A= 640 nm) de com 4mW tem cerca de 3mm de didmetro na saida do laser. A 12m de disténcia o laser forma um “spot” de 3m. Calcular a luminiincia do laser ¢ comparar com valores da Tabela 1 da Seco 2, mostrando que é muito perigoso olhar diretamente para o laser. 5. Bstimar a lumindncia de uma, lampada fluorescente comum de 40 W,, com tubo de 1,2m. de comprimento e 2,5em de didmetro, Admitir eficécia de 60/m/W . Comparar com valor da Tabela 1 da Segio 2. 6. Desprezando reflexes, determinar a poténcia de uma lampada incandescente para pro- duzir uma iluminagdo satisfatéria numa mesa de estudo. Porque o resultado muito maior que 0 razodvel? 7. Antigamente uma lampada de 60W era identificada como uma “lémpada de 60 velas”. Fazer os célculos para verificar se isto é correto. Justificar o resultado do ponto de vista histérico. 8. Por que certas lampadas incandescentes de lanterna so preenchidas com gas cripténio? 9. Explicar detalhadamente o funcionamento de uma lampada de tungsténio-halogénio ¢ qual a sua vantagem. Explicar a expresso “lmpada dicrdica refletora haldgena” 10. A diferenca de energia entre a banda de condugio ¢ a banda de valéneia no lado P de uma jungio PN é 1,9eV ( “gap” de energia). Estimar 0 comprimento de onda da radiagéo emitida pelo LED. Explicar detalhadamente. 11. Fazer um desenho esquemético e explicar detalhadamente o funcionamento de uma lampada de “luz mista” de média pressio. 12. Considerar uma lampada incandescente de 1001 para produzir luz vermelha num seméforo, usando um filtro que transmite somente a lw entre 600 e 700mm . - Explicar porque a. intensidade uminosa transmitida pelo filtro vermelho seré menor que a metade da intensidade total. ~ Se determinado LED vermelho tem eficdcin 501m/W , quantas vezes o seméforo com esses LEDs seré mais eficaz, que o seréforo com lampadas incandescentes? 2 Olho humano Para entender as imagens que continuamente sao percebidas na vida quotidiana, bem como o funcionamento de dispositivos formadores de imagens e de instrumentos éticos, é importante conhecer o funcionamento do olho humano, resumido nesta Secéo. 2.1 Formagio de imagem na retina O olho humano é esquematizado na Figura 1. As dimensdes ¢ indices de refragio indicados sio valores médios para um grande mimero de individuos. A cérnea é uma superficie aproxi madamente esférica (raio & 7,7 mm) e permite a formagdo de uma imagem I., um pouco atrds da retina (Figura 2.). © cristalino 6 uma lente eléstica, que tem a funcdo de corrigir a posigdo da imagem J., formando sempre uma imagem final I, exatamente sobre a retina, conforme a disténcia P do objeto ao olho é modificada. A distancia focal do cristalino 6 modificada pela acdo dos mnisculos ciliares, que permitem maior ou menor achatamento do cristalino. Conforme © objeto se aproxima (p diminui), a imagem J, se afasta e a acéo do cristalino tem que aumentar para manter a imagem I na retina. _= nlisculo citiar cérnea ris 376) \ — humor vitreo cristalino (1,336) (1386) —_S/ nervo Stico coréide humor dquoso 1336) esclerética Figura 1: Desenho esquemético do otho humano. tris objeto cérnea distante etna \ / Ripe)" le ingen formes ‘ 1 tico ‘abertura 0 pupila Figura 2: Funcionamento do olho humano. 34 A cérnea e o cristalino constituem um sistema dtico que, aproximadamente, obedece & equacao para reftagao em superficie esférica de um meio com indice de refragdo n, sendo ar o meio exterior (mr 1): ree « fo poi onde f, é a “distdncia focal”, p a distancia do objeto até a cérnea e i é a distancia da cémea a retina, Uma grande diferenga do olho em relagéo a uma lente comum é que i deve ser uma distdncia definida, enquanto que f, pode variar conforme a ago dos miisculos ciliares sobre o cristalino. Para um olho normal, os miisculos ciliares estéio relaxados quando 0 objeto se encontra a grande distancia, Conforme o objeto se aproxima do olho, a lente do cristalino se modifica, pela ag&o dos miisculos ciliares de modo a formar imagem sempre na retina. O ponto mais prdximo, para o qual ainda é possivel formar imagem na retina é chamado ponto pr6ximo, a uma distincia L, do olho. O valor considerado normal para o ponto préximo é Lyn = 25cm. Bntretanto, 0 valor de L, pode variar bastante de individuo para individuo ¢ também com a idade. Pode ser da ordem de 15em aos 20 anos e da ordem de 50cm aos 50 anos. 2.1.1 Poder dioptrépico de uma lente © poder dioptrépico (em dioptrias ), também chamado “poténcia ética”, é definido para uma lente qualquer como o inverso da distancia focal em metros: 1 Fm) onde o sinal algébrico de f deve ser considerado. Para lente divergente, f <0e P <0. No caso de lente de éculos, o poder dioptrépico é popularmente chamado “grau” da lente. O conceito de lente “forte” ou “fraca”é diretamente relacionado com o poder dioptrépico. Para o olho, a mesma definigao é usada para a distancia focal f, da Equacio 1: P, = 1/f,. P(D) = (D=dioptria) (2) Exemplo 1. Variagao do poder dioptrépico do olho normal. Para um olho normal, a imagem de um objeto distante se forma na retina e i ¥ 2, 440m. O minimo poder dioptrépico ( Prin ) ocorre para objeto a grande distancia, p ~» 00 e 1/p = 0 Substituindo 1/p = 0 e n © 1,34 na Equagio 1: 1 1,34 Prin = > am fo i 0,0244m 5 D O maximo valor do poder dioptrépico ocorre quando p 6 mfnimo (Pin = Dyn = 250m): 1,34 Prac = 7 = —— + Be pees a Paz = lf = 59D fo Pain * i 0,25m * 0,024dm ~°92 om fe Em resumo, 0 poder dioptrépico do olho normal aumenta 4D (de 55 a 59D) con- forme 0 objeto se aproxima desde distdncias muito grandes até 25cm do olho. Entretanto, 0s valores maximo e minimo do poder dioptrépico podem ser muito diferentes, depen- dendo da idade e de defeitos no olho. Bm particular, a diferenga A = Prax — Prin que é a capacidade de acomodagao pode ser bem maior em jovens. 35

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