‘Carvalhoo simbolo, semi-a
plo, a balanca &6
iboliza o Cristianisth
%
A Teorta bo Seno Linciistico or que Signo enio
Voltando 20 CLG
ie preferiu adotar ot
significado
Signo
significante
Introdugao: Tipos de Sinais
Saussure considera a lingua como um sistema de signos formados pela “unio
do sentido da imagem acistica”. Tentemos agora aprofundar essa noo formu
lada pelo mestre genebrino,
Comecemos antes esclarecendo sintticamente alguns pontos bisicos, vest- Retomando a defi
bulares a teoria do signo. A Semiologia (ou Semiética)' distingue dois tipos de si- ;polstica”, verificamos q
nais: 08 naturais ¢ 0s convencionais. O sinal natural manifesta-se em forma de indi-
cio (fisieo), como a fumaga, a trovoada, nuvens negras, rastros, o som, 0 cheiro, a
luz, ete.; ou em forma de sintoma (fisiolégico): a pulsagio, a contragao, a dor, a fe-
|
|
bre, 2 fome, 0 suor, o espasmo, etc. O sinal convencional eavolve maior complexi- pgpao ¢rintnime des
dade e pressupde a existéncia de uma cultura (antropologicamente falando) jé esta arte intoligivel, em opt
belecida, da qual cle é resultado e expressio, produto e instrumento a um s6 tempo. | Por outro lado, ain
Pode apresentar-se em forma de icone, simbolo ou signo.O icone (do grego ei ‘sica, mas a impressio
imagem) & imagistico, por exemplo, uma foto, uma estatueta, um desenho de al- | gem aciistica é 0 signific
guém ou de algum lugar, ¢ caracteriza-se também por ser ndo-arbitrério (v. princi- fae -tidade psiquica de duasf
Pio da arbitrariedade); o signo, totalmente arbitrério, é a propria palavra’, enquanto
1 A Semiologie (ou Semistia) ditere da Lingtistica por sua maior beangéncia:enqusno & Lingstica 60 estudo
entifico da inguagem humana, a Semiologiapreoeupa-se no apenas cor slingunger humana s versel nes or
‘én coms linguagem dos aninmis e de todo e qualquer sistema de comnicagio,sja ele natural ou Convencion
‘Besse modo, a Lingitics inscre-se como uma pare da Semiologia Semfologi eSeristice so termos petmutivels,
Apimeire surgi na Europe, com Saussure x segunda, nos Estados Unidos, como losofo Chases Senders Pesce,
ta Roland Barthes (197212), a Semiologa€ parte de Lingistie, porque "qualquer etme ssmldgicn ropes
sede linguagem”.
j Além da conccprio sausutiana (signo= pales) com que & empregado nese uebuho,o temo signo comporta
08 Signos seriam no sas palavas, mas then os gos, as imagens of son
ico, como 0 apito de um tm, orepicer de um sino, es badas do telegtaf,o tint de uma
Os sineis do trnsto. Comproside-e assim a defnigdo de Peirce (1975: 4): “O signa, ou seu represen
> auc, sb cate aspect ou de alum modo, representa alguma coisa para alguém™
3 ‘nor
ial imagem aces. Ao prin
‘am de tema, conceit amp
26sicos, vesti
tipos de si-
jorma de indi-
m, 0 cheiro, a
ador, a fe-
anos permutives
os Sanders Pires
que o simbolo, semi-arbitrario, é um tipo intermediério entre 0 icone ¢ 0 signo; por
exemplo, a balanga é 0 simbolo da Justica, a espada, simbolo do Exército, a cruz
simboliza 0 Cristianismo (uma vez que seu fundador nela morreu), etc.
Por que Signo e no Simbolo
Voltando a0 CLG (p. 82), convém lembrar, antes de mais nada, por que Saus-
sure preferiu adotar o termo signe (Signo):
Utilizou-se a palavra simbolo para designar 0 signo lingtistico
ou, mais exatamente, o que chamamos de significante. HA incon-
veniente em admiti-lo, justamente por causa do nosso primeiro
principio [o da arbitrariedade do signo]. O simbolo tem como ca-
racteristica nio ser jamais completamente arbitrrio; ele ndo esta
vazio, existe um rudimento de vinculo natural entre o significante
0 significado. O simbolo da justiga, a balanga, nfo poderia ser
substituido por um objeto quaiquer, um carro, por exemplo.
A Natureza do Signo
Retomando a definigdo inicial do signo como a “unidio do sentido e da imagem
aciistica”, verificamos que o que Saussure chama de “sentido” é a mesma coisa que
conceito ou idéia, isto 6, a representago mental de um objeto ou da realidade social
‘em que nos situamos, representagao essa condicionada, plasmada pela formacio
sociocultural que nos cerca desde o betgo. Em outras palavras, para Saussure, con-
ceito é sindnimo de significado, algo como a parte espiritual da palavra, sua contra-
parte inteligivel, em oposigao ao significante, que é sua parte sensivel.
Por outro lado, a imagem actistica “ndo ¢ o som material, coisa puramente fi-
sica, mas a impressio psiquica desse som" (CLG, 80)°. Melhor dizendo, a ima-
gem actistica é o significante. Com isso, temos que o signo lingiiistico é “wma en-
tidade psiquica de duas faces” (CLG, 80), semelhante a uma moeda e que Saussu-
re representou pela seguinte figura:
imagem acistica
5. Mais tarde, Jobson oa Escola Fonoligiea de Praga ico extabelecer definiivamente a dising2o etre som mate-
Fale imagem actstica, Ao primeiro desgnaram dene, objeto de estuda da Ponétca. A imagetn westica denomin
‘um ds fonema, conceitoamplamentescsitoeconsagredo hoje na Fonologi,
27Os dois elementos ~ significante e significado — que constituem o signo “es-
‘Go intimamente unidos ¢ um reclama o outro” (CLG, 80). Sdo interdependentes €
inseparaveis. Exemplificando, diriamos que quando um falante de portugués re-
cebe a impressio psiquica que Ihe é transmitida pela imagem aciistica ou signifi-
cante /kaza/, gragas & qual se manifesta fonicamente o signo casa, essa imagem
acistica, de imediato, evoca-the psiquicamente a idéia de abrigo, de lugar para vi-
ver, estidar, fazer suas refeigdes, descansar, etc, Figurativamente diriamos que o
falante associa o significante /kaza/a0 significado domus (tomando-se-o termo la-
tino como ponto de referéncia para 0 conceito).
Fazendo uso da figura de Saussure, teriamos neste caso:
Podemos designar, portanto, o significante como a parte perceptivel do signo
€ 0 significado como sua contraparte inteligivel’. £ importante advertir aesta altu-
ra que o signo une sempre um significante a um conceito, a uma idéia, a uma evo-
cago psiquica, e nfo auma coisa, pois, segundo R. Barthes (1972: 46), “o signifi-
cado ndo é uma coisa, mas uma representacde psiquica da coisa”. O proprio Saus-
sure teve 0 cuidado de chamar a atencao para 0 perigo de se supor que o signo une
um objeto. a um nome, a um rétulo. O lingtlista deve ter sempre em mente que “os
termos implicados no signo lingiifstico si ambos psiquicos e estio unidos, em
nosso cérebro, por um vinculo de associagio” (CLG, 80).
Desse modo, o signo lingitistico resulta ser o produto concreto da unio signi-
ficante + significado e, nesse sentido, Emile Benveniste (1971: 142)sintetiza com
feliz propriedade o pensamento de Saussure:
El significante y el significado, la representacién mental y la
imagen acistica son, por lo tanto, las dos caras de una misma
4. Conftontese,»propésite, como panto de vista dos Estices (as que mais aptofundatamas estos fngitens ma
‘Gricin Anciga), segundo os quaisosémeion (Signo) a constalo pola cclaho exsteateexve osemainan Signi