Tradução Feita de Fãs para Fãs: Tradução: Evellyn Santos Revisão: Larissa Balarini

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Tradução feita de Fãs para Fãs

Tradução: Evellyn Santos

Revisão: Larissa Balarini


Capítulo Extra Corte de Névoa e Fúria.

Para Cassian, o Impetuoso e belo general Illyriano dos exércitos de Rhysand,


lidar com o sexo oposto sempre foi fácil e agradável. Mas quando ele é
mandado para o reino humano para enviar uma mensagem do seu Grão
Senhor, Cassian encontra-se novamente confrontando a língua afiada de aço
da irmã mais velha de Feyre, Nesta. Honestamente, desde a primeira tensa
reunião semanas atrás, Cassian estava doido por outra rodada contra a bela
Nesta. Embora ele não tenha admitido isso a ninguém, nem a si mesmo.
Cassian certamente não admitiu que ele pode ter finalmente encontrado
alguém que não é tão facilmente seduzido por seu sorriso rápido e arrogância
inabalável.

Continue lendo para um olhar exclusivo sobre o que aconteceu naquela


segunda reunião privada, e por que o general do Grão-Senhor recusou-se a
divulgar qualquer detalhe dela quando mais tarde retornou à Corte Noturna.
ASAS E BRASAS

Não era que ele estivesse procurando briga, Cassian disse a si mesmo
quando ele circulou por cima da propriedade pela quinta vez, apesar do frio tão
brutal da intempestiva madrugada que poderia roubar a respiração até mesmo
de um guerreiro Illyriano em uma batalha sangrenta. Rhys lhe pediu para
entregar sua última carta às rainhas humanas, já que Az estava ocupado
tentando se infiltrar em qualquer defesa desagradável que eles mantinham ao
redor do palácio, e Mor não queria pisar em reino mortal a menos que fosse
necessário. Amren, naturalmente, estava fora de questão simplesmente porque
ela era Amren e seria como enviar um gato das planícies em pele de cordeiro.
Então só restou ele.

Bom, Feyre também, mas ela e Rhys estavam... ocupados.

E, talvez ele tenha concordado em vir um pouco rápido demais, mas... Cassian
examinou a propriedade, os terrenos lamacentos, descongelados, a aldeia
distante e a floresta que se aproximava. Ele tinha saído de seu primeiro
encontro aqui não inteiramente certo de onde eles tinham parado, ou quem era
superior. E, maldita mãe, nas últimas semanas ele se encontrou remoendo
cada palavra e olhar que ele trocou com ela, uma e outra vez.

Nada disso fora agradável, cada sílaba de sua boca era como farpas viciosas
e... Cassian bufou entre os dentes rasgando e afastando o vento. Ele não
poderia dizer o que era pior, ter pensado tanto sobre isso, ou ele ter corrido tão
rápido para lá. E agora estava... vagando.

O pensamento o enviou para um mergulho rápido e quase imprudente para a


propriedade de telhado verde, o manto de sua magia tornando-o pouco mais
que um vento caído e um boom oco de asas. Os cavalos dos estábulos
vizinhos agitaram-se com a sua aproximação, mas seus cavalariços
examinaram os arredores, não encontrando nada de estranho, retomaram o
seu trabalho.

Cassian tentou não pensar em como era fácil, como essa falta de consciência,
essa falta de instinto, provavelmente lhes custaria à vida se o muro fosse
derrubado. Se alguém como ele transformasse esta propriedade em um terreno
de caça pessoal.

Ele tinha visto isso acontecer na última guerra, não que muitos humanos
tivessem sido ricos o suficiente para possuir propriedades. Mas ele tinha
testemunhado o que tinha sido deixado de campos escravos inteiros quando
um dos feéricos decidiu se divertir. A ideia foi suficiente para ele apertar os
dentes e aperfeiçoar seu foco na porta diante dele.

Eles haviam mandado uma mensagem ontem sobre quando precisamente


esperá-lo. Assim quando ele bateu na porta da frente, foi uma questão de um
batimento cardíaco antes dela ser aberta.

O movimento agudo lhe disse qual irmã o estava esperando.

Contudo, com sua magia escondendo-o, Nesta Archeron e seu rosto


incrivelmente perfeito viram nada além de manchas de neve no gramado
lamacento e o declive que cortava através dele, os paralelepípedos reluzindo
com correntes de gelo derretido. Ela casualmente abriu a porta para que ele
passasse, e falou para a governanta insuportavelmente intrometida que
ninguém estava na porta e que o som tinha sido apenas do vento.

Certo. Porque esvaziar a casa tão frequentemente levantava mais suspeitas do


que era seguro. Especialmente com a outra irmã noiva de um caçador de
feéricos.

A governanta entrou no imaculado vestíbulo para confirmar por si mesma que


não havia ninguém ali, mas Nesta apenas lhe informou que ia subir e não
queria ser incomodada pela próxima hora.

A mulher abriu a boca para questionar, mas Nesta, com uma vulgaridade
bastante impressionante, repetiu sua ordem e começou a subir pela grande
escadaria acarpetada.

Os olhos da governanta diminuíram como fendas quando a jovem se afastou e


Cassian manteve seus passos quietos como a morte quando ele passou em
torno da mulher envelhecida, então subiu as escadas também.

Ele estava tão concentrando mantendo silêncio, mantendo suas asas


apertadas para que elas não se mexessem, que ele mal percebeu o vestido
pesado, roxo pálido, mais simples do que os outros que ele tinha visto Nesta
usando, apertado o suficiente no corpete para mostrar sua cintura fina, as
mangas exibindo seus braços esbeltos. Uma versão mais magra de Feyre e
Elain tirando os seios generosos que ele vislumbrava quando Nesta alcançou o
topo das escadas e virou à esquerda.

Não que ele os olhasse. Muito.

Para qualquer um que olhasse, Nesta estava meramente caminhando para seu
quarto, talvez um pouco rabugenta e atordoada. Mas assim que entrou no
quarto espaçoso, enfeitado com veludos e sedas de vários tons de azul e prata,
fechando a porta de carvalho um momento depois, a pesada e lenta postura
desapareceu junto com o barulho da porta.
Um piscar de olhos foi seu único aviso de desconforto ou surpresa e ele pode
ou não ter deixado suas asas se espalharem um pouco mais quando ela olhou
para ele.

"Você está dez minutos atrasado," ela disse, movendo-se para a parte mais
distante da sala, onde o fogo crepitou contra o frio da primavera. Onde o som
das chamas poderia encobrir suas vozes. Menina esperta.

"Eu tenho outros afazeres, você sabe," ele disse com a mesma calma,
brindando-a com um sorriso.

Como sobrevoar a casa porque ele estava juntando uma lista de insultos para
lançar contra ela, respostas a um diálogo inventado. Como um idiota completo.

"Aqui estava eu", disse Nesta, um pilar de gelo e aço ao lado da lareira,
"pensando ter ouvido você sobrevoando por minutos. Deve ter sido um pombo
preso em uma das chaminés."

Cassian apenas olhou para ela. E ela olhou para ele.

Seu temperamento subiu em uma velocidade vertiginosa com as palavras, a


perfeição absurda dela. Uma lâmina sendo forjada, é o que ela era.

Ele sorriu lento e vicioso, precisamente da maneira que ele tinha aprendido a
fazê-la ver vermelho. Um sorriso que ele instantaneamente soube,
desembainhou aquelas garras adoráveis dela.

"Olá, Nesta. É bom te ver".

Nenhuma reação, nenhum deslocamento em seu cheiro, o sorriso que


normalmente fazia seus inimigos começarem a correr. Nada, exceto pelo
delicado brilho de suas narinas. “Como está minha irmã?”

Se curando, ele quase disse. Tentando superar o fato de que ela está se
apaixonando por Rhys, e ignorando o fato de que ele está apaixonado por ela
há muito tempo. Todos os sinais apontam que eles são parceiros, mas eu não
sou estúpido o suficiente para dizer a nenhum deles.

Então simplesmente disse, "Ocupada".

Um lampejo em sua garganta. "Tão ocupada que não pode se dignar a visitar,
ao que parece."

"Feyre tem muito com que lidar com a situação com Hybern, entre outras
coisas".

Enquanto inclinava a cabeçam, o fogo tirou o brilho dourado do cabelo de


Nesta. Um predador avaliando um oponente digno. – “E qual é o seu papel em
tudo isso?”
Cassian afastou os pés do chão. "Eu comando os exércitos de Rhys."

Seus olhos azuis cintilaram sobre ele em uma varredura que poderia ter
cortado as bolas de um macho menor. "Todos eles?"

"Os mais importantes".

Com um bufar ela olhou para o fogo. Com uma rejeição e desprezo que ele já
conhecia.

Cassian ficou rígido. "E o que exatamente você faz de importante?"

Sua cabeça levantou-se. Oh, isso a tinha atingido.

"Por que eu deveria me incomodar em me defender”, disse Nesta com um tom


frio letal, "para um homem que está tão inflado em seu próprio senso de
importância que não há espaço suficiente na sala para sua enorme cabeça?"

Foi sua vez de piscar.

Então ele estava perseguindo-a, com passos longos diminuindo o espaço entre
eles no tapete ornamentado. Ela não recuou, não deu um passo para trás. Só
ergueu o queixo para olhar em seus olhos enquanto ele se erguia sobre ela,
esticando as asas ligeiramente, e disse entre os dentes, "você tem notícias das
rainhas?"

Suas sobrancelhas se estreitaram. "Líder dos exércitos do Grão Senhor, e


ainda permanece bruto. Você não pode me alcançar com palavras, então você
tenta me intimidar através do seu tamanho."

"Brutamontes"

"Você precisa de mim muito mais do que eu preciso de você. Então eu sugiro
que você simplesmente concorde, dobre essas asas de morcego e pergunte
direito."

Ele não fez tal coisa.

Mas ele deu um passo mais perto, apoiando uma mão na lareira, e se inclinou
o suficiente para respirar o perfume dela.

Levou cinco séculos de treinamento para focar em seus olhos ao invés de


deixar suas mãos rolarem para trás de sua cabeça, para se manter lá ao invés
de enterrar seu rosto no vale entre seu pescoço e seu ombro, para evitar se
aproximar, de... tocar.

Nenhum rubor tomou suas bochechas enquanto ele ajustava a distância entre
eles, uma distancia dificilmente maior do que uma mão entre seus rostos.
Ela era jovem, vinte e dois, vinte e três no máximo. Mas ela tinha um homem?
Ele não deveria ter se importado, ou estar se perguntado, isso não fazia
diferença para ele, mas... normalmente ele podia dizer. Ela... Cassian não
conseguia lê-la. Então ele moveu sua cabeça mais perto, seu cabelo escuro
deslizando sobre sua testa, e ronronou, "Há outras maneiras que eu poderia
jogar com você, Nesta Archeron".

۞
O macho feérico – Cassian – era perigoso.

Claro, que ele era perigoso nas formas esperadas: alto, musculoso, com
habilidades em armamentos e na guerra. Também havia aquelas asas
enormes, e o pequeno fato de que ele era um guerreiro feérico imortal que
serve aos pés do mais poderoso Grão Senhor da história. O Grão Senhor por
quem sua irmã estava agora se apaixonando, se ela tivesse lido direito. O Grão
Senhor já a amava muito, isso estava muito claro.

Mas Cassian era inteiramente perigoso por outra razão. Não por seu rosto
bonito, mas aqueles olhos castanhos... Eles tinham uma maneira de avaliar
tudo e todos.

De pé, encostada à lareira, o fogo estalou contra seu lado esquerdo enquanto
Cassian se erguia sobre ela, perto o suficiente para compartilharem ar. Nesta
conteve sua respiração. Manteve aquele olhar, desejando as palavras
farpadas, a total rejeição.

Ou isto. A oferta dele, o teste.

Sem dúvida, para encontrar outra fraqueza. Havia uma maneira além de suas
defesas a esse respeito?

Jogue direito. Um pequeno sorriso se curvou em seus lábios.

“Se eu quisesse um macho me dando patadas”, disse Nesta, recusando-se a


deixar seu queixo cair. “Preferia um dos cães de caça”.

Aquele sorriso insuportável permaneceu. E Cassian foi direto para a jugular


quando disse: "Você já esteve com um macho, Nesta?"

Mentir ou dizer a verdade, onde estava a vantagem? Então ela simplesmente


disse: "E você?"

Cassian bufou, a respiração dela acariciando seus lábios. "Eu perguntei


primeiro, querida." Ele inclinou sua cabeça, aquele cabelo escuro noturno
deslizando sobre sua sobrancelha como seda. "A menos que você prefira as
fêmeas?"
Não seria insulto se ela o fizesse, mas houve insinuações o suficiente, então
ela colocou sua mão desavergonhada em seu peito. Um músculo esculpido
jazia debaixo dos couros apertados, o calor dele vazando em sua palma.
Fogo... lembrou-lhe o fogo feito corpo. Ela suavemente passou sua mão em
seu peito, sua mão de alguma forma parecendo menor contra a amplitude de
seu torso.

Assassino treinado, predador por nascimento e treinamento.

Arrogante por natureza.

Cassian apenas endireitou-se quando ela ousou dar um passo mais perto,
forçando-se a fazê-lo apenas porque se ele não tivesse se afastado, sua boca
e a dela teriam se encontrado sem nenhuma distância entre eles. "Quem ou o
que eu prefiro não é da sua conta", disse ela. "Não é."

“Você não respondeu à minha primeira pergunta. Ou todas essas outras


perguntas são uma distração?”

"O que é pra você?"

"Mais perguntas." Um sorriso arrogante.

E facilmente, ela encontrou a resposta que ela sabia que iria agarrá-lo.

Nesta roçou seu corpo contra o dele, apenas mais do que um sussurro de um
toque, mas ainda o fez endurecer. Ainda fazia suas pupilas se expandirem para
quase devorar aquelas íris de avelã. Ela cantarolou, "Não, eu não estive." A
verdade. Sua mão escavou naquele peito coberto de couro. "Por que eu
deveria ter me incomodado? Quando eu cheguei à idade, fiquei cercada de
brutos e bastardos de baixa renda. Eu prefiro usar a minha própria mão a me
manchar com deles."

Qualquer diversão desapareceu. Ela poderia ter jurado que ouviu a flecha de
suas palavras atingirem seu alvo. Ela tinha aprendido o suficiente sobre sua
educação. Então ela lhe dissera a verdade e envolveu-a em um maço de
lâminas projetadas para cortá-lo, e ele pensou muito tempo nisso.

Não, ela não tinha estado com nenhum macho, feérico ou humano. Tomas
queria, e ela... alguma parte dela não sabia se havia um futuro com ele. Sabia
sobre seu odioso pai, e que ele não fez nada para impedir o homem de bater
em sua mãe. Ela mal havia deixado Tomas beijá-la, e naquele dia, quando
terminou, ele...

Ela engoliu em seco, apagando a lembrança do que ele tinha dito e feito.
O som de seu vestido rasgado. Não, não tinha ido tão longe, mas... O terror
cego daqueles momentos em que ele tentara... antes que ela gritasse e
conseguisse se livrar. E nunca disse nada a ninguém.

Algo deve ter mudado em seu rosto, em seu cheiro.

Porque a irritação inicial dele desaparecera... Não, mudou. Para algo mais,
algo como... Raiva

Foi isso que estampou o rosto de Cassian.

Raiva pura e ardente.

Roubava-lhe a respiração, qualquer tipo de sentimento de que ela poderia


realmente ter vantagem contra ele foi arrancado, "Quem?".

Ela odiava Tomas, odiava tanto, que às vezes esperava que fosse atropelado
por uma carroça, mas não desejaria a ninguém o tipo de morte que os olhos de
Cassian prometiam.

"Eu não sei do que você está falando", disse ela, e tentou afastar a mão.

Mas ele a segurou, mais rápido do que ela poderia detectar, e prendeu sua
mão lá.

Seu coração batia a galope agora. Um galope estrondoso e poderoso.

Perigoso, perigoso, perigoso, este macho é perigoso.

Apenas pelo fato de que ele a fez se sentir tão fora de controle. Que ela não
tinha ideia do que faria... O que ela faria, se ele a achasse vulnerável por um
momento.

"Alguém te machucou?", Ele disse, sua voz tão gutural que ela mal conseguia
entender.

A ira, a total quietude que ele estava. Era assim quando ele estava prestesa
matar. Queria matar.

Sua mão pressionou a dela, os calos raspando entre elas.

Ela não respondeu. "Mudaria alguma coisa se alguém tivesse feito? Faria você
me ver de forma diferente, me tratar de maneira diferente?"

"Isso me faria caçá-los e quebrar cada osso em seus corpos."

Um arrepio desceu por sua espinha, não por medo dele, mas pela verdade em
sua promessa. A sinceridade.

"Você não me conhece", disse ela. "Porque se importar?".


Cassian rosnou, aproximando-se, sua mão segurando a dela e então parou.
Como se a pergunta o tivesse atingido. Como se a realidade tivesse o atingido.
Ele piscou. "Eu faria isso por qualquer um."

Ela sabia que ele estava falando sério, e ele o faria.

Talvez isso fosse o que a perturbava, fazendo com que ela quisesse machucá-
lo.

A sinceridade absoluta. De quem honrou suas promessas, e não as fez


levianamente. Que ele viu e falou a verdade, da última vez que vieram àquela
casa.

Sua covardia, seu egoísmo. A raiva que a consumira, de modo que queria que
todos morressem de fome, apenas para ver se seu pai inútil se importaria em
salvá-los. E então a pequena Feyre entrou em cena, e Nesta também a odiava
porque Feyre fizera o impensável e os mantiveram vivos.

Ela não sabia o que fazer com aquela raiva. Ainda queimava e a caçava, ainda
a fazia querer rasgar, rugir e partir o mundo em pedaços. Ela sentiu tudo muito
agudamente. Odiava e cuidava, amava e temia, mais do que as outras
pessoas, pensava às vezes. Em momentos podia peneirar entre todas essas
emoções, como se estivesse vestindo conjuntos diferentes de roupas, e
ninguém podia dizer ou se importar.

Exceto ele. Ele podia ver, sentir.

Naquela primeira tarde, ele não olhara para o rosto ou para o corpo o qual os
homens marcavam, mas para ela, e ele tinha visto tudo. Ela queria machucá-lo
por isso antes que ele pudesse revelar essas coisas a todos os outros,
encontrar uma maneira de quebrá-lo para que ele não pudesse...

A mão que a segurava contra seu peito se acalmou. O polegar de Cassian


acariciou o dorso de sua palma, como uma almofada com calos.

Um tronco se moveu no fogo, estalando enquanto as brasas explodiam,


acendendo luz no quarto.

Ela estava olhando para ele. Ele piscou, a boca se separando ligeiramente.

Cassian inclinou-se para ela, e Nesta encontrou-se inclinando a cabeça para


trás, expondo seu pescoço, concedendo-lhe acesso total, e ele roçou seu nariz
contra sua garganta.

۞
Malditos sejam a Mãe e o Caldeirão.
Essa mulher...

Nesta.

Cassian não conseguiu se afastar da linha que era tão claramente traçada
entre eles. Em um momento, ele queria estrangulá-la, e no outro ele tinha lido
aquele terror em seu rosto em relação ao seu próprio passado e ele agiu tão
assustadoramente calmo que ele próprio se estranhou, então... Tudo tinha
parado, estavam dentro do olho de uma tempestade, e lá estava ela.

E naqueles olhos cinza azulado, ele podia ver seus pensamentos girando como
se fossem fumaça sob vidro. Uma mente astuta trabalhando por trás daquele
rosto... Que ele não conseguira tirar de sua cabeça há semanas.

Então ele simplesmente... se moveu.

E então Nesta inclinou-se, permitindo-lhe acesso a sua garganta.

Cada instinto em seu corpo rugiu tão violentamente que teve que sufocá-los
com um aperto brutal ou então ele se encontraria de joelhos, implorando por
um toque, por qualquer coisa.

Mas ele se inclinou e roçou a ponta do nariz ao longo do pescoço dela.

Suave, sua pele era tão macia, tão frágil. Ele podia sentir o sangue mortal
correndo logo abaixo. Cassian respirou fundo e o cheiro dela invadiu seus
pulmões, agitando seu pau, travou em alguma parte intrínseca dele e afundou
suas garras.

Nesta, Nesta, Nesta.

Seus olhos se fecharam, e um pequeno e ofegante som saiu dela enquanto


Cassian roçava seus lábios aonde seu nariz tinha tocado.

Seus joelhos quase se dobraram quando sua mão esbelta escavou em seu
couro de combate. Ele tentou não pensar no que sentiria com essas mãos em
outras partes dele. Agarrando-o; acariciando-o.

Mais, mais, mais, seu corpo cantou.

Ele inclinou a cabeça e beijou outro ponto, mais perto de sua mandíbula.

Seu batimento cardíaco era frenético como as asas de um beija-flor, embora


seu corpo permanecesse apertado e solto em todos os lugares certos, um
rubor se espalhava por aqueles belos seios dela. Grande o suficiente para
encher as mãos, para acariciar até que ela estivesse implorando por ele.

Sua pulsação batia bem abaixo de sua boca. Sua língua roçou-a.

Foi esse toque que a fez voltar a si.


Nesta bateu com força no forro de madeira, o suficiente para que ele a
alcançasse. Mas ela estava de olhos arregalados, lívida, enquanto colocava a
mão na garganta.

Cassian se atentou para o veneno prestes a explodir daquela garganta e disse,


“Se feriu um pouco demais esses dias, Nesta?”

Ela abaixou a mão e sibilou, "É alguma mágica feérica sua, fazer essas
coisas?"

Ele deu uma gargalhada. “Não. Embora eu esteja lisonjeado, que você pense
que sim”.

Nesta fitou-o ameaçadoramente, mas soltou uma risada baixa. "Bem," ela
disse, passando por ele e andando para a janela com passos suaves e
calculados. “Se é isso que um guerreiro feérico bastardo pode fazer, não é de
admirar que minha irmã tenha ficado tão encantada com os Grão Senhores.”

Cadela.

Cadela, por insultar a ele e a Feyre. "O que te incomodou mais? Que você
quisesse, ou que um homem bastardo fez você sentir essas coisas, Nesta?”

"Tem sido um longo inverno. Mendigos não podem ser exigentes, suponho.”

Depois, parede após parede elevou sua postura rígida, e...

Por que ele se importava? Por que ele se importava? Ele tinha bastante merda
para lidar. Jogar com uma mortal que teria algumas décadas antes que as
coisas entre eles se tornassem estranhas foi... tolo. E então haveria a questão
de explicar a todos.

À Mor. Seu sangue esfriou.

Ele não era estúpido. Ele sabia que ela e Azriel eram... o que quer que eles
fossem, sabia que Azriel estava apaixonado por Mor desde o momento em que
ela apareceu no campo de guerra Illyriano cinco séculos atrás. E Cassian tinha
ficado com ciúmes dos olhares tímidos de Mor para Azriel nas primeiras
semanas, e o fato de que seu querido amigo e irmão... estava olhando para
outra pessoa. Que ela tinha aparecido, e Azriel tinha mudado um pouco.
Cassian sabia que seu amigo não pertencia mais unicamente a ele e a Rhys.

Sendo assim, quando Mor pediu para ele dormir com ela... Ele fez isso. Por
ciúmes, ele tinha feito isso, e lamentou aquele primeiro impulso, quando sentiu
a virgindade dela se render a ele, e percebeu grandiosidade do que ela tinha
feito.
Mas então ela se afastou, e Azriel não tinha feito nenhum movimento, e... Mor
ainda estava lá entre eles. Em algum lugar entre amiga e amante. Querida para
ele como família, mas... Cassian se odiava por aquele olhar no rosto de Azriel.

E pelo que aconteceu a Mor nas mãos de sua família.

Ele tinha tido amantes, algumas por uma noite e outras por meses, Mor nunca
se importou, mas...

Essa mulher aqui de pé diante dele como uma coluna de aço e chamas...
Cassian não queria contar a Mor sobre ela. Sobre como ele tinha tocado seu
pescoço.

Cassian conseguiu dizer, "Levando em conta que você estava feliz por uma
distração, eu vou assumir que as rainhas não entraram em contato enquanto
eu estava a caminho." Antes que ela conseguisse castrá-lo completamente, ele
bateu os dedos e a carta de Rhys apareceu entre eles. Ele jogou-a em uma
mesa próxima.

“Mande isso para as rainhas assim que puder.”

Nesta olhou entre ele e a carta, seus ombros envergando. "Diga a minha irmã e
ao novo Grão Senhor dela para mandar outra pessoa da próxima vez."

Cassian mostrou seus dentes em um sorriso feroz. "Diga a sua outra irmã que
nós preferimos lidar com ela."

“Elain fica fora disso. Quanto menor a associação com o seu tipo, melhor".

“Por que você vai deixá-la se casar com aquele idiota intolerante?” A pergunta
simplesmente saiu dele.

"Ele tem boas razões para odiar sua espécie. Assim como todos nós.”

"Isso é besteira e você sabe disso."

"Eu pensei que você estava indo embora."

"Você tem uma maldita opinião sobre tudo e todos. Por que não contar para
Elain que ela vai se casar com um monstro?”

“Talvez todos vocês, homens, sejam monstros.”.

Se ela tivesse sido ferida por um, ele não a culpava por esse sentimento contra
todos. Mas suas palavras ainda eram acentuadas quando ele disse: "Ela
merece algo melhor do que alguém assim".

“Sim, ela merece.” Fria e singela.

Ele continuou, simplesmente porque maldição ele não conseguia parar.


“E o que você merece?”

Um sorriso lento, de fato um gato da planície se preparando para atacar.


"Certamente mais do que um bastardo qualquer."

Cadela. Mas ele disse: “Que bela companheira você é, Nesta. Lembre-me de
trazer um livro sobre estratégia militar da próxima vez. Talvez então você tenha
uma chance."

Um olhar frio e plano.

"É mais fácil, não é," Cassian respirou, cruzando a distância entre eles
novamente, sem se importar com quem os visse de pé na janela. "Usar
palavras e frieza como armadura para impedir que todos vejam onde e com
quem você falhou, e como você não se importava até que fosse tarde demais".

Ódio brilhou em seus olhos, nenhuma sugestão daquela luxúria adormecida


que tinha tomado seus sentidos.

"Bem, eu vejo isso, Nesta Archeron. E o que eu enxergo é uma garota


entediada e deteriorada."

Ela se movia com uma rapidez impressionante para uma humana, mas ainda
assim era muito lenta para impedi-lo de bloqueá-la.

Cassian agarrou seu joelho levantado, a uma mera polegada de suas bolas, e
apertou forte o suficiente para fazê-la chiar.

“Um golpe baixo”, ele disse com um meio sorriso. "Venha brincar comigo,
Nesta, e vou te ensinar maneiras muito mais interessantes de colocar um
macho de joelhos.”

Ela tentou se libertar, mas ele não a soltou. Ela cambaleou para trás, e ele a
pegou pela cintura, puxando-a para mais perto para evitar que caísse pela
janela. Ele riu das saias ao redor dele.

"O que você está escondendo de baixo de tudo isso, afinal?"

Nesta firmou-se o suficiente para arrancar o joelho de seu aperto.

"Saia da minha casa."

Cassian simplesmente sorriu para ela.

Ela se aproximou dele.

Ele pensou que ela ia estrangulá-lo, e foi precisamente por isso que ele
agarrou seus pulsos, mas...
Suas mãos, suaves e firmes, caíram de cada lado do rosto. Abaixando sua
cabeça.

A respiração de Cassian se tornou irregular quando seus olhos se moveram


para sua boca, enquanto seu corpo se encheu com o dela, aqueles seios tão
suaves contra ele. Estúpido, estúpido, estúpido...

Ele não se importava. Não ligou para merda nenhuma quando ela se levantou
nas pontas dos pés, sua boca se aproximando da dele, e...

Dor explodiu entre suas pernas, libertando a respiração presa em seu peito
quando aquele maldito joelho dela encontrou seu alvo.

Cassian cambaleou para trás, praguejando viciosamente. Ela bufou, olhando


para ele enquanto ele caia em uma poltrona, segurando seu estômago,
tentando reordenar seu cérebro.

"Vocês são todos iguais," ela disse arrogante como o ar gélido da noite antes
do alvorecer. “Talvez ser imortal torne você previsível.”

"Você...", ele ofegou.

Uma risada baixa saiu daqueles lábios, que ele estava preparado para provar,
para devorar...

- “Não, as rainhas não mandaram nada”, disse Nesta, aproximando-se da


porta. "Eu não ouvi nenhuma notícia delas."

۞
Cassian queria que suas pernas se movessem, mas a dor imobilizara seus
joelhos.

"Vou enviar a carta amanhã de manhã." Nesta fez uma pausa com a mão na
porta e olhou sob o ombro. "Você não sabe nada sobre quem eu sou, o que eu
fiz, e o que eu quero. E enquanto estivermos envolvidas nisso... Mande outra
pessoa. Se eu ver você na minha porta, eu gritarei alto o suficiente para que os
criados venham correndo. "

Ele olhou para ela, a dor estava a ponto de ir embora.

Mas Nesta se foi, escorregando pelo corredor, onde um criado a chamou e ela
murmurou uma resposta.

Um minuto depois, ele saiu. Não pela porta da frente, mas espremido através
da maldita janela do quarto como um ladrão da noite. Ele se lançou para o céu
antes que alguém pudesse se perguntar pelo barulho de asas.
Cassian não circulou a casa. Mas ele podia sentir a atenção de Nesta enquanto
ele se elevava no céu. Mesmo invisível, ele podia sentir aqueles olhos cinza
azulados nele.

O sentimento perseguiu-o todo o caminho de volta para Velaris.

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